Teoria Geral do Processo
PRINCÍPIOS processuais fundamentais
• Os princípios são preceitos fundamentais que dão forma
e caráter aos sistemas processuais.
Devido processo legal
• Não se pode definir o conceito de devido processo legal;
• Princípio mãe do Direito Processual;
• Art. 5º, LIV – Constituição Federal:
Ninguém será privado da
liberdade ou de seus bens sem
o devido processo legal.
• Due process of law – o direito fundamental a um
processo devido (justo, equitativo...);
• É uma ideia de processo justo;
• Surgiu em 1215 na carta de João sem Terra;
• O devido processo legal é uma clausula geral;
 A cláusula geral é uma norma que possui capacidade
de adaptação, sendo ela composta por um
antecedente vago e um consequente indeterminado;
 É resultado de um antecedente vago para que os
juristas possam ressignificar o ideal da norma,
fazendo com que esta não caia em desuso;
Antecedente Norma Consequente
O antecedente (fato)
gera o consequente
(aplicação da norma)
• É a cláusula geral que permite que o Devido Processo
Legal perdure e se reconstrua ao longo da história.
• O princípio do devido processo legal pode ser observado
em três aspectos: processo, devido e legal;
 Processo:
- É método de exercício de poder normativo;
- Forma através da qual o poder é exercido;
- Há diferentes tipos de processo para diferentes
tipos de poder;
- Poder legislativo (processo legislativo), Poder
executivo (processo executivo) e Poder judiciário
(processo jurisdicional);
- Nenhuma norma jurídica pode ser produzida sem
observância do devido processo legal;
- O devido processo legal também pode ser aplicado
nas relações privadas;
 Devido:
- Característica daquilo que é correto;
- Possui dimensão formal e assegura as garantias
processuais;
- Para Didier o processo, para ser devido, precisa
ser efetivo, tempestivo, adequado e legal (boa-fé);
- Processo Efetivo:
✓ Garante que a jurisdição de só descanse
quando as decisões forem plenamente
efetivadas;
✓ Todos têm o direito fundamental da
efetivação do seu direito;
✓ O juiz, dentro do limite da legalidade, se
utilizará de tudo que estiver a seu alcance
para a efetivação de suas decisões;
✓ Princípio da efetividade.
- Processo Tempestivo:
✓ Garante que o processo ocorra em tempo
razoável, sem protelações;
✓ A demora processual pode ser maléfica;
✓ O tempo processual deve ser analisado
pela complexidade do caso, pelo
comportamento do juiz e das partes e
pela infraestrutura do poder judiciário;
✓ A celeridade do processo é a demora
causada por estes ritos processuais;
✓ Princípio da tempestividade.
- Processo Adequado:
✓ Garante que o processo se adapte às
finalidades que pretende alcançar;
✓ Se adapta as necessidades do processo;
 ✓ Respeita os pontos de vistas objetivos (se
adapta ao objeto da lide), subjetivos (se
adequa aos sujeitos do processo, as
partes) e teleológicos (se adapta à
finalidade do processo, o objetivo);
✓ Princípio da adequação.
- Processo Legal/Boa-fé:
✓ É desprovido dos compromissos éticos;
✓ Subdivide-se em Boa-fé subjetiva e Boa-
fé objetiva;
✓ A boa-fé subjetiva é o estado de
consciência, é intrínseca ao sujeito e não
será analisada no âmbito processual;
✓ A boa-fé objetiva é a norma que impõe
conduta. Veda a má-fé processual,
comportamentos danosos e o abuso de
poder.
✓ Princípio da Boa-fé.
 Legal:
- Possui dimensão substancial e assegura o conteúdo
justo da norma;
- Segue o bom senso;
- Princípio da razoabilidade/proporcionalidade.
Contraditório
• Garante o direito de participação e de influência em todo
e qualquer procedimento que possa eventualmente
causar prejuízos;
• Direito de participação (amplitude formal), atuar como
parte do procedimento;
• Poder de influência (dimensão substancial) sob àquele
que irá julgar o procedimento;
• Sem o poder de influência não há contraditório , pois de
nada adianta participar e não influenciar;
• Contraditório difere de ampla defesa;
• “Inaudita altera parts” – Antes de ouvir a outra parte;
• Em casos de liminar, devido sua urgência, o contraditório
é postergado para segundo momento em nome da
efetividade.
Cooperação
• É o corolário do princípio da boa-fé e do princípio do
contraditório;
• Os sujeitos do processo devem cooperar entre si;
• Não se pode praticar atos desleais nem comprometer a
justa solução do litígio;
• Impõe três deveres ao juiz:
 Dever de Consulta: Sempre que houver dúvidas
quanto algum elemento do processo, o juiz deve
consultar as partes;
 Dever de Prevenção: O juiz deve prevenir vícios
processuais e uma vez que identificá-los, além de
solicitar sua devida correção;
 Dever de Esclarecimento: O juiz tem o dever de
esclarecer as partes sobre as suas decisões,
podendo as partes manifestar-se
Preclusão
• Princípio garantidor da segurança jurídica;
• Perda de direito processual;
• A preclusão pode ser classificada em três formas:
Temporal, Consumativa e Lógica;
 Temporal:
- Perda do direito processual pelo decurso do tempo;
- Perda de prazos podem gerar preclusão;
- Não exercício do direito processual no tempo
certo;
 Lógica:
- Perda do direito processual pela prática de um ato
anterior incompatível;
- O conflito de ações pode gerar preclusão;
- “Venire contra factum proprium” dentro do
processo não pode haver contradição;
 Consumativa:
- Perda do direito processual pela prática do ato;
- Praticar repetidamente o mesmo ato pode gerar
preclusão;
- O ato consumado não pode ser praticado
novamente;
• Há também uma quarta espécie de preclusão doutrinária,
conhecida como preclusão por ato ilícito, que nada mais
é que a perda do direito processual pela prática de um
ato ilícito como forma de punição.
Publicidade
• Os atos processuais devem ser públicos;
• Analisado em duas dimensões: interna e externa;
 Interna:
- Sem restrições;
- As partes tem acesso a tudo que consta nos
autos;
- Exceção: chocando com o princípio da efetividade,
as partes só saberão do andamento após devida
investigação – ex.: quebra de sigilo telefônico;
  Externa:
- Com restrições;
- Há a proteção de interesse público ou a intimidade
das partes;
- Segredo de justiça. Terceiros são restritos,
apenas as partes tem acesso.
Ampla defesa
• Garante a parte a possibilidade de usar todos os meios
de defesa e recursos inerentes a sua defesa;
• O contraditório garante o direito da participação e da
influência, já a ampla defesa determina a amplitude dessa
participação e os meios no qual ela pode vir a ocorrer;
• É permitido utilizar de todos os métodos lícitos para a
produção de provas;
• É o corolário de três princípios: Publicidade (interna),
tempestividade (demora mínima) e contraditório
(amplitude substancial);
• Nenhuma decisão deve ser tomada sem a devida
fundamentação;
• Teoria da katchanga: É inteiramente absurdo participar
de um processo em que não haja a fundamentação
necessária;
• A motivação deriva da publicidade e do dever de
esclarecimento da cooperação (amplitude formal);
• Há garantia da imparcialidade, impessoalidade e finalidade
(amplitude substancial);
Assistência jurídica integral e gratuita
• Difere de justiça gratuita
• O estado prestará assistência jurídica integral e gratuita
aos que comprovarem insuficiência de recursos;
• Corolário do principio de acesso à justiça (amplitude
objetiva) e principio da isonomia (amplitude subjetiva);
• Causídicos: Defensoria Pública.

Juiz natural
• Não haverá juízo ou tribunal de exceção;
• Ninguém poderá ser processado ou sentenciado senão
por autoridade competente;
• Juízo previamente competente (amplitude objetiva)
garantindo o julgamento por um juiz de origem e não por
um tribunal de exceção;
• Juízo imparcial (amplitude subjetiva) garantindo a
imparcialidade do magistrado;
• O tribunal de exceção é vedado no Brasil;

Acesso à justiça
• A todos é garantido o acesso isonômico a justiça, podendo
sempre que necessário tirar o judiciário da inércia.
• A lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão
ou ameaça de lesão;
• Direito de ação (amplitude objetiva), a possibilidade de
provocar o judiciário;
• Acesso a uma ordem jurídica justa e adequação ao direito
jurisdicional (amplitude subjetiva), o poder judiciário deve
encontrar-se dentro dos mecanismos de justiça;

Motivação das decisões judiciais

• Princípio que mais ganhou força nas ultimas décadas;
• As decisões judiciais devem ser devidamente motivadas,
fundamentadas e motivadas;