Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AGENTES PÚBLICOS............................................................................................................................. 19
Espécies e Classificação.......................................................................................................................................19
Poderes, Prerrogativas, Direitos e Vantagens................................................................................................20
Cargo, Emprego e Função Públicos................................................................................................................24
Provimento........................................................................................................................................................24
Vacância...........................................................................................................................................................26
Remoção...........................................................................................................................................................26
Redistribuição e Substituição..........................................................................................................................26
REGIME DISCIPLINAR............................................................................................................................ 26
Deveres.............................................................................................................................................................26
Responsabilidade Civil, Criminal e Administrativa.........................................................................................27
DIREITOS SOCIAIS................................................................................................................................. 52
NACIONALIDADE................................................................................................................................... 58
CIDADANIA E DIREITOS POLÍTICOS.......................................................................................................59
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA...................................................................................................62
DISPOSIÇÕES GERAIS........................................................................................................................... 62
CONCEITOS E ELEMENTOS.................................................................................................................... 77
PODERES............................................................................................................................................... 77
ORGANIZAÇÃO...................................................................................................................................... 77
NATUREZA E FINS................................................................................................................................. 78
DIREITO ADMINISTRATIVO...................................................................................................78
CONCEITO............................................................................................................................................. 78
FONTES................................................................................................................................................. 81
PRINCÍPIOS........................................................................................................................................... 81
ADMINISTRAÇÃO DIRETA...................................................................................................................... 84
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.................................................................................................................. 84
AGENTES PÚBLICOS............................................................................................................. 89
PODERES ADMINISTRATIVOS...............................................................................................89
PODER HIERÁRQUICO............................................................................................................................ 90
PODER DISCIPLINAR.............................................................................................................................. 91
PODER REGULAMENTAR....................................................................................................................... 91
PODER DE POLÍCIA................................................................................................................................ 92
ATO ADMINISTRATIVO.........................................................................................................93
VALIDADE.............................................................................................................................................. 95
EFICÁCIA............................................................................................................................................... 95
ATRIBUTOS........................................................................................................................................... 95
EXTINÇÃO............................................................................................................................................. 96
DESFAZIMENTO.................................................................................................................................... 96
SANATÓRIA.......................................................................................................................................... 97
CLASSIFICAÇÃO.................................................................................................................................... 97
Vinculação e Discricionariedade.....................................................................................................................97
ESPÉCIES.............................................................................................................................................. 98
EXTERIORIZAÇÃO.................................................................................................................................. 99
SERVIÇOS PÚBLICOS............................................................................................................ 99
CONCEITO............................................................................................................................................. 99
CLASSIFICAÇÃO.................................................................................................................................. 101
REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE.......................................................................................................102
REQUISITOS........................................................................................................................................ 103
TAUTOLOGIA....................................................................................................................................... 233
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS............................................................245
SEGURIDADE SOCIAL.......................................................................................................... 245
CONCEITUAÇÃO.................................................................................................................................. 251
ORGANIZAÇÃO.................................................................................................................................... 251
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS..........................................................................................................251
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA...........................................................................................255
Dos Segurados, das Empresas, do Empregador Doméstico, do Produtor Rural, do Clube de Futebol
Profissional, Sobre a Receita de Concursos de Prognósticos.......................................................................270
Receitas de Outras Fontes............................................................................................................................278
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO.............................................................................................................. 278
Conceito..........................................................................................................................................................278
Proporcionalidade e Reajustamento.............................................................................................................281
Prazo de Recolhimento..................................................................................................................................283
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO..............................................................................................286
BENEFICIÁRIOS................................................................................................................................... 291
BENEFÍCIOS......................................................................................................................................... 293
DISPOSIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS.................................................................................................311
PERÍODOS DE CARÊNCIA.....................................................................................................................313
SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO.................................................................314
SERVIÇO
PÚBLICO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL
CF
Terminado o texto da lei, vamos nos deter nas
Art. 37 regras deontológicas que fazem parte do anexo.
8.112/90 e
Assim, todos os incisos presentes no Capítulo I,
8.429/92 1.171/94 Seção I, são de leitura obrigatória e alguns merecem
o devi- do comentário. São eles:
Art. 3º [...]
Com a aprovação do Código de Ética
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a
Profissional do Servidor Público Civil do Poder consciência dos princípios morais são primados
Executivo Federal, ficam definidos os órgãos e maiores que devem nortear o servidor público,
entidades da Administra- ção Pública Federal direta seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele,
e indireta como destinatá- rios da medida. O prazo já que refietirá o exercício da vocação do próprio
para implementação foi de 60 (sessenta) dias, poder estatal. Seus atos, comportamentos e
inclusive mediante a Constituição da respectiva atitudes serão direcionados para a preservação
Comissão de Ética que será integrada por três da honra e da tradição dos serviços públicos.
servidores ou empregados titulares de cargo efe- tivo
ou emprego permanente.
Comissões formadas por 3 servidores ou empregados de cargo efetivo ou emprego permanente Dignidade
Servidores Públicos Federais da Adm. Pública Federal direta e indireta
CÓDIGO DE ÉTICA
Legalidade
Finalidade
Importante!
A vida privada do servidor importa na qualidade
do seu exercício profissional.
Art. 3º [...]
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O
servi- dor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda
que contrária aos interesses da própria pessoa
interes- sada ou da Administração Pública.
Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se
sobre o poder cor- ruptivo do hábito do erro, da
opressão ou da men- tira, que sempre aniquilam
até mesmo a dignidade humana quanto mais a
de uma Nação.
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: Novamente, o servidor é impelido a demonstrar
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, rendimento e presença no local de trabalho. O
função ou emprego público de que seja titular; exercí- cio desses valores termina por beneficiar o
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfei-
rendimen- to e o ambiente de trabalho e sua ordem.
ção e rendimento, pondo fim ou procurando prio-
ritariamente resolver situações procrastinatórias,
principalmente diante de filas ou de qualquer outra m) comunicar imediatamente a seus superiores
espécie de atraso na prestação dos serviços pelo todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse
setor em que exerça suas atribuições, com o fim de público, exigindo as providências cabíveis;
evitar dano moral ao usuário; n) manter limpo e em perfeita ordem o local de
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando tra- balho, seguindo os métodos mais adequados à
toda a integridade do seu caráter, escolhendo sua organização e distribuição;
sempre, quando estiver diante de duas opções, a o) participar dos movimentos e estudos que se
melhor e a mais vantajosa para o bem comum; rela- cionem com a melhoria do exercício de suas
fun- ções, tendo por escopo a realização do bem
comum;
SERVIDOR p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
quadas ao exercício da função;
q) manter-se atualizado com as instruções, as
nor- mas de serviço e a legislação pertinentes ao
Probo Justo Reto Leal órgão onde exerce suas funções;
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e
as instruções superiores, as tarefas de seu cargo
d) jamais retardar qualquer prestação de con- ou função, tanto quanto possível, com critério,
tas, condição essencial da gestão dos bens, seguran- ça e rapidez, mantendo tudo sempre em
direitos e serviços da coletividade a seu cargo; boa ordem.
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços
aperfeiçoando o processo de comunicação e por quem de direito;
conta- to com o público; t) exercer com estrita moderação as
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas,
princípios éticos que se materializam na abstendo-se de fazê-lo contrariamente aos
adequada prestação dos serviços públicos; legítimos interesses dos usuários do serviço
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e público e dos jurisdicionados administrativos;
atenção, respeitando a capacidade e as limitações u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua
individuais de todos os usuários do serviço fun- ção, poder ou autoridade com finalidade
público, sem qualquer espécie de preconceito ou estranha ao interesse público, mesmo que
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, observando as for- malidades legais e não
religião, cunho político e posição social, abstendo- cometendo qualquer viola- ção expressa à lei;
se, dessa forma, de causar-lhes dano moral; v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
h) ter respeito à hierarquia, porém sem classe sobre a existência deste Código de Ética, esti-
nenhum temor de representar contra qual- mulando o seu integral cumprimento.
quer comprometimento indevido da
estrutura em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores
Dica
hierár- quicos, de contratantes, interessados e Os deveres do servidor são sempre verbos e,
outros que visem obter quaisquer favores,
obviamente, indicam ações positivas, tendentes
benesses ou vanta- gens indevidas em decorrência
de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá- a realizar o trabalho com rendimento e qualidade.
las;
Das Vedações ao Servidor Público
Podemos separar algumas expressões-chave do
que vimos até agora, as quais, se você memorizar, XV - E vedado ao servidor público;
serão um grande diferencial para seu estudo. São
ÉTICA NO SERVIÇO
13
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, 14
conivente com erro ou infração a este Código de Éti-
ca ou ao Código de Ética de sua profissão;
EXERCÍCIOS
COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Bruno, servidor
contrata- do temporariamente para prestar serviços a
determina- do órgão público federal, praticou
conduta vedada aos servidores públicos pelo
Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal. A partir dessa
A Comissão de Ética não ostenta competência pelo Decreto de 26 de maio de 1999;
para a aplicação das penalidades de advertência e As Comissões de Ética de que trata o Decreto nº
sus- pensão e, sim, tão somente detém atribuição 1.171, de 22 de junho de 1994;
legal para impor a pena de censura, conforme
consta da regra de nº XXII, do Decreto 1.171, de
1994: “A pena aplicável ao servidor público pela
Comissão de Éti- ca é a de censura e sua
fundamentação constará do respectivo parecer,
assinado por todos os seus inte- grantes, com
ciência do faltoso”. Resposta: Errado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
15 Importante!
A NO SERVIÇO
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Bruno, servidor
contrata- do temporariamente para prestar serviços a
determina- do órgão público federal, praticou
conduta vedada aos servidores públicos pelo
Código de Ética Profissional do Servidor Público
Civil do Poder Executivo Federal. A partir dessa
situação hipotética, julgue o item a seguir à luz
do disposto nos Decretos nº 1.171/1994 e nº
6.029/2007.
Mesmo prestando serviço de natureza temporária,
Bruno está sujeito às disposições contidas no
Decreto nº 1.171/1994.
( ) CERTO ( ) ERRADO
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE-CEBRASPE – 2021) A respeito da ética no
serviço público, da administração pública federal bem
como dos servidores públicos federais e seus direitos
e deveres, julgue o item que se seguem.
De acordo com o Código de Ética Profissional do Servi-
dor Público Civil do Poder Executivo Federal,
ausência de servidor do seu local de trabalho é fator
de desmo- ralização do serviço público, já que pode
acarretar desordem nas relações humanas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
ÉTI
14. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com base no Código de O investigado poderá ter vista dos autos, com direito
Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder a cópia se assim o desejar, mesmo antes da notifica-
Executivo Federal, julgue o item a seguir. ção da existência de procedimento investigatório em
É proibido ao servidor público utilizar de notícia comissão de ética.
obtida em razão do exercício de suas funções em
proveito próprio ou de terceiros. ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO
15. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Com relação aos princí- pios
e aos valores éticos e morais no serviço público, 1 ERRADO
julgue o seguinte item. 2 ERRADO
O servidor público poderá abrir mão do elemento ético
de sua conduta quando, no exercício de sua função, 3 CERTO
determinada situação exigir rapidez e celeridade.
4 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
5 ERRADO
11 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
12 CERTO
17. (CESPE-CEBRASPE – 2018) No que se refere à ética no
serviço público, julgue o item seguinte, à luz do dis- 13 ERRADO
posto no Decreto n.º 1.171/1994 (Código de Ética Pro- 14 CERTO
fissional do Serviço Público).
Não descumpre o dever de respeito à hierarquia o ser-
vidor que denunciar pressões de superiores hierárqui- 15 ERRADO
cos que visem obter vantagens indevidas.
16 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
17 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO
ANOTAÇÕES
regimes para os agentes estatais: o regime estatutário ou
de cargos públicos, e o regime celetista ou de empregos
públicos.
REGIME JURÍDICO
ÚNICO
AGENTES PÚBLICOS
Espécies e Classificação
Agentes Militares
Servidores Públicos
Salário-mínimo;
Remuneração de trabalho noturno
superior ao diurno;
Repouso semanal remunerado;
Férias trabalhadas;
Licença à gestante.
Empregado Público
Das Vantagens
Indenizações
Gratificações e Adicionais
Art. 61 [...]
I - retribuição pelo exercício de função de direção,
chefia e
assessoramento; II
- gratificação
natalina; III –
revogado;
IV - adicional pelo exercício de atividades
insalu- bres, perigosas ou penosas;
V- adicional pela prestação de serviço
extraordinário; VI - adicional noturno;
VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza
do trabalho;
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
As licenças são uma espécie de afastamento com algumas características próprias. Ou seja, os casos de licença
ocorrem, via de regra, por interesse e a pedido do particular. Estão dispostas nos arts. 81 e seguintes, da Lei dos
Servidores Públicos Federais. De acordo com o art. 81, conceder-se-á licença ao servidor:
Art. 81 [...]
I - por motivo de doença em pessoa da família;
Essa licença somente poderá ser concedida se for indispensável assistência direta do servidor, de forma que
não possa ser prestada simultaneamente com o exercício das funções públicas, pelo que dispõe o § 1º, do art.
83, da Lei nº 8.112, de 1990.
Trata-se de licença que poderá ser deferida ao servidor para acompanhar cônjuge que foi deslocado para
outro ponto do território nacional, para o exterior ou para exercer mandato eletivo dos poderes executivo e
legis- lativo. Nesse caso, a licença será por prazo indeterminado e sem remuneração, nos temos do caput e §
1º, do art. 84, da nº Lei 8.112, de 1990.
Segundo o art. 86, da Lei 8.112, de 1990, o servidor terá direito à licença, sem remuneração, durante o
período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, e a partir do registro da candidatura e até o décimo
dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente
pelo período de três meses (§ 2º, do mesmo artigo).
Vejamos a seguinte tabela:
LICENÇA SEM REMUNERAÇÃO (ART. 86) LICENÇA COM REMUNERAÇÃO (ART. 86)
Durante o período entre a escolha de sua conven- A partir do registro da candidatura até o décimo dia seguinte ao
ção partidária da eleição: recebimento por até 3 meses de remuneração
Se o servidor for candidato a cargo eletivo na localidade em que
exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou
À véspera do registro de sua candidatura fiscalização, o servidor será obrigatoriamente afastado a partir
perante a Justiça Eleitoral do dia imediato ao do registro de sua candidatura, até o décimo
dia seguinte ao do pleito, o servidor tem direito à remuneração
desde a sua indicação em convenção partidária
V - para capacitação;
Após cada quinquênio do efetivo exercício público, sendo do interesse da Administração, o servidor poderá
se afastar do cargo com a efetiva remuneração, por até três meses, para fazer curso de capacitação profissional
(art. 87, da Lei nº 8.112, de 1990).
A critério da Administração Pública, poderá ser concedida somente ao servidor público que ocupe cargo
efe- tivo (desde que não esteja em estágio probatório), licença para cuidar de interesse particulares por até três
anos consecutivos, sem o recebimento de remuneração (art. 91, da Lei nº 8.112, de 1990).
Nessa situação será concedida licença sem remuneração ao servidor que for desempenhar mandato em con-
federação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo de categoria ou
entidade fiscalizadora de profissão (art.92, da Lei nº 8.112, de 1990).
Apesar de haver previsão para concessão de licença por prêmio em virtude de assiduidade, tal hipótese aca-
bou sendo revogada pela Lei nº 9.527, de 1997.
As licenças, como se depreende, são hipóteses de desligamento temporário do servidor com o seu
respectivo cargo, havendo uma expectativa para o seu retorno. As licenças poderão ser concedidas com ou sem
remunera- ção, a depender de cada situação.
22
A licença que for concedida no prazo de 60 finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
(sessen- ta) dias do término de outra licença da período, será permitida nova ausência.
mesma espécie será considerada como prorrogação.
Vejamos o art. 82:
Dos Afastamentos
LICENÇA AFASTAMENTO
Finalidade é de interesse Finalidade é de interesse
exclusivo do agente público do agente e da Adminis-
tração Pública
Ex.: doença do cônjuge/ Ex.: realização de espe-
membro da família; para cialização; realização de
exercer atividade política; missão no exterior; para
para tratar de interesses servir a outro órgão/
particulares entidade
Possui prazos mais curtos Possui prazos mais lon-
(dias, semanas) gos (meses, anos)
Provimento
Investidura na Função
Provimento
Art. 25 [...]
II - [...]
a) tenha solicitado a reversão;
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade;
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago
Remoção
Art. 36 [...]
Parágrafo único. [...]
I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração;
III - a pedido, para outra localidade, independente-
mente do interesse da Administração:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, tam-
bém servidor público civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, que foi deslocado no inte-
resse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
panheiro ou dependente que viva às suas
expensas e conste do seu assentamento funcional,
condicio- nada à comprovação por junta médica
oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na
hipótese em que o número de interessados for
Redistribuição e Substituição
Art. 37 [...]
I - interesse da administração;
II - equivalência de vencimentos;
III - manutenção da essência das atribuições
do cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade
e complexidade das atividades;
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação profissional;
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e
as finalidades institucionais do órgão ou entidade.
REGIME DISCIPLINAR
Deveres
Das Proibições
Cassação de Aposentadoria ou da
Disponibi- lidade: o servidor inativo que
houver praticado falta punível com a demissão
terá a sua aposenta- doria, ou sua
disponibilidade cassada;
Destituição de Cargo em Comissão ou
Função Comissionada: caso o servidor
ocupante de car- go não efetivo cometa uma das
faltas passíveis da pena de suspensão e
demissão, poderá perder o seu cargo de
confiança ou função comissionada.
Do Processo Disciplinar
Do Julgamento
requerida a revisão
do procedimento administrativo, a pedido ou de ofí-
cio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstân-
cias suscetíveis de justificar a inocência do punido
ou a inadequação da penalidade aplicada (art. 174).
A revisão é uma defesa utilizada pelo acusado
ou seu representante, para que a autoridade possa
reali- zar um novo julgamento do PAD, porque
apareceu um fato ou circunstância nova que
comprovem a inocên- cia do requerente.
A revisão de que trata este artigo poderá ser
requeri- da em caso de falecimento, ausência ou
desaparecimen- to do servidor público, por qualquer
pessoa da família, ou ainda em caso de
incapacidade mental do servidor público, pelo
respectivo curador (§§ 1º e 2º, art. 174).
No processo revisional, o ônus da prova recai
sem- pre ao requerente, correndo em apenso ao
processo original (arts. 175 e 178).
Lembrando que, se da revisão do processo resultar a inocência do servidor, ele tem direito de ser reintegrado ao
cargo que antigamente ocupava, exceto em relação ao cargo em comissão, que será convertido em exoneração.
A revisão do processo não admite a reformatio in pejus, o que significa que não poderá resultar agravamento
da penalidade já aplicada (parágrafo único, do art. 182).
Regra: 10 dias
Julgamento: 20 dias
EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2010) Julgue o item, a respeito dos agentes públicos.
Na remoção de ofício, é o próprio interesse público que exige a movimentação do servidor, dentro do mesmo quadro
a que pertence, para outra localidade ou não.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Na remoção de ofício, caso seja necessária a mudança de sede do servidor, este fará jus à ajuda de cus-
to (com um máximo de até três remunerações, conforme regulamento), para compensar despesas ocorridas.
Na remoção de ofício, fica garantido o direito do servidor e de seu cônjuge, filhos, enteados ou menor sob sua
guarda, de se matricular em instituições de ensino congênere, em qualquer época, independente de vaga ou de
época. Resposta: Certo.
( ) CERTO ( ) ERRADO 31
Conforme o art. 87, após cada quinquênio de efetivo
RELAÇÕES INDIVÍDUO/ORGANIZAÇÃO
exercício, o servidor poderá, no interesse da Admi-
nistração, afastar-se do exercício do cargo efetivo,
com a respectiva remuneração, por até três meses, As pessoas passam a maior parte de suas vidas no
para participar de curso de capacitação profissio- trabalho. Por essa razão, é importante que as
nal. Resposta: Errado. relações entre indivíduo e organização não sejam
fonte de estresse, tensão ou doença.
Pensando em uma união “perfeita”, indivíduos e
organizações teriam os mesmos objetivos e valores.
Por exemplo, a empresa Magazine Luiza possui a
missão de “ser uma empresa competitiva, inovado-
ra e ousada que visa sempre o bem-estar comum”.
A Constituição Federal prevê que é dever do Seus valores incluem: respeito, desenvolvimento e
Esta- do “assegurar os direito sociais e individuais, a reconhecimento; ética; simplicidade e liberdade de
liber- dade, a segurança, o bem-estar, a igualdade e a expressão; inovação e ousadia. Provavelmente, nos
justiça como valores supremos de uma sociedade processos de recrutamento e seleção, a empresa bus-
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na ca por profissionais que tenham, ainda que não
harmonia social e comprometida, na ordem
todas, algumas dessas características. Isso porque a
internacional, com a solução pacífica das
gestão dos recursos humanos pode se tornar uma
controvérsias.
Para dar cumprimento ao mandamento consti- tarefa menos árdua quando as pessoas caminham em
tucional, o Estado atua por meio da administração dire- ção aos mesmos objetivos da organização.
pública, cujos serviços são executados pelos servi- Uma teoria administrativa que abrange esse
dores públicos que tem por missão servir o interes- aspec- to da relação entre indivíduo e organização é
se coletivo e, consequentemente, ser um agente de a Teoria Estruturalista. De acordo com Chiavenato
desenvolvimento social. (2004), essa teoria ganha destaque a partir da década
Veja que todos os projetos idealizados, visando de 1950 e surge da necessidade de perceber que a
ao bem-estar coletivo, têm seus serviços executados e organiza- ção é um sistema complexo com interação
fis- calizados pelos servidores que representam a
de grupos sociais. Esses grupos podem possuir
atuação do Estado propriamente. Desta maneira, é
indispensá- vel que a administração pública esteja objetivos simila- res ou distintos dos objetivos da
sempre apoia- da por servidores competentes e que organização.
eles também sejam respeitados pela sociedade. Nessa teoria, o indivíduo não é considerado
Algumas ferramentas para a melhoria do serviços homem econômico (abordagem clássica), nem homem
públicos são1: social (teo- ria das relações humanas), mas sim um
homem organi- zacional, que desempenha diferentes
Gestão estratégica de pessoas (servidores) no papéis em várias organizações (na empresa, na
âmbito público; família, nos grupos sociais, na instituição religiosa que
Definição de critérios para recrutamento de pes-
participa, entre outros).
soal, tendo como base as competências
necessárias ao cargo; Chiavenato (2004) discorre que para obter suces-
Avaliação do desempenho, que permita, além da so, isto é, para ter um bom desempenho nas organi-
vinculação à progressão do funcionário, a zações, o homem organizacional deve ter algumas
identifi- cação de necessidades de capacitação; características de personalidade: flexibilidade, tole-
Estabelecimento de estratégia de rância às frustrações, capacidade de adiar recompen-
desenvolvimento profissional, a fim de aprimorar sas e permanente desejo de realização.
o quadro de pes- soal das repartições públicas. As características de personalidade do homem
organizacional indicadas por Chiavenato (2004) são
assim definidas:
Motivação e Desempenho
REGIME JURÍDICO
Maslow.
Autorrealização
De acordo com Maslow, o ser humano tem a Crescimento, autocontrole
carac- terística de sempre desejar algo. Por isso,
à medida que satisfaz uma necessidade, outra
passa a ser priorida- de. Uma observação
Autoestima
importante é que uma necessida- de de nível Respeito dos autores, confiança,
Social
mais alto só surge quando as necessidades dos conquista
Família, amizade, amor
níveis inferiores são atingidas. Portanto, um
indi- víduo não possui necessidade de Segurança
autorrealização se Emprego, saúde, propriedade
POLÍTICAS DE INCLUSÃO
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Com relação a
compor- tamento humano no âmbito
profissional, julgue o item seguinte.
Nas organizações, para controlar o
IME JURÍDICO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
8. (CESPE-CEBRASPE — 2015) Acerca de ato administrati-
6. (CESPE-CEBRASPE — 2016) Cláudio, servidor vo e agentes públicos, julgue o item subsecutivo.
público federal lotado na capital federal, pediu Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido, no
remoção para o estado de São Paulo. O pedido foi âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de
deferido pelo órgão ao qual ele pertence. sede.
Imediatamente, Cíntia, sua espo- sa, também
servidora pública federal lotada em Bra- sília, ( ) CERTO ( ) ERRADO
solicitou remoção para acompanhar o cônjuge. O
pedido de Cíntia foi negado. Quinze dias depois da
data de ciência da decisão, Cíntia apresentou
recurso, que não foi conhecido, por ter sido
apresentado fora do prazo. Diante disso, Cíntia, sem
prévia autorização do chefe imediato, se ausentou
do serviço durante o expediente para auxiliar na
mudança de Cláudio. Considerando essa situação
hipotética, julgue o item que se seguem com
fundamento na Lei n.º 8.112/1990
— Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da
União — e na Lei n.º 9.784/1999, que dispõe
sobre o processo administrativo na administração
pública federal.
A administração pública agiu corretamente ao indeferir
o pedido de remoção para acompanhar o cônjuge
for- mulado por Cíntia, uma vez que Cláudio foi
removido no seu interesse, e não no interesse da
administração.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
E JURÍDICO
GABARITO
1 CERTO
RE
6 CERTO
7 ERRADO
8 ERRADO
9 CERTO
10 CERTO
11 ERRADO
12 CERTO
13 ERRADO
14 ERRADO
15 ERRADO
16 CERTO
17 CERTO
18 ERRADO
19 ERRADO
20 CERTO
ANOTAÇÕES
38
obrigações, nos termos desta Constituição;
NOÇÕES DE DIREITO
CONSTITUCIONAL
Art. 5º [...]
I - homens e mulheres são iguais em direitos e
submetidas ao império da lei, de modo que somente
O inciso I decorre do direito à igualdade. a lei pode obrigar alguém a fazer ou deixar de
Trata-se da igualdade entre homens e fazer algo. Assim sendo, somente a lei pode limitar a
mulheres. Inicialmen- te, há de se esclarecer vontade do indivíduo e obrigá-lo a fazer ou não fazer
algo, como, por exemplo, o uso obrigatório de
que os direitos das mulheres são relativamente
máscaras faciais de proteção.
recentes, de modo que grande parte da
legislação anterior à CF, de 1988, estabelecia III - ninguém será submetido a tortura nem a
situações diferenciadas entre homens e tra- tamento desumano ou degradante;
mulheres, como, por exemplo, a necessidade
de autorização marital para que a esposa O inciso III decorre do direito à vida, por
ocupasse cargo público ou exercesse a decorrer da violação à integridade humana, tanto
profissão fora do lar e o fato de o marido ser física como psicológica. Torturar1 é causar ao
tido como o chefe da sociedade conjugal, indivíduo sofrimen- to físico ou mental como forma
competindo a ele, entre outros deveres, a de intimidação ou cas- tigo. É, também, utilizar-se de
administração dos bens do casal. métodos como forma de anular a personalidade ou
Assim sendo, esse inciso foi direcionado diminuir a capacidade física ou mental, mesmo que
tanto ao legislador, para que corrigisse tais sem dor. Assim, a CF/88 veda tanto a tortura como
desigualdades legais, como aos operadores do qualquer tipo de tratamen- to desumano ou
direito, para que não fossem mais estabelecidos degradante.
critérios discriminatórios.
Atenção! Existem dois tipos de igualdade: a IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo
for- mal e a material. A igualdade formal vedado o anonimato;
consiste em tra- tar a todos de maneira igual,
independentemente de qualquer condição. Já a Todas as pessoas possuem direitos atinentes à
igualdade material busca a igualdade de fato, liberdade de foro íntimo, ou seja, de ter convicções
para que todos tenham os mesmos direitos e religiosas, filosóficas, políticas, entre outras,
NOÇÕES DE DIREITO
obrigações. Trata-se, portanto, da igualdade possuin- do, portanto, o direito de pensar. Além
efetiva, real, concreta ou situada. Assim, a disso, possuem direito de expressar livremente
igualdade material nada mais é que tratar esses pensamentos. Assim, o direito à expressão do
igualmente os iguais, com os mesmos direitos pensamento, que decor- re do direito à liberdade, está
e obrigações, e desigualmen- te os desiguais, disciplinado no inciso IV. O pensamento em si é
na medida de sua desigualdade. absolutamente livre, por ser uma questão de foro
íntimo. O indivíduo pode pen- sar em que quiser,
II - ninguém será obrigado a fazer ou sem que o Estado possa interferir. No entanto,
deixar de fazer alguma coisa senão em quando este pensamento é exteriorizado,
virtude de lei;
passa a ser possível a tutela e proteção do Estado.
Cumpre mencionar que é da liberdade de
O inciso II decorre do direito à segurança.
Trata-se, portanto, da segurança em matéria expressão que decorrem a proibição de censura e a
pessoal ampara- da pelo princípio da vedação do anonimato, por exemplo. Portanto, ao
mesmo tempo
legalidade. Em síntese, todas as pessoas estão
1 Conceito em conformidade com o art. 2º da Convenção Interamericana, que visa prevenir e punir a tortura. 39
que a Constituição assegura a liberdade de manifes-
seu alistamento militar. No entanto, a CF/88 estabelece
tação de pensamento, ela obriga que as pessoas assu-
que, mesmo que dispensada da prática dessa
mam a responsabilidade do que exteriorizam.
atividade, ela terá que cumprir serviço alternativo.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcio-
IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
nal ao agravo, além da indenização por dano mate-
artística, científica e de comunicação, indepen-
rial, moral ou à imagem;
dentemente de censura ou licença;
Importante!
O inciso V prevê a indenização por dano material, moral ou à imagem. De acordo com a Súmula nº 37, do Superior Tribunal de Ju
40 2 Súmula nº 37 (STJ) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habita- XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofí- cio
ção coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do ou profissão, atendidas as qualificações profis- sionais
n.º II do parágrafo anterior; que a lei estabelecer;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Art. 5º [...]
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último
caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;
NOÇÕES DE DIREITO
Observa-se, no entanto, que a liberdade de
locomoção é restrita a tempo de paz, ou seja,
no caso de decretação de guerra, passa a viger a
lei marcial, de modo que o ir e vir dos indiví-
duos pode sofrer limitações.
A garantia constitucional que objetiva
assegurar o direito de locomoção é o habeas
corpus, que será tra- tado adiante.
3 Em conformidade com o art. 6º, do Decreto-Lei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro). Veja: “A Lei em vigor terá
efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consu- mado
segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ale, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º
44 Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso”.
Coisa Julgada: é a autoridade dada às decisões Os princípios da anterioridade e da reserva da lei
do Poder Judiciário quando a estas não couber penal (nullum crimen, nulla poena, sine lege) encontram-
mais recursos, de modo a impedir a modificação se disciplinados no inciso XXXIX. Em
ou dis- cussão da decisão de mérito. Exemplo: uma
ação de paternidade foi julgada procedente após o
supos- to pai ter se recusado a realizar o exame
de DNA. Assim, não é possível que, tempos
depois, o suposto pai resolva fazer o exame para
se eximir da paterni- dade, pois a decisão não
pode ser mais modificada.
Importante!
A coisa julgada divide-se em coisa julgada mate- rial – quando impede a discussão em qualquer processo – e coisa julgada form
Art. 5º [...]
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de
exceção;
Art. 5º [...]
XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defi-
na, nem pena sem prévia cominação legal;
síntese, pelo princípio da reserva legal, não há Tortura
crime sem lei que o defina, nem pena sem Tráfico
cominação legal. Já pelo princípio da Terrorismo
anterioridade, a lei que estabelece o crime e a Hediondos
pena deve ser anterior a sua prática.
A graça e o indulto são modalidades de perdão
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para bene- concedidos pelo Presidente da República, de modo a
ficiar o réu; extinguir a punibilidade do agente. Enquanto, na
gra- ça, o perdão é concedido de forma individual
O princípio da irretroatividade da lei penal por meio
mais gravosa está disciplinado no inciso XL. Em
de decreto e mediante provocação do interessado, no 45
termos de direito penal, a regra é a lei do tempo
do crime, ou seja, será aplicada a lei do tempo da
ação ou omissão. É pos- sível, no entanto, aplicar
lei posterior caso esta seja mais benéfica ao réu.
Exemplo: nova lei deixa de consi- derar o fato
como crime ou diminui a sua pena.
A retroatividade da lei penal mais benéfica é
abso- luta, isto é, ela desconstituirá, inclusive,
condenações já transitadas em julgado.
Exemplo: sujeito que cum- pre pena por um
crime que lei posterior deixou de considerar
respectivo ato como crime (caso de abolitio
criminis) será colocado em liberdade.
6 Art. 3º (Lei nº 12.037,de 2009) Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando: I – o docu- mento
apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o
indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às
investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade
policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de
conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos
caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de
investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
7 Art. 302 (CPP) Considera-se em flagrante delito quem: I -está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após,
pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com
48 instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
A CF, de 1988, não fixa o prazo da comunicação, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a
porém o art. 306, do Código de Processo Penal, estabe- do responsável pelo inadimplemento voluntário e
lece que a comunicação será imediata e os autos reme- inescusável de obrigação alimentícia e a do
tidos em até 24 (vinte e quatro) horas após a depositário infiel;
prisão.
Além da comunicação ao juiz, a CF, de 1988, prevê
a comunicação à família do preso ou pessoa por ele
indicada, com o escopo não só de dar notícia de seu
paradeiro, como também de prestar-lhe a assistência
devida.
Art. 5º [...]
LXVIII - conceder-se-á habeas-corpus
sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de loco- moção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
Perda de patente;
Perda de cargo;
Pena de multa;
Bens apreendidos (Obs.: no caso do
passaporte, o STJ diz que caberá o HC. Já o
No entanto, é cabível o HC se a sanção militar tiver
Trata-se de inovação da CF, de 1988, para a tutela
sido aplicada de forma ilegal por autoridade
de direitos coletivos líquidos e certos, também não
incompe- tente ou em desacordo com as
ampara- dos por HC ou habeas data, quando o
formalidades legais ou além dos limites fixados em
lei. responsável pela ilegalidade for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
Art. 5º [...] do Poder Público.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para O MS coletivo segue as mesmas regras do
proteger direito líquido e certo, não amparado individual. Para partidos políticos, exige-se
por habeas-corpus ou habeas-data, quando o representação no Congresso Nacional (pelo menos,
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for um deputado ou senador do partido). Para
autoridade pública ou agente de pessoa associação, exige-se que ela
jurídi- ca no exercício de atribuições do Poder tenha sido constituída há, pelo menos, um ano.
Público;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sem-
pre que a falta de norma regulamentadora tor-
O inciso LXIX traz outro remédio constitucional: o
ne inviável o exercício dos direitos e liberdades
mandado de segurança (MS). Se o HC tutela a
constitucionais e das prerrogativas inerentes à
liber- dade de locomoção e o habeas data, o acesso e
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
a retifi- cação de dados, o MS é cabível para os demais
direitos, sendo que seu objetivo e alcance é feito por O inciso LXXI traz o mandado de injunção
exclusão. Cabe destacar que a lei que disciplina o
(MI), ação constitucional para a tutela dos direitos
MS é a Lei nº 12.016, de 2009.
previs- tos na CF, de 1988, inerentes à
O MS é cabível quando houver direito líquido e
nacionalidade, à sobe- rania e à cidadania, os quais
certo, ou seja, direito que pode ser comprovado de
plano e que se apresenta de forma manifesta. Deste não podem ser exercidos em razão da falta de norma
modo, a prova deve ser toda pré-constituída, sendo regulamentadora. Portan- to, são pressupostos para o
que os documentos comprobatórios do direito devem MI:
acompanhar a própria petição inicial, salvo se estes
Existência de um direito constitucionalmente pre-
estiverem em repartição ou em poder de autoridade
visto com relação à nacionalidade, soberania e
que se recuse a fornecê-los por certidão. Consequen-
temente, no MS, não há fase instrutória. cidadania;
O MS pode ser de duas espécies: A não autoaplicabilidade desse direito;
Falta de norma infraconstitucional regulamenta-
Mandado de segurança repressivo, cuja ordem dora que inviabilize o exercício do direito
de segurança objetiva cessar constrangimento ile- previsto na CF/88.
vinte) dias, contados da ciência do interessado do ato rentes de origem comum e de atividade ou situação
impugnado. específica da totalidade ou de parte dos associados ou
50 membros do impetrante.
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser
impetrado por:
a) partido político com representação no Con-
gresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funciona-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos inte-
resses de seus membros ou associados;
Importante!
A má-fé deve ser sempre provada, enquanto a boa-fé é sempre presumida.
§ 3º Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, por três quintos
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 5º [...]
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal
Penal Internacional a cuja criação tenha mani-
festado adesão.
DIREITOS SOCIAIS
Importante!
Ainda não foi elaborada lei complementar disci- plinando o assunto.
II - seguro-desemprego, em caso de trabalhadores pertencentes à mesma categoria pro-
desemprego fissional, como, por exemplo, professores, metalúrgi- cos,
involuntário; farmacêuticos, entre outros. O piso deve levar em
consideração a extensão e a complexidade do trabalho e
O inciso II trata do seguro-desemprego, que
não pode ser fixado em múltiplos do salário mínimo.
tem como finalidade assegurar assistência
financeira, de modo temporário, ao trabalhador que
foi dispensado involuntariamente, ou seja, sem justa
causa.
Art. 7º [...]
V - piso salarial proporcional à extensão e à com-
plexidade do trabalho;
Art. 8º [...]
O inciso V é um desdobramento do direito à liber- desenvolvidas e tem como causa o interesse dos
dade de associação, previsto no art. 5º, da CF, de 1988. trabalhadores.
NACIONALIDADE
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionali-
dade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência
por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem
con- denação penal, desde que requeiram a
nacionali- dade brasileira.
BAn
deira
HIn
o
Arm
as
Selo nacional
NOÇÕES DE DIREITO
Art. 61 [...]
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto
de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por
cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles.
Inelegibilidades
Art. 14 [...]
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de
inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim
de proteger a probidade administrativa, a morali-
dade para exercício de mandato considerada vida
pregressa do candidato, e a normalidade e legitimi-
dade das eleições contra a infiuência do poder eco-
nômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou
emprego na administração direta ou indireta.
Em regra:
Art. 14 [...]
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os
analfabetos.
Art. 14 [...]
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do
titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou
afins, até o segundo grau ou por adoção, do Pre-
sidente da República, de Governador de Estado ou
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de
quem os haja substituído dentro dos seis meses
anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição.
Art. 14 [...]
§ 5º O Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver
sucedido, ou substituído no curso dos man-
datos poderão ser reeleitos para um único
período subsequente.
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente
da República, os Governadores de Estado e do
Distri- to Federal e os Prefeitos devem
renunciar aos respec- tivos mandatos até seis
meses antes do pleito.
Art. 14 [...]
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço,
deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será
agre- gado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da
diplomação, para a inatividade.
Art. 14 [...]
§ 10 O mandato eletivo poderá ser
impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo
de quinze dias conta- dos da diplomação,
instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude;
§ 11 A ação de impugnação de mandato
tramitará em segredo de justiça,
respondendo o autor, na for- ma da lei, se
temerária ou de manifesta má-fé.
EXERCÍCIOS
COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE — 2016) A respeito dos direitos
fundamentais, julgue o item a seguir.
O direito à vida desdobra-se na obrigação do Estado
de garantir à pessoa o direito de continuar viva e de
proporcionar-lhe condições de vida digna.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
DISPOSIÇÕES GERAIS
Legalidade;
Impessoalidade;
Moralidade;
Publicidade;
Eficiência.
Art. 37 [...]
I - os cargos, empregos e funções públicas são
acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei;
Art. 37 [...]
II - a investidura em cargo ou emprego públi-
co depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo
O inciso II estabelece a necessidade de prazo de validade não expirado ainda não foram
procedi- mento administrativo destinado à convocados. Assim, estabe- lece a prioridade de
seleção das pessoas que irão ocupar empregos convocação destes em face dos novos aprovados.
públicos ou cargos públicos de provimento Segundo entendimento do STF, para gozar da prio-
efetivo ou vitalício. Trata-se, portanto, de uma ridade na nomeação, não basta ao candidato a
forma de escolha para atender aos princípios da mera aprovação, sendo necessário que ele tenha sido
igualdade e da moralidade administrativa, classi-
evitan- do-se, com isso, que o ingresso no serviço ficado dentro do número de vagas disponibilizadas no 63
público se dê por critérios de favorecimento
pessoal ou nepotismo.
Os concursos públicos devem ser abertos a
todos os interessados. Portanto, não se admite
que a seleção ocorra de forma interna
(concursos internos).
Cabe consignar que os concursos públicos
podem ser de provas ou de provas e títulos.
Deste modo, não se admite concurso apenas de
títulos nem admis- são sem concurso público.
Observa-se, no entanto, que existem exceções à
regra relativa aos concur- sos públicos para
os seguintes casos:
Art. 37 [...]
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e
empregos públicos para as pessoas portado-
ras de deficiência e definirá os critérios de sua
admissão;
Desembargadores do Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cinco centési- mos por cento do subsídio
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros
do Ministério Público, aos Procura-
dores e aos Defensores Públicos;
Art. 37 [...]
XIII - é vedada a vinculação ou equiparação
de quaisquer espécies remuneratórias para o
efeito de remuneração de pessoal do serviço
público;
Art. 37 [...]
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por
servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos
ulteriores;
Em síntese: Importante!
Cargos burocráticos não são considerados como técnicos. Para ser
Regra: Não acumulação de cargos públicos
remunerados;
Exceção: Acumulação de cargos públicos remune- condições a todos os concorrentes, com cláusulas
rados, quando há compatibilidade de horários e que esta- beleçam obrigações de pagamento, mantidas
nas seguintes hipóteses: as
Importante!
A proibição aplica-se aos servidores públicos efetivos e aos militares, tanto das Forças Arma- das como das Polícias Militares e
Art. 37 [...]
§ 11 Não serão computadas, para efeito dos
limi- tes remuneratórios de que trata o inciso XI
do caput deste artigo, as parcelas de caráter
inde- nizatório previstas em lei.
Art. 37 [...]
§ 12 Para os fins do disposto no inciso XI do caput
deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distri- to Federal fixar, em seu âmbito, mediante
emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal
dos Desembarga- dores do respectivo Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos
Ministros do Supre- mo Tribunal Federal, não se
aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e
Distritais e dos Vereadores.
Art. 37 [...]
§ 14 A aposentadoria concedida com a
utiliza- ção de tempo de contribuição
decorrente de cargo, emprego ou função
pública, inclusive do Regime Geral de
Previdência Social, acarretará o
rompimento do vínculo que gerou o
referido tempo de contribuição.
Art. 37 [...]
§ 15 É vedada a complementação de
aposenta- dorias de servidores públicos
e de pensões por morte a seus dependentes
que não seja decorrente do disposto nos §§ 14
a 16 do art. 40 ou que não seja prevista em
lei que extinga regime próprio de previdência
social.
Art. 37 [...]
§ 16 Os órgãos e entidades da administração
Art. 38 Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será conta-
do para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente
federativo de origem.
O art. 38 estabelece regras relativas ao servidor público da Administração direta, autárquica e fundacional
que passar a desempenhar cargo eletivo, ou seja, for eleito para o Poder Executivo ou Legislativo.
SERVIDOR PÚBLICO
Eleito para cargo federal, estadual ou distrital Eleito para os Cargos
Prefeito Vereador
Com compatibilidade de horário:
Afastamento do cargo público e remuneração Afastamento do cargo e opção não se afasta do cargo, podendo
do cargo eletivo. entre a remuneração eletiva ou receber as duas remunerações;
do cargo. Sem compatibilidade de horário: apli-
ca-se a mesma regra do prefeito
Para que a Administração Pública possa desempenhar suas atividades, ela necessita de pessoas que exerçam
as atribuições dos órgãos públicos, ou seja, de agentes públicos. A expressão agente público é utilizada como
gênero, designando toda e qualquer pessoa que exerça uma função pública, quer de forma remunerada
ou gratuita, quer de natureza política ou administrativa, quer com investidura definitiva ou transitória.
Os agentes públicos dividem-se em quatro categorias, quais sejam:
Agente políticos
Servidores públicos
AGENTES PÚBLICOS
Particulares em colaboração
Militares
Os agentes políticos são aqueles que exercem as típicas atividades de governo, ou seja, são responsáveis por
fixar as metas e diretrizes políticas do Estado, tais como os chefes do Poder Executivo (Presidente, Governador
e Prefeito e seus vices) e seus auxiliares diretos (Ministros e Secretários) e os membros do Poder Legislativo
(Sena- dores, Deputados Federais, Deputados Estaduais e Vereadores).
Os particulares em colaboração com o Poder Público são aqueles que prestam serviços ao Estado, porém
sem vínculo estatutário ou celetista de trabalho, podendo ou não ter remuneração. Exemplo: jurados, mesários,
notários e registradores (serviços notariais).
Os servidores públicos civis dividem-se em:
Servidores públicos estatutários: exercem cargo público (vitalício, efetivo ou comissionado) e estão vincu-
lados a um estatuto;
Empregados públicos: possuem emprego público e vinculam-se às regras da Consolidação das Leis do Traba-
lho (CLT);
Servidores temporários: categoria à parte, porque não titularizam cargo público nem possuem qualquer
vínculo trabalhista regido pela CLT, como os empregados públicos. São contratados por tempo determinado
para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público por meio de um processo de seleção
simplificado. Exercem funções públicas sem ocupar cargos ou empregos públicos e são regidos por regime
especial, veiculado por meio de lei específica.
70
gratifica- ção, adicional, abono, prêmio, verba de
EXERCÍCIO COMENTADO representa- ção ou outra espécie remuneratória,
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e
1. (CESPE-CEBRASPE — 2010) A respeito da administra- XI.
ção pública, julgue o item subsequente.
É possível a acumulação remunerada de dois cargos
ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
HOMEM MULHER
IDADE 65 anos 62 anos
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 25 anos 25 anos
TEMPO NO SERVIÇO
10 anos 10 anos
PÚBLICO
TEMPO NA CARREIRA 5 anos 5 anos
Involuntária: quando se dá
independentemente da vontade do servidor,
em virtude de:
( ) CERTO ( ) ERRADO
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE-CEBRASPE – 2021) A respeito dos direitos e
deveres individuais e coletivos previstos na
Constitui- ção Federal de 1988 (CF), julgue o item a
seguir.
A CF, ao garantir a liberdade de expressão, vedou o
anonimato, prestigiando o direito de resposta e
even- tual pleito judicial por indenização em relação
a dano material, moral ou à imagem.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
20 CERTO
18. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Acerca de controle exter- no
e legislação institucional, julgue o item seguinte. A
despeito de a Emenda Constitucional n.º 88/2015
ter estendido em cinco anos o limite para aposentado-
ria compulsória, o limite de idade para a investidura ANOTAÇÕES
no cargo de ministro do Tribunal de Contas da União
e no cargo de conselheiro dos demais tribunais de
contas permanece o mesmo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO
1 CERTO
2 CERTO
3 CERTO
4 CERTO
5 ERRADO
6 ERRADO
7 ERRADO
8 CERTO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 CERTO
12 ERRADO
13 CERTO
14 ERRADO
15 CERTO
16 ERRADO
76
O poder legislativo tem o poder de fazer emendas,
alterar e revogar leis; já o poder executivo, função de
administrar o Estado; por fim, o poder judiciário é que
NOÇÕES DE
DIREITO
ADMINISTRATIVO
CONCEITOS E ELEMENTOS
PODERES
ORGANIZAÇÃO
Dica
A palavra múnus tem origem no latim e signifi- CONCEITO
ca dever, obrigação etc. O múnus público é uma Administração vem do latim administrare, que
obrigação imposta por lei, em atendimento ao significa direcionar ou gerenciar negócios, pessoas e
poder público, que beneficia a coletividade e recursos, tendo sempre como objetivo alcançar
não pode ser recusado, exceto nos casos metas específicas. A noção de gestão de negócios está
previstos em lei. Por exemplo: dever de votar, intima- mente ligada com o ramo de Direito
Administrativo.
depor como testemunha, atuar como mesário
Primeiramente, ressalta-se que na legislação
eleitoral, servi- ço militar, entre outros.2 brasi- leira inexiste uma codificação específica para o
Direi- to Administrativo. Este, por sua vez, é
Toda vez que a administração pública pratica regulamentado por leis infraconstitucionais e
uma ação que produz um efeito jurídico, chamamos esparsas, sendo que cada uma delas dispõe sobre
de ato administrativo que produz efeitos que podem matérias específicas; por exemplo, a Lei nº 8.429,
criar, modificar ou extinguir direitos. de 2 de junho de 1992, trata da improbidade
Os elementos dos atos administrativos são administrativa; a Lei nº 8.666, de 21 de junho de
com- petência, objeto, motivo, finalidade e 1993, institui normas sobre licita- ções e contratos
forma. Toda vez que um ato é praticado, deve-se da Administração Pública; a Lei nº 10.520, de 17 de
observar qual é a competência da pessoa que o julho de 2002, institui o pregão como modalidade de
praticou, ou seja, a com- petência é a função licitação para a aquisição de bens e serviços comuns
atribuída a cada órgão ou autori- dade por lei, tem etc. Essas leis são apenas algumas do vasto aparato
como característica ser irrenunciável, imprescritível, legislativo que normatiza o Direito Administrativo.
inderrogável e improrrogável. Isso se deve à própria lógica do sistema federalis-
O art. 12, da Lei nº 9.784, de 1999 (Lei que regula ta, uma vez que os Estados possuem autonomia para
o processo administrativo no âmbito da administração criar as próprias leis. Assim, as normas de Direito
pública), permite a delegação de competência. Administrativo podem apresentar-se em vários
Vejamos: âmbi- tos da Federação.
O ramo de Direito Administrativo, no Brasil,
Art. 12 Um órgão administrativo e seu titular pode- conta com um ponto positivo: a doutrina e a
rão, se não houver impedimento legal, delegar par- jurisprudência, que são bastante amplas e muito bem
te da sua competência a outros órgãos ou detalhadas.
titulares, ainda que estes não lhe sejam A doutrina possui divergências quanto ao concei-
hierarquicamente subordinados, quando for to de Direito Administrativo. Enquanto uma corrente
conveniente, em razão de circunstâncias de índole doutrinária define Direito Administrativo tendo
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
como
2 Disponível em https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/munus-publico. Acesso
78 em: 17 jan. 2022.
base a ideia de função administrativa, outros prefe- Admi- nistrativo é ramo de Direito Público. Isso
rem destacar o objeto desse ramo jurídico, isto é, o porque o Direito Administrativo regula as atividades
Estado, a figura pública composta por seus órgãos e estatais
agentes. Há também uma terceira corrente de dou-
trinadores que, ao conceituar Direito Administrativo,
destacam as relações jurídicas estabelecidas entre as
pessoas e os órgãos do Estado.
Embora haja essa diferença de posições na
doutri- na, não há exatamente uma corrente
predominante. Todos os elementos apontados fazem
parte do Direito Administrativo. Por isso, vamos
conceituá-lo utilizan- do todos esses aspectos em
comum.
Podemos definir Direito Administrativo como o
conjunto de princípios e regras que regulam o
exercí- cio da função administrativa exercida pelos
órgãos e agentes estatais, bem como as relações
jurídicas entre eles e os demais cidadãos.
Não devemos confundir Direito Administrativo
com a Ciência da Administração. Apesar de a
nomen- clatura ser parecida, são dois campos
bastante distin- tos. A administração, como ciência
propriamente dita, não é ramo jurídico. Consiste no
estudo de técnicas e estratégias de controle da gestão
governamental. Suas regras não são independentes,
estão subordinadas às normas de Direito
Administrativo. Os concursos públicos não
costumam exigir que o candidato tenha
conhecimentos de técnicas administrativas para
responder questões de direito administrativo, mas
requerem que conheça a Administração como
entida- de governamental, com suas prerrogativas e
prestan- do serviços para a sociedade.
No momento, estamos nos referindo ao Direi-
to Administrativo, que é o ramo jurídico que regula
as relações entre a Administração Pública e os seus
cidadãos ou “administrados”. Administração Pública
é uma noção totalmente distinta, podendo ter uma
acepção subjetiva e orgânica, ou objetiva e material.
Na sua acepção subjetiva, orgânica e formal,
a Administração Pública confunde-se com a própria
pessoa de seus agentes, órgãos e entidades públicas
que exercem a função administrativa, o que signifi-
ca que somente algumas pessoas e entes podem ser
considerados como Administração Pública. É, por isso,
uma acepção que tende a restringir sua definição.
Já na sua acepção objetiva e material da pala-
vra, podemos definir a administração pública
(alguns doutrinadores preferem colocar a palavra em
letras minúsculas para distinguir melhor suas
concepções)
como a atividade estatal de promover concretamente
o interesse público. O caráter subjetivo da
administra- ção é irrelevante, pois o que realmente
importa não é a pessoa, e sim a atividade que tal
pessoa executa. É, por isso, uma acepção mais
abrangente, pois qual- quer pessoa que venha a
exercer uma função típica da Administração será
considerada uma pessoa que integra a mesma.
FONTES
PRINCÍPIOS
Generalidade;
Abstração;
Ausência de hierarquia entre si;
Interpretação e validação de regras.
Legalidade
Em um Estado de Direito, a vida das pessoas, assim de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- ros
como também do Estado, será pautada no que e aos estrangeiros residentes no País a inviola-
cons- tar da lei. No entanto, a interpretação do bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
princípio da legalidade terá abordagens diferentes segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
quando olhar- mos para o particular ou para o 82 [...]
agente público.
Vejamos a legalidade aplicável ao particular, cons-
tante do art. 5º, da Carta Magna.
Art. 5º [...]
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Art. 5º [...]
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos
públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão
presta- das no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independente-
mente do pagamento de taxas:
b) a obtenção de certidões em repartições
públicas, para defesa de direitos e
esclarecimento de situa- ções de interesse
pessoal;
Eficiência
Princípio da Autotutela
Art. 5º [...]
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração
do processo e os meios que garantam a celeridade
de sua tramitação.
Art. 37 [...]
VII - o direito de greve será exercido nos termos e
nos limites definidos em lei específica;
Dica
Exceptio non adimpleti contractus: princípio
decor- rente do estudo de contratos em
Direito Civil que permite a uma parte
contratante não cumprir seu con- trato diante
da inadimplência do outro contratante.
Direito adquirido;
Coisa julgada;
Ato jurídico perfeito.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Funcional
Material Diz respeito à funcionalidade
Objetivo Própria atividade exercida
pela administração publica
( ) CERTO ( ) ERRADO
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Autarquias
Fundações Públicas
agências federais;
estaduais;
municipais;
distritais.
Organização Social
A organização social (OS) não é uma pessoa jurídica especial, mas uma qualificação especial outorgada pelo
governo federal a entidades da iniciativa privada, sem fins lucrativos. Sua outorga autoriza a fruição de van-
tagens peculiares, como isenções fiscais, destinação de recursos orçamentários, repasse de bens públicos, bem
como empréstimo temporário de servidores governamentais.
A Lei nº 9.637, de 1998, é a lei que regulamenta essa qualificação das OS, e seu art. 1º é bastante claro ao
deli- mitar a área de atuação de tais entidades privadas. De modo geral, a OS será concedida a empresas que
tiverem suas principais atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento
tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde. Desempenham, portanto,
atividades de inte- resse público, mas que não se caracterizam como serviços públicos stricto sensu, razão pela
qual é incorreto afir- mar que as organizações sociais são concessionárias ou permissionárias.
O art. 2º, da referida Lei, dispõe sobre os requisitos para a outorga da qualificação como OS. São requisitos espe-
cíficos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior habilitem-se à qualificação como organização social:
comprovar o registro de seu ato constitutivo, incluindo a sua natureza social, seus objetivos, suas finalidades
devem ser não lucrativas, a composição dos membros de sua diretoria etc.;
haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do
Minis- tro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto
social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado. Importante ressaltar que a
concessão de tal qualificação é ato discricionário, ficando a cargo do agente responsável (Ministro de Estado),
considerando critérios de conveniência e oportunidade, conceder ou não tal qualificação.
As Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) são também pessoas jurídicas de direito pri-
vado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa dos particulares e qualificadas pelo Estado, para
desempenhar serviços não exclusivos do Estado, com fiscalização pelo Poder Público, formalizando a parceria
com a Adminis- tração Pública por meio de termo de parceria.
A lei que disciplina as OSCIPs é a Lei nº 9.790, de 1999, sendo regulamentada pelo Decreto nº 3.100, de 1999. Seu
art. 3º dá uma noção mais ampla e geral sobre as entidades que podem ser qualificadas como OSCIPs, in verbis:
Art. 3º A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos ser-
viços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades:
I - promoção da assistência social;
II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que
trata esta Lei;
IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que
trata esta Lei;
V - promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII - promoção do voluntariado;
VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção,
comércio, emprego e crédito;
X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse
suplementar;
XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores
universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de
informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo.
88
XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à
mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.
O instrumento que regula essa relação do Poder Público com a OSCIP é o termo de parceria, que discriminará
direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias, prevendo especialmente metas a serem alcança-
das, prazo de duração, direitos e obrigações das partes e formas de fiscalização. Além disso, outra diferença
mar- cante entre a OSCIP da OS é que sua concessão é ato vinculado (§ 2º, do art. 1º, da Lei nº 9.790, de 1999),
podendo-se falar em um “direito adquirido” da empresa privada em obter a qualificação de OSCIP. O
requerimento deve ser encaminhado ao Ministro da Justiça, na forma do art. 5º, da referida Lei.
Esquematicamente, podemos estabelecer as principais diferenças entre a OS e a OSCIP:
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2010) Acerca da organização administrativa da União, julgue o item que se segue.
Às autarquias não deve ser outorgado serviço público típico.
( ) CERTO ( ) ERRADO
As autarquias foram criadas, exclusivamente, para prestação de serviços típicos do Estado. Hoje, na esfera fede-
ral, não existem mais autarquias econômicas; a última existente foi a Caixa Econômica Federal, a qual, por
realizar atividade não típica de Estado, foi convertida em empresa pública, pessoa jurídica de direito privado,
interventora no domínio econômico. Resposta: Errado.
AGENTES PÚBLICOS
A fim de ofertar um material de estudos o mais didático e organizado possível, optou-se por não repetir o
conteú- do referente aos agentes públicos, disposto na Lei nº 8.112, de 1990, nesta seção, embora o edital o
tenha repetido, tendo em vista que essa legislação foi abordada em sua totalidade no capítulo intitulado Regime
Jurídico Único.
NOÇÕES DE DIREITO
PODERES ADMINISTRATIVOS
A Administração Pública deve cumprir suas atribuições constitucionais por imposição legal. Para tanto, o exer-
cício de suas funções depende de certas prerrogativas, ou poderes, conferidos pela legislação. Esses poderes
são considerados instrumentos de trabalho. Significa dizer que esses poderes-deveres são instrumentais,
utilizados pela Administração com o objetivo maior de promover a supremacia do interesse público.
O fundamento jurídico para que a Administração possua tantos poderes e prerrogativas está contido no prin-
cípio basilar da supremacia do interesse público sobre o privado. Para que o interesse público possa prevalecer,
sempre, sobre os interesses individuais de cada cidadão, é imprescindível que a Administração permaneça em
uma posição de superioridade em relação aos demais.
89
PODER HIERÁRQUICO um agente ou órgão subordinado. Trata-se de medida
excepcional e temporária e somente pode ser realiza-
Poder hierárquico é o poder que dispõe o da dentro da mesma linha hierárquica, o que significa
Executivo para organizar e distribuir as funções de que a avocação só pode ser vertical, não se admite a
seus órgãos, bem como ordenar e rever a atuação de 90 avocação horizontal. Esquematicamente, temos:
seus agentes, estabelecendo uma relação de
subordinação entre os servidores do seu quadro de
pessoas. As relações de hie- rarquia são
características únicas, existem somente no âmbito do
Poder Executivo, isto é, não existe hierarquia entre
órgãos do Poder Legislativo e do Judiciário. Além
disso, importante frisar que não existe poder
hierárqui- co entre membros da Administração
Indireta, pois estes são entidades autônomas, que não
se subordinam aos entes que o criaram. Pela
hierarquia, há a imposição ao subalterno da estrita
obediência às ordens e instruções legais superiores,
além de definir a responsabilidade de cada um de
seus agentes e órgãos públicos.
Quanto às suas características, diz-se que o poder
hierárquico é interno e permanente. Interno é o
poder que atinge apenas os próprios membros da
Adminis- tração e não tem o condão de atingir as
relações dos particulares. É também um poder
permanente porque não é exercido de modo
esporádico e episódico, como acontece no poder
disciplinar.
Do poder hierárquico são decorrentes certas
facul- dades implícitas ao superior, tais como dar
ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e
avocar atri- buições, bem como rever atos de seus
inferiores.
A delegação é a transferência temporária de
com- petência administrativa de seu titular a outro
órgão ou agente público. A delegação poderá ser
vertical, quan- do a matéria for outorgada a um
outro órgão ou agente público subordinado à
autoridade outorgante, perma- necendo na mesma
linha hierárquica. Entretanto, a delegação também
poderá ser feita para outro órgão ou agente que
esteja fora da sua linha hierárquica, hipótese que
denominamos delegação horizontal.
O art. 12, da Lei n° 9.784, de 1999, dispõe do
mesmo modo:
Art. 12 Um órgão administrativo e seu titular pode-
rão, se não houver impedimento legal, delegar par-
te da sua competência a outros órgãos ou
titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
PODER REGULAMENTAR
Art. 84 Compete privativamente ao Presidente administrativos:
da República:
[...] Regulamentos administrativos ou de organiza-
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar ção: são aqueles que disciplinam questões
as leis, bem como expedir decretos e internas de estruturação e funcionamento da
regulamentos para sua fiel execução.
Administra- ção Pública, bem como as relações
jurídicas de sujeição especial do Poder Público
O artigo afirma que tal ato é de competência perante par- ticulares. Exemplo: regulamento que
exclu- siva do Presidente, o que significa que disciplina organização e funcionamento da
seria inde- legável a qualquer subordinado. administração
Porém, isso não é totalmente correto: o parágrafo federal (“a”, VI, art. 84, da CF, de 1988); 91
único, do mesmo dis- positivo constitucional,
diz que há a possibilidade de o Presidente
delegar algumas de suas atribuições para os
Ministros de Estado, o Procurador-Geral da
Repú- blica ou ainda para o Advogado-Geral da
União. Além disso, este poder pode ser
exercido, por simetria, pelos Governadores e
Prefeitos. Assim, para fins didá- ticos, costuma-se
dizer que o poder regulamentar só pode ser
delegado excepcionalmente, com algumas
restrições. Vale notar quais competências do
Presidente da República podem ser delegadas? O
art. 84 pode ser um tanto confuso nesse sentido,
mas a interpretação corre- ta é a de que, em
regra, as competências do Presiden- te são
exclusivas e indelegáveis. Excepcionalmente, a
matéria disposta nos incisos VI (dispor
mediante decreto sobre a organização e
funcionamento da admi- nistração federal
quando não implicar aumento de des- pesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos; e a
extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos), XII (conceder indulto e comutar penas,
com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei), e a primei- ra parte do inciso
XXV (prover os cargos públicos fede- rais, na
forma da lei) são competências que podem ser
transferidas para as pessoas públicas
previstas no parágrafo único, do referido art.
84. Observe que a competência para extinguir o
cargo público enquan-
to ainda ocupado não pode ser delegada.
Uma das palavras-chave do poder
regulamentar é regulamento. Trata-se de ato
administrativo que tem por escopo estabelecer
detalhes e diretrizes quanto ao modo de
aplicação dos dispositivos legais, dando maior
concretude aos comandos gerais e abstratos
presentes na legislação. Não se confunde com o
decreto, que é outro ato administrativo que
introduz o regulamento em si. Decreto
representa a forma do ato administrati- vo,
enquanto o regulamento representa seu
conteúdo.
Ambos os decretos e regulamentos são atos
em posi- ção de inferioridade em relação as leis
e, por isso, não são capazes de criar direitos e
obrigações aos particu- lares sem fundamento
legal. Suas funções primordiais, no entanto, são
a redução da margem de interpretação das
normas, pois se um decreto dispõe qual é a
forma mais correta de aplicação da lei, esta
perde um pouco de seu caráter geral e abstrato,
seu campo de discri- cionariedade é reduzido a
ÇÕES DE DIREITO
PODER DE POLÍCIA
Importante!
REQUISITOS III - as matérias de competência exclusiva do órgão
ou autoridade.
Os requisitos ou elementos dos atos administrati-
vos são assuntos com imensa divergência Alguns atos, então, não podem ser delegados a
doutrinária. A maioria dos concursos públicos ainda outras autoridades, principalmente se tais atos são de
adota a con- cepção mais clássica dos requisitos dos 94 competência exclusiva do agente público.
atos adminis- trativos e, por isso, daremos maior
destaque a ela.
De modo geral, a corrente clássica, defendida por
autores, como Hely Lopes Meirelles, tende a dispor
cinco requisitos dos atos administrativos para a sua
formação, utilizando, como inspiração, o preceito legal
disposto no art. 2º, da Lei nº 4.717, de 1965. São eles:
Competência;
Objeto;
Forma;
Motivo;
Finalidade.
Competência
Forma
Motivo
a) sujeito;
b) motivo;
c) requisitos procedimentais;
d) finalidade;
e) causa
f) formalização.
VALIDADE
EFICÁCIA
ATRIBUTOS
Imperatividade
Exigibilidade
Autoexecutoriedade
ordem jurídica, o que a difere da exigibilidade, que tema, a doutrina utiliza-se de uma sistematização das
não tem o condão de, por si só, desconstituir a irre- formas de extin- ção dos atos administrativos. A
gularidade do ato, apenas pune o infrator. Para tanto, principal divisão que deve ser feita é em relação à
necessita da presença de dois requisitos: a previsão produção de efeitos: exis- tem atos administrativos
legal, como nos casos de Poder de Polícia; e o eficazes e atos ineficazes.
caráter de urgência, a fim de preservar o interesse 96 Quando ineficaz, o ato pode ser extinto pela retirada,
coletivo.
Assim, não há necessidade de intervenção
judicial nas hipóteses de: apreensão de mercadorias
contra- bandeadas, na demolição de construção
irregular, na interdição de estabelecimento comercial
irregu- lar, entre outros. Todavia, afirmar que a
execução independe de manifestação do Judiciário
não signifi- ca dizer que escapa do controle judicial.
Poderá ser levado ao crivo, mas somente a
posteriori, depois de seu cumprimento, se houver
provocação da par- te interessada. As medidas
judiciais mais adequadas para contestar a força
coercitiva administrativa são o mandado de segurança
e o habeas data (incisos LXIX e LXVIII, do art. 5º, da
CF, de 1988).
Importante ressaltar ainda que os princípios da
razoabilidade e proporcionalidade impõem limites
na atuação coercitiva dos agentes públicos. A autoe-
xecutoriedade (leia-se o uso de força física) deve ser
utilizada com bom senso e moderação.
Tipicidade
Dica
A tipicidade é uma característica marcante da
expropriação de bens particulares pelo Poder
Público. É o caso de desapropriação administrati-
va, hipótese em que o Poder Público tem a prerro-
gativa de tirar da esfera de alguma pessoa
física a titularidade sobre bem imóvel,
transformando-o em bem público. Para tanto, deve
realizar um pro- cedimento envolvendo aspectos
mais complexos, como a declaração de utilidade
ou necessidade pública (XXIV, art. 5º, da CF, de
1998), bem como a necessidade de prévia
indenização ao particular que teve seu bem
expropriado, em pecúnia (§ 3º, art. 182, da CF, de
1988).
EXTINÇÃO
DESFAZIMENTO
Revogação
Anulação
Contraposição
SANATÓRIA
CLASSIFICAÇÃO
Vinculação e Discricionariedade
Atos discricionários: a lei também estabelece da publicidade depende somente da comunicação
uma série de regras para a prática de um ato, mas do interessado, não há necessidade de publicação
deixa certo grau de liberdade ao agente público, 98 pelo Diário Oficial.
que poderá optar por um entre vários caminhos
igualmente válidos. Há uma avaliação subjetiva
prévia à edição do ato. É o caso das permissões
para o uso de bem público. No caso de o ato dis-
cricionário não ser mais conveniente e oportuno
para a Administração Pública, a solução mais
cor- reta para sua extinção é a revogação;
Quanto ao Objeto
ESPÉCIES
EXTERIORIZAÇÃO
São meiosdeexteriorizaçãodosatosadministrativos:
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Julgue o próximo
item, a respeito dos atos administrativos.
Em decorrência do princípio da autotutela, não há
limites para o poder da administração de revogar
seus próprios atos segundo critérios de
conveniência e oportunidade.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CONCEITO
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à Essencialidade
Quanto à Adequação
NOÇÕES DE DIREITO
característicos da Administração Pública. PÚBLICOS
Um exemplo diferente e que não
mencionamos até agora é o caso do serviço A atual Constituição Federal de 1988 atribuiu
da imprensa oficial, que tem como função diversos serviços públicos aos entes da Federação.
divulgar todos os atos prestados pelo Poder Em relação à União, os serviços públicos federais
Público, promovendo maior transpa- rência estão inclusos nos incisos X a XII, do art. 21 da CF, de
e fiscalização de seus atos; 1988. São, de modo geral:
Serviços industriais: serviços que produzem
ren- da para quem os presta, mediante a O serviço postal e o correio aéreo nacional;
remuneração da utilidade usada ou Os serviços de telecomunicações;
consumida. Essa remune- ração se denomina
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 44. ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2020. 101
Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e do ente público, o que diminui o valor a ser cobrado
imagens; como taxa para os usuários do serviço.
Os serviços e instalações de energia elétrica e o
aproveitamento energético dos cursos de água,
em articulação com os Estados onde se situam os
potenciais hidroenergéticos;
Serviços de navegação aérea, aeroespacial e a
infraestrutura aeroportuária;
Serviços de transporte ferroviário e aquaviário
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais etc.
Art. 23 [...]
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e
das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da
proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens
de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios
arqueológicos;
[...]
Dica
As parcerias público-privadas (PPPs) são con-
tratos administrativos de concessão, podendo
apresentar-se na modalidade de concessão
patrocinada ou concessão administrativa, na for-
ma do caput do art. 2º, da Lei nº 11.079, de
2004. É uma hipótese que apresenta-se muito
mais viável e atraente para o particular, uma vez
que ele recebe uma contraprestação pecuniária
REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE serviço confere ainda o poder de controlar sua
execução.
Regulamentação O controle é inerente à titularidade do serviço. Se
à determinada pessoa federativa foi dada
competência para instituir o serviço, isso não é só
Os serviços públicos só podem ser
uma faculdade, mas um dever, aferir as condições
executados se houver uma disciplina normativa
em que esse ser- viço é prestado, sobretudo porque
que os regulamen- te, vale dizer, que trace as
essa aferição traz repercussão na esfera dos
regras por meio das quais se possa verificar
indivíduos beneficiários do serviço.
como vão ser prestados. Essa discipli- na
O controle pode ser interno, quando a aferição se
regulamentadora, que pode se formalizar a
voltar para os órgãos da Administração incumbidos
partir de leis, decretos e outros atos
de exercer a atividade. A hierarquia e a disciplina
regulamentares, garan- te não só o Poder
são fatores intrínsecos a essa forma de controle.
Público como também o prestador do serviço e,
Pode ainda o controle ser externo, quando a
ainda, em diversas ocasiões, os próprios
Admi- nistração procede à fiscalização de
indivíduos a quem se destina.
particulares cola- boradores (concessionárias e
A regulamentação do serviço público cabe à
permissionárias), ou também quando se verificam os
entida que tem competência para prestá-lo. O
aspectos administra- tivo, financeiro e institucional
poder de regu- lamentar encerra um conjunto de
de pessoas da adminis- tração descentralizada. Em
faculdades legais para a pessoa titular do
todos essas casos, deve a entidade federativa aferir a
serviço. Pode ela, de início, estabalecer regras
forma de prestação, os resultados que têm
básicas das quais será executado o serviço.
produzido, os benefícios sociais, a necessidade de
Depois, poderá optar por executá-lo direta ou
ampliação, redução ou substituição em todos os
indiretamente e, nesse caso, celebrar contratos
aspectos que constituem real avaliação do que está
de concessão ou firmar termos de permissão
sendo executado.5
com parti- culares, instituindo e alterando os
meios de execução e, quando se fizer
necessário, retomá-lo para si. FORMA DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO
Como o objetivo é atender à coletividade,
“Forma de prestação” dos serviços públicos diz
podem os órgãos públicos remover quaisquer
respeito ao titular do referido serviço público. Como
obstáculos que possam dificultar ou impedir a
foi visto em “Competências”, são várias as entidades
execução do serviço.
que podem prestar serviços públicos. Essas formas de
prestação variam para cada tipo de serviço:
Controle
Serviços centralizados: são os serviços presta-
Além do poder de regulamentação, a dos diretamente pelo Poder Público, em seu pró-
competência constitucional para a instituição do prio nome e sob sua exclusiva responsabilidade.
A
102 5 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 34. ed. São Paulo: Atlas, 2020, p. 625-626.
União, os Estados, os Municípios e o Distrito Fede-
serviço, recorrendo, quando necessário, às
ral são os titulares desses serviços; moder- nas tecnologias, adequadas à adaptação
Serviços desconcentrados: serviços públicos pres- da ativida- de às novas exigências sociais;
tados pelo Estado, mas não por ele próprio, e sim Efetividade: os resultados obtidos com os serviços
por seus órgãos, mantendo para si apenas a públicos;
respon- sabilidade pela execução. Exemplos: o Segurança: o serviço público deve ser prestado de
Ministério da Saúde, o Ministério da Economia, maneira a não gerar riscos aos seus usuários;
as Secretarias de Justiça, as Ouvidorias, as Atualidade: os serviços públicos devem acompa-
Auditorias, todas essas pessoas que não são o nhar as evoluções técnicas e as que incorporem
Estado, mas que “fazem par- te” dele e não na sua prestação, a fim de ampliar ou melhorar o
possuem personalidade jurídica pró- pria, acesso da população a esses serviços;
realizam serviços desconcentrados; Generalidade: tem implícito o princípio da
Serviços descentralizados: serviços públicos impes- soalidade, já que não pode haver
que não são prestados pelo Estado, e sim por distinções ao acesso da população aos serviços
tercei- ros, com personalidade jurídica própria, públicos, ou seja, o serviço deve ser prestado
podendo igualmente a todos que
arcar com os riscos do negócio por conta própria.
Exemplos: Procon, Cadin, INSS, Detran etc. Aqui lhe tenham acesso;
a titularidade do serviço não é mais do Estado, e Transparência: trata dos procedimentos a serem
sim dessa entidade terceira. Com isso, a respon- observados pelo Estado para garantir o acesso a
sabilidade pela execução do serviço público recai informações na prestação do serviço público pre-
primeiramente sobre o terceiro; é possível que o visto na Constituição Federal de 1988;
Estado se responsabilize também, mas somente Cortesia: os usuários são os destinatários dos
de forma subsidiária (se o ente demonstrar não ser- viços públicos; desta maneira, existe um
haver patrimônio suficiente para fins de dever legal, além de um dever, obviamente,
indenização). moral, de tratá-los de modo urbano e educado,
dando-lhes um atendimento adequado.
As formas/meios de execução, que não se con-
DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO E
fundem com as formas de prestação, são apenas
AUTORIZAÇÃO
duas: execução direta e execução indireta.
A execução direta ocorre sempre que o Poder Os serviços públicos podem ser executados dire-
Público emprega meios próprios para a sua Continuidade: os serviços públicos não
prestação. Engloba tanto a Administração Direta devem sofrer interrupção, ou seja, sua tam
como a Admi- nistração Indireta, isto é, a execução prestação deve ser contínua para evitar que ente
por intermédio de pessoas jurídicas de direito a paralisação provoque, como às vezes pelo
público ou de direito privado que foram instituídas ocorre, colapso nas múltiplas ativi- dades Pod
para tal fim. Relem- brando que são pessoas particulares. A continuidade deve estimu- er
jurídicas de direito público integrantes da lar o Estado ao aperfeiçoamento e à Públ
extensão do ico,
Administração Indireta: as autarquias e as
ou
fundações públicas. E são pessoas de direito
indir
privado integrantes da Administração Indireta: as
eta
empresas públicas e as sociedades de economia
men
mista. A execução indireta, por sua vez, ocorre
te,
sempre que o Poder Público concede a pessoas
por
jurídicas ou pessoas físicas estranhas à entidade
terc
estatal a possi- bilidade de virem a executar os eiro
serviços, mediante o regime de concessão e s,
permissão. A execução indireta caracteriza-se pelo que
fato de que tais serviços são presta- dos pela esfera pod
privada, isto é, são empresas que não possuem em
qualquer tipo de vínculo com a Administração ser
Pública (Direta ou Indireta), não fazem parte da pess
mesma. oas
juríd
REQUISITOS
icas
de
O art. 4º, da Lei nº 13.460, de 26 de junho de direi
2017, diz que os serviços públicos devem atender to
aos seguintes requisitos. Vejamos: públ
NOÇÕES DE DIREITO
ico
Art. 4º Os serviços públicos e o atendimento do ou
usuário serão realizados de forma adequada, de
observados os princípios da regularidade, continui- direi
dade, efetividade, segurança, atualidade, generali- to
dade, transparência e cortesia. priv
Regularidade: os serviços públicos devem ser ado.
prestados com a maior amplitude possível, Aqu
devem beneficiar o maior número possível de i há
indivíduos; uma
delegação da competência administrativa. Resta saber
quais são as principais formas de delegação dos serviços
públi- cos. São três: concessão, permissão e autorização.
O termo “concessão” é empregado para designar a
atividade da Administração Pública de delegar ao par-
ticular a prestação de um serviço, ou a execução de obra
pública, ou, ainda, o uso de bem público.
Concessão de serviço público é o contrato pelo qual
a Administração promove a prestação indireta de um
serviço, delegando-o a particulares. Exemplos: a
construção de linha ferroviária ou de metrô para
transporte de passageiros, a transmissão áudio sono- ra
(rádio) ou por imagens e sons (televisão) etc. Possui
previsão legal na Lei nº 8.987, de 1995 (Lei de Conces- sões
dos Serviços Públicos), bem como previsão cons- titucional
no art. 175, da CF, de 1988:
103
Se restar comprovado que a tarifa de um serviço público se
Dessa forma, podemos concluir que a prestação
tornou demasiadamente alta, é possível
do serviço público pode ocorrer diretamente pela
Admi- nistração Pública, ou indiretamente, mediante
dele- gação do serviço a concessionários e
permissionários que, por expressa determinação
legal, necessita de prévio procedimento de licitação.
A concessão de serviço público é contrato admi-
nistrativo bilateral, o que significa que depende,
para a sua formação, além dos requisitos essenciais
a todo negócio jurídico dispostos no art. 104, do
Códi- go Civil (agente capaz, objeto lícito, forma
prescrita ou não defesa em lei), da convergência de
vontades distintas. Temos, de um lado, o poder
concedente, que tem por objetivo a execução do
serviço público em prol da coletividade; e, do outro, a
entidade concessio- nária que deve executar o serviço
com o objetivo de lucrar mediante a arrecadação de
tarifas dos usuários beneficiados com aquele serviço.
O contrato deve ser obrigatoriamente por escrito e
rege-se pelas regras de Direito Administrativo.
Ao mencionar a transferência para pessoa jurí-
dica privada, quis o legislador que a delegação do
serviço não pudesse, em regra, ser feita a pessoas
físicas, mas somente à empresa ou a um consórcio
de empresas. É o caso, por exemplo, da Sabesp, que
é sociedade de economia mista, na prestação do
serviço de abastecimento de água no Estado de São
Paulo.
Essa modalidade de contrato tem por objeto a pres-
tação de serviço público. A delegação ocorre
apenas sobre a execução do serviço, nunca sobre sua
titulari- dade, que continua sendo do poder
concedente.
Apesar da execução do serviço público não ser
fei- ta pelo poder concedente, a legislação (art. 29,
da Lei nº 8.987, de 1995) prevê outras obrigações para
o Esta- do. São alguns deveres do poder
concedente:
Art. 12 [...]
Parágrafo único. [...]
I - recepção da manifestação no canal de atendi-
mento adequado;
II - emissão de comprovante de recebimento da
manifestação;
III - análise e obtenção de informações, quando
necessário;
IV - decisão administrativa final; e
V - ciência ao usuário.
107
Todavia, boa parte dos autores costumam dividir os diversos
A avaliação será realizada por pesquisa de
tipos de instrumentos de controle dos atos administrativos
satisfa- ção feita, no mínimo, a cada um ano, ou por
com base nos seguintes critérios:
qualquer outro meio que garanta significância
estatística aos resultados. O resultado da avaliação
deverá ser inte- gralmente publicado no sítio do
órgão ou entidade, incluindo o ranking das entidades
com maior incidên- cia de reclamação dos usuários.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2010) Com relação aos servi-
ços públicos, julgue o item a seguir.
Os serviços públicos propriamente ditos são aqueles em
que a administração pública, reconhecendo sua conve-
niência para os membros da coletividade, presta-os dire-
tamente ou permite que sejam prestados por
terceiros, nas condições regulamentadas e sob seu
controle.
( ) CERTO ( ) ERRADO
é Quanto ao Momento
CONTROLE LEGISLATIVO
109
Con- gresso Nacional. O regime jurídico desses Ministros se
Controle operacional e financeiro: é o respeito
assemelha ao regime dos ministros do STJ, sobretudo no que
aos procedimentos legais de entrada e saída de
diz respeito a vitaliciedade no cargo, regras de aposentadoria,
verbas. Pode-se afirmar que todas as verbas
vantagens pecuniárias etc.
públi- cas têm procedimento específico para que
entrem e saiam dos cofres públicos;
Controle patrimonial: o patrimônio público não
envolve apenas valores financeiros (dinheiro),
mas também bens móveis, imóveis, direitos reais
de garantia etc. As alterações patrimoniais do
Estado também estão sujeitas ao controle do
Legislativo;
Controle orçamentário: trata-se, pura e sim-
plesmente, do cumprimento das regras previstas
nas leis orçamentárias. As leis orçamentárias são
aquelas que, de modo geral, dispõem sobre o que
será gasto pela Administração Pública, bem
como o quanto será gasto em cada setor.
Art. 74 [...]
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no
plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os
resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentá- ria, financeira e patrimonial
nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado; III - exercer o controle
das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União; IV - apoiar o
controle externo no exercício de sua missão
institucional.
Art. 37 [...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nes- sa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
111
caracteriza-se em um dever de indenizar, configurando-se na
O dever estatal de indenizar os particulares
possui dois fundamentos distintos: a legalidade e a respon- sabilização do ente estatal. Somente quando o Estado
igualda- de. Na hipótese de o Poder Público praticar se omitir diante do dever legal de impedir a ocor-
um ato ilícito, causador de danos patrimoniais para a rência do dano é que será civilmente responsável.
coleti- vidade, o dever de indenizar advém do
princípio da legalidade, uma vez que a atuação do
agente público deve ser feita sempre de acordo com
a lei (secundum legem). Há, também, casos em
que a Administração pratique atos lícitos, mas que
também podem causar prejuízos especiais ao
particular. Nessas hipóteses, o dever de indenizar
advém do princípio da isonomia, que pressupõe a
igual repartição dos encargos sociais.
( ) CERTO ( ) ERRADO
Nessa questão, a banca trouxe os conceitos de dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como
da administração direta e indireta, no âmbito da
moralidade e probidade como equivalentes e
União, dos Estados, dos Municí- pios e do Distrito
conside- rou como correta a afirmativa. Portanto, se Federal.
a questão não citar a diferença explicada
anteriormente, consi- dere os conceitos como
equivalentes.
117
ilegalidade no exercício da função pública, § 1º A sanção de perda da função pública, nas
com a indicação das normas constitucionais, hipóteses dos incisos I e II do caput deste artigo,
legais ou infralegais violadas. atinge apenas o vínculo de mesma qualida-
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este de e natureza que o agente público ou políti-
artigo exigem lesividade relevante ao bem co detinha com o poder público na época do
jurídico tutelado para serem passíveis de sancio- cometimento da infração, podendo o magistra-
namento e independem do reconhecimento da do, na hipótese do inciso I do caput deste artigo, e
produção de danos ao erário e de enriqueci- em caráter excepcional, estendê-la aos demais
mento ilícito dos agentes públicos. vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e
§ 5º Não se configurará improbidade a mera a gravidade da infração.
nomeação ou indicação política por parte
dos detentores de mandatos eletivos, sendo
neces- sária a aferição de dolo com finalidade
O § 1º dispõe que a perda da função pública só
vai alcançar o vínculo que o agente público detinha
ilícita por parte do agente.
ao tempo do cometimento da infração.
Importante!
Frustrar a licitude de licitação:
Se houver perda patrimonial efetiva = Prejuízo ao erário;
Se não houver perda patrimonial efetiva = Atenta contra os princípios.
s
e
r
á
a
p
l
i
c
a
d
a
s
o
m
e
n
t
e
a
o
M
u
n
i
c
í
p
i
o
o
n
d
e
o
c
o
r
r
e
u
l
e
s
ã
o
.
N
o
Além disso, outro ponto importante acrescido pela Lei nº 14.230, de 2021, é a necessidade da sanção de proibi-
ção de contratação com o poder público constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS),
observadas as limitações territoriais contidas na decisão judicial.
§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à apli-
cação de multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos valores obtidos, quando for o
caso, nos termos do caput deste artigo.
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o
ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos
fatos.
§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013,
deverão observar o princípio constitucional do non bis in idem.
§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público deverá constar do Cadastro Nacional de
Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, observadas
as
limitações territoriais contidas em decisão judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo.
§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser executadas após o trânsito em julgado da sen-
tença condenatória.
§ 10 Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, computar-se-á
retroa- tivamente o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória.
A decisão colegiada prevista no § 10 significa decisão em 2ª instância; sendo assim, a contagem do prazo da
sanção de suspensão dos direitos políticos será a partir da condenação em 2ª instância.
Observe o quadro a seguir, que sistematiza as sanções para cada tipo de ato de improbidade administrativa
visto:
DA DECLARAÇÃO DE BENS
Na redação anterior, era facultado ao agente público entregar a cópia da declaração anual de bens apresen-
tada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de
qualquer natureza.
Na atual redação, a declaração de bens será a própria declaração de imposto de renda. Tal declaração deve
ser atualizada anualmente e na data em que o agente público deixar o cargo. Se o agente deixar de prestar a
declara- ção ou prestá-la falsa, sofrerá a pena de demissão.
Art. 13 A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de impos-
to de renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal
do Brasil, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
NOÇÕES DE DIREITO
§ 1º (Revogado).
§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será atualizada anualmente e na data em que o
agente público deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recu-
sar a prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste artigo dentro do prazo determinado ou que
prestar declaração falsa.
§ 4º (Revogado).
119
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL
Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa para que instaure uma investigação para
a apuração da prática de atos de improbidade. Essa representação deve observar os requisitos previstos no §
1º, art. 14. Observados os requisitos, a autoridade determinará a apuração dos fatos por meio de um processo
administrativo.
Art. 14 Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instau-
rada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do
repre- sentante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conhecimento.
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver
as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério
Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos,
observada a legislação que regula o processo administrativo disciplinar aplicável ao agente.
Art. 15 A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da
existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar
repre- sentante para acompanhar o procedimento administrativo.
INDISPONIBILIDADE DE BENS
Art. 16 Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente,
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição do erário ou do acréscimo
patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
§ 1º (Revogado).
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado indepen-
dentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei.
§ 2º Quando for o caso, o pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo incluirá a inves-
tigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado
no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante a
demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo,
desde que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento
nos respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório
prévio puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que
recomendem a proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial,
permitida a sua substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a
requerimento do réu, bem como a sua readequação durante a instrução do processo.
§ 7º A indisponibilidade de bens de terceiro dependerá da demonstração da sua efetiva concorrência para
os atos ilícitos apurados ou, quando se tratar de pessoa jurídica, da instauração de incidente de
descon- sideração da personalidade jurídica, a ser processado na forma da lei processual.
§ 8º Aplica-se à indisponibilidade de bens regida por esta Lei, no que for cabível, o regime da tutela provisória de
urgência da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 9º Da decisão que deferir ou indeferir a medida relativa à indisponibilidade de bens caberá agravo de instru-
mento, nos termos da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 10 A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do
dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou
sobre acréscimo patrimonial decorrente de atividade lícita.
§ 11 A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens
móveis em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e
metais preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a
subsistência do acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
§ 12 O juiz, ao apreciar o pedido de indisponibilidade de bens do réu a que se refere o caput deste artigo, observará os
efeitos práticos da decisão, vedada a adoção de medida capaz de acarretar prejuízo à prestação de serviços públicos.
§ 13 É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados
em caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
§ 14 É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel
seja fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
120
Em caráter antecedente
ou incidente – antes ou no
curso da ação principal
INDISPONIBILIDADE DE
BENS
Desde que o juiz se
convença da probabilidade
após a oitiva do réu em 5
dias
Demonstrar: perigo de
dano irreparável ou de
risco ao resultado útil
do processo Não incide sobre:
Multa civil
Acréscimo patrimonial
decorrente de atividade
lícita
Poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio puder
comprovada- mente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a
proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
Ordem da Indisponibilidade
Vedações à Indisponibilidade
Quantia de até 40 (quarenta) salários mínimos depositados em caderneta de poupança, em outras aplicações
financeiras ou em conta corrente;
Bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja fruto de vantagem patrimonial indevida.
PROCESSO JUDICIAL
No texto anterior da Lei nº 8.429, de 1992, tanto o Ministério Público quanto a pessoa jurídica lesada
tinham legitimidade para dar início à ação judicial de improbidade. Com as alterações trazidas pela Lei nº 14.230,
NOÇÕES DE DIREITO
de 2021, o Ministério Público passa a ser o único legitimado para propor a ação.
Art. 17 A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e
seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil),
salvo o disposto nesta Lei.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o
dano ou da pessoa jurídica prejudicada.
121
II - condenar o requerido sem a produção das pro-
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput
vas por ele tempestivamente especificadas.
deste artigo prevenirá a competência do juízo
para todas as ações posteriormente intentadas
que pos- suam a mesma causa de pedir ou o
mesmo objeto.
§ 6º A petição inicial observará o seguinte:
I - deverá individualizar a conduta do réu e apon-
tar os elementos probatórios mínimos que demons-
trem a ocorrência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e
11 desta Lei e de sua autoria, salvo
impossibilidade devidamente fundamentada;
II - será instruída com documentos ou justificação
que contenham indícios suficientes da veracidade
dos fatos e do dolo imputado ou com razões fun-
damentadas da impossibilidade de apresentação
de qualquer dessas provas, observada a legislação
vigente, inclusive as disposições constantes dos
arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil).
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer
as tutelas provisórias adequadas e
necessárias,
nos termos dos arts. 294 a 310 da Lei nº 13.105, de
16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos
do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil), bem como
quando não preenchidos os requisitos a que se
referem os incisos I e II do § 6º deste artigo, ou
ainda quando manifes- tamente inexistente o ato de
improbidade imputado.
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida for-
ma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a
citação dos requeridos para que a contestem
no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o
prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil).
§ 8º (Revogado).
§ 9º (Revogado).
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preli-
minares suscitadas pelo réu em sua contestação
caberá agravo de instrumento.
§ 10 (Revogado).
§ 10-A Havendo a possibilidade de solução con-
sensual, poderão as partes requerer ao juiz a
interrupção do prazo para a contestação,
por prazo não superior a 90 (noventa) dias.
§ 10-B Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvi-
do o autor, o juiz:
I - procederá ao julgamento conforme o estado do
processo, observada a eventual inexistência mani-
festa do ato de improbidade;
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com
vistas a otimizar a instrução processual.
§ 10-C Após a réplica do Ministério Público, o juiz
pro- ferirá decisão na qual indicará com precisão a
tipifica- ção do ato de improbidade administrativa
imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato
principal e a capitulação legal apresentada pelo
autor.
§ 10-D Para cada ato de improbidade administra-
tiva, deverá necessariamente ser indicado apenas
um tipo dentre aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e
11 desta Lei.
§ 10-E Proferida a decisão referida no § 10-C deste
artigo, as partes serão intimadas a especificar as
provas que pretendem produzir.
122 § 10-F Será nula a decisão de mérito total ou
parcial da ação de improbidade
administrati- va que:
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele
definido na petição inicial;
§ m prejuízo da citação dos réus, a admi- nistrativos praticados pelo
11 pessoa jurí- dica interessada será administrador públi- co ficará obrigada a defendê-
E intimada para, caso queira, lo judicialmente, caso este venha a responder
m intervir no processo. ação por improbi- dade administrativa, até
qu § 15 Se a imputação envolver a que a decisão transite em julgado.
al desconsideração de pessoa § 21 Das decisões interlocutórias caberá agra-
qu jurídica, serão observadas as vo de instrumento, inclusive da decisão que rejei-
er regras previs- tas nos arts. 133, tar questões preliminares suscitadas pelo réu em
m 134, 135, 136 e 137 da Lei nº sua contestação.
o 13.105, de 16 de março de 2015
m (Código de Processo Civil). A Lei nº 14.230, de 2021, trouxe de forma mais
en § 16 A qualquer momento, se detalhada os requisitos para que se possa realizar um
to o magistrado identificar a acordo de não persecução civil no âmbito da
do existência de ilegalidades improbi- dade administrativa. Trata-se de um acordo
pr ou de irregularidades celebrado entre o Ministério Público e pessoas
oc administrativas a serem físicas ou jurídi- cas investigadas pela prática de
es sanadas sem que estejam improbidade admi- nistrativa com o intuito de não
so, presentes todos os requisitos prosseguir com a ação. Entretanto, para a aplicação
ve para a imposição das sanções desse acordo, devem ser observados alguns
rif aos agentes incluídos no polo requisitos, veja:
ic passivo da deman- da, poderá,
ad em decisão motivada, converter
a
a ação de improbidade
a
administrativa em ação civil
in
pública, regulada pela Lei nº
exi
7.347, de 24 de julho de 1985.
stê
nc
A possibilidade de conversão de
ia
do ação de improbi- dade
at administrativa em ação civil pública
o é uma for- ma de viabilizar a
de economia processual. Da decisão de
im conversão caberá recurso de agravo
pr de instrumento.
ob
id § 17 Da decisão que converter
ad a ação de impro- bidade em
e, ação civil pública caberá
o agravo de instrumento.
jui § 18 Ao réu será assegurado o
z direito de ser interrogado
jul sobre os fatos de que trata a
ga ação, e a sua recusa ou o seu
rá silêncio não implicarão
a confissão.
de § 19 Não se aplicam na ação
m de improbidade
an administrativa:
da I - a presunção de veracidade
im dos fatos alega- dos pelo
pr autor em caso de revelia;
oc II - a imposição de ônus da
ed prova ao réu, na for- ma dos §§
en 1º e 2º do art. 373 da Lei nº
te. 13.105, de 16 de março de 2015
§ (Código de Processo Civil);
12 III - o ajuizamento de mais de
(R uma ação de improbidade
ev administrativa pelo mesmo
og
fato, competindo ao Conselho
ad
o). Nacional do Ministério Público
dirimir confiitos de atribuições
§
13 entre mem- bros de Ministérios
(R Públicos distintos;
ev IV- o reexame obrigatório da sentença de
og impro-
ad cedência ou de extinção sem resolução de
o). mérito.
§ § 20 A assessoria jurídica que
14 emitiu o parecer atestando a
Se legalidade prévia dos atos
Art. 17-B O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não caso
persecução civil, desde que dele advenham, ao menos, os seguintes resultados: em
I - o integral ressarcimento do dano; favo
da
II - a reversão à pessoa jurídica lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes
pess
privados.
jurí
§ 1º A celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo dependerá, cumulativamente: a
I - da oitiva do ente federativo lesado, em momento anterior ou posterior à propositura da ação; prej
II - de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão do Ministério Público competente para icad
apreciar as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação; pelo
III- de homologação judicial, independentemente de o acordo ocorrer antes ou depois do ajuizamento da ilíci
ação de improbidade administrativa.
§ 2º Em qualquer caso, a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo considerará a personalidade do
agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem como
as vantagens, para o interesse público, da rápida solução do caso.
§ 3º Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 (noven-
ta) dias.
§ 4º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá ser celebrado no curso da investigação de
apuração
do ilícito, no curso da ação de improbidade ou no momento da execução da sentença condenatória.
§ 5º As negociações para a celebração do acordo a que se refere o caput deste artigo ocorrerão entre o
Ministério Público, de um lado, e, de outro, o investigado ou demandado e o seu defensor.
§ 6º O acordo a que se refere o caput deste artigo poderá contemplar a adoção de mecanismos e
procedi- mentos internos de integridade, de auditoria e de incentivo à denúncia de irregularidades e a
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica, se for o caso, bem como
de outras medidas em favor do interesse público e de boas práticas administrativas.
§ 7º Em caso de descumprimento do acordo a que se refere o caput deste artigo, o investigado ou o demanda-
do ficará impedido de celebrar novo acordo pelo prazo de 5 (cinco) anos, contado do conhecimento pelo
Ministério Público do efetivo descumprimento.
Art. 17-C A sentença proferida nos processos a que se refere esta Lei deverá, além de observar o disposto no art. 489
da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil):
I - indicar de modo preciso os fundamentos que demonstram os elementos a que se referem os arts. 9º, 10 e 11
desta Lei, que não podem ser presumidos;
II - considerar as consequências práticas da decisão, sempre que decidir com base em valores jurídicos abstratos;
III - considerar os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo,
sem prejuízo dos direitos dos administrados e das circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou
condiciona- do a ação do agente;
IV - considerar, para a aplicação das sanções, de forma isolada ou cumulativa:
a) os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade;
b) a natureza, a gravidade e o impacto da infração cometida;
c) a extensão do dano causado;
d) o proveito patrimonial obtido pelo agente;
e) as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
f) a atuação do agente em minorar os prejuízos e as consequências advindas de sua conduta omissiva ou comissiva;
g) os antecedentes do agente;
V - considerar na aplicação das sanções a dosimetria das sanções relativas ao mesmo fato já aplicadas ao
agente; VI - considerar, na fixação das penas relativamente ao terceiro, quando for o caso, a sua atuação
específica, não admitida a sua responsabilização por ações ou omissões para as quais não tiver concorrido ou
das quais não tiver obtido vantagens patrimoniais indevidas;
VII - indicar, na apuração da ofensa a princípios, critérios objetivos que justifiquem a imposição da sanção.
§ 1º A ilegalidade sem a presença de dolo que a qualifique não configura ato de improbidade.
§ 2º Na hipótese de litisconsórcio passivo, a condenação ocorrerá no limite da participação e dos benefícios
diretos, vedada qualquer solidariedade.
NOÇÕES DE DIREITO
§ 3º Não haverá remessa necessária nas sentenças de que trata esta Lei.
Art. 17-D A ação por improbidade administrativa é repressiva, de caráter sancionatório, destinada à
aplicação de sanções de caráter pessoal previstas nesta Lei, e não constitui ação civil, vedado seu ajuiza-
mento para o controle de legalidade de políticas públicas e para a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente e de outros interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos.
Parágrafo único. Ressalvado o disposto nesta Lei, o controle de legalidade de políticas públicas e a
responsabilidade de agentes públicos, inclusive políticos, entes públicos e governamentais, por danos ao meio
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, a qualquer
outro interesse difuso ou coletivo, à ordem econômica, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos
raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio público e social submetem-se aos termos da Lei nº 7.347, de 24 de
julho de 1985.
Art. 18 A sentença que julgar procedente a ação fundada nos arts. 9º e 10 desta Lei condenará ao
ressar- cimento dos danos e à perda ou à reversão dos bens e valores ilicitamente adquiridos, conforme o
123
§ 1º Se houver necessidade de liquidação do dano, a pessoa jurídica prejudicada procederá a essa determi-
nação e ao ulterior procedimento para cumprimento da sentença referente ao ressarcimento do patrimônio
público ou à perda ou à reversão dos bens.
§ 2º Caso a pessoa jurídica prejudicada não adote as providências a que se refere o § 1º deste artigo no prazo
de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da sentença de procedência da ação, caberá ao Ministé-
rio Público proceder à respectiva liquidação do dano e ao cumprimento da sentença referente ao ressar -
cimento do patrimônio público ou à perda ou à reversão dos bens, sem prejuízo de eventual
responsabilização
pela omissão verificada.
§ 3º Para fins de apuração do valor do ressarcimento, deverão ser descontados os serviços efetivamente prestados.
§ 4º O juiz poderá autorizar o parcelamento, em até 48 (quarenta e oito) parcelas mensais corrigidas moneta-
riamente, do débito resultante de condenação pela prática de improbidade administrativa se o réu
demonstrar incapacidade financeira de saldá-lo de imediato.
Art. 18-A A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções
aplicadas com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a
prática de diversas ilicitudes, observado o seguinte:
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um
ter- ço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu;
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
Parágrafo único. As sanções de suspensão de direitos políticos e de proibição de contratar ou de receber
incentivos fiscais ou creditícios do poder público observarão o limite máximo de 20 (vinte) anos.
A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos
administrativos praticados pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por improbidade a
Não existe mais a defesa preliminar. O acordo será oferecido pelo MP e depende de homologação do judiciário
Mantido o acordo de não persecução cível, que agora está de forma mais detalhada
O requerido já será citado para apresentar a contestação
Art. 19 Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quan-
do o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais,
morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20 A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da
124 sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do
car- go, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução
processual ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual prazo, mediante decisão motivada.
Art. 21 A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas
previstas no art. 10 desta Lei;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de
funda- mento para a conduta do agente público.
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas
na formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente.
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria.
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, impede
o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previs-
tos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções
apli- cadas nos termos desta Lei.
Art. 22 Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de
autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14
desta Lei, poderá instaurar inquérito civil ou procedimento investigativo assemelhado e requisitar a
instauração de inquérito policial.
Parágrafo único. Na apuração dos ilícitos previstos nesta Lei, será garantido ao investigado a oportunidade
de manifestação por escrito e de juntada de documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na
elucidação dos fatos.
Sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem:
A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos → confirmada por decisão colegiada → impede
o trâmite da ação de improbidade, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição previstos
no CPP.
DA PRESCRIÇÃO a
qua
O prazo prescricional passou a ser de 8 anos em todas as hipóteses e a contagem ocorre a partir da r de
ocorrência do fato. este
m-se
aos
Art. 23 A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, contados a partir
dem
da
ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência. I - (revogado);
II - (revogado);
III - (revogado).
§ 1º A instauração de inquérito civil ou de processo administrativo para apuração dos ilícitos referi-
dos nesta Lei suspende o curso do prazo prescricional por, no máximo, 180 (cento e oitenta) dias corri-
dos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não concluído o processo, esgotado o prazo de
suspensão.
§ 2º O inquérito civil para apuração do ato de improbidade será concluído no prazo de 365 (trezentos e ses-
senta e cinco) dias corridos, prorrogável uma única vez por igual período, mediante ato fundamentado
submetido à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 3º Encerrado o prazo previsto no § 2º deste artigo, a ação deverá ser proposta no prazo de 30 (trinta)
dias, se não for caso de arquivamento do inquérito civil.
§ 4º O prazo da prescrição referido no caput deste artigo interrompe-se:
I - pelo ajuizamento da ação de improbidade
NOÇÕES DE DIREITO
A lei traz hipóteses de suspensão e de interrupção. Na suspensão, após a instauração de inquérito civil ou
de processo administrativo, o prazo prescricional suspende-se por até 180 dias corridos e volta a contar de
onde parou.
Já na interrupção, após a ocorrência das hipóteses previstas, volta-se a contar o prazo do zero.
O § 5º traz uma inovação, que é a prescrição intercorrente. Essa modalidade de prescrição só ocorre depois
da apresentação da ação de improbidade, ou seja, ocorre dentro do processo e será contada pela metade.
Exemplo: um agente praticou um ato de improbidade há 6 anos; o MP apresenta a ação e, no dia da
apresen- tação, o prazo será interrompido. Na interrupção, o prazo volta a contar do zero, ou seja, com a
apresentação da ação de improbidade administrativa pelo MP, voltaríamos a contar os 8 anos. Entretanto, na
prescrição intercor- rente do § 5º, o prazo volta a ser contado pela metade, ou seja, 4 anos. Podemos dizer, então,
que o prazo da prescrição intercorrente será de 4 anos.
Prorrogável uma
única vez por igual
período, mediante ato
fundamentado
Em 8 anos, contados a
partir da ocorrência do
A ação para a aplicação
fato ou, no caso de
das sanções previstas
infrações permanentes,
nesta Lei prescreve
do dia em que cessou a
permanência
REFERÊNCIAS
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Câmara dos Deputados, 2022. Disponível em: https://www.camara.leg.br/. Acesso
em: 17 jan. 2022.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2019.
CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 9ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Guia da política de governança pública. Brasília: Casa Civil
da Presidência da República, 2018.
CASTRO JÚNIOR, Renério de. Manual de Direito Administrativo. 1ª Ed. São Paulo: Juspodivm, 2021.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 33ª Ed. São Paulo: Atlas, 2020.
GUIA da política de governança pública / Casa Civil da Presidência da República. Brasília: Casa Civil da
Pre- sidência da República, 2018.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 44ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2020.
MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de Direito Administrativo. 34ª Ed. São Paulo: Juspodivm,
2019.
PLANALTO. Portal da Legislação, 2022. Página inicial. Disponível em:
http://www4.planalto.gov.br/legislacao/. Acesso em: 17 jan. 2022.
SENADO FEDERAL. Senado Federal, 2022. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/hpsenado. Acesso em:
126 17 jan. 2022.
indireta. Enti- dade é a unidade de atuação P
dotada de personalidade jurídica. Temos reli
também autoridade, que é o servidor ou agente min
público dotado de poder de decisão. arm
ente
, o
A necessidade de se instaurar um processo, isto é,
art.
uma sequência de atos para o exercício da jurisdição, 1º
tem seu fundamento no princípio constitucional do atrib
devido processo legal. O devido processo legal pode ui a
ser compreendido como o “escudo da humanidade” prin
contra a prática de atos abusivos por parte do cipa
Estado. Seu fundamento legal está previsto no inciso l
LIV, art. 5º, da Constituição Federal, o qual assegura fina-
que nin- guém será privado da liberdade ou de seus lida
bens sem o devido processo legal. de
A obrigatoriedade do devido processo legal não da
se aplica somente à seara judicial, mas também refer
vincula a Administração Pública e o Poder ida
Legislativo, pois no moderno Estado de Direito, a Lei.
validade das decisões praticadas por órgãos e
agentes governamentais está condicionada ao A
cumprimento de um rito procedi- mental rt.
previamente estabelecido. Por isso, é de gran- de 1º
importância o estudo do processo administrativo, Es
que visa dar maior transparência e garantia do exer- ta
cício de uma boa Administração para os particulares. Le
i
es
Dica ta
be
Processo ou procedimento administrativo? Apesar
le
de não serem a mesma coisa, ambos possuem ce
uma forte relação intrínseca. “Processo” é o termo no
utilizado para designar a relação jurídica estabele- r
m
cida entre as partes e, por isso, denomina-se pro- as
cesso administrativo o vínculo estabelecido entre bá
o Poder Público e o particular para a tomada de si
ca
uma decisão. “Procedimento”, por sua vez, refere-
s
se a uma sequência ordenada de atos que so
culminam na tomada da decisão. Procedimento br
é o meio pelo qual se atende aos fins do e
o
processo. pr
oc
A LEI FEDERAL Nº 9.784/1999 es
so
Com o objetivo de regulamentar a disciplina ad
cons- titucional do processo administrativo, a Lei nº m
9.784, de 1999, denominada “Lei do Processo in
Administra- tivo”, dispõe sobre normas básicas ist
sobre o referido processo no âmbito da ra
Administração Federal direta e indireta, visando à ti
proteção dos direitos dos admi- nistrados e ao vo
melhor cumprimento dos fins da Admi- nistração no
â
Pública. Trata-se de lei federal, aplicável somente no
m
âmbito da União, com incidência no Poder Executivo e bi
também nos Poderes Legislativo e Judiciá- rio, no to
exercício de suas funções atípicas. Entretanto, o STJ da
pacificou entendimento de que a referida Lei de A
Processo Administrativo pode ser aplicável, d
subsidia- riamente, às demais entidades federais que m
não pos- suam lei própria versando sobre o tema. in
Com base nessas considerações, passemos a desta- is-
car alguns pontos importantes da referida legislação. tr
De início, o § 2º, art. 1º, da Lei nº 9.784, de 1999, aç
ão
procura delimitar três importantes conceitos. Órgão é a
Fe
unida- de de atuação integrante da estrutura da
de
Administração direta e da estrutura da Administração
ral direta e indireta, visando, em espe- cial, à proteção
dos direitos dos administrados e ao melhor
cumprimento dos fins da Administração
Art. 2º [...]
Parágrafo único. [...]
I - atuação conforme a lei e o Direito;
127
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada Por outro lado, o art. 4º aponta os deveres do
a renúncia total ou parcial de poderes ou administrado perante o processo administrativo.
competên- cias, salvo autorização em lei; Sem prejuízo de outros deveres previstos em ato nor-
III - objetividade no atendimento do interesse mativo, o artigo apresenta cinco deveres:
público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades; Art. 4º [...]
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, I - expor os fatos conforme a verdade;
decoro e boa-fé; II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, III - não agir de modo temerário;
ressal- vadas as hipóteses de sigilo previstas na IV - prestar as informações que lhe forem solicita-
Constituição; VI - adequação entre meios e fins, das e colaborar para o esclarecimento dos fatos.
vedada a imposi- ção de obrigações, restrições e
sanções em medida superior àquelas estritamente Do Início do Processo: Instauração, Legitimidade,
necessárias ao aten- dimento do interesse público;
Impedimento e Suspeição
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito
que determinarem a decisão;
VIII - observância das formalidades essenciais à A Administração Pública apresenta uma
garantia dos direitos dos administrados; dinamici- dade muito maior do que o Judiciário, uma
IX - adoção de formas simples, suficientes para pro- vez que pode agir de ofício, isto é, sem a provocação
piciar adequado grau de certeza, segurança e res- do inte- ressado (art. 5º).
peito aos direitos dos administrados; É possível, evidentemente, que o processo admi-
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen- nistrativo possa ser instaurado a requerimento, hipó-
tação de alegações finais, à produção de provas e tese em que deve ser formulado por escrito e conter
à interposição de recursos, nos processos de que os seguintes dados, conforme o art. 6°:
possam resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, Art. 6º [...]
ressalvadas as previstas em lei; I - órgão ou autoridade administrativa a que se
XII - impulsão, de ofício, do processo administrati- dirige; II - identificação do interessado ou de quem o
vo, sem prejuízo da atuação dos interessados; represente;
XIII - interpretação da norma administrativa da III - domicílio do requerente ou local para recebi-
forma que melhor garanta o atendimento do fim mento de comunicações;
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos
de nova interpretação. e de seus fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu
Dos Direitos e Deveres dos Administrados representante.
Apesar de não haver uma expressa menção, para Quando os pedidos de uma pluralidade de inte-
os efeitos da Lei, considera-se como “administrado” ressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos,
poderão ser formulados em um único requerimento
todo aquele que não possui vínculo com a Administra-
ou reunidos por decisão motivada da autoridade
ção Pública, é o cidadão particular, sujeito de
com- petente, salvo preceito legal em contrário (art.
direitos e deveres exercidos pela Administração.
8º).
Mesmo não estabelecendo uma definição de admi-
Quanto à legitimidade para a instauração do pro-
nistrado, a Lei Federal busca proteger alguns direitos
cesso, o art. 9º elenca um rol taxativo de
do administrado. Os seus direitos estão dispostos no
interessados:
art. 3º, in verbis:
Art. 9º [...]
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como
perante a Administração, sem prejuízo de outros titulares de direitos ou interesses individuais ou no
que lhe sejam assegurados: exercício do direito de representação;
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e ser- II - aqueles que, sem terem iniciado o processo,
vidores, que deverão facilitar o exercício de seus têm direitos ou interesses que possam ser afetados
direitos e o cumprimento de suas obrigações; pela decisão a ser adotada;
II - ter ciência da tramitação dos processos admi- III - as organizações e associações
nistrativos em que tenha a condição de interessa- representativas, no tocante a direitos e interesses
do, ter vista dos autos, obter cópias de documentos coletivos;
neles contidos e conhecer as decisões proferidas; IV - as pessoas ou as associações legalmente
III - formular alegações e apresentar documentos consti- tuídas quanto a direitos ou interesses
antes da decisão, os quais serão objeto de conside- difusos.
ração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advoga- Ainda sobre as pessoas dentro do processo admi-
do, salvo quando obrigatória a representação, por nistrativo, a referida Lei estabelece algumas
força de lei. hipóteses de suspeição e de impedimento.
Impedimento é uma qualidade que uma pessoa
Como se depreende da leitura do dispositivo, esse tem que, como o próprio nome diz, a impede de
não é um rol taxativo de direitos. A lei de processo parti- cipar do processo administrativo. As causas de
128 administrativo não precisa prever todos os direitos impedi- mento estão dispostas no art. 18, in vebis:
do administrado para garantir sua proteção.
Art. 18 É impedido de atuar em processo adminis-
trativo o servidor ou autoridade que:
I- esentante, ou se tais
t
e
n
h
a
i
n
t
e
r
e
s
s
e
d
i
r
e
t
o
o
u
i
n
d
i
r
e
t
o
n
a
m
a
t
é
r
i
a
;
II
-
te
nh
a
pa
rti
ci
pa
do
ou
ve
nh
a
a
pa
rti
ci
pa
r
co
m
o
pe
rit
o,
tes
te
m
un
ha
ou
re
pr
situações ocorrem quanto ao cônjuge, companhei- excepcio- nal e temporária no processo E
ro ou parente e afins até o terceiro grau; administrativo, confor- me dispõe o art. 15. m
III - esteja litigando judicial ou administrativa-
relaç
mente com o interessado ou respectivo cônjuge ou
ão à
companheiro.
for
A autoridade ou servidor que incorrer em ma,
impedimen- to deve comunicar o fato à autoridade a
competente, abs- tendo-se de atuar (art. 19). A Lei
citad
omissão em comunicar tal impedimento é considerada
a
uma falta grave (art. 20).
não
A Lei do Processo Administrativo também prevê
atrib
algumas hipóteses de suspeição.
ui
São hipóteses em que a pessoa não está obrigada, nenh
mas é recomendável que ela não participe do proces- um
so administrativo. As causas de suspeição estão pre- requ
vistas no art. 20, in verbis: isito
sole
Art. 20 Pode ser arguida a suspeição de ne
autoridade ou servidor que tenha amizade íntima para
ou inimizade notória com algum dos interessados o
ou com os res- pectivos cônjuges, companheiros, proc
parentes e afins até o terceiro grau. esso
adm
Interessante observar que o próprio servidor ou a inist
autoridade julgadora do processo podem se autode- rativ
clarar suspeitos. o,
Qual seria a diferença de julgamento de impedi- apen
mento e uma suspeição? A resposta é bem simples: o as
impedimento são ordens legais, o que significa que o exige
seu julgamento está vinculado à palavra da lei. Já no que
julgamento da suspeição, como não há um manda- os
mento para se declarar a suspeição (é recomendado atos
que tais pessoas não participem do processo), há proc
uma certa margem de liberdade no julgamento da essu
suspei- ção, o que evidencia uma maior ais
discricionariedade. deve
rão
ser
Da Competência, da Forma, do Tempo e do Lugar prod
uzid
Nos termos do art. 11: os
por
Art. 11 A competência é irrenunciável e se exer- escri
ce pelos órgãos administrativos a que foi to,
atribuída como própria, salvo os casos de em
delegação e avoca- ção legalmente admitidos. vern
ácul
A delegação é o fenômeno pelo qual uma autori- o,
dade distribui suas competências para uma entidade com
ou órgãos distintos, podendo estar na mesma linha data
hierárquica ou não. Salvo impedimento legal, a com- e
petência poderá ser parcialmente delegada a outros local
órgãos ou titulares, mesmo sem subordinação hierár- de
quica, em razão de fatores técnicos, sociais, sua
reali
econômi- cos, jurídicos ou territoriais.
zaçã
O art. 13 apresenta, contudo, algumas matérias
o e
que não podem ser objeto de delegação, sendo
assi
indelegáveis:
natu
ra
I - a edição de atos de caráter normativo;
da
II - a decisão de recursos administrativos;
auto
III - as matérias de competência exclusiva do órgão,
rida
entidade ou autoridade.
de
resp
A avocação, por sua vez, traduz-se na absorção onsá
de competências, hipótese em que o órgão ou o vel
titular chama para si atribuições de competência de (§ 1º,
órgão hierarquicamente inferior. É uma hipótese art.
22). Os atos são realizados em dias úteis, no horário de
funcionamen- to da repartição na qual tramita o processo.
Sobre o tempo, dispõe o art. 24:
129
Também não deve haver prejuízo ao eficaz anda- V - decidam recursos administrativos;
mento do processo. VI - decorram de reexame de ofício;
A consulta pública é um instrumento de comu- VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada
nicação entre a administração e a sociedade, pois sobre a questão ou discrepem de pareceres,
os cidadãos podem apresentar sugestões, críticas laudos, propostas e relatórios oficiais;
e comentários acerca do objeto do processo, ainda VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou
que não sejam a parte diretamente interessada. Não convalidação de ato administrativo.
é obrigatória (discricionariedade), ou seja, somen- § 1º A motivação deve ser explícita, clara e con-
te será utilizada quando for conveniente e oportuno gruente, podendo consistir em declaração de
para a Administração e para o processo em questão. concordância com fundamentos de anteriores pare-
ceres, informações, decisões ou propostas, que, nes-
Art. 39 Quando for necessária a prestação de te caso, serão parte integrante do ato.
infor- mações ou a apresentação de provas pelos § 2º Na solução de vários assuntos da mesma
interes- sados ou terceiros, serão expedidas natu- reza, pode ser utilizado meio mecânico que
intimações para esse fim, mencionando-se data, repro- duza os fundamentos das decisões, desde
prazo, forma e condições de atendimento. que não prejudique direito ou garantia dos
interessados.
Essas intimações são indispensáveis para que os
interessados e terceiros tenham conhecimento do O art. 51 apresenta a desistência, que é uma das
processo que está correndo. formas de extinção do processo administrativo. O inte-
O art. 42 dispõe sobre os pareceres, que podem ressado poderá, mediante manifestação escrita, desistir
ser obrigatórios ou facultativos, conforme sejam ou total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda,
não exigidos por lei. Os pareceres obrigatórios são
renunciar a direitos disponíveis. Quando múltiplos os
vinculantes ou não vinculantes, quando suas conclu-
interessados, a desistência de um não afeta o prosse-
sões devam ou não ser necessariamente observadas
guimento do processo para os demais (§ 1º do art. 51).
nas decisões proferidas por autoridade competente.
Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um A desistência ou renúncia do interessado, conforme
órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no o caso, não prejudica o prosseguimento do processo,
pra- zo máximo de quinze dias úteis, salvo norma se a Administração considerar que o interesse público
especial ou comprovada necessidade de maior prazo. assim o exige.
Veja o que dispõem os §§ 1º e 2º, do art. 42: O art. 52, por sua vez, dispõe sobre outra hipótese
de extinção do processo administrativo: quando exau-
Art. 42 [...] rida a sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
de ser emitido no prazo fixado, o processo não
terá seguimento até a respectiva apresentação, Da Anulação, Revogação e Convalidação
respon- sabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante
deixar de ser emitido no prazo fixado, o proces- O art. 53 prevê o que a doutrina denomina de auto-
so poderá ter prosseguimento e ser decidido com tutela administrativa. A Administração deve anular
sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade de seus próprios atos, quando eivados de vício de legali-
quem se omitiu no atendimento. dade, e pode revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, em qualquer caso respeitados os direi-
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito tos adquiridos, sem precisar de auxílio ou intervenção
de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se do processo judiciário.
outro prazo for legalmente fixado (art. 44). Quando um ato é considerado ilegal, significa
que houve um julgamento quanto à legalidade do
Do Dever de Decidir: Motivação e Desistência ato. A palavra da lei é o que importa: se o ato foi
praticado fora dos limites legais, deve ser anulado. É
Segundo o caput do art. 48, a Administração tem esse o ins- tituto da vinculação. Porém, quando um
o dever de expressamente se pronunciar e emitir ato é consi- derado inconveniente e inoportuno (mas
decisão sobre todos os assuntos da sua competência ainda assim legal e legítimo), aqui o administrador
que lhes sejam apresentados, nos processos adminis- tem a escolha de manter o ato ou de extingui-lo
trativos e sobre solicitações, petições, representações mediante a revogação. Há um julgamento com base
ou reclamações. Lembre-se de que o dever de na discricionariedade.
decidir da Administração tem por fundamento
justamente o direito de petição do administrado.
Art. 54 O direito da Administração de anular os
O art. 50, por sua vez, dispõe sobre a motivação das atos administrativos de que decorram efeitos
decisões do processo administrativo. Os atos adminis- favo- ráveis para os destinatários decai em cinco
trativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos, anos, contados da data em que foram praticados,
dos fundamentos jurídicos e atos probatórios, quando: salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
prazo de decadência contar-se-á da percepção do
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou
primeiro pagamento.
sanções;
[...]
130 III - decidam processos administrativos de
concur- so ou seleção pública; Art. 55 Em decisão na qual se evidencie não acar-
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de retarem lesão ao interesse público nem prejuízo
processo licitatório; a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Ad
mi
ni
str
aç
ão
.
Para saber quais atos podem ser sanáveis, é Parágrafo único. Se da aplicação do
disposto neste artigo puder decorrer gravame U
impor- tante relembrar quais são os elementos dos
à situação do recor- rente, este deverá ser ma
atos admi- nistrativos: competência, objeto, forma,
cientificado para que formule suas alegações vez
motivo e finalidade. Os atos podem ser
antes da decisão. vist
convalidados, se o seu vício recair sobre a
os
competência ou a forma do ato administrativo.
os
Contudo, se o vício recair no motivo, objeto e a aspe
finalidade, por serem vícios insanáveis, não podem ctos
ser convalidados. gera
is
Dos Recursos Administrativos
dos
recu
Todas as decisões adotadas em processo adminis- rsos
trativo são passíveis de recurso, caso em que haverá adm
um reexame quanto às questões de legalidade inist
(vincu- lação) e de mérito (discricionariedade) dos rativ
atos admi- nistrativos objeto do litígio. os, é
O recurso será dirigido à autoridade superior por imp
intermédio da autoridade que proferiu o ato recorri- orta
do, e esta poderá reconsiderar sua decisão no prazo nte,
de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo tam
subir, informando devidamente o recorrente (§ 1º, bém
art. 56). Salvo exigência legal, a interposição de recurso ,
indepen- de de caução (§ 2º, art. 56). con
Existem três instâncias administrativas pelas hece
quais r
os recursos podem tramitar (art. 57). cada
Os legitimados para interpor recurso estão um
previs- dele
tos no art. 58. São eles: s em
esp
I - os titulares de direitos e interesses que forem
parte no processo; écie
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indire- :
tamente afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações R
representativas, no tocante a direitos e interesses e
coletivos; p
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos r
ou interesses difusos.
e
O recurso é interposto por meio de requerimento s
no qual o recorrente deverá expor os fundamentos e
do pedido de reexame, podendo juntar os n
documentos que julgar convenientes. t
Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, a
sal- vo havendo relevante fundamento e justo ç
receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação ã
decorrente da execução. Nesses casos, a autoridade o
recorrida poderá decretar a suspensão do prazo :
recursal (§ único, art. 61). Interposto o recurso, o é
órgão competente para dele conhecer deverá intimar u
os demais interessados para que, no prazo de dez m
dias úteis, apresentem alegações. a
O recurso não será conhecido quando interposto d
(art. 63): e
n
I - fora do prazo;
ú
II - perante órgão incompetente;
n
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa. c
i
Os prazos contam-se em dias úteis e começam a a
correr a partir da data da cientificação oficial, f
excluin- do-se da contagem o dia do começo e o
incluindo-se o do vencimento. r
m
Art. 64 O órgão competente para decidir o recur- a
so poderá confirmar, modificar, anular ou l
revogar, total ou parcialmente, a decisão d
recorrida, se a matéria for de sua competência. e
irregu- laridade, feita por qualquer indivíduo, com
previ- são no inciso III, § 3º , art. 37, da CF, de 1988, e
que gera à Administração o dever-poder de apurar a
irregularidade, se houver. Trata-se, por isso, de ato
vinculado;
Reclamação administrativa: É o ato pelo qual o
administrado, particular ou servidor público, deduz
uma pretensão perante a administração pública,
visando obter o reconhecimento de um direito ou a
correção de um ato que lhe cause ou na iminência de
causar lesão. A interposição da reclamação não
impede a apreciação do pleito pelo Judiciário, mas a
reclamação interposta den- tro do prazo de 1 ano,
contado da ocorrência do ato, suspende a prescrição
quinquenal deste;
Pedido de reconsideração: é uma solicitação feita à
autoridade que expediu o ato, para que o modifique ou
o invalide, nos moldes do requerente. A reconsi-
deração não suspende a prescrição do Judiciário;
Recurso hierárquico próprio: é aquele endere- çado
à autoridade superior à que praticou o ato recorrido.
Pode ser interposto sem a necessidade de previsão
legal, uma vez que a revisão dos atos pela autoridade
hierarquicamente superior àquela que praticou o ato é
uma de suas tarefas inerentes. Vale ressaltar que o
recurso hierárquico independe de caução ou
qualquer tipo de garantia em dinheiro, conforme
dispõe a Súmula Vinculante nº 21, do STF;
Recurso hierárquico impróprio: é aquele dirigido à
autoridade que não ocupa posição de hierarquia em
relação ao ente que praticou o ato. É o caso, por
exemplo, de recurso interposto para o ente federati- vo
membro da Administração Direta, sobre alguma
entidade da Administração Indireta. Esse tipo de
recurso deve possuir previsão legal, uma vez que os
poderes inerentes à tutela não se presumem.
131
É interessante estudar o esquema de prazos abaixo:
Os atos do órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele participem: prazo de cinco dias, Intimações
podendo serrealizadas
dilatado até
como dobro.
antecedência mínima de 3 dias
PRAZOS
A autoridade competente possui prazo de 30 dias para decidir o recurso. Em caso de necessidade esse prazo poderá se
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) A respeito de improbidade administrativa, processo administrativo e organização admi-
nistrativa, julgue o item seguinte.
Caso o administrado não atenda a intimação em processo administrativo, incidirá o ônus de reconhecimento da ver-
dade dos fatos alegados.
( ) CERTO ( ) ERRADO
A questão faz referência ao instituto da revelia. Porém, por expressão previsão do art. 27, da Lei nº 9.784, de 1999,
“o desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a
direito pelo administrado.” Assim, esses efeitos da revelia, comuns na esfera do processo civil, não se aplicam
no proces- so administrativo. Resposta: Errado.
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Com base nos princípios do regime jurídico administrativo e nas regras relativas à contra-
tação direta pela administração pública, julgue o item que se seguem.
O princípio da indisponibilidade do interesse público é intrinsecamente ligado ao princípio da supremacia do
interesse público, isto é, à incapacidade da administração de livremente dispor de bens e do interesse público sob
sua tutela.
132 ( ) CERTO ( ) ERRADO
2. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Com relação a aspectos d
da administração pública, julgue o item a seguir. 8. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Jorge, chefe de e
A publicidade dos atos administrativos favorece o repar- tição vinculada a órgão público federal, s
controle social, razão pela qual a moderna adminis- determinou, de forma expressa, que todos os e
tração pública brasileira, em obediência ao princípio servidores deveriam tratar os administrados u
constitucional da publicidade, não mais admite que com respeito e urbanidade e que não toleraria s
atos praticados em seu âmbito possam ser protegidos ofensa verbal. No entanto, Bruno, um s
por qualquer tipo de sigilo.
u
b
( ) CERTO ( ) ERRADO o
r
3. (CESPE-CEBRASPE – 2021) No que se refere aos pre- d
ceitos relacionados ao direito administrativo, julgue o i
item a seguir. n
O princípio da hierarquia verifica-se na subordinação a
existente entre entes da administração indireta e os d
órgãos da administração direta aos quais aqueles o
estão vinculados. s
q
( ) CERTO ( ) ERRADO u
e
4. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Com relação a conceitos e
e disposições inerentes ao direito administrativo, jul- x
gue o item subsequente. e
Não há na doutrina majoritária quaisquer distinções r
entre os conceitos de atos administrativos, fatos c
administrativos e atos da administração, uma vez que e
todos eles produzem efeitos administrativos. c
a
( ) CERTO ( ) ERRADO r
g
5. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Considerando que, hipo- o
teticamente, a diretoria de um órgão da e
administração distrital tenha editado portaria que m
aprovou seu regi- mento interno, julgue o próximo
item, com base na teoria dos atos administrativos. c
Os elementos ou requisitos comumente citados o
como pressupostos do ato administrativo, tais como m
forma, objeto, competência, motivo e finalidade, são i
expres- samente elencados na Lei n.º 9.784/1999. s
-
( ) CERTO ( ) ERRADO s
ã
6. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Com relação a conceitos o
e disposições inerentes ao direito administrativo, jul- e
gue o item subsequente. n
A licença, a permissão e a autorização são atos admi- ã
nistrativos que decorrem da anuência do poder públi- o
co para que o interessado desempenhe determinada p
atividade. o
s
( ) CERTO ( ) ERRADO s
u
7. (CESPE-CEBRASPE – 2021) No que diz respeito aos i
princípios fundamentais, concessão, autorização, per- c
missão e atos da administração pública, julgue o item a
a seguir. r
A administração pública pode revogar seus pró- g
prios atos eivados de vícios, ou ainda pelo judiciário, o
mediante provocação. e
f
( ) CERTO ( ) ERRADO e
tivo, cometeu grave insu- bordinação em serviço ao 12. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Julgue o item a seguir,
insultar Fernanda, uma administrada que havia solicitado acerca de direito administrativo.
informações sobre o andamento de processo que
tramitava no referido órgão. Jorge, na figura de autoridade
pública compe- tente, abriu processo administrativo
disciplinar contra Bruno, que culminou na aplicação de
pena de suspen- são por 90 dias ao insubordinado.
Considerando essa situação hipotética e os disposi- tivos
da Lei n.º 8.112/1990 e da Lei n.º 9.784/1999, bem como
as disposições a respeito dos poderes administrativos e
da responsabilidade civil do Estado no direito brasileiro,
julgue o item subsequente.
No âmbito administrativo, a prática de insubordinação no
serviço público configura ofensa ao poder hierárquico. ( )
CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
133
NOÇÕE
Órgãos públicos, por não terem personalidade jurídica civis titulares de cargos de provimento efetivo são
própria, não possuem capacidade processual, razão considerados agentes públicos, porém, embora pos- suam
por que devem, necessariamente, ser representados vínculos estatutários, eles estão sujeitos a regi- me jurídico
em juízo pela pessoa jurídica a qual é vinculado. próprio.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
A ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO
1 CERTO
2 ERRADO
3 ERRADO
4 ERRADO
5 ERRADO
6 CERTO
7 ERRADO
8 CERTO
9 CERTO
10 ERRADO
11 ERRADO
12 ERRADO
13 CERTO
14 ERRADO
15 CERTO
16 CERTO
17 ERRADO
18 CERTO
19 ERRADO
20 CERTO
21 CERTO
22 CERTO
23 ERRADO
NOÇÕES DE DIREITO
ANOTAÇÕES
135
ANOTAÇÕES
136
DEDUÇÃO CERTEZA
repre- senta como ocorre a relação desses INFE
RÊNC
processos:
IA
A
part
ir
dess
e
INFERÊNCIA — ESTRATÉGIAS DE INTERPRETAÇÃO esqu
ema
A inferência é uma relação de sentido ,
conhecida desde a Grécia Antiga e que embasa as cons
teorias sobre interpretação de texto. egui
mos
visu
Dica aliza
Interpretar é buscar ideias, pistas do autor do r
texto, nas linhas apresentadas. mel
hor
com
Porém, apesar de, aparentemente, parecer algo
o o
subjetivo, existem “regras” para se buscar essas
proc
pistas. A primeira e mais importante delas é
esso
identificar a orientação do pensamento do autor do
de
texto, que fica perceptível quando identificamos inter
como o raciocínio dele foi exposto, se de maneira pret
mais racional, a partir da análise de dados, ação
informações com fontes confiáveis, ou se de maneira ocor
mais empirista, partindo dos efeitos, das re.
consequências, a fim de se identificar as causas. Ago
Por isso, é preciso compreender como podemos ra,
interpretar um texto mediante estratégias de leitura. irem
Muitos pesquisadores já se debruçaram sobre o os
tema, que é intrigante e de grande profundidade deta
acadêmica; neste material, selecionamos as lhar
estratégias mais efica- zes que podem contribuir para esse
sua aprovação em sele- ções que avaliam a proc
competência leitora dos candidatos. A partir disso, esso
apresentamos estratégias de leitura que focam nas ,
formas de inferência sobre um texto. Dessa forma, é reco
fundamental identificar como ocorre nhec
o processo de inferência, que se dá por dedução ou end
por indução. Para entender melhor, veja este exemplo: o as
estra
O marido da minha chefe parou de beber. tégi
as
Observe que é possível inferir várias informa- que
ções a partir dessa frase. A primeira é que a chefe do com
enunciador é casada (informação comprovada pela põe
expressão “marido”), a segunda é que o enuncia- m
dor está trabalhando (informação comprovada pela cada
expressão “minha chefe”) e a terceira é que o marido man
da chefe do enunciador bebia (expressão eira
comprovada pela expressão “parou de beber”). Note de
que há pistas contextuais do próprio texto que infer
induzem o leitor a interpretar essas informações. ir
Tratando-se de interpretação textual, os processos info
de inferência, sejam por dedução ou por indução, rma
par- tem de uma certeza prévia para a concepção ções
de uma interpretação, construída pelas pistas de
oferecidas no texto junto da articulação com as um
informações acessa- das pelo leitor do texto. text
A seguir, apresentamos um fluxograma que o.
Por isso, vamos apresentar nos tópicos seguintes como
usar estratégias de cunho dedutivo, indutivo e, ainda,
como articular a isso o nos- so conhecimento de mundo na
interpretação de textos.
A INDUÇÃO
A propriedade vocabular
PROCURE SINÔNIMOS leva o cérebro a aproximar
LÍNGUA
as pa- lavras que têm maior
asso- ciação com o tema
do texto
Os conectivos (conjunções,
ATENÇÃO preposições, pronomes)
AOS são marcadores claros de
CONECTIVOS opiniões, espaços físicos
e localizadores textuais
137
A DEDUÇÃO preju- dicada pelo conhecimento linguístico é o texto a
seguir:
A leitura de um texto envolve a análise de
diversos aspectos que o autor pode colocar
explicitamente ou de maneira implícita no
enunciado.
Em questões de concurso, as bancas costumam
procurar nos enunciados implícitos do texto aspectos
para abordar em suas provas.
No momento de ler um texto, o leitor articula
seus conhecimentos prévios a partir de uma
informação que julga certa, buscando uma
interpretação; assim, ocorre o processo de
interpretação por dedução. Con- forme Kleiman
(2016, p. 47):
Conhecimento Linguístico;
Conhecimento Textual;
Conhecimento de Mundo.
Conhecimento Linguístico
Conhecimento de Mundo
138
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desa-
fiou valentemente todos os risos desdenhosos que TIPO TEXTUAL
tentaram dissuadi-lo de seu plano. “Os olhos
Classifica-se conforme as marcas linguísticas apresen-
enga- nam” disse ele, “um ovo e não uma mesa
tipificam corretamente esse planeta inexplorado.” tadas no texto. Também é chamado de sequência textual
Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à GÊNERO TEXTUAL
procura de provas, abrindo caminho, às vezes
através de imen- sidões tranquilas, mas amiúde Classifica-se conforme a função do texto, atribuída
através de picos e vales turbulentos (KLEIMAN, socialmente
2016, p. 24).
Uma última informação muito importante sobre
Agora tente responder as seguintes perguntas tipos textuais que devemos considerar é que nenhum
sobre o texto: texto é composto apenas por um tipo textual; o que
Quem é o herói de que trata o texto? ocorre é a existência de predominância de algumas
Quem são as três irmãs? sequências em detrimento de outras, de acordo com
Qual é o planeta inexplorado? o texto.
A seguir, aprenderemos a diferenciar cada classe
Certamente, você não conseguiu responder de tipos textuais, reconhecendo suas principais
nenhu- ma dessas questões; porém, ao descobrir o carac- terísticas e marcas linguísticas.
título des- se texto, sua compreensão sobre essas
perguntas será afetada. O texto se chama “A
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS TEXTUAIS E SUAS
descoberta da América por Colombo”. Agora, volte
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
ao texto, releia-o e busque responder às questões;
certamente você não terá mais as mesmas
dificuldades. Narrativo
Ainda que o texto não tenha sido alterado, ao
voltar seus olhos por uma segunda vez a ele, já Os textos compostos predominantemente por
sabendo do que se trata, seu cérebro ativou um sequências narrativas cumprem o objetivo de
conhecimento pré- vio que é essencial para a contar uma história, narrar um fato. Por isso,
interpretação de questões. precisam man- ter a atenção do leitor/ouvinte e, para
tal, lançam mão de algumas estratégias, como a
TIPOLOGIA TEXTUAL organização dos fatos a partir de marcadores
temporais e espaciais, a inclusão de um momento de
Tipos ou sequências textuais são unidades que tensão (chamado de clímax) e um desfecho que
estruturam o texto. Para Bronckart 1, “são unidades poderá ou não apresentar uma moral.
estruturais, relativamente autônomas, organizadas Conforme Cavalcante (2013), o tipo textual narrati-
em frases”. vo pode ser caracterizado por sete aspectos. São
Os tipos textuais marcam uma forma de eles:
organiza- ção da estrutura do texto, que se molda a
depender do gênero discursivo e da necessidade Situação inicial: Envolve a “quebra” de um
comunicativa. Por exemplo, há gêneros que equilí- brio, o que demanda uma situação
apresentam a predomi- nância de narrações (contos, conflituosa;
fábulas, romances, his- tória em quadrinhos etc.). Já Complicação: Desenvolvimento da tensão apre-
em outros, predomina a argumentação (redação do sentada inicialmente;
Enem, teses, dissertações, artigos de opinião etc.). Ações (para o clímax): Acontecimentos que
No intuito de conceituar melhor os tipos textuais, ampliam a tensão;
inspiramo-nos em Cavalcante (2013) e apresentamos a Resolução: Momento de solução da tensão;
seguinte figura, que demonstra como podemos Situação final: Retorno da situação equilibrada;
identi- ficar os tipos textuais e suas principais Avaliação: Apresentação de uma “opinião” sobre
características, tendo em vista que cada sequência a resolução;
textual apresenta características próprias que pouco Moral: Apresentação de valores morais que a
ou nada sofrem em alterações, mantendo uma his- tória possa ter apresentado.
estrutura linguística quase rígida que nos permite
classificar os tipos textuais em cinco categorias Esses sete passos podem ser encontrados no
(Narrativo, Descritivo, Expositivo, Instrucional seguinte exemplo, a canção “Era um garoto que
e Argumentativo). como eu...” Vamos lê-la e identificar essas
características, bem como aprender a identificar
GÊNERO TEXTUAL outros pontos do tipo textual narrativo.
Importante!
Os gêneros textuais que são predominantemen- te narrativos apresentam outras tipologias tex- tuais em sua composição, tendo
p
e
r
s
o
n
a
g
e
n
s
,
e
v
i
d
e
n
c
i
a
d
a
p
e
l
a
p
r
e
s
e
n
ç
a
d
e
a
d
j
e
-
t
i
v
o
s
(
Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2020/07/12/filha-de-dono-de-cantina-faz-desenhos-para-divulgar-cardapio-e-
ajudar-o-pai-a-vender-na-web.ghtml. Acesso em: 17 jan. 2022.
Note que há a presença de muitos adjetivos, locuções, substantivos, que buscam levar o leitor a imaginar o
objeto descrito. O gênero mostrado apresenta a descrição das refeições (pão, croissant, feijão, carne etc.) com
uso de adjetivos ou locuções adjetivas (de queijo, doce, salgado, com calabresa, moída etc.). Ele está
organizado de forma esquematizada em seções (salgados, lanches, caldos e panquecas) de maneira a facilitar a
leitura (o pedido, no caso) do cliente.
Expositivo
LÍNGUA
O texto expositivo visa a apresentar fatos e ideias a fim de deixar explícito o tema principal do texto. Nesse tipo
textual, é muito comum a presença de dados, informações científicas e citações diretas e indiretas que servem
para embasar o assunto tratado pelo texto. Para ilustrar essa explicação, veja o exemplo a seguir:
141
Disponível em: https://www.boavontade.com/pt/ecologia/infografico-dados-mostram-panorama-mundial-da-situacao-da-agua. Acesso em: 17
jan. 2022. Adaptado.
O infográfico mostrado apresenta informações pertinentes sobre o panorama mundial da situação da água
no ano de 2016. O gênero foi construído com o objetivo de deixar o leitor informado a respeito do tema
abordado. Para isso, o autor dispõe, além de linguagem compreensível e objetiva, de recursos visuais para
atingir o objetivo. É importante destacar que os textos expositivos podem, muitas vezes, ser confundidos com
textos argumenta- tivos, uma vez que existem textos argumentativos que são classificados como expositivos, pois
utilizam exemplos
e fatos para fundamentar uma argumentação.
Dica
Atente-se a esta importante diferença entre as sequências expositiva e argumentativa: a argumentativa apre-
senta uma opinião pessoal, enquanto a expositiva não abre margem para a argumentação, já que o fato
exposto é apresentado como dado, ou seja, o conhecimento sobre uma questão não é posto em debate —
apresenta-se um conceito e expõem-se as características desse conceito sem espaço para opiniões.
Os textos expositivos são comuns em gêneros científicos ou que desencadeiam algum aspecto de curiosidade
nos leitores, como no exemplo a seguir:
142
VEJA 10 MULHERES INVENTORAS QUE REVOLUCIONARAM O
de uma tese e a apresentação de argumentos que
MUNDO visam sustentar essa tese. Alguns exemplos de tex-
08/03/2015 07h43 - Atualizado em 08/03/2015 07h43 tos argumentativos são artigos, monografias, ensaios
Hedy Lamarr - conexão wireless científicos e filosóficos, dentre outros.
Outro aspecto importante dos textos argumentati-
Além de atriz de Hollywood, famosa pelo longa “Ecstasy” vos é que eles são compostos por estruturas linguís-
(1933), a austríaca naturalizada norte-americana Hedy Lamarr ticas conhecidas como operadores argumentativos,
foi a inventora de uma tecnologia que permitia controlar torpe- que organizam as orações subordinadas, estruturas
dos à distância, durante a Segunda Guerra Mundial, alterando mais comuns nesse tipo textual.
rapidamente os canais de frequência de rádio para que não A seguir, apresentamos um quadro sintético com
fossem interceptados pelo inimigo. Esse conceito de trans- algumas estruturas linguísticas que funcionam como
missão acabou, mais tarde, permitindo o desenvolvimento de operadores argumentativos e que facilitam a escrita e
tecnologias como o Wi-Fi e o Bluetooth. a leitura de textos argumentativos:
Disponível em: https://glo.bo/2Jgh4Cj Acesso em: 17 jan. 2022.
Adaptado. OPERADORES ARGUMENTATIVOS
É incontestável que...
Instrucional ou Injuntivo análise.
Tal atitude é louvável
O texto / repudiável tem
argumentativo / por objetivo a
notável...
defesa É mister
de um / é fundamental
ponto de/ é vista, portanto,
O tipo textual instrucional ou injuntivo é carac-
envolve a defesa
terizado por estabelecer um “propósito
autônomo”2 que busca convencer o leitor a realizar 2 CAVALCANTE, 2013, p. 73.
alguma tarefa. Esse tipo textual é predominante em O
gêneros como bula de remédio, tutoriais na b
internet, horóscopos e manuais de instrução. s
A principal marca linguística dessa tipologia é a e
presença de verbos conjugados no modo imperati- r
vo e também em sua forma infinitiva. Isso se deve v
ao fato de essa tipologia buscar persuadir o leitor e e
levá-lo a realizar as ações mencionadas pelo gênero. o
Para que possamos identificar corretamente essa e
tipologia textual, faz-se necessário observar um x
gêne- ro textual que apresente esse tipo de texto, e
como o exemplo a seguir: m
p
Como faço para criar uma conta do
l
o
Instagram? Aplicativo do Instagram para
a
Android e iPhone:
s
1. Baixe o aplicativo do Instagram na App Store (iPhone) ou
e
Google Play Store (Android).
g
2. Depois de instalar o aplicativo, toque em para abri-lo. u
3. Toque em Cadastrar-se com e-mail ou número de telefone i
(Android) ou Criar nova conta (iPhone) e insira seu endereço r
de e-mail ou número de telefone (que exigirá um código de :
confirmação), toque em Avançar. Também é possível tocar
em Entrar com o Facebook para se cadastrar com sua conta O
do Facebook. go
4. Se você se cadastrar com o e-mail ou número de telefone, ve
crie um nome de usuário e uma senha, preencha as informa- rn
ções do perfil e toque em Avançar. Se você se cadastrar com o
o Facebook, será necessário entrar na conta do Facebook, ga
caso tenha saído dela. st
a,
Disponível em: https://www.facebook.com/help/instagram/. Acesso to
em: 17 ago. 2022. Adaptado. do
s
No exemplo dado, podemos destacar a presença os
de verbos conjugados no modo imperativo, como a
baixe, toque, crie, além de muitos verbos no no
infinitivo, como instalar, cadastrar, avançar. Outra s,
bil
característica dos textos injuntivos é a enumeração
hõ
de passos a serem cumpridos para a realização
es
correta da tarefa ensina- da e também a fim de tornar de
a leitura mais didática. re
ai
Argumentativo s
no
O tipo textual argumentativo é sem dúvidas o tr
mais complexo e, por vezes, pode apresentar maior at
dificul- dade na identificação, bem como em sua a
mento das mais diversas doenças relaciona- das ao
tabagismo; os ganhos com os impostos nem de longe
compensam o dinheiro gasto com essas doenças. Além
disso, as empresas têm grandes pre- juízos por causa de
afastamentos de trabalhadores devido aos males
causados pelo fumo. Portanto, é mister que sejam
proibidas quaisquer propagan- das de cigarros em todos
os meios de comunicação.
GÊNEROS TEXTUAIS
LÍNGUA
143
podemos estabelecer como os principais aspectos de
Além disso, um gênero textual, para ser
classificação de um gênero textual.
identifica- do como tal, é amparado por um protótipo
Conforme Maingueneau, o ponto de interseção que
textual, o qual também pode ser reconhecido como
estabelece sobre qual gênero estamos tratando é
estereótipo textual, que resguarda características
indi- cado por “rotinas de comportamentos
básicas do gêne- ro. Por exemplo, ao olharmos para
estereotipados e anônimos que se estabilizaram
o anúncio mencio- nado anteriormente,
pouco a pouco, mas que continuam sujeitos a uma
identificamos traços do gênero contos de fadas tanto
variação contínua”3.
na porção textual do anúncio que começa com a
Logo, o primeiro elemento que precisamos iden-
frase: “era uma vez...” quanto pela imagem, que
tificar para classificar um gênero é o papel social, remete ao conto “Branca de Neve”.
marcado pelos comportamentos e pelas “rotinas” Tais marcas, sobretudo as linguísticas, auxi-
humanas típicas de quem vive em sociedade e, por- liam os falantes de uma comunidade a reconhecer
tanto, precisa se fazer compreender tão bem quanto o gênero e também a escrever nesse gênero quando
ser compreendido. necessitarem. Isso é o que torna a característica da
Esse é, sem dúvidas, o elemento que melhor dife-
prototipicidade tão importante no reconhecimento e
rencia tipos e gêneros textuais, uma vez que os
na classificação de um gênero.
tipos textuais não têm apelo ao ambiente social e
Ademais, os traços estereotipados de um gênero
são mui- to mais identificáveis por suas marcas devem ser reconhecidos por uma comunidade,
linguísticas. O fator social dos gêneros textuais
reafir- mando o teor social desses elementos e
também direcionará outros aspectos importantes na
estabelecen- do a importância de um indivíduo
classificação desses elementos; justamente devido à
adquirir o hábito da leitura, pois quanto mais se lê,
dinâmica social em que estão inseridos, os gêneros
a mais gêneros se é exposto.
são passíveis de alte- rações em sua estrutura. Portanto, a partir de todas essas informações
Tais alterações podem ocorrer ao longo do sobre os gêneros textuais, podemos afirmar que, de
tempo, tornando o gênero completamente maneira resumida, os gêneros textuais são ações
modificado, como se deu com as cartas pessoais e os linguísticas situadas socialmente que servem a
e-mails, por exem- plo; ou podem ser alterações
propósitos especí- ficos e são reconhecidos pelos
pontuais que se prestam a uma finalidade específica
seus traços em comum. A seguir, apresentamos uma
e momentânea, como aconteceu com o anúncio tabela com as caracte- rísticas básicas para a correta
apresentado a seguir, da loja O Boticário: identificação dos gêne-
ros textuais:
A notícia é um gênero textual de caráter jornalístico e, como tal, deve apresentar os fatos narrados de
maneira objetiva e imparcial. A notícia pode apresentar sequências textuais narrativas e descritivas na sua
composição linguística; por isso, é fundamental sempre termos em mente as características basilares de todos
os principais tipos textuais.
Como vimos, os gêneros textuais possuem características que os distinguem dos tipos textuais, dentre elas o
fato de terem um apelo a questões sociais, um propósito comunicativo e apresentarem uma configuração mais
ou menos padrão que varia em poucos ou nenhum aspecto entre os gêneros.
Por ser um gênero, a notícia também apresenta essas características. Seu propósito comunicativo é informar
uma comunidade sobre assuntos de interesse comum; por isso, a notícia deve ser comunicada com imparciali-
dade, ou seja, sem que o meio que a transmite apresente sua opinião sobre os fatos. Outra importante caracte-
rística da notícia é a sua configuração prototípica, ou seja, seu padrão textual reconhecido por leitores de uma
comunidade.
Essa configuração própria da notícia é reconhecida pelos termos manchete, lead e corpo da notícia.
Vejamos na prática como reconhecer o esquema prototípico desse gênero:
Casal suspeito de assaltos é preso após colidir carro na contramão enquanto fugia da polícia, em
Manchete
Fortaleza
Foram apreendidos três aparelhos celulares roubados e uma arma de fogo com seis munições. Lead
Um casal suspeito de realizar assaltos foi preso após capotar um carro ao dirigir na contramão en-
quanto fugia da polícia na tarde desde domingo (13), no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza. Corpo da
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, disse que os assaltantes dirigiam em alta veloci- Notícia
dade pelas ruas após abordar de forma fria os pertences. “A mulher estava conduzindo o carro e o
comparsa dela abordava as pessoas colocando a arma na cabeça”, afirmou.
Disponível em: https://glo.bo/35KM591. Acesso em: 17 jan. 2022.
Na formulação de uma notícia, para que ela atinja seu propósito de informar, é fundamental que o autor do
texto seja guiado por essas perguntas a fim de tornar seu texto imparcial e objetivo:
É importante ressaltar que, com o advento das redes sociais, tornou-se cada vez mais comum que o
gênero notícia seja divulgado por meio de plataformas diferentes, como as redes sociais.
Isso democratiza a informação, porém também abre margem para a criação de notícias falsas que se
baseiam nesse esquema de organização das notícias para buscar alguma credibilidade do público. Por isso,
atualmente, é muito importante atentar-se à fonte de publicação das notícias.
O próximo gênero sobre o qual trataremos é a reportagem, que guarda sutis diferenças em comparação com
a notícia, e que também é muito abordada em provas de concursos.
REPORTAGEM
A reportagem é um gênero textual que, diferentemente da notícia, além de oferecer informações acerca de
um assunto, também apresenta os pontos de vista sobre um tema, tendo, portanto, um caráter argumentativo;
essa é a principal diferença entre os gêneros notícia e reportagem.
Como visto, a notícia deve ser (ou buscar ser) imparcial, ou seja, não devemos encontrar nesse gênero a opi-
nião do meio que a divulga. Por isso, nesses textos, as sequências textuais mais encontradas são a narração e a
descrição, justamente com a finalidade de evitar apresentar um ponto de vista.
LÍNGUA
De maneira diferente, a reportagem apresenta as opiniões sobre um mesmo fato, pois essas opiniões são o
prin-
cipal “ingrediente” dos textos desse gênero, representado, predominantemente, pela sequência argumentativa.
É importante relembrarmos que o tipo textual argumentativo é organizado em três macropartes: tese,
desen- volvimento e conclusão. Por manter esse padrão, a reportagem aprofunda-se em temas sociais de
ampla reper- cussão e interesse do público, algo que não é o foco da notícia, tendo em vista que a notícia busca
apenas a divulgação da informação. 145
Diante disso, o suporte de veiculação das reportagens é, quase sempre, aquele que faz uso do vídeo, como
tele- visão, computador, tablet, celular etc. As reportagens têm um caráter de “matérias especiais” em jornais de
ampla repercussão, mas também podem ser veiculadas em suportes escritos, como revistas e jornais. Com o
avanço do uso das redes sociais, entretanto, elas têm sido os principais meios de divulgação desse gênero
atualmente.
Conforme a Academia Jornalística (2019), a reportagem apresenta informações mais detalhadas sobre um
fato e/ou fenômeno de grande relevância social. Isso significa que o repórter deve demonstrar os lados que
compõem a matéria, a fim de que o leitor construa sua própria opinião sobre o tema.
A despeito dessas diferenças na construção dos gêneros mencionados, a reportagem e a notícia guardam
semelhanças, como a busca pelas respostas às perguntas:
Essas perguntas norteiam a escrita tanto da reportagem quanto da notícia, que se diferencia da primeira por
seu caráter essencialmente informativo.
NOTÍCIA REPORTAGEM
Apresenta um fato de forma simples e objetiva
Questiona fatos e efeitos de um fato
Objetivo é informar
determinado Apresenta argumentos sobre um
Apuração objetiva dos fatos
mesmo fato Apuração extensa
Conteúdo de curto prazo
Conteúdo sem ordem determinada, pode apresentar entre-
Conteúdo segue o modelo da pirâmide invertida (visto
vistas, dados, imagens etc.
anteriormente)
Disponível em: https://bit.ly/3kD9tvk. Acesso em: 17 jan. 2022. Adaptado.
É importante ressaltar que nenhum gênero é composto apenas por uma única sequência textual. Portanto, a
reportagem também apresentará esse paradigma, pois esse gênero é essencialmente argumentativo, porém pode
apresentar outras sequências textuais a fim de alcançar seu objetivo final.
A seguir, daremos continuidade aos nossos estudos sobre os principais gêneros textuais que são objeto de
pro- vas de concurso com um dos gêneros mais comuns em provas: o artigo de opinião.
ARTIGO DE OPINIÃO
O artigo de opinião faz parte da ordem de textos que buscam argumentar. Esse gênero usa a argumentação
para analisar, avaliar e responder a uma questão controversa. Esse instrumento textual situa-se no âmbito do
discurso jornalístico, pois é um gênero que circula, principalmente, em jornais e revistas impressos ou virtuais.
No artigo de opinião, temos a discussão de um problema de âmbito social. Por meio dessa discussão,
podemos defender nossa opinião, como também refutar opiniões contrárias às nossas, ou ainda, propor
soluções para a questão controversa.
A intenção do escritor ao escolher o artigo de opinião é a de convencer seu interlocutor. Para isso, ele terá
que usar de informações, fatos e opiniões que serão seus argumentos.
Bräkling apud Ohuschi e Barbosa aponta que:
O artigo de opinião é um gênero de discurso em que se busca convencer o outro de uma determinada ideia,
infiuen- ciá-lo, transformar os seus valores por meio de um processo de argumentação a favor de uma
determinada posição assumida pelo produtor e de refutação de possíveis opiniões divergentes. É um processo que
prevê uma operação constante de sustentação das afirmações realizadas, por meio da apresentação de dados
consistentes que possam convencer o interlocutor (2011, p. 305).
Dessa forma, para alcançar o objetivo do gênero, o escritor deverá usar diversos saberes, como
conhecimentos enciclopédicos, interacionais, textuais e linguísticos.
É por meio da escolha de determinados recursos linguísticos que percebemos que nada é por acaso, pois a
cada escolha há uma intenção: “... toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem
fundamen- ta-se na suposição de quem fala tem certas intenções ao comunicar-se”4.
Para darmos uma opinião sobre determinado tema, é necessário que tenhamos conhecimento sobre ele. Por
isso, normalmente, os autores de artigos de opinião são especialistas no assunto por eles abordado. Ao
escolherem um assunto, os autores devem considerar as diversas “vozes” já existentes sobre mesmo assunto e,
dependendo de sua intenção, apoiar ou negar determinadas vozes.
Por isso, a linguagem utilizada pelo articulista de um texto de opinião deve ser simples, direta e
convincente. Utiliza-se a terceira pessoa, apesar de a primeira ser adequada para um artigo de opinião pessoal;
porém, ao esco- lher a terceira pessoa do singular, o articulista consegue dar um tom impessoal ao seu texto,
fazendo com que sua produção textual não fique centrada só em suas próprias opiniões.
Quanto à composição estrutural, Kaufman e Rodriguez (1995) apud Pereira (2008) propõem a seguinte estruturação:
Identificação do tema, acompanhada de seus antecedentes e alcance para situar a questão polêmica;
Tomada de posição — exposição de argumentos de modo a justificar a tese;
146 4 KOCH, 2011, p. 22.
Reafirmação da posição adotada no início da produção, ao mesmo tempo em que as ideias são articuladas
e o texto é concluído.
No processo de escrita de qualquer texto é preciso estar atento aos elementos de coesão que ligam as ideias
do autor aos seus argumentos. Porém, nos textos argumentativos, é fundamental prestar ainda mais atenção a
esse processo; por isso, atente-se à coesão na escrita e na leitura de textos opinativos.
A fim continuarmos nos estudos de textos argumentativos, seguimos nossa abordagem, apresentando outro
gênero frequentemente presente nas provas de língua portuguesa em concursos públicos: o editorial.
EDITORIAL
Até aqui, estudamos dois gêneros com predominância de sequência argumentativa. O terceiro será o
editorial, gênero muito marcante no âmbito jornalístico e que expressa a opinião de um veículo de
comunicação. Neste tópico, nosso foco serão as principais características do gênero editorial e as suas
diferenças em relação ao artigo de opinião.
EDITORIAL — CARACTERÍSTICAS
O início de um editorial é bem semelhante ao de um artigo de opinião: apresenta-se a ideia central ou o pro-
blema social a ser debatido no texto; posteriormente, segue-se a apresentação do ponto de vista defendido e
con- clui-se com a retomada da opinião apresentada incialmente.
A principal diferença entre editorial e artigo de opinião é que o editorial representa a opinião de uma corpo-
ração, empresa ou instituição.
Marcas linguísticas:
O editorial, além de ser um gênero muito comum nas provas de interpretação textual em concursos
públicos, também é, recorrentemente, cobrado por muitas bancas em provas de redação. Por isso, a seguir,
apresentamos um breve esquema para facilitar a escrita desse gênero.
A seguir, apresentamos o último gênero textual abordado neste material. Lembramos que o universo de
LÍNGUA
gêne- ros textuais é imenso, por isso, é impossível apresentar uma compilação de estudos com todos os
gêneros. Apesar disso, trouxemos aqui os principais gêneros cobrados em avaliações de língua portuguesa.
Seguindo esse critério, o próximo gênero estudado é a crônica.
147
CRÔNICA
O gênero “crônica” é muito conhecido no meio literário no Brasil. Podemos citar ilustres autores que se
torna- ram famosos pelo uso do gênero, como Luís Fernando Veríssimo e Marina Colasanti.
Também por ser um gênero curto de cunho social voltado para temas atuais, é muito usado em provas de
con- curso para ilustrar questões de interpretação textual e para contextualizar questões que avaliam a
competência gramatical dos candidatos.
As crônicas apresentam uma abordagem cotidiana sobre um assunto atual e podem ser narrativas ou
argumentativas.
Apesar de as formas de texto verbais serem o formato mais comum na construção de uma crônica,
atualmente podemos encontrar crônicas veiculadas em outros formatos, como em vídeo, formato muito
divulgado nas redes sociais.
No tocante ao estilo da crônica argumentativa, trata-se de um texto com estrutura argumentativa padrão
(introdução, desenvolvimento, conclusão), muito veiculado em jornais e revistas, e, por isso, é um gênero que
passeia pelos ambientes literários e jornalísticos.
Apresenta um teor opinativo forte, com observação dos fatos sociais mais atuais. Outra característica
presente nesse gênero é o uso de figuras de linguagem, como a ironia e a metáfora, que auxiliam na presença
do tom sar- cástico que a crônica pode ter.
A seguir, apresentamos um trecho da crônica “O que é um livro?”, da escritora Marina Colasanti, em que pode-
mos identificar as principais características desse gênero:
O que éDisponível
um livro? em: https://bit.ly/2HIecxi. Acesso em: 17 jan. 2022. Adaptado.
OEssa
que écrônica
um livro? A pergunta se impõebem nesteatual:
momento em que que a isenção de impostos sobre o objeto
trata de um assunto o aumento da carga tributária que incide sobre o primeiro
preço dos
da cultura e do conhecimento está em risco. Uma contribuição tributária de 12% afastaria
livros. A autora apresenta sua opinião e segue argumentando sobre a importância dos livros na sociedade ainda mais a leitura de
com
umquem
pontotanto precisa
de vista dela. pela literatura, o que fortalece sua argumentação.
ladeado
Um livro
Para é:
finalizar nossos estudos sobre gêneros textuais, é importante fazermos uma observação relevante sobre
o assunto.
— A casa Para muitos autores,
das palavras. Acabei deosgravar
gêneros não apenas
um vídeo moldam
para jovens formas
estudantes de texto,
e disse a elesmas
que formas
o ofício de dizer
de um
marcadas
escritor épelo discurso.
cuidar Por isso,
dessa casa, em algumas
varre-la, fazer ametodologias, os gêneros
cama das palavras, serão tratados
providenciar sua como “dovesti-las
comida, discurso”. com
Gêneros do discurso marcam o processo de interação verbal. Como todo discurso materializa-se por
harmonia.
meio
— Ade textos,
nave a nomenclatura
espacial gêneros
que nos permite textuais
viajar no tempo torna-se maise adequada
para a frente para trás. para essa
Habitar perspectiva
o passado de estudos.
ao tempo em
Podemos distinguir as duas variantes vocabulares de acordo com as demandas sociais e culturais de estudo dos
que foi escrito. Ou revisitá-lo de outro ponto de vista, inalcançável quando o passado aconteceu: o do presente,
gêneros.
com todos os conhecimentos adquiridos e as novas maneiras de viver. […]
—CARTA
Ao mesmo tempo, espelho da realidade e ponte que nos liga aos sonhos. Crítica e fantasia. Palavra e música,
ARGUMENTATIVA
prosa e poesia. Luz e sombra. Metáfora da vida e dos sentimentos. Lugar de preservação do alheio e ponto de
encontro
As cartascom nosso núcleosão
argumentativas mais profundo.
textos Onde muitas
que pretendem portaspelo
advogar estão disponíveis,
ponto de vista depara que cada
quem umepossa
escreve abrir
convencer
a sua.
quem está lendo. São formadas pelas seguintes partes: data, vocativo, corpo do texto, despedida e assinatura.
—OAcorpo
selva do textoentre
na qual, possui três elementos:
rugidos e labaredas,adragões
ideia principal
enfrentamdocentauros.
escritor, oOdesenvolvimento dos argumentos
pântano onde as hidras agitam suase a
conclusão da ideia.
148
A linguagem utilizada deve ser objetiva, com clareza e formalidade. Usualmente, aparecem verbos no
presen- te do indicativo (as vezes, no imperativo), predominantemente na 1ª ou 3ª pessoa.
Confira o modelo a seguir:
Com as minhas considerações, venho tratar de um assunto bastante recorrente na mídia nos últimos
meses, o qual envolve diretamente V. Exa., como Presidente do Senado Federal, Casa pela qual tenho o
maior respeito. Trata-se de denúncias de favorecimento a vários senadores, por via de Atos Secretos,
inclusive o Se- nhor, fato que envergonha a todos nós, brasileiros.
Sem querer fazer um julgamento precipitado, mesmo porque todos são inocentes até que se prove o
contrário, o fato é que as denúncias existem e não são simples. São muitos os indícios de beneficiamento ilícito,
como casos de nepotismo e aumento de verba indenizatória, sem publicação nos devidos órgãos de imprensa
oficiais. Vossa Excelência aparece ligado a diversos desses Atos e, por isso, acho que sair, pelo menos tempora-
riamente, seria uma prova de que pretende colaborar com as investigações.
Tais investigações constituem um elemento decisivo para a transparência pública, uma vez que a
socie- dade precisa ter conhecimento de como o dinheiro de seus impostos e tributos estão sendo aplicados.
Num país em que a educação e saúde, só para citarmos duas áreas, costumeiramente vão de mal a pior, é
inadmissível aceitarmos que ocorrências dessa natureza sejam consideradas normais. Por esse motivo,
entendo que o Exce- lentíssimo Senador deve pedir licença, visando sempre ao interesse público.
Como cidadão brasileiro, consciente de minhas obrigações e direitos, é este o meu posicionamento. Se
quem não deve não teme, dê-se a chance de esclarecer o que o Senhor mesmo chama de denúncias
infundadas, e isso só pode ser feito a partir do momento em que não mais ocupar a Presidência dessa Egrégia
Casa, pois a sua imagem estará desvinculada de toda e qualquer “manobra” que porventura exista para não
prolongar o caso.
Povo Consciente.
INTERTEXTUALIDADE
Existem diversos mecanismos que são meios importantes e, muitas vezes, imprescindíveis à construção de
sentido dos gêneros textuais, dentre eles, a intertextualidade. Como vimos neste material, ao nos referirmos à
ideia de construção dos sentidos mediante o uso de gêneros textuais destacamos a estrutura, o propósito
comuni- cativo e a função dos gêneros. Um outro elemento importante para a compreensão textual é a
intertextualidade, que diz respeito à propriedade de um texto se relacionar com outros.
Para se entender melhor a estrutura e a função do termo intertextualidade, pode-se separar a palavra em par-
tes: “inter” é de origem latina e refere-se à noção de dentro, ou seja, o que está dentro do texto, e
“textualidade” tem a noção de conteúdo, palavras. Unindo as duas, forma-se a intertextualidade, a partir da
qual podemos dar origem a um outro texto.
A intertextualidade está presente em nosso dia a dia, sendo muito comum em gêneros oriundos da internet
e também da publicidade. A seguir, apresentamos esse exemplo que resume a ideia de intertextualidade que
ire- mos trabalhar neste material:
LÍNGUA
Referência
Paráfrase
Tradução
152
EXERCÍCIO COMENTADO
Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes
monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cui- davam
delas estrategicamente. Afinal, dotes de prin- cesas foram
negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados
diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os monarcas
portugueses, após o terremoto que dizimou Lisboa, se
orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem erguido uma
grande biblioteca: a Real Livraria. D. José chamava-a de joia
maior do tesouro real. D. João VI, mesmo na correria da partida
para o Brasil, não se esqueceu dos livros. Em três diferentes
levas, a Real Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo
tema de disputa.
Anteriores/palatais: a língua se
eleva em dire- ção ao céu da boca
(palato duro).
Ex.: é, ê, i;
Posteriores/velares: a língua se eleva em dire- Chácara (propriedade rural);
ção ao véu palatino (palato mole). Xácara (narrativa popular em versos);
Cheque (ordem de pagamento);
Ex.: ó, ô, u Xeque (jogada do xadrez).
O “J” é utilizado:
É importante saber:
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Importante!
Acentuam-se as paroxítonas terminadas em
ditongo.
Ex.: imóveis, bromélia, história, cenário, Brasília, rádio etc.
His-tó-ria/ his-tó-ri-a
P formas verbais ter e vir: d) difícil.
á e) vôo.
- Ele tem /
t Eles têm Recebem acento as paroxítonas terminadas em -L,
i Ele vem / I (S), N, -U (S), -R, -X, -Ã (S), - ÃO (S), -UM, -UNS, -PS,
o Eles vêm
/ e ditongo.
p Em “a”: Errado — A palavra “águia” é acentuada
Perceba que, no plural, essas formas por ser paroxítona terminada em ditongo.
á
admitem o uso de um acento (^); portanto, Em “b”: Errado — A palavra “espécie” é acentuada
-
atente-se à concordân- cia verbal quando por ser paroxítona terminada em ditongo.
t usar esses verbos.
i
-
o
A EXERCÍCIO COMENTADO
n
t 1. (FUNRIO – 2009)
e
s
O VÔO DA ÁGUIA
d
e A Águia pode viver por 70 anos. Sabe por quê?
A Águia é a ave que possui a maior
c
longevidade da espécie. Chega a viver 70
o
n anos, mas, para chegar a essa idade, aos 40
c ela tem de tomar uma séria decisão. É nessa
l fase da vida que ela está com as unhas
u com- pridas e flexíveis, não consegue mais
i
agarrar suas presas das quais se alimenta.
r
, O bico alongado e pon- tiagudo se curva.
Apontadas contra o peito estão suas asas,
é envelhecidas e pesadas em função da
grossura das penas e voar já é tão difícil...
i
m A águia então tem duas alternativas: morrer
p ou enfren- tar um dolorido processo de
o renovação que vai durar 150 dias. Esse
r processo de renovação consiste em voar
t para o alto de uma montanha e recolher-se
a
n em ninho próximo a um paredão onde não
t necessite voar. Após encontrar esse lugar,
e a Águia começa a arran- car suas unhas.
Quando começam a nascer as novas
m unhas, ela passa a arrancar as velhas
e
n penas. E, só cin- co meses depois, sai para
c o famoso vôo de renovação e para viver
i então mais 30 anos.
o Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos
n
resguardar por algum tempo e começar um
a
r processo de renovação. Para que
continuemos a voar um vôo de vitória,
o deve- mos nos desprender de lembranças,
costumes e velhos hábitos que nos
u
causam dor.
s
o Somente livres do peso do passado,
podemos aproveitar o resultado valioso que a
d renovação sempre nos traz.
o
FONTE: Jornal carta, 09.05.2003 www.Tonoticias.jor.br
a
c
e Acentua-se pela mesma regra que determina a escrita
n da palavra “flexíveis” o termo
t
o
a) águia.
n b) espécie.
a c) próximo.
s
Em “c”: Errado — A palavra “próximo” é acentua- D
Podemos encontrar ainda os numerais coletivos,
da por ser proparoxítona e todas as e
isto é, designam um conjunto, porém expressam uma
proparoxítonas são acentuadas. r
quantidade exata de seres/conceitos. Veja:
Em “d”: Certo — A palavra do enunciado, “fiexíveis”, i
Dúzia: conjunto de doze unidades;
é paroxítona terminada em S e “difícil” é paroxítona
Novena: período de nove dias; v
terminada em L.
Década: período de dez anos; a
Em “e”: Errado — De acordo com o Novo Acordo
Século: período de cem anos; d
Ortográfico, a palavra “voo” não recebe mais acen-
Bimestre: período de dois meses. o
to, pela regra de que letras iguais não são acentua-
das. Resposta: Letra D. :
Um: Numeral ou Artigo? F
o
A forma um pode assumir na língua a função de r
m
artigo indefinido ou de numeral cardinal; então,
a
como podemos reconhecer cada função? É preciso d
observar o contexto em uso. Observe: o
s
ARTIGOS Durante a votação, houve um deputado que se a
posicionou contra o projeto. p
Os artigos devem concordar em gênero e número Durante a votação, apenas um deputado se posi- a
com os substantivos. São, por isso, considerados deter- cionou contra o projeto. r
minantes dos substantivos. ti
Na primeira frase, podemos substituir o termo um r
Essa classe está dividida em artigos definidos e
por uma, realizando as devidas alterações sintáticas, d
artigos indefinidos. Os definidos funcionam como o
determinantes objetivos, individualizando a palavra, e o sentido será mantido, pois o que se pretende
s
já os indefinidos funcionam como determinantes defen- der é que a espécie do indivíduo que se
d
imprecisos. posicionou contra o projeto é um deputado e não
e
O artigo definido — o — e o artigo indefinido — uma deputada, por exemplo. r
um —variam em gênero e número, tornando-se “os, Já na segunda oração, a alteração do gênero i
a, as”, para os definidos, e “uns, uma, umas”, para os não implicaria em mudanças no sentido, pois o v
indefinidos. Assim, temos: que se pretende indicar é que o projeto foi rejeitado a
por UM deputado, marcando a quantidade. d
Artigos definidos: o, os; a, as; Outra forma de notarmos a diferença é ficarmos o
Artigos indefinidos: um, uns; uma, umas. atentos com a aparição das expressões adverbiais, o s
que sempre fará com que a palavra “um” seja .
numeral. E
Os artigos podem ser combinados às preposições. x
São as chamadas contrações. Algumas contrações Ainda sobre os numerais, atente-se às dicas a
seguir: .:
comuns na língua são: p
e
em + a = na; Sobre o numeral milhão/milhares, é importante d
a + o = ao; destacar que sua forma é masculina. Logo, a con- r
a + a = à; cordância com palavras femininas é inaceitável e
pela gramática. i
de + a = da.
r
Errado: As milhares de vacinas chegaram hoje. o
Dica Correto: Os milhares de vacina chegaram hoje. ,
d
Toda palavra determinada por um artigo torna-se
A forma 14 por extenso apresenta duas formas e
um substantivo. Ex.: o não, o porquê, o cuidar n
aceitas pela norma gramatical: catorze e
etc. quatorze. ti
s
t
NUMERAIS SUBSTANTIVOS a
;
São palavras que se relacionam diretamente ao Os substantivos classificam os seres em geral. Uma
substantivo, inferindo ideia de quantidade ou posi- característica básica dessa classe é admitir um deter-
ção. Os numerais podem ser: minante — artigo, pronome etc. Os substantivos fle-
xionam-se em gênero, número e grau.
Cardinais: Indicam quantidade em si. Ex.: Dois
potes de sorvete; zero coisas a comprar; ambos os Tipos de Substantivos
meninos eram bons em português;
Ordinais: Indicam a ordem de sucessão de uma
A classificação dos substantivos admite nove tipos
série. Ex.: Foi o segundo colocado do concurso; che-
diferentes. São eles:
gou em último/penúltimo/antepenúltimo lugar;
Multiplicativos: Indicam o número de vezes pelo
qual determinada quantidade é multiplicada. Ex.: Simples: Formados a partir de um único radical.
Ex.: vento, escola;
Ele ganha o triplo no novo emprego;
Fracionários: Indicam frações, divisões ou dimi- Composto: Formados pelo processo de justaposi-
nuições proporcionais em quantidade. Ex.: Tomou ção. Ex.: couve-flor, aguardente;
um terço de vinho; o copo estava meio cheio; ele Primitivo: Possibilitam a formação de um novo
substantivo. Ex.: pedra, dente;
recebeu metade do pagamento.
155
LÍNGUA
modificação no sentido. Veja, por exemplo:
Concreto: Designam seres com independência
ontológica, ou seja, um ser que existe por si,
A testemunha: Pessoa que presenciou um crime;
inde- pendentemente de sua conotação espiritual
ou real. Ex.: Maria, gato, Deus, fada, carro;
Abstrato: Indicam estado, sentimento, ação, qua-
lidade. Os substantivos abstratos existem apenas
em função de outros seres. A feiura, por
exemplo, depende de uma pessoa, um substantivo
concreto a quem esteja associada. Ex.: chute,
amor, cora- gem, liberalismo, feiura;
Comum: Designam todos os seres de uma espécie.
Ex.: homem, cidade;
Próprio: Designam uma determinada espécie. Ex.:
Pedro, Fortaleza;
Coletivo: Usados no singular, designam um
conjun-
to de uma mesma espécie. Ex: pinacoteca,
manada.
Flexão de Gênero
d Flexão de Número
e
ADJETIVOS
Locuções Adjetivas
157
Já na segunda frase, a locução destacada é adver- Grau superlativo: Em relação ao grau
bial, pois quem sofre a “ação” de ser aberta é a “con- superlati- vo, é importante considerar que o valor
ta”, o que indica o valor de passividade da locução, semântico desse grau apresenta variações,
demonstrando seu caráter adverbial. podendo indicar:
As locuções adjetivas também desempenham
fun- ção de adjetivo e modificam substantivos, Característica de um ser elevada ao último
pronomes, numerais e orações substantivas. grau: Superlativo absoluto, que pode ser analí-
Ex.: Amor de mãe; Café com açúcar. tico (associado ao advérbio) ou sintético (asso-
Subst. — loc. adj. / subst. — loc. adj. ciação de prefixo ou sufixo ao adjetivo).
Já as locuções adverbiais desempenham função
de advérbio. Modificam advérbios, verbos, adjetivos Ex.: O candidato é muito humilde (Superlativo
e orações adjetivas com esses valores. absoluto analítico).
Ex.: Morreu de fome; Agiu com rapidez. O candidato é humílimo (Superlativo absoluto
Verbo — loc. adv. / verbo — loc. adv. sintético);
c
a
m
i
s
a
s
a
m
a
r
e
l
o
-
o
u
r
o
.
Varia o último elemento:
Adjetivos Pátrios
LÍNGUA
159
ADVÉRBIOS
Advérbios são palavras invariáveis que modificam um verbo, adjetivo ou outro advérbio. Em alguns casos,
os advérbios também podem modificar uma frase inteira, indicando circunstância.
As gramáticas da língua portuguesa apresentam listas extensas com as funções dos advérbios; porém,
decorar as funções dos advérbios, além de desgastante, pode não ter o resultado esperado na resolução de
questões de concurso.
Dessa forma, sugerimos que você fique atento às principais funções designadas aos advérbios para, a partir
delas, conseguir interpretar a função exercida nos enunciados das questões que tratem dessa classe de palavras.
Ainda assim, julgamos pertinente apresentar algumas funções basilares exercidas pelo advérbio:
Novamente, chamamos sua atenção para a função que o advérbio deve exercer na oração. Como dissemos,
essas palavras modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio; por isso, para identificar com mais
pro- priedade a função denotada pelos advérbios, é preciso perguntar: Como? Onde? Por quê?
As respostas sempre irão indicar circunstâncias adverbiais expressas por advérbios, locuções adverbiais ou
orações adverbiais.
Vejamos como podemos identificar a classificação/função adequada dos advérbios:
O homem morreu... de fome (causa) com sua família (companhia) em casa (lugar) envergonhado (modo).
A criança comeu... demais (intensidade) ontem (tempo) com garfo e faca (instrumento) às claras (modo).
Locuções Adverbiais
Conjunto de duas ou mais palavras que pode desempenhar a função de advérbio, alterando o sentido de um
verbo, adjetivo ou advérbio.
A maioria das locuções adverbiais é formada por uma preposição e um substantivo. Há também as que são
formadas por preposição + adjetivos ou advérbios. Veja alguns exemplos:
Preposição + substantivo: de novo. Ex.: Você poderia me explicar de novo? (de novo = novamente);
Preposição + adjetivo: em breve. Ex.: Em breve, o filme estará em cartaz (em breve = brevemente);
Preposição + advérbio: por ali. Ex.: Acho que ele foi por ali.
As locuções adverbiais são bem semelhantes às locuções adjetivas. É importante saber que as locuções
adver- biais apresentam um valor passivo.
Ex.: Ameaça de colapso. Nesse exemplo, o termo em negrito é uma locução adverbial, pois o valor é de passi-
vidade, ou seja, se invertemos a ordem e inserirmos um verbo na voz passiva, a frase manterá seu sentido. Veja:
Colapso foi ameaçado. Essa frase faz sentido e apresenta valor passivo, logo, sem o verbo, a locução destaca-
da anteriormente é adverbial.
Ainda sobre esse assunto, perceba que em locuções como esta: “Característica da nação”, o termo destacado
não terá o mesmo valor passivo, pois não aceitará a inserção de um verbo com essa função:
Nação foi característica*. Essa frase quebra a estrutura gramatical da língua portuguesa, que não admite voz
passiva em termos com função de posse (caso das locuções adjetivas). Isso torna tal estrutura agramatical; por
isso, inserimos um asterisco para indicar essa característica.
Dica
Locuções adverbiais apresentam valor passivo.
Locuções adjetivas apresentam valor de posse.
Com essas dicas, esperamos que você seja capaz de diferenciar essas locuções em questões. Buscamos
desen- volver seu aprendizado para que não seja preciso gastar seu tempo decorando listas de locuções
adverbiais. Lembre-se: o sentido está no texto.
Advérbios Interrogativos
Os advérbios interrogativos são, muitas vezes, confundidos com pronomes interrogativos. Para evitar essa
confusão, devemos saber que os advérbios interrogativos introduzem uma pergunta, exprimindo ideia de
tempo, modo ou causa.
Ex.: Como foi a prova?
Quando será a prova?
Onde será realizada a prova?
160 Por que a prova não foi realizada?
De maneira geral, as palavras como, onde, quando e por que são advérbios interrogativos, pois não
substi- tuem nenhum nome de ser (vivo), exprimindo ideia de modo, lugar, tempo e causa.
Grau do Advérbio
Assim como os adjetivos, os advérbios podem ser flexionados nos graus comparativo e
superlativo. Vejamos as principais mudanças sofridas pelos advérbios quando flexionados em
grau:
Obs.: As formas “mais bem” e “mais mal” são aceitas quando acompanham o particípio verbal.
ABSOLUTO ABSOLUTO
NORMAL RELATIVO
SINTÉTICO ANALÍTICO
Inferioridade
Bem Otimamente Muito bem
GRAU -
SUPERLATIVO Superioridade
Mal Pessimamente Muito mal
-
Muito Muitíssimo - Superioridade: o mais
Pouco Pouquíssimo - Superioridade: o menos
Advérbios e Adjetivos
O adjetivo é uma classe de palavras variável. Porém, quando se refere a um verbo, ele fica invariável,
confun- dindo-se com o advérbio.
Nesses casos, para ter certeza de qual é a classe da palavra, basta tentar colocá-la no feminino ou no plural;
caso a palavra aceite uma dessas flexões, será adjetivo.
Ex.: O homem respondeu feliz à esposa.
Os homens responderam felizes às esposas.
Como “feliz” aceitou a flexão para o plural, trata-se de um adjetivo.
Agora, acompanhe o seguinte exemplo:
Ex.: A cerveja que desce redondo.
As cervejas que descem redondo.
Nesse caso, como a palavra continua invariável, trata-se de um advérbio.
Palavras Denotativas
São termos que apresentam semelhança com os advérbios; em alguns casos, são até classificados como tal, mas
não exercem função modificadora de verbo, adjetivo ou advérbio.
Sobre as palavras denotativas, é fundamental saber identificar o sentido a elas atribuído, pois, geralmente, é
isso que as bancas de concurso cobram.
Eis: Sentido de designação;
Isto é, por exemplo, ou seja: Sentido de explicação;
Ou melhor, aliás, ou antes: Sentido de ratificação;
Somente, só, salvo, exceto: Sentido de exclusão;
Além disso, inclusive: Sentido de inclusão.
Além dessas expressões, há, ainda, as partículas expletivas ou de realce, geralmente formadas pela forma
ser + que (é que). A principal característica dessas palavras é que elas podem ser retiradas sem causar prejuízo
sintático ou semântico à frase.
Ex.: Eu é que faço as regras / Eu faço as regras.
LÍNGUA
Outras palavras denotativas expletivas são: lá, cá, não, é porque etc.
O adjunto adverbial sempre deve vir posicionado após o verbo ou complemento verbal. Caso venha
deslocado, em geral, separamos por vírgulas. Ex.: Na reunião de ontem, o pedido foi aprovado (O
pedido foi aprovado na reunião de ontem);
161
Em uma sequência de advérbios terminados com o sufixo -mente, apenas o último elemento recebe a
termi- nação destacada. Ex.: A questão precisa ser pensada política e socialmente.
PRONOMES
Pronomes são palavras que representam ou acompanham um termo substantivo. Dessa forma, a função dos
pronomes é substituir ou determinar uma palavra. Eles indicam pessoas, relações de posse, indefinição, quanti-
dade, localização no tempo, no espaço e no meio textual, entre outras funções.
Os pronomes exercem papel importante na análise sintática e também na interpretação textual, pois colabo-
ram para a complementação de sentido de termos essenciais da oração, além de estruturar a organização
textual, contribuindo para a coesão e também para a coerência de um texto.
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais designam as pessoas do discurso. Acompanhe a tabela a seguir, com mais
informações sobre eles:
Não devemos usar pronomes do caso reto como objeto ou complemento verbal, como em “mate ele”. Contudo,
o gramático Celso Cunha destaca que é possível usar os pronomes do caso reto como complemento verbal,
desde que antecedidos pelos vocábulos “todos”, “só”, “apenas” ou “numeral”.
Ex.: Encontrei todos eles na festa. Encontrei apenas ela na festa.
Após a preposição “entre”, em estrutura de reciprocidade, devemos usar os pronomes oblíquos tônicos.
Ex.: Entre mim e ele não há segredos.
Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos indicam quantidade de maneira vaga e sempre devem ser utilizados na 3ª pessoa
do discurso. Os pronomes indefinidos podem variar e podem ser invariáveis. Observe a seguinte tabela:
PRONOMES INDEFINIDOS5
Variáveis Invariáveis
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas Ninguém
As palavras certo e bastante serão pronomes indefinidos quando vierem antes do substantivo, e serão
adje- tivos quando vierem depois.
Ex.: Busco certo modelo de carro (pronome indefinido).
Busco o modelo de carro certo (adjetivo).
A palavra bastante frequentemente gera dúvida quanto a ser advérbio, adjetivo ou pronome indefinido. Por
isso, atente-se ao seguinte:
Bastante (pronome indefinido): Concorda com o substantivo, indicando grande, porém incerta, quantidade
de algo.
Pronomes Demonstrativos
Ex.: Esta semana começarei a dieta. Neste mês, pagarei a última prestação da casa.
Ex.: Encontrei Joana e Carla no shopping; esta procurava um presente para o marido (o pronome refere-se ao
último termo mencionado).
Este artigo científico pretende analisar... (o pronome “este” refere-se ao próprio texto).
163
Usamos esse, essa, isso para indicar: intenção interrogativa, indicada por verbos como
perguntar, indagar etc. Ex.: Indaguei quem era ela.
Referência ao espaço físico, indicando o
afasta- mento de algo de quem fala.
Ex.: Essa sua gravata combinou muito com você.
Dica
O pronome “mesmo” não pode ser usado em
função demonstrativa referencial. Veja:
Errado: O candidato fez a prova, porém o mesmo
esqueceu de preencher o gabarito.
Correto: O candidato fez a prova, porém esque-
ceu de preencher o gabarito.
Pronomes Interrogativos
164 6 Exemplo disponível em: https://www.todamateria.com.br/pronomes-substantivos/. Acesso em: 17. jan. 2022.
Ênclise: Pronome posicionado após o verbo. Casos que atraem o pronome para ênclise:
Início de frase ou período. Ex.: Sinto-me muito honrada com esse título.
Imperativo afirmativo. Ex.: Sente-se, por favor.
Advérbio virgulado. Ex.: Talvez, diga-me o quanto sou importante.
Casos proibidos:
VERBOS
Certamente, a classe de palavras mais complexa e importante dentre as palavras da língua portuguesa é o
verbo. A partir dos verbos, são estruturados as ações e os agentes desses atos, além de ser uma importante
classe sempre abordada nos editais de concursos; por isso, atente-se às nossas dicas.
Os verbos são palavras variáveis que se flexionam em número, pessoa, modo e tempo, além da designação da
voz que exprime uma ação, um estado ou um fato.
As flexões verbais são marcadas por desinências, que podem ser:
Número-pessoal: Indicando se o verbo está no singular ou plural, bem como em qual pessoa verbal foi flexio-
nado (1ª, 2ª ou 3ª);
Modo-temporal: Indica em qual modo e tempo verbais a ação foi realizada.
As formas nominais do verbo são as formas no infinitivo, particípio e gerúndio que eles assumem em
determi- nados contextos. São chamadas nominais pois funcionam como substantivos, adjetivo ou advérbios.
Gerúndio: Marcado pela terminação -ndo. Seu valor indica duração de uma ação e, por vezes, pode funcionar
como um advérbio ou um adjetivo.
Particípio: Marcado pelas terminações mais comuns -ado, -ido, podendo terminar também em -do, -to, -go,
-so, -gue. Corresponde nominalmente ao adjetivo; pode flexionar-se, em alguns casos, em número e gênero.
Infinitivo: Forma verbal que indica a própria ação do verbo, ou o estado, ou, ainda, o fenômeno designado.
Pode ser pessoal ou impessoal:
Pessoal: O infinitivo pessoal é passível de conjugação, pois está ligado às pessoas do discurso. É usado na
formação de orações reduzidas. Ex.: Comer eu. Comermos nós. É para aprenderem que ele ensina.
Impessoal: Não é passível de flexão. É o nome do verbo, servindo para indicar apenas a conjugação. Ex.:
Estudar - 1ª conjugação; Comer - 2ª conjugação; Partir - 3ª conjugação.
Dica
Não confunda locuções verbais com tempos compostos. O particípio formador de tempo composto na voz
ativa não se flexiona. Ex.: O homem teria realizado sua missão.
LÍNGUA
Os verbos são classificados quanto a sua forma de conjugação e podem ser divididos em: regulares,
irregula- res, anômalos, abundantes, defectivos, pronominais, reflexivos, impessoais e auxiliares, além das
formas nomi- nais. Vamos conhecer as particularidades de cada um a seguir:
165
Regulares: Os verbos regulares são os mais fáceis de compreender, pois apresentam regularidade no uso
das desinências, ou seja, das terminações verbais. Da mesma forma, os verbos regulares mantêm o
paradigma morfológico com o radical, que permanece inalterado. Ex.: Verbo cantar:
Irregulares: Os verbos irregulares apresentam alteração no radical e nas desinências verbais. Por isso,
rece- bem esse nome, pois sua conjugação ocorre irregularmente, seguindo um paradigma próprio para cada
grupo verbal.
Perceba a seguir como ocorre uma sutil diferença na conjugação do verbo estar, que utilizamos como
exem- plo. Isso é importante para não confundir os verbos irregulares com os verbos anômalos. Ex.: Verbo
estar:
Anômalos: Esses verbos apresentam profundas alterações no radical e nas desinências verbais, consideradas
anomalias morfológicas; por isso, recebem essa classificação. Um exemplo bem usual de verbo dessa categoria
é o verbo “ser”. Na língua portuguesa, apenas dois verbos são classificados dessa forma: os verbos ser e ir.
Os verbos ser e ir são irregulares, porém, apresentam uma forma específica de irregularidade que ocasiona
uma anomalia em sua conjugação. Por isso, são classificados como anômalos.
Abundantes: São formas verbais abundantes os verbos que apresentam mais de uma forma de particípio acei-
tas pela norma culta gramatical. Geralmente, apresentam uma forma de particípio regular e outra irregular.
Vejamos alguns verbos abundantes:
166
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Absolver Absolvido Absolto
Abstrair Abstraído Abstrato
Aceitar Aceitado Aceito
Benzer Benzido Bento
Cobrir Cobrido Coberto
Completar Completado Completo
Confundir Confundido Confuso
Demitir Demitido Demisso
INFINITIVO PARTICÍPIO REGULAR PARTICÍPIO IRREGULAR
Despertar Despertado Desperto
Dispersar Dispersado Disperso
Eleger Elegido Eleito
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Morrer Morrido Morto
Expelir Expelido Expulso
Enxugar Enxugado Enxuto
Findar Findado Findo
Fritar Fritado Frito
Ganhar Ganhado Ganho
Gastar Gastado Gasto
Imprimir Imprimido Impresso
Inserir Inserido Inserto
Isentar Isentado Isento
Juntar Juntado Junto
Limpar Limpado Limpo
Matar Matado Morto
Omitir Omitido Omisso
Pagar Pagado Pago
Prender Prendido Preso
Romper Rompido Roto
Salvar Salvado Salvo
Secar Secado Seco
Submergir Submergido Submerso
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Torcer Torcido Torto
Omitir Dados importantes tinham sido omitidos por ela. Informações estavam omissas.
Após ter submergido os legumes, reparou no Deixe os legumes submersos por alguns
Submergir
amigo. minutos.
Suspender Nunca tinha suspendido ninguém. Você está suspenso!
LÍNGUA
Defectivos: São verbos que não apresentam algumas pessoas conjugadas em suas formas, gerando um “defei-
to” na conjugação (por isso, o nome). Alguns exemplos de defectivos são os verbos colorir, precaver, reaver etc.
Esses verbos não são conjugados na primeira pessoa do singular do presente do indicativo, bem como:
aturdir, exaurir, explodir, esculpir, extorquir, feder, fulgir, delinquir, demolir, puir, ruir, computar, colorir,
carpir, banir, brandir, bramir, soer.
167
Verbos que expressam onomatopeias ou fenômenos temporais também apresentam essa característica,
como latir, bramir, chover.
Pronominais: Esses verbos apresentam um pronome oblíquo átono integrando sua forma verbal. É
importan- te lembrar que esses pronomes não apresentam função sintática. Predominantemente, os verbos
pronominas apresentam transitividade indireta, ou seja, são VTI. Ex.: Sentar-se.
Reflexivos: Verbos que apresentam pronome oblíquo átono reflexivo, funcionando sintaticamente como obje-
to direto ou indireto. Nesses verbos, o sujeito sofre e pratica a ação verbal ao mesmo tempo. Ex.: Ela se
veste mal. Nós nos cumprimentamos friamente.
Impessoais: Verbos que designam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, nevar etc.
O verbo haver, com sentido de existir ou marcando tempo decorrido, também será impessoal. Ex.: Havia mui-
tos candidatos e poucas vagas. Há dois anos, fui aprovado em concurso público.
Os verbos ser e estar também são verbos impessoais quando designam fenômeno climático ou tempo. Ex.:
Está muito quente! / Era tarde quando chegamos.
O verbo ser para indicar hora, distância ou data concorda com esses elementos.
O verbo fazer também poderá ser impessoal, quando indicar tempo decorrido ou tempo climático. Ex.: Faz
anos que estudo pintura. Aqui faz muito calor.
Os verbos impessoais não apresentam sujeito; sintaticamente, classifica-se como sujeito inexistente.
O verbo ser será impessoal quando o espaço sintático ocupado pelo sujeito não estiver preenchido: “Já é
natal”. Segue o mesmo paradigma do verbo fazer, podendo ser impessoal, também, o verbo ir: “Vai uns bons anos
que não vejo Mariana”.
Auxiliares: Os verbos auxiliares são empregados nas formas compostas dos verbos e também nas locuções
verbais. Os principais verbos auxiliares dos tempos compostos são ter e haver.
Nas locuções, os verbos auxiliares determinam a concordância verbal; porém, o verbo principal determina a
regência estabelecida na oração.
Apresentam forte carga semântica que indica modo e aspecto da oração. São importantes na formação da
voz passiva analítica.
Formas Nominais: Na língua portuguesa, usamos três formas nominais dos verbos:
Gerúndio: Terminação -ndo. Apresenta valor durativo da ação e equivale a um advérbio ou adjetivo. Ex.:
Minha mãe está rezando.
Particípio: Terminações -ado, -ido, -do, -to, -go, -so. Apresenta valor adjetivo e pode ser classificado em
particípio regular e irregular, sendo as formas regulares finalizadas em -ado e -ido.
A norma culta gramatical recomenda o uso do particípio regular com os verbos “ter” e “haver”. Já com os
verbos “ser” e “estar”, recomenda-se o uso do particípio irregular.
Ex.: Os policiais haviam expulsado os bandidos / Os traficantes foram expulsos pelos policiais.
Dica
O verbo “pôr” corresponde à segunda conjugação, pois origina-se do verbo “poer”. O mesmo acontece com
verbos que deste derivam.
Como vimos, o “se” pode funcionar como item essencial na voz passiva. Além dessa função, esse elemento
168 também acumula outras atribuições:
Partícula apassivadora: A voz passiva sintética
Ex.: Se ele estudar, será aprovado. (Caso ele
é feita com verbos transitivos direto (TD) ou tran- estu- dar, será aprovado).
sitivos direto indireto (TDI). Nessa voz, incluímos
o “se” junto ao verbo, por isso, o elemento “se” é Conjugação de Verbos Derivados
designado partícula apassivadora, nesse contexto.
Verbo derivado é aquele que deriva de um ver-
Ex.: Busca-se a felicidade (voz passiva sintética) bo primitivo; para trabalhar a conjugação desses
— “Se” (partícula apassivadora). verbos, é importante ter clara a conjugação de seus
O “se” exercerá essa função apenas: “originários”.
Atente-se à lista de verbos irregulares e de algu-
Com verbos cuja transitividade seja TD ou TDI; mas de suas derivações a seguir, pois são assuntos
Com verbos que concordam com o sujeito; relevantes em provas diversas:
Com a voz passiva sintética.
Pôr: Repor, propor, supor, depor, compor, expor;
Atenção: Na voz passiva nunca haverá objeto dire- Ter: Manter, conter, reter, deter, obter, abster-se;
to (OD), pois ele se transforma em sujeito paciente. Ver: Antever, rever, prever;
Vir: Intervir, provir, convir, advir, sobrevir.
Índice de indeterminação do sujeito: O “se” fun-
cionará nessa condição quando não for possível Vamos conhecer agora alguns verbos cuja conjuga-
identificar o sujeito explícito ou subentendido. ção apresenta paradigma derivado, auxiliando a
Além disso, não podemos confundir essa função com- preensão dessas conjugações verbais.
do “se” com a de apassivador, já que, para ser índi-
O verbo criar é conjugado da mesma forma que
ce de indeterminação do sujeito, a oração precisa
os
estar na voz ativa.
verbos “variar”, “copiar”, “expiar” e todos os demais
que terminam em -iar. Os verbos com essa termina-
Outra importante característica do “se” como
ção são, predominantemente, regulares.
índi- ce de indeterminação do sujeito é que isso
ocorre em verbos transitivos indiretos, verbos
intransitivos ou verbos de ligação. Além disso, o PRESENTE — INDICATIVO
verbo sempre deverá estar na 3ª pessoa do singular. Eu Crio
Ex.: Acredita-se em Deus. Tu Crias
Pronome reflexivo: Na função de pronome refle- Ele/Você Cria
xivo, a partícula “se” indicará reflexão ou reci- Nós Criamos
procidade, auxiliando a construção dessas vozes
Vós Criais
verbais, respectivamente. Nessa função, suas
prin- cipais características são: Eles/Vocês Criam
Sujeito recebe e pratica a ação; Os verbos terminados em -ear, por sua vez,
Funcionará, sintaticamente, como objeto geral- mente são irregulares e apresentam alguma
direto ou indireto; modifi- cação no radical ou nas desinências.
O sujeito da frase poderá estar explícito ou Acompanhe a conjugação do verbo “passear”:
implícito.
PRESENTE — INDICATIVO
Ex.: Ele se via no espelho (explícito). Deu-se um
presente de aniversário (implícito). Eu Passeio
Tu Passeias
Parte integrante do verbo: Nesses casos, o “se”
Ele/Você Passeia
será parte integrante dos verbos pronominais,
acompanhando-o em todas as suas flexões. Quan- Nós Passeamos
do o “se” exerce essa função, jamais terá uma Vós Passeais
fun- ção sintática. Além disso, o sujeito da frase
Eles/Vocês Passeiam
poderá estar explícito ou implícito.
Ex.: (Ele/a) Lembrou-se da mãe, quando olhou a
Conjugação de Alguns Verbos
filha.
Partícula de realce: Será partícula de realce o Vamos agora conhecer algumas conjugações de
verbos irregulares importantes, que sempre são obje-
“se” que puder ser retirado do contexto sem pre-
to de questões em concursos.
juízo no sentido e na compreensão global do
Observe o verbo “aderir” no presente do
texto. A partícula de realce não exerce função
indicativo:
sintática, pois é desnecessária.
Ex.: Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
PRESENTE — INDICATIVO
Conjunção: O “se” será conjunção condicional Eu Adiro
quando sugerir a ideia de condição. A conjunção Tu Aderes
“se” exerce função de conjunção integrante, ape-
Ele/Você Adere
nas ligando as orações, e poderá ser substituído
pela conjunção “caso”. Nós Aderimos
Vós Aderis
169
LÍNGUA
A seguir, acompanhe a conjugação do verbo “por”.
Concessão: Com mais de 80 anos, ainda tem pla-
São conjugados da mesma forma os verbos dispor,
nos para o futuro;
interpor, sobrepor, compor, opor, repor, transpor,
Instrumento: Abrir a porta com a chave;
entrepor, supor.
Matéria: Vinho se faz com uva;
Modo: Andar com elegância;
PRESENTE — INDICATIVO
Referência: Com sua irmã aconteceu diferente;
Eu Ponho comigo sempre é assim.
Tu Pões
“Contra”
Ele/Você Põe
Nós Pomos Oposição: Jogar contra a seleção brasileira;
Vós Pondes Direção: Olhar contra o sol;
Proximidade ou contiguidade: Apertou o filho
Eles/Vocês Põem contra o peito.
PREPOSIÇÕES “De”
“A” “Desde”
Causa ou motivo: Acordar aos gritos das Distância: Dormiu desde o acampamento até aqui;
crianças; Tempo: Desde ontem ele não aparece.
Conformidade: Escrever ao modo clássico;
Destino (em correlação com a preposição de): “Em”
De Santos à Bahia;
Meio: Voltarei a andar a cavalo; Preço: Avaliou a propriedade em milhares de
Preço: Vendemos o armário a R$ 300,00; dólares;
Direção: Levantar as mãos aos céus; Meio: Pagou a dívida em cheque;
Distância: Cair a poucos metros da namorada; Limitação: Aquele aluno em Química nunca foi
Exposição: Ficar ao sol por um longo tempo; bom;
Lugar: Ir a Santa Catarina; Forma ou semelhança: As crianças juntaram as
Modo: Falar aos gritos; mãos em concha;
Sucessão: Dia a dia; Transformação ou alteração: Transformou
Tempo: Nasci a três de maio; dóla- res em reais;
Proximidade: Estar à janela. Estado ou qualidade: Foto em preto e branco;
Fim: Pedir em casamento;
“Após” Lugar: Ficou muito tempo em Sorocaba;
Modo: Escrever em francês;
Lugar: Permaneça na fila após o décimo lugar; Sucessão: De grão em grão;
Tempo: Logo após o almoço descansamos. Tempo: O fogo destruiu o edifício em minutos;
Especialidade: João formou-se em Engenharia.
“Com”
7 Palavras deverbais são substantivos que expressam, de forma nominal e abstrata, o sentido de um verbo com o qual mantêm relação.
Exemplo: a filmagem, o pagamento, a falência etc. Geralmente, os nomes deverbais são acompanhados por preposições e, sintaticamente, o
170
t minal.
e
r
m
o
q
u
e
c
o
m
p
l
e
t
a
s
e
n
t
i
d
o
d
e
s
s
e
s
n
o
m
e
s
c
o
n
h
e
c
i
d
o
c
o
m
o
c
o
m
p
l
e
m
e
n
t
o
n
o
“Entre” prepositivas sempre terminam em uma preposição
(há apenas uma exceção: a locução prepositiva com
Lugar: Ele ficou entre os aprovados; sentido concessivo “não obstante”).
Meio social: Entre as elites, este é o Veja alguns exemplos:
comportamento;
Reciprocidade: Entre mim e ele sempre houve Apesar de. Ex.: Apesar de terem sumido, volta-
discórdia. ram logo.
A respeito de. Ex.: Nossa reunião foi a respeito
“Para” de finanças.
Graças a. Ex.: Graças ao bom Deus, não
Consequência: Você deve ser muito esperto aconteceu nada grave.
para não cair em armadilhas; De acordo com. Ex.: De acordo com W. Hamboldt,
Fim ou finalidade: Chegou cedo para a a língua é indispensável para que possamos pen-
conferência; sar, mesmo que estivéssemos sempre sozinhos.
Lugar: Em 2011, ele foi para Portugal; Por causa de. Ex.: Por causa de poucos pontos,
Proporção: As baleias estão para os peixes não passei no exame.
assim como nós estamos para as galinhas; Para com. Ex.: Minha mãe me ensinou ter respeito
Referência: Para mim, ela está mentindo; para com os mais velhos.
Tempo: Para o ano irei à praia; Por baixo de. Ex.: Por baixo do vestido, ela usa
Destino ou direção: Olhe para frente! um short.
“Sem”
a + aquele = àquele
a + aqueles = àqueles
a + aquela = àquela
a + aquelas = àquelas
a + aquilo = àquilo
Preposição “de”:
de + o/os =
do/dos de + a/as
= da/das
de + um= dum
de + uns = duns
de + uma = duma
de + umas = dumas
Com advérbio:
de + aqui= daqui
de + aí= daí
de + ali= dali
Preposição “em”:
Ex.: Não fiz os exercícios nem revisei. Causais: Iniciam a oração dando ideia de causa.
Haja vista, que, porque, pois, porquanto, visto
O gato era o preferido, não só da filha, senão de que, uma vez que, como (equivale a porque) etc.
toda família.
Ex.: Como não choveu, a represa secou.
Adversativa: Colocam informações em oposição,
contradição. Mas, porém, contudo, todavia, entre- Consecutivas: Iniciam a oração expressando ideia
tanto, não obstante, senão (equivalente a mas). de consequência. Que (depois de tal, tanto, tão),
de modo que, de forma que, de sorte que etc.
Ex.: Não tenho um filho, mas dois.
A culpa não foi a população, senão dos vereadores Ex.: Estudei tanto que fiquei com dor de cabeça.
(equivale a “mas sim”).
Importante: A conjunção “e” pode apresentar Comparativas: Iniciam orações comparando
valor adversativo, principalmente quando é antecedi- ações e, em geral, o verbo fica subtendido.
da por vírgula: Estava querendo dormir, e o barulho Como, que nem, que (depois de mais, menos,
não deixava. melhor, pior, maior), tanto... quanto etc.
Alternativas: Ligam orações com ideias que Ex.: Corria como um touro.
não acontecem simultaneamente, que se excluem. Ela dança tanto quanto Carlos.
Ou, ou...ou, quer...quer, seja...seja, ora...ora, já...já.
Conformativas: Expressam a conformidade de
Ex.: Estude ou vá para a festa. uma ideia com a da oração principal. Conforme,
Seja por bem, seja por mal, vou convencê-la. como, segundo, de acordo com, consoante etc.
Importante: A palavra “senão” pode funcionar
como conjunção alternativa: Saia agora, senão cha- Ex.: Tudo ocorreu conforme o planejado.
marei os guardas! (pode-se trocá-la por “ou”). Amanhã chove, segundo informa a previsão do
tempo.
Explicativas: Ligam orações, de forma que em
uma delas explica-se o que a outra afirma. Que, Concessivas: Iniciam uma oração com uma
por- que, pois, (se vier no início da oração), ideia contrária à da oração principal. Embora,
porquanto. conquan- to, ainda que, mesmo que, em que pese,
posto que etc.
Ex.: Estude, porque a caneta é mais leve que a
enxada! Ex.: Teve que aceitar a crítica, conquanto não
Viva bem, pois isso é o mais importante. tives- se gostado.
Importante: “Pois” com sentido explicativo ini- Trabalhava, por mais que a perna doesse.
cia uma oração e justifica outra. Ex.: Volte, pois
sinto saudades. Condicional: Iniciam uma oração com ideia de
“Pois” conclusivo fica após o verbo, deslocado hipótese, condição. Se, caso, desde que, contanto
LÍNGUA
entre vírgulas: Nessa instabilidade, o dólar voltará, que, a menos que, somente se etc.
pois, a subir.
Ex.: Se eu quisesse falar com você, teria
Conclusiva: Ligam duas ideias, de forma que a respondido sua mensagem.
segunda conclui o que foi dito na primeira. Logo, Posso lhe ajudar, caso necessite.
portanto, então, por isso, assim, por conseguinte,
destarte, pois (deslocado na frase).
173
Proporcionais: Ideia de proporcionalidade. À conjunções. Sua função é expressar estado de espíri-
proporção que, à medida que, quanto mais...mais, to e emoções; por isso, apresentam forte conotação
quanto menos...menos etc. semântica. Uma interjeição sozinha pode equivaler a
uma frase. Ex.: Tchau!
Ex.: Quanto mais estudo, mais chances tenho As interjeições indicam relações de sentido diver-
de ser aprovado. sas. A seguir, apresentamos um quadro com os sen-
Ia aprendendo, à medida que convivia com ela. timentos e sensações mais expressos pelo uso de
interjeições:
Final: Expressam ideia de finalidade. Final, para
que, a fim de que etc. VALOR SEMÂNTICO INTERJEIÇÃO
Advertência Cuidado! Devagar! Calma!
Ex.: A professora dá exemplos para que você
aprenda! Alívio Arre! Ufa! Ah!
Comprou um computador a fim de que pudesse Alegria/Satisfação Eba! Oba! Viva!
trabalhar tranquilamente. Desejo Oh! Tomara! Oxalá!
Temporais: Iniciam a oração expressando ideia de Repulsa Irra! Fora! Abaixo!
tempo. Quando, enquanto, assim que, até que, Dor/Tristeza Ai! Ui! Que pena!
mal, logo que, desde que etc.
Espanto Oh! Ah! Opa! Putz!
Ex.: Quando viajei para Fortaleza, estive na Saudação Salve! Viva! Adeus! Tchau!
Praia do Futuro. Medo Credo! Cruzes! Uh! Oh!
Mal cheguei à cidade, fui assaltado.
Importante!
Os valores semânticos das conjunções não se prendem às formas morfológicas desses elemen- tos. O valor das conjunções é c
Ex.: Se Mariana gosta de você, por que você não a procura? (Se = causal = já que)
Por que ficar preso na cidade, quando existe tanto ar puro no campo? (Quando = causal = já que).
a
o
p
r
é
d
i
o
o
n
d
e
m
o
r
a
v
a
M
á
r
i
o
P
e
d
r
o
-
s
a
,
e
n
t
r
e
F
a
— Visconde de Pirajá, 127 ― respondi, e seu Joaquim Estou à beira-mar desde cedo.
desenhou o endereço na nota.
— Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará
lá
sua estante.
— Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz
esse prazo.
— A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos,
três semanas.
( ) CERTO ( ) ERRADO
CASOS CONVENCIONADOS
LÍNGUA
No a (singular) antes de palavra no plural,
As alunas às quais atribuí tais atividades
quando a regência do verbo exigir preposição
estão de férias.
Ex.: Durante o filme assistimos a cenas chocantes.
175
Antes dos pronomes relativos quem e cuja Fechar a chave. (Quando “chave” for objeto direto)
Fechar à chave. (Quando “chave” for advérbio de
Ex.: Por favor, chame a pessoa a quem
instrumento)
entregamos o pacote.
Falo de alguém a cuja filha foi entregue o prêmio.
CRASE FACULTATIVA
CASOS ESPECIAIS
N
O
M FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
E
S Frase
Dica
Para determinar o sujeito da oração, colocam-se as
expressões interrogativas quem? ou o quê? antes do
verbo.
Ex.: A população pediu uma providência ao
governador.
Quem pediu uma providência ao governador?
Resposta: A população (sujeito).
Ex.: O pêndulo do relógio iria de um lado para o outro.
O que iria de um lado para o outro? Resposta:
O pêndulo do relógio (sujeito).
Tipos de Sujeito
Simples
DETERMINADO Composto
Elíptico
Com verbos flexionados na 3ª
pessoa do plural
INDETERMINADO Com verbos acompanhados do
se (índice de indeterminação do
sujeito)
Usado para fenômenos
INEXISTENTE da natureza ou com
verbos impessoais
177
Uma declaração que não se refere a nenhum sujei- to
na 3ª pessoa do singular acompanhados do
(oração sem sujeito):
pro- nome se, que atua como índice de
Ex.: Chove pouco nesta época do ano.
indetermina- ção do sujeito.
Ex.: Não se vê com a neblina.
Entende-se que ninguém consegue ver nessa
condição.
Predicado
Complementos Verbais
179
Objeto direto preposicionado Objeto indireto e o uso de pronomes pessoais
Mesmo que o verbo transitivo direto não exija Pode ser representado pelos seguintes pronomes
preposição no seu complemento, algumas palavras oblíquos átonos: me, te, se, no, vos, lhe, lhes. Os
requerem o uso da preposição para não perder o sen- pro- nomes o, a, os, as não exercerão essa função.
tido de “alvo” do sujeito. Ex.: Mostre-lhe onde fica o banheiro, por favor.
Além disso, há alguns casos obrigatórios e outros Todos os pronomes oblíquos tônicos (me, mim,
facultativos. comigo, te, ti, contigo) podem funcionar como
objeto indireto, já que sempre ocorrem com
Exemplos com ocorrência obrigatória de preposição.
preposição: Ex.: Você escreveu esta carta para mim?
Não entendo nem a ele nem a
ti. Respeitava-se aos mais Objeto indireto pleonástico: Ocorrência
antigos. repetida dessa função sintática com o objetivo de
Ali estava o artista a quem nosso amigo enfatizar uma mensagem.
idolatrava. Amavam-se um ao outro. Ex.: A ele, sem reservas, supliquei-lhe ajuda.
“Olho Gabriela como a uma criança, e não
mulher Complemento Nominal
feita.” (Ciro dos Anjos)
Completa o sentido de substantivos, adjetivos e
Exemplos com ocorrência facultativa de advérbios. É uma função sintática regida de preposi-
preposição:
ção e com objetivo de completar o sentido de nomes. A
Eles amam a Deus, assim diziam as pessoas daque- presença de um complemento nominal nos contextos
le templo. de uso é fundamental para o esclarecimento do senti-
A escultura atrai a todos os visitantes. do do nome.
Não admito que coloquem a Sua Excelência num Ex.: Tenho certeza de que tu serás
pedestal. aprovado. Estou longe de casa e tão perto
Ao povo ninguém engana. do paraíso.
Eu detesto mais a estes filmes do que àqueles. Para melhor identificar um complemento nomi-
No caso “Você bebeu dessa água?”, a forma “des- nal, siga a instrução:
sa” (preposição de + pronome essa) precisa estar Nome + preposição + quem ou quê
pre- sente para indicar parte de um todo, quando Como diferenciar complemento nominal de com-
assim for o contexto de uso. Logo, a pergunta é se a plemento verbal?
pessoa bebeu uma porção da água, e não ela toda. Ex.: Naquela época, só obedecia ao meu coração.
(complemento verbal, pois “ao meu coração” liga-se
Objeto direto pleonástico: É a dupla ocorrência diretamente ao verbo “obedecia”)
dessa função sintática na mesma oração, a fim de Naquela época, a obediência ao meu coração pre-
enfatizar um único significado. valecia. (complemento nominal, pois “ao meu cora-
ção” liga-se diretamente ao nome “obediência”).
Ex.: “Eu não te engano a ti”. (Carlos Drummond
de Andrade) Agente da Passiva
Aposto
181
As orações são sintaticamente independentes. Isso
Dica significa que uma não possui relação sintática com verbos,
O aposto pode aparecer antes do termo a que nomes ou pronomes das demais orações no período.
se refere, normalmente antes do sujeito.
Ex.: Maior piloto de todos os tempos, Ayrton Sen-
na marcou uma geração.
Segundo o gramático Cegalla, quando o apos-
to se refere a um termo preposicionado, pode
ele vir igualmente preposicionado.
Ex.: De cobras, (de) morcegos, (de) bichos, de
tudo ele tinha medo.
O aposto pode ter núcleo adjetivo ou
adverbial. Ex.: Tuas pestanas eram assim: frias
e curvas. (adjetivos, apostos do predicativo do
sujeito) Falou comigo deste modo: calma e
maliciosa- mente. (advérbios, aposto do
adjunto adverbial de modo).
Vocativo
DOIS-PONTOS
TRAVESSÃO
185
Serve também para colocar em relevo certas Aparece após uma
expressões, orações ou termos. Pode ser subs- interjeição: Ex.: Nossa! Isso é
tituído por vírgula, dois-pontos, parênteses ou fantástico.
colchetes:
Ex.: Os professores ― amigos meus do curso cario- Usado para substituir vírgulas em vocativos
ca ― vão fazer videoaulas. (aposto explicativo) enfáticos:
Meninos ― pediu ela ―, vão lavar as mãos, que Ex.: “Fernando José! onde estava até esta hora?”
vamos jantar. (oração intercalada)
É repetido duas ou mais vezes quando se quer
marcar uma ênfase:
Como disse o poeta: “Só não se inventou a máquina
Ex.: Inacreditável!!! Atravessou a piscina de 50
de fazer versos ― já havia o poeta
metros em 20 segundos!!!
parnasiano”.
RETICÊNCIAS
PARÊNTESES
Símbolos do sistema métrico decimal e elemen- São usadas em citações ou em algum termo que
tos químicos não vêm com ponto final: precisa ser destacado no texto. Podem ser substituí-
Exemplos: km, m, cm, He, K, C das por itálico ou negrito, que têm a mesma função
de destaque. Usam-se nos seguintes casos:
PONTO DE INTERROGAÇÃO
Antes e depois de citações:
Ex.: “A vírgula é um calo no pé de todo mundo”,
Marca uma entonação ascendente (elevação da
afirma Dad Squarisi, 64.
voz) em tom questionador. Usa-se:
Para marcar estrangeirismos, neologismos,
Em frase interrogativa direta: arcaís- mos, gírias e expressões populares ou
Ex.: O que você faria se só lhe restasse um dia? vulgares, conotativas:
Ex.: O homem, “ledo” de paixão, não teve a fortuna
Entre parênteses para indicar incerteza:
que desejava.
Ex.: Eu disse a palavra peremptório (?), mas acho
Não gosto de “pavonismos”.
que havia palavra melhor no contexto.
Dê um “up” no seu visual.
Junto com o ponto de exclamação, para denotar
Para realçar uma palavra ou expressão imprópria,
surpresa:
às vezes com ironia ou malícia
Ex.: Não conseguiu chegar ao local de prova?! (ou
Ex.: Veja como ele é “educado”: cuspiu no chão.
!?)
Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não”
E interrogações retóricas: sonoro.
Ex.: Jogaremos comida fora à toa? (Ou seja: “Claro
Para citar nomes de mídias, livros etc.
que não jogaremos comida fora à toa”).
Ex.: Ouvi a notícia do “Jornal Nacional”.
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
COLCHETES
186
É empregado para marcar o fim de uma frase com Representam uma variante dos parênteses, porém
entonação exclamativa: têm uso mais restrito. Usam-se nos seguintes casos:
Ex.: Que linda mulher!
Coitada dessa criança! Para incluir num texto uma observação de nature-
z
a
e
l
u
c
i
d
a
t
i
v
a
:
Ex.: É de Stanislaw Ponte Preta [pseudônimo de utilizadas duas barras para indicar a
E
Sérgio Porto] a obra “Rosamundo e os outros”. separação das estrofes.
x
Para isolar o termo latino sic (que significa .:
“assim”), a fim de indicar que, por mais estranho “
ou errado que pareça, o texto original é assim [
mesmo: …
Ex.: “Era peior [sic] do que fazer-me esbirro aluga- ]
do.” (Machado de Assis) D
e
Para indicar os sons da fala, quando se estuda t
Fonologia: a
Ex.: mel: [mɛw]; bem: [bẽy] n
Para suprimir parte de um texto (assim como t
parênteses) o
Ex.: Na hora em que entrou no quarto [...] e o
depois desceu as escadas apressadamente. ou l
Na hora em que entrou no quarto (...) e depois h
des- ceu as escadas apressadamente. (caso não a
preferí- vel segundo as normas da ABNT) r
p
ASTERISCO a
r
a
É colocado à direita e no canto superior de uma
l
palavra do trecho para se fazer uma citação ou
o
comentário qualquer sobre o termo em uma nota
n
de rodapé:
g
Ex.: A palavra tristeza é formada pelo adjetivo
e
triste acrescido do sufixo -eza*.
,/
*-eza é um sufixo nominal justaposto a um n
adjeti- vo, o que origina um novo substantivo. ã
Quando repetido três vezes, indica uma omissão o
ou lacuna em um texto, principalmente em v
substi- tuição a um substantivo próprio: e
Ex.: O menor *** foi apreendido e depois encami- j
nhado aos responsáveis. o
o
Quando colocado antes e no alto da palavra, q
repre- senta o vocábulo como uma forma u
hipotética, isto é, cuja existência é provável, mas e
não comprovada: Ex.: Parecer, do latim p
*parescere. a
Antes de uma frase para indicar que ela é s
agrama- tical, ou seja, uma frase que não respeita s
as regras da gramática. a
* Edifício elaborou projeto o engenheiro. p
e
USO DA BARRA r
t
o
A barra oblíqua [ / ] é um sinal gráfico usado: ,/
m
Para indicar disjunção e exclusão, podendo ser e
substituída pela conjunção “ou”: u
Ex.: Poderemos optar por: p
carne/peixe/dieta. Poderemos optar por: e
carne, peixe ou dieta. it
Para indicar inclusão, quando utilizada na separa- o
ção das conjunções e/ou. é
Ex.: Os alunos poderão apresentar trabalhos orais p
e/ou escritos. u
r
Para indicar itens que possuem algum tipo de o
rela- ção entre si. d
Ex.: A palavra será classificada quanto ao número e
(plural/singular). s
O carro atingiu os 220 km/h. e
Para separar os versos de poesias, quando r
escritos seguidamente na mesma linha. São t
o
./Subo mon- te, desço monte.//Eu ando sozinha/ao longo
da noi- te./Mas a estrela é minha.” Cecília Meireles
Na escrita abreviada, para indicar que a palavra não
foi escrita na sua totalidade:
Ex.: a/c = aos cuidados de; s/ =
sem
Para separar o numerador do denominador nos
números fracionários, substituindo a barra da fração:
Ex.: 1/3 = um terço
Nas datas:
Ex.: 31/03/1983
Nos números de telefone:
Ex.: 225 03 50/51/52
Nos endereços:
Ex.: Rua do Limoeiro, 165/232
Na indicação de dois anos consecutivos: Ex.: O
evento de 2012/2013 foi um sucesso.
Para indicar fonemas, ou seja, os sons da língua:
Ex.: /s/
EXERCÍCIO COMENTADO
Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes
monarquias jamais deixaram de possuir as suas, e cui- davam
delas estrategicamente. Afinal, dotes de prin- cesas foram
negociados tendo livros como objetos de barganha;
tratados diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os
monarcas portugueses, após o terremoto que dizimou
Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços, terem
erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José
chamava-a de joia maior do tesouro real. D. João VI,
mesmo na correria da partida para o Brasil, não se
esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a Real
Biblioteca aportou nos trópicos, e foi até mesmo tema de
disputa.
CERTO ( ) ERRADO
187
Ex.: Considero os conceitos e as regras complicados.
Tenho como irresponsáveis o chefe do setor e
seus subordinados.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
Algumas Convenções
Define-se como a adaptação em gênero e número
que ocorre entre o substantivo (ou equivalente, como Obrigado / próprio / mesmo
o adjetivo) e seus modificadores (artigos, pronomes, Ex.: A mulher disse: “Muito obrigada”.
adjetivos, numerais). A própria enfermeira virá para o debate.
O adjetivo e as palavras adjetivas concordam em Elas mesmas conversaram conosco.
gênero e número com o nome a que se referem.
Ex.: Parede alta. / Paredes altas. Dica
Muro alto. / Muros altos.
O termo mesmo no sentido de “realmente” será
Casos com Adjetivos invariável.
Ex.: Os alunos resolveram mesmo a situação.
Com função de adjunto adnominal: quando o
adjetivo funcionar como adjunto adnominal e Só / sós
esti- ver após os substantivos, poderá concordar Variáveis quando significarem “sozinho” /
com as somas desses ou com o elemento mais “sozinhos”. Invariáveis quando significarem
próximo. Ex.: Encontrei colégios e faculdades “apenas, somente”. Ex.: As garotas só queriam
ótimas. / Encontrei colégios e faculdades ótimos. ficar sós. (As garotas apenas queriam ficar
sozinhas.)
Há casos em que o adjetivo concordará apenas A locução “a sós” é invariável.
com o nome mais próximo, quando a qualidade per- Ex.: Ela gostava de ficar a sós. / Eles gostavam de
tencer somente a este. ficar a sós.
Ex.: Saudaram todo o povo e a gente brasileira.
Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho. Quite / anexo / incluso
Concordam com os elementos a que se referem.
Quando o adjetivo funcionar como adjunto adno- Ex.: Estamos quites com o banco.
minal e estiver antes dos substantivos, poderá con- Seguem anexas as certidões negativas.
cordar apenas com o elemento mais próximo. Ex.: Inclusos, enviamos os documentos solicitados.
Existem complicadas regras e conceitos. Meio
Quando houver apenas um substantivo qualifica- Quando significar “metade”: concordará com o
do por dois ou mais adjetivos pode-se: elemento referente.
Colocar o substantivo no plural e enumerar o ad- Ex.: Ela estava meio (um pouco) nervosa.
jetivo no singular. Ex.: Ele estuda as línguas inglesa, Quando significar “um pouco”: será invariável.
francesa e alemã. Ex.: Já era meio-dia e meia (metade da hora).
Colocar o substantivo no singular e, ao enumerar
os adjetivos (também no singular), antepor um artigo Grama
a cada um, menos no primeiro deles. Ex.: Ele estuda Quando significar “vegetação”, é feminino; quan-
a língua inglesa, a francesa e a alemã. do significar unidade de medida, é masculino.
Ex.: Comprei duzentos gramas de farinha.
Com função de predicativo do sujeito “A grama do vizinho sempre é mais verde.”
É proibido entrada / É proibida a entrada
Com o verbo após o sujeito, o adjetivo Se o sujeito vier determinado, a concordância do
concordará com a soma dos elementos. verbo e do predicativo do sujeito será regular, ou
Ex.: A casa e o quintal estavam abandonados. seja, tanto o verbo quanto o predicativo
Com o verbo antes do sujeito o predicativo do su- concorda- rão com o determinante.
jeito acompanhará a concordância do verbo, que por Ex.: Caminhada é bom para a saúde. / Esta
sua vez concordará tanto com a soma dos elementos cami- nhada está boa.
quanto com o nome mais próximo. É proibido entrada de crianças. / É proibida a
Ex.: Estava abandonada a casa e o quintal. / Esta- entrada de crianças.
vam abandonados a casa e o quintal. Pimenta é bom? / A pimenta é boa?
Como saber quando o adjetivo tem valor de
adjun- to adnominal ou predicativo do sujeito? Menos / pseudo
Substitua os substantivos por um pronome: São invariáveis.
Ex.: Existem conceitos e regras complicados. Ex.: Havia menos violência antigamente.
(substitui-se por “eles”) Aquelas garotas são pseudoatletas. / Seu argumen-
Fazendo a troca, fica “Eles existem”, e não “Eles to é pseudo-objetivo.
existem complicados”. Muito / bastante
Como o adjetivo desapareceu com a substituição, Quando modificam o substantivo: concordam com ele.
então é um adjunto adnominal. Quando modificam o verbo: invariáveis.
Com função de predicativo do objeto Ex.: Muitos deles vieram. / Eles ficaram muito
188 irritados.
Recomenda-se concordar com a soma dos substan- Bastantes alunos vieram. / Os alunos ficaram bas-
tivos, embora alguns estudiosos admitam a concor- tante irritados.
dância com o termo mais próximo.
Se ambos os termos puderem ser substituídos por mentos flexionados no plural (peles-vermelhas).
“vários”, ficarão no plural. Se puderem ser L
substi- tuídos por “bem”, ficarão invariáveis. i
s
Tal qual
t
Tal concorda com o substantivo anterior; qual,
a
com o substantivo posterior.
Ex.: O filho é tal qual o pai. / O filho é tal quais d
os e
pais. F
Os filhos são tais qual o pai. / Os filhos são tais l
quais os pais. e
x
Silepse (também chamada concordância figurada) ã
É a que se opera não com o termo expresso, mas o
o que está subentendido.
d
Ex.: São Paulo é linda! (A cidade de São Paulo é
linda!) o
Estaremos aberto no final de semana. s
(Estaremos com o estabelecimento aberto no D
final de semana.) Os brasileiros estamos o
esperançosos. (Nós, brasi- leiros, estamos i
esperançosos.) s
Possível E
Concordará com o artigo, em gênero e número, l
em frases enfáticas com o “mais”, o “menos”, o e
“pior”. Ex.: Conheci crianças o mais belas m
possíveis. / Conheci crianças as mais belas e
possíveis. n
t
Plura de Substantivos Compostos
o
s
O adjetivo concorda com o substantivo referente
em gênero e número. Se o termo que funciona como
adje- tivo for originalmente um substantivo, fica N
o
invariável.
s
Ex.: Rosas vermelhas e jasmins pérola (pérola
também é um substantivo; mantém-se no singular). s
u
Ternos cinza e camisas amarelas (cinza também é
b
um substantivo; mantém-se no singular).
s
t
Plural de Adjetivos Compostos a
n
Quando houver adjetivo composto, apenas o últi- t
mo elemento concordará com o substantivo i
referente. v
Os demais ficarão na forma masculina singular. o
Se um dos elementos for originalmente um subs- s
tantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável. c
Ex.: Violetas azul-claras com folhas verde- o
musgo. m
No termo “azul-claras”, apenas “claras” segue o p
plural, pois ambos são adjetivos. o
No termo “verde-musgo”, “musgo” permanece no s
singular, assim como “verde”, por ser substantivo. t
Nesse caso, o termo composto não concorda com o o
plural do substantivo referente, “folhas”. s
Ex.: Calças rosa-claro e camisas verde-mar. f
O termo “claro” fica invariável porque “rosa” o
tam- bém pode ser um substantivo. r
O termo “mar” fica invariável por seguir a m
mesma lógica de “musgo” do exemplo anterior. a
d
Dica o
s
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qual- p
quer adjetivo composto iniciado por “cor-de” são o
sempre invariáveis. r
O adjetivo composto pele-vermelha tem os dois ele- p
ala- vras variáveis, especialmente substantivos e
adjetivos:
segunda-feira — segundas-feiras;
matéria-prima — matérias-primas;
couve-flor — couves-flores;
guarda-noturno — guardas-noturnos;
primeira-dama — primeiras-damas.
Nos substantivos compostos formados por temas
verbais repetidos:
corre-corre — corres-corres;
pisca-pisca — piscas-piscas; pula-
pula — pulas-pulas.
Nestes substantivos também é possível a flexão
apenas do segundo elemento: corre-corres, pisca-
-piscas, pula-pulas.
grã-fino – grã-finos;
bel-prazer – bel-prazeres.
Não flexão dos elementos
189
Em alguns casos, não ocorre a flexão dos elemen- Quando o sujeito é formado por palavras plurali-
tos formadores, que se mantêm invariáveis. Isso zadas, normalmente topônimos (Amazonas, férias,
ocorre em frases substantivadas e em subs- Minas Gerais, Estados Unidos, óculos etc.), se hou-
tantivos compostos por um tema verbal e ver artigo definido antes de uma palavra plura-
uma palavra invariável ou outro tema verbal lizada, o verbo fica no plural. Caso não haja esse
oposto: o disse me disse – os disse me disse; artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Os Estados
o leva e traz – os leva e traz; Unidos continuam uma potência.
o cola-tudo – os cola-tudo. Estados Unidos continua uma potência.
Santos fica em São Paulo. (Corresponde a: “A cida-
CONCORDÂNCIA VERBAL de de Santos fica em São Paulo.”)
Concordância Verbal com o Sujeito Simples Quando o sujeito é formado por um número per-
centual ou fracionário, o verbo concorda com o
Em regra geral, o verbo concorda com o núcleo numerado ou com o número inteiro, mas pode
do sujeito. concordar com o especificador dele. Se o
numeral vier precedido de um determinante, o
Ex.: Os jogadores de futebol ganham um
verbo con- cordará apenas com o numeral. Ex.:
salário
exorbitante. Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabe o que é
viver bem.
Diferentes situações:
Apenas 1/3 das pessoas do mundo sabem o que
é viver bem.
Quando o núcleo do sujeito for uma palavra de
sentido coletivo, o verbo fica no singular. Ex.: A Apenas 30% do povo sabe o que é viver bem.
Apenas 30% do povo sabem o que é viver bem.
multidão gritou entusiasmada.
Os 30% da população não sabem o que é viver
Quando o sujeito é o pronome relativo que, o mal.
ver- bo posterior ao pronome relativo concorda Os verbos bater, dar e soar concordam com o
com o antecedente do relativo. Ex.: Quais os número de horas ou vezes, exceto se o sujeito for
limites do Brasil que se situam mais próximos a palavra relógio. Ex.: Deram duas horas, e ela
do Meridiano? não chegou. (Duas horas deram...)
Bateu o sino duas vezes. (O sino bateu)
Quando o sujeito é o pronome indefinido quem,
o verbo fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Fomos Soaram dez badaladas no relógio da sala. (Dez
nós quem resolveu a questão. badaladas soaram)
Soou dez badaladas o relógio da escola. (O
Por questão de ênfase, o verbo pode também con- relógio da escola soou dez badaladas)
cordar com o pronome reto antecedente. Ex.: Fomos Quando o sujeito está em voz passiva sintética, o
nós quem resolvemos a questão. verbo concorda com o sujeito paciente. Ex.: Ven-
dem-se casas de veraneio aqui.
Quando o sujeito é um pronome interrogativo, Nunca se viu, em parte alguma, pessoa tão
demonstrativo ou indefinido no plural + de nós / interessada.
de vós, o verbo pode concordar com o pronome no
plural ou com nós / vós. Ex.: Alguns de nós Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o
190 verbo fica sempre na 3ª pessoa. Ex.: Por que
resol- viam essa questão. / Alguns de nós
Vossa Majestade está preocupada?
resolvíamos essa questão.
Suas Excelências precisam de algo?
Sujeito do verbo viver em orações optativas ou isto, isso, aquilo ou “coisas”, o verbo ser E
exclamativas. Ex.: Vivam os campeões! concor- dará com o predicativo x
(preferencialmente) ou com o sujeito .:
Concordância Verbal com o Sujeito Composto N
o
Núcleos do sujeito constituídos de pessoas i
grama- ticais diferentes n
Ex.: Eu e ele nos tornamos bons amigos. í
c
Núcleos do sujeito ligados pela preposição com i
Ex.: O ministro, com seus assessores, chegou/che- o
garam ontem. ,
Núcleos do sujeito acompanhados da palavra t
u
cada
d
ou nenhum o
Ex.: Cada jogador, cada time, cada um deve é
man- ter o espírito esportivo. /
Núcleos do sujeito sendo sinônimos e estando no s
singular ã
Ex.: A angústia e a ansiedade não o ajudava/aju- o
davam. (preferencialmente no singular) f
Gradação entre os núcleos do sujeito l
o
Ex.: Seu cheiro, seu toque bastou/bastaram
r
para me acalmar. (preferencialmente no singular)
e
Núcleos do sujeito no infinitivo s
Ex.: Andar e nadar faz bem à saúde. .
Núcleos do sujeito resumidos por um aposto C
resu- mitivo (nada, tudo, ninguém) o
Ex.: Os pedidos, as súplicas, nada disso o n
c
comoveu.
o
Sujeito constituído pelas expressões um e outro, r
nem um nem outro d
Ex.: Um e outro já veio/vieram aqui. a
c
Núcleos do sujeito ligados por nem... nem o
Ex.: Nem a televisão nem a internet desviarão meu m
foco nos estudos.
Entre os núcleos do sujeito, aparecem as palavras o
como, menos, inclusive, exceto ou as p
r
expressões bem como, assim como, tanto
e
quanto d
Ex.: O Vasco ou o Corinthians ganhará o jogo na i
final. c
Núcleos do sujeito ligados pelas séries correlativas a
aditivas enfáticas (tanto... quanto / como / assim ti
v
como; não só... mas também etc.)
o
Ex.: Tanto ela quanto ele mantém/mantêm sua q
popularidade em alta. u
Quando dois ou mais adjuntos modificam um a
úni- co núcleo, o verbo fica no singular n
concordando com o núcleo único. Mas, se houver d
determinante após a conjunção, o verbo fica no o
o
plural, pois aí o sujeito passa a ser composto.
s
Ex.: O preço dos alimentos e dos combustíveis
u
aumentou. Ou: O preço dos alimentos e o dos j
combustíveis aumentaram. e
it
Concordância Verbal do Verbo Ser o
f
Concorda com o sujeito o
Ex.: Nós somos unha e carne. r
Concorda com o sujeito (pessoa) q
Ex.: Os meninos foram ao supermercado. u
Em predicados nominais, quando o sujeito for e
representado por um dos pronomes tudo, nada, o
u quem
Ex.: Quem foram os classificados?
Em indicações de horas, datas, tempo, distância
(predicativo), o verbo concorda com o predicativo Ex.:
São nove horas.
É frio aqui.
Seria meio-dia e meia ou seriam doze horas?
O verbo fica no singular quando precede termos como
muito, pouco, nada, tudo, bastante, mais, menos
etc. junto a especificações de preço, peso, quantidade,
distância, e também quando seguido do pronome o
Ex.: Cem metros é muito para uma criança.
Divertimentos é o que não lhe falta.
Dez reais é nada diante do que foi gasto.
Na expressão expletiva “é que”, se o sujeito da ora- ção
não aparecer entre o verbo ser e o que, o ser ficará
invariável. Se o ser vier separado do que, o verbo
concordará com o termo não preposiciona- do entre
eles.
Ex.: Eles é que sempre chegam cedo.
São eles que sempre chegam cedo.
É nessas horas que a gente precisa de ajuda. (cons-
trução adequada)
São nessas horas que a gente precisa de ajuda.
(construção inadequada)
Concordância do Infinitivo
191
Concordância do verbo parecer Quais de vós me ajudarão/ajudareis?
Flexiona-se ou não o infinitivo.
“Os Sertões” marcou/marcaram a literatura brasileira.
Pareceu-me estarem os candidatos confiantes. (o
equivalente a “Pareceu-me que os candidatos Somente 1,5% das pessoas domina/dominam a
esta- vam confiantes”, portanto o infinitivo é ciência. (1,5% corresponde ao singular)
flexionado de acordo com o sujeito, no plural)
Eles parecem estudar bastante. (locução verbal, Chegaram/Chegou João e Maria.
logo o infinitivo será impessoal) Um e outro / Nem um nem outro já veio/vieram
Concordância dos verbos impessoais aqui.
São os casos de oração sem sujeito. O verbo fica Eu, assim como você, odeio/odiamos a política
sempre na 3ª pessoa do singular. brasileira.
Ex.: Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia se formado. O problema do sistema é/são os impostos.
Deve haver sérios problemas na cidade. (verbo Hoje é/são 22 de agosto.
auxiliar fica no singular)
Trata-se de problemas psicológicos. Devemos estudar muito para atingir/atingirmos
Geou muitas horas no sul. a aprovação.
192 Aquele comediante foi um dos que mais me fez/ Galileu, out./2005 (com adaptações).
fizeram rir.
Fui eu quem faltou/faltei à aula.
1. (CESPE-CEBRASPE – 2008) Considerando o desen-
v ma, julgue o item a seguir.
o
l
v
i
m
e
n
t
o
d
a
s
i
d
e
i
a
s
a
s
e
s
t
r
u
t
u
r
a
s
l
i
n
g
u
í
s
t
i
c
a
s
d
o
t
e
x
t
o
a
c
i
Dada a organização das estruturas linguísticas do tex-
R
to, o verbo ter, em “tem buscado”, pode ser REGÊNCIA VERBAL elaç
empregado também no plural (têm), sem que a ão
coerência nem a correção gramatical do texto fiquem de
prejudicadas. depe
ndê
( ) CERTO ( ) ERRADO ncia
entr
e
O contexto é: Em todo o mundo, uma série de
um
orga- nizações tem buscado colocar a redução e
verb
a fiexi- bilização do horário de trabalho e o
o e
aumento do período de férias na pauta política de
seu
seus países. O verbo “tem” pode concordar com
com
a expressão “uma série” ou com “organizações”.
ple
Sendo assim, a mudança para a forma no plural men
“têm” faria a concordância com o substantivo no to.
plural “organi- zações”, mantendo assim a As
correção gramatical e o sentido original do texto. rela
Resposta: Certo. ções
pod
em
ser
diret
as
REGÊNCIA NOMINAL ou
indi-
retas
Alguns nomes (substantivos, adjetivos e advér-
,
bios) exigem complementos preposicionados, exceto
isto
quando vêm em forma de pronome oblíquo átono.
é,
com
Advérbios Terminados em “mente” ou
sem
Os advérbios derivados de adjetivos seguem a prep
regência dos adjetivos: osiç
ão.
análoga / analogicamente a
contrária / contrariamente a H
compatível / compativelmente com á
diferente / diferentemente de verb
favorável / favoravelmente a os
paralela / paralelamente a que
próxima / proximamente a/de adm
relativa / relativamente a item
mai
Preposições Semelhantes a Primeira Sílaba s de
dos Nomes a que se Referem uma
regê
Alguns nomes regem preposições semelhantes a ncia
sua primeira sílaba. Vejamos: sem
que
dependente, dependência de o
inclusão, inserção em sent
inerente em/a ido
descrente de/em seja
desiludido de/com alter
desesperançado de ado.
desapego de/a
convívio com E
convivência com x
demissão, demitido de .:
encerrado em A
enfiado em q
imersão, imergido, imerso em u
instalação, instalado em
e
interessado, interesse em
intercalação, intercalado entre l
supremacia sobre a
moça não esquecia os favores recebidos.
V. T. D: esquecia
Objeto direto: os favores recebidos.
Aquela moça não se esquecia dos favores recebidos.
V. T. I.: se esquecia
Objeto indireto: dos favores recebidos.
193
Aspirar: transitivo direto; transitivo indireto Ex.: Ela interessou-se por minha companhia.
Ex.: Aspiramos o ar puro das montanhas.
(transiti-
vo direto com sentido de “respirar”)
Sempre aspiraremos a dias melhores. (transitivo
indireto no sentido de “desejar”)
Assistir: transitivo direto; transitivo indireto
Ex.: Transitivo direto ou indireto no sentido de
“prestar assistência”
O médico assistia os acidentados.
O médico assistia aos acidentados.
Transitivo direto no sentido de “ver, presenciar”
Não assisti ao final da série.
O trecho analisado é: “Mas lembrei-me de que, ao São palavras ou expressões que, empregadas em
ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de um determinado contexto, têm significados seme-
ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na lhantes. É importante entender que a identidade dos
numeração.” sinônimos é ocasional, ou seja, em alguns contextos
O verbo lembrar, quando acompanhado de pronome, uma palavra pode ser empregada no lugar de outra,
é transitivo indireto e exige preposição “de”: “não me o que pode não acontecer em outras situações. O
lembrei de...”. Já quando não está acompanhado uso das palavras “chamar”, “clamar” e “bradar”, por
de pronome, não exige preposição. Portanto, na exemplo, pode ocorrer de maneira equivocada se uti-
rees- crita: “Mas lembrei que, ao ir ali pela lizadas como sinônimos, uma vez que a intensidade
primeira vez, observara que, apesar de ficar em de suas significações é diferente.
frente ao do Mário, havia uma diferença na O emprego dos sinônimos é um importante
numeração.” A correção gra- matical é mantida, recurso para a coesão textual, uma vez que essa
bem como o sentido do enunciado original. estratégia reve- la, além do domínio do vocabulário
Resposta: Certo. do falante, a capa- cidade que ele tem de realizar
retomadas coesivas, o que contribuiu para melhor
fluidez na leitura do texto.
Antonímia
Homonímia
LÍNGUA
195
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
acender (colocar fogo) ascender (subir)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
assento (local onde se
acento (sinal gráfico)
senta) Disponível em: https://www.soportugues.com.br/secoes/seman/
seman6.php. Acesso em: 17 jan. 2022.
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
Parônimos
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto) Parônimos são palavras que apresentam sentido
diferente e forma semelhante, conforme demonstra-
bucho (estômago) buxo (arbusto)
mos nos exemplos a seguir10:
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
Absorver/absolver
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
sela (forma do verbo selar; Tentaremos absorver toda esta água com
cela (pequeno quarto) esponjas. (sorver)
arreio)
Após confissão, o padre absolveu todos os fiéis
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo) de seus pecados. (inocentar)
séptico (que causa
céptico (descrente) Aferir/auferir
infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar) Realizaremos uma prova para aferir seus
cerrar (fechar) serrar (cortar) conhecimentos. (avaliar, cotejar)
O empresário consegue sempre auferir lucros
cervo (veado) servo (criado) em seus investimentos. (obter)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
Cavaleiro/cavalheiro
cheque (ordem de xeque (lance no jogo de
pagamento) xadrez) Todos os cavaleiros que integravam a cava-
laria do rei participaram na batalha. (homem
círio (vela) sírio (natural da Síria)
que anda de cavalo)
cito (forma do verbo citar) sito (situado) Meu marido é um verdadeiro cavalheiro,
abre sempre as portas para eu passar. (homem
concertar (ajustar, edu- cado e cortês)
consertar (reparar, corrigir)
combinar)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito) Um dos alunos da turma delatou o colega
que chutou a porta e partiu o vidro.
espiar (observar) expiar (pagar pena) (denunciar)
Comendo tanto assim, você vai acabar dilatan-
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar) do seu estômago. (alargar, estender)
estático (imóvel) extático (admirado)
Dirigente/diligente
esterno (osso do peito) externo (exterior)
laço (nó) lasso (frouxo) Ela se sentiu discriminada por não poder
entrar naquele clube. (diferenciar, segregar)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia) Em muitos países se discute sobre descrimi-
nar o uso de algumas drogas.
(descriminalizar, inocentar)
Relação estabelecida entre termos que guardam 1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) No que se refere
relação de sentido entre si e mantém uma ordem gra- aos sen- tidos e às características tipológicas A
dativa. Exemplo: Hiperônimo — veículo; do texto, julgue o item que se segue. S
Hipônimos P
— carro, automóvel, moto, bicicleta, ônibus... E
C
T
O
EXERCÍCIO COMENTADO S
G
Levantou-se da cama o pobre namorado sem ter con- E
seguido dormir. Vinha nascendo o Sol. R
Quis ler os jornais e pediu-os. A
Já os ia pondo de lado, por haver acabado de ler, quan- I
do repentinamente viu seu nome impresso no Jornal S
do Comércio. D
Era um artigo a pedido com o título de Uma Obra-Prima. A
R
Dizia o artigo:
E
Temos o prazer de anunciar ao país o próximo apa- D
recimento de uma excelente comédia, estreia de um A
jovem literato fluminense, de nome Antônio Carlos de Ç
Oliveira. Ã
Este robusto talento, por muito tempo incógnito, vai O
enfim entrar nos mares da publicidade, e para isso
procurou logo ensaiar-se em uma obra de certo vulto. O
Consta-nos que o autor, solicitado por seus numero- F
sos amigos, leu há dias a comédia em casa do Sr. Dr. I
Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que C
aplaudiu muito e profetizou no Sr. Oliveira um futuro I
Shakespeare. A
O Sr. Dr. Estêvão Soares levou a sua amabilidade ao L
ponto de pedir a comédia para ler segunda vez, e ontem
ao encontrar-se na rua com o Sr. Oliveira, de tal entu- V
ere
siasmo vinha possuído que o abraçou estreitamente,
mos
com grande pasmo dos numerosos transeuntes. o
Da parte de um juiz tão competente em matérias lite- “Ma
rárias este ato é honroso para o Sr. Oliveira. nual
de
Red
Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e
ação
fica- mos certos de que ela fará a fortuna de qualquer
da
teatro. Pres
O amigo das letras. idên
Machado de Assis. A mulher de preto. In: Contos fluminenses. São Paulo:
cia
da República” da 3ª edição, de 29 de dezembro de 2018,
revista, atualizada e ampliada. Sabe-se da importân- cia
de se trabalhar o conteúdo de redação oficial, já que o
tema está presente em muitos dos editais de concursos
federais.
Retrospectiva Histórica
LÍNGUA
197
são necessários:
Na 3ª edição, você perceberá muitas mudanças
significativas, tanto na formatação dos documentos
Alguém que comunique;
oficiais, quanto na formulação dos aspectos da
lingua- gem e das normas estruturais.
E o que é redação oficial na concepção dos
organi- zadores desse trabalho? Veja a resposta que
foi dada por eles a essa pergunta:
“Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial
é a maneira pela qual o Poder Público redige atos
normativos e comunicações. Interessa-nos tratá-la do
ponto de vista do Poder Executivo.”
Agora, para nós que lidamos com o conteúdo
para concursos públicos, quais são as principais
características normativas cobradas nas provas de
concursos públicos?
Perceba que os três motivos principais da preocu-
pação da elaboração do Manual e de suas revisões
são a modernização, a atualização e a eficiência. A
passa- gem do tempo por si só já pediria essas
revisões, haja vista a consequente evolução da
linguagem e da socie- dade por que passamos.
É justamente esse o ponto que originou a partici-
pação desse assunto nos concursos públicos. Afinal,
para quem vai trabalhar no setor público, é
realmente importante saber comunicar-se com
habilidade e usar os meios adequados para isso, se o
que se propõe é um serviço eficiente para a
sociedade.
Por isso, ao estudar redação oficial, lembre-se de
que você tem de saber as características da lingua-
gem da redação oficial, a formatação e a estrutura
das redações, especialmente a do padrão ofício,
quem envia determinadas correspondências, quem as
rece- be e qual é a finalidade de cada uma delas.
Nosso objetivo é tornar esse assunto em um
ponto bem simples e objetivo a ser estudado.
Notas do Prefácio de Gilmar Mendes
Prefácio
É com grande entusiasmo que recebo a
incumbência de prefaciar a terceira edição do Manual
de Redação da Presidência da República, vinte e sete
anos após presidir a Comissão encarregada da
primeira edição desta obra.
[...]
A primeira revisão ocorreu em 2002, motivada
pelas alterações tecnológicas e legislativas da época.
[...]
A partir de 2003, foram publicadas sessenta
emen- das constitucionais, sobre os mais diversos
assuntos.
[...]
Nessa conjuntura, a partir de modificações fáticas
e legislativas, bem como de maior fiscalização
estatal, instaurou-se um novo método de se fazer
administra- ção pública no Brasil. Pretende-se, pois,
que a terceira edição do Manual de Redação da
Presidência Repúbli- ca possa refletir as evoluções
ocorridas nas últimas duas décadas, repetindo o
legado de êxito deixado pelas edições anteriores na
construção de uma cultu- ra administrativa
profissional e obediente às normas da Constituição
da República.
Gilmar Ferreira Mendes.
198
Panorama da Comunicação Oficial
r
O que é Redação Oficial?
e
d
a Em uma frase, pode-se dizer que
ç redação oficial é a maneira pela qual o
ã Poder Público redige comunica- ções
o oficiais e atos normativos. Neste Manual,
interes- sa-nos tratá-la do ponto de vista do
o Serviço Público.
f A redação oficial não é necessariamente
i árida e contrária à evolução da língua. É
c que sua finalidade básica — comunicar
com objetividade e máxima cla- reza —
i
impõe certos parâmetros ao uso que se faz
a
da língua, de maneira diversa daquele da
l
literatura, do texto jornalístico, da
,
correspondência particular etc.
Apresentadas essas características
q
fundamentais da redação oficial, passemos
u
à análise pormenorizada de cada um de
e
seus atributos.
m
A redação oficial deve caracterizar-se por:
c
Clareza e precisão;
o
Objetividade;
m
Concisão;
u
Coesão e coerência;
n
Impessoalidade;
i
Formalidade e padronização;
c
Uso da norma padrão da língua portuguesa.
a
é Clareza e Precisão
s Clareza
e
m A clareza deve ser a qualidade básica de
p todo tex- to oficial. Pode-se definir como
r claro aquele texto que possibilita imediata
e compreensão pelo leitor. Não se concebe
que um documento oficial ou um ato nor-
o mativo de qualquer natureza seja redigido
Para a obtenção de clareza, sugere-se: conseguir isso, é fundamental que o redator
P
saiba de antemão qual é a ideia principal e
rocu
Utilizar palavras e expressões simples, em seu quais são as secundárias.
re
sentido comum, salvo quando o texto versar
perc
sobre assunto técnico, hipótese em que se
eber
utili- zará nomenclatura própria da área;
cert
Usar frases curtas, bem estruturadas; apresen-
a
tar as orações na ordem direta e evitar inter-
hier
calações excessivas. Em certas ocasiões, para
arqu
evitar ambiguidade, sugere-se a adoção da
ia
ordem inversa da oração;
de
Buscar a uniformidade do tempo verbal em idei
todo o texto; as
Não utilizar regionalismos e neologismos; que
Pontuar adequadamente o texto; exist
Explicitar o significado da sigla na primeira e
referência a ela; em
Utilizar palavras e expressões em outro todo
idioma apenas quando indispensáveis, em text
razão de serem designações ou expressões de o de
uso já con- sagrado ou de não terem exata algu
tradução. Nesse caso, grafe-as em itálico, ma
conforme orientações do subitem 10.2 do com
Manual; plex
idad
Precisão e: as
fund
O atributo da precisão complementa a clareza e ame
caracteriza-se por: ntais
e as
Articulação da linguagem comum ou técnica secu
para a perfeita compreensão da ideia ndár
veiculada no texto; ias.
Manifestação do pensamento ou da ideia com Essa
as mesmas palavras, evitando o emprego de s
sinonímia com propósito meramente últi
estilístico; mas
Escolha de expressão ou palavra que não confi- pod
ra duplo sentido ao texto. em
escl
É indispensável, também, a releitura de todo o arec
tex- to redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de er o
trechos obscuros provém principalmente da falta da senti
releitu- ra, o que tornaria possível sua correção. Na do
revisão de um expediente, deve-se avaliar se ele será daq
de fácil compreensão por seu destinatário. O que nos uela
parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O s,
domínio que adquirimos sobre certos assuntos, em deta
decorrên- cia de nossa experiência profissional, lhá-
muitas vezes, faz com que os tomemos como de las,
conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. exe
Explicite, desenvolva, esclareça, precise os termos mpli
técnicos, o significado das siglas e das abreviações e fi-
os conceitos específicos que não possam ser cá-
dispensados. las;
A revisão atenta exige tempo. A pressa com que mas
são elaboradas certas comunicações quase sempre exist
compro- mete sua clareza. “Não há assuntos em
urgentes, há assun- tos atrasados”, diz a máxima. tam
Evite, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão bém
no texto redigido. idei
A clareza e a precisão não são atributos que se as
atinjam por si sós: elas dependem estritamente das secu
demais características da redação oficial, apresen- ndár
tadas a seguir. ias
que
Objetividade não
acre
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se
scen
deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para
tam
informação alguma ao texto, nem têm maior relação com
as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o
que também proporciona- rá mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto
com o assunto e com as informações, sem sub- terfúgios,
sem excessos de palavras e de ideias. É erra- do supor que a
objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o
texto rude e grosseiro.
Concisão
Coesão e Coerência
199
quem comunica: embora se trate, por exemplo, de um
Alguns mecanismos que estabelecem a coesão e
expediente assinado por Chefe de determinada
a coerência de um texto são: referência, substituição,
elipse e uso de conjunção.
Referência
Substituição
Elipse
Dica
Outra estratégia para proporcionar coesão e
coerência ao texto é utilizar conjunção para
estabelecer ligação entre orações, períodos ou
parágrafos. Exemplo:
O Embaixador compareceu à reunião, pois iden-
tificou o interesse de seu Governo pelo assunto.
Impessoalidade
e As comunicações administrativas
m devem ser sempre formais, isto é, obedecer
a certas regras de forma (BRASIL, 2015a).
n Isso é válido tanto para as comunicações
o feitas em meio eletrônico (por exem- plo, o
m e-mail, o documento gerado no SEI! — o
e Siste- ma Eletrônico de Informações é uma
ferramenta de gestão de documentos —, o
d documento em html etc.), quanto para os
o eventuais documentos impressos.
É imperativa, ainda, certa formalidade
s de trata- mento. Não se trata somente do
e correto emprego deste ou daquele pronome
r de tratamento para uma autori- dade de
v certo nível, mais do que isso: a formalidade
i diz respeito à civilidade no próprio enfoque
ç dado ao assunto do qual cuida a
o comunicação.
A formalidade de tratamento vincula-se,
p também, à necessária uniformidade das
ú comunicações. Ora, se a administração
b pública federal é una, é natural que as
l comunicações que expeça sigam o mesmo
i padrão. O estabelecimento desse padrão,
c uma das metas deste Manual, exige que se
o atente para todas as caracterís- ticas da
. redação oficial e que se cuide, ainda, da
apre- sentação dos textos.
O A digitação sem erros, o uso de papéis
b uniformes para o texto definitivo, nas
t exceções em que se fizer necessá- ria a
é impressão, e a correta diagramação do
m texto são indispensáveis para a
- padronização. Consulte o Capítulo II do
s Manual, “As comunicações oficiais”, a
Recomendações:
Presidente do Congresso
AUTORIDADE
A língua culta é contra a pobreza de expressão e Nacional
não contra a sua simplicidade;
O uso do padrão culto não significa empregar a ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de Excelentíssimo Senhor Presi-
linguagem próprias do estilo literário; VOCATIVO
dente do Congresso Nacional,
A consulta ao dicionário e à gramática é
imperati- va na redação de um bom texto. TRATAMENTO NO Vossa Excelência
CORPO DO TEXTO
Pode-se concluir que não existe propriamente
ABREVIATURA Não se usa
um padrão oficial de linguagem, o que há é o uso da
norma padrão nos atos e nas comunicações oficiais.
É claro que haverá preferência pelo uso de determi-
Presidente do Supremo Tribu-
nadas expressões, ou será obedecida certa tradição AUTORIDADE
no emprego das formas sintáticas, mas isso não nal Federal
implica, necessariamente, que se consagre a ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
utilização de uma forma de linguagem burocrática.
O jargão burocráti- co, como todo jargão, deve ser Excelentíssimo Senhor Pre-
evitado, pois terá sem- pre sua compreensão VOCATIVO sidente do Supremo Tribunal
limitada. Federal,
A redação das comunicações oficiais deve, antes
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítu-
lo I do Manual, “Aspectos gerais da redação oficial”. CORPO DO TEXTO
Além disso, há características específicas de cada ABREVIATURA Não se usa
tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe
neste capítulo. Antes de passarmos a sua análise,
vejamos outros aspectos comuns a quase todas as
modalidades de comunicação oficial. AUTORIDADE Vice-Presidente da República
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
Pronomes de Tratamento
Senhor Vice-Presidente da
VOCATIVO
De acordo com a forma como queremos ou deve- República,
mos tratar as pessoas, ou seja, de maneira formal ou
TRATAMENTO NO Vossa Excelência
informal, empregamos determinados pronomes cha-
mados de tratamento. Modernamente, então, temos: CORPO DO TEXTO
ABREVIATURA V. Exa.
Você(s): para tratamento informal;
Senhor (e flexões): para tratamento cerimonioso
formal. AUTORIDADE Ministro de Estado
Tradicionalmente, o emprego dos pronomes de ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
tratamento adota a segunda pessoa do plural, de
VOCATIVO Senhor Ministro,
maneira indireta, para referenciar atributos da pes-
soa à qual se dirige. Na redação oficial, é necessário TRATAMENTO NO Vossa Excelência
atenção para o uso dos pronomes de tratamento em CORPO DO TEXTO
três momentos distintos: no endereçamento, no
voca- tivo e no corpo do texto. No vocativo, o autor ABREVIATURA V. Exa.
dirige-se ao destinatário no início do documento. No
corpo do texto, pode-se empregar os pronomes de
tratamento em sua forma abreviada ou por extenso. Secretário-Executivo de Minis-
O endereça- mento é o texto utilizado no envelope AUTORIDADE tério e demais ocupantes
que contém a correspondência oficial.
de cargos de natureza especial
A seguir, alguns exemplos de utilização de prono-
mes de tratamento no texto oficial. ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor
VOCATIVO Senhor Secretário-Executivo, 201
AUTORIDADE Presidente da República TRATAMENTO NO Vossa Excelência
ENDEREÇAMEN- CORPO DO TEXTO
A Sua Excelência o Senhor
TO ABREVIATURA V. Exa.
Excelentíssimo Senhor Presi-
VOCATIVO
LÍNGUA
A profusão de normas estabelecendo hipóteses de tratamento por meio do pronome “Vossa Excelência” para
categorias específicas tornou inviável arrolar todas
Oficial-General as hipóteses, por isso, trouxemos apenas alguns exemplos mais
das Forças
recorrentes. AUTORIDADE
Armadas
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor Concordância com os Pronomes de Tratamento
VOCATIVO Senhor + Posto,
Os pronomes de tratamento apresentam certas
TRATAMENTO NO Vossa Excelência peculiaridades quanto às concordâncias verbal,
CORPO DO TEXTO nomi- nal e pronominal. Embora se refiram à
segunda pes- soa gramatical (à pessoa com quem se
ABREVIATURA V. Exa.
fala), levam a concordância para a terceira
AUTORIDADE Outros postos militares
pessoa.
ENDEREÇAMENTO Ao Senhor Os pronomes Vossa Excelência ou Vossa Senhoria
são utilizados para se comunicar diretamente com o
VOCATIVO Senhor + Posto, receptor. Ex.: Vossa Senhoria designará o assessor.
TRATAMENTO NO Vossa Excelência Da mesma forma, os pronomes possessivos
referidos a pronomes de tratamento são sempre os da
CORPO DO TEXTO
terceira pessoa. Ex.: Vossa Senhoria designará seu
ABREVIATURA V. Exa. substituto. (E não “Vossa Senhoria designará vosso
substituto.”)
Já quanto aos adjetivos referidos a esses prono-
mes, o gênero gramatical deve coincidir com o sexo
da pessoa a que se refere, e não com o substantivo
AUTORIDADE Senador da República que compõe a locução. Ex.: Se o interlocutor for
homem, o correto é: Vossa Excelência está atarefado.
ENDEREÇAMENTO A Sua Excelência o Senhor O pronome Sua Excelência é utilizado para se fazer
VOCATIVO Senhor Senador, referência a alguma autoridade (indiretamente). Ex.:
A Sua Excelência o Ministro de Estado Chefe da
TRATAMENTO NO Vossa Excelência Casa Civil (por exemplo, no endereçamento do
CORPO DO TEXTO expediente).
Senhora [Nome];
Importante! Prezado Senhor.
Nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: general de exér- cito, general de brigada, tenente-b
Em comunicações oficiais, está abolido o uso de
Digníssimo (DD) e de Ilustríssimo (Ilmo.).
Importante!
Cargos que denotam hierarquia dentro de uma
Evite-se o uso de “doutor” indiscriminadamente. O tratamento por m
empresa: diretor-presidente, diretor-adjunto, editor- Senhora [Nome];
-chefe, sócio-gerente, diretor-executivo. Prezado Senhor.
Cargos formados por numerais: primeiro-minis-
tro, primeira-dama.
Cargos formados com os prefixos “ex” ou “vice”:
ex-diretor, vice-coordenador.
O novo Acordo Ortográfico tornou opcional o
uso de iniciais maiúsculas em palavras usadas reveren- AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
cialmente, por exemplo para cargos e títulos (exem-
plo: o Presidente francês ou o presidente francês). O Padrão Ofício
Porém, em palavras com hífen, após se optar pelo uso
da maiúscula ou da minúscula, deve-se manter a esco- Até a segunda edição do Manual, havia três tipos
lha para a grafia de todos os elementos hifenizados: de expedientes que se diferenciavam antes pela
pode-se escrever “Vice-Presidente” ou “vice-presiden- finali- dade do que pela forma: o ofício, o aviso e o
te”, mas não “Vice-presidente”. memoran- do. Com o objetivo de uniformizá-los,
deve-se adotar nomenclatura e diagramação únicas,
Vocativo que sigam o que chamamos de padrão ofício.
O vocativo é uma invocação ao destinatário. Nas A distinção básica anterior entre os três era:
comunicações oficiais, o vocativo será sempre seguido
de vírgula. Aviso: era expedido exclusivamente por Ministros
Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, de Estado, para autoridades de mesma hierarquia;
utiliza-se a expressão Excelentíssimo Senhor ou Ofício: era expedido para e pelas demais autori-
Excelentíssima Senhora e o cargo respectivo, segui- dades; e
dos de vírgula. Exemplos: Memorando: era expedido entre unidades admi-
nistrativas de um mesmo órgão.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República;
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congres- Nesta nova edição, ficou abolida aquela distinção e
so Nacional; passou-se a utilizar o termo ofício nas três hipóteses.
Excelentíssimo Senhor Presidente do A seguir, será apresentada a estrutura do padrão
Supremo Tribunal Federal. ofício, de acordo com a ordem com que cada
elemento aparece no documento oficial.
As demais autoridades, mesmo aquelas tratadas
por Vossa Excelência, receberão o vocativo Senhor Partes do Documento no Padrão Ofício
ou Senhora seguido do cargo respectivo. Exemplos:
Senhor Juiz;
ser evitado na correspondência oficial para
não se sobrepor ao Brasão de Armas da
República.
11 O desenho oficial atualizado do Brasão de Armas da República pode ser localizado no sítio eletrônico da Presidência da República, na seção c
Símbolos Nacionais. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/simbolos-nacionais/brasao-da-republica. No a
so de documento a ser impresso, exclusivamente quando o signatário for o Presidente da República, Ministro de Estado ou a autoridade
máxima de autarquia, será utilizado timbre em relevo branco, nos termos do disposto no Decreto nº 80.739, de 14 de novembro de 1977.
203
Local e data do documento
Assunto
O assunto deve dar uma ideia geral do que trata o documento, de forma sucinta.
Ele deve ser grafado da seguinte maneira:
Título: a palavra “Assunto” deve anteceder a frase que define o conteúdo do documento, seguida de dois-pontos;
Descrição do assunto: a frase que descreve o conteúdo do documento deve ser escrita com inicial maiús-
cula, não se deve utilizar verbos e sugere-se utilizar de quatro a cinco palavras;
Destaque: todo o texto referente ao assunto, inclusive o título, deve ser destacado em negrito;
Pontuação: coloca-se ponto-final depois do assunto;
Alinhamento: à margem esquerda da página.
Exemplos:
Assunto: Encaminhamento do Relatório de Gestão julho/2018.
Assunto: Aquisição de computadores.
Texto do documento
Nos casos em que não seja usado para encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a
seguinte estrutura:
Introdução: em que é apresentado o objetivo da comunicação. Evite o uso das formas: Tenho a honra de, Tenho o
prazer
de, Cumpre-me informar que. Prefira empregar a forma direta: Informo, Solicito, Comunico
Desenvolvimento: em que o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem
ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição
Conclusão: em que é afirmada a posição sobre o assunto
Introdução: deve iniciar com referência ao expediente que solicitou o encaminhamento. Se a remessa do
documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é encami-
nhar, indicando a seguir os dados completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou signatário e
assunto de que se trata) e a razão pela qual está sendo encaminhado;
Exemplos:
Em resposta ao Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, encaminho cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 2018, da Coordenação-Ger
Encaminho, para exame e pronunciamento, cópia do Ofício nº 12, de 1º de fevereiro de 2018, do Presidente da Confede- ração Nacional
Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer algum comentário a respeito do documento
que encaminha, poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento. Caso contrário, não há parágrafos de
desenvol- vimento em expediente usado para encaminhamento de documentos.
LÍNGUA
Tanto na estrutura I quanto na estrutura II, o texto do documento deve ser formatado da seguinte maneira:
Alinhamento: justificado;
Espaçamento entre linhas: simples;
Parágrafos:
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos após cada parágrafo;
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da margem esquerda;
Numeração dos parágrafos: apenas quando o documento tiver três ou mais parágrafos, desde o primeiro
pará- grafo. Não se numeram o vocativo e o fecho.
205
Dica Numeração das páginas
A numeração das páginas é obrigatória apenas a
Houve alteração das fontes e símbolos de partir da segunda página da comunicação. Ela
Times New Roman para Calibri ou Carlito. deve ser centralizada na página e obedecer à seguinte
formatação:
Fechos para comunicações
Posição: no rodapé do documento, ou acima da
O fecho das comunicações oficiais objetiva, área de 2 cm da margem inferior;
além da finalidade óbvia de arrematar o texto, saudar Fonte: Calibri ou Carlito.
o des- tinatário. Os modelos para fecho
anteriormente utili- zados foram regulados pela Formatação e apresentação
Portaria nº 1, de 1937, do Ministério da Justiça, que Os documentos do padrão ofício devem obedecer à
estabelecia quinze padrões. Com o objetivo de seguinte formatação:
simplificá-los e uniformizá-los, este Manual
estabelece o emprego de somente dois fechos Tamanho do papel: A4 (29,7 cm x 21 cm);
diferentes para todas as modalidades de comu- Margem lateral esquerda: no mínimo, 3
nicação oficial: cm de largura;
Para autoridades de hierarquia superior à do Margem lateral direita: 1,5 cm;
remetente, inclusive o Presidente da República: Margens superior e inferior: 2 cm;
Respeitosamente, Área de cabeçalho: na primeira página, 5 cm a
Para autoridades de mesma hierarquia, de hierar- partir da margem superior do papel;
quia inferior ou demais casos: Atenciosamente, Área de rodapé: nos 2 cm da margem
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações inferior do documento;
dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem Impressão: na correspondência oficial, a
a rito e tradição próprios. impressão pode ocorrer em ambas as faces do
O fecho da comunicação deve ser formatado da papel. Nesse caso, as margens esquerda e
seguinte maneira: direita terão as distâncias invertidas nas
páginas pares (margem espelho);
Alinhamento: alinhado à margem esquerda da Cores: os textos devem ser impressos na cor
página; preta em papel branco, reservando-se, se
Recuo de parágrafo: 2,5 cm de distância da necessário, a impressão colorida para gráficos
margem esquerda; e ilustrações;
Espaçamento entre linhas: simples; Destaques: para destaques, deve-se utilizar,
Espaçamento entre parágrafos: de 6 pontos sem abuso, o negrito. Deve-se evitar
após cada parágrafo e não deve ser numerado. destaques com uso de itálico, sublinhado,
letras maiús- culas, sombreado, sombra,
Identificação do signatário relevo, bordas ou qualquer outra forma de
formatação que afete a sobriedade e a
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presi- padronização do documento;
dente da República, todas as demais comunicações ofi- Palavras estrangeiras: palavras estrangeiras
ciais devem informar o signatário segundo o padrão: devem ser grafadas em itálico;
Arquivamento: dentro do possível, todos os
Nome: nome da autoridade que as expede, gra- documentos elaborados devem ter o arquivo
fado em letras maiúsculas, sem negrito. Não de texto preservado para consulta posterior ou
se usa linha acima do nome do signatário; aproveitamento de trechos para casos
Cargo: cargo da autoridade que expede o docu- análogos. Deve ser utilizado,
mento, redigido apenas com as iniciais maiús- preferencialmente, forma- to de arquivo que
culas. As preposições que liguem as palavras do possa ser lido e editado pela maioria dos
cargo devem ser grafadas em minúsculas; editores de texto utilizados no ser- viço
Alinhamento: a identificação do signatário público, tais como docx, odt ou rtf;
deve ser centralizada na página. Nome do arquivo: para facilitar a localização,
os nomes dos arquivos devem ser formados da
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a seguinte maneira:
assinatura em página isolada do expediente. Trans-
fira para essa página ao menos a última frase Tipo do documento + número do documento +
anterior ao fecho. Exemplo: ano do documento (com 4 dígitos) + palavras-
chaves do conteúdo
Os documentos oficiais podem ser identificados de acordo com algumas possíveis variações:
[NOME DO EXPEDIENTE] + CIRCULAR: Quando um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
receptor. A sigla na epígrafe será apenas do órgão remetente;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo
expe- diente para um único órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe;
[NOME DO EXPEDIENTE] + CONJUNTO CIRCULAR: Quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mes-
mo expediente para mais de um órgão receptor. As siglas dos órgãos remetentes constarão na epígrafe.
Exemplos:
OFÍCIO CIRCULAR Nº 652/2018/MEC
OFÍCIO CONJUNTO Nº 368/2018/SECEX/SAJ
OFÍCIO CONJUNTO CIRCULAR Nº 795/2018/CC/MJ/MRE
Nos expedientes circulares, por haver mais de um receptor, o órgão remetente poderá inserir no rodapé as
siglas ou nomes dos órgãos que receberão o expediente.
Exposição de Motivos
Forma e estrutura
Apontar, na introdução: o problema que demanda a adoção da medida ou do ato normativo proposto; ou
informar ao Presidente da República algum assunto;
Indicar, no desenvolvimento: a razão de aquela medida ou de aquele ato normativo ser o ideal para se
solucionar o problema e as eventuais alternativas existentes para equacioná-lo; ou fornecer mais detalhes
sobre o assunto informado, quando for esse o caso;
Na conclusão: novamente, propor a medida a ser tomada ou o ato normativo a ser editado para solucionar o
problema; ou apresentar as considerações finais no caso de EMs apenas informativas.
As exposições de motivos que encaminham proposições normativas devem seguir o prescrito no Decreto nº
9.191, de 1º de novembro de 2017. Em síntese, elas devem ser instruídas com parecer jurídico e parecer de
mérito que permi- tam a adequada avaliação da proposta.
O atendimento dos requisitos do Decreto nº 9.191, de 2017, nas exposições de motivos que proponham a edição
de ato normativo, tem como propósito:
O Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (Sidof) é a ferramenta eletrônica utilizada para
a elaboração, a redação, a alteração, o controle, a tramitação, a administração e a gerência das exposições de
motivos com as propostas de atos a serem encaminhadas pelos Ministérios à Presidência da República.
210
Ao se utilizar o Sidof, a assinatura, o nome e o cargo do signatário, apresentados no exemplo do assunto
Forma e Estrutura, são substituídos pela assinatura eletrônica que informa o nome do ministro que assinou a
exposição de motivos e do consultor jurídico que assinou o parecer jurídico da Pasta.
Exemplo de exposição de motivos:
LÍNGUA
211
Mensagem
A Mensagem é o instrumento de comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes Públicos, notadamente,
as mensagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para informar sobre fato da
adminis- tração pública; para expor o plano de governo por ocasião da abertura de sessão legislativa; para
submeter ao Congresso Nacional matérias que dependem de deliberação de suas Casas; para apresentar veto;
enfim, fazer comunicações do que seja de interesse dos Poderes Públicos e da Nação.
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pelos ministérios à Presidência da República, a cujas assessorias
caberá a redação final.
As mensagens mais usuais do Poder Executivo ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
O curriculum vitae do indicado, assinado, com a informação do número de Cadastro de Pessoa Física,
acompanha a mensagem.
Forma e estrutura
As mensagens contêm:
A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu
sig- natário. Exemplo de mensagem:
214
Correio Eletrônico (e-mail)
Saudação inicial/vocativo
A utilização do e-mail para a comunicação tornou- O texto dos correios eletrônicos deve ser iniciado
-se prática comum, não só em âmbito privado, mas por uma saudação. Quando endereçado para outras
também na administração pública. O termo e-mail instituições, para receptores desconhecidos ou para
pode ser empregado com três sentidos. Dependendo particulares, deve-se utilizar o vocativo conforme
do contexto, pode significar gênero textual, endereço os demais documentos oficiais, ou seja, “Senhor”
eletrônico ou sistema de transmissão de mensagem ou “Senhora”, seguido do cargo respectivo, ou
eletrônica. “Prezado Senhor”, “Prezada Senhora”. Exemplos:
Como gênero textual, o e-mail pode ser conside- Senhor Coordenador,
rado um documento oficial, assim como o ofício. Prezada Senhora,
Por- tanto, deve-se evitar o uso de linguagem
incompatível com uma comunicação oficial. Fecho
Como endereço eletrônico utilizado pelos
servido- res públicos, o e-mail deve ser oficial,
Atenciosamente é o fecho padrão em
utilizando-se a extensão “.gov.br”, por exemplo.
comunica- ções oficiais. Com o uso do e-mail,
Como sistema de transmissão de mensagens ele-
popularizou-se o uso de abreviações como “Att.”, e
trônicas, por seu baixo custo e celeridade, transfor-
de outros fechos, como “Abraços”, “Saudações”,
mou-se na principal forma de envio e recebimento
que, apesar de ampla- mente usados, não são fechos
de documentos na administração pública.
oficiais e, portanto, não devem ser utilizados em e-
mails profissionais.
Valor documental O correio eletrônico, em algumas situações, acei-
ta uma saudação inicial e um fecho menos formal.
Nos termos da Medida Provisória nº 2.200-2, de No entanto, a linguagem do texto dos correios
24 de agosto de 2001, para que o e-mail tenha valor eletrônicos deve ser formal, como a que se usaria em
documental, isto é, para que possa ser aceito como qualquer outro documento oficial.
documento original, é necessário existir certificação
digital que ateste a identidade do remetente, segundo Bloco de texto da assinatura
os parâmetros de integridade, autenticidade e valida-
de jurídica da Infraestrutura de Chaves Públicas Bra- Sugere-se que todas as instituições da administra-
sileira — ICP-Brasil. ção pública adotem um padrão de texto de
O destinatário poderá reconhecer como válido assinatura. A assinatura do e-mail deve conter o
o e-mail sem certificação digital ou com nome completo, o cargo, a unidade, o órgão e o
certificação digital fora ICP-Brasil; contudo, caso telefone do remetente. Exemplo:
haja questiona- mento, será obrigatório a repetição Maria da Silva
do ato por meio documento físico assinado ou por Assessora
meio eletrônico reconhecido pela ICP-Brasil. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil
Salvo lei específica, não é dado ao ente público (61)XXXX-XXXX.
impor a aceitação de documento eletrônico que não
atenda os parâmetros da ICP-Brasil.
Anexos
Forma e estrutura
A possibilidade de anexar documentos, planilhas
e imagens de diversos formatos é uma das vantagens
Um dos atrativos de comunicação por correio do e-mail. A mensagem que encaminha algum
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interes- arqui- vo deve trazer informações mínimas sobre o
sa definir padronização da mensagem comunicada. conteú- do do anexo.
No entanto, devem-se observar algumas orientações Antes de enviar um anexo, é preciso avaliar se
quanto à sua estrutura. ele é realmente indispensável e se seria possível
colocá-lo no corpo do correio eletrônico.
Campo “Assunto” Deve-se evitar o tamanho excessivo e o
reencami- nhamento de anexos nas mensagens de
O assunto deve ser o mais claro e específico pos- resposta.
sível, relacionado ao conteúdo global da mensagem. Os arquivos anexados devem estar em formatos
Assim, quem irá receber a mensagem identificará usuais e que apresentem poucos riscos de segurança.
rapidamente do que se trata; quem a envia poderá, Quando se tratar de documento ainda em discussão,
posteriormente, localizar a mensagem na caixa do os arquivos devem, necessariamente, ser enviados
correio eletrônico. em formato que possa ser editado.
Deve-se assegurar que o assunto reflita claramen-
te o conteúdo completo da mensagem para que não Recomendações
pareça, ao receptor, que se trata de mensagem não
solicitada/lixo eletrônico. Em vez de “Reunião”, um Sempre que necessário, deve-se utilizar recur-
assunto mais preciso seria “Agendamento de reunião so de confirmação de leitura. Caso não esteja
LÍNGUA
Ata12
Ata é o resumo escrito dos fatos e decisões de uma assembleia, sessão ou reunião para um determinado fim.
Normas
Geralmente, as atas são transcritas à mão pelo secretário, em livro próprio, que deve conter um termo de
aber- tura e um termo de encerramento, assinados pela autoridade máxima da entidade ou por quem receber
daquela autoridade delegação de poderes para tanto; esta também deverá numerar e rubricar todas as folhas do
livro.
Como a ata é um documento de valor jurídico, deve ser lavrada de tal forma, que nada lhe poderá ser
acrescen- tado ou modificado. Se houver engano, o secretário escreverá a expressão “digo”, retificando o
pensamento. Se o engano for notado no final da ata, escrever-se-á a expressão — “Em tempo: Onde se lê...,
leia-se...”.
Nas atas, os números devem ser escritos por extenso, evitando-se também as abreviações. As atas são redigi-
das sem se deixarem espaços ou parágrafos. a fim de se evitarem acréscimos.
O tempo verbal preferencialmente utilizado na ata é o pretérito perfeito do indicativo.
Quanto à assinatura, deverão fazê-lo todas as pessoas presentes ou, quando deliberado, apenas o presidente
e o secretário.
Permite-se também a transcrição da ata em folhas digitadas, desde que as mesmas sejam convenientemente
arquivadas, impossibilitando fraude.
Em casos muito especiais, usam-se formulários já impressos, como os das seções eleitorais.
Atestado é o documento firmado por uma pessoa favor de outra, atestando a verdade a respeito de
DATA/HORA
determina- do fato.E LOCAL - Aos vinte
As repartições de abril
públicas, emde 2.002,
razão de às
suadez horas, na
natureza, sede da sociedade,
fornecem atestados, na rua declarações.
e não Esmeralda nº
280, Bairro Pedralina, em Pedra Azul, em (nome do Estado), CEP 30.220.060;
O atestado difere da certidão, porque, enquanto esta prova fatos permanentes, aquele se refere PRESENÇA – asócios
fatos
representando mais de ¾ do capital social; COMPOSIÇÃO DA MESA – FULANO DE TAL, presidente e
transitórios.
BELTRANO DE TAL, secretário; PUBLICAÇÕES – anúncio de convocação, no (órgão oficial do Estado) e no
(jornal de grande circulação), nas edições de 10, 11 e 12 do corrente mês, às fls ... e.., respectivamente;
Como fazer:
ORDEM DO DIA - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de
resultado econômico;
O Atestado, DELIBERAÇÕES
geralmente, é fornecido por– alguémapós a leitura dos documentos
que exerce posição de cargomencionados
superior na
ou ordem doda
igual ao dia, que
pessoa
foram
que estácolocados
pedindo oàatestado;
disposição de todos os sócios, trinta dias antes, conforme recibo, postos em discussão e
votação, foram aprovados sem reservas e restrições; ENCERRAMENTO E APROVAÇÃO DA ATA.
216 Terminados
12 Disponível em:os trabalhos, inexistindo qualquer outra manifestação,
https://www.uepa.br/sites/default/files/1_manual_do_pae.pdf. lavrou-se
Acesso em: a presente ata que, lida, foi
17 jan. 2022.
aprovada e assinada por todos os sócios.
BeltranodeTal,SicranodeTal,FulanodeTal,Filmandodetal,OrlandodeTal,CapistranodeTa
l.
O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado;
Circular
Secretaria de Segurança Pública
Circular é o meio de correspondência pelo qual alguém se dirige, ao mesmo tempo, a várias repartições ou
ATESTADO NaDE BONS
LÍNGUA
pessoas. É, portanto, correspondência multidirecional. circular, não consta destinatário, pois ela não é
ANTECEDENTES
unidi- recional, e o endereçamento vai no envelope.
Atestamos para os devidos fins que o Sr. Adelmiro Floresta, residente nesta cidade na Rua
Fagundes Sobrinho, 123, CIRCULAR GERAL Nºé58,
Bairro Sobradinho, Portode
pessoa Alegre,
bons 17 de dezembronada
antecedentes, de constando em nossos
1998. 217
ar- quivos, até a presente data, que venha a desabonar sua conduta.
Roberto
Entre os dias X e Y o setor de estacionamento da Acme Com. Ltda. passará por obras de
Dagoberto
reforma estrutural, de modo a melhorar o serviço prestado aos funcionários. Durante este
período, o local estará interditado sendo liberado o uso do pátio dos fundos para guarda dos
veículos.
Roberto Dagoberto
Atenciosamente,
Escrivão DE Polícia da 17ª
Fulano de Tal
Fulano de Tal
Diretor-Geral de
Declaração
Declaração é um documento que se assemelha ao atestado, mas que não deve ser expedido por órgãos
públicos. É um documento em que se manifesta uma opinião, conceito, resolução ou observação.
Compõe-se de:
Título: DECLARAÇÃO;
Texto: nome do declarante — identificação pessoal ou profissional (ou ambas, residência, domicílio, finalidade
e exposição de assunto;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
Requerimentos
DECLARAÇÃO
Requerimentos são instrumentos utilizados para os mais diferentes tipos de solicitações às autoridades ou
órgãos públicos. A seguir, apresentamos um modelo, que pode ser adaptado para os diferentes casos.
Declaro,observar
Nele, podemos para os devidos fins,
as seguintes que Mulher Maravilha, brasileira, solteira, amazonense,
partes:
natural do município de Itacoatiara, nascida em 28 de fevereiro de 1986, filha de Batman e de Super
Girl, etrabalhou
Nome na do
qualificação Liga da Justiça no período de 1999 a 2006, exercendo com correção,
requerente;
responsabilidade e competência a função de heroína para a qual está devidamente qualificada,
Exposição e solicitação;
conforme currículo anexo.
Pedido de deferimento;
Local e data;
Assinatura.
Manaus,
EXCELENTÍSSIMO SENHOR 20 de abril
PRESIDENTE de
DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO
218 2007.
BRASIL.
9 - 40/1
A Com FOCO Virtual, representada pelo Sr. João Paulo Silva, Gerente Comer-
ClarkKent
cial, vem, mui respeitosamente, requerer a Vossa Excelência que se digne declará-la de uti-
lidade pública federal, na conformidade da Lei n° 91, de 28 de agosto de 1935 e Decreto n°
50.517, de 02 de maio de 1961, para o que, anexa ao presente, os documentos exigidos pela lei.
Super Homem
Termos em que
pede deferimento.
Brasília, 25 de setembro de 2006.
Relatório
É modalidade de comunicação pela qual se faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou menos minuciosa,
daquilo que se viu, ouviu ou observou.
Compõe-se de:
A forma de comunicação pela qual um especialista emite uma opinião fundamentada sobre determinado
assunto.
Vocativo;
Identificação do especialista;
Introdução — apresentação do assunto;
Texto — exposição de opinião e seu fundamento;
Local e data;
Assinatura (e identificação do signatário).
Sr. Juiz,
Nomeado Perito na ação número 001/1.01.0000000-0, em que são partes Engênio Da Silva Civil, como Autor,
e Réunaldo Culpaldo , como Réu, venho trazer aos autos o Laudo Pericial produzido.
Introdução
A Perícia buscou identificar as características físicas e o valor de locação para o imóvel em questão,
situado a Rua Xavante Xexeu, 999, no bairro Xaxambu, em Cidade Caxumba Paulista .
Vistoria
A vistoria ao imóvel objeto desta ação foi realizada no dia 31 de março, às 9h, na presença do Réu e dos
procuradores das partes, Dr. Causídico Leal e Dr. Jurisprudêncio Legal.
Na ocasião foram examinadas as construções, avaliando-se o estado de conservação, e foram
tomadas medidas para identificar as áreas construídas com registro fotográfico e croqui do imóvel.
O terreno tem dimensões de 12m x 32m e área de 384m2. Verificou-se que existem duas construções
(identificadasnesse Laudocomo Casa Ae Casa B). Pode-sedizerquesãoduasconstruções, poissãoindependentes,
embora compartilhem parte de área coberta (área de serviço). A construção principal (Casa A) tem 106,40
m2 no total, sendo 63,00m2 referentes ao projeto original (fls. 28 dos autos em apenso – referentes à ação
número 1000000000-1), com acréscimos posteriores. A outra construção (Casa B) tem 31,20m2. A área total
construída é de 137,60m2, aproximando-se da área apontada pela Prefeitura Municipal a fls. 25 dos mesmos
autos em apenso.
Concluindo esse laudo pericial, ressalto as principais questões abordadas: (a) no terreno
da matrícula MA 8875H (Anexo I) existe uma área construída de 137,60m2 composta por
duas casas, uma em madeira e outra em alvenaria (Fotografias 1 e 2, Tabela 1); e (b) o valor
de locativo mensal adequado para essas construções é de R$ 400,00 (quatrocentos reais).
É muito importante deixar claro que o Decreto nº 9.758, de 11 de abril de 2019, não alterou o Manual
de Redação da Presidência da República. “O Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comu-
nicação, oral ou escrita, com agentes públicos da administração pública federal direta e indireta, e sobre a
forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.” Isso significa que serão novas regras
aplicadas às redações oficiais realizadas a partir dessa data apenas entre os agentes do Poder Executivo
Federal.
Comunicações destinadas aos outros poderes permanecem segundo o MRPR. Logo, só implicará alteração
em provas de concurso caso o edital traga orientações que orientem sobre as mudanças pertinentes a esse
decreto, indicando claramente que serão cobradas as legislações correlatas ou especificando o Decreto nº
9.758, de 11 de abril de 2019. Do contrário, valem unicamente as determinações que estão no Manual.
Tendo esclarecido isso, vamos à mudança em si.
Observa-se que as alterações se aplicam claramente às formas de emprego dos pronomes de tratamento.
Dispõe sobre a forma de tratamento e de endereçamento nas comunicações com agentes públicos da
administração pública federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea “a”, da
Constituição, DECRETA:
220
Objeto e Âmbito de Aplicação
Art. 1º Este Decreto dispõe sobre a forma de tratamento empregada na comunicação, oral ou escrita, com
agentes públicos da administração pública federal direta e indireta (nota: os agentes do Poder Executivo
Federal), e sobre a forma de endereçamento de comunicações escritas a eles dirigidas.
§ 1º O disposto neste Decreto aplica-se às cerimônias das quais o agente público federal participe.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Decreto:
1. aos servidores públicos ocupantes de cargo efetivo;
2. aos militares das Forças Armadas ou das forças auxiliares;
3. aos empregados públicos;
4. ao pessoal temporário;
5. aos empregados, aos conselheiros, aos diretores e aos presidentes de empresas públicas e sociedades de
economia mista;
6. aos empregados terceirizados que exercem atividades diretamente para os entes da administração pública federal;
7. aos ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança;
8. às autoridades públicas de qualquer nível hierárquico, incluídos os Ministros de Estado; e
9. ao Vice-Presidente e ao Presidente da República.
§ 3º Este Decreto não se aplica:
1. às comunicações entre agentes públicos federais e autoridades estrangeiras ou de organismos internacionais; e
2. às comunicações entre agentes públicos da administração pública federal e agentes públicos do Poder
Judiciário, do Poder Legislativo, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, do Ministério Público ou de
outros entes fede- rativos, na hipótese de exigência de tratamento especial pela outra parte, com base em norma
aplicável ao órgão, à entidade ou aos ocupantes dos cargos.
Art. 2º O único pronome de tratamento utilizado na comunicação com agentes públicos federais é “senhor”,
independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo ou da função ou da ocasião.
Parágrafo único. O pronome de tratamento é flexionado para o feminino e para o plural.
Art. 3º É vedado na comunicação com agentes públicos federais o uso das formas de tratamento, ainda que
abreviadas:
1. Vossa Excelência ou Excelentíssimo;
2. Vossa Senhoria;
3. Vossa Magnificência;
4. doutor;
5. ilustre ou ilustríssimo;
6. digno ou digníssimo; e
7. respeitável.
§ 1º O agente público federal que exigir o uso dos pronomes de tratamento de que trata o caput, mediante invocação
de normas especiais referentes ao cargo ou carreira, deverá tratar o interlocutor do mesmo modo.
§ 2º É vedado negar a realização de ato administrativo ou admoestar o interlocutor nos autos do expediente caso haja
erro na forma de tratamento empregada.
Endereçamento de Comunicações
Art. 4º O endereçamento das comunicações dirigidas a agentes públicos federais não conterá pronome de tratamen-
to ou o nome do agente público.
Parágrafo único. Poderão constar o pronome de tratamento, na forma deste Decreto, e o nome do destinatário nas
hipóteses de:
1. a mera indicação do cargo ou da função e do setor da administração ser insuficiente para a identificação do desti-
natário; ou
2. a correspondência ser dirigida à pessoa de agente público específico.
Vigência
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com base no disposto no Manual de Redação da Presidência da República, julgue o item
seguinte.
Os trechos a seguir apresentados estão adequados para compor um ofício a ser enviado pelo INSS a um particular.
221
Brasília, 2 de fevereiro de
2016.
Ao Digníssimo Senhor
Pedro Albuquerque
SQS 1016, bloco Z, ap.
001 70.000-900 – Brasília
– DF
( ) CERTO ( ) ERRADO
Em primeiro lugar, não há indicação de tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede; isso
é essencial em documentos oficiais. Além disso, o tratamento “Digníssimo” foi abolido da comunicação oficial,
não devendo ser usado. O modo de fechamento do documento também está inadequado: “respeitosamente”
deve ser usado apenas para destinatário hierarquicamente superior ao emissor da comunicação, o que não
acontece nesse caso. Nas correspondências oficiais da Administração Pública para particulares, o fecho
correto é “aten- ciosamente”. Resposta: Errado.
HORA DE PRATICAR!
1. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
Texto CB1A1-I
Manoel Carlos Mendonça Filho et al. Polícia, direitos humanos e educação para a cidadania. Internet: <corteidh.or.cr> (com adaptações).
Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue o seguinte item.
No final do segundo parágrafo, a substituição do termo “os quais” por onde manteria a correção gramatical e o sentido
do texto.
( ) CERTO ( ) ERRADO
2. (CESPE-CEBRASPE — 2021)
Fernando arrancou o paletó no auge da impaciência e perguntou com voz esganiçada se eu pretendia ficar a noite
inteira ali de estátua enquanto ele teria que encher o tanque naquela escuridão de merda porque ninguém lhe
passava o raio da lanterna.
— Onde está a lanterna?
— Mas onde poderia estar a lanterna senão no porta-luvas, a princesa esqueceu?
Através do vidro, a estrela maior (Vênus) pulsava reflexos azuis. Gostaria de estar numa nave, mas com o motor
desli- gado, sem ruído, sem nada. Quieta. Ou neste carro silencioso mas sem ele. Já fazia algum tempo que eu
queria estar sem ele, mesmo com o problema de ter acabado a gasolina.
— As coisas ficariam mais fáceis se você fosse menos grosso — eu disse, entreabrindo a mão e experimentando a
lanterna no pedregulho que achei na estrada.
— Está bem, minha princesa, se não for muito incômodo, será que poderia me passar a lanterninha?
222
Quando me lembro dessa noite (e estou sempre lem- os fatores históricos que produziram a f
brando) me vejo repartida em dois momentos: antes supremacia científica norte-americana se a
e depois. Antes, as pequenas palavras, os pequenos tivessem verificado, por exemplo, na Holanda, o ç
gestos, os pequenos amores culminados nesse Fer- holandês nos estaria servin- do exatamente tão a
nando, aventura medíocre de gozo breve e convivên- bem quanto o inglês o faz agora. Não há no m
cia comprida. Se ao menos ele não fizesse aquela inglês traços estruturais intrínsecos que o
voz para perguntar se por acaso alguém tinha levado a s
sua caneta. Se por acaso alguém tinha pensado em u
com- prar um novo fio dental, este estava no fim. Não p
está, respondi, é que ele se enredou lá dentro, se a e
gente tirar esta plaqueta (tentei levantar a plaqueta) a ri
gente vê que o rolo está inteiro mas enredado e o
quando o fio se enreda desse jeito, nunca mais!, r
melhor jogar fora e começar outro rolo. Não joguei. a
Anos e anos ten- tando desenredar o fio impossível, o
medo da solidão? Medo de me encontrar quando tão h
ardentemente me buscava? o
l
Lygia Fagundes Telles. Noturno Amarelo. In: Mistérios. Rio de
a
Janeiro: Nova Fronteira, 1981 (com
n
adaptações).
d
ê
s
Julgue o item seguinte, relativos aos sentidos e a c
aspectos linguísticos do texto precedente. o
Os sentidos originais e a correção gramatical do m
texto seriam preservados se o vocábulo “esganiçada” o
fosse substituído por estridente. lí
n
g
( ) CERTO ( ) ERRADO
u
a
Texto 14A1-I, para as questões 3, 4, 5, 6 e 7
a
d
As línguas são, de certo ponto de vista, totalmen-
e
te equivalentes quanto ao que podem expressar, e o
q
fazem com igual facilidade (embora lançando mão
u
de recursos bem diferentes). Entretanto, dois fatores
a
dificultam a aplicação de algumas línguas a certos
d
assuntos: um, objetivo, a deficiência de vocabulário;
a
outro, subjetivo, a existência de preconceitos.
à
É preciso saber distinguir claramente os méritos e
de uma língua dos méritos (culturais, científicos ou x
literários) daquilo que ela serve para expressar. Por p
exemplo, se a literatura francesa é particularmente r
importante, isso não quer dizer que a língua francesa e
seja superior às outras línguas para a expressão lite- s
rária. O desenvolvimento de uma literatura é decorrên- s
cia de fatores históricos independentes da estrutura ã
da língua; a qualidade da literatura francesa diz algo o
dos méritos da cultura dos povos de língua francesa, d
não de uma imaginária vantagem literária de se utili- e
zar o francês como veículo de expressão. Victor c
Hugo poderia ter sido tão importante quanto foi o
mesmo se falasse outra língua — desde que n
pertencesse a uma cultura equivalente, em grau de c
adiantamento, riqueza de tradição intelectual etc., à e
cultura francesa de seu tempo. it
o
Igualmente, sabe-se que a maior fonte de trabalhos
s
científicos da contemporaneidade são as institui-
c
ções e os pesquisadores norte-americanos; isso fez
i
do inglês a íngua científica internacional. Todavia, se
e
ntíficos. ( ) CERTO ( ) ERRADO
Não se conhece caso em que o desenvolvimento da
superioridade literária ou científica de um povo possa ser
claramente atribuído à qualidade da língua desse povo. Ao
contrário, as grandes literaturas e os grandes movimentos
científicos surgem nas grandes nações (as mais ricas, as
mais livres de restrições ao pensa- mento e também — ai
de nós! — as mais poderosas política e militarmente). O
desenvolvimento dos diver- sos aspectos materiais e
culturais de uma nação se dá mais ou menos
harmoniosamente; a ciência e a arte são também produtos
da riqueza e da estabilidade de uma sociedade.
O maior perigo que correm as línguas, hoje em dia, é o de
não desenvolverem vocabulário técnico e cien- tífico
suficiente para acompanhar a corrida tecnoló- gica. Se a
defasagem chegar a ser muito grande, os próprios falantes
acabarão optando por utilizar uma língua estrangeira ao
tratarem de assuntos científicos e técnicos.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA
8. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Glossário
Luís Gama. Quem sou eu? In: Sílvio Romero. História da literatura
brasileira.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
LÍNGUA
— Sim, senhor. ( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
11 CERTO
12 ERRADO
13 CERTO
14 CERTO
15 ERRADO
16 ERRADO
17 CERTO
18 CERTO
19 ERRADO
20 CERTO
ANOTAÇÕES
227
ANOTAÇÕES
228
Toda proposição pode ser representada
simbolica- mente pelas letras do alfabeto, veja no
exemplo:
Importante!
Proposição Lógica é uma oração declarativa que admite apenas um valor lógico: V ou F.
= (é igual);
(é diferente);
> (é maior);
< (é menor);
(é maior ou igual);
(é menor ou igual);
Sentenças Interrogativas(?)
Sentenças Abertas
Paradoxo
Proposições Compostas
P Q P^Q
V V V
3º passo: Dispor os valores “V” e “F” na FV VF FF
primeira coluna fazendo o agrupamento pela metade
do núme- ro de linhas da tabela. F V F
Exemplo: P v Q = 2 2 = 4 linhas = (agrupamento da F F F
primeira coluna de 2 em 2 – V V / F F).
C
o
P Q PVQ
n
V e
V c
F ti
F v
o
D
4º passo: Preencher as demais colunas com agru- i
pamento de valores lógicos (V ou F) sempre pela s
meta- de do agrupamento anterior.
j
Exemplo: primeira coluna de 2 em 2 (a próxima
u
será de 1 em 1).
n
ç
P Q PVQ
ã
V V o
V F “
F V o
u
F F
”
(
Pronto! A nossa tabela já está montada, agora v
precisa- mos aprender qual o resultado que teremos )
quando com- binamos os valores lógicos usando os
conectivos lógico.
T
Número de linhas da tabela verdade:
ere
2n = 2proposições (onde n é o número de proposições).
Bom! Vamos caminhar mais um pouco e apren- mos
der todas as combinações lógicas possíveis para cada resp
conectivo lógico. osta
verd
Negação (~P) adei
ra
Uma proposição, quando negada, recebe valores qua
lógicos opostos ao da proposição original. O ndo,
símbolo que iremos utilizar é ¬ p ou ~p. pelo
men
os,
P ~P
um
V F dos
F V valo
res
Dupla Negação ~(~P) lógi
cos
A dupla negação nada mais é do que a própria pro- env
posição. Isto é, ~(~P) = P olvi
dos
P ~P ~(~P) for
verd
V F V
adei
ro.
P Q PVQ
V V V
V F V
F V V
F F F
P Q PVQ
V V F
V F V
F V V
F F F
P Q PQ
V V V
V F F
F V F
F F V
P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V RACIOCÍNIO
231
Condicional falsa: Vai Ficar Falsa Exemplo:
Os conectivos lógicos ou operadores lógicos, como Negação: Uma proposição quando negada, recebe
também podem ser chamados, servem para ligar valores lógicos opostos dos valores lógicos da
duas ou mais proposições simples e formar, assim,
pro- posição original. O símbolo que iremos
propo- sições compostas.
Temos 05 (cinco) operadores lógicos no total e utilizar é
cada um tem sua nomenclatura e representação ¬p ou ~p.
simbólica. Veja a tabela abaixo:
Exemplos:
Tabela de Conectivos
p: O gato é amarelo;
~p: O gato não é amarelo;
CONECTIVO NOMENCLATURA SÍMBOLO LEITURA
q: Raciocínio Lógico é difícil;
e Conjunção ^ peq
~q: É falso que raciocínio lógico é difícil;
ou Disjunção v p ou q
r: Maria chegou tarde em casa ontem;
Disjunção ~r: Não é verdade que Maria chegou tarde em
ou...ou v Ou p ou q
exclusiva casa ontem.
Condicional
se...,então → Se p, então q
(implicação) Dica
p se e
se e Bicondicional A negação além da forma convencional, pode
somente
somente se (bi-implicação) ser escrita com as expressões a seguir:
se q
É falso que ...
Conjunção (conectivo “e”): Sua representação Não é verdade que...
simbólica é ^.
Agora que já fomos apresentados aos conectivos
Exemplo: lógicos, vamos ver algumas “camuflagens” dos opera-
dores lógicos que podem aparecer na prova. Veja:
Na linguagem natural: O macaco bebe leite e
o gato come banana;
Na linguagem simbólica: p ^ q. Conectivo “e” usando “mas”
Disjunção Inclusiva (conectivo “ou”): Sua repre- Exemplo: Jurema é atriz, mas Pedro é cantor;
sentação simbólica é v.
Conectivo “ou...ou” usando “...ou..., mas não
Exemplo: ambos”
a
n
t
e
c
e
d
e
n
t
e
c
o
n
s
e
q
u
e
n
t
e
TAUTOLOGIA
EXERCÍCIOS COMENTADOS
É uma proposição cujo valor lógico é sempre
verdadeiro. 1. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca da lógica senten-
Exemplo 1: A proposição P ∨ (~P) é uma tautolo- cial, julgue o item que segue.
gia, pois o seu valor lógico é sempre V, conforme a Se uma proposição na estrutura condicional — isto é, na
forma P→Q, em que P e Q são proposições simples —
tabela-verdade.
for falsa, então o precedente será, necessariamente,
falso.
P ~P P V ~P
( ) CERTO ( ) ERRADO
V F V
F V V Veja que P→Q foi considerado falso pelo enunciado
da questão. Assim na condicional para ser falso a
Exemplo 2: A proposição (P Λ Q) → (PQ) é uma
regra é que o Precedente (antecedente) seja verda-
tautologia, pois a última coluna da tabela verdade só deiro o seguinte (consequente) falso. Lembre-se da
possui V. dica: Vai Ficar Falso = V F. Resposta: Errado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
É uma proposição cujo valor lógico é sempre falso.
Exemplo: A proposição P ^ (~P) é uma contradi- Basta perceber que o conectivo em questão é o “E”
ção, pois o seu valor lógico é sempre F, conforme a (Conjunção), que só é verdadeiro quando as duas
tabela-verdade. são verdadeiras, sendo assim se P for falso, já irá
invalidar o argumento. Resposta: Errado.
( ) CERTO ( ) ERRADO
X Y
234
Podemos afirmar que no interior do círculo há todos os
elementos que pertencem (compõem) ao con- junto X, já na
parte externa do círculo estão todos os elementos que não fazem
parte de X, ouXseja,
– Y“y” não
X ∩pertence
YY – Xao conjunto X.
No gráfico acima podemos dizer que o elemen- to “x”
pertence ao conjunto X e o elemento “y” não pertence.
Matematicamente, usamos o símbolo Є para indi- car essa
relação de pertinência. Isto é: x Є X, já o ele- mento “y” não
pertence ao conjunto X, onde usamos o símbolo ∉ para essa
relação de não pertinência. Matematicamente:
y ∉ X.
Complemento de um Conjunto
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}
Y = {5, 6, 7, 9, 10}
p
o
d
e
m
o
s
i
n
t
e
r
p
r
e
t
a
r
r
e
g
i
ã
o
(
d
i
f
e
r
Podemos falar, também, da região de interseção
dos conjuntos X ∩ Y. Uma interpretação para o conjunto é: no conjunto
B existe x pertencente ao conjunto dos números
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} intei- ros, tal que x é maior do que 5.
Y = {5, 6, 7, 9, 10} Agora vamos esquematizar todas as simbologias
X ∩ Y = {5, 6, 7} para que você possa gravar mais facilmente e aplicar
na hora de resolver as questões. Observe a tabela a
E por fim, vamos identificar a união entre os seguir:
conjuntos X e Y. Observe que vamos juntar todos os
elementos dos dois conjuntos, mas sem repetir os ele- SÍMBOLO NOME EXPLICAÇÃO
mentos presentes na interseção. Veja: chaves Ex: X = {a,b,c} representa
{,} o conjunto X composto
X = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8} por a, b e c
Y = {5, 6, 7, 9, 10}
X 𝖴 Y = {2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10} conjunto Significa que o conjunto
{ } ou ∅ vazio não tem elementos, é um
Relação de “Contém”/“Não Contém” e “Está conjunto vazio
Contido”/“Não Está Contido” entre Conjuntos para todo Significa “Para todo” ou
∀
“Para qualquer que seja”
Em algumas situações, a intersecção entre os con-
pertence Indica relação de pertinên-
juntos X e Y pode ser todo o conjunto Y, por exemplo. Є
Isso acontece quando todos os elementos de B são cia de elementos
também elementos de A. Veja isso no gráfico a seguir: não pertence Indica relação de não per-
∉
tinência de elementos
X ∃ existe Indica relação de existência.
não existe Indica que não há relação
∄
de existência
está contido Indica que um conjunto
Y ⊂ está contido em outro
conjunto
não está Indica que um conjunto
⊄ contido não está contido em ou-
Perceba que realmente X ∩ Y = Y. Quando temos tro conjunto
a situação acima, podemos dizer que o conjunto Y contém Indica que determinado
está contido no conjunto X, representado matemati- ⊃ conjunto contém outro
camente por Y ⊂ X. Ou podemos dizer, ainda, que o
conjunto
conjunto X contém o conjunto Y, representado mate-
maticamente por X ⊃ Y. não contém Indica que determinado
⊅ conjunto não contém ou-
Importante! tro conjunto
Entenda a diferença: tal que Serve para fazer a
Falamos que um elemento pertence ou não pertence a um conjunto;
| ligação entre a
Falamos que um conjunto está contido ou não está contido em outro conjunto. composição de um
conjunto na “repre-
sentação em chaves”
união de Lê-se como “X união Y”.
A𝖴B
conjuntos
Representação de Conjunto usando Chaves interseção de Lê-se como “X intersec-
A∩B
conjuntos ção Y”
Geralmente usamos letras maiúsculas para repre- diferença de Lê-se como “diferença de
sentar os nomes de conjuntos e minúsculas para repre- A-B
conjuntos A com B”
sentar elementos. Ex.: A = {4, 6, 7, 9}; B = {a, b, c, d}
Diagrama de VENN
etc. Ainda podemos utilizar notações matemáticas para
representar os conjuntos. Veja o exemplo a seguir:
Vamos entender como se resolve questões que
RACIOCÍNIO
Vamos à resolução:
1. Identifique os conjuntos; 5
2. Represente em forma de diagramas;
10+10+20+5 = X
Matemática Português X = 45 alunos é o total dessa sala.
5 1. Identifique os conjuntos;
2. Represente em forma de diagramas;
Total = X 3. Preencha as informações de dentro para fora (da
20 gostam de Matemática; interseção para as demais informações);
4. Preencha as demais informações no diagrama;
30 gostam de Português;
5. Some todas as regiões e iguale ao total de
10 gostam dos dois;
elemen- tos envolvidos.
236 10 gostam apenas de
Matemática; 20 gostam apenas Vamos à resolução:
de Português;
5 não gostam de nenhuma. 1. Identifique os conjuntos;
2. R
e
p
r
e
s
e
n
t
e
e
m
f
o
r
m
a
d
e
d
i
a
g
r
a
m
a
s
;
André
Bernardo Logo, vem a última etapa:
Total = X
6+0+12+10+9+0+4+0=X
X = 41 músicas
Traduzindo a fórmula:
Total de elementos da união = soma dos conjuntos
3. Preencha as informações de dentro para fora (da – interseções dois a dois + interseção dos três
interseção para as demais informações);
André
Bernardo
EXERCÍCIOS
COMENTADOS
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Determinado porto rece-
beu um grande carregamento de frango congelado,
carne suína congelada e carne bovina congelada, para
exportação. Esses produtos foram distribuídos em
10
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres
foram carregados com carne bovina; 450, com carne
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com
Carol carne suína e carne bovina; 100, com frango e carne
suína. Nessa situação hipotética,
250 contêineres foram carregados somente com car-
ne suína.
André
Bernardo Vamos extrair as informações e colocar dentro dos
diagramas:
800 contêineres distribuição;
0 contêineres com os 3
produtos; 300 contêineres
carne bovina; 450 contêineres
0 12 0 carne suína;
100 contêineres com frango e carne bovina;
10 150 contêineres com carne suína e carne
bovina; 100 contêineres com frango e carne
9 4 suína.
0 Carol Bovina
Frango
6 50
100 X
RACIOCÍNIO
6 músicas que ninguém gostou (de fora dos três carregados somente com carne suína. Resposta:
conjuntos). Errado.
Os “zeros” representam o fato de que não houve
música que somente um deles tenha gostado.
237
2. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Determinado porto rece- 4. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Em um aeroporto, 30
beu um grande carregamento de frango congelado,
passageiros que desembarcaram de determinado
carne suína congelada e carne bovina congelada, para
exportação. Esses produtos foram distribuídos em voo e que estiveram nos países A, B ou C, nos quais
800 contêineres, da seguinte forma: nenhum contêiner ocorre uma epidemia infecciosa, foram selecionados
foi carregado com os três produtos; 300 contêineres para ser examinados. Constatou-se que exatamente
foram carregados com carne bovina; 450, com carne 25 dos passageiros selecionados estiveram em A ou
suína; 100, com frango e carne bovina; 150, com em B, nenhum desses 25 passageiros esteve em C e
carne suína e carne bovina; 100, com frango e carne
6 desses 25 passageiros estiveram em A e em B.
suína. Nessa situação hipotética,
50 contêineres foram carregados somente com carne Com referência a essa situação hipotética, julgue os
bovina. itens que se seguem
Se 11 passageiros estiveram em B, então mais de 15
( ) CERTO ( ) ERRADO estiveram em A.
Bovina A B
Frango
50
100 X
X 6 25 – 6 – x =
0 19 – x
150 100
200 Suína
C 5
Veja que exatamente 50 contêineres foram
carrega- dos somente com carne bovina.
Resposta: Certo.
( ) CERTO ( ) ERRADO
r
e
s
p
o
s
t
a
p
a
r
a
q
u
e
s
t
ã
o
.
8
0
0
-
4
0
0
=
4
Extraindo os dados:
Veja um exemplo:
total: 96;
Roberto assistiu 2 aulas de Matemática Financeira.
bar: 49; Sabendo que o curso que ele comprou possui um
restaurante: 60. total de 8 aulas, qual é o percentual de aulas já
Somando tudo, temos 49 + 60 = 109. Passou o total assistidas por Roberto?
de 96, porque estamos contando 2 vezes os O todo de aulas é 8. Para descobrir o percentual,
estabeleci- mentos que estão na interseção. Logo, devemos dividir a parte pelo todo e obter uma
descontamos o que passou do total. 109 - 96 = 13 fração.
estabelecimentos
2 1
=
que são classificados como Bar e como Restaurante 8 4
ao mesmo tempo. Resposta: Errado.
Precisamos transformar em porcentagem, ou seja,
vamos multiplicar a fração por 100:
1 · 100 = 25%
4
A porcentagem é uma medida de razão com base
Soma e Subtração de Porcentagem
100. Ou seja, corresponde a uma fração cujo
denomi- nador é 100. Vamos observar alguns
As operações de soma e subtração de
exemplos e notar como podemos representar um porcentagem são as mais comuns. É o que acontece
número porcentual. quando se diz que um número excede, reduziu, é
inferior ou é supe- rior ao outro em tantos por cento.
30 A grandeza inicial corresponderá sempre a 100%.
30% = (forma de fração)
1 Então, basta somar ou subtrair o percentual
fornecido dos 100% e multipli- car pelo valor da
30
30% = = 0,3 (forma decimal) grandeza.
100 Exemplo 1:
Paulinho comprou um curso de 200 horas-aula.
30 3 Porém, com a publicação do edital, a escola precisou
30% = = 1 (forma de fração simplificada) aumentar a carga horária em 15%. Qual o total de
100
horas-aula do curso ao final?
Sendo assim, a razão 30% pode ser escrita de Inicialmente, o curso de Paulinho tinha um total
várias maneiras: de 200 horas-aula que correspondiam a 100%. Com
o aumento porcentual, o novo curso passou a ter 100%
30 3 + 15% das aulas inicialmente previstas. Portanto, o
30% = = 0,3 = total de horas-aula do curso será:
1 1
(1 + 0,15) · 200 = 1,15 · 200 = 230 horas-aula
Também é possível fazer a conversão inversa,
isto é, transformar um número qualquer em Dica
porcentual. Para isso, basta multiplicar por 100. A avaliação do crescimento ou da redução per-
Veja: centual deve ser feita sempre em relação ao
valor inicial da grandeza. -
25 · 100 = 2500%
0,35 · 100 = 35% Variação percentual = Final Inicial
0,586 · 100 = 58,6% Inicial
Veja mais um exemplo para podermos fixar melhor.
Número Relativo Exemplo 2:
Juliano percebeu que ainda não assistiu a 200
A porcentagem traz uma relação entre uma parte e aulas do seu curso. Ele deseja reduzir o número de
aulas não assistidas a 180. É correto afirmar que, se
um todo. Quando dizemos 10% de 1000, o 1000
Juliano chegar às 180 aulas almejadas, o número terá
corres- ponde ao todo. Já o 10% corresponde à fração
caído 20%?
do todo que estamos especificando. Para descobrir a A variação percentual de uma grandeza corres-
quanto isso corresponde, basta multiplicar 10% por ponde ao índice:
1000.
10 -
10% de 1000 = · 1000 = 100 Final - Inicial = 180 200 =
RACIOCÍNIO
1 Variação percentual
Inicial 200
=
a) 10 deputadas.
b) 14 deputadas.
c) 15 deputadas.
d) 20 deputadas.
240 e) 25 deputadas.
50 parlamentares
Deputadas = X
Deputados = 50-X
Compareceram 20% x e 10% (50-x), totalizando 7
parlamentares. Não sabemos a quantidade exata de cada
sexo. Vamos montar uma equação e achar o valor de X.
20% x + 10% (50-x) = 7
20/100 . x + 10/100 . (50-x) = 7
2/10 . x + 1/10 . (50-x) = 7
2x/10 + 50 - x/10 = 7 (faz o MMC)
2x + 50 - x = 70
2 a.
x Resposta: Letra D.
-
x
=
p
a
r
t
e
d
a
A
s
s
e
m
b
l
e
i
a
L
e
g
i
s
l
a
t
i
v
5,8% -x
Multiplicando cruzado e isolando x temos, 3. (CESPE-CEBRASPE — 2019) No item seguinte apre-
senta uma situação hipotética, seguida de uma asser-
tiva a ser julgada, a respeito de proporcionalidade,
Os 5,6% da população idosa corresponde à 19,59% porcentagens e descontos.
da população infantil, isso implica que para cada Pedro aplicou 25% de suas reservas em um investi-
100 crianças em 2000 havia 19,59 idosos e não 18. mento financeiro e ainda sobraram R$ 3.240. Nessa
Resposta: Errado. situação, antes da aplicação, as reservas de Pedro
somavam R$ 4.320.
5. (CESPE-CEBRASPE – 2008) Segundo dados do IBGE,
6,4% dos brasileiros têm, hoje, 65 anos de idade ou ( ) CERTO ( ) ERRADO
mais. Em 2050, serão 18,8%, ou quase três vezes mais.
Com referência a essa informação, julgue o item a 4. (CESPE-CEBRASPE — 2019) Julgue o item seguinte,
seguir. relativo a juros, taxas de juros e rendas uniformes e
Considere-se que a população brasileira seja, hoje, de variáveis.
180 milhões de habitantes. Se o preço inicial de um produto for corrigido anual-
Nessa situação, é correto afirmar que, hoje, há mais mente em 30% de seu valor vigente, então, após dois
de 11 milhões de brasileiros com 65 anos de idade ou anos, o preço do produto terá correção de 69% sobre
mais. o seu valor inicial.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO relação à do mês anterior. Com base nessa
situação hipotética, julgue o item a seguir. 5. (
Para responder essa questão, devemos calcular Supondo-se que o contribuinte opte por efetuar C
quantos brasileiros possuem 65 anos de idade ou o pagamento em 3 parcelas, então a soma E
mais e devemos calcular quanto vale 6,4% da tota- algébrica dos valores por ele pagos será inferior S
lidade dos 180 milhões de brasileiros. Faremos a R$ 2.350. P
isso usando regra de três:
E
180-100%
x -6,4% ( ) CERTO ( ) ERRADO -
Multiplicando cruzado e isolando x temos, C
E
B
Isto é, os 6,4% de pessoas com mais de 65 anos R
cor- respondem a uma população de mais de 11 A
milhões de brasileiros. Resposta: Certo. S
P
E
HORA DE PRATICAR! —
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
7. (CESPE-CEBRASPE — 2017)
Texto CB2A6BBB
( ) CERTO ( ) ERRADO
RACIOCÍNIO
governos estaduais dessa região no ano de 2002” pode ser
expressa corretamente pela proposição lógica (P Q) (R
S).
( ) CERTO ( ) ERRADO
241
9. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item a seguir, a lógicos usuais e assuma que as letras maiúsculas representam
respeito de lógica proposicional. proposições lógicas e que o símbolo ⁓ representa a negação.
A proposição “A vigilância dos cidadãos exercida Considere também que as três primeiras colunas de uma
pelo Estado é consequência da radicalização da tabela-verdade que envolve as proposições lógicas P, Q e R
socieda- de civil em suas posições políticas.” pode sejam as seguintes.
ser corre- tamente representada pela expressão
lógica P→Q, em que P e Q são proposições simples
escolhidas adequadamente.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
b
P Q R
a
s V V V
e V V F
n V F V
a V F F
s
F V V
i F V F
n
f F F V
o F F F
r
Com base nas informações apresentadas,
m
julgue o item seguinte.
a
A última coluna da tabela-verdade
ç
relacionada à expressão (PQ)(⁓R)
õ
apresenta valores V ou F na seguinte
e
sequência, de cima para baixo: F V V F V F V
s
F.
a
( ) CERTO ( ) ERRADO
p
r
e 17. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Com relação a
s lógica pro- posicional, julgue o item a
e seguir.
n Uma tautologia é uma proposição
t composta em que seu valor lógico será
sempre verdadeiro, independen- temente
a
do valor lógico das proposições que a
d
estru- turam. Nesse sentido, considerando-
a
se p e q como proposições, a proposição
s
composta p q (p q) é uma
,
tautologia.
j
u ( ) CERTO ( ) ERRADO
l
g
u
e
i
t
18. (CESPE-CEBRASPE — 2021) Considerando os conecti-
vos lógicos usuais, assumindo que as letras maiúscu- ANOTAÇÕES
las representam proposições lógicas e considerando
que o símbolo ⁓ representa a negação, julgue o item a
seguir, relacionados à lógica proposicional.
A expressão ⁓(P˄(⁓Q))(Q˅(⁓P)) é uma tautologia.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
GABARITO
1 ERRADO
2 CERTO
3 CERTO
4 CERTO
5 ERRADO
6 ERRADO
7 ERRADO
8 ERRADO
9 ERRADO
10 ERRADO
11 CERTO
12 ERRADO
13 CERTO
14 CERTO
15 ERRADO
16 CERTO
RACIOCÍNIO
17 CERTO
18 CERTO
19 CERTO
20 CERTO
243
ANOTAÇÕES
244
enfermidade ou invalidez — solicitava ajuda à
C
comu- nidade, esta que poderia ou não lhe
om
ajudar, a depen- der da existência e
o
disponibilidade de recursos.
avan
CONHECIMENTOS çar
dos
ESPECÍFICOS tem
pos,
surg
e,
em
160
1,
ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL na
Ingl
Estudar a evolução histórica da seguridade social aterr
nos leva a compreender a importância da proteção a, a
social e que esta compreende um direito de luta. prim
Garantir a proteção social é garantir igualdade eira
social. man
No que tange a questão previdenciária, eventos ifest
da vida, como a doença, a idade avançada, a prisão, ação
a maternidade, o desemprego, a invalidez, entre estat
outros, refletem, diretamente, na capacidade al
laborativa do indivíduo. Eles alteram, acer
principalmente, a sua vida financeira, devendo o ca
Estado intervir e impor regras para a garantia da da
subsistência destas pessoas. tem
Na nossa legislação, percebemos um Estado que ática
visa a proteção da população, ofertando serviços de ,
saúde gratuitamente (por meio, por exemplo, do SUS), com
benefícios assistenciais para a população necessitada a
(como o Bolsa-Família, os Auxílios Emergenciais ediç
em momentos de crise, entre outros), assegurando a ão
dig- nidade humana e as garantias fundamentais pela
previstas em nossa carta magna. Rain
Porém, nem sempre essa foi a realidade em nos- ha
so país ou, ainda, no mundo. Estamos em processo Eliz
de evolução, pois, por muito tempo, não se falava abet
em Estado de direitos, muito menos em garantia de h I
proteção social. Um sistema de Seguridade Social, (Isa
englobando as políticas de Saúde, Assistência Social e bel
Previdência Social, de forma articulada, como o que I)
temos hoje, é algo recente na história brasileira, do
tendo surgido com a Constituição Federal de 1988. Act
Para se chegar a isso, um longo caminho foi of
percorri- do. Estudaremos, adiante, a origem da Reli
Seguridade Social no mundo, sempre que possível em ef of
ordem cronológica. the
Poo
A Origem dos Mecanismos de Seguridade Social r ou,
no Mundo com
o
O atual modelo de Seguridade Social, como já com
intro- duzido, é formado pelo tripé da Assistência u-
Social, Saúde e Previdência. Tal modelo é resultado men
de uma longa construção histórica, marcada por te é
lutas em prol da atenuação das desigualdades con
sociais, as quais remontam à origem da Seguridade heci
Social no mundo, sendo, portanto, imprescindíveis o da, a
seu conhecimento para melhor compreender o Lei
processo de evolução e o de desenvolvimento da dos
temática no Brasil. Pob
Remotamente, o embrião da Seguridade Social res,
relaciona-se mais à Assistência e possui fundamento que
na caridade, sendo, na maioria das vezes, praticada esta
e envidada pela Igreja, e, posteriormente, pelas ins- bele
tituições públicas. Nesta época, o necessitado que ceu
precisava de auxílio — em razão de desemprego, um
encargo obrigatório que era recolhido pelo Esta- do com a
finalidade social de prestar assistência aos necessitados,
surgindo, assim, o primeiro modelo assistencial público
ou de assistência social.
Em suma, a Lei dos Pobres era um fundo monetá- rio
que se destinava a todos os necessitados desem- pregados
ou que não possuíam condições de sustentar os filhos,
mas que possuíam força laborativa para tra- balhar para a
Igreja ou para o Estado.
É importante mencionar os fatores que influen- ciam a
Lei dos Pobres, que são:
CONHECIMENTOS
“Old Age Pensions Act”, que, em 1908, conferiu aos
maiores de 70 anos o direito de perceber pensões,
independentemente de qualquer contribuição;
“National Insurance Act”, que, em 1911, estabeleceu a
obrigatoriedade de contribuições sociais por parte do
empregador e do empregado, bem como do Estado;
“Workmen’s Compensation Act”, que, em 1923, previu
a reparação por acidentes de trabalho, atri- buindo ao
empregador uma responsabilidade de ordem objetiva,
isto é, independente de comprova- ção de culpa.
245
Em 1917 foi a vez do México, que, pela primeira vez, incluiu o tema da previdência social, de maneira mini-
mamente significativa, no texto de sua Constituição. Seguida pela Constituição da República de Weimar, em 1919.
A título de curiosidade, Weimar foi a nomenclatura de uma República instituída na Alemanha após a Primeira
Guerra Mundial até meados de 1933.
Dica
As primeiras manifestações sobre o tema seguridade relacionam-se à assistência e têm origem na Inglaterra, em
1601, com a edição da Lei dos Pobres. Já as primeiras manifestações relacionadas à Previdência Social
têm origem nas Leis Birmarckianas, em 1883. Por sua vez, a primeira manifestação da previdência como
norma constitucional têm origem no México, em 1917.
Após a 1ª Grande Guerra Mundial (1914 - 1918), o mundo entraria no período da Grande Depressão ou,
como também é conhecida, a Crise Mundial de 1929, surgida em decorrência da euforia econômica, da
superprodução agrícola e, sobretudo, da “quebra” da bolsa de Nova Iorque.
Em contrapartida à crise, o Estados Unidos, inspirado na política do bem-estar social, objetivando a recupe-
ração da economia norte-americana, adotou um plano mais intervencionista da economia, conhecido como
New Deal, ou Novo Acordo, que, entre outras coisas, estabeleceu uma espécie de responsabilidade na
organização dos setores sociais, com investimentos na saúde, assistência e previdência, razão pela qual, em
1935, o país editou o Social Security Act, que estabeleceu a previdência social como uma garantia social.
Mais adiante, especificamente em 1942, idealizado por William Beveridge, surge na Inglaterra o Plano
Beve- ridge, que consiste no divisor de águas da seguridade social moderna, sobretudo porque institui uma
proteção social que engloba a Assistência, Saúde e a Previdência social, que acoberta eventualidades da vida
desde o nas- cimento até o falecimento.
O plano Beveridge é considerado como divisor de águas da evolução da seguridade social, justamente por
— diferente do modelo bismarckiano de seguridade social — não estar adstrito aos empregados, mas por
englobar todos os cidadãos, por meio da instituição de um seguro obrigatório de arrecadação.
É importante mencionar que a Seguridade Social no mundo também pode ser dividiva em três etapas:
Período da Assistência Pública: inicia-se na proteção social com fundamento na caridade, estendendo-se até
a criação de uma assistência pública, razão pela qual este período tem como grande marco o Act of Relief
of the Poor - Lei dos Pobres, em 1601.
Periodo do Seguro Social: com o passar dos tempos, uma assistência aos necessitados, conferida em razão
de desemprego involutário, doenças, mutilações etc., tornou-se insuficiente e, por esta razão, surgiram os
seguros sociais de vida, invalidez, doenças, acidentes profissionais. Este período tem como marco a
primeira lei bis-
246 marckiana, que deu origem ao seguro-doença.
Período da Seguridade Social: a terceira etapa
O
ocorre durante a 2ª Guerra Mundial e tem como Como visto, a Constituição do México (1919) é corr
marco o plano Beveridge, que, em crítica ao consi- derada a primeira a tratar do assunto e
siste- ma bismarckiano, regulamentou a proteção seguridade social, mas a Constituição Brasileira que,
social em caráter universal, isto é, se destinava a de 1824 já trazia uma dis- posição relacionada segu
todos os cidadãos, desde o nascimento até o principalmente à assistência. ndo
falecimento.
a
Evolução da Seguridade Social no Brasil dout
rina
Com o surgimento de um novo Estado, surgem maj
novas demandas sociais. O Brasil é um país que oritá
sofre grande desigualdade social, e isso é reflexo ria,
de toda uma construção histórica, na qual quem a
possuía rique- zas detinha direitos e, aos demais, Con
restavam os deveres. Remotamente, inexiste uma stitu
preocupação com os Direitos do Trabalhador, ição
porque, como o país utiliza- va mão de obra escrava de
até o ano de 1888, não havia 182
necessidade. 4
Com o fim da escravidão, não ocorreu, todavia, o não
fim da exploração da mão de obra. Uma vez que, regu
pos- teriormente, os imigrantes é que foram lava
explorados. sobr
Vamos estudar, agora, as principais datas aborda- e a
das em concursos públicos: segu
O Brasil é “descoberto”, oficialmente, em 1500 e, rida
nos anos seguintes, povoado e estruturado. Em mea- de
dos de 1539 a 1540, surgem as primeiras soci
manifestações da Seguridade Social, com a criação al,
da primeira Santa Casa de Olinda, no Pernambuco. mas,
Que, em suma, era uma entidade hospitalar com tão
funções assistenciais. som
ente
Importante!
Note que mesmo antes do marco inicial da Segu- ridade Social do mundo pela Criação da Lei dos pobres (1601), já existia no Bra
trazi
No ano 1808, criou-se o Montepio para a guarda a
pes- soal de Dom João VI e a Mongeral. Em 1835, em
que era o Montepio Geral da Economia dos Servidores seu
do Estado. Os montepios eram formas de seguro e bojo
estavam organi- zados em um sistema de previdência a
privada mutualis- ta, ou seja, os indivíduos prev
associavam-se e contribuíam para um fundo comum, isão
o qual realizava a cobertura de algumas situações, de
como morte e invalidez; um
ato
Constituição do Império — 1824
de
A Constituição do Império previu a garantia dos segu
socor- ros públicos, veja o que dizia a previsão rida
constitucional: de,
razã
Art. 179 A inviolabilidade dos Direitos Civis, e o
Políticos dos Cidadãos Brazileiros (sic.), que tem pela
por base a liberdade, a segurança nacional, a qual
segu- rança individual, e a propriedade, é não
garantida pela Constituição do Império, pela se
maneira seguinte: [...] pod
XXXI. A garantia dos soccorros(sic.) públicos; e
afirmar que a Constituição do Império foi a primeira a
trazer disposições securitárias constitucionais, uma vez
que esta previa apenas um ato securitário.
Além disso, o dispositivo da Constituição do Impé- rio
carecia de efeitos práticos, uma vez que — apesar da
previsão constitucional — os cidadãos não deti- nham de
meios para exigir a tutela do direito, ou seja, não passava
de letra morta.
Assim, a Constituição do México é que é conside-
rada a primeira a regular com status constitucional, pelo
menos de maneira mínimamente satisfatória, a temática
da seguridade social.
247
o tríplice custeio da previdência, determinando a
Essa Lei é considerada o marco da
obrigatoriedade do custeio por parte do Estado, do
Previdência Social no Brasil, pois dela derivaram empregador e dos trabalhadores. Além disso, esta
outras leis que ampliaram a proteção previdenciária
para emprega- dos de outros setores e não só o
ferroviário.
O sistema previa uma CAP para cada empresa.
Eram as empresas que organizavam e geriam suas
CAPs com a participação dos seus empregados, em
um sistema mutualista, sem gerência ou contribuição
do Poder Público. Dois institutos jurídicos da Lei Eloy
Chaves que merecem destaque são: o caráter contri-
butivo e o limite de idade, apesar deste ser vinculado
ao tempo de contribuição.
O dia 24 de janeiro é considerado o dia da previ-
dência social e dia do aposentado.
Dica
A Lei Eloy Chaves é o marco inicial da previdên-
cia social no país, mas, não significa dizer que
antes da Lei Eloy Chaves não existiu nenhuma
legislação que tratasse de seguridade social.
Os Institutos de Classe
e REFERÊNCIAS
n
t BRASIL, Agência do Senado.
e Constituições Brasi- leiras, [s.d.].
n Disponível em: https://www12.senado.
d leg.br/noticias/glossario-legislativo/constituic
e oes-bra- sileiras. Acesso em: 21 jan. 2022.
p Constituição de 1946
o
r
Responsável pela redemocratização do
Brasil, esta foi a quarta constituição
r
brasileira. Promulgada após um governo
i
autoritário que restringiu muitos direitos
s
fundamentais e uma grande guerra
c
mundial, ela sur- ge em um contexto de
o
ampliação de direitos, trazendo a expressão
s
Previdência Social, que cobriria eventos,
como morte, invalidez, velhice, doença e
s
maternida- de. Neste sentido, veja o que
o
previa o inciso XVI, do art. 157, da
c
Constituição de 1946:
i
a
Art 157 A legislação do trabalho e a da
i
previdên- cia social obedecerão nos
s
seguintes preceitos, além de outros que
, visem a melhoria da condição dos
trabalhadores:
c
Auxílio-reclusão; habeas corpus para os chamados crimes
políti- cos; decretação do estado de sítio pelo V
Auxílio-funeral;
presidente da República em qualquer dos eja,
Auxílio-natalidade.
casos previstos na Constituição; e agor
autorização para intervenção em estados e a,
Dica! municípios. em
A Constituição de 1946 foi a responsável por orde
modificar, pela primeira vez, o termo “Seguro m
Social” por “Previdência Social”. cron
ológ
Na sequência, em 1965, foi publicada a Emenda ia,
Constitucional nº 11, a qual previu o princípio da as
preexistência do custeio. inov
Em 1963 iniciou-se a proteção do trabalhador açõe
rural (de uma forma muito mais assistencial) com s
a criação do FUNRURAL — Fundo de Assistência ao trazi
Trabalhador Rural, por meio da Lei nº 4.214, de 02 de das
março de 1963. Além disso, houve, também, a criação nest
do Salário-Família. e
Em seguida, com a publicação do Decreto-Lei nº perí
72, de 21 de novembro de 1966, ocorre a unificação odo:
admi- nistrativa daqueles diversos Institutos (IAPs),
dando origem ao Instituto Nacional de Previdência I
Social (INPS). Veja o que dispõe o art. 1 do citado n
Decreto-lei: c
l
Art. 1º Os atuais Institutos de Aposentadoria e u
Pen- sões são unificados sob a denominação de s
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). ã
Art. 2º O INPS constitui órgão de administração o
indi- reta da União, tem personalidade jurídica de d
nature- za autárquica e goza, em toda sua plenitude, o
inclusive no que se refere a seus bens, serviços e s
ações, das regalias, privilégios e imunidades da A
União. c
i
Regime Militar (Constituição de 1967 e Emenda nº 1, d
de 1969) e
n
Antes de adentrarmos no estudo da Constituição, t
deve-se reforçar, que, apesar de divergências, o e
enten- dimento do Supremo Tribunal Federal é de s
que antes da Constituição Cidadã, de 1988, não houve d
e
uma Cons- tituição de 1969, sobretudo porque existe
T
vício de for- malidade, isto é, no tocante a forma de
r
criação. a
b
Para melhor compreensão deste período, veja o a
que dispõe a Agência do Senado: l
h
Essa Constituição foi emendada por sucessiva expe- o
dição de Atos Institucionais (AIs), que serviram de n
mecanismos de legitimação e legalização das o
ações políticas dos militares, dando a eles poderes r
extra- o
-constitucionais. De 1964 a 1969, foram l
decretados d
17 atos institucionais, regulamentados por 104 a
atos complementares.
P
Um deles, o AI-5, de 13 de dezembro de 1968, foi
r
um instrumento que deu ao regime poderes
e
absolutos e cuja primeira consequência foi o
-
fechamento do Congresso Nacional por quase um
ano e o recesso dos mandatos de senadores, v
deputados e vereado- res, que passaram a receber i
somente a parte fixa de seus subsídios. d
Entre outras medidas do AI-5, destacam-se: sus- ê
pensão de qualquer reunião de cunho político; n
censura aos meios de comunicação, estendendo- c
-se à música, ao teatro e ao cinema; suspensão do i
a Social — 1967;
Inclusão do trabalhador rural no rol dos segurados
da Previdência Social — 1969;
Criação do Prograna de Integração Social (PIS)
— 1970;
Criação do Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público (PASEP) — 1970;
Criação do Programa de Assistência ao Trabalha- dor
Rural (Pró-rural), mantido pelo FUNRURAL), que,
entre outras coisas, incluiu os trabalhado- res rurais
no rol dos segurados previdenciários
— 1971.
Inclusão do empregado doméstico no rol de segu-
rado obrigatório da Previdência Social — 1972;
Desmembramento-criação do Ministério do Traba- lho e
Previdência Social, gerando o o Ministério da
Previdência e Assistência Social — 1974;
Criação da Empresa de Tecnologia e Informações
da Previdência Social (DATAPREV) — 1974;
Consolidação da Leis da Previdência Social — 1976;
Criação da lei que regulamentou aa previdência
privada complementar, organizando e estabele- cendo
distinção entre as entidades abertas e as entidades
fechadas de previdência privada. Como, por exemplo, o
PREVI (Banco do Brasil) e a PETROS (PETROBRÁS) —
1977.
Criação do Sistema Nacional de Previdência e
Assistência Social — 1977.
249
Determinação de que o Salário-família e o Auxílio-
Dica -reclusão são para beneficiários de baixa renda;
Para não se esquecer dos órgãos, lembre-se da
mnemônica DIFICIL:
DATAPREV
IAPAS
FUNABEM
INPS
CEME
INAMPS
LBA
São eles:
Assistência Social Saúde
Previdência
Social Universalidade da cobertura e do atendimento;
sistema não sistema não Uniformidade e equivalência dos benefícios e
contributivo contributiv
sistema ser- viços às populações urbanas e rurais;
o
Seletividade e distributividade na prestação dos
A Previdência Social, a rigor, engloba todos os públi- cos, privados, básicos ou E
regi- mes previdenciários existentes no Brasil, sejam complementares. s
ta obra abordará o Regime Geral de Previdên- cia benefícios e serviços;
Social (INSS), sistema contributivo, de filiação Irredutibilidade do valor dos benefícios;
obrigatória, que deve observar regras que garantam Equidade na forma de participação no custeio
(participação de cada um na medida da sua
capaci- dade contributiva/econômica — quem
pode mais, paga mais, quem pode menos, paga 251
menos);
Diversidade da base de financiamento, identi- Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos
ficando-se, em rubricas contábeis e específicas seguintes princípios e objetivos:
para cada área, as receitas e as despesas vincu- I - universalidade de participação nos planos
ladas a ações de saúde, previdência e assistên- previdenciários;
cia social, preservado o caráter contributivo da II - uniformidade e equivalência dos benefícios e
previdência social; e caráter democrático (vários serviços às populações urbanas e rurais;
sujeitos e vários fatos geradores de contribuição III - seletividade e distributividade na
previdenciária); prestação dos benefícios;
IV - cálculo dos benefícios considerando-
Descentralização da administração, mediante
-se os salários-de-contribuição corrigidos
ges- tão quadripartite, com participação dos
monetariamente;
trabalha- dores, dos empregadores, dos
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de for-
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
ma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
VI - valor da renda mensal dos benefícios subs-
Assim dispõe a Constituição Federal, em seu art. titutos do salário-de-contribuição ou do rendi-
194: mento do trabalho do segurado não inferior
ao do salário mínimo;
Art. 194 A seguridade social compreende um con- VII - previdência complementar facultativa,
junto integrado de ações de iniciativa dos Poderes custeada por contribuição adicional;
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar VIII - caráter democrático e descentralizado da
os direitos relativos à saúde, à previdência e à gestão administrativa, com a participação
assis- tência social. do governo e da comunidade, em especial de
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos trabalhadores em atividade, empregadores e
termos da lei, organizar a seguridade social, com aposentados.
base nos seguintes objetivos: Parágrafo único. A participação referida no inciso
I - universalidade da cobertura e do atendimento; VIII deste artigo será efetivada a nível federal, esta-
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e dual e municipal.
serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços;
Dica
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; Atente-se aos grifos nossos, bem como ao
V - eqüidade na forma de participação no custeio;
enunciado da questão, uma vez que, apesar da
VI - diversidade da base de financiamento, iden-
tificando-se, em rubricas contábeis específi- maioria dos princípios nas três normas aparenta-
cas para cada área, as receitas e as despesas rem ser idênticos, eles distinguem-se em certas
vinculadas a ações de saúde, previdência e peculiaridades. O examinador gosta de pergun-
assistência social, preservado o caráter con- tar de acordo com uma lei, mas usar o texto de
tributivo da previdência social;(Redação dada
outra, induzindo, por conseguinte, o candidato ao
pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - caráter democrático e descentralizado da erro. Note, ainda, que os princípios do art. 194
administração, mediante gestão quadriparti- da CF e do parágrafo único da Lei nº 8.212, de
te, com participação dos trabalhadores, dos 1991, são da Seguridade Social, ao passo que
empregadores, dos aposentados e do os do art. 2º da Lei nº 8.213 são da Previdência
Governo nos órgãos colegiados.
Social. Portanto, redobre sua atenção!
Além dos aludidos princípios, os princípios
constitu- cionais que se aplicam à Previdência Social Agora, vamos nos aprofundar um pouco mais nos
estão expres- samente previstos no art. 1º da Lei n° princípios da Previdência Social estampados no
8.212, de 1991: art. 2º da Lei n° 8.213, de 1991:
d
e
c
o
n
t
r
i
b
u
i
ç
ã
o
(
a
r
t
.
2
º
d
a
L
e
i
n
º
8
.
2
1
3
,
d
e
1
9
9
1
)
.
Uniformidade e equivalência dos benefícios e da data de ingresso no sis- tema, se posterior.
I
serviços às populações urbanas e rurais: a Para fins de elaboração de cálculo desta média,
r
uni- formidade diz respeito aos aspectos serão utilizados os salários de contribui- ção
r
objetivos, às contingências que serão cobertas. Já devidamente corrigidos;
e
a equivalência toma por base o aspecto d
pecuniário ou do atendi- mento dos serviços, que u
não serão necessariamen- te iguais, mas t
equivalentes, na medida do possível, dependendo i
do tempo de contribuição, coeficiente de cálculo, b
idade, sexo etc. Faz-se oportuno ressaltar que, após i
a Constituição Federal de 1988, os traba- l
lhadores rurais passaram a integrar o mesmo i
siste- ma de previdência dos trabalhadores d
urbanos; a
Seletividade e distributividade na prestação
d
dos benefícios: o legislador escolhe e seleciona as e
pessoas e os riscos que serão protegidos por meio
d
da legislação ordinária, de acordo com a
o
capacida- de econômica do Estado e observando
v
os limites impostos pelo art. 201 da Constituição
a
Federal.
l
o
A seletividade e a distributividade devem ser
r
pau- tadas sempre que possível pelo princípio da
d
univer- salidade (caráter programático — o Estado
o
diz que o sistema é universal, mas essa
s
universalidade é dada por ele, que seleciona o que
b
proteger).
e
De alguma maneira, a seletividade acaba limitan-
n
do a universalidade da cobertura e do atendimento,
e
já que é preciso adequar as necessidades sociais às
f
pos- sibilidades financeiras do sistema.
í
A seletividade consiste na eleição dos riscos e
c
contingências sociais a serem cobertos. Já a distribu-
i
tividade implica na criação dos critérios/requisitos
o
para acesso aos riscos objeto de proteção, de forma a
s
atingir o maior número de pessoas, proporcionando,
d
assim, uma cobertura mais ampla.
e
Um exemplo de seletividade está na restrição
f
imposta pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998,
o
que estabeleceu, como requisito para a concessão de
r
salário-família e auxílio-reclusão, a baixa renda do
-
segurado.
m
Do mesmo modo, o Benefício de Prestação Conti-
a
nuada (BPC), previsto no inciso V, do art. 203, da
a
Cons- tituição Federal e regulamentado pela Lei n°
p
8.742, de 1993 (Lei Orgânica da Assistência Social —
r
LOAS) apenas será devido ao idoso ou deficiente que
e
não tenha condições de se sustentar, nem ser
s
sustentado pela sua família, ou seja, que preencham o
e
requisito miserabilidade;
r
v
Cálculo dos benefícios considerando-se os a
salários-de-contribuição corrigidos moneta- r
riamente: regra extraída do § 3º, do art. 201, da -
Constituição Federal, que trata da Previdência l
Social. h
e
Art. 201 [...] s
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados
o
para o cálculo de benefício serão devidamente atua-
p
lizados, na forma da lei.
o
d
O salário de benefício é a base utilizada para
e
cálcu- lo de quase todos os benefícios
r
previdenciários. Para obtenção do valor do salário de
a
benefício, é realizada média aritmética simples dos
q
salários de contribuição (base sobre a qual incidiu a
u
contribuição previdenciá- ria) desde julho, de 1994 ou
isitivo: os bene- fícios previdenciários não podem ter
seu valor nominal reduzido e devem ser corrigidos
mone- tariamente, anualmente, de modo a preservar
seu poder aquisitivo.
[...]
d) irredutibilidade do valor dos benefícios;
253
“papel” não pode ser diminuído, por exemplo, determinado aposentado recebe a quantia de R$ 1.300,00 (mil e
tre- zentos reais), este valor nunca poderá ser diminuído para R$ 1.299,00, mas não quer dizer que deve
aumentar em razão da elevação dos indíces da inflação.
Por outro lado, com relação à Previdência Social, a Constituição e a Lei de Custeio (Lei nº 8.212, de 1991) pre-
veem que o valor deve ser atualizado para preservar o valor real, isto é, o valor aquisitivo da moeda.
Em suma:
Considerando os benefícios devidos pelo sistema de Previdência, as exceções a esta regra são: auxílio-aciden-
te e salário-família. O primeiro, dada sua natureza indenizatória e possibilidade de acumulação com salário,
o segundo, por ser uma ajuda para sustento dos filhos, sempre acompanhado do salário ou de uma
aposentadoria.
Previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional: além dos planos
obrigató- rios de previdência — Regime Geral de Previdência Social (RGPS), Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), Regime Próprio de Previdência (RPPS) (servidores públicos efetivos) e militares — a legislação
admite a parti- cipação facultativa em planos complementares de previdência, sejam elas públicas
(Previdência Complemen- tar do Servidor Público) ou privadas (Previdências Privadas abertas ou
fechadas).
Caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da
comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados: a gestão do
siste- ma, assim como ocorre com a Seguridade Social, é uma gestão quadripartite, com participação do Estado
(Gover- no), trabalhadores, empregadores e aposentados e pensionistas.
Dica
A gestão do sistema de Previdência é quadripartite, porém, o custeio do Regime Geral de Previdência Social
(RGPS) é tripartite, já que as aposentadorias e pensões concedidas pelo regime geral não sofrem incidência
de contribuição para o sistema (Inciso II do art.195 da CF).
O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) é formado por 15 membros (6 representantes do governo,
3 representantes dos aposentados, 3 dos empresários e 3 dos trabalhadores).
Esquematizando:
Representantes
dos
Trabalhadores
Representantes
dos
Empresários
Com relação às atribuições, ao CNPS incumbe o dever de apreciar e aprovar políticas públicas, bem como a
gestão da previdência e a aprovação do orçamento da previdência social, antes de sua inclusão no orçamento da
254 seguridade social
O conselho possui estabilidade, pois os mem- Previdência Social, é impos- sível não
ao
bros que sejam empregados terão estabilidade desde relacionar o termo com as situações de um
trab
a nomeação até um ano após o término do mandato idoso que se aposenta, ou de uma pessoa
alha
(mandato de 2 anos, sendo possível uma doente que precisa de auxílio para a sua
dor
recondução). O Conselho de Recursos da subsistência. Des- ta forma, a Previdência
e
Previdência Social possui 29 Juntas de Recursos Social representa o amparo
seus
(primeira instância) e qua- tro Câmaras de depe
Julgamento (segunda instância), que julgam nde
benefícios, e o Conselho Pleno (uniformização
ntes
de jurisprudência mediante emissão de Enunciados).
inse
Além destes explícitos na legislação, a doutrina
rido
tem considerado, também como princípios da Previ-
s em
dência Social:
um
Caráter contributivo: O sistema apenas paga cont
benefícios àqueles que previamente são vincula- exto
dos e recolhem contribuições previdenciárias, fátic
ain- da que estas sejam presumidas; o
Filiação Obrigatória: Todos que exercem sem
atividade remunerada obrigatoriamente estão poss
vinculados a um sistema de previdência, ou seja, ibili
há compulsoriedade; dade
Equilíbrio atuarial e financeiro: Deve existir s de
equilíbrio entre as receitas recolhidas e os valores busc
pagos a título de benefícios previdenciários. ar
sust
Atente-se ao seguinte: os únicos dois benefícios ento
que podem ter valor inferior ao salário mínimo são por
o salário-família e o auxílio-acidente. mei
o do
trab
alho
EXERCÍCIOS ,
COMENTADOS seja
por
1. (CESPE-CEBRASPE – 2016) A seguridade social é idad
organizada mediante gestão quadripartite, com par- e
ticipação dos trabalhadores, dos empregadores, dos avan
aposentados e do governo nos órgãos colegiados. çada
,
( ) CERTO ( ) ERRADO doe
n-
A gestão do sistema é democrática, com participa- ça,
ção do governo e da sociedade. Não confundir com mort
o custeio do RGPS, que é tripartite. Resposta: Certo. e
etc.
2. (CESPE-CEBRASPE – 2016) Com relação ao RGPS, Q
julgue os itens que se seguem: uan
O RGPS constitui um gênero do qual são espécies a do
previdência dos servidores públicos, a dos trabalhado- fala
res, empregados da iniciativa privada e a dos trabalha- mos
dores autônomos. sobr
e a
( ) CERTO ( ) ERRADO legis
laçã
Na verdade, o RGPS é uma das espécies do gênero o
Previdência, que engloba, também, os RPPS (Regi- prev
mes Próprios de Previdência Social) e os militares. iden
Resposta: Errado. ciári
a,
fala
mos
do
conj
Antes de avançarmos no estudo do Direito unto
Previden- ciário, é importante conceituar e, de
também, entender algumas regras gerais sobre nor
legislação, com fundamen- to na Lei de Introdução às mas
Normas de Direito Brasileiro. Quando se pensa em que
disciplinam as regras de proteção a essas pessoas. O estudo
do Regime Geral de Previdência Social tem, como principais
normas:
A Constituição Federal;
A Lei nº 8.212, de 1991 — Plano de Custeio da Segu-
ridade Social;
A Lei nº 8.213, de 1991 — Plano de Benefícios da
Previdência Social;
O Decreto n° 3.048, de 1999 — Regulamento da Pre-
vidência Social.
Conteúdo
Fontes
Fontes Materiais
255
aposentadoria na Previdência, cabe ao INSS analisar se ele
Em uma época remota, era impensável a legaliza-
preenche os requisitos que a lei prevê. Em caso positivo e
ção de casamento de casais do mesmo sexo, porém,
existindo previsão para tal solicitação, conceder-se-á o
hoje, isso é uma realidade e a legislação previdenciá-
benefício.
ria deve acompanhar essas evoluções, prevendo, nas
normas, a possibilidade de pensão e, até mesmo, de
concessão de salário-maternidade para estes casais.
Isto porque a sociedade está em constante
movimento e a legislação deve acompanhá-la.
Fontes Formais
Autonomia
Hierarquia
CONHECIMENTOS
257
caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios
1. NormasConstitucionais(CFeEmendasConstitucionais); gerais de direito.
2 Normas Supralegais (tratados sobre direitos huma-
nos aprovados com status de Emenda
Constitucional);
3. Leis: Complementares, Ordinárias, Delegadas;
Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Reso-
luções do Senado;
4. Decretos Regulamentares, Instruções Normativas
ministeriais, circulares, orientações, portarias;
5. Normas Infralegais.
Interpretação
Integração da Norma
Quem não se enqua- dra como segurado obrigatório e não participe de RPPs
INSCRIÇÃO
Contribuintes
ATO FORMAL
Fliliação Compulsória
SIMPLESMENTE CADASTRAL
Importante!
Os contribuintes pertencentes ao Regime Pró- prio de Previdência Social não podem ser contribuintes facultivos do Regime Gera
NIT
Dica
Já foi questão de prova, na qual se mencionada que
o segurado poderia se filiar como segura- do
facultativo a partir de 14 anos. Tanto a ban- ca
CESPE como a FUNRIO já abordaram desta forma,
pedindo o que estava expresso na Lei nº 8.213, de
1991. A mudança de idade para a filia- ção ocorreu
em 1998 com alterações na legisla- ção. Logo, o
texto da lei tornou-se incompatível com o da CF.
Portanto, tenha atenção se a banca solicitar o que está
expresso na Lei.
CONHECIMENTOS
esta percebe, virá descontado uma alíquota referente à
contribuição previdenciária.
A situação acima, não impede, ainda, que Ana pos- sa
ser contribuinte individual.
Acerca da inscrição, a Lei nº 8.213, de 1991, assim
prescreve:
259
que estiver habilitado. (Redação dada pela Lei nº apresentação de documento que comprove o exercí-
10.403, de 8.1.2002) cio da atividade declarada, observado o disposto no
§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.135, de 2015) art. 19-D; e (Redação dada pelo Decreto nº
§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.718, de 2008) 10.410, de 2020).
§ 4º A inscrição do segurado especial será feita de VI - segurado facultativo - por ato próprio, por meio
forma a vinculá-lo ao respectivo grupo familiar e do cadastramento de informações pessoais que per-
conterá, além das informações pessoais, a mitam a sua identificação, desde que não exerça
identifi- cação da propriedade em que desenvolve a atividade que o enquadre na categoria de
ativida- de e a que título, se nela reside ou o segurado obrigatório. (Redação dada pelo Decreto
Município onde reside e, quando for o caso, a nº 10.410, de 2020).
identificação e ins- crição da pessoa responsável
pelo grupo familiar. (Redação dada pela Lei nº Fato que merece destaque é a inscrição post
12.873, de 2013) mor- tem, isto é, após a morte do segurado. Até o
§ 5o O segurado especial integrante de grupo ano de 2019 a prática não era vedada, contudo, a
fami- liar que não seja proprietário ou dono do
partir deste ano, a Lei de Benefícios (Lei nº 8.213,
imóvel rural em que desenvolve sua atividade
de 1991) pas- sou a vedar expressamente a inscrição
deverá informar, no ato da inscrição, conforme o
caso, o nome do parceiro ou meeiro outorgante, após a morte dos segurados contribuintes individuais
arrenda- dor, comodante ou assemelhado. e segurados facultativos. Vejamos o que dispõe o §
(Incluído Lei nº 11.718, de 2008) 7º do art. 17 da referida lei.
§ 6o (Revogado pela Lei nº 12.873, de 2013) (Pro-
dução de efeito) Art. 17 [...]
§ 7º Não será admitida a inscrição post mortem
O regulamento a que se refere o aludido artigo é o de segurado contribuinte individual e de segurado
Decreto nº. 3.048, de 1999, que determina o seguinte: facultativo. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019))
Art. 18 Considera-se inscrição de segurado para Vale ressaltar que a regra estampada acima com-
os efeitos da previdência social o ato pelo qual o porta exceção, uma vez que, no caso do segurado
segurado é cadastrado no RGPS, por meio da com- especial, é possível a inscrição post mortem
provação dos dados pessoais, da seguinte forma: quando este preencher todos os requisitos de filiação
(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). com o RGPS (pressupostos de filiação).
I - empregado - pelo empregador, por meio da for-
malização do contrato de trabalho e, a partir da Art. 19-B Na hipótese de não constarem do CNIS
obrigatoriedade do uso do Sistema de Escrituração as informações sobre atividade, vínculo, remunera-
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e ções ou contribuições, ou de haver dúvida sobre a
Trabalhistas - eSocial, instituído pelo Decreto nº regularidade das informações existentes, o
8.373, de 11 de dezembro de 2014, ou do sistema período somente será confirmado por meio da
que venha a substituí-lo, por meio do registro con- apresenta- ção de documentos contemporâneos
tratual eletrônico realizado nesse Sistema; (Reda- dos fatos a serem comprovados, com menção às
ção dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). datas de iní- cio e de término e, quando se tratar
II - trabalhador avulso - pelo cadastramento e de trabalhador avulso, à duração do trabalho e à
pelo registro no órgão gestor de mão de obra, no condição em que tiver sido prestada a atividade.
caso de trabalhador portuário, ou no sindicato, no
caso de trabalhador não portuário, e a partir da Em tais casos, os dependentes do segurado faleci-
obri- gatoriedade do uso do eSocial, ou do sistema
do deverão apresentar ao Instituto Nacional do Segu-
que venha a substituí-lo, por meio do
ro Social os documentos que atestam o exercício da
cadastramento e do registro eletrônico realizado
nesse Sistema;(Re- dação dada pelo Decreto nº
atividade de pesca artesanal, seringueiro/extrativista
10.410, de 2020). vegetal e/ou produtor rural.
III - empregado doméstico - pelo empregador, por A legislação vem sendo alterada para melhor ana-
meio do registro contratual eletrônico realizado no lisar a inscrição do segurado especial e evitar
eSocial;(Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de fraudes. A ideia principal é não realizar análise de
2020). documen- tos somente quando da solicitação do
IV - contribuinte individual: (Redação dada pelo benefício e, sim, alimentar o cadastro do INSS com
Decreto nº 10.410, de 2020). informações sobre estes segurados, assim como
a) por ato próprio, por meio do cadastramento de ocorre com os demais.
informações para identificação e reconhecimento Vale a leitura de alguns dispositivos referentes a
da atividade, hipótese em que o Instituto Nacional esta análise, pois pode vir, em sua prova, o texto da
do Seguro Social - INSS poderá solicitar a apre- Lei. Vejamos o que está previsto no Decreto nº
sentação de documento que comprove o exercício
3.048, de 1999:
da atividade declarada;(Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
Art. 19-D O Ministério da Economia manterá sis-
b) pela cooperativa de trabalho ou pela pessoa
jurí- dica a quem preste serviço, no caso de tema de cadastro dos segurados especiais no
cooperados ou contratados, respectivamente, se CNIS, observado o disposto nos § 7º e § 8º do art.
ainda não ins- critos no RGPS; e (Incluído pelo 18, e poderá firmar acordo de cooperação com o
Decreto nº 10.410, de 2020) Minis- tério da Agricultura, Pecuária e
c) pelo MEI, por meio do sítio eletrônico do Portal Abastecimento e com outros órgãos da
do Empreendedor;(Incluído pelo Decreto nº 10.410, administração pública fede- ral, estadual, distrital
260 de 2020) e municipal para a manu- tenção e a gestão do
V - segurado especial - preferencialmente, pelo sistema de cadastro. (Incluído pelo Decreto nº
titular do grupo familiar que se enquadre em uma 10.410, de 2020)
das condições previstas no inciso VII do caput do § 1º O sistema de que trata o caput preverá a
art. 9º, hipótese em que o INSS poderá solicitar a manu- tenção e a atualização anual do cadastro e
co
nt
er
á
as
inf
or
m
aç
õe
s
ne
ce
ss
ár
ias
à
ca
ra
cte
riz
aç
ão
da
condição de segurado especial. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
II
Decreto nº 10.410, de 2020) § 11 Complementarmente à autodeclaração de
-
§ 2º A manutenção e a atualização de que trata o § que tra- ta o § 10 e ao cadastro de que trata o
D
1º ocorrerão por meio da apresentação, pelo caput, a compro- vação do exercício de
ec
segurado especial, de declaração anual ou de atividade do segurado especial será feita por
la
documento equiva- lente, conforme definido em ato meio dos seguintes documentos, dentre outros:
ra
do Secretário Especial de Previdência e Trabalho do (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
çã
Ministério da Economia. (Incluído pelo Decreto nº I - contrato de arrendamento, de parceria ou de
o
10.410, de 2020) como- dato rural; (Incluído pelo Decreto nº
de
§ 3º A aplicação do disposto neste artigo não poderá 10.410, de 2020)
A
acarretar ônus para o segurado, sem prejuízo do
pt
dis- posto no § 4º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
id
2020)
ão
§ 4º O INSS, no ato de habilitação ou de concessão
ao
de benefício, verificará a condição de segurado
Pr
especial e, se for o caso, o pagamento da contribuição
og
previden- ciária, nos termos do disposto na Lei nº
ra
8.212, de 24 de julho de 1991, de modo a considerar,
m
dentre outras informações, aquelas constantes do
a
CNIS. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
N
§ 5º A atualização anual de que trata o § 1º será feita
ac
pelo segurado especial até 30 de junho do ano subse-
io
quente. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
na
§ 6º É vedada a atualização anual de que trata o §
l
1º decorrido o prazo de cinco anos, contado da
de
data a que se refere o § 5º. (Incluído pelo Decreto nº
Fo
10.410, de 2020)
rt
§ 7º Decorrido o prazo de cinco anos de que trata
al
o
eci
§ 6º, o segurado especial somente poderá computar o
m
período de trabalho rural se efetuados na época
en
apro- priada a comercialização da produção e o
to
recolhimen- to da contribuição prevista no art. 25 da
da
Lei nº 8.212, de 1991. (Incluído pelo Decreto nº
A
10.410, de 2020)
gr
§ 8º O INSS utilizará as informações constantes do
ic
cadastro de que trata o caput para fins de
ult
comprova- ção da condição e do exercício da
ur
atividade rural do segurado especial e do seu grupo
a
familiar. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
Fa
§ 9º A partir de 1º de janeiro de 2023, a
mi
comprovação da condição e do exercício da
lia
atividade rural do segu- rado especial ocorrerá,
r
exclusivamente, por meio das informações
de
constantes do cadastro a que se refere o caput,
qu
observado o disposto no § 18. (Incluído pelo
e
Decreto nº 10.410, de 2020)
tr
§ 10 Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023,
at
o segurado especial comprovará o exercício da
a
atividade rural por meio de autodeclaração
o
ratificada por enti- dades públicas credenciadas, nos
in
termos do disposto no art. 13 da Lei nº 12.188, de
cis
11 de janeiro de 2010, e por outros órgãos públicos,
o
observado o seguinte: (Incluído pelo Decreto nº
II
10.410, de 2020)
do
I - a autodeclaração será feita por meio do
ca
preenchi- mento de formulários que serão
p
disponibilizados pelo INSS; (Incluído pelo Decreto nº
ut
10.410, de 2020)
do
II - a ratificação da autodeclaração será realizada
ar
por meio de informações obtidas das bases de
t.
dados da Secretaria de Agricultura Familiar e
2º
Cooperativismo do Ministério da Agricultura,
da
Pecuária e Abastecimen- to e de outras bases de
Le
dados a que o INSS tiver acesso; e (Incluído pelo
i
Decreto nº 10.410, de 2020)
nº
III - as informações obtidas por meio de consultas às
12
bases de dados governamentais que forem
.1
considera- das insuficientes para o reconhecimento
88
do exercício da atividade rural alegada poderão ser
,
complementa- das por prova documental
de
contemporânea ao período informado. (Incluído pelo
20
10, ou pelo documento que venha a substituí-la; (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
III - bloco de notas do produtor rural; (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
IV - documentos fiscais de entrada de mercadorias de que
trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991, emi- tidos
pela empresa adquirente da produção, com indi- cação do
nome do segurado como vendedor;(Incluído pelo Decreto
nº 10.410, de 2020)
V - documentos fiscais relativos a entrega de produção rural
a cooperativa agrícola, entreposto de pescado ou outros,
com indicação do segurado como vendedor ou
consignante; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) VI -
comprovantes de recolhimento de contribuição à
previdência social decorrentes da comercialização de
produção rural; (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
VII - cópia da declaração de imposto sobre a renda, com
indicação de renda proveniente da comercializa- ção de
produção rural; ou (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
VIII- licença de ocupação ou permissão outorgada pelo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -
Incra. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 12 Sempre que o tipo de outorga informado na auto-
declaração de que trata § 10 for de parceiro, meeiro,
arrendatário, comodatário ou de outra modalidade de
outorgado, o documento deverá identificar e qualificar o
outorgante. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 13 A condição de segurado especial dos índios será
comprovada por meio de certidão fornecida pela Fun-
dação Nacional do Índio - Funai que: (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
I - conterá a identificação da entidade e de seu emiten- te,
com a indicação do mandato, se for o caso; (Incluído pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
II - será fornecida em duas vias, em papel timbrado, com
numeração sequencial controlada e ininterrupta; (Incluído
pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
III - conterá a identificação, a qualificação pessoal do
beneficiário e a categoria de produtor a que pertença;
(Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
IV - consignará os documentos e as informações que
tenham servido de base para a sua emissão e, se for o
caso, a origem dos dados extraídos de registros exis-
tentes na própria entidade declarante ou em outro
órgão, entidade ou empresa, desde que idôneos e aces-
síveis à previdência social; (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
V - não conterá informação referente a período ante- rior
ao início da atividade da entidade declarante, exceto se
baseada em documento que constitua prova material do
exercício dessa atividade; e (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
VI - consignará os dados relativos ao período e à forma de
exercício da atividade rural nos termos estabeleci- dos
pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 14 A homologação a que se refere o § 13 se res-
tringirá às informações relativas à atividade rural e
deverá atender aos seguintes critérios: (Incluído pelo
CONHECIMENTOS
261
III - consignará os documentos e as informações
O segurado especial está enquadrado entre os segu- rados
que tenham servido de base para a sua emissão obrigatórios da Previdência, ou seja, tem o dever de
e, se for o caso, a origem dos dados extraídos de contribuir para a Previdência Social. Por- tanto, é incorreto
registros existentes na própria entidade afirmar que ele poderá contribuir de forma facultativa.
declarante ou em outro órgão, entidade ou Resposta: Errado.
empresa, desde que idôneos e acessíveis à
previdência social; e (Incluí- do pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
IV - consignará dados relativos ao período e à
forma de exercício da atividade rural nos termos
estabelecidos pelo INSS. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 15 Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que
trata o caput poderá ser efetuado, atualizado e
corrigido sem prejuízo do prazo de que trata o §
9º e das regras permanentes estabelecidas nos § 5º e
§ 6º. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020)
§ 16 Na hipótese de haver divergência de informa-
ções entre o cadastro de que trata o caput e as
demais bases de dados, para fins de
reconhecimen- to do direito ao benefício, o INSS
poderá exigir a apresentação dos documentos
referidos no § 11. (Incluído pelo Decreto nº 10.410,
de 2020)
§ 17 As informações obtidas e acolhidas pelo INSS
diretamente de bancos de dados disponibilizados
por órgãos do Poder Público serão utilizadas para
validar ou invalidar informação para o cadastra-
mento do segurado especial e, quando for o caso,
para deixar de reconhecer o segurado nessa
condi- ção. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
§ 18. O prazo a que se refere o § 9º será
prorrogado até que cinquenta por cento dos
segurados espe- ciais, apurados conforme
quantitativo da Pesqui- sa Nacional por Amostra
de Domicílios Contínua, estejam inseridos no
sistema de cadastro dos segu- rados especiais de
que trata o caput. (Incluído pelo Decreto nº
10.410, de 2020)
§ 19. O fim da prorrogação a que se refere o § 18
será definido em ato do Secretário Especial de
Pre- vidência e Trabalho do Ministério da
Economia. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de
2020)
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE – 2018) De acordo com a legis-
lação tributária básica e suas atualizações, julgue o
próximo item.
O pescador artesanal que fizer da pesca profissão
habitual e que residir em imóvel rural poderá contribuir
para a previdência social de forma facultativa, na qua-
262 lidade de segurado especial.
( ) CERTO ( ) ERRADO
C méstico, Contribuinte Individual, no País ou de entidade de direito público interno;
O Trabalhador Avulso e Segurado Especial
N Esse texto da Lei, expostos nas alíneas “c” e “d”,
C Empregado que acabamos de ver, causa muita confusão na hora
E de resolver questões de prova. Tenha atenção aos
Conforme o Decreto nº 3.048, de 1999, em seu art. pon- tos comuns:
I
T 9º:
São brasileiros ou estrangeiros;
O
Art. 9º [...] Domiciliados e contratados no Brasil;
, Vão trabalhar no exterior.
I - [...]
C
a) aquele que presta serviço de natureza
A urbana ou rural a empresa, em caráter
R não eventual, sob sua subordinação e
A mediante remuneração, inclusive como
C diretor empregado;
T
E Encontramos esse conceito, também, na
R CLT — Consolidação das Leis do
Í Trabalho, a qual trata do empregado como
aquele que trabalha com carteira assinada e
S
vínculo empregatício.
T
Por serviço não eventual, entende-se
I
aquele que está direcionado, direta ou
C indiretamente, com a ati- vidade fim
A (normal) da empresa e a subordinação
S liga-se ao poder diretivo do empregador.
Ou seja, o empregado recebe ordens de seu
E empregador, carac- terística que o
diferencia, por exemplo, do sujeito que
A trabalhada de forma autônoma. A
B remuneração é a contraprestação pelo
R trabalho executado.
A
N Art. 9º [...]
I - [...]
G
b) aquele que, contratado por empresa
Ê de trabalho temporário, na forma
N prevista em legislação espe- cífica, por
C prazo não superior a cento e oitenta dias,
I consecutivos ou não, prorrogável por
A até noventa dias, presta serviço para
atender a necessidade transitória de
substituição de pessoal regular e per-
E manente ou a acréscimo extraordinário
m de serviço de outras empresas;
p
r São aqueles que substituem o pessoal
e permanente, trabalham por curto espaço
g de tempo.
a
d Art. 9º [...]
I - [...]
o
c) o brasileiro ou o estrangeiro
, domiciliado e con- tratado no Brasil
para trabalhar como empregado no
E exterior, em sucursal ou agência de
m empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sede e
p
administração no País;
r d) o brasileiro ou o estrangeiro
e domiciliado e con- tratado no Brasil
g para trabalhar como empregado em
a empresa domiciliada no exterior com
d maioria do capital votante pertencente a
empresa constituí- da sob as leis
o
brasileiras, que tenha sede e admi-
nistração no País e cujo controle efetivo
D esteja em caráter permanente sob a
o titularidade direta ou indireta de
pessoas físicas domiciliadas e residentes
No primeiro caso, trabalham em sucursal ou
Art. 9º [...]
agên- cia de empresa constituída sob as leis
I - [...]
brasileiras e que tenha sede e administração no País. g) o brasileiro civil que presta serviços à União no
No segundo, trabalham em empresa domiciliada no exterior, em repartições governamentais brasilei-
exterior, com a maioria do capital votante ras, lá domiciliado e contratado, inclusive o auxi-
pertencente à empresa constituída sob as leis liar local de que tratam os arts. 56 e 57 da Lei nº
brasileiras. Ou seja, os segu- rados trabalham no 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde
exterior, mas mantêm a filiação com a previdência que, em razão de proibição legal, não possa filiar-
brasileira. se ao sistema previdenciário local;
h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a
Art. 9º [...] empresa, em desacordo com a Lei nº 11.788, de 25
I - [...] de setembro de 2008;
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão
diplomática ou a repartição consular de carreira
estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a
Dica
membros dessas missões e repartições, excluídos o Se o bolsista/estagiário presta serviços de acor-
não-brasileiro sem residência permanente no Brasil
do com a lei, será segurado facultativo.
e o brasileiro amparado pela legislação previden-
ciária do país da respectiva missão diplomática
Art. 9º [...]
ou repartição consular;
I - [...]
É a pessoa que trabalha, por exemplo, para o i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
consula- do de um país no território brasileiro, Município, incluídas suas autarquias e fundações,
excluídos o não-bra- sileiro sem residência ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela
legislação previdenciária do país da res- pectiva
missão diplomática ou repartição consular. Se o segurado ocupa, exclusivamente, cargo em
comissão, ou seja, sem vínculos como servidor na
Art. 9º [...] Administração Pública, será empregado no RGPS.
I - [...] Exemplo: um particular, não ocupante de cargo ou
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no função pública, é nomeado para ser chefe de
exterior, em organismos oficiais internacionais gabinete de um Ministro de Estado.
dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que Por outro lado, se for servidor vinculado ao
lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por RPPS, ocupando cargo em comissão, não será
regime próprio de previdência social; segurado obri- gatório ao RGPS.
[...]
q) o empregado de organismo oficial internacional Art. 9º [...]
ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo I - [...]
quan- do coberto por regime próprio de previdência j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou
social; Municí- pio, bem como o das respectivas
autarquias e fun- dações, ocupante de cargo
Esse segurado pode te levar a confundir com o efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja
que está previsto na alínea “a”, inciso V, art. 9º, do amparado por regime próprio de previdência
Decreto nº 3.048, de 1999, o qual apresenta o social;
segurado como contribuinte individual. Leia-o com
atenção: O ocupante de cargo efetivo somente estará no
RGPS se já não for amparado pelo RPPS. Um exemplo
Art. 9º [...] disso é um servidor efetivo de um pequeno
V - [...] município que não conte com Regime Próprio
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para
Previdenciário.
organismo oficial internacional do qual o Brasil é
membro efetivo, ainda que lá domiciliado e
Art. 9º [...]
contra- tado, salvo quando coberto por regime
I - [...]
próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito
Federal ou Município, bem como pelas respectivas
A diferença é a palavra União. Se o sujeito
autarquias e fundações, por tempo determinado,
traba- lha para a União é empregado.
para atender a necessidade temporária de excep-
Vamos esquematizar? Siga as etapas ao analisar a
cional interesse público, nos termos do inciso IX do
questão, para não confundir o tipo de segurado:
art. 37 da Constituição Federal;
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
CONHECIMENTOS
Segurado Especial
266
A legislação trouxe um regramento diferenciado
para o denominado segurado especial.
Esse tipo de segurado possui forma de contribui-
p vo exercício de atividade rural. (alí- nea “c”, VII, do art. 9º).
r Para que você compreenda melhor essa O § 1º, art. 11, da Lei nº 8.213, de 1991, conceitua
e diferen- ciação, vamos ao exemplo: José como regime de economia familiar
v planta batata em seu pequeno sítio. Tem,
i na propriedade, alguns animais e uma [...] a atividade em que o trabalho dos membros
d horta, local onde colhe hortaliças para sua da família é indispensável à própria subsistência e
e sub- sistência. O José depende da batata ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo
n “crescer”, para que possa vendê-la e obter fami- liar e é exercido em condições de mútua
c uma renda. Seria inviável, então, exigir que dependên- cia e colaboração, sem a utilização de
i ele contribua todo mês. Neste senti- do, a empregados permanentes.
á Lei prevê que ele deve contribuir quando
r ven- der suas batatas, contando os meses
i trabalhados para fazer jus aos benefícios
o previdenciários, pois, enquan- to esperava
s suas batatas crescerem, trabalhou no seu
, cultivo e posterior colheita.
O segurado especial, de acordo com o
b inc. VII do art. 9º, é a pessoa física que
a reside em imóvel rural, ou em aglomerado
s urbano ou rural próximo ao imó- vel rural
t que, individualmente ou em regime de eco-
a nomia familiar, ainda que com o auxílio
eventual de terceiros, na condição de:
c
o Produtor;
m Pescador artesanal ou assemelhado;
p Em atividade agropecuária em área
r contínua ou não, de até quatro
o Módulos Fiscais ou seringuei- ro ou
v extrativista vegetal, na coleta e
a extração, de modo sustentável, de
r recursos naturais renová- veis, fazendo
dessas atividades o principal meio de
a vida;
Não utilize embarcação ou utilize embarcação de
c pequeno porte, nos termos da Lei nº 11.959, de
a 2009.
r
ê Como produtor, poderá exercer atividades, sendo:
n
c Proprietário: aquele que é dono e detém
i os pode- res de usar, gozar, dispor e
a reaver, conforme pre- visto na legislação
cível;
e Possuidor: nessa atividade, o produtor não detém
x os poderes que o proprietário possui;
i Assentado: aquele que é beneficiário da reforma
g agrária;
i Parceiro outorgado: possui contrato
d com o pro- prietário, para partilhar
a lucros e prejuízos;
Meeiro: possui contrato com o
e proprietário, parti- lhando rendimentos
m e custos;
Usufrutuário: é aquele que não possui
m a proprie- dade, mas tem direito de usar,
e gozar e perceber os frutos como se dono
s fosse;
e Comodatário e Arrendatário: um explora a terra
s por empréstimo gratuito (comodatário)
e o outro explora, pagando um aluguel
d (arrendatário).
e
Ainda, o cônjuge ou companheiro,
e bem como filho maior de 16 (dezesseis)
f anos de idade ou a este equiparado, do
e segurado produtor e pescador artesanal que,
t comprovadamente, tenham participa- ção
i ativa nas atividades rurais do grupo familiar
Portanto, para ser segurado especial:
Atividade artesanal desenvolvida com matéria-
-prima produzida pelo respectivo grupo familiar,
Produtor: para fins de seguridade especial, o
pro- dutor deverá explorar atividade agropecuária podendo ser utilizada matéria-prima de outra ori-
em área de até 4 módulos fiscais (a extensão é gem, desde que, nesse caso, a renda mensal
variável conforme a região do país, você só obtida na atividade não exceda ao menor
precisa saber dos 4 módulos), não possuir benefício de prestação continuada da Previdência
empregados perma- nentes, realizar as atividades Social;
só ou em regime de economia familiar; Atividade artística, desde que em valor mensal
Pescador ou assemelhado: pesca sem embarca- inferior ao menor benefício de prestação conti-
ção ou embarcação pequeno porte nuada da Previdência Social;
Participação do segurado especial em sociedade
Mesmo não podendo contar com empregados
empresária ou em sociedade simples, ou a sua
per- manentes, o grupo familiar pode se utilizar de
empre- gados temporários ou de trabalhadores atua- ção como empresário individual ou como
eventuais, em épocas de safra ou defeso por titular de empresa individual de responsabilidade
limita- da de objeto ou âmbito agrícola,
Art. 11 (Lei nº 8.213, de 1991) [...] agroindustrial ou agroturístico, considerada
§ 7º [...] no máximo 120 (cento e vinte) pessoas microempresa nos ter- mos do disposto na Lei
por dia no ano civil, em períodos corridos ou Complementar nº 123, de 2006, desde que,
interca- lados ou, ainda, por tempo equivalente
mantido o exercício da sua ativi- dade rural na
em horas de trabalho, não sendo computado nesse
prazo o período de afastamento em decorrência forma prevista no inciso VII do caput e no § 5º, a
da percep- ção de auxílio-doença. pessoa jurídica seja composta apenas por
segurados especiais e sediada no mesmo Muni-
O segurado especial sobrevive da pesca ou ativida- cípio ou em Município limítrofe àquele em que,
de agropecuária. A regra é: se este possuir outra ao menos, um deles desenvolva as suas
fonte de renda ou outra atividade, estará excluído da atividades.
condi- ção de segurado especial.
Porém, o legislador determinou um rol taxativo
Nos casos em que o segurado especial exercer
de atividades e fontes de renda que são permitidas ao
outra atividade ou ter outra fonte de renda, salvo
segu- rado especial, de acordo com o § 8º, do art. 11.
Vejamos: situações previstas na legislação, e, portanto, ficar
excluído da categoria, devem ser observados os
Outorga de imóvel rural: por meio de contrato seguintes prazos, de acordo com o § 23, do art. 9º,
escri- to de parceria, meação ou comodato de até do Decreto nº 3.048, de 1999:
50% do imóvel de até 4 módulos fiscais, que
outorgante e outorgado continuem a exercer a
atividade rural; Deixa de satisfazer as condições de segura- do especia
Turismo, podendo, inclusive, ser de hospedagem,
na propriedade rural, por um período não supe-
rior a 120 dias ao ano;
Participação em plano de previdência complemen-
tar que seja instituído por entidade classista que Exceder percentual de outorga imóvel
seja associado e em regime familiar;
Participar de programa assistencial oficial do
Primeiro dia do
Governo como beneficiário ou fazer parte de
mês
grupo familiar em que algum membro seja Se enquadrar em outra categoria de segurado obrigatório RGPS o
beneficiário;
Beneficiamento ou industrialização artesanal uti-
lizado pelo grupo familiar na exploração da EXCLUSÃO
ativi- DA CATEGORIA DE SEGURADO ESPECIAL
dade (aquele realizado diretamente pelo produtor
rural, como pessoa física que não esteja sujeito
ao IPI — Imposto sobre Produtos
Sociedade empresária, salvo na forma d
Industrializados);
Associar-se em cooperativa agropecuária ou de
crédito rural;
Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou Exceder limite de contratação, ativi- dade remunerada e hospe
auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor Primeiro dia do mês subsequente
benefício da Previdência Social;
Benefício concedido ao segurado qualificado como
CONHECIMENTOS
Primeira Classe:
Cônjuge;
Companheira (o);
Filho não emancipado, de qualquer condição,
menor de vinte e um anos de idade ou
inválido ou que tenha deficiência intelectual,
mental ou grave;
aos filhos: tutelado ou enteado, comprovando
dependência econômica.
Segunda Classe:
Os pais.
Terceira Classe
CONCEITO PREVIDENCIÁRIO
269
to residencial, sem fins lucrativos. Resposta: Certo.
Empresa: é considerada empresa a firma indivi-
dual ou sociedade que assume o risco de
atividade econômica urbana ou rural, com fins
lucrativos ou não, bem como os órgãos e
entidades da admi- nistração pública direta,
indireta e fundacional. Exemplos: bancos,
empresas de transporte urba- no, lojas etc.;
Empregador doméstico: é a pessoa ou família
que admite a seu serviço, sem finalidade lucrati-
va, empregado doméstico. Exemplo: João admi-
te Maria para trabalhar em sua residência como
babá de seu filho Miguel. Neste caso, João é
empre- gador doméstico.
Art. 15 [...]
Parágrafo único. Equiparam-se a empresa, para os
efeitos desta Lei, o contribuinte individual e a pes-
soa física na condição de proprietário ou dono de
obra de construção civil, em relação a segurado
que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a
associação ou a entidade de qualquer natureza ou
finalidade, a missão diplomática e a repartição con-
sular de carreira estrangeiras.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CEBRASPE-CESPE — 2010) Para fins previdenciários,
a principal diferença entre empresa e empregador
doméstico é que a primeira se caracteriza por exer-
cer atividade exclusivamente com fins lucrativos, e o
segundo, não.
F
Contribuições dos Segurados
e
d
As contribuições dos segurados, via de
e
regra, devem observar dois limites: piso
-
máximo e piso mínimo.
r O piso máximo é definido pelo chamado teto pre-
videnciário, que limita não só a
a
contribuição para o sistema, por parte dos
l
segurados, como também os valores que
,
lhe serão pagos a título de benefício previ-
denciário, escapando dessa regra apenas o
a
acréscimo de 25% na aposentadoria por
t
incapacidade perma- nente e o salário-
e
maternidade.
n
d Já o piso mínimo será, em regra, de 1 salário
e míni-
n mo, a não ser nas categorias específicas de
d empre- gados domésticos e avulsos, para
o os quais deve ser
observado o piso normativo e para o menor e)
É obrigação do empregador descontar do traba- o
aprendiz, que também tem remuneração mínima
lhador e depois fazer o pagamento, juntamente br
fixada por legislação específica.
com sua cota previdenciária patronal, de modo que as
O empregado, empregado doméstico e
mili- ta a favor do segurado a presunção de ile
trabalhador avulso contribuem mediante a aplicação
recolhimento. Ou seja, para prova de tempo de ir
de uma alí- quota sobre seu salário de contribuição.
contribuição, basta o registro em CTPS, já que a o
Conforme dispõe o art. 28 da Emenda Constitucio-
obrigação é do empregador quanto ao pagamento da ci
nal nº 103, de 2019:
contribuição. vil
Assim, o empregado, por exemplo, que tiver qu
Art. 28 Até que lei altere as alíquotas da contribui-
com- provação de que trabalhou com vínculo e
ção de que trata a Lei nº 8.212, de 24 de julho de
empregatício registrado em sua Carteira tr
1991, devidas pelo segurado empregado, inclusive o
Profissional, não pode ser prejudicado em relação ao ab
doméstico, e pelo trabalhador avulso, estas serão
de: I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros sistema de previdência, nas situações em que o al
e cinco décimos por cento); empregador não fizer o reco- lhimento da ha
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 contribuição. no
(dois mil reais), 9% (nove por cento); É o que determina o § 5º, do art. 33, da Lei nº ex
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até 8.212, te
R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e ri
de 1991, no sentido de que:
IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até or
o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze Art. 33 [...] pa
por cento). § 5º O desconto de contribuição e de consignação ra
§ 1º As alíquotas previstas no caput serão aplica- legalmente autorizadas sempre se presume feito or
das de forma progressiva sobre o salário de oportuna e regularmente pela empresa a isso ga
contri- buição do segurado, incidindo cada obri- gada, não lhe sendo lícito alegar omissão ni
alíquota sobre a faixa de valores compreendida para se eximir do recolhimento, ficando s
nos respectivos limites. diretamente res- ponsável pela importância que m
§ 2º Os valores previstos no caput serão reajus- deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o
tados, a partir da data de entrada em vigor desta o disposto nesta Lei. of
Emenda Constitucional, na mesma data e com o ici
mesmo índice em que se der o reajuste dos benefí- Esse é, inclusive, o entendimento consolidado pela al
cios do Regime Geral de Previdência Social, Súmula 75 da Turma Nacional de Uniformização de in
ressal- vados aqueles vinculados ao salário- Jurisprudência (TNU), que entende que a Carteira de te
mínimo, aos quais se aplica a legislação Trabalho, quando não contenha vício que rn
específica. comprome- ta sua fidedignidade tem presunção ac
io
relativa de veraci- dade em relação ao vínculo de
Para o ano de 2022, a tabela progressiva de n
trabalho anotado.
contri- buições a ser utilizada para essas categorias al
de segu- rados (Portaria MTP-ME 12, de 2022): do
Da Contribuição dos Segurados Contribuinte qu
Individual e Facultativo al
SALÁRIO DE o
ALÍQUOTA
CONTRIBUIÇÃO Br
Para melhor compreensão, faz-se necessário
Até R$1.212,00 7,5% refor- çar alguns conceitos já estudados: as
il
De R$1.212,01 a Contribuinte Individual é
9%
R$2.2427,35 m
Nos termos do inciso V, do art. 11, da Lei nº. e
De R$2.427,36 a 8.213, de 1991, são contribuintes individuais: m
12%
R$3.641,03 br
Art. 11 são segurados obrigatórios da Previdên- o
cia Social as seguintes pessoas físicas: ef
De R$ 3.641,04 até
14% [...] eti
R$7.087,22 V - como contribuinte individual: vo
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora ,
atividade agropecuária, a qualquer título, em cará- ai
Essa tabela é progressiva, de modo que serão ter permanente ou temporário, em área superior n
utili- zadas as faixas contributivas, observando-se, a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área da
sempre, a diferença sobre o que já foi pago. igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou qu
Exemplo: Para um salário de contribuição de R$ atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou e
1.500,00 (um mil e quinhentos reais): por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóte- lá
ses dos §§ 9º e 10 deste artigo; do
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora m
FAIXA 1 — ATÉ
7,5% (aplica integral) R$90,90 atividade de extração mineral - garimpo, em cará- ici
R$1.212,00 ter permanente ou temporário, diretamente ou por li
9% (aplicando parcial), intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de ad
FAIXA 2 — DE empregados, utilizados a qualquer título, ainda que o
sobre a diferença de R$25,92
R$1.100,01 A de forma não contínua; e
R$1.500 - R$1.212,00
R$2.203,48 c) o ministro de confissão religiosa e o membro de co
= R$288,00) instituto de vida consagrada, de congregação ou de nt
CONTRIBUIÇÃO R$116,82 ordem religiosa; ra
d) (Revogado) -
tado, salvo quando coberto por regime próprio de
previdência social;
CONHECIMENTOS
271
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o Art. 7º [...]
diretor não empregado e o membro de conselho XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
de administração de sociedade anônima, o sócio insalubre aos menores de dezoito e de qualquer
soli- dário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o trabalho a menores de quatorze anos, salvo na
sócio cotista que recebam remuneração condição de aprendiz;
decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou
rural, e o asso- ciado eleito para cargo de direção Dica
em cooperativa, associação ou entidade de
qualquer natureza ou finalidade, bem como o O Menor aprendiz é segurado obrigatório.
síndico ou administrador eleito para exercer
atividade de direção condomi- nial, desde que Contudo, sobreveio a Emenda Constitucional nº.
recebam remuneração; 20, de 1998, que editou a redação do inciso XXXIII,
g) quem presta serviço de natureza urbana ou do art. 7º, da CF, a qual passou a vedar o trabalho
rural, em caráter eventual, a uma ou mais empre- exerci- do por menores de 16 anos:
sas, sem relação de emprego;
h) a pessoa física que exerce, por conta própria,
Art. 7º [...]
atividade econômica de natureza urbana, com
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou
fins lucrativos ou não;
insalubre a menores de de-zoito e de qualquer tra-
balho a menores de dezesseis anos, salvo na con-
Segurado Facultativo dição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
Diferentemente do contribuinte individual, o Como a edição do Decreto nº. 3.048, de 1999, ocor-
segurado facultativo não é um segurado obrigatório reu após a edição da Emenda Constitucional nº. 20,
da previdência social. O segurado facultativo vincu- que é de 15 de dezembro de 1998, o referido decre-
la-se ao sistema por ato de vontade própria, sendo to já veio adequado à redação constitucional vigente.
certo que não é obrigado a iniciar suas contribuições Assim, atente-se ao enunciado da questão e
nem mesmo a permanecer contribuindo. Mas, caso responda-
opte por filiar-se à previdência social, este terá que -o de acordo com a legislação.
recolher. A regra do contribuinte individual e do segurado
Antes de adentrar à forma de contribuição dos facultativo é a mesma e está disciplinada no art. 25
alu- didos segurados, é necessário esclarecer qual o da Lei nº. 8.212, de 1991. Ambos recolhem, via de
fato gerador da contribuição, isto é, o evento de regra, pela alíquota de 20% aplicada sobre o salário
natureza tributária que origina a cobrança de um de con- tribuição, que, neste caso, será o valor por
imposto por parte do fisco. ele esco- lhido, observados os limites mínimos (salário
mínimo, que no ano de 2022 perfaz o montante de R$
CONTRIBUINTE SEGURADO 1.212,00) e máximo (teto previdenciário, que no ano
INDIVIDUAL de 2022 perfaz o montante de R$ 7.087,22).
FACULTATIVO
Pelo recebimento de re- Ocorre com a filiação ao Ex.: João, profissional autônomo, contribui para a
muneração em uma ou Regime Geral de Previ- previdência social sob o valor de R$ 4.000,00. Neste
mais empresas ou pelo dência Social, mediante caso, João contribuíra com 20% deste valor, ou seja,
exercício de atividade por contribuição, desde que com R$ 800,00.
conta própria, maior de 14 anos, ou
seja, 15 anos, e que não Contudo, o contribuinte individual e o facultativo
esteja incluso no rol de poderão optar pelo Plano Simplificado de
segurados obrigatórios, Previdência Social, que traz alíquotas reduzidas,
tampouco seja pessoa
recolhidas sobre o salário mínimo.
participante de regime
próprio de previdência
PLANO SIMPLIFICADO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
social.
Especial atenção à idade para filiação como segu- O Plano Simplificado de Previdência foi
instituído pela Lei Complementar 123/2006 e pela Lei
rado facultativo, uma vez que o Decreto nº. 3.048,
12.470/2011, regulamentando o § 12 da Constituição
de 1999, dispõe de maneira diversa.
Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional
103/19, que prevê que a lei instituirá sistema especial
Art. 11 É segurado facultativo o maior de dezes-
de inclusão previdenciária, com alíquotas
seis anos de idade que se filiar ao Regime Geral
de Previdência Social, mediante contribuição, na
diferenciadas, para aten- der aos trabalhadores de
forma do art. 199, desde que não esteja exercendo baixa renda, inclusive os que se encontram em
atividade remunerada que o enquadre como segu- situação de informalidade, e àqueles sem renda
rado obrigatório da previdência social. própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que
Isso ocorre porque a redação original da pertencentes a famílias de baixa renda.
Constitui- ção Federal de 1988 vedada O propósito é permitir e incentivar a vinculação
272 expressamente o trabalho ao menor de 14 anos. ao sistema de Previdência Social dos trabalhadores
Como as Leis nº. 8.212 e 8.213 são de 1991, à informais de baixa renda e daqueles que se dedicam
época, elas foram redigidas em confor- midade com ao trabalho doméstico e que não têm renda própria,
a redação que estava vigente na CF de 1988. Veja: por meio da adoção de alíquotas diferenciadas.
A
s
s
i
m
,
e
s
s
e
p
l
a
n
o
,
q
u
e
é
o
p
t
a
t
i
v
o
,
p
r
e
v
ê
a
s
s
e
g
u
i
n
-
tes
alíq
uota
s
cont
ribu
tiva
s:
11% no caso de contribuinte individual que trabalhe por conta própria sem relação de trabalho com empresa
ou equiparado e segurado facultativo;
5%: microempreendedor individual (faturamento até 81 mil por ano);
segurado facultativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito da
sua residência, desde que pertencente à família de baixa renda – inscrita no Cadastro Único para Programas
Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e renda mensal familiar de até 2 salários mínimos.
Essas alíquotas incidem sempre sobre 1 salário mínimo e geram benefícios também no valor de 1 salário
mínimo.
O segurado que opta pelo plano simplificado de Previdência não faz jus à aposentadoria por tempo de
contri- buição, bem como à contagem recíproca de tempo de contribuição, a não ser que complemente as
contribuições com incidência de juros moratórios.
A complementação pode ser feita a qualquer momento e se dá na alíquota calculada pela diferença entre o
pago e o que falta para chegar a 20%. Exemplos:
Em resumo:
CONTRIBUINTE 11% por retenção, quando presta serviços a empresas (obrigação da empresa recolher)
INDIVIDUAL Desconto de 45%, quando há contribuição patronal sem retenção dos 11%
Opção pelo plano simplificado de previdência
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (FCC – 2012) No caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição,
o segurado facultativo pertencente à família de baixa renda que não possuir renda própria e que se dedique exclusi-
vamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência terá alíquota de contribuição incidente sobre o limite
mínimo mensal do salário de contribuição de:
a) 11%
b) 5%
c) 8%
d) 20%
A contribuição daquele facultativo sem renda própria, pertencente à família de baixa renda, que se dedica exclusi-
vamente ao trabalho doméstico, é de 5% do salário mínimo, desde que ele esteja inscrito no CadÚnico.
Resposta: Letra B.
Segurado Especial
É o segurado que possui tratamento diferenciado de acordo com a regra constitucional, recolhendo um per-
centual sobre a comercialização da sua produção. A Lei n°. 13.606, de 2018, reduziu o percentual
anteriormente estabelecido (contribuição básica 2% + 0,1% para custeio dos benefícios por acidente do
trabalho) para 1,2 % sobre a comercialização da produção, acrescidos de 0,1 % para custeio das prestações
decorrentes de acidente do trabalho, totalizando uma contribuição de 1,3% sobre a produção.
O sujeito passivo será o adquirente, pessoa jurídica, que deve descontar do segurado e recolher até o dia 20
do mês seguinte, assim como a pessoa física não produtor rural, que adquire a produção para vender no varejo a
consumidor pessoa física (são casos de sub-rogação).
O próprio segurado especial é o sujeito passivo da obrigação tributária quando comercializa direto no varejo
a consumidor pessoa física, a outro segurado especial ou a produtor rural pessoa física.
CONHECIMENTOS
O exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso (não superior a 120 dias no
ano civil) de mandato de vereador do município onde desenvolve a atividade rural ou de dirigente de
cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais não provoca a perda da qualidade de
segurado especial (incisos III e V, § 1º, do art. 12, da Lei nº 8.212, de 1991). Nesse caso, embora mantendo a
qualidade de segurado especial, fica obrigado a recolher as contribuições como empregado.
O segurado especial pode, ainda, optar por recolher facultativamente, situação que não o desobriga de sua
contribuição sobre a comercialização da sua produção. Isso com a finalidade de aposentar por tempo de contri-
buição, levar tempo para outro regime (contagem recíproca) e ter benefícios calculados pela média (a regra é 1
salário mínimo quando não complementa facultativamente).
Acerca do segurado, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU) firmou, por meio da Súmula
nº 5, um entendimento importante:
273
Súmula 05
A prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devida-
mente comprovada, pode ser reconhecida para fins previdenciários.
Antes de discutir acerca das contribuições, faz-se necessário esclarecer o que se entende por empresa.
EMPRESA
Firma Individual ou Sociedade Órgãos ou Entidades da Administração POR EQUIPARAÇÃO
Direta, Indireta e Fundacional
Contribuinte Individual — em relação
ao segurado que presta serviço a
ele);
Pessoa Física na Condição de Pro-
prietário ou Dono de Obra de Constru-
ção Civil — em relação ao segurado
que presta serviço a ele;
Cooperativa;
O inciso I, do art. 195, da Constituição Federal, dispõe que as empresas contribuem sobre a folha salarial, inclu-
sive de quem lhe presta serviços sem vínculo empregatício, receita ou faturamento e lucro.
As contribuições sobre a folha salarial são aquelas destinadas especificamente ao custeio dos benefícios
previ- denciários. Veja, agora, as contribuições a cargo das empresas.
Contribuição das Empresas sobre a Remuneração dos Empregados e dos Trabalhadores Avulsos
i
n
c
i
d
e
n
o
p
e
r
c
e
n
t
u
a
l
d
e
2
0
%
s
o
b
r
e
f
o
l
h
a
s
a
l
a
r
I - a empresa é obrigada a: 2,5%. ART. 22, §1º, DA LEI 8.212/91.
1.
a) arrecadar as contribuições dos segurados CONSTITUCIONALIDADE.
A
empregados e trabalhadores avulsos a seu
ju
serviço, descontando-as da respectiva
ris
remuneração;
pr
ud
DECRETO Nº. 3.048, DE 06 DE MAIO DE 1999
ên
ci
Art. 216 A arrecadação e o recolhimento das a
contribuições e de outras importâncias devidas à do
seguridade social, observado o que a respeito dis- ST
puserem o Instituto Nacional do Seguro Social e a
F
Secretaria da Receita Federal, obedecem às seguin-
é
tes normas gerais:
fir
I - a empresa é obrigada a:
m
a) arrecadar a contribuição do segurado empre-
e
gado, do trabalhador avulso e do contribuinte
no
individual a seu serviço, descontando-a da respec-
se
tiva remuneração;
nt
b) recolher o produto arrecadado na forma da alí-
nea “a” e as contribuições a seu cargo incidentes id
sobre as remunerações pagas, devidas ou credi- o
tadas, a qualquer título, inclusive adiantamentos de
decorrentes de reajuste salarial, acordo ou qu
conven- ção coletiva, aos segurados empregado, e
contribuin- te individual e trabalhador avulso a a
seu serviço, e sobre o valor bruto da nota fiscal ou lei
fatura de servi- ço, relativo a serviços que lhe co
tenham sido prestados por cooperados, por m
intermédio de cooperativas de trabalho, até o dia pl
vinte do mês seguinte àquele a que se referirem e
as remunerações, bem como as importâncias m
retidas na forma do art. 219, até o dia vinte do en
mês seguinte àquele da emissão da nota fiscal ou ta
fatura, antecipando-se o venci- mento para o r
dia útil imediatamente anterior quando não pa
houver expediente bancário no dia vinte; ra
in
sti
Contribuição Adicional de 2,5 % das Instituições
tu
Financeiras
iç
ão
Além da contribuição em estudo, o § 1º, do art. de
22, da Lei nº. 8.212, de 1991, prevê uma co
contribuição adicional: nt
ri
Art. 201 [...] bu
§ 1º No caso de bancos comerciais, bancos de iç
investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas ão
econômicas, sociedades de crédito, financiamento so
e investimento, sociedades de crédito imobiliário, ci
sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e al
valores mobiliários, empresas de arrendamento é
mercantil, cooperativas de crédito, empresas de ex
seguros privados e de capitalização, agentes autô-
ig
nomos de seguros privados e de crédito e
id
entidades de previdência privada abertas e
a
fechadas, além das contribuições referidas neste
pa
artigo e no art. 23, é devida a contribuição
ra
adicional de dois
aq
vírgula cinco por cento sobre a base de cálculo
ue
definida nos incisos I e III deste artigo.
le
s
O aludido artigo teve sua constitucionalidade tri
questionada no Supremo Tribunal Federal, que deci- bu
diu da seguinte forma: to
s
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO n
GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO PREVI- ão
DENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. de
FOLHA DE SALÁRIO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS sc
E ASSEMELHADAS. DIFERENCIAÇÃO DE rit
ALÍQUO- TAS. CONTRIBUIÇÃO ADICIONAL DE
os
no altiplano constitucional, conforme disposto no
§ 4º do artigo 195 da Constituição da República. A
contribuição incidente sobre a folha de salários esteve
expressamente prevista no texto constitucio- nal no art.
195, I, desde a redação original. O artigo 22, § 1º, da Lei
8.212/91 não prevê nova contribui- ção ou fonte de
custeio, mas mera diferenciação de alíquotas, sendo,
portanto, formalmente constitu- cional. 2. Quanto à
constitucionalidade material, a redação do art. 22, § 1º,
da Lei 8.212 antecipa a densificação constitucional do
princípio da igual- dade que, no Direito Tributário, é
consubstanciado nos subprincípios da capacidade
contributiva, apli- cável a todos os tributos, e da
equidade no custeio da seguridade social. Esses
princípios destinam-se preponderantemente ao
legislador, pois nos termos do art. 5º, caput, da CRFB,
apenas a lei pode criar distinções entre os cidadãos.
Assim, a escolha legis- lativa em onerar as instituições
financeiras e enti- dades equiparáveis com a alíquota
diferenciada, para fins de custeio da seguridade social,
revela-se compatível com a Constituição. 3. Fixação da
tese jurídica ao Tema 204 da sistemática da repercus-
são geral: “É constitucional a previsão legal de
diferenciação de alíquotas em relação às con- tribuições
previdenciárias incidentes sobre a folha de salários de
instituições financeiras ou de entidades a elas
legalmente equiparáveis, após a edição da EC 20/98.” 4.
Recurso extraordi- nário a que se nega provimento.
(RE 598572, Rela- tor(a): EDSON FACHIN, Tribunal
Pleno, julgado em 30/03/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO
REPERCUS- SÃO GERAL - MÉRITO DJe-166 DIVULG 08-
08-2016 PUBLIC 09-08-2016 RTJ VOL-00238-01 PP-
00258, GRIFO NOSSO)
Dica
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE
576.967 considerou inconstitucional a inci- dência de
cota previdenciária patronal sobre o salário-
maternidade,
275
Esse seguro (SAT) será reduzido ou majorado pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP), calculado todos
os anos com base no desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica (multiplicador
variável). O Fator Previdenciário de Prevenção possui previsão no artigo 10 da Lei nº. 10.666, de 2003, e
consiste em um multiplicador que varia de 0,5000 a 2,000, ou seja, que pode bonificar ou aumentar o seguro de
acidentes do trabalho, com base na acidentalidade real da empresa, levando em conta índices de custo,
frequência e gravidade
dos eventos.
O vencimento da contribuição segue a regra da alínea “b”, do inciso I, do art. 30 da Lei nº. 8.212, de 1991, e “b”,
do inciso I, do art. 216, do Decreto nº. 3.048, de 1999, já estudado anteriormente.
Este adicional é aplicado sobre o total da remuneração paga ou creditada exclusivamente aos segurados
sujei- tos a condições especiais que prejudiquem a saúde ou integridade do segurado e destina-se ao custeio da
aposen- tadoria dos segurados que não satisfaçam os requisitos necessários à aposentadoria por idade do
trabalhador rural (§ 6º, do art. 56, do Decreto nº. 3.048, de 1999). Porém, atendam aos requisitos da aposentadoria
programada (art. 51 do Decreto nº. 3.048, de 1999):
Art. 51 A aposentadoria programada, uma vez cumprido o período de carência exigido, será devida ao segurado que
cumprir, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - sessenta e dois anos de idade, se mulher, e sessenta e cinco anos de idade, se homem; e
II - quinze anos de tempo de contribuição, se mulher, e vinte anos de tempo de contribuição, se homem.
Anteriormente foi abordado acerca da contribuição do contribuinte individual que labora por conta própria.
Há, ainda, a contribuição a cargo do empregador, empresa ou entidade equiparada, incidente sob a
remuneração paga, a qualquer título, como forma de contraprestação, a contribuinte individual que lhe prestou
serviços.
Para auxiliar na compreensão:
Decorre da obrigação de pagar ou cre- É a União, que possui por lei o direito É o empregador, empresa ou
ditar a remuneração aos contribuintes de cobrar a contribuição. entidade equiparada que realizou o
individuais, que prestaram serviços à fato gera- dor do tributo.
empresa.
276
A 1. Veja:
a Art. 22 [...]
l III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos
u segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços;
d
i Merece destaque o § 2º, do art. 201, do Decreto nº. 3.048, de 1999:
d
a Art. 201 A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de:
c [...]
o II - vinte por cento sobre o total das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas no decorrer do mês ao
n segurado contribuinte individual;
t [...]
r § 2º Para fins do disposto no inciso II do caput, integra a remuneração a bolsa de estudos paga ou creditada
i ao médico-residente participante do programa de residência médica de que trata o art. 4º da Lei nº 6.932,
b de 1981.
u
i O vencimento segue a mesma regra da Contribuição das Empresas sobre a Remuneração dos Empregados e
ç dos Trabalhadores Avulsos, estudada no tópico anterior.
ã
o
Dica
e A cooperativa de trabalho não está sujeita a esta contribuição, em relação às importâncias por ela pagas,
s
distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados, como forma de contraprestação pelos serviços pres-
t
á tados por estes a ela, direta ou indiretamente, conforme o § 19, art. 201, do Decreto nº. 3.048, de 1999.
p
r
e
v
i
s
t
a
n
o
I
n
c
i
s
o
I
I
I
,
a
r
t
.
2
2
,
d
a
L
e
i
n
°
8
.
2
1
2
,
d
e
1
9
9
A contribuição adicional prevista no § 1º, art. 22, da Lei nº. 8.212, de 1991, de 2,5%, já estudada anteriormente,
também se aplica no caso da Contribuição das Empresas sobre a Remuneração dos Contribuintes Individuais
Há, ainda, a previsão legal da chamada contribuição substitutiva, para as associações desportivas que
mantêm equipe de futebol profissional. A Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) é substituída por
contribuição cor- respondente a 5% da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem
em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer
forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de
espetáculos esportivos, conforme o art. 249 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 2009.
Para auxiliar na compreensão:
Realizado o fato gerador, que ocorre quando a associação desportiva recebe recursos de empresas ou entida-
des, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão
de espetáculos, esta ficará obrigada a recolher 5% da receita bruta do evento.
A responsabilidade de efetuar o desconto de 5% da receita bruta e o respectivo recolhimento ao INSS, quando
se tratar da entidade promotora do evento, deverá ocorrer no prazo de até 2 dias úteis da realização do evento.
Nos demais casos, o recolhimento ocorrerá até dia 20 do mês seguinte, conforme dispõe o § 3º, art. 205, do
Decreto nº. 3.048, de 1999.
As contribuições do empregador doméstico estão regulamentadas pela LC 150, de 2015, que instituiu o simples
doméstico, englobando também verbas de natureza trabalhista.
Para fins previdenciários, conforme dispõe a Lei n° 13.202, de 2015, a cota patronal do empregador doméstico
é de 8%, acrescida de 0,8%, para financiamento do seguro de acidentes do trabalho.
Presentes os elementos da relação de emprego doméstico, o empregador doméstico não poderá contratar
microempreendedor individual (MEI).
Os clubes de futebol, a agroindústria e os produtores rurais pessoa jurídica e física contribuem de forma
diferenciada, em substituição à contribuição patronal previdenciária (sobre folhas de salário), tendo as
seguintes alíquotas diferenciadas.
Estudamos a contribuição do Produtor Rural Pessoa Física junto com o Segurado Especial por entender ser
mais fácil a memorização e compreensão.
Abordaremos a base de cálculo e alíquota aplicada.
5% da receita bruta decorrente dos espetáculos des- Incluído na contribuição destinada Até 2 dias úteis após evento esportivo
portivos de que participe e de qualquer forma de pa- a previdência Dia 20 do mês seguinte à competência
trocínio, publicidade e propaganda
1,7% sobre a receita bruta proveniente da 0,1% sobre o valor da Dia 20 do mês seguinte à competência, operação
CONHECIMENTOS
AGROINDÚSTRIA
e) as importâncias:
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Dispo-
sições Constitucionais Transitórias
279
diárias que
Sistemática adotada anteriormente à Constituição
Federal de 1988, quando o FGTS era optativo.
Contrato de trabalho/safra.
Importante!
Nova redação do art. 457, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela reforma trabalhista (Lei n° 13.467, de 2017): As imp
Dica
Pelo entendimento do Superior Tribunal de Jus- tiça,
não incide contribuição nas férias indeni- zadas,
inclusive o valor correspondente a dobra das férias e
aviso prévio indenizado (RESP 1.230.957/RS).
Proporcionalidade e Reajustamento
281
Em casos de sonegação Calcular o montante das
EXERCÍCIOS ou recusa de documenta- contribuições
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
N
Pagar a
c
i
Principais o
Arrecadação e Recolhimento de contribuição de vida
n
a
l
OBRIGAÇÕES d
o
283
§ 8º O disposto neste artigo aplica-se, no que cou- § 15 A exigência prevista no inciso II do caput
ber, aos demais contribuintes e ao adquirente, con- não desobriga a empresa do cumprimento das
signatário ou cooperativa, sub-rogados na forma demais normas legais e regulamentares
deste Regulamento. referentes à escri- turação contábil.
§ 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I § 16 São desobrigadas de apresentação de
do caput, elaborada mensalmente, de forma cole- escrituração contábil:
tiva por estabelecimento da empresa, por obra de I - o pequeno comerciante, nas condições esta-
construção civil e por tomador de serviços, com a belecidas pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de março de
correspondente totalização, deverá: 1969, e seu Regulamento;
I - discriminar o nome dos segurados, indicando II - a pessoa jurídica tributada com base no
cargo, função ou serviço prestado; lucro presumido, de acordo com a legislação tri-
II - agrupar os segurados por categoria, assim butária federal, desde que mantenha a escrituração
entendido: segurado empregado, trabalhador avul- do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário; e
so, contribuinte individual; III - a pessoa jurídica que optar pela inscrição
III - destacar o nome das seguradas em gozo de no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
salário-maternidade; Contribuições das Microempresas e Empresas de
IV - destacar as parcelas integrantes e não inte- Pequeno Porte, desde que mantenha escrituração
grantes da remuneração e os descontos legais; e do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.
V - indicar o número de quotas de salário-família § 17 A empresa, agência ou sucursal estabeleci-
atribuídas a cada segurado empregado ou traba- da no exterior deverá apresentar os documentos
lhador avulso. comprobatórios do cumprimento das obrigações
§ 10 No que se refere ao trabalhador portuário referidas neste artigo à sua congênere no Brasil,
avulso, o órgão gestor de mão-de-obra elaborará a observada a solidariedade de que trata o art. 222.
folha de pagamento por navio, mantendo-a dispo- § 18 Para o cumprimento do disposto no inciso V
nível para uso da fiscalização do Instituto Nacional
do caput serão observadas as seguintes situações:
do Seguro Social, indicando o operador portuário
I - caso a empresa possua mais de um estabeleci-
e os trabalhadores que participaram da operação,
mento localizado em base geográfica diversa, a
detalhando, com relação aos últimos:
cópia da Guia da Previdência Social será encami-
I - os correspondentes números de registro ou
nhada ao sindicato representativo da categoria
cadastro no órgão gestor de mão-de-obra;
profissional mais numerosa entre os empregados
II - o cargo, função ou serviço prestado;
de cada estabelecimento;
III - os turnos em que trabalharam; e
II - a empresa que recolher suas contribuições em
IV - as remunerações pagas, devidas ou
mais de uma Guia da Previdência Social encami-
creditadas a cada um dos trabalhadores e a
nhará cópia de todas as guias;
correspondente totalização.
§ 11 No que se refere ao parágrafo anterior, o órgão III - a remessa poderá ser efetuada por qualquer
gestor de mão-de-obra consolidará as folhas de meio que garanta a reprodução integral do docu-
pagamento relativas às operações concluídas no mento, cabendo à empresa manter, em seus
mês anterior por operador portuário e por tra- arqui- vos, prova do recebimento pelo sindicato; e
balhador portuário avulso, indicando, com rela- IV - cabe à empresa a comprovação, perante a fisca-
ção a estes, os respectivos números de registro lização do Instituto Nacional do Seguro Social, do
ou cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as cumprimento de sua obrigação frente ao
importâncias pagas e os valores das contribuições sindicato.
previdenciárias retidas. § 19 O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quando
§ 12 Para efeito de observância do limite máximo exigido pela fiscalização do Instituto Nacional do
da contribuição do segurado trabalhador avulso, Seguro Social, exibir as listas de escalação diária
de que trata o art. 198, o órgão gestor de mão-de-o- dos trabalhadores portuários avulsos, por opera-
bra manterá resumo mensal e acumulado, por dor portuário e por navio.
tra- balhador portuário avulso, dos valores totais § 20 Caberá exclusivamente ao órgão gestor de
das férias, do décimo terceiro salário e das mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão
contribui- ções previdenciárias retidas. dos dados lançados nas listas diárias referidas no
§ 13 Os lançamentos de que trata o inciso II do pará- grafo anterior.
caput, devidamente escriturados nos livros Diário e § 21 Fica dispensado do cumprimento do disposto
Razão, serão exigidos pela fiscalização após noventa nos incisos V e VI do caput o contribuinte indivi-
dias contados da ocorrência dos fatos geradores das dual, em relação a segurado que lhe presta
contribuições, devendo, obrigatoriamente: serviço. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de
I - atender ao princípio contábil do regime de com- 1999)
petência; e § 22 A empresa que utiliza sistema de processamen-
II - registrar, em contas individualizadas, todos to eletrônico de dados para o registro de negócios
os fatos geradores de contribuições previdenciárias e atividades econômicas, escrituração de livros ou
de forma a identificar, clara e precisamente, as produção de documentos de natureza contábil, fis-
rubri- cas integrantes e não integrantes do salário- cal, trabalhista e previdenciária fica obrigada a
de-con- tribuição, bem como as contribuições arquivar e conservar, devidamente certificados, os
descontadas do segurado, as da empresa e os sistemas e os arquivos, em meio eletrônico ou asse-
totais recolhidos, por estabelecimento da melhado, durante o prazo decadencial de que trata
empresa, por obra de cons- trução civil e por o art. 348, os quais ficarão à disposição da fiscaliza-
tomador de serviços. ção. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de
284 § 14 A empresa deverá manter à disposição da 2020)
fiscalização os códigos ou abreviaturas que iden- § 23 A cooperativa de trabalho e a pessoa jurí-
tifiquem as respectivas rubricas utilizadas na dica são obrigadas a efetuar a inscrição no
elaboração da folha de pagamento, bem como os Instituto Nacional do Seguro Social dos seus
utilizados na escrituração contábil. cooperados e contratados, respectivamente,
c o Decreto nº 4.729, de 2003)
o
m
o
c
o
n
t
r
i
b
u
i
n
t
e
s
i
n
d
i
v
i
d
u
a
i
s
,
s
e
a
i
n
d
a
n
ã
o
i
n
s
c
r
i
t
o
s
.
(
I
n
c
l
u
í
d
o
p
e
l
§ 24 A empresa ou cooperativa adquirente, consu- 2. trinta por cento, após o décimo quinto
3.
midora ou consignatária da produção fica obrigada dia do
qu
a fornecer ao segurado especial cópia do documen- recebimento da notificação;
ar
to fiscal de entrada da mercadoria, onde conste, en
além do registro da operação realizada, o valor da ta
respectiva contribuição previdenciária. (Incluído po
pelo Decreto nº 6.722, de 2008). r
§ 25 A contribuição do empregador de que trata o ce
inciso VIII do caput compreende aquela destinada nt
ao seguro de acidentes do trabalho e ao o,
financiamento da aposentadoria especial, sem ap
prejuízo de outras contribuições incidentes sobre a ós
remuneração do empregado. (Incluído pelo Decreto ap
nº 10.410, de 2020) Art. 226 O Município, por re
intermédio do órgão com- petente, fornecerá ao se
Instituto Nacional do Seguro Social, para fins de nt
fiscalização, mensalmente, rela- ção de todos os aç
alvarás para construção civil e docu- mentos de ão
“habite-se” concedidos, de acordo com critérios de
estabelecidos pelo referido Instituto. re
§ 1º A relação a que se refere o caput será cu
encami- nhada ao INSS até o dia dez do mês r-
seguinte àquele a que se referirem os documentos. so
(Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) de
§ 2º O encaminhamento da relação fora do prazo sd
ou a sua falta e a apresentação com incorreções e
ou omissões sujeitará o dirigente do órgão qu
municipal à penalidade prevista na alínea «f» do e
inciso I do art. 283. a
nt
ec
RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO ed
id
Juros, Multa e Atualização Monetária o
de
de
O descumprimento das obrigações principais, no
fe
prazo fixado pela lei, gera encargos como em qual-
sa
quer outro tributo. Assim, deve-se observar o art. ,
239, do Decreto n° 3.049, de 1999: se
n
Art. 239 As contribuições sociais e outras impor- do
tâncias arrecadadas pela Secretaria Especial da a
Receita Federal do Brasil do Ministério da Eco- m
nomia, incluídas ou não em notificação fiscal de bo
lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de s
parcelamento, ficam sujeitas a: (Redação dada pelo te
Decreto nº 10.410, de 2020) m
I - atualização monetária, quando exigida pela pe
legislação de regência; sti
II - juros de mora, de caráter irrelevável, inciden- vo
tes sobre o valor atualizado, equivalentes a: s,
a) um por cento no mês do vencimento; at
b) taxa referencial do Sistema Especial de é
Liquida- ção e de Custódia nos meses qu
intermediários; e in
c) um por cento no mês do pagamento; e ze
III - multa variável, de caráter irrelevável, nos di
seguintes percentuais, para fatos geradores ocorri- as
dos a partir de 28 de novembro de 1999: da
(Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) ci
a) para pagamento após o vencimento de obrigação ên
ci
não incluída em notificação fiscal de lançamento:
a
1. oito por cento, dentro do mês de vencimento da
da
obrigação;
de
2. quatorze por cento, no mês seguinte;
ci
3. vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte
sã
ao do vencimento da obrigação; o
b) para pagamento de obrigação incluída em notifi- do
cação fiscal de lançamento: C
1. vinte e quatro por cento, até quinze dias do on
rece- se
bimento da notificação; lh
o de Recursos da Previdência Social; ou
4. cinquenta por cento, após o décimo quinto dia da
ciência da decisão do Conselho de Recursos da
Previdência Social, enquanto não inscrita em Dívi- da
Ativa; e
c) para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa:
1. sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de
parcelamento;
2. setenta por cento, se houve parcelamento;
3. oitenta por cento, após o ajuizamento da execu- ção
fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido
citado, se o crédito não foi objeto de parcela- mento; ou
4. cem por cento, após o ajuizamento da execução
fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido
citado, se o crédito foi objeto de parcelamento.
§ 2º Nas hipóteses de parcelamento ou de reparce-
lamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento
sobre a multa de mora a que se refere o inciso III.
§ 3º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo
ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no
parágrafo anterior não incidirá sobre a multa
correspondente à parte do pagamento que se efetuar.
§ 4º O valor do pagamento parcial, antecipado, do
saldo devedor de parcelamento ou do reparcela- mento
somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas
na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que
for devida no mês de competência em curso e sobre a
qual incidirá sempre o acrésci- mo a que se refere o §
2º.
§ 5º É facultada a realização de depósito à disposi- ção
da seguridade social, sujeito ao mesmo percen- tual do
item 1 da alínea «b» do inciso III, desde que dentro do
prazo legal para apresentação de defesa.
§ 6º À correção monetária e aos acréscimos legais de
que trata este artigo aplicar-se-á a legislação vigente
em cada competência a que se referirem.
§ 7º Às contribuições de que trata o art. 204, devi- das e
não recolhidas até as datas dos respectivos
vencimentos, aplicam-se multas e juros moratórios na
forma da legislação pertinente.
§ 8º Sobre as contribuições devidas e apuradas com
fundamento no inciso IV do caput do art. 127 e no
§ 1º do art. 348 incidirão juros moratórios de cinco
décimos por cento ao mês, capitalizados anualmen- te,
limitados ao percentual máximo de cinquenta por
cento, e multa de dez por cento. (Redação dada pelo
Decreto nº 10.410, de 2020)
285
§ 8º, do art. 202 do Regulamento da Previdência Esse prazo diz respeito ao fisco, que poderá cons-
Social (RPS), aprovado pelo Decreto 3.048, de 6 de tituir seus créditos, podendo, a partir desse
maio de 1999, a partir da competência 11, de 1996. momen- to, exigir daquele que está em débito. O
contribuinte tem o direito de pleitear a restituição ou
Para o contribuinte individual, veja o que consta compensação no prazo de 5 anos contados da data
no art. 45-A, da Lei nº 8.212, de 1991: do pagamento ou recolhimento indevido, quando
tornar-se definiti- va decisão administrativa ou
Art. 45-A O contribuinte individual que pretenda trânsito em julgado de sentença.
contar como tempo de contribuição, para fins de
obtenção de benefício no Regime Geral de Previ- Benefício Previdenciário — Prazo: 10 anos
dência Social ou de contagem recíproca do tempo
de contribuição, período de atividade remunera- Art. 103 (Lei nº 8.213, de 1991) O prazo de deca-
da alcançada pela decadência deverá indenizar o dência do direito ou da ação do segurado ou
INSS. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de beneficiário para a revisão do ato de concessão,
2008) indeferimento, cancelamento ou cessação de bene-
fício e do ato de deferimento, indeferimento ou
O pedido importa confissão de dívida irretratável. não concessão de revisão de benefício é de 10 (dez)
O parcelamento pode ser feito em no máximo 60 anos, contado:
par- celas e o deferimento constitui dívida ativa. Não I - do dia primeiro do mês subsequente ao do rece-
será concedido parcelamento relativo a: bimento da primeira prestação ou da data em que a
prestação deveria ter sido paga com o valor revis-
Tributos passíveis de retenção na fonte, de descon- to; ou
to de terceiros ou de sub-rogação; II - do dia em que o segurado tomar conhecimento
Crédito tributário ou outra exação de objeto de da decisão de indeferimento, cancelamento ou ces-
ação judicial proposta pelo sujeito passivo com sação do seu pedido de benefício ou da decisão de
depósito do montante discutido; deferimento ou indeferimento de revisão de benefí-
Tributo ou outra exação qualquer, enquanto não cio, no âmbito administrativo. (Incluído pela Lei nº
integralmente pago parcelamento anterior relati- 13.846, de 2019)
vo ao mesmo tributo ou exação, salvo na hipótese Art. 103-A O direito da Previdência Social de anu-
de reparcelamento; lar os atos administrativos de que decorram efei-
Tributos devidos por pessoa jurídica com falência tos favoráveis para os seus beneficiários decai em
ou pessoa física com insolvência civil decretadas dez anos, contados da data em que foram pratica-
dos, salvo comprovada má-fé. (Incluído pela Lei
nº 10.839, de 2004)
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o
prazo decadencial contar-se-á da percepção do pri-
meiro pagamento.
Juridicamente, existem prazos para que as O prazo decadencial dos benefícios previdenciá-
pessoas (no direito previdenciário, denominadas rios é de 10 anos. A contagem desse prazo poderá
contribuin- te e fisco) possam exercer seus direitos ser iniciada em dois momentos:
que, se não forem observados, extinguem o direito
de exigir algo ou o direito em si. Em caso de revisão do ato, o prazo começa a ser
Primeiramente, faz-se necessário diferenciar os contado a partir do primeiro dia do mês
institutos prescrição e decadência. A prescrição seguin- te ao do recebimento da primeira
reflete a perda de uma pretensão, ou seja, aquele que prestação;
possuía um direito não poderá mais reivindicá-lo por Caso o benefício tenha sido indeferido, cance-
meio do poder judiciário. Já a decadência diz lado ou cessado, ou ainda, em casos em que o
respei- to à extinção do direito em si, que se beneficiado queira a revisão do benefício
extingue pelo decurso do tempo. Trata-se da pelos motivos de indeferimento,
extinção do direito do ente arrecadador de apurar e cancelamento, ces- sação, o prazo começará a
constituir, por lança- mento, o seu crédito contar a partir do dia em que o mesmo tomar
previdenciário, em decorrência de não o ter exercido
conhecimento.
no lapso de tempo que a lei lhe assegurou.
Vejamos alguns exemplos de prazos decadenciais
Prescrição — prazos:
na legislação previdenciária:
287
Sujeito ativo: somente pode ser praticado por
SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
pessoa física que possui dever legal de repassar
— ART. 337-A (CÓDIGO PENAL)
as contribuições arrecadas à Previdência. Devido
ao fato de somente poder ser praticado por
determi- nado agente, classifica-se o delito como Art. 337-A Suprimir ou reduzir contribuição social
sendo um crime próprio; previdenciária e qualquer acessório, mediante as
seguintes condutas:
Sujeito passivo: a pessoa atingida pela prática
da
A conduta típica é suprimir ou reduzir
conduta descrita é o Estado, mais
especificamente contribui- ção social e qualquer acessório mediante
a Previdência Social; as seguintes modalidades:
Bem jurídico tutelado: é o próprio patrimônio do
I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de
Estado (da Previdência Social).
documento de informações previsto pela legislação
previdenciária segurados empregado, empresário,
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a
INFORMAÇÕES — ART. 313-A (CÓDIGO PENAL) este equiparado que lhe prestem serviços;
II - deixar de lançar mensalmente nos títulos pró-
Art. 313-A Inserir ou facilitar, o funcionário prios da contabilidade da empresa as quantias
autorizado, a inserção de dados falsos, alterar descontadas dos segurados ou as devidas pelo
ou excluir indevidamente dados corretos nos empregador ou pelo tomador de serviços;
sistemas informatizados ou bancos de dados da III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros
Administra- ção Pública com o fim de obter auferidos, remunerações pagas ou creditadas e
vantagem indevida para si ou para outrem ou demais fatos geradores de contribuições sociais
para causar dano. previdenciárias:
Pena - reclusão de 2 a 12 anos, e multa. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espon-
O crime previsto no art. 313-A possui como con- taneamente, declara e confessa as contribuições,
duta típica o ato de inserir ou facilitar a inserção de importâncias ou valores e presta as informações
devidas à previdência social, na forma definida
dados falsos, bem como o ato de alterar ou excluir
em lei ou regulamento, antes do início da ação
indevidamente dados corretos nos sistemas infor- fiscal.
matizados ou nos bancos de dados da Administra-
ção, obtendo o intuito de se beneficiar ou beneficiar
Assim como o crime de apropriação indébita de
outrem, ou, ainda, de causar dano. contribuição previdenciária, o delito de sonegar con-
O sujeito ativo somente pode ser o funcionário tribuição previdenciária também prevê a possibilida-
autorizado, portanto, novamente, estamos diante de de de extinção da punibilidade do agente. Vejamos
um crime próprio. os requisitos:
Já o sujeito passivo é o próprio Estado e,
eventual-
mente, particular que também tenha sido prejudicado Declarar e confessar as contribuições,
pela conduta descrita. importâncias ou valores, espontaneamente
O bem jurídico tutelado é o sistema informatiza-
do da Administração com todas as informações que
possui.
REQUISITOS PARA Prestar
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
as informações devidas à Previdência Social
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE
SISTEMA DE INFORMAÇÕES — ART. 313-B (CÓDIGO
288 PENAL)
O agente
O agente
falsifica
cria
a declaração
um documento
que deveria
falso ouconstar
modifica
noum
documento
documentopúblico
verdadeiro
ou privado,
O documento é materialmente verdadeiro, com o conteúdo falso O
Altera-se
documento
o conteúdo
é materialmente
do documento,
falso Altera-se
mas o aspecto
o aspecto
formal
formal
continua
do documento,
intacto Crime:
podend
fal
o conteúdo ser verdadeiro ou não
Crimes: falsificação de documento público ou particular
Por exemplo, criar uma certidão de nascimento
CONHECIMENTOS
Sobre o crime de falsificação de documento públi- co,
é importante que você leve em consideração as seguintes
informações:
289
va a quem o pedido do segurado é submetido. Após a
Na hipótese de o agente ser funcionário público
necessária instrução probatória e os recursos pró- prios, será
e, ainda, se prevaleça do cargo para praticar o
proferida a decisão definitiva.
delito, a pena será aumentada em um sexto;
O delito é doloso, não exige fim especial;
Não admite a modalidade culposa;
Admite a tentativa;
O objeto material do crime é o documento
público.
290
Importante!
A propositura de ação que tenha, por objeto idên- tico, pedido sobre o qual versa o processo admi- nistrativo importa renúncia ao
CONHECIMENTOS
indireto com a Previdência, já que sua relação com o
sistema depende da ocorrência de contingência que atinja
o segurado da previdência social.
Dependentes
291
Dependentes presumidos são aqueles que não Súmula 336 (STJ) A mulher que renunciou ali-
precisam demonstrar a dependência econômica, ape- mentos na separação tem direito à pensão previ-
nas o liame jurídico entre eles e o segurado. denciária por morte do ex-marido, comprovada a
Dependentes comprovados devem provar a necessidade econômica superveniente.
dependência econômica. Súmula 37 (TNU) A pensão por morte devida ao
filho até 21 anos de idade, não se prorroga pela pen-
Importante!
Os dependentes têm direito aos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte.
1ª classe (classe preferencial): o cônjuge, a com- O menor sob guarda foi excluído pela Emenda
panheira, o companheiro e o filho não emanci- Constitucional 103, de 2019, do rol de dependentes
pado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte previdenciários (§ 6º, art. 23, da Emenda Constitucio-
e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência nal 103, de 2019).
intelectual ou mental ou deficiência grave;
2ª classe: pais;
3ª classe: o irmão não emancipado, de qualquer Obrigatórios
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou
Segurados
inváli- do ou que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave. BENEFICIÁRIOS Facultativos
Dependentes
A ordem de vocação é aplicada apenas uma vez,
na data da ocorrência do evento gerador da prestação
previdenciária. Neste momento verifica-se quais são
ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES
os dependentes, aplicando-se a regra legal que deter-
mina que os da classe superior excluem os da classe
inferior. Conforme previsão expressa do art. 18, da Lei n°
Os dependentes da mesma classe concorrem em 8.213, de 1991, o Regime Geral de Previdência
igualdade de condições, de modo que o valor da Social compreende as seguintes prestações:
pensão será dividido igualmente pelo número de
Art. 18 O Regime Geral de Previdência Social
dependentes.
com- preende as seguintes prestações, devidas
A dependência econômica da primeira classe é
inclusive em razão de eventos decorrentes de
presumida e a das demais deve ser comprovada. acidente do tra- balho, expressas em benefícios e
O companheiro(a) é aquele(a) que mantém união serviços:
estável com o segurado, definida esta como a I - quanto ao segurado:
convi- vência pública, contínua e duradoura a) aposentadoria por invalidez;
estabelecida com o objetivo de constituir família b) aposentadoria por idade;
(art. 1.723, do Código Civil). c) aposentadoria por tempo de contribuição;
O cônjuge divorciado ou separado judicialmente d) aposentadoria especial;
ou de fato, que recebia pensão de alimentos, e) auxílio-doença;
receberá a pensão em igualdade de condições com os f) salário-família;
demais dependentes de primeira classe. g) salário-maternidade;
Na hipótese de o segurado estar, na data do seu h) auxílio-acidente;
i) abono de permanência em serviço; (Revogada
óbito, obrigado por determinação judicial a pagar
pela Lei nº 8.870, de 1994)
alimentos temporários a ex-cônjuge ou a ex-compa-
II - quanto ao dependente:
292 nheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será a) pensão por morte;
devida pelo prazo remanescente na data do óbito, b) auxílio-reclusão;
caso não incida outra hipótese de cancelamento ante- III - quanto ao segurado e dependente:
rior do benefício. a) pecúlios; (Revogada pela Lei nº 9.032, de 1995)
b) Reforma da Pre- vidência Social, trazida
pela Emenda Constitucional nº 103, de
2019, a nomenclatura de alguns benefícios
c)
i
m
p
o
r
t
a
n
t
e
r
e
f
e
r
i
r
q
u
e
,
a
p
ó
s
a
foi alterada, assim como a aposentadoria por idade compensação
fi
e a aposentadoria por tempo de contribuição foram
n
extintas, passando a existir um único benefício, a
deno- minado aposentadoria programada, com nc
previsão de idade mínima e tempo mínimo de ei
contribuição. ra
se
Aposentadoria por idade: atual aposentadoria rá
programada (idade mínima e tempo mínimo de de
contribuição); vi
Aposentadoria por tempo: atual aposentadoria da
programada (idade mínima e tempo mínimo de en
contribuição); tr
e
Aposentadoria por invalidez: atual aposentado-
as
ria por incapacidade permanente;
re
Auxílio-doença: atual auxílio por incapacidade ce
temporária. it
as
Importante!
O aposentado pelo Regime Geral de Previdên- cia Social (RGPS) que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele ret
de
BENEFÍCIOS co
nt
ri-
São prestações pecuniárias, ou seja, há pagamen-
bu
to de valores pela Previdência Social, quando preen- iç
chidos os requisitos legais pelo segurado ou pelos ão
dependentes. re
fe
Aposentadorias Programadas re
nt
Art. 201 (CF, de 1988) [...] es
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime ao
geral de previdência social, nos termos da s
lei, obedecidas as seguintes condições — m
nova redação pela EC 103/19 ili
ta
I - 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
e 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, re
se
observado tempo mínimo de contribuição;
II- 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cin- as
quenta e cinco) anos de idade, se mulher, para os re
trabalhadores rurais e para os que exerçam suas ce
atividades em regime de economia familiar, it
nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e as
o pesca- dor artesanal. de
§ 8º O requisito de idade a que se refere o inciso co
I do § 7º será reduzido em 5 (cinco) anos, para o n-
professor que comprove tempo de efetivo exercí- tri
cio das funções de magistério na educação infan- bu
til e no ensino fundamental e médio fixado em lei iç
complementar. ão
ao
§ 9º Para fins de aposentadoria, será assegurada
s
a contagem recíproca do tempo de contribuição
de
entre o Regime Geral de Previdência Social e os
m
regimes próprios de previdência social, e destes
ai
entre si, observada a compensação financeira, de
s
acordo com os critérios estabelecidos em lei.
re
§ 9º-A O tempo de serviço militar exercido nas
gi
atividades de que tratam os arts. 42, 142 e 143 e
m
o tempo de contribuição ao Regime Geral de Pre-
es
vidência Social ou a regime próprio de
.
previdência social terão contagem recíproca para
§
fins de inati- vação militar ou aposentadoria, e a
10
Lei complementar poderá disciplinar a cober- tura de
benefícios não programados, inclusive os decorrentes
de acidente do trabalho, a ser atendida
concorrentemente pelo Regime Geral de Previdên- cia
Social e pelo setor privado.
§ 12 Lei instituirá sistema especial de inclusão
previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para
atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusi- ve
os que se encontram em situação de informali- dade, e
àqueles sem renda própria que se dediquem
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua
residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda.
§ 13 A aposentadoria concedida ao segurado de que trata
o § 12 terá valor de 1 (um) salário-mínimo.
§ 14 É vedada a contagem de tempo de contribuição
fictício para efeito de concessão dos benefícios pre-
videnciários e de contagem recíproca.
§ 15 Lei complementar estabelecerá vedações, regras e
condições para a acumulação de benefícios
previdenciários.
§ 16 Os empregados dos consórcios públicos, das
empresas públicas, das sociedades de economia mista e
das suas subsidiárias serão aposentados
compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo
mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de
que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma
estabelecida em lei.
Dica
Idade mínima: 65 anos para homens e 62 anos para
mulheres.
Tempo de contribuição mínimo: 15 anos para as
mulheres e 20 para os homens.
293
Não há, portanto, direito adquirido a regime de previdência, apenas direito adquirido a benefício, o que ape-
nas se concretiza com o preenchimento dos requisitos estabelecidos pela lei antes da mudança.
Assim, para quem preencheu os requisitos fixados para obtenção de aposentadoria por tempo de
contribuição (35 anos de contribuição para o homem, 30 anos para a mulher e carência de 180 meses) ou de
aposentadoria por idade (65 anos para homens e 60 para mulheres com carência de 180 meses) até a data de
entrada em vigor da EC 103, de 2019, há direito adquirido ao benefício pelas regras anteriores.
Para os segurados que já estavam no sistema antes da reforma, mas não têm direito adquirido, são aplicadas
as regras de transição.
REGRAS DE APOSENTADORIA
Direito Adquirido: Regras de Transição: Regra Nova:
Preenche os requisitos até a refor- Já estava no sistema em 13/11/2019, Aplicada integralmente para quem
ma do dia 13/11/2019 mas não tinha preenchido os requisitos ingressou no sistema a partir de
13/11/2019
Para as aposentadorias por tempo de contribição e por idade, de acordo com a EC 103, de 2019, temos as
seguintes regras transitórias:
Regra 1: Pontos
Art. 15 Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional, fica assegurado o direito à aposentadoria quando forem preenchidos, cumulativamente, os seguintes
requisitos:
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e
II - somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos,
se mulher, e 96 (noventa e seis) pontos, se homem, observado o disposto nos §§ 1º e 2º.
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação a que se refere o inciso II do caput será acrescida a cada ano
de 1 (um) ponto, até atingir o limite de 100 (cem) pontos, se mulher, e de 105 (cento e cinco) pontos, se homem.
§ 2º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se
refe- rem o inciso II do caput e o § 1º.
§ 3º Para o professor que comprovar exclusivamente 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, se mulher, e 30 (trinta)
anos de contribuição, se homem, em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio, o somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, será equivalente a
81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a partir de 1º
de janeiro de 2020, 1 (um) ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir o limite de 92 (noventa e
dois) pontos, se mulher, e 100 (cem) pontos, se homem.
§ 4º O valor da aposentadoria concedida nos termos do disposto neste artigo será apurado na forma da lei.
PONTOS
30 TC (Mulher)/ 35 (Homem);
86 pontos (M)/ 96 pontos (H) — Idade + TC;
Janeiro de 2020 sobe 1 ponto por ano até chegar 100 (M)/105 (H);
Professor (30TC (H)/25TC (M)/81 pontos (M)/ 91 pontos (H)/ aumenta até 92 (M)/ 100(H).
Art. 16 Ao segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social até a data de entrada em vigor desta Emenda Cons-
titucional fica assegurado o direito à aposentadoria quando preencher, cumulativamente, os seguintes requisitos:
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se
homem; e II - idade de 56 (cinquenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos, se homem.
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade a que se refere o inciso II do caput será acrescida de 6 (seis) meses
a cada ano, até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se
homem.
§ 2º Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
edu- cação infantil e no ensino fundamental e médio, o tempo de contribuição e a idade de que tratam os incisos I
e II do caput deste artigo serão reduzidos em 5 (cinco) anos, sendo, a partir de 1º de janeiro de 2020, acrescidos
6 (seis)
294
meses, a cada ano, às idades previstas no inciso II R
§ 1º Para o professor que comprovar exclusivamen-
do caput, até atingirem 57 (cinquenta e sete) anos, eg
te tempo de efetivo exercício das funções de
se mulher, e 60 (sessenta) anos, se homem. i
magis- tério na educação infantil e no ensino
§ 3º O valor da aposentadoria concedida nos ter- m
fundamental e médio serão reduzidos, para
mos do disposto neste artigo será apurado na for- e
ambos os sexos, os requisitos de idade e de tempo
ma da lei. G
de contribuição em 5 (cinco) anos.
er
§ 2º O valor das aposentadorias concedidas nos ter-
al
TEMPO MÍNIMO + IDADE MÍNIMA mos do disposto neste artigo corresponderá:
de
I - em relação ao servidor público que tenha ingres-
30TC (M)/ 35TC (H); Pr
sado no serviço público em cargo efetivo até 31 de
56 anos de idade (M)/ 61 (H); ev
dezembro de 2003 e que não tenha feito a opção
id
Idade sobre 6 meses a partir de jan/20 - até 62 (M)/ de que trata o § 16 do art. 40 da Constituição
ên
65(H); Federal, à totalidade da remuneração no cargo
ci
Professor (tempo e idade reduzidos em 5 anos. efetivo em que se der a aposentadoria, observado
a
o disposto no § 8º do art. 4º; e
So
II - em relação aos demais servidores públicos e aos
ci
Regra 3: Pedágio 50% para segurado que este- segurados do Regime Geral de Previdência Social,
al
ja há 2 anos ou menos da aposentadoria pela ao valor apurado na forma da lei.
at
regra anterior § 3º O valor das aposentadorias concedidas nos ter-
é
mos do disposto neste artigo não será inferior ao
a
Art. 17 Ao segurado filiado ao Regime Geral de valor a que se refere o § 2º do art. 201 da
da
Previdência Social até a data de entrada em vigor Constitui- ção Federal e será reajustado:
ta
desta Emenda Constitucional e que na referida I - de acordo com o disposto no art. 7º da Emenda
de
data contar com mais de 28 (vinte e oito) anos de Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003, se
en
contribuição, se mulher, e 33 (trinta e três) anos cumpridos os requisitos previstos no inciso I do § 2º;
tr
de contribuição, se homem, fica assegurado o direito II - nos termos estabelecidos para o Regime Geral
ad
à aposentadoria quando preencher, de Previdência Social, na hipótese prevista no inci-
a
cumulativamen- te, os seguintes requisitos: so II do § 2º.
I - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e § 4º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores
35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as
homem; e II - cumprimento de período adicional normas constitucionais e infraconstitucionais ante-
correspon- dente a 50% (cinquenta por cento) do riores à data de entrada em vigor desta Emenda
tempo que, na data de entrada em vigor desta Constitucional, enquanto não promovidas altera-
Emenda Cons- titucional, faltaria para atingir 30 ções na legislação interna relacionada ao
(trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 respecti- vo regime próprio de previdência social.
(trinta e cinco) anos de contribuição, se homem.
Parágrafo único. O benefício concedido nos termos PEDÁGIO 100%
deste artigo terá seu valor apurado de acordo com
a média aritmética simples dos salários de contri- 57 anos de idade (M)/ 60 (H);
buição e das remunerações calculada na forma da 30 TC (M)/ 35 TC(H);
lei, multiplicada pelo fator previdenciário, calcula- Pedágio 100% do tempo que faltava para atingir 30
do na forma do disposto nos §§ 7º a 9º do art. 29 da TC (M)/35 TC(H) na data da reforma;
Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
Requisitos reduzidos em 5 anos para professores.
PEDÁGIO 50%
Para os professores, como se viu, “o requisito de
28 TC (M)/33 TC(H) na data da reforma; idade a que se refere o inciso I do § 7º será reduzido
Pedágio de 50% que faltava para atingir 30 TC (M)/ em 5 (cinco) anos, para o professor que comprove tempo
35 TC(H) na data da reforma; de efetivo exercício das funções de magistério na
Benefício com aplicação do fator previdenciário. educação infantil e no ensino fundamental e médio
fixado em lei complementar” (§ 8º, art. 201, da CF, de
1988).
Regra 4: Pedágio 100% São exigidos, portanto, 25 (vinte e cinco) anos de
efetivo exercício do magistério na educação infantil,
Art. 20 O segurado ou o servidor público federal ensino médio ou fundamental e idade mínima de 57
que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60
Social ou ingressado no serviço público em cargo (ses- senta) anos de idade, se homem.
efetivo até a data de entrada em vigor desta
Anteriormente à reforma, o professor se aposen-
Emen- da Constitucional poderá aposentar-se
tava comprovando 25 (vinte e cinco) anos de magis-
volunta- riamente quando preencher,
cumulativamente, os seguintes requisitos: tério, se mulher e 30 (trinta) anos, se homem, na
I - 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e educação infantil, ensino médio e fundamental, sem
60 (sessenta) anos de idade, se homem; necessidade de cumprimento de requisito etário (ida-
II - 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e de mínima).
35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem;
III - para os servidores públicos, 20 (vinte) anos de Resumo das Regras Transitórias na
efetivo exercício no serviço público e 5 (cinco) anos Aposentadoria por Idade
no cargo efetivo em que se der a aposentadoria;
IV - período adicional de contribuição
corresponden- te ao tempo que, na data de
Regra 5: Idade progressiva
entrada em vigor desta Emenda Constitucional,
faltaria para atingir o tem- po mínimo de Art. 18 O segurado de que trata o inciso I do § 7º
contribuição referido no inciso II. do art. 201 da Constituição Federal filiado ao
295
CONHECIMENTOS
em vigor desta Emenda Constitucional poderá apo- Há, todavia, a regra de transição, por pontos:
sentar-se quando preencher, cumulativamente, os
seguintes requisitos: Art. 21 O segurado ou o servidor público federal
I - 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (ses- que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdên-
senta e cinco) anos de idade, se homem; e cia Social ou ingressado no serviço público em
II - 15 (quinze) anos de contribuição, para cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta
ambos os sexos. Emenda Constitucional cujas atividades tenham
§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 sido exercidas com efetiva exposição a agentes
(sessenta) anos da mulher, prevista no inciso I do quí- micos, físicos e biológicos prejudiciais à
caput, será acrescida em 6 (seis) meses a cada ano, saúde, ou associação desses agentes, vedada a
até atingir 62 (sessenta e dois) anos de idade. caracteriza- ção por categoria profissional ou
§ 2º O valor da aposentadoria de que trata este arti- ocupação, desde que cumpridos, no caso do
go será apurado na forma da lei. servidor, o tempo míni- mo de 20 (vinte) anos de
efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco)
IDADE PROGRESSIVA anos no cargo efetivo em que for concedida a
aposentadoria, na forma dos arts. 57 e 58 da Lei
60 anos (M)/ 65 anos (H); nº 8.213, de 24 de julho de 1991, pode- rão
15 TC; aposentar-se quando o total da soma resultante da
Idade da mulher aumenta 6 meses a partir de sua idade e do tempo de contribuição e o tempo de
01.01.20 até chegar a 62. efetiva exposição forem, respectivamente, de:
I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de
Na aposentadoria especial, há, também, substan- efetiva exposição;
II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de
cial alteração.
efetiva exposição; e
O benefício, anteriormente à Reforma, não exigia
III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco)
idade mínima, e era devido após a comprovação da
anos de efetiva exposição.
exposição a agentes que prejudicavam a saúde ou a § 1º A idade e o tempo de contribuição serão apura-
integridade física, por 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 dos em dias para o cálculo do somatório de pontos
(vinte e cinco) anos, dependendo da gravidade do a que se refere o caput.
agente, conforme disposto no regulamento. § 2º O valor da aposentadoria de que trata este arti-
Após a reforma, além da exposição pelo tempo go será apurado na forma da lei.
fixado no regulamento, de acordo com a gravidade § 3º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores
do agente, ainda será preciso cumprir a idade dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
mínima de: cujas atividades sejam exercidas com efetiva
expo- sição a agentes químicos, físicos e biológicos
Art. 19 (EC nº. 103, de pre- judiciais à saúde, ou associação desses
2019) [...] agentes, vedada a caracterização por categoria
§ 1º Até que lei complementar disponha sobre a profissio- nal ou ocupação, na forma do § 4º-C do
redução de idade mínima ou tempo de contribuição art. 40 da Constituição Federal, as normas
prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição constitucionais e infraconstitucionais anteriores à
Federal, será concedida aposentadoria: data de entrada em vigor desta Emenda
I - aos segurados que comprovem o exercício de Constitucional, enquanto não promovidas
ati- vidades com efetiva exposição a agentes alterações na legislação interna relacionada ao
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, respectivo regime próprio de previ- dência social.
ou asso- ciação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou O artigo em questão estabelece que todo aquele
ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 segurado, já filiado à previdência social até a entra-
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do da em vigor do art. 21 da Emenda Constitucional nº.
disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de 103, de 2019 (EC nº. 103/2019), isto é, antes do dia
julho de 1991, quando cumpridos: 13 de novembro de 2019, que efetivamente exerceu
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quan-
ati- vidade especial, está isento do cumprimento da
do se tratar de atividade especial de 15 (quin-
regra estampada no art. 19, também da EC nº.
ze) anos de contribuição;
103/2019, que fixa a idade + tempo de exposição a
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quan-
agentes nocivos.
do se tratar de atividade especial de 20 (vinte)
anos de contribuição; ou Para melhor compreensão da regra de pontos da
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tra- aposentadoria especial (art. 21 EC nº 103/2019), faz-se
tar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) necessário complementar as disposições dos arts. 17
anos de contribuição; a 19 da Portaria nº. 450, de 2020, do INSS:
n
Algumas regras anteriores à Reforma da a
Previdên- cia Social, relativas às aposentadorias t
programadas, continuam em plena vigência, mesmo u
para aque- las situações em que os requisitos são r
preenchidos posteriormente. e
É o caso, por exemplo, da aposentadoria por z
idade do trabalhador rural, que tem direito à a
redução de 5 r
(cinco) anos na idade fixada na Constituição e não foi u
impactado pela reforma: 60 anos de idade para homens r
al;
Trabalhador avulso rural;
Segurado especial;
Garimpeiro que trabalhe em regime de economia
familiar.
297
I - 100% (cem por cento), no caso da aposentadoria de que
O deficiente, na forma da lei, terá o tempo de tratam os incisos I, II e III do art. 3º; ou
con- tribuição exigido para a aposentadoria
reduzido, de acordo com o grau de deficiência.
Critérios diferenciados:
Homem: 25 TC
DEFICIÊNCIA GRAVE
Mulher: 20 TC
Homem: 29 TC
DEFICIÊNCIA
MODERADA Mulher: 24 TC
Homem: 33 TC
DEFICIÊNCIA LEVE
Mulher: 28 TC
301
a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses con- de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor do
tados da data em que for verificada a recuperação benefício, conforme dispõe o art. 45;
da capacidade; II - verificar a recuperação da capacidade de traba-
b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no lho, mediante solicitação do aposentado ou
período seguinte de 6 (seis) meses; pensio- nista que se julgar apto;
c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), III - subsidiar autoridade judiciária na concessão
também por igual período de 6 (seis) meses, ao tér- de curatela, conforme dispõe o art. 110.
mino do qual cessará definitivamente.
Nos casos em que o aposentado por incapacidade
Os valores recebidos pelo segurado, quando a permanente entender que tem condições de retornar
ces- sação da aposentadoria por incapacidade ao trabalho, deve solicitar à Previdência a realização
permanen- te não é imediata, são chamados de de perícia médica. Se retornar voluntariamente, o
mensalidade de recuperação. benefício será cessado.
Dispõe o art. 475, da Consolidação das Leis do Tra- Atente-se à Súmula 576, do STJ:
balho que: Súmula 576 (STJ): Ausente requerimento adminis-
trativo no INSS, o termo inicial para a implantação
Art. 475 O empregado que for aposentado por da aposentadoria por invalidez concedida
invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho judicial- mente será a data da citação válida.
durante o prazo fixado pelas leis de previdência
social para a efetivação do benefício. A concessão de aposentadoria por incapacidade
permanente, inclusive quando precedida de auxílio
Resta claro, assim, que a aposentadoria por inca- por incapacidade temporária concedido na forma
pacidade permanente não constitui causa de extin- prevista no art. 73, fica condicionada ao afastamento
ção do contrato de trabalho, mas sim de suspensão, o do segurado de todas as suas atividades.
que implica necessária conclusão no sentido de que
o empregado deve reassumir seu posto de trabalho Auxílio por Incapacidade Temporária
no caso de recuperação da capacidade laborativa (Antigo Auxílio-doença)
com consequente cancelamento da aposentadoria
(art. 47, Lei 8.213, de 1991). O auxílio por incapacidade temporária, como
Dispõe o § 4º, do art. 43, da Lei n° 8.213, de 1991: o próprio nome identifica, é o benefício devido no
período em que o segurado ficar incapacitado de for-
§ 4º O segurado aposentado por invalidez poderá ma total, porém temporária, para o seu trabalho.
ser convocado a qualquer momento para avaliação Isso significa que será devido enquanto o
das condições que ensejaram o afastamento ou a prognós- tico médico identificar a possibilidade de
aposentadoria, concedida judicial ou administra- tratamento médico e enquanto perdurar esta
tivamente, observado o disposto no art. 101 desta condição, ou seja, até o segurado recuperar sua
Lei. capacidade laborativa ou até que a incapacidade se
torne permanente, quan- do ele passará a receber o
Já o § 5º estabelece que “a pessoa com HIV/aids benefício correspondente.
é dispensada da avaliação referida no § 4º deste É devido a todos os tipos de segurados, quando
artigo”. Os demais casos de dispensa da perícia de de espécie previdenciária. Os benefícios decorrentes
reava- liação estão previstos no art. 101, da Lei n° de acidentes do trabalho são devidos apenas para
8.213, de empre- gado, empregado doméstico, trabalhador
1991: avulso e segurado especial.
Exige carência de 12 contribuições mensais no
Art. 101 [...] caso de benefício comum e sem carência para
§ 1º O aposentado por invalidez e o pensionista aciden- tes do trabalho ou de qualquer natureza,
inválido que não tenham retornado à atividade doenças pro- fissionais ou do trabalho e doenças
estarão isentos do exame de que trata o caput catalogadas pelo Ministério da Saúde.
deste artigo: É necessária a incapacidade para o trabalho ou
I - após completarem cinquenta e cinco anos ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias. Os
mais de idade e quando decorridos quinze anos da primeiros quinze dias, de responsabilidade do
data da concessão da aposentadoria por invalidez empre- gador, são chamados período de espera,
ou do auxílio-doença que a precedeu; ou ficando o contrato de trabalho interrompido.
II - após completarem sessenta anos de Após o 16º (décimo sexto) dia de afastamento, o
idade. […] INSS passa a pagar o auxílio por incapacidade
§ 4° A perícia de que trata este artigo terá acesso tempo- rária e o contrato de trabalho fica suspenso.
aos prontuários médicos do periciado no Siste- Conforme dispõe o inciso II, do art. 72, do
ma Único de Saúde (SUS), desde que haja a prévia Decreto 3.048, de 1999, para os demais segurados, o
anuência do periciado e seja garantido o sigilo termo ini- cial do benefício dá-se na data do início da
sobre os dados dele
incapacidade, desde que o afastamento seja superior a
quinze dias.
A referida isenção não se aplica em algumas
situações:
Importante!
Art. 101 […] Auxílio por incapacidade temporária = incapaci- dade total e temporá
302
§ 2º A isenção de que trata o § 1º não se aplica O auxílio por incapacidade temporária não tem prazo máximo para
quando o exame tem as seguintes finalidades:
I - verificar a necessidade de assistência permanen-
te de outra pessoa para a concessão do acréscimo
Não é devido em caso de doença ou lesão pré- benefício será suspenso, nos termos do § 2º, do
art. 59. A
-adquirida, salvo nos casos de agravamento, confor-
sus
me previsto para a aposentadoria por incapacidade
pens
permanente.
A concessão do benefício gera direito subjetivo à ão
percepção dos seguintes serviços: processo de reabi- dá-
litação profissional e tratamento médico às expensas se
da Previdência Social. no
O segurado deve ser submetido aos tratamentos praz
indicados pela Previdência, sendo certo que não é o
obrigado a submeter-se a procedimento cirúrgico ou máx
transfusão de sangue. imo
O início para o segurado empregado e a data de de
início é o 16º dia do afastamento. Para os demais, é 60
a própria data de início da incapacidade, valendo a (sess
regra dos 30 dias entre essas datas e o requerimento en-
administrativo. ta)
O pagamento de novo benefício decorrente da dias,
mesma doença em até 60 dias da cessação do send
anterior desobriga a empresa do pagamento do o
período de espera (15 dias). cess
Há cessação do benefício com a morte e com o ada
restabelecimento do segurado, com a conversão após
da aposentadoria por invalidez ou a habilitação para o
outra atividade que lhe garanta a subsistência, após fim
processo de reabilitação. dest
Pode ser concedido de ofício pela Previdência e
quando tiver ciência da incapacidade, mesmo perí
quando o segurado não tenha requerido o benefício. odo.
O exame médico, a cargo do INSS, fixará a data Cas
do início da doença (DID) e a data do início da o
incapaci- dade (DII). seja
Sempre que possível, o ato de concessão ou de colo
reativação de auxílio-doença, judicial ou administra- cado
tivo, deverá fixar o prazo estimado para a duração
em
do benefício.
liber
Quando não fixado prazo de recuperação estima-
dade
da, será aplicado o limite de 120 (cento e vinte) dias,
ante
preservado o direito do segurado de promover o
s de
pedi- do de prorrogação.
find
Independentemente de a concessão do benefício
ser judicial ou administrativa, a autarquia previden- o o
ciária pode, a qualquer momento, convocar o segura- praz
do para avaliação das condições que ensejaram sua o, o
concessão ou manutenção, observado o disposto no bene
art. 101 já estudado (hipóteses de dispensa da avalia- fício
ção). Da decisão de cessação cabe recurso será
administra- tivo, no prazo de 30 (trinta) dias. resta
bele
Art. 62 O segurado em gozo de auxílio-doença, cido
insuscetível de recuperação para sua atividade habi- desd
tual, deverá submeter-se a processo de e a
reabilitação profissional para o exercício de outra data
atividade. da
§ 1º O benefício a que se refere o caput deste solt
artigo será mantido até que o segurado seja
ura.
considerado reabilitado para o desempenho de
atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando
Se a
considerado não recuperável, seja aposentado por pris
invalidez. ão
§ 2º A alteração das atribuições e responsabilida- for
des do segurado compatíveis com a limitação que decl
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental arad
não configura desvio de cargo ou função do segura- a
do reabilitado ou que estiver em processo de reabi- ileg
litação profissional a cargo do INSS. al, o
segu
A partir da Lei 13.846, de 2019, o auxílio-doença rado
não é devido a segurado recluso em regime fechado. terá
Se for recolhido à prisão em gozo de auxílio-doença, o direi
to à percepção do benefício por todo o período devido.
Auxílio-acidente Importante!
Súmula 72 (TNU) “É possível o recebimento de benefício por incapaci
O benefício é devido ao segurado após a consoli-
dação das lesões decorrentes de acidente de qualquer
natureza que resultem em redução da capacidade para o
trabalho que habitualmente exercia ou impos- sibilidade
de exercício da mesma atividade da época do acidente,
mas com possibilidade de desempenho de outra, após
processo de reabilitação profissional.
Não há exigência de carência, mas há a necessida- de
CONHECIMENTOS
de ostentar qualidade de segurado, ou, ao menos, estar no
chamado período de graça.
Apenas têm direito os empregados, empregados
domésticos, trabalhadores avulsos e segurados especiais. Há
direito ao auxílio-acidente nas seguintes hipóteses:
Salário-Maternidade
CONHECIMENTOS
305
O requerimento deverá ser instruído com certidão Súmula 336, do STJ: “A mulher que renunciou aos alimentos na se
judicial que ateste o recolhimento efetivo à prisão,
sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a
apresentação de prova de permanência na condição
de presidiário.
A verificação da renda mensal bruta para enqua-
dramento do segurado como de baixa renda ocorrerá
pela média dos salários de contribuição apurados no A pensão é definitiva em caso de morte real e
período de doze meses anteriores ao mês do recolhi- pro- visória quando decorrente de morte presumida
mento à prisão. Anteriormente à Lei 13.846, de (art. 78, da Lei 8.213, de 1991).
2019, era utilizado o valor do último salário de
contribuição O exercício de atividade remunerada do Art. 78 Por morte presumida do segurado,
segurado recluso, em cumprimento de pena em declara- da pela autoridade judicial competente,
regime fecha- do, não acarreta a perda do direito ao depois de 6 (seis) meses de ausência, será
recebimento do concedida pensão provisória, na forma desta
auxílio-reclusão para seus dependentes. Subseção.
Segundo entendimento do STF, a renda a ser § 1º Mediante prova do desaparecimento do segu-
con- siderada é a do segurado e não a dos rado em conseqüência de acidente, desastre ou
dependentes (Súmula nº 89). catástrofe, seus dependentes farão jus à pensão
provisória independentemente da declaração e do
Visa proteger os dependentes do segurado que
prazo deste artigo.
ficam privados dos recursos para a subsistência em
§ 2º Verificado o reaparecimento do segurado, o
decorrência da prisão do segurado que proporciona- pagamento da pensão cessará imediatamente,
va o apoio econômico. desobrigados os dependentes da reposição dos
O segurado deve ser recolhido em Regime Fecha- valores recebidos, salvo má-fé.
do apenas (Alteração da Lei 13.846, de 2019).
O benefício tem termo inicial fixado do mesmo Para melhor compreensão do benefício da pensão
critério da pensão por morte, ou seja, é devido des- por morte, importante se faz a leitura tenta e minu-
de o efetivo recolhimento do segurado à prisão, se ciosa das disposições contantes no art. 74 da Lei de
o benefício for requerido no prazo de cento e Benefícios (Lei nº. 8.213, de 1991):
oiten- ta dias, para os filhos menores de dezesseis
anos, ou de noventa dias, para os demais Art. 74. A pensão por morte será devida ao
dependentes; ou do requerimento, se o benefício for conjun- to dos dependentes do segurado que
requerido após estes prazos. falecer, apo- sentado ou não, a contar da data:
A EC nº 103, de 2019, em seu art. 27, estabelece I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e
oitenta) dias após o óbito, para os filhos menores
que o auxílio-reclusão será calculado na forma da
de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias
pensão por morte, não podendo exceder o valor de 1
após o óbito, para os demais dependentes;
(um) salário-mínimo nem ser inferior a este limite, II - do requerimento, quando requerida após o
obser- vando-se que as cotas dos dependentes podem pra- zo previsto no inciso anterior;
ficar abaixo do salário, desde que a somatória, valor III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.
total do benefício, seja de um salário. § 1º Perde o direito à pensão por morte o con-
denado criminalmente por sentença com
Art. 27 […] trânsito em julgado, como autor, coautor ou
§ 1º Até que lei discipline o valor do auxílio-reclu- partícipe de homicídio doloso, ou de tentati-
são, de que trata o inciso IV do art. 201 da Consti- va desse crime, cometido contra a pessoa do
tuição Federal, seu cálculo será realizado na forma segurado, ressalvados os absolutamente
daquele aplicável à pensão por morte, não podendo inca- pazes e os inimputáveis.
exceder o valor de 1 (um) salário-mínimo. § 2º Perde o direito à pensão por morte o côn-
juge, o companheiro ou a companheira se
Em sequência, adentrar-se-á nas disposições rela- comprovada, a qualquer tempo, simulação
tivas ao benefício de pensão por morte, momento em ou fraude no casamento ou na união estável,
será abordado o cálculo aplicável ao auxílio- ou a formalização desses com o fim exclusivo
reclusão. de constituir benefício previdenciário,
apuradas em processo judicial no qual será
Pensão por Morte assegurado o direito ao contraditório e à
ampla defesa.
§ 3º Ajuizada a ação judicial para reconhecimento
Benefício de prestação continuada devido aos da condição de dependente, este poderá requerer
dependentes do segurado que falecer nesta condição. a sua habilitação provisória ao benefício de
Exigida, portanto, a qualidade de segurado.. pensão por morte, exclusivamente para fins de
Cabe o benefício nos casos de perda da qualidade rateio dos valores com outros dependentes,
de segurado do falecido quando o instituidor do vedado o paga- mento da respectiva cota até o
bene- fício tenha implementado todos os requisitos trânsito em julgado da respectiva ação,
para obtenção de uma aposentadoria até a data do ressalvada a existência de deci- são judicial em
óbito (Súmula 416, STJ). contrário.
§ 4º Nas ações em que o INSS for parte, este pode-
Importante! rá proceder de ofício à habilitação excepcional da
referida pensão, apenas para efeitos de rateio,
306 Súmula 340, do STJ: “A lei aplicável à conces- são de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do se
des- contando-se os valores referentes a esta
habilitação das demais cotas, vedado o pagamento
da respec- tiva cota até o trânsito em julgado da
respectiva ação, ressalvada a existência de decisão
ju
dic
ial
em
co
nt
rá
rio
.
§ 5º Julgada improcedente a ação prevista no § 3º ou § 4º deste artigo, o valor retido será corrigido pelos índices
legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes, de acordo com as suas cotas
e o tempo de duração de seus benefícios.
§ 6º Em qualquer caso, fica assegurada ao INSS a cobrança dos valores indevidamente pagos em função de nova
habilitação.
Data do óbito, quando requerida em até cento e oitenta dias após o óbito, para filhos menores de dezesseis anos ou
em até 90 dias após o óbito, para os demais dependentes
Data do requerimento, quando requerida após o prazo de 90 dias contados do óbito;
Da decisão judicial, em caso de morte presumida.
A Lei 13.846, de 2019, trouxe alterações importantes à Lei 8.213, de 1991. Uma delas diz respeito à perda
da pensão no caso de condenação criminal por sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou
partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados
os absoluta- mente incapazes e os inimputáveis.
Outra é relativa à possibilidade de habilitação provisória na pensão por morte nos casos de propositura de
ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, situação em que a cota cabente ao pretenso
depen- dente ficará reservada e será paga apenas após o trânsito em julgado da decisão.
Esta habilitação provisória poderá ser processada de ofício nos casos em que o INSS for parte na ação judicial.
Na hipótese de o segurado falecido estar, na data de seu falecimento, obrigado por determinação judicial a
pagar alimentos temporários a ex-cônjuge, ex-companheiro ou ex-companheira, a pensão por morte será devida
pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do
benefício. Para melhor compreensão do benefício de pensão por morte, faz-se necessário relembrar alguns
conceitos já estudados, acerca de quem são os dependentes do segurado, que, no caso desse benefício, serão os
beneficiários.
Nos termos do art. 16 da Lei nº 8.213, de 1991, são dependentes:
CLASSIFICAÇÃO DEPENDENTES
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
Cônjuge;
Companheira (o);
Filho não emancipado, de qualquer condição, menor de vinte e um anos de idade ou inválido
1ª CLASSE
ou que tenha deficiência intelectual, mental ou grave;
Atenção! Com relação aos filhos tutelados, bem como aos enteados, é necessária a comprova-
ção da dependência econômica.
2ª CLASSE Os pais.
Observa-se que os dependentes estão elencados segundo a classe, isto porque para fins de percepção de
bene- fícios a existência de uma classe elimina os beneficiários das demais subsequentes.
Ex. uma segurada possuía como dependentes a sua mãe e o seu companheiro. A segurada foi a óbito, neste caso,
o companheiro é um dependente de 1ª classe e a sogra deste, mãe da segurada, de 2º classe. Razão pela qual,
ambos requereram ao INSS o benefício de pensão por morte. Nesta situação, somente o ex-companheiro da
falecida terá
direito a percepção do benefício, uma vez que a classe mais próxima exclui a mais remota.
Importante salientar, ainda, que, havendo mais de um pensionista da mesma classe, o valor da pensão será
rateado entre todos em parte iguais, situação pela qual a cota daquele dependente cujo o direito cessar primeiro
será revertida em favor dos demais, nos termos do § 1º e caput do art. 77, da Lei nº 8.213, de 1991):
O § 2º, do artigo 77, da Lei nº. 8.213, de 1991, estabelece regras de cessação do benefício de pensão por
morte de acordo com os dependentes:
CONHECIMENTOS
Art. 77 [...]
§ 2º O direito à percepção da cota individual cessará:
I - pela morte do pensionista;
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os sexos, ao completar vinte e um anos de idade,
salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
III - para filho ou irmão inválido, pela cessação da invalidez;
IV - para filho ou irmão que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, pelo afastamento da defi-
ciência, nos termos do regulamento;
307
Veja, agora, as regras aplicáveis aos cônjuges e companheiros, para facilitar a compreensão tais regras serão
divididas em três blocos:
Bloco 01
Art. 77 [...]
§ 2º [...]
V - para cônjuge ou companheiro:
a) se inválido ou com deficiência, pela cessação da invalidez ou pelo afastamento da deficiência, respeitados os perío-
dos mínimos decorrentes da aplicação das alíneas “b” e “c”;
b) em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contribuições mensais ou
se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado;
Bloco 02
Art. 77 [...]
§ 2º [...]
c) transcorridos os seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do
segurado, se o óbito ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 (dois) anos após
o início do casamento ou da união estável:
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade;
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade:
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade;
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade;
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade.
[...]
§ 2º-A. Serão aplicados, conforme o caso, a regra contida na alínea “a” ou os prazos previstos na alínea
“c”, ambas do inciso V do § 2o, se o óbito do segurado decorrer de acidente de qualquer natureza ou de
doença profissional ou do trabalho, independentemente do recolhimento de 18 (dezoito) contribuições
mensais ou da comprovação de 2 (dois) anos de casamento ou de união estável.
§ 2°-B. Após o transcurso de pelo menos 3 (três) anos e desde que nesse período se verifique o incremento
mínimo de um ano inteiro na média nacional única, para ambos os sexos, correspondente à expectativa
de sobrevida da população brasileira ao nascer, poderão ser fixadas, em números inteiros, novas
ida- des para os fins previstos na alínea “c” do inciso V do § 2o, em ato do Ministro de Estado da
Previdência Social, limitado o acréscimo na comparação com as idades anteriores ao referido
incremento.
Merece especial atenção o texto do § 2º-B, art. 77, da Lei 8.213, de 1991, incluído pela Lei nº. 13.135, de 2015,
a qual prevê que a idade do cônjuge será revista e alterada por ato do Ministro de Estado da Previdência Social.
Tal dispositivo coaduna com a previsão constante no § 7º, do art. 23 da Emenda Constitucional nº. 103, de 2019.
Art. 23[...]
§ 7º As regras sobre pensão previstas neste artigo e na legislação vigente na data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional poderão ser alteradas na forma da lei para o Regime Geral de Previdência Social e para o regime
próprio de previdência social da União.
Importante esclarecer que em 2020 houve a edição do referido ato, por meio da Portaria ME nº. 424, de 29
de dezembro de 2020, passando a vigorar da seguinte forma a partir de 1º de janeiro de 2021:
Art. 1º O direito à percepção de cada cota individual da pensão por morte, nas hipóteses de que tratam a alínea
“b” do inciso VII do art. 222 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e a alínea “c” do inciso V do § 2º do art. 77
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, cessará, para o cônjuge ou companheiro, com o transcurso dos seguintes
períodos, estabelecidos de acordo com a idade do beneficiário na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer depois
de vertidas dezoito contribuições mensais e pelo menos dois anos após o início do casamento ou da união estável:
I - três anos, com menos de vinte e dois anos de idade;
II - seis anos, entre vinte e dois e vinte e sete anos de
idade; III - dez anos, entre vinte e oito e trinta anos de
idade;
IV - quinze anos, entre trinta e um e quarenta e um anos de idade;
V - vinte anos, entre quarenta e dois e quarenta e quatro anos de idade;
VI - vitalícia, com quarenta e cinco ou mais anos de idade.
Em razão disso, apesar do texto das alíneas “b”, do inciso VII, do art. 222, da Lei nº 8.112, de 1990 e da alínea
“c”, do inciso V, do § 2º, do art. 77, da Lei nº. 8.213, de 1991, não terem sido alterados, na prática vale a regra
contida na Portaria ME nº. 424, de 2020. Atente-se, portanto, ao enunciado da questão, e caso a pergunta considere
as Leis nº.8.112, de 1990 ou 8.213, de 1991, responda de acordo com elas. Contudo, se a pergunta for segundo
a portaria, responda-a de acordo com ela. Atente-se, ainda, à data do óbito do segurado, uma vez que também
poderá indicar qual é a norma aplicável ao caso.
Ex. José, segurado da previdência social há 5 anos, faleceu aos 25 anos de idade, no em 04 de janeiro de 2021, dei-
xando como dependente a sua esposa, Natália, a qual era caso por mais de 3 anos. Neste caso, Natália receberia o
benefício da pensão por morte por 10 anos, uma vez que José faleceu após a data em que entrou em vigor o regra-
mento da Portaria 424, de 2020.
308
Em resumo:
Bloco 03
Art. 77 [...]
§ 2º [...]
VI - pela perda do direito, na forma do § 1º do art. 74 desta Lei.
[...]
§ 3º Com a extinção da parte do último pensionista a pensão extinguir-se-á.
§ 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.135, de 2015)
§ 5o O tempo de contribuição a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) será considerado na contagem das
18 (dezoito) contribuições mensais de que tratam as alíneas “b” e “c” do inciso V do § 2º.
6º O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual, não impede a con-
cessão ou manutenção da parte individual da pensão do dependente com deficiência intelectual ou mental ou com
deficiência grave.
§ 7º Se houver fundados indícios de autoria, coautoria ou participação de dependente, ressalvados os absolutamente
incapazes e os inimputáveis, em homicídio, ou em tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, será
possível a suspensão provisória de sua parte no benefício de pensão por morte, mediante processo administrativo
próprio, respeitados a ampla defesa e o contraditório, e serão devidas, em caso de absolvição, todas as parcelas
corrigidas desde a data da suspensão, bem como a reativação imediata do benefício.
Art. 23 A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime Geral de Previdência Social ou de
ser- vidor público federal será equivalente a uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valor da
aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por
incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até
o máximo de 100% (cem por cento).
§ 1º As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes,
preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de dependentes
remanescente for igual ou superior a 5 (cinco).
§ 2º Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão
por morte de que trata o caput será equivalente a:
I - 100% (cem por cento) da aposentadoria recebida pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse
aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do Regime Geral
de Previdência Social; e
II - uma cota familiar de 50% (cinquenta por cento) acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependen-
te, até o máximo de 100% (cem por cento), para o valor que supere o limite máximo de benefícios do Regime Geral
de Previdência Social.
§ 3º Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor da pensão
será recalculado na forma do disposto no caput e no § 1º.
§ 4º O tempo de duração da pensão por morte e das cotas individuais por dependente até a perda dessa
CONHECIMENTOS
qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação e as condições necessárias para enquadramento serão aqueles
estabelecidos na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.
§ 5º Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, sua condição pode ser
reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação biopsicossocial realizada por equipe
multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão periódica na forma da legislação.
§ 6º Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor
tute- lado, desde que comprovada a dependência econômica.
[...]
§ 8º Aplicam-se às pensões concedidas aos dependentes de servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Muni- cípios as normas constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta
Emenda Cons- titucional, enquanto não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo
regime próprio de previdência social. 309
A nova regra de cálculo da renda mensal inicial Serviço Social
da pensão por morte reduz substancialmente o valor
Tem por finalidade esclarecer aos beneficiários da
do benefício, na medida em que há a possibilidade
de aplicação de dois redutores: a cota e a incidência Previdência Social seus direitos sociais e os meios de exercê-
sobre a aposentadoria por incapacidade permanente. los e com eles estabelecer o processo de solu- ção dos
Isso porque primeiro é estabelecido o coeficiente, problemas decorrentes de sua relação com a Previdência
obtido com a aplicação de cota familiar de 50% Social.
(cin- quenta por cento), acrescida de 10% (dez por
cento) por cada dependente, limitado a 100% (cem
por cen- to). Lembrando que a cota será sempre
100% (cem por
cento) em caso de dependente inválido ou deficiente.
Exemplo: Segurado falece deixando a esposa e um
filho menor de 21 anos, nenhum inválido ou deficien-
te. Temos aqui cota de 50% + 10% x 2 = 70%.
Esta cota é aplicada na aposentadoria que o segu-
rado falecido recebia se aposentado fosse ou, nos
casos em que não era aposentado, é calculada uma
aposenta- doria por incapacidade permanente na data
do óbito.
Ocorre que a aposentadoria por incapacidade per-
manente, pós-reforma, é calculada em 60% (sessenta
por cento), acrescidos de 2% (dois por cento) por
cada ano que supere 20 (vinte) anos de contribuição
para o homem e 15 (quinze) anos para a mulher.
Ex.: João faleceu em 14/02/2020, sem ser
aposen- tado, já que tinha 18 (dezoito) anos de
contribuição e mantinha qualidade de segurado em
razão de estar trabalhando como empregado. Deixa
como dependen- tes a viúva (cônjuge) e uma filha de
15 (quinze anos).
Primeiro fixamos a cota: 50% (familiar) + 20%
(dois
dependentes = 2 x 10%) = 70%.
Segundo passo: verificar se o instituidor era apo-
sentado. Nesse caso, digamos que João não era apo-
sentado; então, devemos calcular uma aposentadoria
por incapacidade permanente na data do óbito.
Aposentadoria por incapacidade permanente:
60% (sessenta por cento) + 2% (dois por cento) para
cada ano que supere 20 para o homem e 15 para a
mulher. João tem apenas 18 anos de contribuição, ou
seja, nenhum a mais do que os 20 (vinte) anos
mínimos.
O seu coeficiente, portanto, será de 60%
(sessenta por cento). Imagine que a média (salário de
benefício) de João seja de R$ 3.000,00 (três mil reais),
portanto, 60% de R$ 3.000,00 = R$1.800,00 (um mil e
oitocentos reais), valor da aposentadoria por
incapacidade permanente.
Cálculo da pensão por morte: 70% (cota) x R$
1.800,00 (aposentadoria por incapacidade permanen-
te). Valor da pensão por morte = R$ 1.260,00 (um mil
duzentos e sessenta reais).
DOS SERVIÇOS
N om prioridade aos segurados em benefício
ã por incapacidade temporária e atenção
o especial aos aposentados e pensionistas.
c
de interesse dos beneficiários, perante a previdência inde- ferimento ou não concessão de revisão
A
social, com exceção dos casos em que o fato exigir de benefício é de 10 (dez) anos […].
lei
registro público ou forma especial. pres
Não pode ser instaurada como um procedimento crev
autônomo, devendo ser parte de processo de e,
atualiza- ção de CNIS ou reconhecimento de par
direitos. a o
A prova material somente terá validade para a
seg
pes- soa referida no documento, vedada a sua
utilização por outras pessoas. ura
Para fins de comprovação de tempo de contribui- do,
ção, dependência econômica, identidade e relação de no
parentesco, a justificação deve ser baseada em início praz
de prova material contemporânea dos fatos e não o de
serão admitidas as provas exclusivamente testemu- 10
anos
nhais, a não ser nos casos de força maior ou caso
de
for- tuito (incêndio, inundação ou desmoronamento,
deca
que tenha atingido a empresa na qual o segurado
dênc
alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada ia
mediante registro da ocorrência policial feito em de
época própria ou apresentação de documentos todo
contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação e
entre a atividade da empresa e a profissão do qual
segurado). quer
Nos casos de homologação de justificação judi- direi
cial, baseada em prova testemunhal, fica dispensada to
a justificação administrativa desde que apresentadas ou
provas materiais complementares, o mesmo valendo ação
para homologação de decisão trabalhista transitada para
em julgado. a
O Superior Tribunal de Justiça, por meio da Súmu- revi
la 149, cristalizou entendimento no sentido de que “A são
prova exclusivamente testemunhal não basta a com- do
provação da atividade rurícola, para efeito de obtenção ato
de
de benefício previdenciário”.
conc
As testemunhas devem ser idôneas, em núme-
essã
ro entre 2 (dois) e 6 (seis), sendo que não podem o do
testemunhar: bene
fício
Os menores de dezesseis anos; .
O cônjuge, o companheiro ou a companheira, os A
ascendentes, os descendentes e os colaterais, até Lei
o terceiro grau, por consanguinidade ou 13.8
afinidade. 46,
de
Importante! A pessoa com deficiência pode ser 2019
testemunha e devem ser assegurados todos os meios ,
assistivos para sua participação. alter
Da decisão que valida ou invalida a justificação ando
não cabe recurso. este
disp
DISPOSIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS ositi
vo,
Do capítulo da Lei 8.213, de 1991, destinado às intro
dis- posições gerais e específicas, vamos destacar duzi
alguns dos dispositivos, em razão da relevância dos u
temas abordados. outra
Iniciamos tratando das regras dos arts. 103, 103- s
A e 104, que tratam de prescrição e decadência. hipót
A decadência é um prazo que atinge o próprio eses
direito, de modo que quando se verifica, não há a de
incid
pos- sibilidade de propor demanda. Já a prescrição
ênci
atinge parcelas e não o direito em si.
a da
deca
Art. 103 O prazo de decadência do direito ou da
dên-
ação do segurado ou beneficiário para a revisão
do ato de concessão, indeferimento, cancelamento cia,
ou cessação de benefício e do ato de deferimento, “a
revisão do ato de concessão, indeferimento, cance- lamento
ou cessação de benefício, do ato de deferimento,
indeferimento ou não concessão de revisão de benefício”.
Todavia, o STF, no julgamento da ADI 6.096, reco-
nheceu a inconstitucionalidade do art. 24, da Lei
13.846, de 2019, de modo que volta a valer a redação
anterior do art. 103: “É de dez anos o prazo de deca- dência
de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão de
benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do
recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso,
do dia em que tomar conhecimento da decisão
indeferitória definitiva no âmbito administrativo”.
O prazo tem início:
311
de cessação por revogação de decisão judicial, podem ser
VII - documentos fiscais relativos a entrega de pro-
inscritos em dívida ativa. Pode ser inscrito, em conjunto com
dução rural à cooperativa agrícola, entreposto de
pescado ou outros, com indicação do segurado o segurado, ou separadamente, o terceiro beneficiado
como vendedor ou consignante;
VIII - comprovantes de recolhimento de contribui-
ção à Previdência Social decorrentes da comerciali-
zação da produção;
IX - cópia da declaração de imposto de renda,
com indicação de renda proveniente da
comercialização de produção rural; ou
X - licença de ocupação ou permissão outorgada
pelo Incra.
CONHECIMENTOS
313
O art. 26, da Lei 8.213, de 1991, prevê as situações que independem de carência:
Para facilitar seu estudo, é importante destacar que o inciso I, do art. 39, trata da aposentadoria por idade ou
por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão ou pensão, no valor de 1 salário-mínimo, desde que comprovado o
tempo de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento
do benefício, igual ao número de meses da carência do benefício requerido.
Art. 26 [...]
IV -serviço social;
V - reabilitação profissional;
VI - salário maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e segurada doméstica;
Pela nova regra introduzida pela EC 103, de 2019, em seu art. 26, o salário de benefício consistirá na média
aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições ao
Regime Geral de Previdência Social, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do
período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela
competência.
Etapas do cálculo:
básico de cálculo) — de julho/94 até a data do requerimento do benefício ou da data de ingresso no sistema (se posterior a julho/94) até a data do req
Atualização monetária de todos os salários de contribuição Elaboração da média aritmética de todos os salários de contribuição
Aplicação do coeficiente específico do benefício a ser concedido
Importante!
Antes da Reforma, o salário de benefício era a média aritmética simples dos 80% (oitenta por cento) maiores salários de contribu
O valor do salário de benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do limite
máximo do salário de contribuição na data de início do benefício.
Se no período básico de cálculo o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será
con- tada, considerando-se como salário de contribuição, no período, o salário de benefício que serviu de base
para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo
ser inferior a um salário mínimo.
Ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão
do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor dos seus salários de contribuição no período básico de
cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada, quando da
apresentação de prova dos salários de contribuição.
O auxílio-acidente cessa com a concessão de qualquer aposentadoria; todavia, os seus valores são incorpora-
dos ao salário de contribuição do segurado, para fins de cálculo do salário de benefício, na forma do art. 31, da
314 Lei 8.213, de 1991.
A renda mensal inicial dos benefícios é
50% do salário de
calculada, via de regra, pela aplicação de coeficiente Auxílio-acidente B
específico fixada em lei, sobre o salário de benefício
PRE
benefício.
A EC 103, de 2019, para as aposentadorias,
alterou substancialmente o coeficiente que
corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média Au
aritmética definida na forma prevista no caput e no §
1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para
cada ano de contribui- ção que exceder o tempo de
20 (vinte) anos de contri- buição para homens e 15
(quinze) anos para mulheres. No caso de Salá
aposentadoria por incapacidade per- manente
decorrente de acidente do trabalho, o coefi-
ciente será de 100% (cem por cento). Sa
Outra novidade é que poderão ser excluídas da
média as contribuições que resultem em redução do
valor do benefício, desde que mantido o tempo míni-
mo de contribuição exigido, vedada a utilização do
tempo excluído para qualquer finalidade. É o chama- Pen
do descarte de contribuições.
Assim, temos que a RMI (Renda Mensal Inicial)
dos benefícios será assim calculada:
BENEFÍCIOS
RMI
PREVIDENCIÁRIOS A
60% + 2% para cada ano L
que superar 20 para o ho- e
Aposentadoria por idade, mem e 15 para a mulher i
com tempo mínimo de aplicado sobre o salário n
contribuição — EC 103, de benefício, sendo possí- º
de 2019 vel ultrapassar 100% des- 1
3
te, a depender do tempo .
de contribuição 1
3
Cálculo próprio para cada 5
Regras de Transição ,
regra
d
e
60% + 2% para cada ano 2
que superar 20 para o ho- 0
mem e 15 para a mulher 1
(exceto para atividades 5
que geram direito com 15 ,
Aposentadoria especial i
anos de exposição) apli-
n
cado sobre o salário de
t
benefício, sendo possível r
ultrapassar100% deste, o
a depender do tempo de d
contribuição u
z
60% + 2% para cada ano i
que supere 20 para o ho- u
mem e 15 para a mulher o
Aposentadoria aplicado sobre o salário §
de benefício ou 100% se 1
por incapacidade
0
permanente for acidente de trabalho,
n
sendo possível ultrapas- o
sar 100% do salário de a
benefício, a depender do r
tempo de contribuição t.
29,
91% do SB (limite média da
Auxílio-doença dos últimos 12 meses — Lei
regra superada pela EC nº
103, de 2019) 8.21
3, de
1991, regra que diz que:
Art. 29 [...]
§ 10 O auxílio-doença não poderá exceder a média
aritmética simples dos últimos 12 (doze) salários-
-de-contribuição, inclusive no caso de remunera- ção
variável, ou, se não alcançado o número de 12 (doze), a
média aritmética simples dos salários-de-
-contribuição existentes.
CONHECIMENTOS
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
315
REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS
Para entender no que a mudança implica, pense
O valor dos benefícios em manutenção será no seguinte exemplo hipotético:
reajus- tado, anualmente, na mesma data do reajuste Maria trabalhava em uma indústria privada de
do salá- rio mínimo, pro rata, de acordo com suas tecelagem, sendo, portanto, segurada da previ-
respectivas datas de início ou do último dência social. Em determinado episódio, Maria
reajustamento, com base no Índice Nacional de sofreu um acidente em uma das máquinas, que lhe
Preços ao Consumidor (INPC), apurado pela causou sequelas permanentes, razão pela qual,
Fundação Instituto Brasileiro de Geogra- fia e passou a receber o benefício de auxílio-acidente.
Estatística (IBGE). A partir desse dia, Maria se demitiu do emprego
e continuou recebendo apenas o auxílio-acidente.
Passados mais de 5 anos, Maria que continuou
desempregada durante todo o período, foi a óbito.
EXERCÍCIO COMENTADO Nessa situação, de acordo com a redação anterior e
a posterior, poderia ocorrer o seguinte:
1. (CESPE-CEBRASPE — 2018) Julgue o item a seguir:
O segurado especial terá direito a aposentadoria por
REDAÇÃO DA LEI Nº.
idade com requisito diferenciado, desde que comprove
REDAÇÃO ANTERIOR 8.213, DE 1991, COM
o exercício da atividade rural por tempo igual ao núme-
DA LEI Nº. 8.213, DE ALTERAÇÃO DA LEI
ro de meses exigidos para a carência do benefício.
1991 Nº. 13.846, DE 18 DE
( ) CERTO ( ) ERRADO JU-
NHO DE 2019
O segurado especial comprova a carência exigida
Art. 15 Mantém a qua- Art. 15 Mantém a qua-
para o benefício por meio do exercício de atividade
como segurado especial pelo prazo exigido. lidade de segurado, in- lidade de segurado, in-
Resposta: Certo. dependentemente de dependentemente de
contribuições: contribuições:
I - sem limite de prazo, I - sem limite de prazo,
quem está em gozo quem está em gozo
de benefício; de benefício, exceto
Maria, mesmo desempre- do auxílio-acidente;
gada e sem contribuir para Maria, apesar de estar em
a previdência social, man- gozo de auxílio-acidente,
316 A qualidade
tinha a condiçãode de
segurado
se- não é omantinha
requisitoapara con- cessão de
condição
quase
gurada. Razão pela qual, de segurada. Razão Pela
todos os benefícios da previdência social. pela regra, os
segurados
os seus eventuais depen- qual, os seus eventuais estiverem
preservam essa condi- ção enquanto
vertendo contribuições para a Previdência Social ou enquanto
dentes possuem direito á depen- dentes não
estiverem exercen- do atividade remunerada.
O art. 15, da Lei nº 8.213, de 1991, prevê o denomi- nado
período de graça, no qual o segurado mantém essa
qualidade independentemente de contribuição, fazendo jus aos
benefícios e serviços que são prestados pela Previdência. O
período de graça é uma criação que permite a extensão da
proteção previdenciária em casos taxativamente determinados
pela legislação.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de
120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que
comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Assim, afim de esclarecer a situação evidenciada pelos referidos parágrafos, tomemos o exemplo do Donatello,
mas da seguinte forma: Donatello trabalhava registrado como segurança há mais de 10 anos, contudo veio a ser
dispensado sem justa causa, parando, por conseguinte, de contribuir. Neste caso, veja que Donatello terá a con-
dição de segurado prorrogada por 12 meses após o fim do contrato de trabalho, mesmo não contribuindo, pois
assim prevê o inciso II.
Entretanto, a condição de segurado não se findará após 12 meses do término do contrato de trabalho, sendo
prorrogada por mais 24 meses. Essa prorrogação se dará em virtude da concessão de 12 meses referente ao fato
de ter contribuído por mais de 120 vezes sem interrupção (§ 1º, do art. 15), e pela concessão de 12 meses por
se encontrar na condição de segurado desempregado (§ 2º, do art. 15) (sendo necessária, neste último caso, a
compro- vação da situação de desempregado pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da
Previdência).
Por fim, ressalta-se que a concessão das prorrogações previstas nos parágrafos §§ 1º e 2º são independentes.
Assim, um contribuinte poderá ter assegurada essa condição, após o fim do contrato de trabalho (ou seja, sem
estar contribuindo), por 12 meses (caso em que não haverá prorrogação alguma), 24 ou 36 meses.
Ademais, interpretando a norma, a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência (TNU), por meio da
Súmula 27, firmou o seguinte entendimento: A ausência de registro no Ministério do Trabalho não impede a
com- provação da condição de desemprego por outros meios admitidos em Direito.
Seguindo com os incisos do art. 15, da Lei nº. 8. 213, de 1991:
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
[...]
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de
Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do
final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
PERÍODO DE GRAÇA
A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 16 do mês de vencimento da contribuição relativa ao mês
seguinte ao término dos prazos fixados no art. 15. Exemplo: Se o período de graça terminar em maio, o
segurado terá até 15 de julho para efetuar o pagamento da contribuição de junho; com isso, ganha mais 45 dias.
Conforme disposto no art. 27-A, da Lei 8.213, de 1991:
CONHECIMENTOS
Art. 27-A Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios de auxílio-doença, de
aposentadoria por invalidez, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data
da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I, III e IV do caput do art. 25.
Isso significa dizer que, para fins de carência, o segurado deve recolher metade da carência prevista para o
bene- fício que pretende receber, caso deseje contar o tempo anterior à perda da qualidade de segurado para
esse fim.
317
públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito
Dica relativo à saúde, à previdência e à assistên- cia social.
A Lei 10.666, de 2003, revoga parcialmente o
parágrafo único, do art. 24, da Lei 8.213, de
1991, ao estabelecer, em seu art. 3º, que a
perda da qualidade de segurado não será
considerada para a concessão das
aposentadorias por tem- po de contribuição e,
em especial, na hipótese de aposentadoria por
idade, desde que o segu- rado conte com, no
mínimo, o tempo de contri- buição
correspondente ao exigido para efeito de
carência na data de entrada do requerimento do
benefício. Ou seja, fica dispensada a qualidade
de segurado nessas situações.
319
tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123,
Do Empregado Doméstico de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo
Do Contribuinte Individual
321
§ 15 Enquadram-se nas situações previstas nas alí- § 18 Não descaracteriza a condição de segurado
neas “j” e “l” do inciso V do caput, entre outros: especial:
I - aquele que trabalha como condutor autônomo I - a outorga, por meio de contrato escrito de par-
de veículo rodoviário, inclusive como taxista ou ceria, meação ou comodato, de até cinqüenta por
motorista de transporte remunerado privado indi- cento de imóvel rural cuja área total, contínua ou
vidual de passageiros, ou como operador de trator, descontínua, não seja superior a quatro módulos
máquina de terraplenagem, colheitadeira e asseme- fiscais, desde que outorgante e outorgado conti-
lhados, sem vínculo empregatício; nuem a exercer a respectiva atividade, individual-
II - aquele que exerce atividade de auxiliar de con- mente ou em regime de economia familiar;
dutor autônomo de veículo rodoviário, em automó- II - a exploração da atividade turística da proprie-
vel cedido em regime de colaboração, nos termos dade rural, inclusive com hospedagem, por não
da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974; mais de cento e vinte dias ao ano;
III - aquele que, pessoalmente, por conta própria e III - a participação em plano de previdência comple-
a seu risco, exerce pequena atividade comercial mentar instituído por entidade classista a que seja
em via pública ou de porta em porta, como associado, em razão da condição de trabalhador
comercian- te ambulante, nos termos da rural ou de produtor rural em regime de
IV - o trabalhador associado a cooperativa que, economia familiar;
nessa qualidade, presta serviços a terceiros; IV - a participação como beneficiário ou
V - o membro de conselho fiscal de sociedade por integrante de grupo familiar que tem algum
ações; componente que seja beneficiário de programa
VI - aquele que presta serviço de natureza não assistencial oficial de governo;
contínua, por conta própria, a pessoa ou família, V - a utilização pelo próprio grupo familiar de
no âmbito residencial desta, em atividade sem fins pro- cesso de beneficiamento ou industrialização
lucrativos, até dois dias por semana; artesa- nal, na exploração da atividade, de acordo
VII - o notário ou tabelião e o oficial de registros com o disposto no § 25; e
ou registrador, titular de cartório, que detêm a VI - a associação a cooperativa agropecuária ou de
delega- ção do exercício da atividade notarial e de crédito rural;
registro, não remunerados pelos cofres públicos, VII - a incidência do Imposto sobre Produtos Indus-
admitidos a partir de 21 de novembro de 1994; trializados - IPI sobre o produto das atividades
VIII - aquele que, na condição de pequeno desenvolvidas nos termos do disposto no inciso
feirante, compra para revenda produtos VIII; e
hortifrutigranjeiros ou assemelhados; VIII - a participação do segurado especial em socie-
IX - a pessoa física que edifica obra de construção dade empresária ou em sociedade simples ou a
civil; sua atuação como empresário individual ou como
X - o médico residente de que trata a Lei nº titu- lar de empresa individual de responsabilidade
6.932, de 7 de julho de 1981. limi- tada de objeto ou âmbito agrícola,
XI - o pescador que trabalha em regime de parce- agroindustrial ou agroturístico, considerada
ria, meação ou arrendamento, em embarcação de microempresa nos termos do disposto na Lei
médio ou grande porte, nos termos da Lei nº 11.959, Complementar nº 123, de 2006, desde que, mantido
de 2009; o exercício da sua ativida- de rural na forma
XII - o incorporador de que trata o prevista no inciso VII do caput e no § 5º, a pessoa
XIII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exér- jurídica seja composta apenas por segurados
cito contratado em conformidade com a Lei nº especiais e sediada no mesmo Município ou em
6.855, de 18 de novembro de 1980; e Município limítrofe àquele em que ao menos um
XIV - o árbitro e seus auxiliares que atuam em con- deles desenvolva as suas atividades.
formidade com a Lei nº 9.615, de 24 de março de § 19 Os segurados de que trata o art. 199-A terão
1998. identificação específica nos registros da Previdên-
XV - o membro de conselho tutelar de que trata cia Social.
o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, § 20 Para os fins deste artigo, considera-se que o
quando remunerado; segurado especial reside em aglomerado urbano
XVI - o interventor, o liquidante, o administrador ou rural próximo ao imóvel rural onde desenvol-
especial e o diretor fiscal de instituição financeira, ve a atividade quando resida no mesmo município
empresa ou entidade referida no § 6º do art. 201; de situação do imóvel onde desenvolve a atividade
XVII - o transportador autônomo de cargas e o rural, ou em município contíguo ao em que desen-
transportador autônomo de cargas auxiliar, nos volve a atividade rural.
termos do disposto na Lei nº 11.442, de 5 de janeiro § 21 O grupo familiar poderá utilizar-se de empre-
de 2007; gado contratado por prazo determinado, inclusive
XVIII - o repentista de que trata a Lei nº 12.198, de daquele referido na alínea “r” do inciso I do
14 de janeiro de 2010, desde que não se enquadre caput, ou de trabalhador de que trata a alínea “j”
na condição de empregado, prevista no inciso I do do inciso V do caput, à razão de, no máximo,
caput, em relação à referida atividade; e cento e vin- te pessoas por dia no mesmo ano
XIX - o artesão de que trata a Lei nº 13.180, de 22 civil, em perío- dos corridos ou intercalados, ou,
de outubro de 2015, desde que não se enquadre em ainda, por tempo equivalente em horas de
outras categorias de segurado obrigatório do RGPS trabalho, à razão de oito horas por dia e quarenta
em relação à referida atividade. e quatro horas por sema- na, hipóteses em que
§ 16 Aplica-se o disposto na alínea “i” do inciso I períodos de afastamento em decorrência de
do caput ao ocupante de cargo de Ministro de percepção de auxílio por incapaci- dade
Esta- do, de Secretário Estadual, Distrital ou temporária não serão computados.
Municipal, sem vínculo efetivo com a União, § 22 O disposto nos incisos III e V do § 8º e no
322 Estados, Distrito Federal e Municípios, suas inciso VIII do § 18 não dispensará o recolhimento
autarquias, ainda que em regime especial, e da con- tribuição devida em relação ao exercício
fundações. das ativi- dades de que tratam os referidos
§ 17 (Revogado pelo Decreto nº 8.424, de 2015). incisos.
§ 23
O
segu
rad
o
espe
cial
fica
excl
uído
dess
a
cate
gori
a:
I - a contar do primeiro dia do mês em que: dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime
ar
a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas Geral de Previ- dência Social, mediante
t.
no inciso VII do caput deste artigo, sem prejuízo do contribuição, na forma do
19
disposto no art. 13, ou exceder qualquer dos
9,
limites estabelecidos no inciso I do § 18 deste
de
artigo;
sd
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de
e
segurado obrigatório do Regulamento da Previdên-
qu
cia Social, exceto nas hipóteses previstas nos inci-
e
sos III, V, VII e VIII do § 8º e no inciso VIII do § 18,
n
sem prejuízo do disposto no art. 13;
ão
c) se tornar segurado obrigatório de outro regime
es
previdenciário; ou
tej
d) na hipótese de descumprimento do disposto no
a
inciso VIII do § 18:
ex
1. participar de sociedade empresária ou de socie-
er
dade simples; ou
ce
2. atuar como empresário individual ou como
n
titu- lar de empresa individual de responsabilidade
do
limi- tada; ou
at
II - a contar do primeiro dia do mês subseqüente
ivi
ao da ocorrência, quando o grupo familiar a que
da
pertence exceder o limite de:
de
a) utilização de trabalhadores nos termos do § 21
re
deste artigo;
m
b) dias em atividade remunerada estabelecidos no
u
inciso III do § 8º deste artigo; e
ne
c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II
ra
do
da
§ 18 deste artigo.
qu
§ 24 Aplica-se o disposto na alínea “a” do inciso V
e
do caput deste artigo ao cônjuge ou companheiro
o
do produtor que participe da atividade rural por
en
este explorada.
qu
§ 25 Considera-se processo de beneficiamento ou
ad
industrialização artesanal aquele realizado dire-
re
tamente pelo próprio produtor rural pessoa física,
co
observado o disposto no § 5º do art. 200, desde
m
que não esteja sujeito à incidência do Imposto
o
Sobre Produtos Industrializados - IPI.
se
§ 26 É considerado MEI o empresário individual a
gu
que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de
ra
janeiro de 2002 - Código Civil, que tenha auferido
do
receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$
ob
36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Sim-
ri-
ples Nacional e que não esteja impedido de optar
ga
pela sistemática de recolhimento mencionada na
tó
alínea “p” do inciso V do caput.
ri
§ 26 É considerado microempreendedor individual
o
- MEI o empresário individual a que se refere o
da
art. 966 da Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil,
pr
ou o empreendedor que exerça as atividades de
ev
indus- trialização, comercialização e prestação de
id
ser- viços no âmbito rural, que tenha auferido
ên
receita bruta no ano-calendário imediatamente
ci
anterior até o limite estabelecido no art. 18-A da
a
Lei Com- plementar nº 123, de 2006, que tenha
so
optado pelo Simples Nacional e não esteja
ci
impedido de optar pela sistemática de
al.
recolhimento a que se refere a alínea “p” do inciso
§
V do caput.
1º
§ 27 O vínculo empregatício mantido entre cônju-
Po
ges ou companheiros não impede o reconhecimento
de
da qualidade de segurado do empregado, excluído o
m
doméstico, observado o disposto no art. 19-B.
fil
ia
Segundo o art. 11, do Decreto 3.048, de 1999, o r-
maior de 16 anos pode se filiar e se tornar se
contribuin- te facultativo da Previdência Social, sob a fa
condição de que não esteja vinculado à atividades cu
que obrigatoria- mente o enquadrem como segurado lta
obrigatório. tiv
a
Art. 11 É segurado facultativo o maior de m
ente, entre outros: I - aquele que se dedique
exclusivamente ao traba- lho doméstico no âmbito de sua
residência;
II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;
III - o estudante;
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta
serviço no exterior;
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da
previdência social;
VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art.
132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não
esteja vinculado a qualquer regime de previdência social;
VII - o estagiário que preste serviços a empresa nos
termos do disposto na Lei nº 11.788, de 2008;
VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a
pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,
mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde
que não esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social;
IX - o presidiário que não exerce atividade remu- nerada
nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência
social;
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior; XI -
o segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou
semi-aberto, que, nesta condição, pres- te serviço,
dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais
empresas, com ou sem intermediação da organização
carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade
artesanal por conta própria.
XII - o atleta beneficiário da Bolsa-Atleta não filia- do a
regime próprio de previdência social ou não enquadrado
em uma das hipóteses previstas no art. 9º.
323
do de doze meses para o segurado desempregado, desde que
§ 5º O segurado poderá contribuir facultativamen-
comprovada essa situação por regis- tro no órgão próprio do
te durante os períodos de afastamento ou de inati-
Ministério do Trabalho e Emprego.
vidade, desde que não receba remuneração nesses
períodos e não exerça outra atividade que o vincule
ao RGPS ou a regime próprio de previdência social.
CONHECIMENTOS
329
III - agrupar os salários de contribuição inferiores O Decreto nº 10.410, de 2020, que altera o Regu-
ao limite mínimo de diferentes competências para lamento da Previdência Social (Decreto nº 3.048, de
aproveitamento em uma ou mais competências 1999), em seu art. 19-E, visto anteriormente, esta-
até que estas atinjam o limite mínimo. belece, por sua vez, que as contribuições abaixo do
§ 2º Os ajustes de complementação, utilização e mínimo não serão computadas paras fins de tempo
agrupamento previstos no § 1º poderão ser de contribuição, carência e qualidade de segurado.
efetiva- dos, a qualquer tempo, por iniciativa do A qualidade de segurado é condição garantida
segurado, hipótese em que se tornarão irreversíveis quando se está vertendo contribuições para o sistema
e irrenun- ciáveis após processados. ou, ainda, quando preenchidos os requisitos do
§ 3º A complementação de que trata o inciso I do
“perío- do de graça”, previstos no art. 15, da Lei nº
§ 1º poderá ser recolhida até o dia quinze do mês
8.213, de 1991 e, também no art. 13, do Decreto nº
subsequente ao da prestação do serviço e, a partir
3.048, de 1999. Além disso, conforme § 8º do
dessa data, com os acréscimos previstos no art. 35
referido Decreto, o segurado que receber
da Lei nº 8.212, de 1991.
§ 4º Os ajustes de que tratam os incisos II e III do remuneração inferior ao limi- te mensal deverá
§ 1º serão efetuados na forma indicada ou autori- complementar a diferença a fim de manter a
zada pelo segurado, desde que utilizadas as compe- qualidade de segurado.
tências do mesmo ano civil definido no art. 181-E, Afastar a qualidade de segurado quando as con-
em conformidade com o disposto nos § 27-A ao § tribuições estão abaixo do mínimo legal afeta, dire-
27-D do art. 216. tamente, o direito à percepção de benefícios por
§ 5º A efetivação do ajuste previsto no inciso III incapacidade e pensão por morte, especialmente em
do § 1º não impede o recolhimento da contribui- tempos de suspensão do contrato de trabalho e redu-
ção referente à competência que tenha o salário ção da jornada (Lei nº 14.020, de 2020) ou, ainda, no
de contribuição transferido, em todo ou em parte, caso do trabalho intermitente.
para agrupamento com outra competência a fim Do mesmo modo, o art. 26, do Decreto 3.048, de
de atingir o limite mínimo mensal do salário de 1999, estabelece, no que diz respeito à carência:
contribuição.
§ 6º Para complementação ou recolhimento da Art. 26 Período de carência é o tempo correspon-
competência que tenha o salário de contribuição dente ao número mínimo de contribuições
transferido, em todo ou em parte, na forma prevista mensais indispensáveis para que o beneficiário
no § 5º, será observado o disposto no § 3º. faça jus ao benefício, consideradas as
§ 7º Na hipótese de falecimento do segurado, os competências cujo salá- rio de contribuição seja
ajustes previstos no § 1º poderão ser solicitados igual ou superior ao seu limite mínimo mensal.
por seus dependentes para fins de reconhecimen-
to de direito para benefício a eles devidos até o dia Extrai-se, da referida norma, que as contribuições
quinze do mês de janeiro subsequente ao do ano abaixo do mínimo não serão computadas, também,
civil correspondente, observado o disposto no § para fins de carência, requisito que, por exemplo, foi
4º. Art. 19-F A obrigação do INSS de promover a mantido na aposentadoria programada pós reforma
ins- trução de requerimentos e a comprovação de da Previdência Social.
requi- sitos legais para o reconhecimento de O referido dispositivo, em seu § 2º, permite que
direitos não afasta a obrigação de o interessado esses ajustes de complementação, utilização do exce-
ou o seu repre- sentante juntar ao requerimento dente e agrupamento sejam efetivados a qualquer
toda a documenta- ção útil à comprovação do
tempo por iniciativa do segurado, hipótese em que se
direito, principalmente em relação aos fatos que
tornarão irreversíveis e irrenunciáveis após processa-
não constem da base de dados da previdência
dos pelo sistema.
social.
A complementação poderá ser recolhida até o dia
quinze do mês subsequente ao da prestação do servi-
A Reforma da Previdência Social, Emenda Consti-
ço e, a partir dessa data, com os acréscimos de multa
tucional nº 103, de 2019, atribuiu nova redação ao §
de mora e juros de mora, previstos no art. 35, da Lei
14, do art. 195, da Constituição Federal, que passou a
nº 8.212, de 1991.
vigorar com a seguinte redação:
Já a utilização do excedente e os agrupamentos
serão efetuados na forma indicada ou autorizada pelo
Art. 195 (CF, de 1988) [...]
segurado, desde que utilizadas as competências do
§ 14 O segurado somente terá reconhecida como
tempo de contribuição ao Regime Geral de Previ- mesmo ano civil, definido no art. 181-E, em conformi-
dência Social a competência cuja contribuição dade com o disposto nos § 27-A ao § 27-D, do art. 216,
seja igual ou superior à contribuição mínima ambos do Decreto nº 10.410, de 2020.
mensal exigida para sua categoria, assegurado o O agrupamento não impede o recolhimento da
agrupa- mento de contribuições. contribuição referente à competência que tenha o
salário de contribuição transferido, em todo ou em
A consequência extraída da norma, para os segu- parte, para agrupamento com outra competência, a
rados do Regime Geral (INSS), é no sentido de que a fim de atingir o limite mínimo mensal do salário de
vedação ao cômputo das contribuições, cujo salário contribuição.
de contribuição não atinge o mínimo legal, que antes É oportuno referir que, independentemente da
afetava apenas o contribuinte individual e o segura- categoria contributiva do segurado, a norma o indica
do facultativo, passou a atingir todas as categorias como sujeito passivo da obrigação tributária
de segurados. Isso significa dizer que, para qualquer principal de pagamento.
330 Admite-se, na hipótese de falecimento do segurado,
categoria contributiva, as competências, cuja contri-
buição não atingir o mínimo legal, não serão compu- que a complementação, a utilização do excedente ou
tadas, à luz da regra constitucional, como tempo de o agrupamento sejam solicitadas por seus
contribuição. dependentes, para fins de reconhecimento de direito
p
a
r
a
b
e
n
e
f
í
c
i
o
a eles devidos, desde que até o dia quinze do mês de n
§ 4º Para efeito de contagem recíproca, o perío-
janeiro subsequente ao do ano civil correspondente. o
do em que os segurados contribuinte individual e
A regularização das contribuições post mortem facultativo tiverem contribuído na forma prevista
não se confunde com a inscrição post mortem, no art. 199-A só será computado se forem comple- §
que segue vedada pelo nosso ordenamento jurídico mentadas as contribuições na forma prevista no §
para segurado contribuinte individual e facultativo, à 2º do referido artigo. 4
luz do que dispõe o Decreto nº 3.048, de 1999, com § 4º-A Para efeito de contagem recíproca, a partir º
reda- ção pelo Decreto nº 10.410, de 2020 — § 5º B, de 14 de novembro de 2019, somente serão consi-
art. 18. deradas as competências cujos salários de contri- d
Avançaremos na norma, em razão de já termos buição tenham valor igual ou superior ao limite o
tratado dos dispositivos ao longo do material. mínimo mensal do salário de contribuição para o
RGPS, observado o disposto no art. 19-E.
a
§ 5º A certidão referente ao tempo de contribuição
CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE r
com deficiência deverá identificar os períodos
CONTRIBUIÇÃO t
com deficiência e seus graus.
.
Art. 126 O segurado terá direito de computar,
Passemos à contagem recíproca, que é, como 4
para
0
vimos, a possibilidade de levar tempo de um regime fins de concessão dos benefícios do Regime Geral
de previdência a outro, com compensação financeira de Previdência Social, o tempo de contribuição na
entre os sistemas. administração pública federal direta, autárquica e
e fundacional.
Art. 125 Para efeito de contagem recíproca, hipó- Parágrafo único. Poderá ser contado o tempo de n
tese em que os diferentes sistemas de previdência contribuição na administração pública direta, o
social ou proteção social se compensarão autárquica e fundacional dos Estados, do Distri-
financei- ramente, fica assegurado: to Federal e dos Municípios, desde que estes asse- §
gurem aos seus servidores, mediante legislação
própria, a contagem de tempo de contribuição em
É assegurada a contagem recíproca de tempo de 1
atividade vinculada ao Regime Geral de Previdên-
contribuição na administração pública e na atividade º
cia Social.
privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos Art. 127 O tempo de contribuição de que trata este
regimes de Previdência Social se compensarão Capítulo será contado de acordo com a legislação d
finan- ceiramente, conforme dispõe o § 9º, art. 201, pertinente, observadas as seguintes normas: o
da Cons- tituição Federal. Seguindo com os incisos I - não será admitida a contagem em dobro ou em
do art. 125, do Decreto estudado: outras condições especiais; a
II - é vedada a contagem de tempo de r
I - o cômputo do tempo de contribuição na adminis- contribuição no serviço público com o de t
tração pública e de serviço militar exercido nas ati- contribuição na ativi- dade privada, quando .
vidades de que tratam os art. 42, art. 142 e art. 143 concomitantes; 2
da Constituição, para fins de concessão de benefí- III - não será contado por um regime o tempo de 0
cios previstos no RGPS, inclusive de aposentadoria contribuição utilizado para concessão de aposenta- 1
em decorrência de tratado, convenção ou acordo doria por outro regime; d
internacional; e IV - o tempo de contribuição anterior ou posterior a
II - para fins de emissão de certidão de tempo de à obrigatoriedade de filiação à previdência social
contribuição, pelo INSS, para utilização no só será contado por meio de indenização da contri- C
serviço público ou para inativação militar, o buição correspondente ao período respectivo, com o
cômputo do tempo de contribuição na atividade acréscimo de juros moratórios de cinco décimos n
privada, rural e urbana, observado o disposto nos § por cento ao mês, capitalizados anualmente, e mul- s
4º e § 4º-A deste artigo, no art. 123, no § 13 do art. ta de dez por cento, observado o disposto nos § 8º e t
216 e nos § 8º e § 8º-A do art. 239. § 8º-A do art. 239; i
§ 1º Para os fins deste artigo, é vedada: V - é vedada a emissão de certidão de tempo de t
I - conversão do tempo de contribuição exercido em contribuição com o registro exclusivo de tempo de u
serviço sem a comprovação de contribuição efeti- i
atividade sujeita à condições especiais, nos termos
va, exceto para segurado empregado, empregado ç
do disposto no art. 66;
doméstico, trabalhador avulso e, a partir de 1º de ã
II - conversão do tempo cumprido pelo segurado
abril de 2003, para o contribuinte individual que o
com deficiência, reconhecida na forma do art. 70-D,
preste serviço a empresa obrigada a arrecadar a ,
em tempo de contribuição comum; e
contribuição a seu cargo, observado o disposto no o
III - a contagem de qualquer tempo de serviço
art. 5º da Lei nº 10.666, de 2003; s
fictício.
VI - para ex-servidor público, a certidão de tempo p
de contribuição somente poderá ser emitida por e
Tempo de serviço fictício quer dizer o tempo que regime próprio de previdência social; r
é contado para fins de requerimento de VII - é vedada a contagem recíproca de tempo de í
aposentadoria, sem haver de fato recolhimento de contribuição do RGPS por regime próprio de o
contribuição para a previdência social. previ- dência social sem a emissão da certidão de d
tempo de contribuição correspondente, ainda que o
§ 2º Admite-se a aplicação da contagem recíproca o tempo de contribuição referente ao RGPS tenha s
de tempo de contribuição no âmbito dos tratados, sido prestado pelo servidor público ao próprio ente r
convenções ou acordos internacionais de instituidor; VIII - é vedada a desaverbação de e
previdên- cia social. tempo em regi- me próprio de previdência social c
§ 3º É permitida a emissão de certidão de tempo quando o tempo averbado tiver gerado a o
de contribuição para períodos de contribuição concessão de vantagens remuneratórias ao n
poste- riores à data da aposentadoria no RGPS, servidor público em atividade; e IX - para fins de h
observado o disposto no art. 19-E. elegibilidade às aposentadorias especiais referidas e
cidos pelo
CONHECIMENTOS
331
regime previdenciário de origem como de tempo VI - soma do tempo líquido;
especial sem conversão em tempo comum deverão VII - declaração expressa do servidor responsável
estar incluídos nos períodos de contribuição com- pela certidão, indicando o tempo líquido de efetiva
preendidos na certidão de tempo de contribuição e contribuição em dias, ou anos, meses e dias;
discriminados de data a data. VIII - assinatura do responsável pela certidão e do
Parágrafo único. O disposto no inciso V do caput dirigente do órgão expedidor e, no caso de ser
não se aplica ao tempo de serviço anterior à emi- tida por outro órgão da administração do ente
edição da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de fede- rativo, homologação da unidade gestora do
dezembro de 1998, que tenha sido equiparado por regime próprio de previdência social;
lei a tempo de contribuição. IX - indicação da lei que assegure, aos servidores
Art. 128 A certidão de tempo de contribuição do Estado, do Distrito Federal ou do Município,
anterior ou posterior à filiação obrigatória à pre- aposentadorias por invalidez, idade, tempo de
vidência social somente será expedida mediante a con- tribuição e compulsória, e pensão por morte,
observância do disposto nos arts. 122 e 124. com aproveitamento de tempo de contribuição
§ 1° A certidão de tempo de contribuição, para prestado em atividade vinculada ao Regime Geral
fins de averbação do tempo em outros regimes de de Previ- dência Social.
previdência, somente será expedida pelo Instituto § 4 A certidão de tempo de contribuição deverá
Nacional do Seguro Social após a comprovação ser expedida em duas vias, das quais a primeira
da quitação de todos os valores devidos, inclusive será fornecida ao interessado, mediante recibo
de eventuais parcelamentos de débito. passa- do na segunda via, implicando sua
§ 3º A certidão de tempo de contribuição referente a concordância quanto ao tempo certificado.
período de atividade rural anterior à competência § 5º Revogado
novembro de 1991 somente será emitida por meio § 6º Revogado
da comprovação do recolhimento das contribui- § 7º Quando solicitado pelo segurado que exerce
ções correspondentes ou da indenização, na cargos constitucionalmente acumuláveis, é permi-
forma prevista nos § 13 e § 14 do art. 216, tida a emissão de certidão única com destinação
observado o disposto nos § 8º e § 8º-A do art. 239. do tempo de contribuição para, no máximo, dois
Art. 129 O segurado em gozo de auxílio-acidente, órgãos distintos.
auxílio-suplementar ou abono de permanência em § 8º Na situação do parágrafo anterior, a
serviço terá o benefício encerrado na data da certidão de tempo de contribuição deverá ser
emis- são da certidão de tempo de contribuição. expedida em três vias, das quais a primeira e a
Art. 130 O tempo de contribuição para regime pró- segunda serão fornecidas ao interessado, mediante
prio de previdência social ou para Regime Geral recibo passado na terceira via, implicando sua
de Previdência Social deve ser provado com concordância quan- to ao tempo certificado.
certidão fornecida: § 9º A certidão só poderá ser fornecida para os
I - pela unidade gestora do regime próprio de pre- períodos de efetiva contribuição para o Regime
vidência social ou pelo setor competente da admi- Geral de Previdência Social, devendo ser excluídos
nistração federal, estadual, do Distrito Federal e aqueles para os quais não tenha havido contribui-
municipal, suas autarquias e fundações, desde que ção, salvo se recolhida na forma dos §§ 7º a 14 do
devidamente homologada pela unidade gestora art. 216.
do regime próprio, relativamente ao tempo de § 10 Poderá ser emitida, por solicitação do
contri- buição para o respectivo regime próprio segura- do, certidão de tempo de contribuição para
de previ- dência social; ou período fracionado.
II - pelo setor competente do Instituto Nacional do § 11 Na hipótese do parágrafo anterior, a certidão
Seguro Social, relativamente ao tempo de contribui- conterá informação de todo o tempo de contribui-
ção para o Regime Geral de Previdência Social. ção ao Regime Geral de Previdência Social e a
§ 1º O setor competente do INSS promoverá o indi- cação dos períodos a serem aproveitados no
levantamento do tempo de contribuição ao RGPS, regime próprio de previdência social.
com base na documentação apresentada, § 12 É vedada a contagem de tempo de contribuição
observa- do o disposto no art. 19. de atividade privada com a do serviço público ou de
§ 2º O setor competente do órgão federal, mais de uma atividade no serviço público, quando
estadual, do Distrito Federal ou municipal deverá concomitantes, ressalvados os casos de acumula-
promover o levantamento do tempo de ção de cargos ou empregos públicos admitidos
contribuição para o respectivo regime próprio de pela Constituição.
previdência social à vista dos assentamentos
funcionais.
Não será permitida a contagem de prazo de ativi-
§ 3º Após as providências de que tratam os §§ 1º e
dade no serviço pública e atividade privada, ou mais
2º, e observado, quando for o caso, o disposto no §
9º, os setores competentes deverão emitir certidão de uma atividade no serviço público que sejam reali-
de tempo de contribuição, sem rasuras, constando, zadas ao mesmo tempo.
obrigatoriamente:
I - órgão expedidor; § 13 Em hipótese alguma será expedida certidão
II - nome do servidor, seu número de matrícula, RG, de tempo de contribuição para período que já
CPF, sexo, data de nascimento, filiação, número do PIS tiver sido utilizado para a concessão de
ou PASEP, e, quando for o caso, cargo efetivo, aposentadoria, em qualquer regime de
lotação, data de admissão e data de exoneração ou previdência social.
demissão; III - período de contribuição, de data a § 14 A certidão de que trata o § 3o deverá vir
data, com- preendido na certidão; acom- panhada de relação dos valores das
IV - fonte de informação; remunerações, por competência, que serão
332 V - discriminação da frequência durante o utilizados para fins de cálculo dos proventos da
período abrangido pela certidão, indicadas as aposentadoria.
várias altera- ções, tais como faltas, licenças, § 15 O tempo de serviço considerado para efeito de
suspensões e outras ocorrências; aposentadoria e cumprido até 15 de dezembro de
1998 será contado como tempo de contribuição.
§ 16 Caberá revisão da certidão de tempo de contri- compõem a sociedade devem colaborar para a Ar
buição, inclusive de ofício, quando constatado erro cobertura dos ris- cos provenientes da perda ou t.
material, vedada à destinação da certidão a órgão redução da capacidade de trabalho ou meio de 1
diverso daquele a que se destinava originariamente. subsistência. Desta forma, o art. 152, do 5
referido Decreto, traz expressamente que os 3-
Concessão do Benefício na Contagem Recíproca de benefícios da previdência social não poderão A
Tempo de Contribuição sofrer alterações sem ter fonte de custeio para A
tal. co
Art. 131 Concedido o benefício, caberá: nc
I - ao Instituto Nacional do Seguro Social comunicar es
o fato ao órgão público emitente da certidão, para sã
as anotações nos registros funcionais e/ou na o
segunda via da certidão de tempo de contribuição; e de
II - ao órgão público comunicar o fato ao Instituto a
Nacional do Seguro Social, para efetuar os regis- po
tros cabíveis. se
Art. 132 O tempo de contribuição na nt
administração a
pública federal, estadual, distrital ou municipal de do
que trata este Capítulo será considerado para efeito ri
do percentual de acréscimo previsto no inciso I do a
caput do art. 44, no art. 53, no § 1º do art. 54, no re
art. 67, no inciso II do caput do art. 70-J, no § 3º do qu
er
art. 188-H, no § 4º do art. 188-I, no § 3º do art. 188-
i-
J, no § 4º do art. 188-M, no § 3º do art. 188-N e no
da
§ 3º do art. 188-P.
a
Art. 133 O tempo de contribuição certificado na
p
forma deste Capítulo produz, no Instituto
ar
Nacional do Seguro Social e nos órgãos ou
tir
autarquias fede- rais, estaduais, do Distrito
de
Federal ou municipais, todos os efeitos previstos
14
na respectiva legislação pertinente. de
Art. 134 As aposentadorias e demais benefícios no
resultantes da contagem de tempo de contribuição ve
na forma deste Capítulo serão concedidos e pagos m
pelo regime a que o interessado pertencer ao reque- br
rê-los e o seu valor será calculado na forma da o
legislação pertinente. de
2
Isso significa que, a qualquer tempo, é possível 01
levar tempo de contribuição de um regime para 9
outro, desde que os sistemas se compensem co
financeiramen- te. É o caso, por exemplo, de quem m
ingressa na carrei- ra pública como servidor efetivo, ut
vinculado a regime próprio de previdência e já ili
possuía tempo recolhido ao INSS, que pode ser za
-
levado.
çã
A contagem recíproca dá-se mediante a
o
expedição de certidão (CTC — Certidão de Tempo de
de Contribui- ção), que não pode trazer qualquer te
tempo fictício, tempo convertido (especial ou m
deficiente) ou tempo em que não houve po
recolhimento previdenciário. de
O servidor público precisa desvincular-se do órgão co
para o qual irá requerer a emissão de Certidão de nt
Tem- po de Contribuição, que só é concedida a ex- ri
servidor. bu
iç
Das Disposições Diversas Relativas às Prestações ão
de
do
co
Regime Geral de Previdência Social rr
en
Art. 152 Nenhum benefício ou serviço da te
previdên- cia social poderá ser criado, majorado de
ou estendi- do, sem a correspondente fonte de ca
custeio total. rg
o,
Nas relações de custeio da previdência social, e
apli- ca-se o princípio de que todas as pessoas que m
pr
ego ou função pública acarretará o rompi- mento do
vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, após
a consolidação da aposentadoria, nos termos do
disposto no art. 181-B, o INSS notificará a empre- sa
responsável sobre a aposentadoria do segurado e
constarão da notificação as datas de concessão e de
início do benefício.
333
por meio de canais de atendimento eletrônico, observa- dos
I - verificar a filiação do segurado ao RGPS ou a
os procedimentos previstos em ato do INSS.
regime próprio de previdência social;
II - solicitar ao segurado que manifeste expressa-
mente a sua opção pelo benefício que lhe seja mais
vantajoso; e
III - quando for o caso, verificar a condição do segu-
rado ou pensionista, de modo a considerar, dentre
outras, as informações constantes do CNIS.
§ 6º O Ministério da Economia manterá sistema
de cadastro dos segurados do RGPS e dos
servidores vinculados a regimes próprios de
previdência social, e poderá, para tanto, firmar
acordo de cooperação com outros órgãos da
administração pública fede- ral, estadual, distrital
ou municipal para a manuten- ção e a gestão do
referido sistema de cadastro.
§ 7º Até que o sistema de que trata o § 6º seja imple-
mentado, a comprovação de que o aposentado ou
o pensionista cônjuge ou companheira ou compa-
nheiro do RGPS não recebe aposentadoria ou pen-
são de outro regime próprio de previdência social
será feita por meio de autodeclaração, a qual o
sujeitará às sanções administrativas, civis e penais
aplicáveis caso seja constatada a emissão de decla-
ração falsa.
§ 8º Caberá ao aposentado ou pensionista do RGPS
informar ao INSS a obtenção de aposentadoria
ou pensão de cônjuge ou companheira ou compa-
nheiro de outro regime, sob pena de suspensão do
benefício.
337
V - indicar o número de quotas de salário-família § 17 A empresa, agência ou sucursal estabeleci-
atribuídas a cada segurado empregado ou traba- da no exterior deverá apresentar os documentos
lhador avulso. comprobatórios do cumprimento das obrigações
§ 10 No que se refere ao trabalhador portuário referidas neste artigo à sua congênere no Brasil,
avulso, o órgão gestor de mão-de-obra elaborará observada a solidariedade de que trata o art. 222.
a folha de pagamento por navio, mantendo-a § 18 Para o cumprimento do disposto no inciso V
dispo- nível para uso da fiscalização do Instituto do caput serão observadas as seguintes situações:
Nacional do Seguro Social, indicando o operador I - caso a empresa possua mais de um estabeleci-
portuário e os trabalhadores que participaram da mento localizado em base geográfica diversa, a
operação, detalhando, com relação aos últimos: cópia da Guia da Previdência Social será encami-
I - os correspondentes números de registro ou nhada ao sindicato representativo da categoria
cadastro no órgão gestor de mão-de-obra; profissional mais numerosa entre os empregados
II - o cargo, função ou serviço prestado; de cada estabelecimento;
III - os turnos em que trabalharam; e II - a empresa que recolher suas contribuições em
IV - as remunerações pagas, devidas ou mais de uma Guia da Previdência Social encami-
creditadas a cada um dos trabalhadores e a nhará cópia de todas as guias;
correspondente totalização. III - a remessa poderá ser efetuada por qualquer
§ 11 No que se refere ao parágrafo anterior, o órgão meio que garanta a reprodução integral do docu-
gestor de mão-de-obra consolidará as folhas de mento, cabendo à empresa manter, em seus
pagamento relativas às operações concluídas no arqui- vos, prova do recebimento pelo sindicato; e
mês anterior por operador portuário e por tra- IV - cabe à empresa a comprovação, perante a fisca-
lização do Instituto Nacional do Seguro Social, do
balhador portuário avulso, indicando, com rela-
cumprimento de sua obrigação frente ao
ção a estes, os respectivos números de registro
sindicato.
ou cadastro, as datas dos turnos trabalhados, as
§ 19 O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quando
importâncias pagas e os valores das contribuições
exigido pela fiscalização do Instituto Nacional do
previdenciárias retidas.
Seguro Social, exibir as listas de escalação diária
§ 12 Para efeito de observância do limite máximo
dos trabalhadores portuários avulsos, por opera-
da contribuição do segurado trabalhador avulso,
dor portuário e por navio.
de que trata o art. 198, o órgão gestor de mão-de-o-
§ 20 Caberá exclusivamente ao órgão gestor de
bra manterá resumo mensal e acumulado, por mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão
tra- balhador portuário avulso, dos valores totais dos dados lançados nas listas diárias referidas no
das férias, do décimo terceiro salário e das pará- grafo anterior.
contribui- ções previdenciárias retidas. § 21 Fica dispensado do cumprimento do disposto
§ 13 Os lançamentos de que trata o inciso II do nos incisos V e VI do caput o contribuinte indivi-
caput, devidamente escriturados nos livros Diário e dual, em relação a segurado que lhe presta
Razão, serão exigidos pela fiscalização após noven- serviço.
ta dias contados da ocorrência dos fatos geradores § 22 A empresa que utiliza sistema de processamen-
das contribuições, devendo, obrigatoriamente: to eletrônico de dados para o registro de negócios
I - atender ao princípio contábil do regime de com- e atividades econômicas, escrituração de livros
petência; e ou produção de documentos de natureza contábil,
II - registrar, em contas individualizadas, todos fiscal, trabalhista e previdenciária fica obrigada
os fatos geradores de contribuições previdenciárias a arquivar e conservar, devidamente certificados,
de forma a identificar, clara e precisamente, as os sistemas e os arquivos, em meio eletrônico ou
rubri- cas integrantes e não integrantes do salário- assemelhado, durante o prazo decadencial de que
de-con- tribuição, bem como as contribuições trata o art. 348, os quais ficarão à disposição da
descontadas do segurado, as da empresa e os fiscalização.
totais recolhidos, por estabelecimento da § 23 A cooperativa de trabalho e a pessoa jurídi-
empresa, por obra de cons- trução civil e por ca são obrigadas a efetuar a inscrição no Instituto
tomador de serviços. Nacional do Seguro Social dos seus cooperados e
§ 14 A empresa deverá manter à disposição da contratados, respectivamente, como contribuintes
fiscalização os códigos ou abreviaturas que iden- individuais, se ainda não inscritos.
tifiquem as respectivas rubricas utilizadas na § 24 A empresa ou cooperativa adquirente, consu-
elaboração da folha de pagamento, bem como os midora ou consignatária da produção fica obrigada
utilizados na escrituração contábil. a fornecer ao segurado especial cópia do documen-
§ 15 A exigência prevista no inciso II do caput to fiscal de entrada da mercadoria, onde conste,
não desobriga a empresa do cumprimento das além do registro da operação realizada, o valor da
demais normas legais e regulamentares respectiva contribuição previdenciária.
referentes à escri- turação contábil. § 25 A contribuição do empregador de que trata o
§ 16 São desobrigadas de apresentação de escritu- inciso VIII do caput compreende aquela destinada
ração contábil: ao seguro de acidentes do trabalho e ao financia-
I - o pequeno comerciante, nas condições estabeleci- mento da aposentadoria especial, sem prejuízo de
das pelo Decreto-lei nº 486, de 3 de março de 1969, outras contribuições incidentes sobre a remunera-
e seu Regulamento; ção do empregado.
II - a pessoa jurídica tributada com base no lucro Art. 226 O Município, por intermédio do órgão
presumido, de acordo com a legislação tributária competente, fornecerá ao Instituto Nacional do
federal, desde que mantenha a escrituração do Seguro Social, para fins de fiscalização, mensal-
mente, relação de todos os alvarás para constru-
Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário; e
III - a pessoa jurídica que optar pela inscrição no ção civil e documentos de “habite-se” concedidos,
338 de acordo com critérios estabelecidos pelo referido
Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e Empresas de Instituto.
§ 1º A relação a que se refere o caput será encami-
Pequeno Porte, desde que mantenha escrituração
nhada ao INSS até o dia dez do mês seguinte
do Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.
à
q
u
e
l
e
q
u
e
s
e
r
e
f
e
r
i
r
e
m
o
s
d
o
c
u
m
e
n
t
o
s
.
§ 2º O encaminhamento da relação fora do prazo s
segurado, podendo ser produzidas no âmbito de
ou a sua falta e a apresentação com incorreções o
pro- gramas de gestão de risco, a cargo da
ou omissões sujeitará o dirigente do órgão c
empresa, que possuam responsável técnico
municipal à penalidade prevista na alínea “f” do i
legalmente habilitado.
inciso I do art. 283. a
§ 12 O INSS informará ao segurado sobre a
l
contes- tação da empresa para que este,
A obrigação tributária principal da empresa é a e
querendo, possa impugná-la, obedecendo, quanto
de pagamento das contribuições. A Lei estabelece, m
à produção de provas, ao disposto no § 10, sempre
ain- da, as obrigações acessórias, atreladas à que a instrução do pedido evidenciar a
documenta- ção e às informações a serem prestadas possibilidade de reconheci- mento de inexistência d
para fins de fiscalização. do nexo entre o trabalho e o agravo. e
§ 13 Da decisão do requerimento de que trata o § c
Disposições Gerais 7º cabe recurso, com efeito suspensivo, por parte o
da empresa ou, conforme o caso, do segurado ao r
Conselho de Recursos da Previdência Social, nos r
Art. 337 O acidente do trabalho será caracteriza- ê
termos dos arts. 305 a 310.
do tecnicamente pela Perícia Médica Federal, por n
Art. 338 A empresa é responsável pela adoção e
meio da identificação do nexo entre o trabalho e o c
uso de medidas coletivas e individuais de proteção
agravo. i
à segurança e saúde do trabalhador sujeito aos
§ 1º O setor de benefícios do Instituto Nacional do a
ris- cos ocupacionais por ela gerados.
Seguro Social reconhecerá o direito do segurado à
§ 1º É dever da empresa prestar informações por-
habilitação do benefício acidentário.
menorizadas sobre os riscos da operação a execu- d
§ 2º Será considerado agravamento do acidente
tar e do produto a manipular. a
aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob
§ 2º A Perícia Médica Federal terá acesso aos s
a responsabilidade da reabilitação profissional.
ambientes de trabalho e a outros locais onde se h
§ 3º Considera-se estabelecido o nexo entre o tra-
encontrem os documentos referentes ao controle i
balho e o agravo quando se verificar nexo técnico
médico de saúde ocupacional e aqueles que digam p
epidemiológico entre a atividade da empresa e a
respeito ao programa de prevenção de riscos ocu- ó
entidade mórbida motivadora da incapacidade,
pacionais para verificar a eficácia das medidas t
elencada na Classificação Internacional de Doen-
adotadas pela empresa para a prevenção e o con- e
ças - CID em conformidade com o disposto na
trole das doenças ocupacionais. s
Lista C do Anexo II deste Regulamento.
§ 3º O INSS auditará a regularidade e a e
§ 4º Para os fins deste artigo, considera-se agravo
conformi- dade das demonstrações ambientais, s
a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio,
incluindo-se as de monitoramento biológico, e dos p
disfunção ou síndrome de evolução aguda, suba-
controles internos da empresa relativos ao r
guda ou crônica, de natureza clínica ou
gerenciamento dos riscos ocupacionais, de modo e
subclínica, inclusive morte, independentemente do
a assegurar a veracidade das informações v
tempo de latência.
prestadas pela empre- sa e constantes do CNIS, i
§ 5º Reconhecidos pela Perícia Médica Federal a
bem como o cumprimento das obrigações s
incapacidade para o trabalho e o nexo entre o tra-
relativas ao acidente de trabalho. t
balho e o agravo, na forma prevista no § 3º, serão
§ 4º Sempre que a Perícia Médica Federal constatar a
devidas as prestações acidentárias a que o benefi-
o descumprimento do disposto neste artigo, esta s
ciário tiver direito.
comunicará formalmente aos demais órgãos inte- n
§ 6º A Perícia Médica Federal deixará de aplicar o
ressados, inclusive para fins de aplicação e o
disposto no § 3º quando demonstrada a inexistên-
cobran- ça da multa devida. s
cia de nexo entre o trabalho e o agravo, sem
Art. 339 O Ministério do Trabalho e Emprego fis- i
prejuí- zo do disposto no § 7º e no § 12.
calizará e os sindicatos e entidades n
§ 7º A empresa poderá requerer ao INSS a não apli-
representativas de classe acompanharão o fiel c
cação do nexo técnico epidemiológico ao caso con-
cumprimento do dis- posto nos arts. 338 e 343. i
creto mediante a demonstração de inexistência de
Art. 340 Por intermédio dos estabelecimentos de s
correspondente nexo entre o trabalho e o agravo.
ensino, sindicatos, associações de classe, Fundação o
§ 8º O requerimento de que trata o § 7º poderá ser
Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina s
apresentado no prazo de quinze dias da data para a
do Trabalho, órgãos públicos e outros meios, serão I
entrega, na forma do inciso IV do art. 225, da GFIP
promovidas regularmente instrução e formação e
que registre a movimentação do trabalhador, sob
com vistas a incrementar costumes e atitudes pre-
pena de não conhecimento da alegação em instân-
vencionistas em matéria de acidentes, especialmen- I
cia administrativa.
te daquele referido no art. 336. I
§ 9º Caracterizada a impossibilidade de atendimen-
Art. 341 O INSS ajuizará ação regressiva contra d
to ao disposto no § 8º, motivada pelo não conhe-
os o
cimento tempestivo do diagnóstico do agravo, o responsáveis nas hipóteses de:
requerimento de que trata o § 7º poderá ser apre- I - negligência quanto às normas-padrão de segu- c
sentado no prazo de quinze dias, contado da data rança e higiene do trabalho indicadas para prote- a
em que a empresa tomar ciência da decisão a que ção individual e coletiva; e p
se refere o § 5º. II - violência doméstica e familiar contra a u
§ 10 Juntamente com o requerimento de que tratam mulher, nos termos do disposto na Lei nº 11.340, t
os §§ 8º e 9º, a empresa formulará as alegações que de 7 de agosto de 2006. n
entender necessárias e apresentará as provas que § 1º Os órgãos de fiscalização das relações de tra- ã
possuir demonstrando a inexistência de nexo balho encaminharão à Procuradoria-Geral Federal o
entre o trabalho e o agravo. os relatórios de análise de acidentes do trabalho
§ 11 A documentação probatória poderá trazer, com indícios de negligência quanto às normas-pa- e
entre outros meios de prova, evidências técnicas drão de segurança e higiene do trabalho x
circunstanciadas e tempestivas à exposição do indicadas para proteção individual e coletiva. c
§ 2º O pagamento de prestações pela previdência l
ui a responsabilidade
CONHECIMENTOS
339
independentemente de qualquer contribuição.
civil da empresa, na hipótese de que trata o inciso
I do caput, ou do responsável pela violência
domés- tica e familiar, na hipótese de que trata o
inciso II do caput.
Art. 342 O pagamento pela previdência social das
prestações decorrentes do acidente a que se refere
o art. 336 não exclui a responsabilidade civil da
empresa, do empregador doméstico ou de terceiros.
Art. 343 Constitui contravenção penal, punível
com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e saúde do trabalho.
EXERCÍCIO COMENTADO
1. (CESPE-CEBRASPE — 2017) Assinale a opção cor-
respondente a ocorrência que implica a perda, pelo
contribuinte, da condição de segurado especial da pre-
vidência social.
Conceito
DEFINIÇÕES E OBJETIVOS
Atente-se às palavras-chave:
Prevenção
Proteção social básica
PROTEÇÃO
Proteção social especial
Reconstrução
CONHECIMENTOS
343
Art. 6º-F Fica instituído o Cadastro Único para
A vigilância socioassistencial é destinada a
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚ- nico),
apoiar as atividades de planejamento, supervisão e registro público eletrônico com a finalidade
execução dos serviços socioassistenciais.
p Importante!
r
o A inscrição no CadÚnico é obrigatória
c
para o acesso a programas sociais do
e
s Governo Federal.
s
a Art. 7º As ações de assistência social, no
r âmbito das entidades e organizações de
,
assistência social, observarão as normas
expedidas pelo Conselho Nacional de
s Assistência Social (CNAS), de que trata o
i
art. 17 desta lei.
s
t Art. 8º A União, os Estados, o Distrito
e Federal e os Municípios, observados os
m princípios e diretrizes estabelecidos nesta
a lei, fixarão suas respectivas Políticas de
t Assistência Social.
i Art. 9º O funcionamento das entidades e orga-
z nizações de assistência social depende de
a prévia inscrição no respectivo Conselho
r Municipal de Assistência Social, ou no
Conselho de Assistência Social do Distrito
e Federal, conforme o caso.
§ 1º A regulamentação desta lei definirá os
d critérios de inscrição e funcionamento das
i entidades com atuação em mais de um
s município no mesmo Esta- do, ou em mais
s de um Estado ou Distrito Federal.
e
§ 2º Cabe ao Conselho Municipal de
m
i Assistência Social e ao Conselho de
- Assistência Social do Dis- trito Federal a
fiscalização das entidades referidas no
n caput na forma prevista em lei ou
a regulamento.
r § 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009)
§ 4º As entidades e organizações de
i assistência social podem, para defesa de
n seus direitos referen- tes à inscrição e ao
f funcionamento, recorrer aos Conselhos
o Nacional, Estaduais, Municipais e do
r Distrito Federal.
m Art. 10 A União, os Estados, os Municípios e
a o Distrito Federal podem celebrar
ç convênios com entidades e
õ organizações de assistência social, em
e conformidade com os Planos apro-
s
vados pelos respectivos Conselhos.
Art. 11 As ações das três esferas de governo na área
g
e de assistência social realizam-se de forma
o articula- da, cabendo a coordenação e as
r normas gerais à esfera federal e a
r coordenação e execução dos pro- gramas,
e em suas respectivas esferas, aos Estados,
f ao Distrito Federal e aos Municípios.
e
r Analisaremos, a seguir, o que compete a cada ente.
e
n
c Compete à União:
i
a Art. 12 [...]
d
I - responder pela concessão e manutenção
a
IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social em seu âmbito.
polí- tica de assistência social e assessorar C
Estados, Dis- trito Federal e Municípios para seu o
desenvolvimento. m
p
Ainda e
t
Art. 12-A A União apoiará financeiramente o apri- e
moramento à gestão descentralizada dos serviços, a
programas, projetos e benefícios de assistência
social, por meio do Índice de Gestão Descentrali- o
zada (IGD) do Sistema Único de Assistência Social s
(SUAS), para a utilização no âmbito dos Estados, M
dos Municípios e do Distrito Federal, destinado, u
sem prejuízo de outras ações, a serem definidas em n
regulamento [...].
i
[...]
§ 4º Para fins de fortalecimento dos Conselhos de c
Assistência Social dos Estados, Municípios e Dis- í
trito Federal, percentual dos recursos transferidos p
deverá ser gasto com atividades de apoio técnico i
e operacional àqueles colegiados, na forma fixa- o
da pelo Ministério do Desenvolvimento Social e
s
Combate à Fome, sendo vedada a utilização dos
recursos para pagamento de pessoal efetivo e de :
gratificações de qualquer natureza a servidor
público estadual, municipal ou do Distrito Ar
Federal. t.
15
[...
Compete aos Estados:
]
I
Art. 13 [...] -
I - destinar recursos financeiros aos Municípios, a de
título de participação no custeio do pagamento sti
dos benefícios eventuais, mediante critérios n
estabeleci- dos pelos Conselhos Estaduais de ar
Assistência Social; II - cofinanciar, por meio de re
transferência automá- tica, o aprimoramento da cu
gestão, os serviços, os programas e os projetos de rs
assistência social em âmbito regional ou local; os
III - atender, em conjunto com os Municípios, às fi
ações assistenciais de caráter de emergência; n
IV - estimular e apoiar técnica e financeiramente as a
associações e consórcios municipais na prestação nc
de serviços de assistência social; ei
V - prestar os serviços assistenciais cujos custos ro
ou ausência de demanda municipal justifiquem s
uma rede regional de serviços, desconcentrada, no pa
âmbi- to do respectivo Estado. ra
VI - realizar o monitoramento e a avaliação da cu
política de assistência social e assessorar os Muni- st
cípios para seu desenvolvimento. ei
o
Compete ao Distrito Federal: do
pa
ga
Art. 14 [...]
m
I - destinar recursos financeiros para custeio do
en
paga- mento dos benefícios eventuais, mediante
to
critérios estabelecidos pelos Conselhos de do
Assistência Social do Distrito Federal; s
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e be
funeral; ne
III - executar os projetos de enfrentamento da fíc
pobreza, incluindo a parceria com organizações io
da sociedade civil; s
IV - atender às ações assistenciais de caráter de ev
emergência; en
V - prestar os serviços socieassistenciais. tu
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os ai
serviços, os programas e os projetos de s,
assistência social em âmbito local; m
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da ed
iante cri- térios estabelecidos pelos Conselhos
Municipais de Assistência Social;
II - efetuar o pagamento dos auxílios natalidade e
funeral;
III - executar os projetos de enfrentamento da pobreza,
incluindo a parceria com organizações da sociedade
civil;
IV - atender às ações assistenciais de caráter de
emergência;
V - prestar os serviços socioassistenciais
VI - cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
serviços, os programas e os projetos de assistência
social em âmbito local;
VII - realizar o monitoramento e a avaliação da
política de assistência social em seu âmbito
345
I - 9 (nove) representantes governamentais, incluin- X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos,
do 1 (um) representante dos Estados e 1 (um) dos bem como os ganhos sociais e o desempenho dos
Municípios; programas e projetos aprovados;
II - 9 (nove) representantes da sociedade civil, XI - estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os
den- tre representantes dos usuários ou de programas anuais e plurianuais do Fundo Nacional
organizações de usuários, das entidades e de Assistência Social (FNAS);
organizações de assis- tência social e dos XII - indicar o representante do Conselho
trabalhadores do setor, escolhi- dos em foro Nacional de Assistência Social (CNAS) junto ao
próprio sob fiscalização do Ministério Público Conselho Nacional da Seguridade Social;
Federal. XIII - elaborar e aprovar seu regimento interno;
§ 2º O Conselho Nacional de Assistência Social XIV - divulgar, no Diário Oficial da União, todas
(CNAS) é presidido por um de seus integrantes, elei- as suas decisões, bem como as contas do Fundo
to dentre seus membros, para mandato de 1 (um) Nacio- nal de Assistência Social (FNAS) e os
ano, permitida uma única recondução por igual respectivos pareceres emitidos.
período.
§ 3º O Conselho Nacional de Assistência Social Veja a seguir o que dispõe o art. 19, da LOAS:
(CNAS) contará com uma Secretaria Executiva,
a qual terá sua estrutura disciplinada em ato do Art. 19 Compete ao órgão da Administração
Poder Executivo. Públi- ca Federal responsável pela coordenação
§ 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II, III e da Políti- ca Nacional de Assistência Social:
IV do art. 16, com competência para acompanhar a I - coordenar e articular as ações no campo da
execução da política de assistência social, assistência social;
apreciar e aprovar a proposta orçamentária, em II - propor ao Conselho Nacional de Assistência
consonân- cia com as diretrizes das conferências Social (CNAS) a Política Nacional de Assistência
nacionais, estaduais, distrital e municipais, de Social, suas normas gerais, bem como os critérios
de prioridade e de elegibilidade, além de padrões de
acordo com seu âmbito de atuação, deverão ser
qualidade na prestação de benefícios, serviços, pro-
instituídos, respec- tivamente, pelos Estados, pelo
gramas e projetos;
Distrito Federal e pelos Municípios, mediante lei
III - prover recursos para o pagamento dos bene-
específica.
fícios de prestação continuada definidos nesta lei;
IV - elaborar e encaminhar a proposta orçamen-
Compete ao CNAS: tária da assistência social, em conjunto com as
demais da Seguridade Social;
Art. 18 Compete ao Conselho Nacional de V - propor os critérios de transferência dos recur-
Assistên- cia Social: sos de que trata esta lei;
I - aprovar a Política Nacional de Assistência Social; VI - proceder à transferência dos recursos
II - normatizar as ações e regular a prestação de destina- dos à assistência social, na forma prevista
serviços de natureza pública e privada no campo nesta lei; VII - encaminhar à apreciação do
da assistência social; Conselho Nacio- nal de Assistência Social (CNAS)
III - acompanhar e fiscalizar o processo de certifi- relatórios tri- mestrais e anuais de atividades e de
cação das entidades e organizações de assistência realização financeira dos recursos;
social no Ministério do Desenvolvimento Social e VIII - prestar assessoramento técnico aos Estados,
Combate à Fome; ao Distrito Federal, aos Municípios e às entidades
IV - apreciar relatório anual que conterá a relação e organizações de assistência social;
de entidades e organizações de assistência social IX - formular política para a qualificação sistemáti-
certificadas como beneficentes e encaminhá-lo para ca e continuada de recursos humanos no campo da
conhecimento dos Conselhos de Assistência Social assistência social;
dos Estados, Municípios e do Distrito Federal; X - desenvolver estudos e pesquisas para funda-
V - zelar pela efetivação do sistema descentralizado mentar as análises de necessidades e formulação
e participativo de assistência social; de proposições para a área;
XI - coordenar e manter atualizado o sistema de
VI - a partir da realização da II Conferência
cadastro de entidades e organizações de assistên-
Nacio- nal de Assistência Social em 1997,
cia social, em articulação com os Estados, os
convocar ordi- nariamente a cada quatro anos a
Muni- cípios e o Distrito Federal;
Conferência Nacional de Assistência Social, que
XII - articular-se com os órgãos responsáveis
terá a atri- buição de avaliar a situação da
pelas políticas de saúde e previdência social, bem
assistência social e propor diretrizes para o
como com os demais responsáveis pelas políticas
aperfeiçoamento do sistema; sócio-econômicas setoriais, visando à elevação do
VII - (Vetado) patamar mínimo de atendimento às necessidades
VIII - apreciar e aprovar a proposta básicas;
orçamentária da Assistência Social a ser XIII - expedir os atos normativos necessários à
encaminhada pelo órgão da Administração Pública ges- tão do Fundo Nacional de Assistência Social
Federal responsável pela coordenação da Política (FNAS), de acordo com as diretrizes estabelecidas
Nacional de Assistência Social; pelo Con- selho Nacional de Assistência Social
IX - aprovar critérios de transferência de recur- (CNAS);
sos para os Estados, Municípios e Distrito Fede- XIV - elaborar e submeter ao Conselho Nacional
ral, considerando, para tanto, indicadores que de Assistência Social (CNAS) os programas anuais
informem sua regionalização mais eqüitativa, tais e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo
como: população, renda per capita, mortalidade Nacional de Assistência Social (FNAS).
346 infantil e concentração de renda, além de discipli- Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclu-
nar os procedimentos de repasse de recursos para sive a dispensação de medicamentos e produtos de
as entidades e organizações de assistência social, interesse para a saúde, às famílias e indivíduos em
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes situações de vulnerabilidade ou risco social e
Orçamentárias; pessoal,
nos termos desta Lei, dar-se-á independentemente
da apresentação de documentos que comprovem A
Ser idoso (com 65 anos ou mais);
domi- cílio ou inscrição no cadastro no Sistema quel
Pessoa com deficiência (PCD):
Único de Saúde (SUS), em consonância com a a
diretriz de arti- culação das ações de assistência que
social e de saúde a que se refere o inciso XII deste poss
artigo. ui
um
DOS BENEFÍCIOS, DOS SERVIÇOS, DOS imp
PROGRAMAS E DOS PROJETOS DE ASSISTÊNCIA edi
SOCIAL men
to
A Assistência Social prevê benefícios, os quais de
com- preendem prestações pecuniárias relativas aos long
servi- ços, programas e projetos na área da o
assistência social. Abordaremos, a seguir, o que pra-
está previsto na zo
LOAS sobre cada área. (2
anos
Do Benefício de Prestação Continuada ) de
natu
O BPC/LOAS — Benefício de Prestação Continuada, reza
também conhecido por “aposentadoria que não pre- físic
cisa contribuir”, é, talvez, o mais importante dentre a,
os quais iremos estudar, pois ele é operacionalizado men
pelo INSS. tal,
É costumeiro confundir esse benefício com o intel
benefício previdenciário, mas, como você bem sabe, ectu
nenhum benefício previdenciário é concedido sem al
contribuição prévia. Atente-se a isso! ou
Analisaremos o benefício juntamente com o que sens
prevê o Decreto nº 6.214, de 2007, que regulamenta orial
o Benefício de Prestação Continuada, previsto no .
art. 20, da LOAS. A
O Benefício de Prestação Continuada integra a quel
proteção social básica no âmbito do Sistema Único de a
Assistência Social — SUAS, instituído pelo Ministério que,
do Desenvolvimento Social e Agrário em consonância em
com o estabelecido pela Política Nacional de Assistên- inter
cia Social — PNAS. ação
O Benefício de Prestação Continuada da com
Assistên- cia Social (BPC/LOAS) é devido aos idosos uma
com 65 anos ou mais e às pessoas com deficiência ou
para que tenham condições mínimas de uma vida mais
digna. bar-
Art. 20 O benefício de prestação continuada é a
reira
garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa s,
com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e pod
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir e ter
meios de prover a própria manutenção nem de tê- obst
la provida por sua família. ruíd
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a famí- a a
lia é composta pelo requerente, o cônjuge ou com- sua
panheiro, os pais e, na ausência de um deles, a parti
madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os cipa
filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, ção
desde que vivam sob o mesmo teto. plen
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de presta- a e
ção continuada, considera-se pessoa com deficiên- efeti
cia aquela que tem impedimento de longo prazo
va
de natureza física, mental, intelectual ou
na
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
barreiras, pode obstruir sua participação plena
soci
e efetiva na sociedade em igualdade de condições edad
com as demais pessoas e
em
Requisitos para fazer jus ao benefício de presta- igua
ção continuada: ldad
e de
con
Subjetivo:
diçõ
es com as demais pessoas.
Pessoa com deficiência é diferente de incapaz.
Objetivo:
Dica
Para o Estatuto do Idoso, a idade a partir da qual um
indivíduo é considerado idoso é 60 anos; para a
LOAS, é 65 anos. Não confunda!
347
de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro Único para Programas
Pensão especial de natureza indenizatória e bene- Sociais do Governo Federal - Cadastro Único, conforme
fícios de assistência médica; previsto em regulamento.
Rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem
regulamentadas em ato conjunto do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do
INSS;
Rendimentos decorrentes de contrato de
aprendizagem.
Art. 20 [...]
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a famí-
lia é composta pelo requerente, o cônjuge ou com-
panheiro, os pais e, na ausência de um deles, a
madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os
filhos e enteados solteiros e os menores tutelados,
desde que vivam sob o mesmo teto.
Art. 20 [...]
§ 14 O benefício de prestação continuada ou o
bene- fício previdenciário no valor de até 1 (um)
salário-
-mínimo concedido a idoso acima de 65 (sessenta
e cinco) anos de idade ou pessoa com deficiência
não será computado, para fins de concessão do
benefí- cio de prestação continuada a outro idoso
ou pes- soa com deficiência da mesma família, no
cálculo da renda a que se refere o § 3º deste
artigo.
§ 15 O benefício de prestação continuada será
devi- do a mais de um membro da mesma família
enquan- to atendidos os requisitos exigidos nesta
Lei.
Art. 20 [...]
§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode
ser acumulado pelo beneficiário com qualquer
outro no âmbito da seguridade social ou de outro
regime, salvo os da assistência médica e da
pensão especial de natureza indenizatória.
Art. 20 [...]
§ 5º A condição de acolhimento em instituições de
longa permanência não prejudica o direito do idoso
ou da pessoa com deficiência ao benefício de pres-
tação continuada.
Peculiaridades do BPC/LOAS:
A concessão e o valor dos benefícios, de acordo Art. 23 Entendem-se por serviços socioassistenciais
com o § 1º, do art. 22, serão definidos pelos Estados, as atividades continuadas que visem à melhoria
Distrito Federal e Municípios e previstos nas respecti- de vida da população e cujas ações, voltadas para
vas leis orçamentárias anuais, com base em critérios e as necessidades básicas, observem os objetivos,
prazos definidos pelos respectivos Conselhos de Assis- prin- cípios e diretrizes estabelecidos nesta lei.
tência Social.
CONHECIMENTOS
De acordo com o § 2º, desse artigo, na
Art. 22 [...] organização dos serviços da assistência social serão
§ 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representações de criados pro- gramas de amparo, entre outros:
Estados e Municípios dele participantes, poderá
propor, na medida das disponibilidades orçamentá- Às crianças e aos adolescentes em situação de risco
rias das 3 (três) esferas de governo, a instituição de pessoal e social, cumprindo com a CF e o ECA;
benefícios subsidiários no valor de até 25% (vin- te e Às pessoas que vivem em situação de rua.
3 Conceitos disponíveis em: https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/assistencia-social/beneficios-assistenciais-1/beneficios-
eventuais. Acesso em: 17 jan. 2022. 349
Dos Programas de Assistência Social § 2º As crianças e os adolescentes em situação de
trabalho deverão ser identificados e ter os seus
dados inseridos no Cadastro Único para Programas
De acordo com o art. 24, os programas de
Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com a devi-
assistên- cia social incluem ações integradas e
da identificação das situações de trabalho infantil.
complementa- res com o fim de qualificar,
incentivar e melhorar os benefícios e os serviços
Dos Projetos de Enfrentamento da Pobreza
assistenciais. Esses programas terão como prioridade
a insersão profissional e social dos beneficiários.
Conforme dispõem os arts. 25 e 26, os projetos
Art. 24 Os programas de assistência social com- de enfrentamento da pobreza buscam, dentre outros
preendem ações integradas e complementares pontos, melhorias nas condições de subsistência e a
com objetivos, tempo e área de abrangência elevação do padrão de qualidade de vida.
definidos para qualificar, incentivar e melhorar os
benefícios e os serviços assistenciais. Art. 25 Os projetos de enfrentamento da pobreza
§ 1º Os programas de que trata este artigo serão compreendem a instituição de investimento econô-
definidos pelos respectivos Conselhos de Assistên- mico-social nos grupos populares, buscando subsi-
cia Social, obedecidos os objetivos e princípios que diar, financeira e tecnicamente, iniciativas que lhes
regem esta lei, com prioridade para a inserção pro- garantam meios, capacidade produtiva e de gestão
fissional e social. para melhoria das condições gerais de subsistência,
§ 2º Os programas voltados para o idoso e a inte- elevação do padrão da qualidade de vida, a preser-
gração da pessoa com deficiência serão devida- vação do meio-ambiente e sua organização social.
mente articulados com o benefício de prestação Art. 26 O incentivo a projetos de enfrentamen-
continuada estabelecido no art. 20 desta Lei. to da pobreza assentar-se-á em mecanismos de
articulação e de participação de diferentes áreas
Nos arts. 24-A e 24-B, da LOAS, ficam instituídos governamentais e em sistema de cooperação entre
programas visando à proteção da família. Vejamos: organismos governamentais, não governamentais
e da sociedade civil.
Art. 24-A Fica instituído o Serviço de Proteção e
Atendimento Integral à Família (Paif ), que inte- Do Auxílio-Inclusão
gra a proteção social básica e consiste na oferta
de ações e serviços socioassistenciais de prestação O auxílio-inclusão foi incluído pela Lei nº
continuada, nos Cras, por meio do trabalho social 14.176, de 2021. Trata-se de uma importante e recente
com famílias em situação de vulnerabilidade social, modifi- cação, tema interessante para ser cobrado em
com o objetivo de prevenir o rompimento dos víncu- provas. Esse auxílio é um benefício criado pelo
los familiares e a violência no âmbito de suas Gover-
rela- ções, garantindo o direito à convivência no Federal e é destinado às pessoas com deficiência
familiar e comunitária.
moderada ou grave que recebem ou já receberam o
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretri-
BPC/LOAS. O auxílio-inclusão tem como principal
zes e os procedimentos do Paif.
objetivo incentivar o reingresso dessas pessoas no
Art. 24-B Fica instituído o Serviço de Proteção e
Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos mercado de trabalho, evitando que percam a renda
(Paefi), que integra a proteção social especial e con- que era recebida anteriormente.
siste no apoio, orientação e acompanhamento a O art. 26-A trata dos requisitos para que seja conce-
famílias e indivíduos em situação de ameaça ou vio- dito tal auxílio. Atente-se para o fato de que os requisi-
lação de direitos, articulando os serviços socioas- tos são cumulativos, ou seja, o atendimento a apenas
sistenciais com as diversas políticas públicas e alguns dos requisitos não gera a possibilidade de
com órgãos do sistema de garantia de direitos. con- cessão do auxílio-inclusão. Vejamos:
Parágrafo único. Regulamento definirá as diretri-
zes e os procedimentos do Paefi. Art. 26-A Terá direito à concessão do auxílio-in-
clusão de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de
Também é previsto, no art. 24-C, o Peti 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Defi-
(Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), ciência), a pessoa com deficiência moderada ou
visando, como o próprio nome diz, à eliminação do grave que, cumulativamente: (Incluído pela Lei
nº 14.176, de 2021) (Vigência)
trabalho infantil. Vejamos:
I - receba o benefício de prestação
continuada, de que trata o art. 20 desta Lei, e
Art. 24-C Fica instituído o Programa de Erradica- passe a exercer atividade:
ção do Trabalho Infantil (Peti), de caráter interseto- a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois)
rial, integrante da Política Nacional de salários-mínimos; e
Assistência Social, que, no âmbito do Suas, b) que enquadre o beneficiário como segurado obri-
compreende trans- ferências de renda, trabalho gatório do Regime Geral de Previdência Social ou
social com famílias e oferta de serviços como filiado a regime próprio de previdência
socioeducativos para crianças e adolescentes que social da União, dos Estados, do Distrito Federal
se encontrem em situação de trabalho. ou dos Municípios;
§ 1º O Peti tem abrangência nacional e será II - tenha inscrição atualizada no CadÚnico no
desen- volvido de forma articulada pelos entes momento do requerimento do auxílio-inclusão;
federados, com a participação da sociedade civil, III - tenha inscrição regular no CPF; e
350 e tem como objetivo contribuir para a retirada de IV - atenda aos critérios de manutenção do benefí-
crianças e adolescentes com idade inferior a 16 cio de prestação continuada, incluídos os critérios
(dezesseis) anos em situação de trabalho, relativos à renda familiar mensal per capita
ressalvada a condi- ção de aprendiz, a partir de exigida para o acesso ao benefício, observado
14 (quatorze) anos. o disposto no § 4º deste artigo.
§ 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser con-
Qual será o valor do auxílio-inclusão? Se o b
cedido, nos termos do inciso I do caput deste
O valor corresponderá a 50% do valor do BPC. be pr
artigo, mediante requerimento e sem
Ten- do em vista que o BPC concede um benefício por q
retroati- vidade no pagamento, ao beneficiário:
no valor de 1 salário mínimo e que, no atual de pre
I - que tenha recebido o benefício de prestação
con- tinuada nos 5 (cinco) anos imediatamente
momento (2022), o valor do salário mínimo é de R$ como
anterio- res ao exercício da atividade 1.210,00, o auxí- lio-inclusão, então, será de
remunerada; e R$605,00. As questões de concurso não cobrarão os
II - que tenha tido o benefício suspenso nos termos valores do salário-mínimo; sendo assim, tenha em Se o be
do art. 21-A desta Lei. mente que o valor do auxílio será de 50% do valor segu
§ 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por do BPC.
um membro da família não será considerado Vejamos a disposição da lei: V
no cálculo da renda familiar mensal per capi- e
ta de que trata o inciso IV do caput deste artigo, Art. 26-B O auxílio-inclusão será devido a partir j
para fins de concessão e de manutenção de da data do requerimento, e o seu valor a
outro auxílio-inclusão no âmbito do mesmo corres- ponderá a 50% (cinquenta por cento) do m
grupo familiar. valor do benefício de prestação continuada em o
vigor. Parágrafo único. Ao requerer o auxílio- s
Importante!
Perceba que o § 2º, do art. 26-A, indica a mesma peculiaridade da concessão do BPC/LOAS, qual seja: caso algum membro da fa
351
art. 20, poderão ser repassados pelo Ministério
Seguindo o mesmo entendimento do BPC/LOAS, o
auxílio-inclusão não sofrerá nenhum desconto e não
gera 13º salário sobre o benefício previdenciário.
d
2. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Acerca da seguridade de oitenta anos de idade, e com os dois filhos C
social e seus princípios, julgue o item a seguir. do casal, Miguel, de dezenove anos de idade e l
O princípio da universalidade de cobertura e do atendi- estudan- te, e Manoel, de vinte e três anos de e
mento é próprio da previdência social, de maneira idade, que está desempregado. b
que não se aplica à saúde e à assistência social.
e
( ) CERTO ( ) ERRADO r,
q
3. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Acerca do Estatuto da u
Terra, do Programa Nacional de Reforma Agrária, do a
imposto territorial rural (ITR), da discriminação judicial r
de terras devolutas e da previdência rural, julgue o e
item que se segue. n
Ainda que comprovada a atividade rural de trabalhador t
menor de 14 anos de idade, em regime de economia a
familiar, é vedado o cômputo desse tempo para fins e
previdenciários. o
it
( ) CERTO ( ) ERRADO
o
4. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca da história da a
seguridade social, da política social e das políticas n
setoriais, considerando suas respectivas legislações, o
julgue o item subsecutivo. s
Os direitos da seguridade social, seja no modelo bis- d
marckiano, seja no modelo beveridgiano, têm como e
parâmetro histórico central os direitos do trabalho. i
d
( ) CERTO ( ) ERRADO
a
5. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Tendo como referência a d
doutrina e a jurisprudência a respeito da organização e
e dos princípios do sistema de seguridade social bra- ,
sileiro, julgue o item a seguir. c
O princípio do direito adquirido não se aplica à sea- ra a
previdenciária, pois, conforme o entendimento do s
Supremo Tribunal Federal, inexiste direito adquirido a a
regime jurídico. d
o
( ) CERTO ( ) ERRADO ,
t
6. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Acerca da contagem
e
recíproca de tempo de serviço, custeio previdenciário
m
e regime geral de previdência social (RGPS), julgue o
próximo item. t
Indivíduo sem vínculo efetivo com qualquer dos entes r
federativos que tenha sido nomeado para exercer ê
car- go em comissão junto a órgão público federal é s
consi- derado segurado obrigatório do RGPS, devido ao fi
cargo que passou a ocupar. l
h
( ) CERTO ( ) ERRADO o
s
7. (CESPE-CEBRASPE – 2020) Uma instituição do tercei- ro
e
setor realizou, em determinada comunidade carente de
é
um município de médio porte, serviços essenciais
e
gratuitos na área de cidadania, saúde e educação.
m
A seguir são apresentadas informações de alguns
p
contribuintes da previdência social que participaram
r
da ação em busca de orientações previdenciárias.
e
g
Josefa, cinquenta e um anos de idade, presta serviço
a
em caráter não eventual, em propriedade rural e rece-
be por mês R$ 1.200. Reside com o esposo Henrique, d
de cinquenta e quatro anos de idade e trabalhador o
d
NTOS
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
13. (CESPE-CEBRASPE – 2019) No item a seguir apresen- ta 19. (CESPE-CEBRASPE – 2019) À luz da Constituição
uma situação hipotética seguida de uma assertiva a Federal de 1988 e das leis da seguridade social,
ser julgada, a respeito de benefícios previdenciários. julgue o item a seguir.
Arnaldo, solteiro, maior de idade e capaz, é gerente de O Conselho Nacional de Assistência Social, de compo-
uma loja há mais de sete anos e recebe salário sição paritária, tem caráter permanente e deliberativo,
mensal equivalente a cinco salários mínimos. Por ter e suas decisões devem ser divulgadas no Diário Oficial
cometi- do crime e ter sido condenado a pena de da União.
cinco anos de reclusão, ele iniciou, na presente
semana, o cum- primento dessa pena. Nessa ( ) CERTO ( ) ERRADO
situação, Arnaldo terá direito de receber o benefício
previdenciário denomi- nado auxílio-reclusão durante 20. (CESPE-CEBRASPE – 2017) Julgue o próximo item, com
todo o período de cum- primento da pena. relação à Lei n.º 8.742/1993, que dispõe sobre a
organização da assistência social.
( ) CERTO ( ) ERRADO O Conselho Nacional de Serviço Social é o órgão de
deliberação máxima da política de assistência social
14. (CESPE-CEBRASPE – 2019) Acerca dos planos de nas três esferas de governo.
benefícios da Previdência Social, com fundamento na
Lei n.º 8.213/1991 e em suas alterações, julgue o ( ) CERTO ( ) ERRADO
item seguinte.
Configura acidente de trabalho aquele sofrido pelo tra-
balhador doméstico a serviço de seu empregador e que GABARITO
tenha motivado afastamento em decorrência de lesão
corporal causada por queimaduras com água fervente. 1 ERRADO
3 ERRADO
15. (CESPE-CEBRASPE – 2021) Acerca das contribuições
previdenciárias a cargo do empregador, julgue o item a 4 CERTO
seguir. 5 ERRADO
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Fede-
ral, não é legítima a incidência de contribuição social, 6 CERTO
a cargo do empregador, sobre os valores pagos ao
empregado a título de terço constitucional de férias 7 CERTO
gozadas.
8 CERTO
( ) CERTO ( ) ERRADO 9 ERRADO
17 ERRADO
17. (CESPE-CEBRASPE – 2018) Acerca da Lei n.º
8.212/1991, que dispõe sobre a seguridade social, jul- 18 CERTO
gue o item a seguir.
Os estados, o Distrito Federal e os municípios tornam- 19 CERTO
-se responsáveis pela cobertura de eventuais insu- 20 ERRADO
ficiências financeiras da seguridade social, quando
decorrentes do pagamento de benefícios de
prestação continuada da previdência social.
( ) CERTO ( ) ERRADO