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LISTA DE EXERCÍCIOS
Capítulo 3 Linguagem e textualidade
[...]
Soldavam-se nele o educador e o empresário com uma perfeição rigorosa de
acordo, dois lados da mesma medalha: opostos, mas justapostos.
Quando meu pai entrou comigo, havia no semblante de Aristarco uma pontinha
de aborrecimento. Decepção talvez de estatística; o número dos estudantes novos
não compensando o número dos perdidos, as novas entradas não contrabalan-
çando as despesas do fim do ano. Mas a sombra de despeito apagou-se logo,
como o resto de túnica que apenas tarda a sumir-se numa mutação à vista; e foi
com uma explosão de contentamento que o diretor nos acolheu.
Sua diplomacia dividia-se por escaninhos numerados, segundo a categoria de
recepção que queria dispensar. Ele tinha maneiras de todos os graus, segundo
a condição social da pessoa. As simpatias verdadeiras eram raras. No âmago de
cada sorriso, morava-lhe um segredo de frieza que se percebia bem. E duramente
se marcavam distinções políticas, distinções financeiras, distinções baseadas na
crônica escolar do discípulo, baseadas na razão discreta das notas do guarda-
-livros. Às vezes, uma criança sentia a alfinetada no jeito da mão a beijar. Saía
indagando consigo o motivo daquilo, que não achava em suas contas escolares...
O pai estava dois trimestres atrasado.
Por diversas causas a minha recepção devia ser das melhores. Efetivamente;
Aristarco levantou-se ao nosso encontro e nos conduziu à sala especial das visitas.
[...]
POMPEIA, Raul. O Ateneu: crônica de saudades. 6. ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 22-23. (Fragmento).
2. Leia este soneto de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), escritor do Arcadismo brasileiro
que fez parte da plêiade mineira, advogado e inconfidente. Apaixonado por Marília, sua musa
inspiradora, dedicou-lhe poemas da obra Marília de Dirceu, que é dividida em três partes.
Cartas chilenas foi sua obra satírica, em que criticou o governador da então província de
Minas Gerais, apelidado por ele de Fanfarrão Minésio. No poema a seguir, ele fala de seu
trabalho como advogado.
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Obrei quanto o discurso me guiava:
ouvia aos sábios, quando errar temia;
aos bons no gabinete o peito abria,
na rua a todos como iguais tratava.
a) Nesses versos, o eu lírico fala de seus atos na vida profissional e o que ele valoriza como
pessoa.
• O que ele relata nos quartetos?
• O que o eu lírico diz sobre os projetos de vida que as pessoas idealizam?
• Nesse soneto, há o emprego da linguagem figurada ou conotativa. Transcreva os versos
em que ocorrem figuras como: antítese, metáfora, anástrofe e hipérbato.
b) Observe que, nesse poema, como no texto em prosa O Ateneu, o autor criou versos que se
organizam com coesão e coerência.
• Que sentido apresentam os elementos coesivos quando e como na primeira estrofe?
• Transcreva da segunda estrofe o conector gramatical que introduz um:
- elemento contrário a outra ideia;
- acréscimo na sequência dos fatos.
• A qual expressão, na terceira estrofe, o pronome relativo que remete, estabelecendo a
coesão entre os versos?
• No último terceto, o pronome indefinido outras mantém a coesão, antecipando que pa-
lavras?
• O pronome demonstrativo destes, no último verso, funcionando como conector ou ope-
rador discursivo, retoma que palavras no terceto?
GRAMÁTICA DVD do aluno
3. Leia esta tira de Chris Browne, cartunista e desenhista norte-americano que fez sucesso
com o personagem viking Hagar.
HAGAR Chris Browne