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PESQUISA DE ORÇAMENTO FAMILIAR

A transição nutricional e
seus efeitos sobre a
morbimortalidade em
idosos brasileiros
ANDRÉ LUIZ BARBOSA DE LIMA
Introdução

 Estima-se que em 2025 o Brasil terá 27 milhões de pessoas com 60


anos ou mais.
 A proporção de pessoas idosas aumentou de 6,1% em 1981 para
7,9% em 1996, uma diferença de 5,2 milhões de pessoas idosas.
 Em 2050 o índice de idosos chegará a 106,8% (razão entre a
população com 65 ou mais anos de idade e aqueles com menos
de 15 anos).
 Estado nutricional tem importantes implicações no contexto do
envelhecimento da população.
 Riscos de morbimortalidade por doenças cerebrovasculares,
cardiovasculares e diabetes mellitus.
Transição Nutricional

 Declínio da prevalência de baixo peso e aumento da


prevalência de sobrepeso e obesidade entre idosos.
 Alta incidência de doenças cardiovasculares, câncer e
diabetes.
 Sobrepeso e obesidade – mulheres idosas.
 Baixo peso – homens idosos.
 Prevalência de baixo peso em idosos com 80 ou mais anos é
menor (baixo peso tende a aumentar com a idade idosa, mas
varia com o sexo).
 O peso tende a declinar nos homens após 65 anos de idade,
enquanto nas mulheres somente aos 75 anos é que se observa
efetivamente esta queda no peso.
Kwashiorkor

 Ingesta inadequada de proteínas


 Bom consumo de calorias totais
 Atrofia muscular marcante
 Gordura corporal normal ou aumentada
 Anorexia
 Peso e altura normais para a idade
 Anasarca e pele seca
 Abdome distendido
 Cabelos com partes hipopigmentadas
Marasmo

 Ingesta inadequada de nutrientes, principalmente calorias totais


 Desnutrição proteico-energética
 Famintas ao extremo na reintrodução alimentar
 Perda de massa muscular
 Depleção do conteúdo corporal de lipídios
 Constipação grave
 Peso e altura diminuídos para a idade
 Fraqueza, bradicardia, hipotensão, pele seca e fina, cabelos finos,
esparsos e de queda fácil
Sobrepeso e Obesidade

 Mulheres – maior acúmulo de gordura visceral e subcutânea,


maior esperança de vida que os homens e menopausa.
 Doenças crônicas – 1,35x (sobrepeso) e 2x (obesidade)
 Aumento do consumo de alimentos ricos em gordura
(principalmente de origem animal), carboidratos refinados, e
diminuição no consumo de carboidratos complexos e fibra
alimentar.
 Redução da prática atividades físicas.
 (1) Migração interna; (2) Aumento da oferta de refeições rápidas;
(3) Alimentação fora de casa; (4) Ampliação do uso de alimentos
industrializados e processados.
Sobrepeso e Obesidade

MIGRAÇÕES INTERNAS
18590 lojas
1940 - California

3598 lojas
1971 - Tóquio

1500+ lojas
1990 - Shenzhen
Sobrepeso e Obesidade

54%
90%
85%
2000 mg/dia

61%
Sobrepeso e Obesidade

 Investimentos fortes da indústria em produtos com alto teor


calórico voltados aos adolescentes e crianças que tendem a
manter este hábito de consumo.
 Pessoas nascidas nos anos 80 sofrem a pressão da transição
nutricional, por isso são alvo da obesidade e sedentarismo, dando
espaço às doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
 Assistir televisão – diminui a prática esportiva e aumenta o
consumo energético (indicador relativo)
Baixo Peso

 Tuberculose, câncer do pulmão e estômago e doença pulmonar


obstrutiva crônica.
 Doenças crônicas OR=1,79.
Transição Nutricional

 (1) Desaparecimento do kwashiorkor (raros a partir dos anos 70);


 (2) Desaparecimento do marasmo nutricional;
 (3) Aparecimento do binômio sobrepeso/obesidade;
 (4) Correção do déficit estatural.
Incapacidade Funcional

 Envelhecimento não é sinônimo de incapacidade funcional.


 Oportunidades no que diz respeito às condições econômicas,
sociais e culturais.
 Acesso aos serviços de saúde e escolaridade.
Legislação Nacional

 Lei Federal nº 11.947/2009 – Dispõe sobre o atendimento da


alimentação escolar.
 Todo alimento oferecido no ambiente escolar, independentemente
de sua origem, durante o ano letivo.
 Emprego da alimentação saudável e adequada.
 Inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino
e aprendizagem.
 Participação da comunidade no controle social.
 Resolução CNS nº 408/2008. Aprovar as diretrizes para a promoção
da alimentação saudável com impacto na reversão da epidemia de
obesidade e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis
Referência Bibliográfica

 Batista Filho, M., & Rissin, A. (2003). A transição nutricional no Brasil: tendências regionais e temporais. Cadernos de Saúde
Pública, 19, S181–S191. doi:10.1590/S0102-311X2003000700019
 Fernanda, M., Lima, F., Guerra, H. L., & Guimarães, R. M. (2000). Diagnóstico da Situação de Saúde da População Idosa
Brasileira : um Estudo da Mortalidade e das Internações Hospitalares Públicas, 9(1), 23–41.
 Filho, M. B., & Batista, L. V. (2004). Transição alimentar/nutricional ou mutação antropológica? Ciência & Cultura, (3), 26–
30.
 Sartorelli, D. S., & Franco, L. J. (2003). Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cadernos
de Saúde Pública, 19, S29–S36. doi:10.1590/S0102-311X2003000700004
 Souza, E. B. De. (2010). Transição nutricional no Brasil: análise dos principais fatores. Cadernos UniFOA, 1(13), 49–53.
 Tardido, A. P., & Falcão, M. C. (2006). O impacto da modernização na transição nutricional e obesidade Material e
métodos. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 21(2), 117–124.
 Traebert, J., Moreira, E. A. M., Bosco, V. L., & Almeida, I. C. S. (2004). Transição alimentar: problema comum à obesidade e
à cárie dentária. Revista de Nutrição, 17(2), 247–253. doi:10.1590/S1415-52732004000200011
 Lei Federal nº 11.947/2009 – Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar.
 Resolução CNS nº 408/2008. Aprovar as diretrizes para a promoção da alimentação saudável com impacto na reversão
da epidemia de obesidade e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis

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