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Autor:
Cristiano Rodrigues, Ivan Luís
Marques da Silva
Aula 02
12 de Junho de 2021
Sumário
7.1 - Hipóteses e requisitos para conversão da privação de liberdade em restrição de direitos (art. 44 do
CP) ............................................................................................................................................................ 20
8 - Conversão (reversão) da restritiva de direitos de volta em privativa de liberdade (art. 44, § 4º, do CP)
...................................................................................................................................................................... 22
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TEORIA DA PENA
Muito bem galera, agora vamos entrar no estudo da execução das penas!!!
Como eu disse a vocês, esse é um dos assuntos mais cobrados na nossa prova de 2ª fase, pois aparece quase
sempre como tese subsidiária em várias das peças mais cobradas no exame de ordem, como memoriais e a
famosa e badalada apelação.
Além disso, as regras de execução das penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa, bem
como institutos defensivos como o livramento condicional e o sursis, costumam aparecer no agravo em
execução e também nas nossas questões discursivas!
Bora mandar ver nesse importante tema que completa nosso estudo de Teoria da Pena, lembrando que
especificamente nesta parte da nossa matéria precisamos ficar muito atentos, pois tivemos importantes
alterações oriundas do PACOTE ANTICRIME (Lei 13.964/19), e tenho certeza que, depois desta aula, vocês
vão tirar de letra esse assunto na hora da prova!!
Para começarmos o estudo da execução das penas privativas de liberdade, precisamos saber que, nosso
ordenamento adotou o sistema progressivo para cumprimento dessas penas privativas de liberdade, pelo
qual o condenado passará progressivamente por regimes cada vez menos rigorosos de cumprimento de
pena (fechado, semiaberto e aberto), desde que cumpra certo tempo da pena no regime em que se encontra
(art. 112 da LEP).
Quanto aos crimes hediondos, após a declaração de inconstitucionalidade do regime integralmente fechado
pelo STF (HC 82.959/2006), essa modalidade de crimes passou a admitir progressão de regimes,
independentemente de quando o crime hediondo tenha ocorrido, antes ou depois do habeas corpus.
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Cuidado, pois a progressão de regimes em crimes hediondos não é obrigatória, mas apenas permitida, e para
que ocorra deverá atender aos requisitos normais para a progressão, por exemplo, bom comportamento e
regular cumprimento da pena pelo condenado; conforme dissemos, mesmo em crimes hediondos praticados
antes da declaração de inconstitucionalidade poderá haver progressão de regimes.
Quanto a esse tema, merece destaque a Súmula Vinculante 26 do STF, que inclusive já foi objeto de questão
em nossa prova, e diz:
Importante lembrarmos que, os crimes hediondos passaram a ter sua progressão com parâmetros mais
severos de acordo com a Lei 11.464/2007, quais sejam, 2/5 ou 3/5 da pena (caso seja reincidente), aplicados
para qualquer crime hediondo praticado após a Lei 11.464/2007, porem esses parâmetros foram todos
alterados pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime)
Porém, muita atenção pois, crimes hediondos cometidos antes da Lei 11.464/2007 terão sua progressão
com base na regra geral da LEP, ou seja, com o cumprimento de 1/6 da pena (Súmula 471 do STJ e Súmula
Vinculante 26 do STF), não incidindo nesses crimes os novos parâmetros previstos pela Lei 13.964/19
(Pacote Anticrime), sendo que, esse tema já caiu muitas vezes na nossa prova!!!
Em suma, com a edição da Lei 11.464/2007, o regime de cumprimento de pena para os crimes hediondos
passou a ser o inicialmente fechado. Porém, foram estabelecidos valores específicos para a progressão, quais
sejam, de 2/5 para criminosos primários e de 3/5 para os reincidentes em quaisquer crimes dolosos
praticados após esta Lei e até a entrada em vigor do pacote anticrime, a partir do que vigorarão seus novos
parâmetros de progressão de regimes.
Dentre as mudanças promovidas pelo pacote anticrime, as mais sensíveis foram operadas na lei de execução
penal no que tange a mudança dos requisitos para a progressão de regime, em seus percentuais e requisitos,
instituindo-se uma série de novas regras para obtenção do benefício prisional, previstas no Art. 112 da LEP,
da seguinte forma:
Art.112 LEP - A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso
tiver cumprido ao menos:
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I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça;
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem
violência à pessoa ou grave ameaça;
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido
cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com
violência à pessoa ou grave ameaça;
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime
hediondo ou equiparado, se for primário;
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for
primário, vedado o livramento condicional;
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa
estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado;
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime
hediondo ou equiparado;
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou
equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.
Além das mudanças promovidas nos percentuais de cumprimento necessários para a progressão de regime,
o parágrafo 1º do Art. 112 da LEP passou a prever que, em todos os casos, o apenado só terá direito à
progressão de regime se ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento,
respeitadas as normas que vedam a progressão.
Também foi alterada a redação do parágrafo 2º do mesmo artigo que passou a exigir que a decisão do juiz
que determinar a progressão de regime deverá ser sempre motivada e precedida de manifestação do
Ministério Público e do defensor, e que este procedimento também deverá ser adotado na concessão de
livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
Amigos, por fim, não vamos esquecer que foi inserido o parágrafo 5º no Art. 112 da LEP agora prevendo
expressamente que não se considera hediondo ou equiparado a hediondo , para os fins deste artigo, o crime
de tráfico de drogas privilegiado, previsto no § 4o do art. 33 da Lei no 11.343/2006, e ainda criou-se o
parágrafo 6º, estabelecendo que o cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de
liberdade interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em
que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente, posição esta que já
vinha sendo adotada, já era até sumulada pelo STJ (sum.534) e, por isso, não foi nenhuma novidade pra
gente!
Muita atenção ao próximo ponto galera, por que ele já foi cobrado várias vezes na nossa prova!!!
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Fiquem atentos pois este requisito (reparação) só é exigido para progressão de regimes nesta categoria
específica de crimes, e não se aplica aos demais crimes!!!
Não se admite em nosso ordenamento a chamada progressão “per saltum”, por salto ou
seja, passar direto do regime fechado para o regime aberto, sem passar pelo semiaberto.
(Súmula 491 do STJ – “É inadmissível a chamada progressão per saltum de regime
prisional”), ou seja, sair do regime fechado diretamente para o regime aberto, “pulando”,
assim, o regime semiaberto (mesmo já tendo cumprido tempo de pena suficiente para
isso).
Crimes hediondos admitem qualquer regime inicial de cumprimento de pena, embora a lei
fale em regime inicialmente fechado.
Por fim, mais uma peculiaridade quanto a execução das penas é que não se admite a chamada progressão
per saltum, ou seja, por salto, em que o agente pularia do regime fechado direto para o aberto, sem passar
pelo regime semiaberto (Súmula 491 do STJ), quando já tivesse cumprido tempo de pena suficiente para
isso.
Amigos, muito cuidado, tivemos uma outra novidade, anterior ao pacote anticrime, a respeito do nosso
tema pois, a Lei 13.769/18 alterou o Art. 112 da LEP que, como vimos, estabelece as regras da progressão
de regime em nosso ordenamento, acrescentando o §3º ao referido dispositivo para disciplinar de forma
específica a progressão de regime da mulher gestante, mãe, ou a responsável por crianças ou pessoas com
deficiência.
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Desta forma, os novos requisitos cumulativos para a progressão de regime nestas hipóteses, são:
III – ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior
IV – ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento
De acordo com a nova previsão legal a fração de pena a ser cumprida pela mulher nestas hipóteses é menor
do que a regra geral estabelecida no caput do Art. 112 (um sexto da pena) para as demais pessoas,
entretanto, como vimos acima, foram acrescentados novos requisitos além dos que compõem a regra geral
do nosso sistema progressivo de pena.
O § 4º do Art. 112 da LEP – que também foi inserido pela Lei 13.769/18 – estabeleceu que o cometimento
de novo crime doloso ou falta grave irá gerar “a revogação do benefício previsto no § 3º” gerando regressão
de regime.
Importante lembrar que a Lei 13.769/18 também alterou a progressão de regime nos crimes hediondos e
equiparados, da mesma forma, quando a condenada for gestante, mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência, alterando assim a redação do Art. 2º, § 2º, da Lei 8.072/90, algo que tem sendo
muito criticado pela doutrina em, face dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
Sendo assim, por enquanto, prevalece que a progressão de regime nestes casos deverá observar as regras
estabelecidas nos §§ 3º e 4º do Art. 112 da LEP, estabelecendo-se uma progressão de regime menos rigorosa
também para crimes de natureza hedionda em face destas específicas condições pessoais da condenada.
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Vamos falar agora do conhecido livramento condicional (art. 83 e ss. do CP), que consiste na liberação do
condenado após o cumprimento de parte da pena privativa de liberdade aplicada, preenchidos certos
pressupostos e observadas certas condições impostas, que não implicam em privação da sua liberdade.
De acordo com as alterações promovidas pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime) fundamentalmente no
inciso III no artigo 83 do Código Penal, este benefício prisional passou a ser previsto da seguinte forma:
Com a nova Lei 13.964/19 o artigo 83 do Código Penal foi modificado, fundamentalmente em seu inciso III,
e o livramento condicional, que é cabível apenas nos casos de pena privativa de liberdade igual ou superior
a dois anos, passou a exigir por previsão expressa do Inc. III do Art. 83 do Código Penal, que tenha sido
comprovado o seu bom comportamento durante a execução da pena, o não cometimento de falta grave nos
últimos 12 (doze) meses de pena, bom desempenho no trabalho atribuído e a aptidão para prover a própria
subsistência mediante trabalho honesto, sendo que, na verdade, a única novidade é a exigência do requisito
de não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses de pena.
A Lei 13.964/2019, alterou ainda o artigo 112, inciso VI, alínea “a”, e o inciso VIII, da Lei de Execução Penal,
e com isso passou a ser vedada a concessão do livramento condicional para os condenados por crime
hediondos ou equiparados que possuam resultado morte, e introduziu ainda o parágrafo 9º no artigo 2º da
Lei 12.850/2013 que passou a vedar a concessão do livramento condicional, e também a progressão de
regimes, para os condenados expressamente em sentença por integrar organização criminosa, ou por crime
praticado por meio de organização criminosa, se houver elementos que indiquem a manutenção do vínculo
associativo do agente.
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Importante ressaltar que a vedação da progressão de regime para estas hipóteses tem grandes chances de
ser considerada inconstitucional, por violação do princípio da individualização das penas, como já ocorreu
com este mesmo tipo de vedação legal nos crimes hediondos.
Podemos ainda destacar que o Livramento não é regime de cumprimento de pena, mas, sim, um benefício
concedido para o condenado que tiver bom comportamento e, principalmente, tiver cumprido certo tempo
de pena, e isto ocorrerá da seguinte forma:
a) 1/3 da pena, se for primário (não reincidente – independentemente de ter bons ou maus
antecedentes – STJ/STF);
O reincidente específico em crimes hediondos e equiparados (hediondo + hediondo) não terá direito a
livramento condicional, e agora com o pacote anticrime também não se admite livramento condicional para
crimes hediondos com resultado morte.
Importante lembrar ainda que, tanto a progressão de regime quanto o livramento condicional terão seus
parâmetros incidindo no valor total da condenação, mesmo que este seja superior ao limite máximo de 40
anos (alteração do pacote anticrime) de cumprimento de pena admitido em nosso ordenamento (Súm. 715
STF)!!!
Só pra não esquecermos, quando se tratar de uma medida de segurança, que é sanção imposta ao
inimputável, e que não tem característica de pena, embora a lei preveja que o prazo máximo da medida é
indeterminado, e que ela dura enquanto permanecer a periculosidade do agente, o STF e o STJ (Sum. 527
STJ), entendem que o prazo máximo de duração da medida segurança será equivalente a pena máxima
abstratamente prevista na Lei, para o Tipo Penal praticado pelo inimputável.
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a) Que a pena privativa de liberdade aplicada seja igual ou superior a 2 anos (art. 83 do CP).
1/3 se o réu não é reincidente em crime doloso e possui bons antecedentes (art. 83, I, do CP);
2/3 para crimes hediondos e equiparados (SEM RESULTADO MORTE - vedado pelo (pacote anticrime), desde
que não seja reincidente nessas espécies de crime (art. 83 do CP);
Porém, para se conceder um livramento condicional é preciso que sejam preenchidos também os seguintes
requisitos subjetivos (art. 83, III, do CP). :
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;Que o agente possua bom
comportamento durante a execução da pena.
Se o crime doloso foi praticado mediante violência ou grave ameaça, é requisito específico que o juiz
considere que condenado provavelmente não voltará a delinquir dessa forma (art. 83, parágrafo único, do
CP).
Após a alteração do art. 112 da LEP e da não exigência do exame criminológico para progressão de regime,
esse requisito se tornou absurdo e inaplicável (STF).
O livramento condicional será concedido pelo juiz por sentença motivada e fundamentada mediante
requerimento do condenado, cônjuge, ascendente ou descendente, ou por iniciativa do diretor do presídio,
e serão impostas certas condições ao condenado.
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A revogação será obrigatória se houver condenação à pena privativa de liberdade por crime praticado
durante a vigência do benefício.
Nesse caso, o condenado deverá cumprir integralmente o restante da pena e não será diminuído o tempo
em que esteve em liberdade e deve-se ainda somar a pena aplicada ao novo crime, e não poderá requerer
outro livramento condicional (art. 88 do CP; art. 142 da LEP).
Se um condenado a 6 anos, cumpre 2, sai em livramento e fica solto 1 ano, então comete novo crime, terá de
cumprir os 4 anos + a nova pena.
Também será obrigatória a revogação se o sujeito for condenado à pena privativa de liberdade por outro
crime praticado antes do benefício ter sido concedido.
Nesse caso, o tempo passado em livramento será computado como cumprimento da pena. Soma-se a pena
restante com a nova pena, e será possível requerer novo livramento condicional (art. 88 do CP; art. 141 da
LEP).
Se o agente foi condenado a 6 anos, cumpriu 2, saiu em livramento e fica solto 1 ano, e então foi condenado
a 5 anos por crime anterior à concessão do livramento condicional. Cumprirá 5 anos (nova condenação) + 3
anos que ainda faltavam cumprir.
De acordo com nosso código penal o juiz decide se revoga ou não o livramento quando o condenado deixa
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de cumprir as condições estabelecidas no livramento, ou se o agente for condenado à pena que não seja
privativa de liberdade por crime praticado antes ou durante o livramento.
Mas atenção, amigos, nesse caso de revogação facultativa não será contado o tempo em que esteve solto e
não será possível conceder o novo livramento (art. 142 da LEP).
Para a prova...
quando há condenação à pena privativa de liberdade por crime praticado durante a vigência do
benefício
não será contado o tempo em que esteve solto e não será possível conceder o novo livramento
Enquanto não sair a sentença definitiva em processo por crime praticado durante o livramento condicional,
não poderá ser declarada extinta a pena, mesmo após o término de seu tempo (art. 89 do CP). Porém, não
devem permanecer as condições após o decurso do prazo da pena.
Entretanto, se houver processos tramitando por crime praticado antes da concessão do livramento, não se
prorroga o prazo, pois, ao se revogar o livramento, será descontado o prazo que esteve solto em livramento.
A pena será definitivamente extinta se no final do tempo total da condenação não tiver ocorrido revogação
ou suspensão do livramento condicional (art. 90 do CP; art. 146 da LEP).
Sobre este tema vale a pena ver a súmula 617 do STJ, que afirma:
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Amigos, antes de entender como são estabelecidos os regimes iniciais de cumprimento de pena, precisamos
lembrar que há duas grandes categorias de pena privativa de liberdade, previstas abstratamente na lei nos
crimes em espécie (art. 33 do CP).
São elas:
a) Reclusão: prevista para crimes mais graves, já que permite o início de cumprimento da pena no
regime fechado, e também nos demais regimes, semiaberto e aberto.
b) Detenção: prevista para crimes menos graves, já que não admite o regime inicial fechado, somente
o semiaberto ou o aberto.
De acordo com a maioria da doutrina e jurisprudência, no caso de haver uma pena de detenção e o agente
ser reincidente, deve prevalecer o regime semiaberto ou aberto, já que penas de detenção são incompatíveis
com regime inicial fechado (art. 33, caput).
Na regressão de regime (art. 118 da LEP), quando o agente não cumprir as regras do
regime em que se encontra, ou, ainda, for condenado por outro crime que imponha um
regime mais severo, é excepcionalmente possível que uma detenção venha a ser cumprida
em regime fechado.
Vamos as regras estabelecidas para determinar o regime inicial de cumprimento de pena, tema este que
muitas vezes será tese subsidiaria de defesa em peças como memoriais e apelação, por isso de grande
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Lembrem-se, que embora a Lei 11.464/2007 preveja regime inicial fechado para crimes hediondos,
atualmente o STF entende que crimes hediondos poderão começar a ser cumpridos em qualquer regime
inicial de pena, de acordo com o caso concreto, isso com base no princípio da individualização das penas.
Importante lembrar que o trabalho externo, fora da penitenciária, será admitido até mesmo no regime
fechado, mas excepcionalmente e apenas em obras públicas (art. 34, § 3º, do CP).
o Ao não reincidente, condenado a uma pena de detenção ou reclusão concreta de até 4 anos.
É fundamental lembrar que, como o trabalho é condição essencial para a concessão do regime
aberto, não irá gerar remição da pena.
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Porém, de acordo com a alteração do art. 126 da LEP feita pela Lei 12.433/2011, o estudo e a frequência a
cursos de formação poderão gerar a remição até mesmo para presos em regime aberto ou em livramento
condicional, que então poderão se beneficiar da redução da pena.
ATENÇÃO!
De acordo com a Súmula 269 do STJ, se o condenado for reincidente e sua pena concreta
for de até 4 anos, admite-se aplicar o regime inicial semiaberto.
Na verdade, a Súmula 269 do STJ propõe um equilíbrio entre as regras que impõem regime
fechado para qualquer hipótese de reincidência e regime aberto para penas iguais ou
menores que 4 anos.
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Atenção:
– Em concurso de crimes, a fixação do regime inicial será feita após e de acordo com a
unificação das penas.
Amigos, o famoso regime especial na verdade não é modalidade autônoma de regime de pena, mas
apenas uma forma diferenciada de executar a pena para mulheres, que irão cumpri-la em estabelecimento
próprio e de acordo com direitos e deveres inerentes à sua condição pessoal (art. 37 do CP).
Toda penitenciária feminina deve ser dotada de seção para gestante, berçários (art. 83, § 2º, da LEP) e
creche para o filho da presa que for desamparado (art. 89 da LEP), e isso é o que chamamos de regime
especial de cumprimento de pena.
a) Súmula 716: admite-se a progressão e estipulação de regime menos severo que o fechado mesmo antes
do trânsito em julgado da condenação. Isso pode ocorrer quando o acusado fica preso após a sentença
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b) Súmula 717: a progressão pode acontecer mesmo quando o réu ainda estiver em prisão especial
(processual) antes do trânsito em julgado.
c) Súmula 718: a opinião do magistrado sobre a gravidade em abstrato do crime não pode motivar regime
mais severo do que o permitido pela pena aplicada.
d) Súmula 719: a imposição de regime mais severo do que a pena aplicada permite e exige motivação idônea
do magistrado e, de acordo com a Súmula 717 (supra), não basta a gravidade em abstrato do crime praticado
para isso.
O preso poderá regredir para regime mais severo do qual se encontra quando:
a) praticar fato definido como crime doloso ou falta grave após o trânsito em julgado da sentença
condenatória;
b) sofrer condenação a crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne
incabível o regime menos rigoroso (art.111 da LEP).
A nova Lei 13964/19 (Pacote Anticrime) operou inúmeras alterações na lei de execução penal (LEP), dentre
elas, previu a regulamentação especifica da Identificação do perfil genético e fez alterações no regime
disciplinar diferenciado (RDD), cuja a duração máxima que era de 360 dias passou a ser de até 2 (dois) anos,
sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie (Art. 52 Inc. I).
- Características:
a) Duração máxima de 2 anos , podendo ser repetido se houver nova falta grave;
Há muitas críticas em relação a essa modalidade de regime de cumprimento de pena por atentar contra a
dignidade da pessoa humana, sendo considerada inconstitucional por alguns. Porém, o STF não declarou a
inconstitucionalidade do RDD, que continua a ser aplicado normalmente para certos casos mais graves.
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C) Trabalho prisional
Trata-se de um dever e, principalmente, de um direito do preso (art. 41 da LEP), para efetivar sua
ressocialização, fazer jus à remuneração e, especialmente, obter a remição da pena, ou seja, o abatimento
do tempo de pena em face do trabalho.
Não podemos esquecer que o trabalho é um dever do preso (art. 39 da LEP) no sentido de ser necessário
para configurar o regular cumprimento da pena e, caso não seja efetivado por escolha do condenado, poderá
impedir a concessão de benefícios, como progressão de regime e livramento condicional.
- para cada três dias trabalhados (8 horas diárias) se abate um dia da pena.
Amigos, precisamos lembrar que os arts. 126 e 127 da LEP sofreram as seguintes alterações relativas à
remição e ao trabalho prisional:
o O estudo passou a ser expressamente reconhecido como causa de remição, porém na razão de
12 horas estudadas, cumpridas em, no mínimo, três dias, para se abater um dia da pena.
o O trabalho gera remição nos regimes fechado e semiaberto, mas não no aberto nem em
livramento condicional, porém o estudo gera remição nos três regimes de cumprimento e até
para quem estiver no livramento condicional.
o A falta grave, durante a execução da pena, permitia ao juiz retirar todo o tempo remido pelo
trabalho do condenado, mas a LEP passou a admitir a perda de, no máximo, 1/3 do tempo de
pena por ele remido, prejudicando, assim, o entendimento dado pela Súmula Vinculante 9 do
STF, que permitia a perda de todo o tempo remido em razão de uma falta grave.
Como dissemos, no que tange à frequência a cursos e à atividade escolar, a nova redação da LEP passou a
considerar também ser aplicável a remição para regimes abertos e para presos em livramento condicional,
não havendo referência nesse sentido para o trabalho realizado em regime aberto (art. 126, § 6º, LEP).
Importante lembrarmos que, ocorrendo acidente que impeça o preso de trabalhar, ele continua a fazer jus
à remição (art. 126, § 4º, LEP).
a) A remição seria um direito do preso e deve ser concedida mesmo sem que ele esteja
efetivamente trabalhando, se isso ocorre por culpa do Estado.- Minoritária
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b) Sem o trabalho, o preso não faz jus à remição, pois ela é mera expectativa de direito, e o
efetivo trabalho é necessário para se abater a pena – Majoritária
Vamos falar agora da famosa detração, instituto defensivo importante já que impõe que seja computado, na
pena definitiva e na medida de segurança (no prazo mínimo), o tempo de prisão provisória (processual) em
que o agente esteve preso no Brasil ou no estrangeiro, tema importante para nossa prova de 2ªFase tanto
em questões discursivas quanto para teses subsidiarias em peças.
Sendo assim, havendo absolvição em processo que o agente ficou preso provisoriamente, há duas hipóteses:
b) Não haverá detração se os novos crimes ocorrerem depois da absolvição do fato pelo qual o
agente ficou preso provisoriamente, pois não se pode gerar um “crédito de pena” para fatos futuros.
Galera, vamos passar agora para o estudo da segunda modalidade de pena, tema que costuma aparecer
muito nas nossas peças mais cobradas, e que também já foi objeto de questões discursivas na nossa prova!
As penas restritivas de direitos são penas substitutivas da privação da liberdade, e por isso autônomas e não
acessórias, sendo inadmissível sua cumulação com penas privativas de liberdade.
Importante lembrarmos da súmula 493 do STJ, que já foi cobrada na nossa prova, e que veda a aplicação e
cumulação de penas restritivas de direitos como condição para concessão do regime aberto de
cumprimentos e pena.
As penas restritivas de direitos não possuem, em regra, previsão abstrata; logo, o juiz primeiramente fixa a
pena privativa de liberdade por meio da dosimetria concreta e depois procede à conversão em restritiva de
direitos, se preenchidos certos requisitos.
A Lei 9.714/1998 modificou o art. 43 do Código Penal e ampliou o rol de penas restritivas de direitos,
alterando também as regras para sua aplicação.
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a) prestação pecuniária;
Também são consideradas penas substitutivas da pena privativa de liberdade, e aplicadas da mesma forma
que as penas restritivas de direitos:
Amigos, o ponto mais importante para nossa prova de 2ª fase da OAB, no que tange a modalidade de pena
restritiva de direitos, são as regras de conversão, que serão objetos de casos concretos e de teses defensivas
em nossas peças!!!
Vamos as regras:
a) Crimes culposos: qualquer que seja a pena (art. 44, I, do CP) e qualquer que seja o crime culposo
praticado, haverá conversão da pena em restritiva de direitos, e você DEVERÁ requerer a conversão
da pena sempre.
b) Crimes dolosos: deve-se requerer como tese de defesa a conversão da pena, desde que,
preenchidos aos seguintes requisitos cumulativos:
– Crimes cuja pena concreta aplicada tenha sido de até 4 anos (art. 44, I, do CP);
– Não haver reincidência em crimes dolosos (art. 44, II, do CP) por parte do agente
– Crimes de menor potencial ofensivo (pena máxima de até 2 anos – Lei 9.099/1995), mesmo que
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praticados com violência ou grave ameaça (ex.: lesão corporal leve, ameaça), terão a pena
convertida.
3
Requisitos de conversão:
– Importante lembrar que, embora a regra geral diga que, havendo reincidência em crime doloso, não
se deve fazer a conversão, se a reincidência em crimes dolosos não for pelo mesmo crime (reincidência
específica), o juiz poderá fazer a conversão (art. 44, § 3º, do CP).
– Para que haja a conversão além dos requisitos objetivos mencionados, será necessário que
culpabilidade, os antecedentes e a conduta social sejam favoráveis à substituição (art. 44, III, do CP).
Por fim, resta lembrar que na condenação cuja pena privativa de liberdade for igual ou inferior a um ano, a
substituição pode ser feita por uma multa ou por uma pena restritiva de direitos. Porém, se a condenação
for a pena superior a um ano e até quatro anos, a pena privativa de liberdade poderá ser substituída por
uma pena restritiva de direitos e multa, ou por duas penas restritivas de direitos (art. 44, § 2º, do CP).
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Fiquem atentos pois, é possível que o juiz reverta uma pena restritiva de direitos de volta para a pena
privativa de liberdade originariamente aplicada no caso concreto, sendo que isso ocorrerá de forma:
Havendo essa conversão (reversão), será deduzido da privativa de liberdade o tempo de restrição de direitos
já cumprido (art. 44, § 4º); e, na prestação de serviços à comunidade (art. 46 do CP), cada hora de serviço
prestado equivale a um dia de pena. e
9 - Pena de multa
Vamos agora passar para o estudo da última modalidade de pena admitida em nosso ordenamento, no que
tange as suas características e sua execução concreta, a famosa pena de MULTA!!!
Este tema não é tão frequente na nossa prova de 2ª fase, mas nem por isso podemos deixar de estudar suas
nuances e características para uma eventual pergunta na nossa prova, não é mesmo???
A pena de multa é sanção penal, produto da prática de crime, de caráter pecuniário, patrimonial, que
consiste no pagamento ao fundo penitenciário de certa quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa
(art. 49 do CP).
Como dissemos, trata-se de verdadeira pena, sanção penal oriunda de crime, e por isso não podemos
esquecer que ela é pessoal, intransferível e individualizada, não ultrapassando assim a pessoa do autor
(princípio da intranscendência e da individualização das penas).
Vale lembrar que a pena de multa, não paga, torna-se dívida de valor e por isso não pode ser convertida
em pena privativa de liberdade (art. 51 do CP, c/c o art. 5º, LXVII, CF), inclusive em sede de juizado especial
(revogado o art. 85 da Lei 9.099/1995).
Não se esqueçam que a multa, produto da prática de crime, é uma pena e não deve ter ideia de indenização,
como acontece com a multa administrativa ou fiscal, que tem feição reparadora e compensatória de dano.
Como já estudamos na nossa aula de dosimetria das penas, a multa concreta será calculada da seguinte
forma, através do chamado critério de Dias-multa:
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1ª etapa
• estipula-se o número de dias-multa entre 10 e 360 dias e levam-se em conta somente a
gravidade do fato e a culpabilidade do agente.
2ª etapa
• determina-se o valor da unidade dias-multa de 1/30 do salário mínimo até 5 vezes o
salário mínimo (art. 49, § 1º, do CP) e leva-se em conta a capacidade econômica do réu;
3ª etapa
• multiplica-se o número de dias-multa pelo valor da unidade. De acordo com a situação
econômica do réu (art. 60 do CP), o valor da multa pode ser aumentado de até o triplo
se o juiz achar necessário, desde que jáf tenha sido estabelecido na segunda etapa o
valor da unidade no máximo legal (art. 60, § 1º, do CP).
O pagamento da pena de multa deverá ser efetuado dentro de dez dias após o trânsito em julgado da
sentença (art. 50 do CP).
Importante lembrarmos que o valor pode ser parcelado a requerimento do condenado (art. 50, § 1º, do CP),
e o pagamento pode ser descontado mensalmente do salário do condenado quando (art. 50, § 2º, do CP):
– O desconto sobre o salário não pode incidir sobre recurso indispensável ao sustento do réu e
sua família (art. 50, § 2º, do CP).
– De acordo com a Súmula 693 do STF: não cabe habeas corpus em condenação somente a
pena de multa, ou em processo por crime cuja única pena prevista seja a multa.
Por fim, importante lembrar que partir da Lei 9.268/96 o Art. 51 do Código Penal passou a prever a pena de
multa como dívida de valor para com a Fazenda Pública, gerando o entendimento de que sua execução
deveria ser feita pela procuradoria da Fazenda Pública, e não pelo ministério público.
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Porem, em 2018, o STF alterou este entendimento e decidiu que a legitimidade para a execução da pena
de multa deveria ser do Ministério Público, e apenas subsidiariamente competir à Fazenda Pública, gerando
grande divergência na doutrina e jurisprudência, inclusive no âmbito do STJ.
Agora, a nova Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime) deu fim a essa discussão alterando a redação do Art. 51
do CP, que passou a prever expressamente a competência para cobrar a pena de multa como sendo do Juízo
da Execução Penal, e portanto do ministério público, da seguinte forma:
Amigos, como já mencionamos anteriormente, não podemos deixar de lembrar que a multa pode substituir
a pena privativa de liberdade igual ou inferior a um ano (art. 44, § 2º, do CP) desde que preenchidos os
requisitos do art. 44 do CP (sem violência ou grave ameaça/culpabilidade, antecedentes favoráveis etc.).
Entende-se majoritariamente que, mesmo nesse caso (multa substitutiva), a multa não paga torna-se dívida
de valor, não podendo ser convertida de volta em pena privativa de liberdade ou em restritiva de direito.
Não podemos deixar de lembrar que é possível haver cumulação de multas entre uma multa substitutiva
(até 1 ano) e a multa cumulativamente prevista no tipo (ex.: Furto – pena: 1 a 4 anos e multa – converte a
pena em multa e aplica também a multa abstratamente prevista). Porém, a cumulação de multas não é
possível se esta estiver prevista em sede de Lei Penal Extravagante (Súmula 171 do STJ).
A prescrição da pretensão executória da pena de multa deve se dar em dois anos (Art. 114 do CP),ou no
mesmo prazo estabelecido para a pena privativa de liberdade cominada alternativamente ou
cumulativamente no tipo à multa, embora suas causas interruptivas e suspensivas sejam regradas pela Lei
de Execução Fiscal e pelo CTN (art. 51 do CP).
O sursis é a suspensão da execução de pena privativa de liberdade de certa duração, por prazo determinado,
uma vez impostas certas condições e requisitos ao condenado por crime doloso.
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Trata-se de um direito público subjetivo do réu; logo, se presentes os pressupostos e requisitos, o juiz é
obrigado a concedê-lo mesmo que de ofício.
Galera, atenção, estamos falando da suspensão condicional da pena concretamente aplicada (sursis penal),
e isso não se confunde com a suspensão condicional do processo (sursis processual) previsto na Lei 9099/95.
A suspensão condicional da pena ocorrerá após a sentença condenatória, e a sanção imposta, se dentro dos
limites estabelecidos em lei, ficará suspensa por certo tempo (período de prova), não havendo fiscalização
específica, ostensiva, do poder público em relação às condições impostas ao condenado.
O sursis será aplicado a penas privativas de liberdade (concretas) de até dois anos, ou de até 4 anos se o
condenado for maior de 70 anos (sursis etário) ou por razões de doença (sursis humanitário).
Fiquem atentos, pois, para concessão do benefício não pode ser cabível a substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos (art. 77, III, do CP), e o condenado não pode ser reincidente em crime
doloso (dolo + dolo – art. 77, I, do CP).
Importante lembrar que, se a condenação anterior for à pena de multa, a reincidência, mesmo em crime
doloso, não impede a concessão do sursis (art. 77, § 1º, do CP).
Além dos requisitos objetivos, é preciso que as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP) sejam favoráveis à
concessão do benefício (art. 77, II, do CP).
Atenção:
a) Condenação por crime militar anterior não impede a concessão do sursis, pois não enseja
reincidência (art. 64, II, do CP).
b) No concurso de crimes:
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– no concurso material (art. 69 do CP) e no concurso formal imperfeito (art. 70, 2ª parte,
CP) considera-se o valor da soma das penas aplicadas.
É a regra geral e tem como principais características o fato de submeter o condenado à observação durante
a suspensão, e, no primeiro ano do prazo, à prestação de serviços à comunidade) art. 46 do CP ou submeter-
se à limitação de final de semana (art. 48 do CP).
Modalidade específica que permite a substituição das condições do art. 78, § 1º CP, por outras menos
rigorosas, desde que o condenado tenha reparado o dano, se possível, e que preencha todas as condições
do art. 77 do CP.
Além disso, é preciso que sejam amplamente favoráveis as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP).
Trata-se de modalidade específica de sursis, aplicável para condenados com idade superior a 70 anos na
época da condenação, cabível para penas privativas de liberdade de até 4 anos, diferentemente da regra
geral, em que a pena é de dois anos.
Essa é outra modalidade específica, assemelhada ao sursis etário, e que é aplicada quando razões de saúde
demonstrem necessidade de concessão de um sursis diferenciado, também cabível para penas de até 4 anos.
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regra geral
SURSIS SIMPLES
submete o condenado à observação durante a suspensão
Precisamos lembrar ainda que há outras condições discricionariamente impostas pelo juiz de acordo com o
fato praticado e a situação pessoal do condenado, aplicáveis a todas as espécies de sursis quando necessário
(ex.: tratamento de desintoxicação/curso de instrução).
Amigos, o famoso período de prova é simplesmente o lapso de tempo durante o qual o condenado fica
obrigado a cumprir certas condições impostas, enquanto a execução de sua pena fica suspensa e, embora
atualmente não seja um instituto muito aplicado o examinador já cobrou esse tema diversas vezes em nossa
prova.
O período de prova, tempo em que a pena ficará suspensa, pode ter as seguintes durações:
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A revogação do sursis tem como consequência o fato de que o condenado irá cumprir integralmente a pena
aplicada que estava suspensa.
Percebam que o período de prova não é tempo de cumprimento de pena, razão pela qual, havendo qualquer
espécie de revogação do sursis, o condenado deverá cumprir toda a pena que havia sido aplicada.
O juiz obrigatoriamente revogará o sursis se o agente for condenado por crime doloso no curso do
sursis, não importando quando praticou crime, mas sim quando foi condenado.
Também será revogado obrigatoriamente o sursis se o condenado não efetuar a reparação do dano.
Porém, atenção a esse detalhe, já que essa consequência não se aplica à inadimplência da pena de
multa.
Por fim, será ainda obrigatoriamente revogado o sursis se o condenado não cumprir a condição
específica do art. 78, § 1º, do CP (prestação de serviços ou limitação de final de semana).
Aqui, cabe ao magistrado decidir se promove ou não a revogação do sursis quando o condenado
descumprir qualquer outra condição imposta (que não seja a específica do sursis especial), ou ainda
se o agente for condenado à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos por crime culposo
ou contravenção.
Na revogação facultativa, o juiz poderá, em vez de revogar o sursis, prorrogar o período de prova até
seu valor máximo (art. 81, § 3º, do CP).
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Será prorrogado o período de prova se o condenado estiver sendo processado por outro crime ou
contravenção, até que saia a sentença definitiva dessa ação, pois, se ela for condenatória, revogará o sursis.
A prorrogação é automática e obrigatória, e com ela se poderá exceder o limite máximo de 4 anos de sursis.
Porém, após o prazo máximo de duração permitido por lei para o período de prova, não permanecem as
condições impostas pelo sursis.
No término do período de prova, sem que tenha havido revogação do sursis, considera-se extinta a
punibilidade do fato, e a própria sanção penal aplicada deixa de existir.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, amigos, fechamos assim o nosso estudo da teoria da pena, com todos os aspectos fundamentais
para nossa prova, e olha que isso cai muito hein, no que tange as penas e sua EXECUÇÃO!!!
A maioria dos institutos que acabamos de estudar já foram cobrados inúmeras vezes na nossa prova, seja
nas nossas peças, seja nas questões discursivas através de casos concretos apresentados na nossa prova,
então, vocês já perceberam o quanto é importante o tema desse capítulo, ainda mais com tantas alterações
promovidas pelo pacote anticrime, não é?
Lembrem-se que este tema é realmente muito importante pra nós, já que muitas vezes aparece como tese
subsidiaria nas nossas peças mais cobradas, como nas alegações finais em memoriais e na apelação, sem
falar no conhecido, e muito cobrado, agravo em execução, em que esses temas são o coração da peça, sem
falar nas questões discursivas em que este assunto também já foi e poderá ser novamente cobrado!!!
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