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GESTÃO DE ATIVOS DE
INSTRUMENTAÇÃO CENTRADA EM
CONFIABILIDADE: AUXILIO À
TOMADA DE DECISÃO UTILIZANDO-
SE INSTRUMENTOS INTELIGENTES
Alessandra Lopes Carvalho
alessandralcarvalho@pucminas.br
Yan Freitas Marques
yanfmarques@gmail.com
1. Introdução
Observa-se na atualidade uma busca crescente pela integração dos instrumentos inteligentes
com as plataformas de gerenciamento de ativos. Essa integração propicia um alto
desempenho na execução dos processos de manutenção e acompanhamento do ciclo de vida
dos instrumentos inteligentes (MARQUES; CARVALHO, 2016).
A ideia hipotética que orientou o estudo define-se na noção de que os diagnósticos dos
instrumentos aumentam a segurança operacional, reduzem o tempo de manutenção, diminuem
os riscos de falha, e ainda, maximizam a disponibilidade da equipe de manutenção.
Neste contexto objetiva-se apresentar a relação direta entre o uso de diagnósticos gerados por
instrumentos inteligentes e o aumento da probabilidade de detecção de falhas. Objetiva-se
ainda quantificar a variação do risco de falhas utilizando-se a ferramenta FMEA, aplicada a
uma da malha de controle em funcionamento em uma empresa de grande porte.
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XXXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO
“A Engenharia de Produção e suas contribuições para o desenvolvimento do Brasil”
Maceió, Alagoas, Brasil, 16 a 19 de outubro de 2018.
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Bhuyan (2013) mostra que em muitas situações o instrumento tanto executa suas funções
primárias, como também, toma decisões adicionais e executa outras operações não
convencionais, tais como validação, compensação, classificação, autoanálise entre outras. A
autoanálise busca detectar a real condição do dispositivo, sendo possível monitorar a
degradação dos componentes e observar se os mesmos estão funcionando adequadamente
e/ou se há algum erro na parametrização (ISA-TR108, 2015).
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Considerando que nas indústrias existem inúmeros instrumentos, com diversificados modelos,
fabricantes e protocolos, a complexidade da coleta e do tratamento dos dados torna o trabalho
lento e exige mão-de-obra especializada nos processos de manutenção. Assim, os principais
fabricantes de instrumentos fundaram o Grupo Field Device Technology (FDT) com o intuito
de desenvolver uma plataforma moderna de softwares para simplificar a integração dos
dispositivos de campo aos Sistemas de Controle Distribuídos (DCS) e facilitar o
gerenciamento dos instrumentos. (FDT, 2017).
O FDT Group é uma associação internacional, independente, sem fins lucrativos e objetiva
estabelecer a tecnologia própria como padrão internacional (FDT Group, 2017). FDT é um
padrão aberto, que descreve o formato da interface de dados entre os dispositivos de campo e
os sistemas de automação. Esse padrão foi homologado pela ISA 103 e a IEC 62453.
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Por ser um driver desenvolvido pelo próprio fabricante, o DTM, além de apresentar os
diagnósticos de estado, também indica as possíveis causas-raiz do problema, bem como a
recomendação para corrigir a falha.
Com base no documento da NAMUR 107, os sensores e os atuadores, que são os dispositivos
de campo, devem categorizar os diagnósticos realizados com base na autoanálise entre as
quatro categorias de alarmes. O objetivo dessa categorização é evitar que o operador receba
uma quantidade de informações maior do que ele necessita. O Quadro 1 demonstra a relação
entre descrição e símbolos para cada uma das categorias:
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É possível verificar a plausibilidade do valor medido pelo sensor, bem como o funcionamento
do atuador, com o auxílio da auto-análise feita pelos dispositivos de campo. A indicação da
plausibilidade é definida com base nas quatro categorias apresentadas no Quadro 1. Quando o
operador recebe essas indicações, o mesmo pode intervir para evitar: 1) efeitos negativos
sobre a qualidade do produto; 2) segurança operacional; 3) paradas de produção devido à
falha de instrumentação de campo (NAMUR 107).
A análise de Modos e Efeitos de Falhas (FMEA) visa identificar possíveis modos de falhas,
suas respectivas causas e efeitos. Posteriormente cada modo de falha é classificado segundo
os índices de ocorrência, severidade e detecção (LAFRAIA 2008, TOLEDO et al, 2013,
CARPINETTI, 2016).
De acordo Palady (2011), o FMEA é uma técnica de baixo risco, eficiente na prevenção de
problemas e identificação das soluções adequadas em relação ao custo. Ao aplicar o FMEA é
possível detectar com antecedência as possíveis falhas de um sistema, aumentando sua
confiabilidade.
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R O S D (1)
Onde: O é índice de ocorrência;
S é índice de severidade;
D é índice de detecção.
A partir do índice de risco é possível hierarquizar as falhas e assim criar ações para prevenção
ou correção. Observa-se que, após o término da análise, é possível identificar a falha mais
crítica como aquela que apresenta maior índice de risco. Portanto, para diminuição do risco
total é necessário a diminuição de pelo menos um dos índices citados.
O índice de detecção pode ser reduzido através do aumento das atividades de verificação e
validação. O índice de ocorrência pode ser diminuído pela remoção ou controle de causas e
alteração do projeto e o índice de gravidade somente através da alteração do projeto
Observa-se também que a FMEA evolui e se popularizou de tal forma que podem ser
encontrados vários exemplos de aplicações fora do meio industrial como em Nogueira, Peres
e Carvalho (2011); Akim, Mergulhão e Borrás (2013).
4. Material e Métodos
A pesquisa que possibilitou esse estudo é de natureza qualitativa descritiva, pois, visa explicar
a relação entre a detectabilidade dos modos de falha e a redução dos indicadores de risco
através do monitoramento das causas das falhas.
Utilizou-se da abordagem de estudo de caso (CAUCHICK MIGUEL, 2011) considerando que
o trabalho tomou como objeto uma malha de controle de vazão em operação em uma empresa
de grande porte. O nome da empresa cedente dos foi omitido por motivo de sigilo industrial.
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4. Análise de Resultados
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O Quadro 5 apresenta uma amostra da análise FMEA realizada para a etapa de medição.
Foram selecionados os dois modos de falha mais criticos e recorrentes. Os indices de detecção
e risco com a utilização de equipamentos inteligentes são realçados em negrito. Observa-se
que o índice de detecção com instrumentos inteligentes ( D.c/ Diag) é menor que o indice de
detecção sem a utilização dos mesmos (D). Consequentemente o indice de risco com a
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O Quadro 6 apresenta uma amostra da análise FMEA realizada para a etapa de atuação.
Nesta etapa a válvula recebe a referencia do controlador e faz o ajuste da posição abrindo ou
fechando o obturador. Observa-se, de modo análogo ao Quadro 5, a diminuição do índice de
risco com a utilização de equipamentos inteligentes.
Quadro 5:Amostra do FMEA etapa “ medição de vazão”
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5. Conclusões
Considera-se que os objetivos foram plenamente alcançados quanto a apresentação e
discussão sobre a relação entre o uso dos diagnósticos dos instrumentos e o aumento da
probabilidade de detecção das falhas .
Uma proposta para pesquisas futuras seria a análise do comportamento dos modos de falha e a
modelagem de confiabilidade de cada um dos instrumentos.
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6. Agradecimentos
REFERÊNCIAS
ENDRESS+HAUER. Proline prosonic flow 90P, 93P. [S.l.]: ENDRESS, 2005. Disponível
em: www.endress.com Acesso em: 14 maio 2016.
ISA (1992). ISA - 5.2-1976. ISA – International Society of Automation, Binary Logic
Diagrams For Process Operations.
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OGATA, K. Engenharia de Controle Moderno. 5. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2011.
PACÍFICO, C.C. et al. Análise de Modos e Efeitos de Falhas em uma Empresa Prestadora
de Serviços em Telecomunicações. In: Simpósio Mineiro de Gestão, 2017, Belo Horizonte.
Anais...PUC Minas Barreiro.
PALADY, P. FMEA: análise dos modos de falha. 5.ed. São Paulo, SP: IMAM, 2011.
TRALESKI, A. V.; STEPIEN, H.; BLAUTH, R. A.: Análise dos modos de falha e seus
efeitos no processo de produção de mancais. Revista Gestão Industrial, Curitiba, v.11, n. 2,
p. 70-86. 2015.
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