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Nº DOI: 10.18065/RAG.2018v24n2.

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TEXTOS CLÁSSICOS

ANÁLISE FENOMENAL:
EXEMPLIFICADA POR UM ESTUDO DA EXPERIÊNCIA
DE “REALMENTE SE SENTIR COMPREENDIDO”*
Adrian L. Van Kaam (1959)¹
Brandeis University, Waltham, Mass.

O método conhecido como análise fenomenal, festas que possa ter validade geral e que seja útil para
ou a análise do que uma dada situação significa à uma a construção de uma teoria organizada da experiência
pessoa, tem influenciando, em anos recentes, as áreas humana? Intrigado por essa questão, nós estamos pro-
de psicoterapia, aconselhamento e teoria da personali- pondo um método para apreender um tipo de expe-
dade. A questão é saber o que esse método tem a ofere- riência humana, a saber, a experiência de realmente se
cer ao estudo de fenômenos psicológicos gerais. sentir compreendido, e submetê-la a uma análise con-
Vários psicólogos sabem ou especulam sobre a trolada. O objetivo dessa análise foi encontrar os cons-
possível contribuição da análise fenomenal para a psi- tituintes necessários e suficientes dessa experiência.
cologia geral. Esse fato foi enfaticamente reconhecido Nossa premissa básica é que o núcleo de tais expe-
por Koehler: “Nunca, eu acredito, seremos capazes de riências comuns é o mesmo em diferentes indivíduos.
resolver quaisquer problemas relativos a princípios Esta premissa não parece desarrazoada quando se lida
últimos enquanto não retornarmos à fonte dos nossos com indivíduos normais pertencentes a grupos não mui-
conceitos – em outras palavras, enquanto não utilizar- to diferentes. As pessoas, em geral, compreendem bem
mos o método fenomenológico, a análise qualitativa da quando alguém diz “Estou feliz”, ou “Estou entediado”,
experiência” (Koehler, 1938, p. vii). MacLeod (1951, p. ou “Sinto-me triste” (Merleau-Ponty, 1942; 1945).
215) tentou transmitir o valor da análise fenomenal ao
declarar: “Ser científico é ser curioso de uma manei- Sujeitos
ra disciplinada, isto é, tentar compreender (não mera- Para chegar ao núcleo da experiência comum, co-
mente prever ou controlar) com a ajuda dos melhores letamos explicações de 365 estudantes: 245 estudantes
métodos de observação, dedução e verificação”. Em re- de final de ensino médio1 (95 homens e 150 mulhe-
ferência à psicologia social, Asch (1953, p. X) disse: “Eu res), e 120 estudantes universitários (60 homens e 60
entendo como necessário manter em primeiro plano os mulheres). Esse número de sujeitos não-treinados, re-
modos humanos de experienciar o mundo da natureza lativamente alto para um estudo deste tipo, assegura o
e do homem, visto que as ações sociais de que falamos relato de situações numerosas e variadas nas quais os
são aquelas de seres conscientes que atuam, em grande sujeitos vivenciaram a experiência, e nos permite dis-
parte, em termos daquilo que compreendem e sentem”. tinguir o que é constante e o que varia em situações
Quando o humano começa a pensar ou falar so- diferentes.
bre suas experiências, ele está tentando expressar sua
consciência. É através desta formulação que a cons-
ciência se torna conhecimento conceitual e uma con- Obtendo os dados
dição necessária para qualquer comunicação relativa a Cada sujeito recebeu uma folha de papel com as
fenômenos subjetivos. A consciência implícita e vaga seguintes instruções: “Descreva como você se sente
de um fenômeno subjetivo complexo é capaz de mu- quando você sente que é realmente compreendido por
dar graças ao processo de expressão e de formulação alguém: (a) recorde alguma situação ou situações em
em conhecimento explícito de seus componentes. Esse que você sentiu que foi realmente compreendido por
processo é conhecido como explicação. É o que temos alguém, por exemplo, mãe, pai, sacerdote, namorada
de essencial no processo de psicoterapia, no qual o pa- (namorado), tio, médico, professor, etc.; (b) tente des-
ciente gradualmente aprende a expressar sua experiên- crever como você se sentiu nessa situação (não a situa-
cia implícita, vaga e dolorosa em uma descrição expli- ção em si); (c) tente descrever seus sentimentos exata-
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citamente reconhecida do que está ocorrendo em sua mente como foram; (d) por favor, não pare até que sinta
vida subjetiva. que descreveu seus sentimentos tão exaustivamente
quanto possível”.
Além disso, solicitou-se aos sujeitos que infor-
O método da análise fenomenal geral massem idade, sexo, estado civil, e ocupação, mas omi-
tissem o nome. Reservou-se para a tarefa um período
de aula e os sujeitos eram livres para responderem,
Seria possível um método replicável, mais ou
usando o tempo disponível como desejassem.
menos controlado, para análise das experiências mani-
1 High school seniors, no original (Nota do tradutor).

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Adrian L. Van Kaam

Análise dos dados relevante comum da experiência foram unidas em um


Dado que o objetivo desta análise foi encontrar conjunto nomeado de forma mais abstrata que expres-
os constituintes necessários e suficientes da experiên- sasse o momento comum. Assim, uma expressão pode
cia em questão, os dados foram processados de acordo pertencer a vários conjuntos, no caso de representar
com seis operações que, apesar de poderem ser espe- momentos diversos da experiência.
cificadas, frequentemente se sobrepunham e não se- 6. Identificação final dos constituintes descritivos
guiam uma ordem fixa. As seis operações descrevem por aplicação. A operação consiste em checar os cons-
parcialmente o conjunto de abstrações ordenadas que o tituintes provisoriamente identificados contra casos
experimentador vivencia como uma totalidade natural. aleatórios da amostra para conferir se preenchem as
1–2. Listagem e agrupamento preliminar. A aná- seguintes condições: (a) estar explicitamente expresso
lise fenomenal é baseada em dados apresentados pelo em algumas explicações; (b) estar explicita ou impli-
sujeito, e cada expressão deve ser listada, sejam ou não citamente expresso na ampla maioria das explicações;
julgadas importantes pelo pesquisador. A fidelidade às (c) ser compatível com as explicações nas quais não foi
“coisas tal como se apresentam” (fenômeno = aquilo expresso; por fim, (d) se uma explicação é considerada
que se apresenta) resulta em uma ampla gama de ex- incompatível com um constituinte, deve-se provar que
pressões, incluindo aquelas que podem ser supérfluas a explicação não é uma expressão da experiência em
para o propósito final da análise. Essa inclusão evita estudo, mas de outra experiência que se introduz na
a influência seletiva de qualquer filosofia implícita do experiência em questão.
pesquisador neste estágio. Ela também permite a outros Em relação à confiabilidade da análise, as seis
pesquisadores conduzir análises de controle baseadas operações foram executadas por dois juízes adicionais
nos dados brutos. independentemente. Os resultados de cada operação
3–4. Redução e eliminação. Cada expressão de foram baseados no consenso de todos os três juízes.
um sujeito é testada com relação a dois requisitos: (a)
a expressão conteria um momento da experiência que
pode eventualmente ser um constituinte necessário e Resultados
suficiente da experiência em estudo? (b) se sim, seria
possível abstrair esse momento e classificá-lo, sem Desta maneira, chegamos aos constituintes ne-
violar a formulação apresentada pelo sujeito? As ex- cessários da experiência em estudo, com a seguinte
pressões que não preenchessem esses requisitos foram definição operacional geral: um constituinte necessá-
eliminadas. As expressões concretas, vagas e que se rio de uma determinada experiência é um momento da
sobrepõem foram reduzidas a termos mais descritivos. experiência que, sendo expresso explícita ou implici-
Por exemplo, expressões como “sinto-me trinta quilos tamente em uma maioria significativa de explicações
mais leve” e “tirei um peso dos ombros”2 foram reduzi- por uma amostra aleatória de sujeitos, também é com-
das a “sentimento de alívio”. patível com aquelas descrições que não o expressam.
5. Identificação provisória dos constituintes descri- Ao final, nove constituintes foram identificados como
tivos. Todas as expressões do passo anterior considera- sendo ao mesmo tempo necessários e suficientes para
das representantes diretas ou indiretas de um momento a experiência de “realmente se sentir compreendido”;
2 Respectivamente, “I feel a hundred pounds less heavy” e “a estes componentes são mostrados na Tabela 1.
load is off my chest”, no original (Nota do tradutor).

Tabela 1
Constituintes da experiência de “realmente se sentir compreendido” tal como identificados ao final, e porcentagem de 365
sujeitos que expressou cada constituinte, explícita ou implicitamente.

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Análise Fenomenal: Exemplificada por um Estudo da Experiência de “Realmente se Sentir Compreendido”

A descrição sintética da experiência de ser o que algo significa para o sujeito: O sujeito per-
realmente compreendido, contendo esses consti- cebe que a pessoa que compreende experiencia
tuintes, é apresentada abaixo, seguida por uma jus- os eventos, situações e comportamentos que
tificativa e por uma explicação para cada frase da afetam o sujeito da maneira como lhe afetam, e
descrição. não como afetaria a outros.
A experiência de | “realmente se sentir com-
preendido” | é uma Gestalt perceptual-emocional: e o aceita: Até mesmo quando compartilha de
| Um sujeito, percebendo | que uma pessoa | co- experiências do sujeito que a pessoa que com-
-experiencia em conjunto| o que algo significa para preende não aceita pessoalmente, ela manifesta
o sujeito | e o aceita, | sente, inicialmente, alívio exclusivamente e consistentemente interesse
da solidão experiencial, | e, gradualmente, uma co- genuíno, preocupação, e confiança básica com
munhão experiencial segura | com aquela pessoa | relação ao sujeito, tenha o sujeito intenção ou
e com aquilo que o sujeito percebe que essa pessoa não de mudar suas próprias visões, sentimen-
representa. tos e comportamento.

A experiência de: O termo “experiência” é pre- sente, inicialmente, alívio da solidão experien-
ferido ao termo “sentimento” porque os dados cial: O sentimento inicial de alívio é o senti-
mostram que esse fenômeno, comumente deno- mento prazeroso que ocorre quando a solidão
minado sentimento, contém também momen- experiencial, uma Gestalt perceptual-emocio-
tos perceptuais. nal desagradável, está diminuindo para um
grau em que uma compreensão verdadeira é
realmente: o advérbio “realmente”, adicionado experienciada. O adjetivo “experiencial” espe-
ao “se sentir compreendido”, enfatiza a distin- cifica que não se trata principalmente de uma
ção entre compreensão objetiva e subjetiva. solidão física, mas de estar-sozinho em certas
Esta última inclui o elemento de “o que isso sig- experiências internas.
nifica para mim”, e o envolvimento emocional
do sujeito. e, gradualmente, uma comunhão experiencial
segura: Este constituinte expressa que o sujei-
se sentir compreendido: esta expressão popular to gradualmente experiencia que o self está na
é mantida devido ao seu uso pela maioria das condição aliviada e prazerosa de compartilhar
pessoas quando expressa esta experiência es- sua experiência com a pessoa que compreen-
pontaneamente. de. “Segura” enfatiza que o sujeito não se sen-
te ameaçado pela experiência de compartilhar
é uma Gestalt perceptual-emocional: os dados algo seu.
nos compelem a distinguir entre percepções e
sentimentos (emoções), sendo as percepções di- com aquela pessoa: A relação pessoal profunda
recionam-se predominantemente ao objeto, e os entre o sujeito e a pessoa que compreende não
sentimentos ao sujeito. Mas percepções e emo- é prevalente apenas no campo perceptual, mas
ções estão entrelaçadas na experiência; o termo também, e de uma maneira mais fundamental,
“Gestalt” implica que a distinção que fazemos no campo emocional. Assim, nossa descrição
entre momentos perceptuais e emocionais não sintética não apenas inicia, mas também encer-
corresponde a uma separação na realidade. ra, com uma referência a essa relação pessoa-a-
-pessoa.
um sujeito, percebendo: O momento perceptual
é mencionado primeiro devido a sua priorida- e com aquilo que o sujeito percebe que essa
de nas explicações obtidas. O sentimento de pessoa representa: Quando a pessoa que com-
realmente se sentir compreendido pressupõe a preende é capaz de tipificar para o sujeito um
percepção de uma compreensão tal como evi- certo segmento da humanidade, ou talvez todos
denciada por vários sinais comportamentais de os seres humanos ou todos os seres, isto é, hu-
compreensão. manidade e natureza, ou a fonte onipresente de
todo o ser (Deus), então o sujeito experiencia
que uma pessoa: O sujeito percebe que uma uma comunhão com todos aqueles seres que
“pessoa”, um ser humano próximo, o com- para ele são exemplificados pela pessoa que
preende de uma forma pessoal. A pessoa que compreende, e o faz tanto mais quanto ele per-
compreende não é experienciada apenas como cebe que essa pessoa realmente representa es-
um superior, um professor, um adulto, e assim ses segmentos da humanidade.
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por diante, mas como sendo-uma-pessoa.

co-experiencia: A pessoa que compreende com- Comparação com outras abordagens


partilha, em um nível emocional, as experiên-
cias do sujeito compreendido. O prefixo “co-” A análise fenomenal dará uma descrição de-
representa a consciência do sujeito de que a pes- finitiva de certas experiências que as pessoas em
soa que compreende ainda é uma outra pessoa. uma dada cultura ou subcultura possuem em co-
mum. O psicólogo experimental que trabalha com

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o método fenomenal não deve, entretanto, parar mento, isolados do seu conteúdo experiencial. A
por aqui: ele pode, a partir da descrição definitiva análise geral que o fenomenólogo conduz da situa-
obtida pela análise, deduzir várias hipóteses testá- ção humana concreta tal como é dada, ela leva a
veis e submetê-las ao teste experimental (Ex, 1957; uma descrição qualitativa complexa das experiên-
Linschoten, 1955; MacLeod, 1951; Wellek, 1957). cias nessas situações, como vimos acima, a partir
Um exemplo de tal estudo é aquele conduzido por da qual outras hipóteses testáveis podem ser dedu-
Ex e Bruyn (1956) sobre a influência do set men- zidas. As psicologias mais antigas tendem a reduzir
tal na percepção de identidade e substituição. Eles a situação, tais como são dadas, a hipóteses testá-
encontraram que pessoas muito próximas e muito veis muito mais cedo. O resultado é que suas hipó-
íntimas tendem nos seus julgamentos, a mudar me- teses parecem bastante diferentes e – ao menos na
nos quanto ao julgamento independente do seu par- opinião do psicólogo fenomenal – possuem menos
ceiro, do que sujeitos que não têm uma relação tão relevância para a condição concreta da existência
íntima. A partir de um estudo como esse, fica claro humana.
que não há diferença alguma na técnica da expe- No que se refere à aplicação, os resultados da
rimentação em si, mesmo considerando sua mecâ- psicologia fenomenal parecem ser mais úteis para o
nica funcional-operacional-estatística entre a forma encontro das camadas mais profundas da existência
como é empregada na psicologia fenomenológica e humana comum, que é a preocupação do presente
em outras psicologias. estudo. Seus resultados são mais úteis para proble-
A respeito das operações da análise fenomenal mas de terapia e aconselhamento, interpretação de
em si, nota-se uma certa similaridade com a análise testes de personalidade, desenvolvimento da perso-
corriqueira de questões abertas em uma enquete de nalidade, criatividade, e relações humanas (Stras-
opinião. A diferença entre os métodos é essencial- ser, 1957; Van den Berg, 1955). Os resultados de
mente relativa ao objetivo. O analista fenomenal se psicologias acadêmicas tradicionais aparentam ser
restringe a uma questão, cuidadosamente dirigida à de maior utilidade na construção de testes de inte-
obtenção de descrições espontâneas da experiência ligência e aptidão, em problemas de percepção sen-
subjetiva e formulada de maneira que os sujeitos sorial, engenharia humana, aprendizagem mecâni-
sejam capazes de relacioná-la a uma variedade de ca, e psicologia industrial. Fica claro, então, que os
situações. O propósito é descobrir os momentos resultados de ambas as psicologias não se excluem
comuns a todas as experiências individuais de um mutuamente, mas complementam uma à outra.
mesmo tipo. O analista das pesquisas de opinião,
por outro lado, usa uma série de questões que são
formuladas de maneira a obter reações específicas Referências
de certas populações para definir objetos, pessoas
ou eventos. O seu propósito é compreender a expe-
riência humana não enquanto tal, mas como um in- Asch, S. E. (1953). Social psychology. New York: Pren-
dicador da maneira como as pessoas se relacionam tice-Hall
com certos objetos em um certo ambiente social.
Desta diferença principal surgem certas diferenças Ex, J. (1957). Situatie-Analyse en sociaal-psychologisch
na análise dos dados, as quais, no entanto, não se- Experiment. Bussum, Holland: Paul Brand.
rão apresentadas aqui.
No geral, as diferenças entre a abordagem fe- Ex, J., & Bruyn, G. L. de (1956). An experimental study
nomenológica e a de outras psicologias consiste não on the influence of the mental set on the percep-
tanto no método, mas nas premissas filosóficas, na tion of identity and substitution. Acta Psychol., 12,
natureza da hipótese, na aplicação dos resultados e 198-208.
nas áreas de interesse fundamental. Enquanto que
Koehler, W. (1938). The place of value in a world of facts.
o antigo introspeccionismo era baseado no raciona-
New York: Liveright.
lismo, e o behaviorismo é baseado no positivismo,
a psicologia fenomenal-existencial tem raízes em Linschoten, J. (1955). Das Experiment in der phaenom-
uma síntese original de certos princípios do positi- enologischen Psychologie. Unpublished. Bonn,
vismo e do racionalismo, e da fenomenologia e do 1955.
existencialismo. Um sistema sintético de construtos
inteligíveis, baseado em pressupostos filosóficos e MacLeod, R. B. (1947). The phenomenological analysis
testado gradualmente, ainda está em um estágio ini- in social psychology. Psychol. Rev., 54, 193-210.
cial na fenomenologia fenomenal-existencial. Ela
está se desenvolvendo de forma diferente de outros MacLeod, R. B. (1951). The place of phenomenological
sistemas na medida em que está preocupada com as analysis in social psychological theory. In J. H.
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leis que governam a experiência humana. Rohrer, & M. Sherif (Eds.), Social psychology at the
Na formação de hipóteses, a psicologia feno- crossroads (pp. 215-241). New York: Harper.
menal tende a começar por uma análise geral da
Merleau-Ponty, M. (1942). La structure du comortement.
situação humana tal como é dada imediatamente;
Paris: Presses Univer. France.
ao passo que o introspeccionismo começou por “ob-
jetos” que supostamente estariam dentro da mente, Merleau-Ponty, M. (1945). La phenomenologie de la per-
isolados da situação existencial total; e o behavio- ception. Paris: Gallimard.
rismo começa por aspectos externos do comporta-

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Strasser, S. (1957). Phenomenological trends in Europe-


an psychology. Phil. Phenomenol. Res., 18, 18-34.

Van den Berg, J. H. (1955). The phenomenological ap-


proach to psychology. Springield, Ill.: C. C. Thom-
as.

Wellek, A. (1957). The phenomenological and experi-


mental approach to psychology and characterolo-
gy. In H. P. David & H. von Bracken (Eds.), Perspec-
tives in personality theory (278-299). New York:
Basic Books.

Nota Biográfica

Adrian Van Kaam (1920, The Hague, Holanda – 2007,


Pittsburgh, USA). Sacerdote católico da Congregação
do Espírito Santo, mais conhecido como professor
universitário, psicólogo existencialista, escritor so-
bre espiritualidade formativa e fundador do Institute
of Formative Spirituality (Instituto de Espiritualidade
Formativa) da Duquesne University e da Epiphany
Association de Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Uni-
dos. Em 1940, durante a ocupação nazista da Holan-
da, estava no Grande seminário de Gemert. Foi pre-
so em 1944, precisando sobreviver ao “inverno de
fome”, o que não o impediu de buscar refúgio para
judeus e outros evadidos. Ordenou-se em 1946, mes-
mo com sua saúde frágil. Chegou a lecionar aulas de
fé para jovens adultos, a pedido do então Monsenhor
Giovanni Montini, future Papa Paulo VI. Em 1954 é
enviado para a Duquesne University, para lecionar
Psicologia. Por não dominar o assunto, passa a viajar
pelos Estados Unidos, estudando com Carl Rogers e
Erik Erikson. Obtém seu doutoramento em Filosofia
na Case Western Reserve University. Faleceu em 17
de novembro de 2007, no lar das Pequenas Irmãs dos
Pobres, Pittsburgh, e foi enterrado no Cemitério Rai-
nha do Céu, no município de Peters, na Pensilvânia.
Publicou mais de trinta livros e grande volume de
artigos, embora seja mais conhecido pelo artigo aqui
publicado, considerado uma das primeiras investiga-
ções empíricas de cunho fenomenológico.
Tradução: Alexandre Nobre e William B. Gomes
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Recebido em 25.07.2017
Aceito em 30.11.2017
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