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Assunto: Derivativos

Prof. Ms Keilla Lopes


Graduada em Administração pela UEFS
Especialista em Gestão Empresarial pela UEFS
Mestre em Administração pela UFBA
Doutoranda em Geografia pela UNICAMP
Assunto: DERIVATIVOS
Objetivos da aula:
 Conceito

• Objetivo
• Classificação (financeiros e não-financeiros)
• Tipos mais comuns de operações com
derivativos:
Contrato ou Operações a Termo
O de Futuro
O. de Swaps
O. de Opções
• Considerações finais.
1. Conceito de Derivativos:

 O termo derivativos é auto explicativo.

 Trata-se de um instrumento financeiro cujos


resultados e valores derivam ou dependem de
alguma outra coisa. (Ross, 2012).

 Assim, não possuem valor próprio, seu valor


deriva de um bem básico ou outro ativo
(commodities, ações, taxas de juros ou de
câmbio, soja, boi gordo, café, dólar e até o Índice
Bovespa (espelha o desempenho das ações
mais negociadas na Bolsa).
2. Principais Objetivos dos
Derivativos:
 Cobertura(proteção ou hedge): quando a empresa reduz
a sua exposição a riscos decorrentes de flutuações de
preços, durante períodos de escassez ou superprodução
do produto negociado, por exemplo.

 Especulação: quando a empresa aumenta a sua


exposição a riscos usando derivativos

 Obs> Inicialmente a idéia do produto derivativo era apenas


para cobertura (proteção). Mais tarde buscou-se ganhos
financeiros e com isto a especulação passou a fazer parte
das negociações. Contudo, a maioria das experiências
desagradáveis com derivativos tem resultado de seu uso
para especulação e não para cobertura de riscos…
EXEMPLOS:
 1 - Uma empresa que tenha dívidas em dólares
pode comprar contratos futuros da moeda-
americana para se proteger das variações
cambiais.
 2 - Um produtor rural pode vender soja no
mercado futuro como forma de “travar” o preço
do grão e, no vencimento do contrato, entregar o
produto ao seu detentor.

SÃO EXEMPLOS DE DERIVATIVOS COMO


PROTEÇÃO OU ESPECULAÇÃO ?
MOMENTOS DRAMÁTICOS
VIVIDOS PELO EMPRESARIADO
 Desvalorização do real em 1999, 2009 (com a crise mundial que
reduziu as taxas de juros e o dolar subiu assustadoramente) e
agora em 2015 que provocou prejuízo para importadores e
empresas com dívidas em dólar.

 Em 1998 medida adotada pelo Banco Central,para evitar a fuga de


capitais do país,que aumentou a taxa de juros, causando perdas
para aqueles que tinham aplicações prefixadas e para empresas
com dívidas flutuantes.

 Em ambas as situações se os envolvidos no processo tivessem


utilizado derivativos de dólar, contra o risco cambial, e derivativo de
taxa de juros, respectivamente para cada um dos casos citados, os
prejuízos teriam sido compensados com os ganhos financeiros
nessas operações.
3.CLASSIFICAÇÃO DOS
DERIVATIVOS

Como financeiros entendem-se aqueles


que estão relacionados com taxas de
juros, taxas de câmbio e índices da Bolsa
de valores.

Como não financeiros tem-se aqueles que


estão associados a commodities, como:
metais, petróleo, agricolas (café, soja,
milho,etc) e outros.
CONSIDERAÇÕES
 Só poderemos ter derivativos de ativos e
mercadorias que possuem seu preço de
negociação livremente estabelecido pelo
mercado.
 Mercadorias que possuem controle estatal
de preços (energia, água, telefonia,
pedágio, derivados de petróleo,etc) não se
prestam a esse instrumento. Não há risco
de preços ou não há interesse por parte de
um ou mais participantes do mercado para
que seu preço seja livre e transparente.
QUEM GARANTE ESTAS OPERAÇÕES
TÃO ARRISCADAS???
A CÂMARA DE COMPENSAÇÃO
(clearing house)
Instituição criada pelos corretores com o objetivo de garantir as
operações realizadas na bolsa.
Recebeu este nome para diferenciar-se da câmara de liquidação de uma
bolsa de valores, que recebe muito menos risco de crédito.
Esta câmara foi capitalizada com o dinheiro dos corretores membros e
tinha como principal fonte de renda uma taxa cobrada em todas as
transações.
No sistema de clearing – como clearing entende-se as Associações
compostas por membros de compensação, chamados estes últimos
de clearing members, que capitalizam a empresa – o corretor é o
garantidor final da operação, apesar de haver um sistema de
garantias – a câmara irá garantir a operação perante o mercado,
evitando que “os contratos não sejam honrados caso a instituição que
intermediou a operação não tenha condições financeiras para
preceder à boa liquidação dos contratos”.
Ressalta-se que obrigatoriamente, um corretor que não é membro do
sistema deverá contratar um membro para representá-lo.
OS DERIVATIVOS MAIS
NEGOCIADOS NO BRASIL

 Contrato a Termos

 Contrato de Futuros

 Swaps

 Opções
I – CONTRATO A TERMO
São compromissos ou obrigações de compra ou venda de
determinado ativo, em uma data futura, a um preço
certo. (Ross,2002).
São comuns a bens menos suscetíveis a variações de
preços
Geralmente nem são negociados em bolsa, para as
negociações feitas na Bovespa, as operações a termo
representam a compra ou venda de uma determinada
quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação
em um prazo determinado, a contar da data de sua
realização em pregão, resultando em um contrato entre
as partes.

Na prática são contratos particulares de compra e


venda para data futura onde quase não ocorrem
variações de preços.
Particularidades Importantes:
Empresas fazem contratos a termo diariamente. Se os
volumes envolvidos são pequenos e o prazo de entrega
curto o contrato é apenas verbal; se os volumes são
altos ou o prazo de entrega é longo há a necessidade
de um contrato a termo formal e escrito.
No contrato de compra e venda a fixação do preço é
acertada por ambas as partes e nunca exclusivo a uma
das partes ou por um terceiro. No contrato a termo é
permitido um terceiro a fixação do preço.
O contrato de compra e venda geralmente é para um
recebimento atual ou futura e o contrato a termo é
apenas para venda futura.
Questão 68 do Concurso Público do Banco do
Nordeste em 2014. Função: Analista bancário 1-
nível médio-Conhecimentos específicos)
O contrato de compra e venda é uma espécie de negócio jurídico pela qual um dos
contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-
lhe certo preço em dinheiro. Com relação a esse contrato, considere as
afirmativas abaixo:
I. O contrato de compra e venda é nulo, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma
das partes a fixação do preço.
II. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura.
III. A lei civil autoriza expressamente a compra e venda entre cônjuges, com relação
a bens excluídos da comunhão.
IV. A fixação do preço não pode, de maneira nenhuma, ser deixada ao arbítrio de
terceiro.
I I – CONTRATOS FUTUROS
 objetivo:
mercado de futuros tem como objetivo a proteção dos
agentes econômicos (instituições financeiras;
investidores;comerciantes; produtores primários e
industriais) contra oscilações dos preços de seus
produtos e de seus investimentos em ativos financeiros.
 conceito:

os contratos futuros são compromissos de compra ou


venda de determinado ativo, em uma data futura, a um
preço justo, reajustado diariamente.

• vantagens:
• Os participantes zeram os lucros e prejuízos diariamente;
• O risco assumido pela bolsa se dilui diariamente;
Na prática:
Poucas são as operações que terminam com a
entrega efetiva do bem negociado. A maior parte
das operações é liquidada mediante o
pagamento ou recebimento em moeda, pela
diferença entre o valor de compra e o valor de
venda, sem a entrega efetiva do bem negociado.
Os acertos dessas diferenças são feitos
diariamente, por meio do mecanismo de ajustes
diários o que possibilita a liquidação financeira
diária de lucros e prejuízos das posições
minimizando a inadimplência.
 QUALA DIFERENÇA
ENTRE CONTRATOS A
TERMO E CONTRATOS
FUTUROS?
DIFERENÇA ENTRE CONTRATOS A
TERMO E CONTRATOS FUTUROS
Inicialmente todo contrato futuro é um contrato a termo. Mas,
analisados ao longo do processo existem diferenças:
Os Contratos Futuros:
 São negociados SOMENTE em bolsa.

 A entrega pode ser feito a qualquer dia do mês acertado pra


entrega. Desde que notifique a câmara de compensação da bolsa
que deseja entregá-lo. A câmara notifica um comprador,
geralmente escolhido por sorteio.
 São reajustados diariamente a mercado.

Obs> Esta última diferença é a solução pra minimizar a


inadimplência.
As oscilações de mercado incentivam o descumprimento dos
contratos futuros, tendendo naturalmente a inadimplência. Com o
reajuste diário e o repasse das perdas e ganhos a câmara de
compensação miniminiza esta tendência negativa. A
inadimplência dos contratos futuros são próximas zero.
III - SWAP

Uma troca de riscos entre duas partes na tentativa de


diminuir o risco da operação.

Agentes trocam os indexadores de operações financeiras


entre si (ativos ou passivos). Apenas os indexadores e não
o capital principal.

 Na pratica:
Por exemplo, uma empresa com dívida corrigia pelo CDI, que
teme uma alta da taxa de juros, poderá trocar o indexador
do passivo por uma taxa pré. Assim, se as taxas de juros
realmente subissem, a perda que ela teria com a alta do
CDI será compensada por um ganho financeiro na
operação de swap.
 Tipos mais comuns de swaps (ativos):
Swaps de taxas de juros:
Swaps de taxa de cambio:
 As possibilidades de trocas de indexadores, além das
citadas taxa pré e da taxa do CDI, são: dólar comercial,
TR (Taxa Referencial), ANBID (Taxa da Associação
Nacional dos Bancos de Investimentos), TBF (Taxa Básica
Financeira), TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e IGP
(Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas).

 A operação de swap é feita da seguinte maneira: o agente


interessado em trocar o indexador de um ativo/passivo
procura uma instituição financeira, que será a responsável
pela preparação da operação. O acordo de Swap é então
registrado na BM&F ou na CETIP e no seu vencimento,
um ajuste financeiro da diferença entre os indexadores
aplicados sobre o principal é feito .Essas operações são
registradas na BM&F eletronicamente pelo chamado
Contrato a Termo de Troca de Rentabilidade.
 Essas operações podem ser realizadas com garantia, com
garantia de somente uma das partes ou sem garantia. Já
na CETIP, os contratos são registrados pelo SPR
(Sistema de Proteção Contra Riscos Financeiros) e as
operações são feitas sem garantia.
EXEMPLOS DE SWAPs:
1) A empresa Embraer (EMBR3) exporta seus
produtos recebendo toda sua receita em dólares
(US$), porém grande parte de seus custos de
produção foram pagos em reais.

2) Uma outra empresa importadora, a “ImportUS”,


recebe toda sua receita em reais (R$), porém usou
dólares para comprar os produtos importados. Se
nada mais for feito, qualquer variação cambial
neste tempo, afetará diretamente o resultado
dessas duas empresas, para o bem ou para o mal.
 Como ambas as empresas já têm preocupação
suficientes em seus negócios e não querem ficar
expostas ao risco de câmbio, elas decidem realizar
uma Operação Swap.

 Ambas acordam que trocarão os riscos das moedas,


de modo que quando ocorrer uma variação no
câmbio nenhuma delas estará exposta e não
sofrerá grandes variações em seu lucro, sejam elas
boas ou más.

 Para fazer a operação as duas empresas terão que


fazer um contrato de swap, com intermediação de
uma instituição financeira, para fazer a troca.
SWAP DE OURO X BOVESPA
O QUE É SWAP: A TROCA DE RISCO ENTRE DUAS
PARTES
 No vencimento do contrato, se a
valorização do ouro for inferior à variação
do Ibovespa negociada entre as partes,
receberá a diferença a parte que comprou
Ibovespa e vendeu ouro. Neste exemplo
será a instituição A.

 Se a rentabilidade do investimento em ouro


for superior à variação do Ibovespa,
receberá a diferença a parte que comprou
ouro e vendeu Ibovespa. No caso, a
instituição B.
TIPOS DE SWAPS
Existem vários tipos de swaps, vejamos os mais
comuns:

 SWAP COM TAXA DE JUROS


- Contrato em que as contrapartes trocam
indexadores associados a seus ativos ou passivos
e que uma das variáveis é a taxa de juros.

 SWAP CAMBIAL
- Contrato em que se troca o principal e os juros
em uma moeda pelo principal mais o juros em
outra moeda.
 SWAP DE ÍNDICES
- Contrato em que se trocam fluxos, sendo um deles
associado ao retorno de um índice de preços( como
(IGP-M, IPC-FIPE, INLPC) ou de um índice de ações
(Ibovespa, IBrX-50)

 SWAP DE COMMODITIES
- Contrato por meio do qual duas instituições trocam
fluxos associados à variação de cotações de
commodities.
 Commodities são mercadorias ou serviços para os quais existe procura sem
atender à diferença de qualidade e entre vários fornecedores ou marcas. São
habitualmente substâncias extraídas da terra e que mantém até certo ponto um
preço universal. Ex: petróleo, cobre,ferro, alumínio e prata
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
SOBRE OS TIPOS DE DERIVATIVOS
EXPOSTOS ATÉ AQUI
 Nos contratos de derivativos A Termo, Futuro e
Swap existe uma obrigatoriedade de
cumprimento do contrato, ou seja, em ambos os
lados existem direitos e obrigações que devem
ser cumpridos. A este fato chama-se assimetria.
Contudo, existe um tipo de derivativos onde o
comprador tem apenas direitos e não obrigações,
enquanto o vendedor tem apenas obrigações:
Contratos de Opções.
Assim, para quem compra é o melhor dos mundos,
a possibilidade de evitar cenários negativos.
Contudo, existe um preço (prêmio) para esta
facilidade. Vejamos, Opções.
IV – CONTRATOS DE OPÇÕES
São direitos, podendo ser de compra (call) ou de venda (put).
 As de compra representam um direito de comprar um ativo em uma
determinada data a um determinado preço.
 As de venda representa o direito de vender um ativo em
determinada data a um determinado preço.

Em resumo, é uma preferência de negociação.

Tipos:
 Européia:quando no contrato fica estabelecido apenas uma data
para a relização do direito de compra ou venda.
 Americana:quando no contrato fica estabelecido que o exercício da
opção possa ser realizado a qualquer momento do prazo
estabelecido para a operação.

O que ocorre na prática é que muitos investidores fecham sua posição


antes do vencimento da opção, isto é, eles não exercem seu direito.
Este fato depende unicamente do comportamento do preço no
mercado.
NÃO EXISTE ALMOÇO FREE...
 Ao adquirir uma Opção (prioridade na negociação) o
Investidor paga por isto (chamado prêmio) valores definidos
pelas forças de oferta e de procura que não serão devolvidos
caso ele não exerça o seu direito de compra ou de venda.

 O agente econômico que compra a opção, pagando por ela


um determinado valor/prêmio é chamado de titular e o
agente que vende a opção para esse titular é denominado
como lançador e é ele que receberá o valor/prêmio pago pelo
titular. Assim, se o direito de compra for exercido pelo titular,
o lançador é então obrigado a vender o ativo objeto da
opção.

 Opção registra o direito do titular (comprador) de exercer a


sua opção de compra ou venda a um determinado preço
futuro, não se trata de uma obrigação para o comprador, mas
como o nome sugere é uma opção.
ATENÇÃO
 No mercado a termo as perdas são menos
significativas, pois a quebra de contrato
não oferece perda real. Neste caso
apenas a operação pode não se realizar.

 No mercado de futuro , onde há obrigação


de cumprir com os contratos. Assim os
ganhos ou perdas podem ser enormes e
maiores que no mercado de opções onde
a perda limita-se ao valor do prêmio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

 A importância do mercado de derivativos é o de servir como uma


ferramenta para as empresas e interessados no mercado se
protegerem contra a variação de preços, além de possibilitar A
escolha das operações que lhe trarão maior retorno. Desta
forma, em um mercado extremamente competitivo e
interdependente, a grande volatilidade de preços poderá ser
uma importante questão estratégica para as empresas e como
conseqüência disto, a importância dos derivativos cresce como
uma forma de proteção dos agentes econômicos.

 Os mercados de derivativos distribuem os riscos inerentes as


atividades econômicas e, os agentes do mercado (como as
empresas) que queiram realizar estas operações deveriam criar
um sistema de gestão de riscos, para não estarem na lista das
perdas mais famosas com operações de derivativos.

 Como os derivativos são criados para atender as necessidades


do mercado que são infinitas, a única restrição a eles é a
imaginação humana.
REFERÊNCIAS
 ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro.6 ed.São Paulo: Atlas,2005

 FIGUEIREDO, A. C. Introdução aos derivativos. São Paulo: Pioneira, 2002.

 FORTUNA,Eduardo. Mercado financeiro:produtos e serviços.16 ed.Rio de


Janeiro:Qualitymark,2005

 KLOECKNER, Gilberto de Oliveira. Derivativos: futuros, opções e


swaps.Caxias do Sul, 2008

 PIAZZA, Marcelo. O melhor da análise técnica de ações. 1. ed.


São Paulo: Saraiva, 2010.

 ROSS,Stephen A.; Westerfield,Randolph W.; Jaffe,jeffrey F.Administração


financeira: Corporate Finance.Tradução Antonio Noratto Sanvicente.São
Paulo:Atlas,.2012

 SILVA NETO, L. A. Derivativos: definições,emprego e risco. São Paulo:


Atlas, 2002.

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