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Introdução:

A compreensão dos princípios físicos que regem o movimento de corpos em um plano


inclinado é de fundamental importância para diversas áreas científicas e tecnológicas. Ao longo
da história, cientistas e pesquisadores têm investigado os conceitos relacionados a esse
fenômeno, com o intuito de aprofundar nosso conhecimento sobre as leis do movimento e
suas aplicações práticas.

O estudo do plano inclinado remonta às civilizações antigas, como a Grécia Antiga, onde
Arquimedes e Euclides já exploravam as propriedades desse sistema. Supõem-se que os
conceitos relacionados ao plano inclinado foram utilizados inclusive pelos antigos egípcios na
construção das Pirâmides de Gizé. No entanto, foi com o desenvolvimento do método
científico e avanços na física experimental que o estudo do plano inclinado se tornou mais
rigoroso e
sistemático.

Contribuições teóricas significativas foram feitas por renomados matemáticos e astrônomos,


como Galileu Galilei (por volta de 1600) e Jordanus Nemorarius (por volta de 1250).
Nemorarius, em seu trabalho "De ratione ponderis", já afirmava que a aceleração de um corpo
em um plano inclinado aumentava conforme o ângulo de inclinação aumentava. Foi através do
estudo minucioso do comportamento de um corpo em movimento em um plano inclinado que
Galileu conseguiu estimar o valor da aceleração gravitacional. Além disso, Galileu também
provou que o movimento de um corpo em queda livre é independente de sua massa. Essas
descobertas pioneiras lançaram as bases para a compreensão do movimento em planos
inclinados e da gravidade, contribuindo significativamente para o avanço da física.

No contexto do movimento em um plano inclinado, o atrito desempenha um papel crucial. O


atrito estático, em particular, é uma força que surge quando dois corpos estão em contato e em
repouso relativo, agindo na direção oposta ao início do movimento. A medida do coeficiente de
atrito estático, representado por "µs", é essencial para determinar a máxima força de atrito
estático que pode ser superada antes que o corpo comece a se mover ao longo do plano
inclinado.

É importante ressaltar que o coeficiente de atrito estático varia de acordo com os materiais em
contato. Cada combinação de materiais terá um coeficiente de atrito estático característico,
dependendo de propriedades como textura, rugosidade e composição química. Por exemplo, o
coeficiente de atrito estático entre metal e metal pode ser diferente do coeficiente entre
metal e madeira.

No experimento VI iremos analisar o coeficiente de atrito estático entre a madeira e o


aço inoxidável. O coeficiente de atrito estático entre os materiais pode variar
dependendo das características específicas dos mesmos. De acordo com estudos e
tabelas de referência, o
coeficiente de atrito estático típico entre a madeira e o aço inoxidável varia aproximadamente
entre x a x (ainda não achei o valor de referência) . No entanto, é importante ressaltar que
esses valores são apenas uma estimativa e podem ser influenciados por vários fatores, como a
condição da superfície, umidade, acabamentos ou tratamentos aplicados à madeira.

O conhecimento das diferenças de coeficientes de atrito estático entre materiais é de extrema


importância. Permite-nos entender e prever o comportamento de objetos em diferentes
situações práticas. Essa informação é valiosa em áreas como engenharia civil, onde o projeto
de rampas, estradas e escadas depende da escolha adequada de materiais para garantir a
segurança e o desempenho otimizado.

Além disso, em aplicações industriais, conhecer as diferenças de coeficientes de atrito estático


entre diferentes materiais é crucial para projetar sistemas de transporte eficientes e prevenir
problemas como deslizamentos indesejados ou desgaste excessivo de componentes. Com
base nas propriedades dos materiais e seus coeficientes de atrito estático, é possível projetar
mecanismos de acionamento adequados, como correias e esteiras, garantindo um
funcionamento suave e seguro

Abordagem teórica:

Para medir experimentalmente o coeficiente de atrito estático entre dois materiais em um


plano inclinado, podemos utilizar a relação entre esse coeficiente e a tangente do ângulo da
rampa. A fórmula utilizada é:

Coeficiente de atrito estático = tangente do ângulo da rampa

Essa fórmula é uma dedução direta das propriedades trigonométricas presentes em um plano
inclinado. Vamos entender como ela é derivada e como pode ser aplicada em um experimento
com uma rampa de metal e um bloco de madeira.

Considerando um plano inclinado formado por uma rampa de metal, cujo ângulo em relação à
horizontal é denotado por θ. Coloca-se um bloco de madeira sobre essa rampa e desejamos
medir o coeficiente de atrito estático entre o bloco e a superfície da rampa.

Ao aplicar uma força paralela à rampa, começamos a aumentar sua intensidade gradualmente.
Inicialmente, o bloco permanece em repouso. No ponto em que a força aplicada atinge o valor
máximo antes que o bloco comece a se mover, essa força é igual à força de atrito estático
máxima.
A força de atrito estático máxima é dada por:

Força de atrito estático máxima = coeficiente de atrito estático × força normal

A força normal, neste caso, é a componente da força peso do bloco perpendicular à rampa e é
dada por:

Força normal = massa do bloco × aceleração da gravidade × cos(θ)

Portanto, podemos reescrever a força de atrito estático máxima como:

Força de atrito estático máxima = coeficiente de atrito estático × massa do bloco × aceleração
da gravidade × cos(θ)

A força paralela à rampa é dada por:

Força paralela à rampa = massa do bloco × aceleração da gravidade × sen(θ)

No ponto em que o bloco começa a se mover, a força paralela à rampa é igual à força de atrito
estático máxima. Portanto, podemos igualar as duas expressões:

Força de atrito estático máxima = Força paralela à rampa

coeficiente de atrito estático × massa do bloco × aceleração da gravidade × cos(θ) = massa do


bloco × aceleração da gravidade × sen(θ)

Simplificando a expressão, obtemos:

coeficiente de atrito estático = tangente(θ)

Assim, a fórmula para o coeficiente de atrito estático entre o bloco de madeira e a superfície da
rampa de metal é igual à tangente do ângulo da rampa.
É importante lembrar que essa fórmula é uma aproximação válida para coeficientes de atrito
estático relativamente pequenos e ângulos de inclinação próximos a zero. Caso contrário,
outras considerações e ajustes podem ser necessários para uma análise mais precisa.

Procedimento experimental :

Para o experimento VI - Medição do Coeficiente de Atrito Estático, realizado no laboratório de


física experimental ( anexo bict) no dia 26 de junho de 2023, foram utilizados os seguintes
materiais e procedimentos:

Materiais:

 Bloco de madeira
 Rampa de metal com transferidor de ângulo integrado

Procedimento:

 Identificou-se os tipos de materiais dispostos para a análise de atrito.


 Colocou-se a rampa de metal em uma superfície plana e estável.
 O bloco de madeira foi posicionado na base da rampa, em ponto de repouso
 Certificou-se de que a rampa estivesse ajustada em um ângulo de inclinação inicial de
0 graus em relação à horizontal.
 Foi aumentado gradualmente o ângulo da rampa, inclinando-a em
pequenos incrementos.
 A cada incremento, verificou-se se o bloco de madeira permanece em repouso ou
se começa a deslizar ao longo da rampa.
 Incrementou-se o ângulo da rampa até o ponto em que o bloco de madeira e
a amostra do material começam a deslizar por toda a extensão da rampa.
 Anote-se então o valor do ângulo nesse momento.
 Repetiu-se o procedimento de incremento do ângulo da rampa a partir do bloco
em repouso por 5 vezes.

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