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Segurança

Alimentar e
Nutricional

Tutora: Gabriella Ibargoyen


Distúrbios alimentares e
nutricionais da atualidade
estamos vivendo uma transição nutricional,
em que observamos o declínio no número
de casos de desnutrição.
Por outro lado, vemos também o
crescimento progressivo e expressivo de
outros problemas nutricionais, como
excesso de peso (sobrepeso e obesidade) e
doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) relacionadas à alimentação e ao
excesso de peso, que é o caso da
hipertensão e do diabetes, por exemplo
Distúrbios alimentares e
nutricionais da atualidade
vivenciamos o aumento de doenças e
agravos não transmissíveis, mas ainda há a
presença de intensas desigualdades no
Brasil e no mundo, que se manifestam de
forma injusta em grupos vulneráveis,
por isso vivemos na atualidade o paradoxo
da coexistência entre desnutrição,
carências nutricionais e obesidade, que
provavelmente estão mais associadas à
qualidade da alimentação do que à
quantidade de alimentos ingeridos
Distúrbios alimentares e
nutricionais da atualidade
Essa contradição entre escassez e excessos
vem acontecendo ao mesmo tempo, sendo
relativamente comum encontrarmos num
mesmo indivíduo a obesidade, a anemia e
outras carências nutricionais, independente
das classes sociais.
Essa condição nutricional parece se diferenciar
pelo contexto sociocultural em que essas
pessoas estão inseridas em virtude da
condição de acesso à alimentação,
conhecimento sobre alimentação e nutrição,
além de outros fatores
Essa transição nutricional tem relação direta com as
mudanças nos padrões demográfico, socioeconômico,
ambiental, agrícola e de saúde, envolvendo também
fatores como urbanização, o que ocasionou redução de
espaços públicos para atividades físicas e aumento da
violência, gerando insegurança e contribuindo para o
sedentarismo.

Além disso, fatores como o crescimento econômico; a


distribuição de renda; a incorporação de tecnologias e as
mudanças culturais também influenciam nesse processo,
bem como os sistemas alimentares que incluem os
processos de produção, transformação, distribuição,
marketing e consumo de alimentos
A globalização também é indicada como um
dos fatores que contribuíram para a
mudança no perfil nutricional da população
mundial, uma vez que ela contribuiu para
mudanças no padrão alimentar, aumentando
o consumo de alimentos ultraprocessados
com elevados teores calóricos por conter
grande quantidade de açúcar e gordura e
baixo valor nutricional por ofertar poucos
nutrientes, vitaminas, minerais e fibras.
Outro fator bastante importante e
influente nas escolhas alimentares da
população diz respeito ao pouco tempo
para as refeições ou o excesso de
atividades ligadas à jornada de trabalho,
resultando no aumento do consumo de
alimentos pré-preparados, congelados e
também os fast-food
Na atualidade, as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) são importantes
problemas de saúde pública.

Segundo dados da Organização Mundial da


Saúde (OMS) de 2014, as DCNT são
responsáveis por 68% de um total de 38
milhões de mortes ocorridas no mundo em 2012
No Brasil, os dados são bastante
semelhantes, conforme apontado pelo
Ministério da Saúde, em 2011, as DCNT
foram responsáveis por 68,3% do total de
mortes, havendo destaque para as doenças
cardiovasculares (30,4%), as neoplasias
(16,4%), as doenças respiratórias (6,0%) e o
diabetes (5,3%).
Existe um conjunto de fatores de risco que
podem ser responsáveis pelo aparecimento das
DCNT e também por grande parte das mortes
causadas em sua consequência, como o
tabagismo, o consumo alimentar inadequado, a
inatividade física e o consumo excessivo de
bebidas alcoólicas
Além do problema com as DCNT e obesidade, é
preciso lembrar que os dados sobre as deficiências
nutricionais também são alarmantes, revelando-se
um importante problema de saúde pública,
especialmente, em países em desenvolvimento.

Cerca de um terço da população mundial tem


deficiência de micronutrientes, sendo as mais
comuns no mundo e também no Brasil, a deficiência
de vitamina A (hipovitaminose A), de ferro (anemia
ferropriva) e de iodo (bócio endêmico).
As consequências causadas pelas
deficiências nutricionais podem ser várias,
além de afetarem a saúde e o bem estar de
diferentes grupos populacionais: crianças e
adolescentes podem sofrer problemas
relacionados ao crescimento, ao
subdesenvolvimento físico e mental e ao
aumento da mortalidade;
já os adultos e idosos não conseguem
repor a energia e os nutrientes necessários
para lidar com suas atividades diárias,
podendo sofrer com letargia (cansaço,
diminuição da energia), diminuição da
capacidade física e reprodutiva, declínio da
função cognitiva e debilidade imunológica
Nesse contexto, evidências mostram que
milhares de crianças que residem em países
em desenvolvimento não alcançam seu
potencial de desenvolvimento, tendo maior
probabilidade de baixo rendimento escolar e,
quando adultos, menor produtividade, o que
possivelmente contribui para a transmissão
da pobreza de geração a geração.
Diante de tanta importância, conhecer a
magnitude da deficiência de determinados
micronutrientes no Brasil é essencial para
que medidas de intervenção e políticas
públicas possam ser pensadas e
repensadas de forma a buscar soluções e
alternativas para tais problemas e que
sejam apropriadas para as necessidades
da população
Fome oculta
De acordo com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), aproximadamente 2 bilhões de pessoas
no mundo sofrem de fome oculta, que é a
deficiência subclínica de micronutrientes, ou seja,
sem sinais ou sintomas de carência, mas com
alterações silenciosas que podem deixar
sequelas e trazer problemas à saúde, como o
aumento de risco de desenvolvimento de
doenças como o câncer, osteoporose, diabetes
e problemas cardiovasculares
Fome oculta
Para evitar a fome oculta o essencial é garantir
uma alimentação variada em nutrientes, que
inclua todos os grupos alimentares (frutas,
verduras, legumes, alimentos fonte de proteínas
e de carboidratos), consumindo-os de forma
balanceada, sem exageros ou escassez.
Frente à realidade apresentada em que
convivemos com os excessos alimentares e ao
mesmo tempo com as deficiências nutricionais,
muitas intervenções vêm sendo propostas e
pensadas em busca de mudanças.
Fome oculta
A OPAS/OMS no Brasil, preocupada em combater os males associados
à má nutrição, desde a desnutrição até o excesso de peso, vem
desenvolvendo ações no país, sendo as principais:
• Apoia o Estado Brasileiro, nas três esferas de governo, no
processo de planejamento e implementação das ações de
alimentação e nutrição.
• Apoia a qualificação dos profissionais de saúde para atuarem na
área de alimentação e nutrição.
• Promove a alimentação adequada e saudável no curso de vida.
Fome oculta
• Apoia a redução das carências nutricionais resultantes da má
nutrição.
• Incentiva a adoção de ações de promoção da saúde e combate à
obesidade;
• Promove, protege e apoia o aleitamento materno.
• Incentiva a expansão da rede de Banco de Leite Humano.
• Promove a alimentação complementar.
• Implementa as recomendações da OMS relativas à estratégia da
fortificação dos alimentos com micronutrientes.
Fome oculta
• Coopera na regulação da publicidade e das normas de rotulagem
para alimentos.
• Favorece o intercâmbio de experiências e divulgação de boas
práticas, especialmente no âmbito da cooperação sul-sul.
• Sistematiza, produz conhecimentos e dá visibilidade a experiências
e boas práticas em nutrição.
Acesso à água para
consumo e produção de
alimentos
Na atualidade, apesar dos avanços já alcançados
em nosso país, ainda vivemos em situação de risco,
especialmente em locais de grandes 72
concentrações urbanas, em que as dificuldades de
acesso à água potável, problemas com a qualidade
da água que está sendo distribuída e à rede de
saneamento básico são problemas reais e que
podem se agravar no futuro se medidas não forem
tomadas.
Acesso à água para
consumo e produção de
alimentos
A demanda por água, energia e alimentos está
aumentando, principalmente pelo crescimento
populacional no mundo todo, rápida
urbanização, mudanças nas dietas e
crescimento econômico. Na área urbana, esse
tipo de problema se dá pelo crescimento
desordenado, em especial das metrópoles
associada à demora na realização e término das
obras de infraestrutura.
Acesso à água para
consumo e produção de
alimentos
Diante de dados que nos deixam preocupados,
a boa notícia é que o Brasil é um dos poucos
países do mundo, se não o único, com
capacidade de triplicar a sua área irrigada
com sustentabilidade, podendo ainda contribuir
com o meio ambiente, o desenvolvimento
econômico e social do país ao gerar empregos
e essa é uma realidade.
Acesso à água para consumo e
produção de alimentos
Nos últimos cinquenta anos, a ciência, a tecnologia e a inovação
juntamente com a disponibilidade de recursos naturais, com a
elaboração de políticas públicas, organização das cadeias produtivas e a
competência dos agricultores, fizeram com que o Brasil fosse um
importante protagonista na produção e exportação de produtos
agrícolas e isso contribui de forma significativa para o desenvolvimento
econômico, social e ambiental do País, por gerar empregos,
proporcionar melhorias na renda e oferta de alimentos com preços mais
acessíveis aos consumidores brasileiros

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