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Universidade Estácio de Sá

Curso de Psicologia
Teorias e Sistemas Psicológicos III: Existencialismo e Humanismo
Sharlys Jardim da Silva Santos
Joice do Espírito Santo Monteiro Riter

MARINS E MELES, Jesiane e Maria. TEORIAS E SISTEMAS PSICOLÓGICOS III.


1ª edição. SESES, Rio de Janeiro, 2015.

“Antes de darmos início aos conceitos da Fenomenologia é preciso entender o seu


surgimento e o tempo da história. Como qualquer conceito novo, a fenomenologia
surgiu a partir de transformações sociais do Século XX e que trouxeram a
necessidade de uma nova forma de compreender o comportamento e os processos
psíquicos.
Alegavam que a Filosofia era uma verdade única, impregnada por um Positivismo e
que era preciso contestar para saber se de fato as teorias eram verdadeiras. Mas,
para criticar, era preciso ter instrumentos precisos que pu- dessem medir os
fenômenos sociais e dizer se os pensamentos anteriores estavam certos ou errados
e por que deveria ser diferente ou igual”. (p. 36)

“Dessa forma a Fenomenologia busca resgatar o método Filosófico de investigação,


mas com base na ciência rigorosa, referindo-se a investigação de acordo como as
coisas são apresentadas na experiência da consciência, livre de teorias, de
imprevistos do mundo real e do empirismo. Assim, poderia deixar de lado essa
Filosofia do raciocínio lógico e analisar as particularidades”. (p. 39).

“A fenomenologia é uma corrente filosófica idealizada pelo filósofo E. Husserl (1859-


1938) em 1906, que se debruça a discutir uma forma de se obter o conhecimento.
Ela adota uma postura critica ao objetivismo da ciência e a venda de uma verdade
única, quase dogmática por parte da ciência. Tem enquanto objeto de estudo a
consciência, ou melhor, o fruto da interação da consciência com o objeto, chamado
de fenômeno.
Os Filósofos famosos que traziam teorias sobre os acontecimentos humanos, tais
como: Sócrates, Platão, Aristóteles e Descartes. Posteriormente teve a influência de
Brentano, como citado acima.
Alguns outros fenomenologistas: Heidegger; Carl Stumpf- responsável pela
fenomenologia experimental assim como David Katz; Theodor Lipps que também
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rejeitava o psicologismo; Max Scheler pela contribuição no que se refere ao mundo


de valores, com trabalhos centrados na percepção do outro; Ebbinghaus, utilizou-se
do método das sílabas sem sentido”. (p. 41)

“A intencionalidade é o que une objeto a consciência tornando consciência e objeto


em uma unidade indissociável e estabelecendo a existência de ambas na/ em
relação. Por isso escrevemos sempre que será um objeto para uma consciência e
uma consciência-para-um-objeto. O recurso dos tracinhos entre as palavras é para
dar a idéia de unidade. A intencionalidade então é o ato de atribuir sentido atuando
com isso, na composição do mundo psicológico. Pensando as- sim podemos
conduzir essas palavras para afirmar que a consciência é sempre intencional “. (p.
42).

“Retornar a acontecimentos anteriores em termos de consciência pode ajudar a


solucionar um problema presente e ajudar a planejar estratégias futuras. Todo o
conteúdo armazenado e pela consciência tem seu valor em novas experiências.
Conhecida também como epoche, são informações recebidas pelos órgãos dos
sentidos, mas que são transformadas pela consciência. Por exemplo: olhar para
uma comida e dizer que não quer porque é ruim, sem nunca ter provado é um tipo
de redução fenomenológica. A aparência da comida foi recebida pelo olhos e pelo
olfato, talvez, mas o significado que a comida trouxe é formado pela consciência.

Segundo Cobra (2005) Husserl propôs então que, no estudo das nossas vivências,
dos nossos estados de consciência, dos objetos ideiais, desse fenômeno que é estar
consciente de algo”, não devemos nos preocupar se ele corresponde ou não a
objetos do mundo externo à nossa mente.
Para que haja a redução fenomenológica é preciso excluir todos os julga- mentos, as
crenças, os estereótipos e as impressões que temos do mundo. Devemos nos
concentrar apenas na experiência e levar em consideração a sua pureza. Esse ato
de perceber é conhecido como Noesis. Mas aquilo que é percebido ou o objeto da
percepção é conhecido como Noema”. (p. 43).

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“Para Cobra (2005): “dar-se conta dos objetos ideais, uma realidade criada na
consciência, não é suficiente - ao contrário: os vários atos da consciência precisam
ser conhecidos nas suas essências, aquelas essências que a experiência de
consciência de um indivíduo deverá ter em comum com experiências semelhantes
nos outros”. (p. 44).

“Para Husserl o perceber é ter notar sua existência, mas não necessariamente
atribuir significado a isto ou intuir algo sobre o mesmo.
Husserl trazia esse discurso como Eu Percebedor e eu Percebível. Para Husserl
antes de percebermos a verdade, percebemos qualquer coisa ou objeto que esteja
presente no nosso espaço presente, mas isso só será percebível por mim de acordo
com a
minha consciência, ou seja, de acordo com a minha mente que visa algo, chamado
consciência intencional.
Consciência de um objeto, purificada, durante o processo de redução
fenomenológica, presente no individuo capaz de atribuir significado ao mundo real.
Lida com objetos ideais e com as ideias sobre as coisas na sua essência. Para
Husserl não interessa o que os outros pensam ou consideram sobre um
acontecimento, mas qual significado que você consegue atribuir à ele e qual relação
você faz desse significado a sua realidade”. (p. 46)

“A palavra descreve a junção de diversos conteúdos ou experiências como se


estivesse fazendo um somatório de diversas partes ou acontecimentos”. (p. 47)

“Jean-Paul Sartre (1905-1980) segue estritamente o pensamento de Husserl na


análise da consciência em seus primeiros trabalhos, L'Imagination (1936) e
L'Imaginaire: Psychologie phénoménologique de l'imagination (1940), nos quais faz
a distinção entre a consciência perceptual e a consciência imaginativa aplicando o
conceito de intencionalidade de Husserl. (Cobra, 2005)”. (p. 48)

“Fenomenologia: examina a relação entre a consciência e o ser. Fenomenalismo:


são as sensações da presença do objeto”. ( p. 49).
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“Karl Jaspers foi um pioneiro a trabalhar com o método fenomenológico de Husserl


na clínica da psiquiatria e da psicopatologia. Sua proposta era unir a Psicalogia
Compreensiva as conexões do psiquismo, assim ele poderia compreender e
descrever o acontecimento vivido pelo paciente e não apenas elaborar pareceres
que fossem baseados em rótulos. Respeitaria assim as particularidades dos relatos
e analisaria o paciente conforme a descrição que o mesmo traz sobre o
acontecimento”.

“Assim, como podemos dizer que Heidegger influenciou na clínica do psicólogo? O


seu pensamento teve um maior domínio na Psicologia e psiquiatria baseado nas
ideias de Medard Boss. Essa proposta envolvia negar as exigência científicas sobre
a interpretação dos processos psíquicos e respeitar como os problemas são
apresentados a nós mesmos. Esta auto interpretação sobre os problemas é que
serão a base para a interpretação na clínica.
É preciso negar a atitude a priori que conceitua o acontecimento para levar em
consideração a descrição do fenômeno e posteriormente a este relato buscar fazer
uma relação com os conceitos existentes na fenomenologia”. (p. 50).

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