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Professor Jorge Alcantara

Apostila para EsSA


Interpretação textual

PROFESSOR JORGE ALCANTARA


APOSTILA PARA EsSA –
Interpretação Textual
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Professor Jorge Alcantara
Apostila para EsSA
Interpretação textual

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SUMÁRIO

Texto EsSA.............................................................................................................................................04
Semântica, Polissemia. Homonímia, sinonímia, antonímia e paronímia................................................07
Variação Linguística...............................................................................................................................15
Denotação, conotação.............................................................................................................................16
Figuras de Linguagem.............................................................................................................................17
Tipos de Discurso....................................................................................................................................22
Conversão de Discurso............................................................................................................................23

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(Texto de Interpretação)

Falta de educação e velocidade

Os anjos da morte estão cansados de nos recolher, a nós que nos


matamos ou somos assassinados no tráfego das estradas, cidades,
esquinas deste país. Os anjos da morte estão exaustos de pegar restos de
vidas botadas fora. Os anjos da morte andam fartos de corpos mutilados e
almas atônitas. Os anjos da morte suspiram por todo esse desperdício.

Não sei se as propagandas que tentam aos poucos aliviar essa


tragédia ajudam tanto a preservar vidas quanto as intermináveis, ricas e
coloridas propagandas de cerveja ajudam a beber mais e mais e mais,
colaborando para uma parte dessa carnificina. Mas sei que estou no
limite. Não apenas porque abro jornais, TV e computador e vejo a
mortandade em andamento, mas porque tenho observado as coisas em
questão. Recentemente, dirigindo numa autoestrada, percebi um motorista
tentando empurrar para o canteiro central um carro que seguia à minha
frente na faixa esquerda, na velocidade adequada ao trajeto. Chegava
provocadoramente perto, pertinho, pertíssimo, quase batia no outro, que
se desviava um pouco lutando para manter-se firme no seu trajeto sem
despencar.

[...]

Atenção: os jovens são – em geral, mas não sempre – mais


arrojados, mais imprudentes, têm menos experiência na direção. Portanto,
são mais inclinados a acidentes, bobos ou fatais, em que a gente mata e
morre. Mas há um número impressionante de adultos – mais homens do
que mulheres, diga-se de passagem, porque talvez sejam biologicamente

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mais agressivos – cometendo loucuras ao dirigir, avançando o sinal, quase


empurrando o veículo da frente com seu parachoque, não cedendo
passagem, ultrapassando em locais absurdos sem a menor segurança,
bebendo antes de dirigir, enfim, usando o carro como um punhal hostil
[...].

Cada um se porta como quer – ou como consegue. Isso vem do


caráter inato, combinado com a educação recebida em casa. Quando esse
comportamento ultrapassa o convívio cotidiano e pode mutilar pais de
família, filhos e filhas amados, amigos preciosos, ou seja lá quem for,
então é preciso instaurar leis férreas e punições comparáveis. Que não
permitam escapadelas nem facilitem cometer a infração com branda
cobrança. Que não admitam desculpas e subterfúgios, não premiem o
erro, não pequem por uma criminosa omissão.

Precisamos em quase tudo de autoridade e respeito, para que


haja uma reforma generalizada, passando da desordem e do caos a algum
tipo de segurança e bem-estar. [...]

Autoridade justa, mas muito rigorosa, é o que talvez nos deixe


mais lúcidos e mais bem-educados: em casa, na escola, na rua, na estrada,
no bar, no clube, dentro do nosso carro. E os fatigados anjos da morte
poderão, se não entrar em férias, ao menos relaxar um pouco.

Lya Luft

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1. Depreende-se da leitura do Texto de Interpretação que


A) as propagandas contra a violência no trânsito são tão eficazes quanto as
de cerveja.
B) motoristas inconsequentes e agressivos provocam acidentes de trânsito.
C) somente a educação de qualidade reverterá o caos presente no trânsito.
D) as mulheres não são capazes de violência no trânsito em função de sua
natureza dócil.
E) o consumo de álcool é a principal causa de acidentes no trânsito.

2. Na conclusão do Texto de Interpretação, a autora


A) mostra que nos últimos anos o consumo de álcool por menores tem
aumentado muito.
B) analisa cientificamente o que leva os jovens a serem mais imprudentes
no volante.
C) ressalta a importância de ações mais rígidas e justas contra motoristas
infratores.
D) critica a ineficácia das propagandas que tentam coibir o consumo de
álcool.
E) apresenta um Projeto de Lei para ajudar a diminuir o caos no trânsito.

GABARITO

1. B
2. c
A) A autora afirma não saber ser as propagandas que tentam “aliviar essa
tragédia” (inúmeras mortes no trânsito) são tão eficazes quanto as de
cerveja. C) A autora afirma categoricamente a necessidade de “leis
férreas e punições comparáveis”. D) No texto está dito que: “(...) há
um número impressionante de adultos – mais homens do que
mulheres, diga-se de passagem (...) cometendo loucuras ao dirigir
(...)”. É possível observar que as mulheres também são capazes de

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cometer violência, embora, comparadas aos homens, estejam em


menor número. E) O álcool é apontado como uma das causas da
violência no trânsito. Está dito que ele colabora para uma parte dessa
carnificina.

A) Embora as propagandas de cerveja sejam citadas, não é


mostrado nenhum estudo acerca do consumo da bebida por
parte dos jovens. B) A perspectiva adotada pela autora, em
todo o texto, é bem pessoal (atente para o uso da 1ª
pessoa em “eu sei”); parte de suas crenças e observações. Não
é apontado nenhum dado comprovado cientificamente. D) Na
verdade, a autora nem chega a afirmar que essas propagandas
são ineficazes, apenas deixa uma dúvida no ar logo no início do
texto. E) Embora a autora aponte para a necessidade de
leis mais rigorosas no 4º parágrafo, em momento algum ela
apresenta qualquer projeto.

SEMÂNTICA

SINÔNIMOS

São palavras que apresentam, entre si, o mesmo significado.

triste = melancólico.

resgatar = recuperar

maciço = compacto

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ratificar = confirmar

digno = decente, honesto

reminiscências = lembranças

insipiente = ignorante.

ANTÔNIMOS

São palavras que apresentam, entre si, sentidos opostos, contrários.

bom x mau

bem x mal

condenar x absolver

simplificar x complicar

Significação das palavras

HOMÔNIMOS

São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há três tipos


de homônimos:

HOMÔNIMOS PERFEITOS

Têm a mesma grafia e o mesmo som.

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cedo (advérbio) e cedo(verbo ceder);

meio (numeral), meio(adjetivo) e meio(substantivo).

HOMÔNIMOS HOMÓFONOS

Têm o mesmo som e grafias diferentes.

sessão (reunião), seção(repartição) e cessão(ato de ceder);

concerto(harmonia) e conserto(remendo).

HOMÔNIMOS HOMÓGRAFOS

Têm a mesma grafia e sons diferentes.

almoço(refeição) e almoço(verbo almoçar);

sede(vontade de beber) e sede(residência).

PARÔNIMOS

São palavras de significação diferente, mas de forma parecida,


semelhante.

retificar e ratificar;

emergir e imergir.

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Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos:

acender = atear fogo

ascender = subir

acerca de = a respeito de, sobre

cerca de = aproximadamente

há cerca de = faz aproximadamente, existe aproximadamente,


acontece aproximadamente

afim = semelhante, com afinidade

a fim de = com a finalidade de

amoral = indiferente à moral

imoral = contra a moral, libertino, devasso

apreçar = marcar o preço

apressar= acelerar

arrear= pôr arreios

arriar = abaixar

bucho = estômago de ruminantes

buxo = arbusto ornamental

caçar = abater a caça

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cassar = anular

cela = aposento

sela = arreio

censo = recenseamento

senso = juízo

cessão = ato de doar

seção ou secção = corte, divisão

sessão = reunião

chá = bebida

xá = título de soberano no Oriente

chalé = casa campestre

xale = cobertura para os ombros

cheque = ordem de pagamento

xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo

comprimento = extensão

cumprimento = saudação

concertar = harmonizar, combinar

consertar = remendar, reparar

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conjetura = suposição, hipótese

conjuntura = situação, circunstância

coser = costurar

cozer = cozinhar

deferir= conceder

diferir = adiar

descrição = representação

discrição = ato de ser discreto

descriminar = inocentar

discriminar = diferençar, distinguir

despensa = compartimento

dispensa = desobrigação

despercebido = sem atenção, desatento

desapercebido = desprevenido

discente = relativo a alunos

docente = relativo a professores

emergir = vir à tona

imergir = mergulhar

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emigrante = o que sai

imigrante = o que entra

eminente = nobre, alto, excelente

iminente = prestes a acontecer

esperto = ativo, inteligente, vivo

experto = perito, entendido

espiar = olhar sorrateiramente

expiar = sofrer pena ou castigo

estada = permanência de pessoa

estadia = permanência de veículo

flagrante = evidente

fragrante = aromático

fúsil = que se pode fundir

fuzil = carabina

fusível = resistência de fusibilidade calibrada

incerto = duvidoso

inserto = inserido, incluso

incipiente = iniciante

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insipiente = ignorante

indefesso = incansável

indefeso = sem defesa

infligir = aplicar pena ou castigo

infringir = transgredir, violar, desrespeitar

intemerato = puro, íntegro, incorrupto

intimorato= destemido, valente, corajoso

intercessão = súplica, rogo

interse(c)ção = ponto de encontro de duas linhas

laço = laçada

lasso = cansado, frouxo

ratificar = confirmar

retificar = corrigir

soar = produzir som

suar = transpirar

sortir = abastecer

surtir= originar

sustar = suspender

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suster = sustentar

tacha = brocha, pequeno prego

taxa = tributo

tachar = censurar, notar defeito em

taxar = estabelecer o preço

vultoso = volumoso

vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face)

Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar


mais de um significado nos múltiplos contextos em que aparece.

cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da vassoura, da faca)

VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS
Variações linguísticas são diferenças que uma mesma língua apresenta quando é
utilizada, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas.

No Brasil temos muitos “falares”. Essa variação é justificada não apenas pelo fato
histórico, que necessariamente leva qualquer língua a profundas transformações, como
também pelas diferenças regionais, sociais, grau de escolaridade, sexo e principalmente
pelas categorias profissionais. O que é importante compreender é que essas variações
não devem ser vistas como ‘erro’ e sim – variações.

As variações linguísticas dividem-se em: diatópicas, diafásicas e diastráticas, alguns


autores incluem a diacrônica.
VARIAÇÃO DIATÓPICA ou REGIONAL

É a variação apresentada por pessoas de diferentes regiões que falam a mesma língua. A
variação diatópica é responsável pelos regionalismos ou falares locais. Esses falares
representam os costumes e a cultura de cada região.

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Em cada estado brasileiro, as pessoas falam de um jeito, com sotaque próprio e, muitas
vezes, chamam as mesmas coisas por nomes completamente diferentes. A nossa
macaxeira, por exemplo, em algumas regiões, é chamada de mandioca e em outras  de
aipim. O nosso jerimum é conhecido como abóbora.

Essa diferença nas palavras, nas expressões e no sotaque chama-se variação regional.
Vejamos a seguir um exemplo típico de variação regional, nas palavras do poeta
Oswald de Andrade:
VARIAÇÃO DIAFÁSICA ou SITUACIONAL

É a variação que ocorre em situações de fala. É a capacidade que tem um mesmo


indivíduo de empregar as diferentes formas da língua em situações comunicativas
diversas, procurando adequar a forma e o vocabulário em cada situação. A mesma
pessoa muda a sua maneira de falar dependendo do ambiente (formal ou informal).
Incluem as modificações na linguagem decorrentes do grau de formalidade da situação
ou das circunstâncias em que se encontra o falante. Esse grau de formalidade afeta o
grau de observância das regras, normas e costumes na comunicação linguística.

VARIAÇÃO DIASTRÁTICA ou SOCIAL (SOCIOCULTURAL)

Ocorre nos grupos sociais, nas comunidades. Por exemplo: os advogados, os surfistas,
os religiosos, os bandidos etc. Compreendem todas as modificações da linguagem
produzidas pelo ambiente em que se desenvolve o falante. Nela, estão as gírias, os
jargões e as expressões usadas por grupos diferentes, os quais se devem a fatores como
classe social, educação, profissão, idade, procedência étnica etc.

VARIAÇÃO DIACRÔNICA ou HISTÓRICA

A variação diacrônica ocorre através do tempo. São as pessoas do mesmo grupo social
ou da mesma região mudando a maneira de falar com o decorrer dos anos. Essas
variedades aparecem quando se comparam textos em uma mesma língua escritos em
diferentes épocas e se verificam diferenças sistemáticas na gramática, no léxico e às
vezes na ortografia (frequentemente como reflexo de mudanças fonéticas). Tais
diferenças serão maiores quanto maior for o tempo que separa os textos. Por exemplo,
na língua portuguesa pode-se distinguir claramente o português moderno e o português
arcaico.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO

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De um modo geral, pode-se dizer que os sentidos das palavras compreendem duas
ordens:  a denotação (sentido próprio) e a conotação (sentido figurado).

a) DENOTAÇÃO - Uma palavra assume o valor denotativo quando é tomada no seu


sentido usual ou literal, ou seja, naquele que lhe atribuem os dicionários. O sentido é
objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota um determinado objeto, referindo-
se ao mundo da realidade palpável. Pode-se, portanto, afirmar que denotação é o
significado objetivo da palavra; é a palavra imobilizada em seu estado fixo de
dicionário. Todos entendem da mesma forma e todos apreendem a mesma informação.
Não há a menor possibilidade de uma interpretação múltipla quando se trata de um uso
denotativo de qualquer termo. Há uma possibilidade e apenas uma.

Cortaram as asas da ave para que não voasse.

A cobra picou o menino.

b) CONOTAÇÃO - Quando a palavra remete a inúmeros outros sentidos conotativos,


apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem subjetiva. Conotação é,
pois, o significado subjetivo da palavra, decorrente das evocações que ela provoca
por associação de quem a ouve ou fala. O sentido conotativo difere de uma cultura
para outra, de uma classe social para outra, de uma época para outra.

Corte as asas deste menino, antes que seja tarde mais.

A sogra dele é uma cobra.

Figuras de Linguagem

Catacrese
Etimologicamente, quer dizer “abuso”; é o emprego das palavras em
sentido figurado em razão da inexistência de outras apropriadas, do
esquecimento ou ignorância do sentido primitivo:

Ex.: Os pés da mesa estão quebrados.


Vamos embarcar no trem das onze.

Elipse

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Omissão de um termo facilmente identificável:

Ex.: Vivíamos sob o mesmo teto. (nós)

Zeugma
Omissão de termos anteriormente mencionados:

Ex.: Uns querem a paz; outros, guerra.

Hipálage
Ocorre quando se atribui a uma palavra uma característica que
pertence a outra da mesma frase:

Ex.: “Em cada olho um grito castanho de ódio.”


(= Em cada olho castanho um grito de ódio)

Comparação ou símile: na comparação há a presença do conectivo


comparativo e o adjetivo.
Ex.: Ele é forte como touro.

Metáfora

Essa figura de palavra ocorre quando um termo substitui outro a


partir de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos
que designam. A metáfora pode ser entendida como uma comparação
abreviada, em que o nexo (conjunção, conectores ou conectivo) não está
expresso, mas subentendido.

“Sua boca é um cadeado


E meu corpo uma fogueira.”(Chico Buarque de Holanda)

Meu cartão de crédito é uma navalha.

Metonímia ou sinédoque

É o emprego de um nome por outro em virtude de haver entre eles


algum relacionamento.
A metonímia ocorre quando se emprega:

a) a causa pelo efeito:


Vivo do meu trabalho. (do produto do trabalho = alimento)

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b) o efeito pela causa:


Aquele poeta bebeu a morte. (= veneno)

c) o instrumento pelo usuário:


Os microfones corriam no gramado. (= repórteres)

d) o autor pela obra:


Leio Drummond, o nosso poeta. (= a obra)

Catacrese
Etimologicamente, quer dizer “abuso”; é o emprego das palavras em
sentido figurado em razão da inexistência de outras apropriadas, do
esquecimento ou ignorância do sentido primitivo:

Ex.: Os pés da mesa estão quebrados.


Vamos embarcar no trem das onze.

Elipse
Omissão de um termo facilmente identificável:

Ex.: Vivíamos sob o mesmo teto. (nós)

Zeugma
Omissão de termos anteriormente mencionados:

Ex.: Uns querem a paz; outros, guerra.

Silepse
Consiste em concordar um termo com a idéia e não com outros
termos relacionados:

A silepse pode ser:

 Gênero: Vossa Senhoria é ótimo.


 Número: Um grupo descia a ladeira. Gritavam alto, comentando
ainda que o BOTAFOGO tem o melhor goleiro.
 Pessoa: Todos somos alegres, simpáticos e botafoguenses.

Prosopopeia ou Personificação
Consiste em emprestar ação, voz ou sentimentos humanos a seres

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inanimados.
Ex.: A chuva semeou um pouco de esperança.

Paradoxo ou oximoro
Consiste na aproximação de pensamentos constratante e xcludentes
entre si.
Ex.: Há verdades mentirosas.

Hipérbole
Consiste no exagero em uma afirmação.
Ex.: Estou morrendo de saudade.

Eufemismo
Visa a suavizar ideias desagradáveis.
Ex.: Ele faltou com a verdade. (mentiu)

Gradação
É a sequenciação de palavras que intensificam a mesma ideia.
Ex.: “Porque gado a gente marca, tange, ferra e mata.

Aliteração

É o recurso que se utiliza da repetição de sons consonantais para


criar um efeito sensorial.

Exemplos:

Violões que Choram


(...)
Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
(…)

CRUZ E SOUSA

Perceba que a repetição do fonema /v/ nessa estrofe do poema tem como
objetivo remeter o leitor ao som do violão.

Assonância – é o recurso que se utiliza da repetição de sons vocálicos para


criar um efeito de sentido.

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Exemplo:

A linha feminina é carimá


Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
Pisado num pilão de Piraguá
(Gregório de Matos)

Perceba que o autor se utiliza de assonância na repetição do fonema /a/


(aberto) com o objetivo de trazer a amplitude do feminino.

Paronomásia – é o recurso que se utiliza de palavras que possuem o som e


a escrita semelhantes, mas significados diferentes, ou seja, palavras
parônimas, com o objetivo de remeter o leitor para a diferença de sentidos.
É utilizada a semelhança sonora e gráfica para criar esse efeito de sentido.

“Conhecer as manhas e as manhãs.

O sabor das massas e das maçãs.”

TIPOS DE DISCURSO

1. Discurso direto

Os diálogos são retratados sem a interferência do narrador. Trata-se de uma


transcrição fiel da fala dos personagens, que, para introduzi-las, o narrador
utiliza-se de alguns sinais de pontuação.

O professor disse ao aluno:

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- Estude, pois a vida não está fácil.

2. Discurso indireto

O mesmo ocorre quando o narrador, ao invés de retratar as falas de forma


direta, as reproduz mediante o atributo de suas próprias palavras,
colocando-se na condição de intermediário frente à ocorrência.

O professor disse ao aluno que ele estudasse, pois a vida estava difícil.

3. Discurso indireto livre

As formas direta e indireta fundem-se por meio de um processo em que o


narrador insere discretamente a fala ou os pensamentos do personagem em
sua fala. Noutras palavras, há uma mescla de voz. O leitor percebe que a
fala é do personagem, mas sem marcas gráficas (travessão ou aspas) que a
identifiquem.

Ela não quis estudar. Então, o professor ficou nervoso por saber que isso é
essencial. Puxa! O estudo é eterno. O aluno saiu sem dizer nada.

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CONVERSÃO DE DISCURSO

DIRETO DISCURSO DIRCURSO INDIRETO


Verbo no presente do indicativo Verbo no imperfeito do
indicativo
Verbo no imperfeito do Verbo no mais-que-perfeito do
indicativo indicativo
Verbo no futuro do presente do Verbo no futuro do pretérito do
indicativo indicativo
Verbo no imperativo Verbo no imperfeito do
subjuntivo
Pronomes de primeira pessoa Pronomes de terceira pessoa
Este(a), esse(a) e isso Aquele, aquilo
Advérbios: aqui, aí Advérbio: Ali
Advérbio: lá Advérbio: lá

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