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DIREITO PROCESSUAL CIVIL PARA OAB

PROF. RICARDO TORQUES


INSTITUTOS FUNDAMENTAIS DO
PROCESSO CIVIL
Ação

TRÍADE
FUNDAMENTAL
DO PROCESSO
CIVIL

Processo Jurisdição

Institutos Fundamentais do Processo Civil


Prof. Ricardo Torques
PROCESSO

Institutos Fundamentais do Processo Civil


Prof. Ricardo Torques
PROCESSO X PROCEDIMENTO

atos ordenados
praticados no bojo
Procedimento
da relação jurídica
processual
PROCESSO (em
sentido amplo)
relação jurídica
Processo (em processual
sentido estrito) desenvolvida entre
as partes e o juiz

Institutos Fundamentais do Processo Civil


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PROCEDIMENTOS
❑ Procedimento Comum
❑ Procedimentos Especiais
• no CPC (por exemplo, ação de consignação em pagamento, ação
monitória, ação possessória); e
• na legislação esparsa (Lei 9.099/1995).
❑ procedimento sumário

Institutos Fundamentais do Processo Civil


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PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
❑ esses diversos atos jurídicos do procedimento dependem da
observância de algumas exigências para que existam, sejam válidos e
produzam efeitos.
❑ fala-se, portanto, em pressupostos processuais.
❑ conceito: “exigências que possibilitam o surgimento de uma relação
jurídica válida e o seu desenvolvimento regular”.

Institutos Fundamentais do Processo Civil


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juiz - investido de jurisdição
subjetivos
pressupostos de parte - capacidade de ser parte
existência
objetivos existência de demanda

juiz - competência e imparcialidade


PRESSUPOSTOS
PROCESSUAIS subjetivos partes - capacidade processual,
capacidade postulatória e
legitimidade "ad causam"
requisitos de
intrínsecos - respeito ao formalismo
validade
processual

extrínsecos: a) negativos -
objetivos
inexistência de perempção,
litispendência, coisa julgada ou
convenção de arbitragem; e b)
Institutos Fundamentais do Processo Civil positivo - interesse de agir.
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COMPETÊNCIA
NOÇÕES GERAIS
❑ competência é a capacidade de exercer a jurisdição no
caso concreto;
❑ todos os juízes possuem jurisdição, mas apenas um deles
será o efetivamente competente;
❑ finalidade da competência: organizar o sistema judiciário
brasileiro;
❑ fixação da competência: registro ou distribuição.

Competência
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CRITÉRIOS
em razão da matéria

objetivo em razão da pessoa

CRITÉRIOS funcional em razão do valor

territorial
Competência
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REPRESENTAÇÃO MACRO-CONSTITUCIONAL
CNJ
STF

STJ TSE STM TST

Juiz
TJ TRF TRE Auditor TRT
Militar

juízes juízes Juízes juízes do


estaduais federais Eleitorais trabalho

Competência
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AÇÃO DIREITO PESSOAL
DE OU DIREITO REAL
SOBRE BENS MÓVEIS
❑ regra - foro do domicílio do réu
❑ especificidades:
▪ mais de um domicílio - qualquer um deles
▪ domicílio incerto ou desconhecido - onde for
encontrado ou domicílio do autor

Competência
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AÇÃO DIREITO PESSOAL
DE OU DIREITO REAL
SOBRE BENS MÓVEIS
❑ especificidades:
▪ não tiver domicílio ou residência no Brasil - domicílio
do autor
▪ 2 réus com domicílios diferentes - qualquer deles, à
escolha do autor

Competência
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EXECUÇÃO FISCAL
❑ foro de domicílio do réu;
❑ no de sua residência; ou
❑ no do lugar onde for encontrado.

Competência
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AÇÃO FUNDADA EM DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS

❑ regra - foro da situação da coisa


❑ competência relativa (exceção) - domicílio do réu ou foro
de eleição
❑ competência absoluta (reforço da regra) - direito de
propriedade, de vizinhança, de servidão, de divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova e ação
possessória imobiliária.

Competência
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AÇÃO RELATIVAS À SUCESSÃO “CAUSA MORTIS”

1ª regra - o último domicílio do


falecido
2ª regra: local da situação dos
bens imóveis.
3ª regra: qualquer foro que
possua bens imóveis.
4ª regra: local dos bens móveis
Competência
do espólio.
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FGV/XXVIIIEOAB/2019
João Paulo faleceu em Atibaia (SP), vítima de um ataque
cardíaco fulminante. Empresário de sucesso, domiciliado na
cidade de São Paulo (SP), João Paulo possuía inúmeros bens,
dentre os quais se incluem uma casa de praia em Búzios (RJ),
uma fazenda em Lucas do Rio Verde (GO) e alguns veículos
de luxo, atualmente estacionados em uma garagem em
Salvador (BA).

Competência
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FGV/XXVIIIEOAB/2019
Neste cenário, assinale a opção que indica o foro
competente para o inventário e a partilha dos bens deixados
por João Paulo.
a) Os foros de Búzios (RJ) e de Lucas do Rio Verde (GO),
concorrentemente.
b) O foro de São Paulo (SP).
c) O foro de Salvador (BA).
d) O foro de Atibaia (SP).

Competência
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AÇÃO CONTRA AUSENTE
❑ Foro do último domicílio
* “também competente para a arrecadação, o inventário,
a partilha e o cumprimento de disposições
testamentárias”.

Competência
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AÇÃO CONTRA INCAPAZ
❑ foro do domicílio do representante ou do assistente.

Competência
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AÇÃO ENVOLVENDO A UNIÃO, DF, ESTADOS E
MUNICÍPIOS
❑União, DF e Estados?
▪ Se os entes públicos forem autores - domicílio do réu
▪ Se os entes públicos forem réus:
a) foro do domicílio do autor;
b) no local do ato ou fato que deu origem à demanda;
c) no foro da situação da coisa; ou
d) Distrito Federal ou se for o Estado, na capital.

Competência
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AÇÃO ENVOLVENDO A UNIÃO, DF, ESTADOS E
MUNICÍPIOS
❑ Municípios?

Competência
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Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão
remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União,
suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou
conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de
parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de
trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja
apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi
proposta a ação.

Competência
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§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação
de pedidos em razão da incompetência para apreciar
qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que
exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou
de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem
suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a
remessa for excluído do processo.

Competência
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AÇÃO DE DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO, ANULAÇÃO DE
CASAMENTO E RECONHECIMENTO DE UNIÃO
ESTÁVEL
1ª regra: domicílio do responsável pelo incapaz ou da vítima
de violência doméstica;
2ª regra: não havendo, último domicílio do casal; e
3ª regra: se residirem em domicílios distintos do domicílio do
casal, a competência será do foro do domicílio do réu.

Competência
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AÇÃO DE ALIMENTOS (ART. 53)
❑ foro do seu último domicílio

AÇÃO EM QUE FOR RÉ A PESSOA JURÍDICA (ART.


53)
❑ foro do lugar onde estiver a sede

Competência
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AÇÃO RELATIVA A OBRIGAÇÕES QUE A PESSOA
JURÍDICA CONTRAIU (ART. 53)
❑ foro do local onde está a agência ou sucursal
contratante

AÇÃO CONTRA RÉ SOCIEDADE OU ASSOCIAÇÃO SEM


PERSONALIDADE JURÍDICA (ART. 53)
❑ foro onde exerce suas atividades

Competência
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AÇÃO EM QUE SE EXIGIR O CUMPRIMENTO (ART.
53)
❑ foro do local onde deve ser satisfeita

AÇÃO QUE VERSE SOBRE O ESTATUTO DO IDOSO


(ART. 53)
❑ foro do local de residência do idoso

Competência
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AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO POR ATO PRATICADO EM
RAZÃO DO OFÍCIO (ART. 53)
❑ local da serventia notarial ou do registro

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO OU CUJO RÉU


ADMINISTRADOR OU GESTOR DE NEGÓCIOS ALHEIOS (ART.
53)
❑ foro do lugar do ato ou do fato

Competência
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AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO SOFRIDO EM
RAZÃO DE DELITO OU ACIDENTE DE VEÍCULOS

❑ foro do domicílio do autor ou do local do fato

Competência
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MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA
❑ Juiz originariamente não competente torna-se
competente.
❑ Hipóteses:
▪ supressão do órgão judiciário
▪ alteração da competência absoluta
▪ conexão e continência
▪ incidente de deslocamento de competência
▪ foro de eleição
Competência
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CONEXÃO E CONTINÊNCIA
❑ conexão: hipóteses:
a) identidade da causa de pedir ou do pedido;
b) identidade da relação material, ainda que o pedido
ou a causa de pedir não sejam idênticos, porém
semelhantes;
c) execução de título extrajudicial e ação de
conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico; e
d) execuções fundadas no mesmo título executivo.
Competência
Prof. Ricardo Torques
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
❑ continência: identidade entre as partes, causa de pedir,
mas o pedido de uma é mais amplo que o da outra.

Competência
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CONEXÃO E CONTINÊNCIA
❑ consequência:
❑ na conexão: reunião dos processos (critério de
reunião: conexão);
* exceto se um deles já estiver julgado.
❑ na continência:
• reunião, se ajuizado antes a demanda contida;
• extinção sem julgamento de mérito, se ajuizado a
demanda continente.

Competência
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CONEXÃO E CONTINÊNCIA
Art. 57. Quando houver continência e a ação continente
tiver sido proposta anteriormente, no processo relativo à
ação contida será proferida sentença sem resolução de
mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente
reunidas.

Competência
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FGV/XIEOAB/2013
Os critérios relativos de fixação de competência podem ser
alterados pela ocorrência de alguns fenômenos processuais.
Uma das situações que pode levar à modificação da
competência, quando fixada com base em critérios relativos,
é a ocorrência da chamada continência.
Assinale a alternativa que descreve, corretamente,
continência.
a) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações, quando
lhes for comum o objeto ou a causa de pedir.
Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/XIEOAB/2013
b) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações quando
há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o
objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
c) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações quando
há entre elas identidade de partes, de causa de pedir e de
pedido e todas tramitam em diferentes juízos
simultaneamente.
d) Fenômeno que ocorre entre duas ou mais ações quando
possuem pedidos que, somados, não ultrapassam o valor de
sessenta salários mínimos.
Competência
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FORO DE ELEIÇÃO
❑ foro de eleição
▪ modificação da competência relativa (quando fixada
em razão do valor e território)
▪ cláusula: escrito + negócio jurídico específico.
▪ obriga herdeiros e sucessores.

Competência
Prof. Ricardo Torques
FORO DE ELEIÇÃO
❑ foro de eleição
▪ cláusula abusiva:
• pode ser verificada de ofício pelo juiz antes da
citação;
• alega na contestação (sob pena de preclusão);
• ineficácia da cláusula, se reconhecida.

Competência
Prof. Ricardo Torques
INCOMPETÊNCIA
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
interesse público interesse particular

alegada em preliminar de alegada pelo réu em preliminar de


contestação. contestação
* poderá ser alegada a qualquer * gera preclusão (prorrogação da
tempo, por qualquer das partes. competência)

conhecimento provocado ou de
conhecimento provocado
ofício
não pode ser alterada por vontade
eleição de foro
das partes
não admite conexão e continência conexão e continência.
INCOMPETÊNCIA
regras e fixação da competência
regras de competência territorial e
material, em razão da pessoa e
competência sobre o valor da causa.
funcional.
Se houver violação à regra de competência (absoluta ou relativa), são
preservados os atos decisórios
* embora não haja competência há jurisdição
* os atos são preservados até análise pelo juiz efetivamente competente.
ação rescisória (após trânsito em não cabe (prorrogação da
julgado) competência)
alteração superveniente da
competência implica o deslocamento não produz efeitos
da causa para outro juízo
FGV/XXVEOAB/2018
Alcebíades ajuizou demanda de obrigação de fazer pelo
procedimento comum, com base em cláusula contratual, no
foro da comarca de Petrópolis. Citada para integrar a relação
processual, a ré Benedita lembrou-se de ter ajustado
contratualmente que o foro para tratar judicialmente de
qualquer desavença seria o da comarca de Niterói, e
comunicou o fato ao seu advogado.
Sobre o procedimento a ser adotado pela defesa, segundo o
caso narrado, assinale a afirmativa correta.

Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/XXVEOAB/2018
a) A defesa poderá alegar a incompetência de foro antes da
audiência de conciliação ou de mediação.
b) A defesa poderá alegar a incompetência a qualquer
tempo.
c) A defesa só poderá alegar a incompetência de foro como
preliminar da contestação, considerando tratar-se de regra
de competência absoluta, sob pena de preclusão.
d) A defesa tem o ônus de apresentar exceção de
incompetência, em petição separada, no prazo de resposta.
Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/XXEOAB/2016
Abílio, advogado competente, recebe duas citações de
processos de seus clientes. Ao analisar as petições iniciais,
bem como a distribuição dos processos, percebe que o
processo A, que deveria ter sido ajuizado na Comarca de
Maré de Cima, o foi na Comarca de Cipó do Mato, e que o
processo B, que deveria correr em uma Vara de Família, foi
distribuído para uma Vara Cível. Abílio promete aos seus
clientes que irá solucionar esses problemas.
De acordo com o regramento do CPC/15, assinale a opção
que indica o procedimento que ele deverá adotar.
Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/XXEOAB/2016
a) Acrescentar uma preliminar de incompetência na
contestação, em ambos os casos.
b) Redigir, no processo A, uma exceção de incompetência e,
no processo B, uma preliminar de incompetência da
contestação.
c) Acrescentar, ao processo A, uma preliminar de
incompetência na contestação e, ao processo B, uma
exceção de incompetência.
d) Redigir uma exceção de incompetência, em ambos os
casos.
Competência
Prof. Ricardo Torques
PARTES E PROCURADORES
Capacidades
capacidade para
ser parte

CAPACIDADE capacidade para


PROCESSUAL estar em juízo

capacidade
postulatória
Partes e Procuradores
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CAPACIDADE DE SER PARTE
❑ sinônimo de “personalidade judiciária”
❑ conceito: aptidão para, em tese, ser sujeito de uma relação
jurídica processual;
❑ confunde-se com a personalidade jurídica

A personalidade capacidade de ser


implica a...
civil... parte.

Partes e Procuradores
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CAPACIDADE DE SER PARTE

plano material plano processual

personalidade civil (arts. 1º e capacidade de ser parte


2º, do CC) (personalidade judiciária)

Partes e Procuradores
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CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
❑ sinônimos: capacidade processual em sentido estrito ou
legitimatio ad processum;
❑ conceito: possibilidade de figurar como parte no processo;

plano material plano processual

capacidade de estar em juízo


capacidade civil (arts. 3º a 5º, do (capacidade civil em sentido
CC) estrito ou "legitimatio ad
processum")
CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
❑ quando faltar? assistência, representação ou curadoria.
❑ representação:
❑ assistência:

Partes e Procuradores
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CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
❑ curadoria:
▪ não possuir representante ou assistente;
▪ quando os interesses do incapaz colidirem com os
interesses do representante ou do assistente
▪ réu revel (sem constituição de procurador nos autos):
✓ preso; e
✓citados por edital ou por hora certa.

Partes e Procuradores
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CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
❑ presentação de pessoas jurídicas:
▪ a União é presentada pela AGU;
▪ o Estado e o Distrito Federal são presentados pelos seus
procuradores;
▪ o Município se faz presente no processo por intermédio
do prefeito ou do procurador;
▪ a autarquia e a fundação de direito público são
presentados por quem determina a lei do ente federado;

Partes e Procuradores
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CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
❑ presentação de pessoas jurídicas:
▪ a pessoa jurídica é presentada por quem os respectivos
atos constitutivos designarem ou, não havendo essa
designação, por seus diretores;
▪ a pessoa jurídica estrangeira se faz presente pelo gerente,
pelo representante ou pelo administrador de sua filial,
agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.

Partes e Procuradores
Prof. Ricardo Torques
CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO
❑ representações legais:
▪ a massa falida é representada pelo administrador judicial;
▪ a herança jacente ou vacante é representada por seu
curador;
▪ o espólio é representado pelo inventariante;
▪ a sociedade e a associação irregulares e outros entes
organizados sem personalidade jurídica são representados
pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; e
▪ o condomínio é representado pelo administrador ou síndico.
Partes e Procuradores
Prof. Ricardo Torques
CAPACIDADE POSTULATÓRIA
❑ atributo para que determinada pessoa possa praticar
validamente atos processuais;
❑ conferida, como regra, aos advogados;
❑ outorga mediante procuração;

Partes e Procuradores
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INCAPACIDADE PROCESSUAL OU IRREGULARIDADE DE
REPRESENTAÇÃO
a) juiz se o autor não corrigir o
suspende o vício – extinção sem
no caso de processo; e julgamento de mérito
incapacidade
postulatória b) fixa prazo na instância se o réu não corrigir o
ou para originária: vício - revel
irregularidade regularizar.
processual: se o terceiro não corrigir o
decorrido o
prazo sem vício – exclusão ou revel
providências
se o recorrente não
corrigir o vício - não será
na instância conhecido
recursal: se o recorrido não corrigir
o vício - contrarrazões
Partes e Procuradores
Prof. Ricardo Torques serão retiradas dos autos
LEGITIMAÇÃO PARA AGIR
❑ aplica-se a cônjuges e conviventes em união estável;
❑ para propor ações: somente terão legitimidade para agir se
estiverem juntos nas ações que envolvam direito real
imobiliário, a não ser que o casamento se dê em regime de
bens de separação absoluta.
❑ quando demandados, deverão ambos serem
necessariamente citados:
▪ verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados
sob o regime de separação absoluta de bens;
Partes e Procuradores
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LEGITIMAÇÃO PARA AGIR
❑ quando demandados, deverão ambos serem
necessariamente citados:
▪ resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou
de ato praticado por eles;
▪ fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da
família;

Partes e Procuradores
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LEGITIMAÇÃO PARA AGIR
❑ quando demandados, deverão ambos serem
necessariamente citados:
▪ que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a
extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os
cônjuges;
▪ nas ações possessórias, nas hipóteses de composse ou de
ato por ambos praticado.

Partes e Procuradores
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NÃO CONFUNDA!
❑ legitimidade ad causam: pertinência subjetiva com o direito
material controvertido;
❑ interesse processual: necessidade ou utilidade da
providência jurisdicional solicitada e com adequação do
meio utilizado para obtenção da tutela
❑ legitimação: autorizamento para agir quando envolver
interesse dos cônjuges.

Partes e Procuradores
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FGV/OAB/2013
“Toda pessoa que se acha no exercício dos seus direitos tem
capacidade para estar em juízo”, estabelece o Código de
Processo Civil, e os incapazes serão assistidos ou
representados por seus pais, tutores ou curadores.
A respeito do tema estão corretas as afirmativas a seguir, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) O curador especial, nomeado em caso de executado
citado com hora certa revel, tem legitimidade para opor
embargos à execução.
Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/OAB/2013
b) Ao curador especial não se aplica o ônus da impugnação
especificada dos fatos articulados pelo autor.
c) O juiz dará curador especial ao réu revel citado por edital,
mas não àquele citado com hora certa.
d) O juiz dará curador especial ao incapaz, ainda que tenha
representante legal, quando houver colisão de interesses
entre este e o representado.

Competência
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FGV/OAB/2013
A respeito da capacidade processual, assinale a afirmativa
correta.
a) Os municípios serão representados em juízo, ativa e
passivamente, pelo Prefeito ou pelo procurador.
b) O juiz, de plano, deverá extinguir o processo sem
resolução do mérito, ao verificar a incapacidade processual
ou a irregularidade da representação das partes.

Competência
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FGV/OAB/2013
c) O juiz dará curador especial ao réu preso, bem como ao
réu citado por hora certa, por edital ou por meio eletrônico.
d) A citação dos cônjuges nas ações que versem sobre
direitos reais imobiliários é prescindível.

Competência
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Deveres das Partes
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres
das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de
qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando
cientes de que são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou
desnecessários à declaração ou à defesa do direito;

Partes e Procuradores
Prof. Ricardo Torques
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de
natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua
efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos
autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão
intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
direito litigioso.

Partes e Procuradores
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ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
❑ para caracterização, é necessária a prévia advertência do
juiz
❑ multa: de até 20% do valor da causa
* se o valor da causa for irrisório/inestimável, poderá ser
multiplicado por até 10 salários mínimos
❑ será inscrita em dívida ativa e cobrada mediante execução
fiscal
❑ valor arrecadado será revertido a fundo de modernização
do Poder Judiciário
Partes e Procuradores
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ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA
❑ não se aplica a multa aos advogados, membros do MP,
membros da DP
❑ além da multa, poderá ser determinado
• restabelecimento do estado anterior
• impossibilidade de falar nos autos até purgação do
atentado

Partes e Procuradores
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RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do
processo;

Partes e Procuradores
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RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou
ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente
protelatório.

Partes e Procuradores
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RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o
litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a
um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da
causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta
sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas
as despesas que efetuou.
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o
juiz condenará cada um na proporção de seu respectivo
interesse na causa ou solidariamente aqueles que se
coligaram para lesar a parte contrária.
Partes e Procuradores
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RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a
multa poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do
salário-mínimo.
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não
seja possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo
procedimento comum, nos próprios autos.

Partes e Procuradores
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ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
JUSTIÇA

O dano é ao PJ O dano é à parte contrária.

Multa de até 20% do VC ou por até 10 SM Multa de 1 a 10% do VC ou por até 10 SM


caso irrisório/inestimável o valor da causa. caso irrisório/inestimável o valor da causa.

hipóteses: a) não cumprir decisões hipóteses: a) texto expresso de lei ou fato


judiciais; b) criar embaraços à efetivação incontroverso; b) alterar a verdade; c)
do processo; e c) inovação ilegal no objetivo ilegal; d) resistência injustificada;
estado de fato ou de bem litigiosos. e) proceder de modo temerário; f)
provocar inc. manifest. infundado; e g)
recurso manifest. protelatório.
revertido para o fundo de modernização
do PJ
revertido para a parte que sofreu o dano
Partes e Procuradores
Prof. Ricardo Torques
FGV/OAB/2015
A repressão à má-fé processual é disciplinada em diversas
fontes normativas que orientam a aplicação do direito. A
multa por litigância de má-fé pode ser aplicada ao autor, réu
e interveniente e mesmo ao causídico, o que deve ser
apurado em ação própria, baseada no Estatuto da OAB.
Partindo do tema em questão, analise as situações do
cotidiano forense apresentadas a seguir e assinale a única
em que restou caracterizada a ocorrência de má-fé
processual.

Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/OAB/2015
a) A propositura de várias ações idênticas quanto às partes, à
causa de pedir e ao pedido, distribuídas a juízos distintos, com
nomen iuris diversos, objetivando concessão de medida liminar
e revisão de cláusulas de um mesmo contrato, configura má-fé
processual temerária.
b) A propositura de ação cautelar de exibição de documentos
e, sucessivamente, a propositura de ação de revisão de
contrato, gerando a perda do objeto da primeira por motivo
superveniente, caracteriza conduta despida de probidade e
merece a aplicação da multa por litigância de má-fé.
FGV/OAB/2015
c) O protocolo intempestivo de petição intercorrente e de
recurso geram, indubitavelmente, a presunção de má-fé do
signatário, ao buscar postergar o feito e gerar tumulto
processual, cabendo a aplicação de multa em tais hipóteses.
d) Na impugnação ao cumprimento de sentença, quando o
fundamento do pedido disser respeito a excesso na
execução, a lei estabelece ser imprescindível que o
impugnante aponte o valor que entende correto, sob pena
de rejeição da medida impugnativa e a presunção de
litigância de má-fé pela postergação do feito.
Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/OAB/2012
As regras processuais impõem as partes deveres que devem
ser observados ao longo do processo judicial. Tais deveres
têm, como corolário lógico, a existência de uma
responsabilidade processual civil. Acerca de tal
responsabilidade, é correto afirmar que
a) a responsabilidade por dano processual não pode ser
reconhecida em face de terceiros intervenientes, sendo um
fenômeno tipicamente atrelado à atuação das partes da
demanda.

Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/OAB/2012
b) havendo mais de um litigante de má-fé, o juiz deverá
condená-los na proporção de seus interesses ou
solidariamente, caso tenham se coligado para lesar o
adversário.
c) a indenização a ser fixada imediatamente após a prática
do ato punível poderá exceder vinte por cento sobre o valor
da causa, ficando sua fixação sujeita ao livre arbítrio do juiz.

Competência
Prof. Ricardo Torques
FGV/OAB/2012
d) a apresentação em juízo de petição que não corresponda,
com perfeição, ao original anteriormente remetido por fax,
não enseja responsabilização por dano processual, mas tão
somente a prática de crime a ser punido nos termos do
Código Penal.

Competência
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OBRIGADO!
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