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Este fascículo é parte integrante do Curso Técnico em Secretaria Escolar

da Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste | ISBN - 978-85-7529-822-0

Eloísa Vidal
ensino a distância®
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
4ª EDIÇÃO

Relações
Interpessoais
MÓDULO 1

2
Sumário Objetivos do módulo

O
1. Vivendo num Mundo módulo 1, de Secretaria Escolar, é dedicado a in-
Descartável.............................. 43 troduzir alguns temas relevantes para quem está
matriculado no curso e pretende exercer a profis-
2. Você no Mundo
do Trabalho............................... 44 são de secretário escolar. Os conteúdos estão organizados
em quatro fascículos, que são:
3. Relações Humanas e Relações
Interpessoais............................ 47 F1 – Secretaria Escolar
4. Níveis de Atualização F2 – Relações Interpessoais
do Desenvolvimento F3 – Ética
Interpessoal.............................. 54 F4 – Atendimento ao Público
No fascículo 1, o cursista se apropriará de conheci-
mentos relativos ao perfil, atribuições e competências
do(a) secretário(a) escolar, bem como do sistema de arqui-
vamento escolar e do credenciamento de estabelecimen-
tos de ensino.
O fascículo 2 é dedicado ao trabalho, e discorre sobre
as relações interpessoais e orientações sobre trabalho e
convivência em grupo, comportamentos no ambiente de
trabalho, cuidados e atenção no trato com as pessoas, es-
pecialmente os colegas de trabalho.
O fascículo 3 apresenta e desenvolve o tema Ética, mos-
trando seu percurso histórico, os conceitos fundamentais, a
ética nas organizações públicas e privadas, ética e responsa-
bilidade social, o compromisso de cada um.
O fascículo 4 aborda aspectos relacionados ao atendi-
mento ao público, incluindo regras básicas sobre compor-
tamentos, condutas, e eficiência no atendimento, qualida-
de dos serviços, a relação servidor público/usuário.

Objetivos do fascículo

A
o concluir este fascículo, o aluno deverá ser capaz de:
• Compreender o contexto da sociedade do século
XXI e as mudanças culturais e éticas;
• Conhecer as principais recomendações que um profis-
sional deve seguir em seu ambiente de trabalho;
• Definir relações interpessoais;
• Identificar as características imprescindíveis para uma boa
comunicação; e
• Conhecer os níveis de atualização do desenvolvimento in-
terpessoal.
1. Vivendo num Mundo Descartável * Eloísa Vidal é professora
da Universidade Estadual

A
sociedade do século XXI, a cada dia, apresenta características que do Ceará (Uece) e
desenvolve pesquisas na
alguns estudiosos chamam de dinâmica do descarte. Hoje em dia, área de política e avaliação
os bens produzidos (telefone, geladeira, liquidificador, eletrodo- da educação básica.
mésticos e eletroeletrônicos em geral) são rapidamente descartáveis. Isso
cria um monumental problema sobre o que fazer com esse "lixo", o que
resulta em sérios danos ambientais.
Além do descarte das coisas materiais, passamos também a jogar fora
valores, estilos de vida, relacionamentos estáveis, apego a coisas, edifícios,
lugares, pessoas e modos adquiridos de agir e ser (Harvey, 1993). A perma-
nência de relacionamentos que duravam anos e, às vezes, vidas inteiras,
cada dia nos é mais raro. As pessoas têm pouca paciência para investir em
relacionamentos mais duradouros e, na primeira crise ou dificuldade, de-
sistem e partem à procura de outras possibilidades.
Ou seja, a dinâmica do descarte, tão presente na sociedade do século
XXI, se manifesta em todas as instâncias da vida. É comum assistirmos a
troca de aparelhos celulares, mp3, máquinas fotográficas, relógios, etc., por
outro, o último modelo, mesmo quando o aparelho "antigo" não apresenta
nenhum defeito. Se isso acontece com os bens materiais, é possível tam-
bém acontecer com os valores, os relacionamentos, as amizades.
No ambiente escolar, a dinâmica do descarte pode ser percebida de vá-
rias formas: no desinteresse dos alunos pelos conteúdos, no descaso de-
monstrado em relação aos livros didáticos, nas relações humanas, muitas
vezes, desvalorizadas, dentre outros.
A compreensão acerca desse contexto social e cultural é imprescindí-
vel para que o profissional da área de Secretaria Escolar assuma uma nova
postura quanto ao relacionamento no trabalho, que deve estar balizado na
ética da diversidade que se traduz em:
Respeito pelo outro em todas as suas diferenças;
Solidariedade para com o outro na satisfação de suas necessidades de so-
brevivência;
Cooperação com o outro na preservação e inovação do patrimônio organi-
zacional.
Diante desta realidade, é necessário que o profissional que atue na Secre-
taria Escolar invista, sobretudo, em sua humanização por meio do autoco-
nhecimento e conhecimento do próximo. Isso significa aprender a "arte de
lidar com gente", respeitando sua equipe de trabalho, os demais setores da
comunidade escolar, especialmente pais e alunos, que são os que demandam
continuamente os serviços da Secretaria Escolar.
Atitudes dessa natureza contribuem com um novo olhar, uma nova for-
ma de pensar e agir de todos os envolvidos no processo educativo.

Curso Técnico em Secretaria Escolar 43


2. Você no Mundo do Trabalho

N
em sempre a formação técnica para o exercício de alguma ativi-
dade profissional é o suficiente para desempenhar bem essa pro-
fissão. No mundo globalizado da atualidade, é necessário, além
das competências técnicas e habilidades específicas inerentes à profissão,
Por que dizemos aprender a estabelecer uma boa relação e interação com as pessoas. Esse
que o mundo está
fato é ainda mais relevante no contexto escolar.
"globalizado"?
O ideal de mundo
Algumas recomendações são fundamentais para que as pessoas con-
globalizado se relaciona quistem um bom relacionamento profissional no seu ambiente de traba-
com os avanços lho, entre elas:
científicos e tecnológicos
e com a velocidade • Discrição: ser discreto é fundamental para a boa convivência com os
das comunicações. colegas de trabalho. Não se envolver em problemas alheios, evitar dar
Com o surgimento da palpites sobre problemas pessoais e não fazer parte de grupos de fofocas
informática e das novas
são atitudes que devem ser cultivadas pelas pessoas que desejam uma
tecnologias, temos acesso
a uma quantidade muito
boa convivência no local de trabalho;
grande de informações • Respeito às pessoas: a regra de ouro da boa convivência é o respeito a to-
de forma imediata, ou dos – tanto os que se encontram próximos de nós como os que atuam em
seja, praticamente em outros setores. Atualmente, no mundo do trabalho, as pessoas são rema-
tempo real tomamos
nejadas ou mudam de atividades várias vezes durante a vida profissional.
conhecimento do que está
acontecendo Assim, um colega de hoje pode estar numa outra atividade amanhã. Da
em qualquer parte mesma forma que alguém que você mal conhece pode passar a trabalhar
do globo terrestre. ao seu lado, em breve;
Você já parou para
• Respeito às leis e à hierarquia: toda instituição é organizada a partir
pensar sobre isso?
de um conjunto de leis gerais e de outras específicas. E todo setor de
trabalho está estruturado a partir de uma determinada hierarquia, ou
seja, você tem chefes, hierarquicamente superiores, e subordinados, hie-
rarquicamente inferiores. Conhecer as leis que regem a instituição lhe
permite saber dos direitos e deveres que lhe competem. Respeitar a hie-
rarquia significa reconhecer a posição que cada pessoa ocupa no setor no
qual você trabalha, dedicando tratamento respeitoso a todos;
• Interesse pelo trabalho que se propõe realizar: a pior coisa do mun-
do é se trabalhar numa atividade que não gosta, que não tem a menor
afinidade. Nisso, seu trabalho não rende, as pessoas ao seu lado lhe pa-
recem chatas e o dia é como se não acabasse nunca! Tudo vira motivo
para fugir do que está fazendo e dificilmente as tarefas, a você confiadas,
conseguem ser cumpridas nos prazos estabelecidos. Por isso, ao assumir
um trabalho, procure se dedicar com afinco, realizando com destreza e
atenção todas as atividades.

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• Organização das tarefas diárias: assim como é produtivo organizar
nossa vida e nossa casa, é também extremamente importante organizar
as tarefas diárias, semanais e mensais do nosso trabalho. Primeiro, por-
que você passa a saber se conseguiu cumprir o que estava planejado e
quais as pendências que ficaram. Segundo, porque, ao organizar o tempo,
você pode melhorar sua produção e não deixar coisas importantes e ur-
gentes para a última hora, gerando estresse e incorrendo na possibilida-
de de cometer erros graves;
• Saber ouvir: diz um ditado: “Deus deu ao homem uma boca e dois ouvi-
dos para que ele seja capaz de ouvir mais do que falar”. Outro ditado diz:
“Ouvir é uma arte; falar, uma necessidade”. No ambiente de trabalho, sa-
ber ouvir os colegas é importante para o estabelecimento de um ambien-
te mais cordial e respeitoso. Ser capaz de ouvir as pessoas que procuram
informações é imprescindível para o bom andamento do seu trabalho;
• Sensibilidade para dividir tarefas de forma equitativa entre os co-
legas de trabalho: dificilmente uma tarefa complexa como a de uma
Secretaria Escolar é de responsabilidade de uma única pessoa. Assim, as
atividades a serem realizadas exigem a participação de todos os envolvi-
dos, o que faz com que tarefas precisem, muitas vezes, serem distribuí-
das. Nesses casos, a sintonia e o espírito de colaboração entre as pessoas
a quem a tarefa foi delegada é fundamental para o sucesso do grupo.
É preciso estar atento para não sobrecarregar alguns colegas em detri-
mento de outros. A justiça na distribuição de tarefas é importantíssima
para que todos trabalhem satisfeitos. Às vezes, caímos na tentação de
solicitar mais tarefas àquele colega em que confiamos mais ou favorecer
um(a) amigo(a)com menos carga de trabalho. No ambiente profissional
não há espaço para tratamento diferenciado. Em vez de fortalecer a lide-
rança, tais atitudes podem servir como fonte de questionamento de sua
capacidade gerencial, além de fomentar intrigas.
Como deu para observar, algumas atitudes em relação aos colegas, ao tra-
balho e às responsabilidades são fundamentais para se obter um ambien-
te profissional de convivência saudável. No desempenho de tarefas, o(a)
secretário(a) escolar deve ainda:
• Ouvir os pares nas suas dúvidas em relação ao serviço a eles atribuído
e procurar esclarecer todos os passos necessários ao bom cumprimen-
to das atividades;
• Conferir os serviços realizados, não denotando postura de desconfian-
ça ou dúvida quanto à capacidade de cada um, mas revelando o cui-
dado com as informações prestadas e o zelo pela instituição. É muito
importante conferir a escrituração produzida na Secretaria Escolar com "Não há nada mais
a finalidade de evitar assinatura e expedição de documentos contendo gratificante do que o afeto
correspondido; nada mais
erros (tanto de informação, quanto ortográfico, por exemplo);
perfeito do que a reciproci-
• Não permitir a saída de documentos da Secretaria sem acompanhamen- dade de gostos e a troca
to, procurando protocolar tudo que foi solicitado por outros setores e, de atenções." (Cícero)
sempre que possível, arquivando uma cópia.

Curso Técnico em Secretaria Escolar 45


2.1 A escola e as relações sociais
A escola é a instituição social que assume o papel educativo e, portanto, é
responsável pela transmissão da herança cultural às novas gerações. Cabe
a ela, desenvolver competências, aguçar sensibilidades, ensinar a aprender,
animar inteligências, desenvolver múltiplas linguagens, capacitar para vi-
ver e, assim, transformar o ser humano. Nesse contexto, as relações inter-
pessoais passaram a ganhar relevante dimensão.
Os laços entre alunos e professores, antes estabelecidos por meio de
um distanciamento relativo, se estreitaram e, com isso, criou-se afeto. Para
tanto, tornou-se importante descobrir ações, estratégias, procedimentos
sistêmicos, reflexões integradoras que necessitam ir muito além de um
singelo “sou seu professor e gosto muito de você”.
A ideia de que o aluno, ao chegar à escola, deixa do lado de fora da
sala de aula as suas emoções, e que o processo ensino-aprendizagem se
concentrará exclusivamente nos conteúdos curriculares já não é aceito
pelos estudiosos da Psicologia e da Pedagogia. As recentes reformas cur-
riculares procuram trabalhar o desenvolvimento de competências, pro-
cedimentos e habilidades.
Uma das preocupações consiste em saber quando desenvolver as estra-
tégias, ações, projetos que aprimorem as relações interpessoais. Não é fácil
responder a essa questão. As relações que envolvem alunos e professores,
professores e professores, professores e pais e ainda muitos outros ato-
res do universo escolar, são marcadas pelo imprevisível e, como assim são,
nem sempre é possível antecipar o uso de uma ação ou estratégia que atue
como sensibilizadora das relações interpessoais.

Hora da prática
1. A discrição é uma característica fundamental no ambiente de
trabalho. Dê exemplo de situações em que você considerou sua
participação indiscreta.
2. Como você organiza suas tarefas diárias?
3. Você gosta do trabalho realizado na Secretaria Escolar?

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3. Relações Humanas
e Relações Interpessoais

R
elações interpessoais podem ser definidas como um conjunto de
procedimentos que, facilitando a comunicação e a linguagem, esta-
belece laços sólidos nas relações humanas. É uma linha de ação que
visa, sobre bases emocionais e psicopedagógicas, criar um clima favorável
na escola e garantir, por uma visão sistêmica e integração de todo pessoal,
uma colaboração confiante e pertinente.
Cada pessoa é, e sempre será, um verdadeiro universo de individuali-
dades. Suas ações, seus motivos, seus sentimentos constituem paradigma
único. Essa diversidade representa o grande desafio das relações interpes-
soais, pois a convivência muito próxima no ambiente profissional coloca
em confronto os valores culturais, sociais e morais das pessoas. Esse en- "Nem sempre podemos

contro de valores tão diversos pode gerar conflitos de convivência e pertur- agradar, mas podemos
falar sempre agradavel-
bar o clima de trabalho e o relacionamento entre as pessoas. mente." (Voltaire)
Exemplos que mostram a sobrevivência de seres humanos isolados nos pri-
meiros anos de vida confirmam que o homem é um ser social por natureza. Só a
vida em sociedade torna o homem um "ser de relações", do contrário, em nada
diferiria dos outros animais. A vida em sociedade faz com que o homem es-
tabeleça contínua, constante e permanente interação com seus semelhantes,
construindo relações sociais, adquirindo consciência grupal e criando cultura.
As relações humanas estão, necessariamente, associadas às relações in-
terpessoais. Esse relacionamento poderá ocorrer entre:
• Uma pessoa e outra: marido e mulher, vendedor e comprador, profes-
sor e aluno.
• Entre membros de um grupo: pai, mãe e filhos, no lar; professor e alu-
nos, numa classe; empregados e chefes, numa empresa.
• Entre grupos numa organização: os grupos de estudo numa classe; os
grupos de trabalho numa firma (MINICUCCI, 2001).
Podemos perceber que os relacionamentos entre as pessoas (interpesso-
ais) são relações humanas e ocorrem em diversos níveis. Por isso se tornam
tão complexos e, muitas vezes, conflitantes.
Sendo os seres humanos sociáveis, a vida em sociedade exige a tolerân-
cia como forma de assegurar que o relacionamento com os outros, inseri-
dos no mesmo grupo, seja harmonioso. "A maioria das artes
A capacidade de lidar com outras pessoas é constantemente prejudica- exige longo estudo e

da pela falta de habilidade, de compreensão e de trato pessoal. aplicação, porém, a


mais bela de todas, a
Muitas vezes, as relações humanas vão por água abaixo porque algu-
simpatia, exige apenas
mas pessoas não têm o traquejo interpessoal necessário à boa convivência, vontade." (Philip
apresentando comportamentos como os relacionados a seguir: Chesterfield)

Curso Técnico em Secretaria Escolar 47


• Não ouvem tão bem quanto falam. É comum encontrarmos num grupo
social ou profissional, pessoas que têm, como característica marcante, a capa-
cidade de falar de forma quase ininterrupta, impedindo os demais membros
do grupo de se posicionarem sobre determinado assunto. Ou mesmo outras
que pouco falam, mas querem que suas ideias prevaleçam sobre as dos demais,
adotando o que costumamos chamar de postura autocrática. Nos dois casos, os
demais membros do grupo passam a sofrer um processo de inibição e cria-se
um desequilíbrio no ambiente de trabalho que não é produtivo para ninguém.
• Interrompem os outros quando falam. É uma atitude que, além de de-
monstrar falta de respeito, denuncia a falta de educação. As relações inter-
pessoais exigem o exercício da participação da forma mais democrática pos-
sível e, para tanto, todos os membros de um determinado grupo têm o direito
de manifestar suas opiniões e ponto de vista, sem censuras e impedimentos.
• São agressivas. A agressividade, embora seja um instinto do ser hu-
mano, deve ser controlada no ambiente de trabalho. Este é um local em que
se deve cultivar valores humanos de tolerância, amizade, respeito e ajuda
mútua. Quando houver divergências, que estas sejam resolvidas pelo diálo-
go entre os envolvidos, cultivando a paz.
• Gostam de impor suas ideias. Algumas pessoas gostam de impor suas
ideias por estarem convencidas de que, desta forma, se destacam no grupo
e têm o seu trabalho reconhecido e valorizado pelos superiores. Nada mais
enganoso! No mundo do trabalho, a liderança se caracteriza muito mais pela
capacidade de agregar as pessoas, seja pelo convencimento, por meio de ar-
gumentos e/ou pelo espírito de trabalho em grupo. Não é impondo ideias
que se consegue esse tipo de adesão. Todas as pessoas gostam de inclusão,
de se sentirem participantes dos processos, de contribuírem com sugestões
e trabalho e, acima de tudo, não serem encaradas como "vazias de ideias".
• Não compreendem as outras além de seu ângulo de visão. O teólogo
Leonardo Boff diz: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto”. Isso significa
dizer que nosso olhar sobre qualquer problema ou situação é sempre parcial,
e que a melhor solução é aquela que surge dos diversos olhares lançados por
pessoas com pontos de vista diferentes. O exercício de mediação de tantos
pontos de vista enriquece a discussão e valoriza a participação de todos. Faz
também com que todos se sintam responsáveis pela solução encontrada e en-
1 Etiqueta é o conjunto das videm esforços no sentido de atingir os objetivos. Experiências comprovam
regras que norteiam o nos- que as pessoas podem aperfeiçoar suas habilidades de compreensão do outro
so comportamento. Cada e de si próprias, melhorando as relações interpessoais. Segundo Minicucci
povo, cada cultura, cada
(2001), "a compreensão dos outros (um dos aspectos mais importantes nas
época, tem seus próprios
códigos comportamentais.
Relações Humanas) é a aptidão para sentir o que os outros pensam e sentem".
Segui-los é uma arte que
pode ser aprendida e domi- 3.1 Etiqueta1 social e profissional
nada conforme o bom-
Etiqueta social e profissional são requisitos imprescindíveis para o sucesso
senso, o conhecimento e,
sobretudo, o respeito pela
profissional nos diversos campos de trabalho. Além de aprender princípios
dignidade dos seres com e regras de comportamento, o(a) profissional, que pretende ter sucesso na
quem convivemos. carreira, deve se preocupar com a sua qualidade de vida.

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Segundo estudiosos do comportamento humano, o relacionamento en-
tre uma pessoa e outra se dá a partir do que se vê. Por isso, o profissional
de Secretaria Escolar, que está em constante exposição e contato com o
público em geral, deve apresentar uma boa aparência, ser e parecer saudá-
vel, ter asseio e higiene pessoal.
A seguir, apresentamos um conjunto de recomendações básicas no cam-
po do cuidado pessoal e da postura profissional que são dicas importantes
para o dia a dia no trabalho:
Aperto de mãos: ao cumprimentar uma pessoa, nunca ofereça uma
"mão mole" ou toque a mão do cumprimentado apenas com as pontas dos
dedos. O aperto de mão deve ser firme, que demonstre a outra pessoa que
você tem prazer no contato com ela.
Batom: as mulheres não devem retocar o batom em mesas de refeição
e evitar, ao máximo, manchar o rosto das pessoas, colarinhos, guardanapos
e toalhas de lavabo.
Cabelos e barba: Os homens devem cuidar em conservar os cabelos
bem cortados e a barba sempre bem feita.
Elogio: é uma ferramenta poderosa para quem deseja despertar no se-
melhante a vontade de cooperar. Eleva a autoestima do outro e atenua os
efeitos desagradáveis de uma crítica.
Palavras mágicas: sempre que necessário não esqueça de utilizá-las:
obrigado(a), com licença, por favor, seja bem-vindo(a), bom dia, boa tarde, boa-
-noite, dentre outras expressões cordiais que fazem as pessoas se sentirem bem.
Gentileza e cordialidade: use e abuse da gentileza. Faça favores aos seus
colegas e faça crer que cada pessoa é especial para você. Lembre-se de que, no
mundo do trabalho de hoje, você deve estar atento a seu maior investimento:
você mesmo! Seja cordial, seja mais do que as pessoas esperam de você.
Honestidade: caminha lado a lado com a humildade, com o humor e
com a habilidade. Humor não quer dizer ser "engraçadinho", inconvenien-
te, do tipo que conta piadinhas sem graça. Às vezes, a observação é a nossa
maior aliada. Não se exponha sem conhecer o ambiente e as pessoas. Seja
cuidadoso com o que fala e sempre procure dizer com clareza, transparên-
cia e bom-senso o que pensa.
Iniciativa: é um requisito básico para que o profissional seja proati-
vo e bom colaborador dos colegas e da chefia. De nada adiantará ter boas
ideias, se não agir para colocá-las em prática.
"Há quem diga que todas as
Joias: juntamente com as bijuterias, devem ser discretas. Qualquer noites são de sonhos. Mas
exagero pode conferir, à mulher que as usa, ares de "perua", de "exibida". há também quem garanta
O visual do mundo do trabalho exige discrição nos trajes e acessórios. que nem todas, só as de
A elegância não admite exageros de nenhuma natureza. É importante saber verão. No fundo, isso não
tem importância. O que in-
vestir-se sobriamente e de forma adequada para o lugar, o tempo, conforme
teressa mesmo não é a noite
a formalidade e informalidade dos ambientes. em si, são os sonhos. Sonhos
Marketing pessoal: instrumento fundamental para que você se mos- que o homem sonha sempre,
tre como um "produto" que deve ser comprado e valorizado. Ninguém com- em todos os lugares, em

pra seu talento e competência se não descobrir que você os tem. Entre dois todas as épocas do ano,
dormindo ou acordado."
candidatos a uma vaga de emprego ou promoção na carreira, na maioria das (Shakespeare, em Sonhos
vezes a escolha recairá naquele com melhor imagem, trato e apresentação. de uma Noite de Verão)

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Negatividade: deve ser banida da atitude do profissional que deseja
o sucesso. Aprenda a ser positivo nas palavras, pensamentos e ações. Nin-
guém gosta de conviver nem empregar uma pessoa resmungona, ressentida
e sempre pronta a se queixar e reclamar de tudo e de todos.
Óculos escuros: devem ser retirados quando você conversa com outra
pessoa. O interlocutor deve ver os seus olhos. Sempre olhe diretamente
para as pessoas com quem fala. Quando isso não acontece, parece a outra
pessoa que ela não tem nenhuma importância para você.
Pontualidade: marca das pessoas bem-educadas. No Brasil, é uma
qualidade ainda desprezada por muitos. Exatamente por isso, destaca posi-
tivamente o profissional que faz uso dela.
Resposta: adote como norma de conduta responder sempre à sua cor-
respondência (cartas e e-mails) e aos telefonemas. Quando não se faz isso,
comete-se extrema grosseria. Procure ser sucinto nas suas respostas, pois
seus colegas e superiores quase sempre têm pressa. Responda objetiva-
mente, sempre que possível.
Sorriso: é a mais poderosa arma para se fazer amigos e conquistar a
simpatia das outras pessoas. No seu cotidiano, use-o em abundância, jun-
tamente com o elogio e o agradecimento. Sorrir e ser educado não pode
significar invasão de intimidade. Dê às pessoas o justo tratamento, con-
servando o respeito a todo o momento.
Unhas e outros: no caso das mulheres, nunca saia de casa com esmal-
te descascado. No trabalho não há espaço para extravagâncias nas cores,
tamanhos e efeitos visuais. Nos pés, será sempre preferível o esmalte mais
claro. Deixe os vermelhos só para as mãos. Para os homens, o sapato bem
cuidado e limpo é importantíssimo. As unhas devem estar limpas, não ne-
cessariamente pintadas, mas em ordem, conferindo a informação visual de
pessoa organizada, séria e de confiança.

Hora da prática
1. O que são relações interpessoais?
2. Comente a afirmação: "O homem é o único ser que estabelece rela-
ções interpessoais".
3. Defina etiquetas social e profissional.
4. Explique o significado da frase: "Todo ponto de vista é a vista de
um ponto".
5. Das recomendações básicas no campo do cuidado pessoal e da pos-
tura profissional, quais você não segue? Por quê?

3.2 O cuidado com a boa comunicação


O processo de comunicação é fundamental para que as relações interpes-
soais fluam com tranquilidade e as atividades do ambiente de trabalho
transcorram em clima de cordialidade e confiança. No entanto, além de
um eficiente processo de comunicação, alguns aspectos funcionam como
complemento, dentre eles:

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• Higiene pessoal
A apresentação física é considerada componente importante no mundo
do trabalho, muitas vezes contribuindo para facilitar ou dificultar as rela-
ções interpessoais. Entre os aspectos que mais se destacam na apresen-
tação física estão os hábitos de higiene corporal. Eles são os primeiros
requisitos ou fatores essenciais para uma vida saudável. Hábitos de lim-
peza são imprescindíveis para o conforto e bem-estar da pessoa consigo
mesma e no ambiente, e são os primeiros passos para prevenção de doen-
ças física e/ou mentais.
O fato de ter realizado uma boa higiene pessoal dá ao indivíduo uma sen-
sação de bem-estar geral, contribuindo para sua saúde e deixando-o à vonta-
de no ambiente de trabalho. Dentre os hábitos de higiene importantes para
uma vida saudável:
Banho: é um dos hábitos de limpeza corporal mais comum e constan-
te que praticamos, sendo realizado diariamente e, de preferência, mais
de uma vez por dia. Isto porque moramos em um país com temperatura
ambiente de até 40 ° C, e por termos geralmente uma jornada de trabalho
de 8 horas diárias, gerando fadiga e cansaço que somente são amenizados Atenção!
após um bom banho. O nosso corpo produz secreções como o suor, que Procure usar desodorantes
e perfumes que não tenham
acumulado na pele favorece o aparecimento e a reprodução de bactérias e
cheiro muito forte, pois é
outros micro-organismos, produtores de substâncias com características comum as pessoas apre-
pegajosas e de intenso odor. O odor se manifesta quando as bactérias, na sentarem reações alérgicas
superfície corporal, agem sobre as secreções normais. Manter o corpo e a odores e cheiros muito
as roupas limpos é o primeiro requisito para se precaver de tais odores. intensos. Evite esse tipo de
constrangimento.
Desodorantes e antitranspirantes são usados depois que a pele está lim-
pa. Para higiene corporal completa é necessário o uso de sabão, sabonete,
esponja de esfregar, xampu e água.
Cabelos: são pelos que recobrem parte do nosso corpo e que possuem fun-
ções importantes como proteção e estética. São submetidos às mesmas intem-
péries que a pele e por isso também são afetados pela sujeira, odores e oleosi-
dade. Possuem a capacidade de, quando sujos, acumularem secreção corporal,
bactérias e produzirem péssima aparência. A higiene dos cabelos varia de acor-
do com cada tipo. Os cabelos secos e normais devem ser lavados, no mínimo,
duas vezes por semana, com água corrente, xampus, condicionadores, etc. Al-
gumas pessoas apresentam caspas, uma descamação não inflamatória do couro
cabeludo caracterizada por prurido (coceira). A presença de caspas dá uma im-
pressão de sujeira, além de ser possível observar em roupas escuras a presença
de pequenos fragmentos, principalmente na linha dos ombros. Para a higiene
perfeita dos cabelos e uma boa aparência é necessário que os homens possuam
cabelos curtos e aparados e as mulheres devem apresentar um bom corte de
cabelo, mantendo-os bem penteados.
Barba: a barba e o bigode são adornos do rosto masculino que neces-
sitam de importantes cuidados, uma vez que estes locais são favoráveis
ao acúmulo de micro-organismos. A barba e o bigode devem permanecer
bem aparados, lavados e secados diariamente. É importante lembrar que
o funcionário que trabalha em contato direto com o público deve estar
sempre barbeado.

Curso Técnico em Secretaria Escolar 51


Narinas: são canais que conduzem o ar que entra e sai dos pulmões.
A sua limpeza deve ser feita durante o banho, ou também poderá ser feita
com lenço ou cotonetes, evitando contrair infecções. É indispensável o uso
do lenço para qualquer pessoa. Hoje em dia, a preferência é por lenços des-
cartáveis, mais higiênicos e de fácil acesso.
Ouvidos: deve-se limpar as orelhas e ouvidos diariamente durante o
banho e, eventualmente, na porção mais externa, com cotonetes (hastes
flexíveis com pontas de algodão). Nunca se deve colocar o cotonete no in-
terior do ouvido sob pena de causar algum dado ao canal auditivo.
Mãos e unhas: as mãos são as partes do nosso corpo que mais utiliza-
mos, portanto, é de grande importância que permaneçam limpas. Para isso,
alguns cuidados devem ser realizados constantemente, como:
• Lavar sempre as mãos com água corrente e sabão;
• Manter unhas limpas e aparadas;
• Secar as mãos após lavá-las; e
• Lavar as mãos sempre que usar o sanitário.
É de grande importância estes cuidados, pois as mãos são agentes de
"transporte de infecções". Embaixo das unhas é propício o acúmulo de resí-
duos, meio de cultura para o desenvolvimento de bactérias.
Dentes: são de grande importância na composição pessoal do indivíduo,
isto é, na boa aparência pessoal. O sorriso auxilia na cordialidade tão neces-
sária no exercício profissional. Por estarem localizados em uma cavidade fe-
chada (boca), que tem a função de triturar os alimentos, os dentes tornam-se
alvo das bactérias. Uma boa escovação ajuda a prevenir cáries, sujeiras, e ain-
da contribui para evitar infecções nas gengivas e o problema do mau hálito.

• Vestuário
É importante que o profissional que atue na Secretaria Escolar esteja
sempre bem vestido, de acordo com o horário e clima, trajando roupas dis-
cretas, evitando excesso de acessórios e, no caso das mulheres, o uso de mi-
nissaias e decotes. Os calçados devem estar sempre limpos e de acordo com
a roupa, uma vez que eles também refletem a higiene e a aparência pessoal.
No caso do uso de farda, é importante que esta esteja sempre bem pas-
sada e limpa e que o funcionário a use completa. O fardamento apresenta
algumas vantagens uma vez que permite facilmente identificar quem é fun-
cionário da escola, facilitando a abordagem por parte daqueles que procu-
ram os serviços da Secretaria.
Muitas pessoas têm preferência por fardamento pela significativa econo-
mia no uso de roupas pessoais no ambiente de trabalho. Outra vantagem de
seu uso é evitar, de antemão, alguns exageros e inconveniências associadas
às preferências pessoais.

• Higiene física do ambiente


Trata-se da higiene local do trabalho. Deve-se manter um aspecto am-
biental agradável e comunicar ao chefe imediato os reparos e reformas que se
façam necessários (pintura, conserto de móveis quebrados ou sem condições
de uso, etc.). A organização dos móveis e do material de trabalho é outro fa-
tor importante. Estando tudo nos respectivos lugares, facilita o trabalho da
limpeza. Lembre-se de que o seu ambiente de trabalho é a sua segunda casa.

52 Fundação Demócrito Rocha - Universidade Aberta do Nordeste


Entretanto, outro cuidado que se deve ter é com a decoração desse ambien-
te. O fato de reconhecer o local de trabalho como um prolongamento da sua
residência, pode, às vezes, confundi-lo a ponto de tentar “transferir” a deco-
ração da sua residência para o local de trabalho. Esse tipo de atitude não deve
acontecer, mesmo porque o ambiente de trabalho é um espaço coletivo, e,
assim, a sua decoração deve ser leve, impessoal e, acima de tudo, profissional.
É sempre importante manter no ambiente de trabalho, em local visível
para todos, especialmente para a gestão da escola e pais de alunos, um
Quadro de Avisos. Nele, você deve colocar as informações mais relevantes
sobre as atribuições da equipe que compõe a Secretaria Escolar, o horário
de atendimento e as datas estabelecidas pelos ógãos fiscalizadores e nor-
mativos acerca das informações que devem ser enviadas pela escola.
Tudo deve ser feito de forma simples, legível e de fácil acesso, uma vez
que frequentemente as informações devem ser atualizadas.

Hora da prática
1. No que diz respeito ao cuidado com a boa comunicação, por que a
higiene pessoal é tão importante?
2. Que cuidados devemos ter com o nosso vestuário?

Atenção!!!
Princípios dos 5S
Como se sabe os 5S são sinônimos de qualidade para o ambiente de
trabalho. Cabem aqui algumas observações, como a realidade e percep-
ção do ambiente é observada de maneiras distintas por cada pessoa.
Segundo Silva (1995) “os nossos sentidos e os nossos valores po-
dem nos confundir. Quando isso ocorre deixamos de ver a bagunça, o
desperdício, e todo tipo de comportamento que gera má qualidade de
vida. É preciso prestar mais atenção para perceber a realidade”(p. 2)
Os "5 sensos" ou "bom-senso", que é mais adequado assim colo-
car, procura mostrar que com uma boa utilização dos materiais, uma
boa ordenação, com uma limpeza constante, com saúde e higiene e,
acima de tudo, com autodisciplina se alcança maior conforto e um
melhor relacionamento no trabalho e consequentemente melhores
resultados para a empresa.
Como observado por Silva (1995) “pode-se criar um ambiente de
qualidade em torno de si, usando as mãos para agir, a cabeça para
pensar e o coração para sentir, por meio do sistema ou programa 5S.
É só colocar em ação cinco sensos que estão dentro de cada um” (p. 4).
Os passos que se deve seguir são: faxina geral; limpar o ambiente e
os objetos; separar tudo o que se precisa com frequência daquilo que se
usa esporadicamente; fazer uma arrumação de forma a se facilitar a vida
no trabalho; guardar cada coisa em seu lugar; manter os equipamentos
em ordem e bom funcionamento; combater o desperdício; ordenar as
informações; estar atento às condições de saúde e higiene; e, por fim,
uma autodisciplina e aperfeiçoamento constante do local de trabalho.

Curso Técnico em Secretaria Escolar 53


4. Níveis de Atualização do
Desenvolvimento Interpessoal
O desenvolvimento interpessoal pode ser orientado para três níveis de
atualização: o individual, o grupal e o organizacional. Segundo Mosco-
vici (1998), no nível individual o foco é intrapessoal e interpessoal, sob a
forma de díade (dupla - par). Nessa dimensão, trabalham-se as motivações,
os objetivos pessoais, a problemática das interrelações, de afetividade e
intimidade, de formação de vínculos. Procura-se promover o autoconheci-
mento e a autoconscientização, pelo desenvolvimento das habilidades de
autopercepção, autodiagnóstico e autocontrole, na busca da facilitação da
comunicação verbal e emocional, para dar e receber feedback: “O indivíduo
que se conhece e se aceita pode fazer opções mais realísticas de mudanças
pessoais e preservar sua autenticidade” (MOSCOVICI, 1998, p. 169).
Em nível grupal, o foco é interpessoal e grupal, examinando-se os even-
tos de díade, subgrupos e grupo total. Trabalha-se as motivações e objetos
comuns ao conjunto e a vários subconjuntos, bem como a problemática
do poder, da autoridade, controle e influência social. Procura-se, segundo
Moscovici (1998), aperfeiçoar habilidades de comunicação efetiva, de dar e
receber feedback, de diagnosticar e administrar conflitos, de liderança, de
participação grupal. “Se a competência interpessoal é alcançada nesse nível,
os membros dos grupos podem dispor-se a trabalhar em equipe, de forma
real e não apenas no rótulo” (p. 169).
No nível organizacional o foco predominante é o sistema (a organiza-
ção total). Trabalha-se as motivações e objetivos individuais, grupais e orga-
nizacionais, buscando-se ampliar a capacidade de trabalhar em equipe, de
diagnóstico e administração de conflitos intergrupais, a competência inter-
pessoal de comunicação, interdependência e integração. “Nesse nível, o de-
senvolvimento interpessoal é orientado para a interdependência de subsis-
temas e trabalho em equipe, e para o desenvolvimento organizacional como
um todo” (MOSCOVICI, 1998, p. 169).
O desenvolvimento interpessoal, portanto, não se esgota no plano indi-
vidual de crescimento da pessoa que se relaciona com as demais pessoas de
forma eficaz. A competência interpessoal é “um processo de qualificação
profissional primordial para funções de liderança e outras funções de predo-
minância de intercâmbio social” (MOSCOVICI, 1998, p. 169).

54 Fundação Demócrito Rocha - Universidade Aberta do Nordeste


Resumo
Neste fascículo são apresentadas considerações básicas sobre a
sociedade do século XXI e como ela está passando por profundas
transformações no campo da cultura, da convivência social, do tra-
balho e da educação. Procurou-se também descrever um conjunto
de recomendações fundamentais para que as pessoas busquem um
bom relacionamento profissional no ambiente de trabalho, e, entre
elas: a discrição, o respeito a todos que trabalham no mesmo am-
biente, o respeito às leis e à hierarquia da instituição, a capacidade
de saber ouvir, a organização das tarefas e a sensibilidade para o
trabalho em grupo, etc.
As relações interpessoais se colocam como a base para um bom
desempenho profissional e para que a boa convivência seja assegu-
rada. Torna-se imprescindível a adoção de um conjunto de compor-
tamentos como a capacidade de ouvir sem interromper os outros,
não apelar para a agressividade nem tentar impor suas ideias e ser
capaz de considerar os diversos pontos de vista ao enfrentar uma
situação-problema. O cuidado com a higiene pessoal e a postura
profissional são também fundamentais para a inserção no mundo
do trabalho, bem como o cuidado com a boa comunicação pessoal.

Referências
CALDERARO, Martha. Etiqueta e boas maneiras: um guia completo para
viver com tranquilidade reuniões sociais de todos os tipos. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1983.
CARVALHO, Marcelino de. Guia de boas maneiras. São Paulo: Companhia
Editorial Nacional, 1972.
CASTRO, Claudine. Etiqueta: um guia prático e atual para as boas maneiras.
3ª ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997.
CASTRO, Garcia Helena. 1000 perguntas de relações humanas e eti-
queta. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1991.
GUIMARÃES, Márcio Eustáquio. O livro azul da secretária moderna. 9ª
ed. São Paulo: Érica, 2001.
HARVEY, D. A condição pós-moderna. 2ª edição. São Paulo: Editora
Loyola. 1993.
MAIA, Felícia. Etiqueta e boas maneiras. 3ª ed. São Paulo: Editora San-
tuário, 1989.
MEDEIROS, João Bosco; HERNANDES, Sonia. Manual da secretária: téc-
nicas de trabalho. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MINICUCCI, Agostinho. Relações humanas: psicologia das relações inter-
pessoais. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

Curso Técnico em Secretaria Escolar 55


TORRE, Della M. B. L. O homem e a sociedade: uma introdução à sociolo-
gia. São Paulo: Companhia Editorial Nacional, 1981.
Relações Interpessoais: um conceito no Contexto Pedagógico. 2008.
http://pt.shvoong.com/social-sciences/1778973-rela%C3%A7%C3%B5es-
-interpessoais-um-conceito-contexto/

Expediente

Fundação Demócrito Rocha (FDR)

Presidente
João Dummar Neto

Diretor Geral
Marcos Tardin

Universidade Aberta
do Nordeste (Uane)

Coordenadora Geral
Ana Paula Costa Salmin

Secretário Escolar
Joel Bruno de Lima Silva

Núcleo de Design Editorial (NDE)

Editor de Design
Amaurício Cortez

Projeto Gráfico
Amaurício Cortez
Giselle Fernandes
Karlson Gracie
Miqueias Mesquita

Editoração Eletrônica
Giselle Fernandes
Miqueias Mesquita

Ilustrações
Karlson Gracie

Catalogação na Fonte
Kelly Pereira

Este fascículo é parte integrante


do Módulo 1 do Curso Técnico em
Secretaria Escolar da Fundação
Demócrito Rocha(FDR)/Universidade
Aberta do Nordeste(Uane).

ISBN 978-85-7529-820-6
978-85-7529-822-0

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