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Aprendendo a Conviver e
Respeitar as Diferenças
SÉRIE FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL
Caderno do Instrutor
Florianópolis
2011
FIESC - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Presidente
Alcantaro Corrêa
Superintendente
Hermes Tomedi
CDU
159.9:342.7
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida
ou transmitida por qualquer forma nem por qualquer meio, seja eletrônico, mecânico,
2
Aprendendo a Conviver e
Respeitar as Diferenças
SÉRIE FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL
Caderno do Instrutor
3
Caro Instrutor,
4
É importante ressaltar que cada um dos cursos que compõem a
Série Formação Pessoal e Profissional faz parte das soluções de
educação continuada que o SESI oferece à Indústria para promover
a aprendizagem do trabalhador ao longo da sua vida produtiva. São
cursos compactos, modulares e flexíveis. Eles inovam de diversas
formas: na estratégia de apresentação dos conteúdos, na realização
de dinâmicas, simulações e práticas diferenciadas e, acima de tudo,
na proposta de fornecer ao trabalhador um ambiente onde ele se
sinta valorizado e resgate a sua capacidade de aprender a aprender.
É exatamente esse o curso que está em suas mãos, sintetizado no
Caderno do Instrutor.
O Caderno está dividido em duas partes: na primeira, você
conhecerá um pouco mais sobre a abordagem metodológica do curso
e o seu o papel como Instrutor. Entrará em contato com os ícones que
serão utilizados em cada etapa e com os materiais disponibilizados.
A segunda parte do Caderno detalha cada uma das oficinas, os
conteúdos que devem ser aprofundados e os planos de aula.
O Caderno finaliza com a reprodução dos slides que você utilizará
para desenvolver as oficinas.
A utilização adequada dos recursos didáticos disponíveis,
entretanto, requer a sua participação ativa, a pesquisa permanente,
o planejamento consciente e o conhecimento efetivo do assunto
a ser tratado no curso. É a sua contribuição, Instrutor, com novos
exemplos, com seu conhecimento e experiência, que torna o processo
de ensino e aprendizagem mais dinâmico, uma história sem fim.
Bom trabalho!
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
6
Sumário
PARTE I – Abordagem Metodológica..................................... 8
1. Referencial Teórico-metodológico...................................10
1.1 Oficinas..............................................................12
1.2 Momentos...........................................................13
2. O Papel do Instrutor....................................................15
3. Materiais Didáticos.....................................................16
4. Ícones.....................................................................20
1. Introdução...............................................................24
2. Objetivo..................................................................24
3. Conteúdo Programático................................................24
Construindo Conhecimentos.................................31
Sistematizando Conhecimentos.............................39
Avaliando o Conhecimento...................................42
Construindo Conhecimentos.................................49
Sistematizando Conhecimentos.............................54
Avaliando o Conhecimento...................................57
6. Referências..............................................................61
7. Anexos....................................................................63
7
Parte I
8
Abordagem Metodológica
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
1. Referencial Teórico-metodológico
A aprendizagem
é um elemento
mediador entre A educação continuada é a que se dá ao longo da vida, aplica-se a todas
o ser humano e as pessoas, com motivações e objetivos dos mais diversos, tais como:
o mundo. Afeta o
desenvolvimento ampliar ou aperfeiçoar conhecimentos; aperfeiçoar formações ligadas à vida
do indivíduo e é por profissional; ampliar o senso ético e estético; desenvolver competências
ele afetada.
relacionadas à vida familiar e pessoal, etc. Ela pode ocorrer em diferentes
espaços, em várias modalidades e servindo-se de meios variados.
É preciso estar atento a esse entendimento de educação continuada
para perceber as oportunidades de aprendizado que os estudantes têm para
interagir com o conhecimento e com outras pessoas. Cada um aprende de
Na minha vida como forma diferente e na interação com o outro, em qualquer etapa da vida. A
instrutor, percebi que construção de novos conhecimentos é influenciada pela experiência de vida.
as pessoas aprendem Mas a aprendizagem é um processo contínuo e particular para cada pessoa.
de diferentes formas. Os cursos da Série Formação Pessoal e Profissional são uma dessas
No caso de adultos, oportunidades de aprendizado. Cada um dos cursos oferece um amplo
leque de possibilidades para que os estudantes percebam o que precisam
já trazem consigo
aprender.
uma bagagem que
O tempo é escasso e os objetivos são amplos. O formato de oficinas tem
é preciso respeitar
o objetivo de contribuir para que você, Instrutor, organize as atividades
– e compartilhar!
de cada encontro e aborde os aspectos mais importantes, conforme o
Antônio Jaylson Dupprat,
43, instrutor interesse da turma e os objetivos da própria aula.
Esse formato de curso favorece o diálogo e a participação ativa dos
estudantes na construção do conhecimento. O objetivo não é ensinar
conceitos prontos aos estudantes, nem a apresentação de definições
para serem reproduzidas por eles. Em um processo de construção, são
os próprios estudantes que formam seus conceitos ou atribuem novos
Esse tripé é
significados a eles.
conhecido
como “CHA” O processo de construção de novos conceitos ou de atribuição de
novos significados pode, também, servir de base para o desenvolvimento
de competências. Quando internalizado, o conceito transforma-se em
conhecimento, um dos vértices do tripé que constitui a competência.
Os outros dois vértices que constituem o tripé da competência são a
habilidade e a atitude.
10
A competência, no entanto, é maior do que a simples soma de cada
uma dessas partes. É um processo de sinergia. Você, Instrutor, pode Receita de
incentivar o estudante e estimulá-lo. Pode ajudá-lo a mobilizar seus musse de
maracujá
recursos, organizar-se e apropriar-se das novas informações. Mas cabe a
ele assumir ativamente a responsabilidade de engajar-se nas atividades Ingredientes
1 lata de leite
que serão desenvolvidas. condensado
É importante que você, Instrutor, saiba que os cursos de educação 1 lata de creme de leite
1 lata de suco de
continuada, desenvolvidos pelo SESI, têm por base uma matriz constituída maracujá
de 13 competências1 requeridas dos trabalhadores da Indústria face às
Modo de fazer
exigências do mercado de trabalho.
Muito embora as 13 competências estejam presentes em todos os cursos,
algumas competências estão em maior evidência que outras, haja vista
o tema abordado no curso.
O tempo de duração do curso, por sua vez, é um condicionante que
determina as possibilidades de interferência positiva nas competências.
Os cursos da Série Formação Pessoal e Profissional são de curta
duração e têm o objetivo de mobilizar os estudantes para a importância do
Bata tudo no
desenvolvimento das seguintes competências: ressignificar conhecimentos; liquidificador. Despeje
apropriar-se de novos conhecimentos; compreender fenômenos; enfrentar em uma forma e leve ao
congelador. Depois de três
situações-problemas; ser ético; e trabalhar em equipe. horas, está pronto!
As oficinas se constituem em oportunidades para que estudantes e É servir e se deliciar.
Os cursos de
curta duração,
por exemplo,
têm potencial
para mobilizar
o estudante
para a importância
do desenvolvimento
de competências. Os
cursos de média e longa
duração têm potencial
para desenvolver ou
melhorar competências.
1 Competências: Ressignificar conhecimentos; Apropriar-se de novos conhecimentos; Ser capaz de comunicar e compreender
ideias orais e escritas; Apropriar-se das mudanças conceituais e da evolução tecnológica; Compreender fenômenos; Enfrentar
situações-problemas; Construir argumentação; Ser empreendedor; Ser socioambientalmente responsável; Trabalhar em equi-
pe; Avaliar e autoavaliar-se; Ser ético; Cuidar da saúde e da qualidade de vida (SESI/SC, 2010, p.17).
11
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
1.1 Oficinas
O conceito Mas, afinal, o que é uma oficina? De imediato, você deve visualizar um
de oficina
surgiu na Idade
ambiente de fazer, de agir. Um local onde se aprende fazendo de forma
Média, ao coletiva. A origem medieval da oficina se atualiza na estratégia pedagógica:
mesmo tempo
em que cresciam
sentir, pensar e agir se unem para intervir na realidade.
as associações de A oficina é um campo em comum para Instrutor e estudantes interagirem.
artesãos e especialistas
em determinados ofícios.
Nela ocorrem os jogos de vivência, reflexão e conceituação, os quais
instigam o estudante ao aprendizado, à sistematização dos conhecimentos
e à mudança de paradigmas.
Paradigma é
um modelo:
Sete Passos para uma Oficina de Sucesso2
engloba sua
visão de
1 Pratique o “aprender fazendo”: ajude os estudantes a colocarem em
mundo, sua
maneira de pensar prática os conteúdos vistos.
e agir em relação a
determinado assunto. É 2 Incentive a participação: a participação amplia os horizontes e auxilia
o padrão e a referência
na mudança de paradigmas.
pelos quais você pensa
e age.
3 Utilize perguntas: o ato de perguntar propicia a reflexão e a crítica; a
busca por respostas leva à apropriação do saber.
12
1.2 Momentos O início da oficina
Os quatro momentos propostos para o desenvolvimento das oficinas ajuda o estudante
foram organizados para facilitar o processo de construção do conhecimento, a desligar-se do
criando um clima favorável para o aprendizado e auxiliando o estudante ambiente de onde
a organizar e expandir suas experiências. está vindo para se
concentrar em um
novo espaço. É como
Acolhendo / Alinhando
uma porta que se
Na primeira oficina, essa etapa representa o
fecha, abrindo para
primeiro contato com o estudante. É o momento
um novo horizonte.
de lançar as bases que nortearão todos os trabalhos
das oficinas. É aqui que você, como mediador,
Por isso, utilizo
propiciará a formação de um clima construtivo e mobilizador. Também é dinâmicas de grupo,
o momento de criar o espírito de grupo e nivelar os conhecimentos. Já que sempre funcionam
na segunda oficina, esse momento visa a retomar os conteúdos abordados bem, com uma
anteriormente e motivar os estudantes para o que verão a seguir. duração máxima
de 20 minutos.
Lair Menezes, 32, instrutor
Construindo Conhecimentos
Após mobilizar os estudantes, despertando sua
curiosidade, você poderá introduzir os primeiros
conteúdos. Incentive os estudantes a relatarem suas
experiências e pensamentos sobre o assunto para que,
coletivamente, sejam construídos os novos saberes.
Cada pessoa tem suas próprias percepções, conhecimentos e experiências
de vida que, juntamente com as dos colegas, interagem e propiciam,
pela sinergia, o surgimento de um novo conceito. Você encontrará, neste
Caderno, os conteúdos que abordará com os estudantes. Aqui, eles se Costumo utilizar
encontram de forma detalhada e aprofundada. No momento da oficina, o PowerPoint para
tais conteúdos estarão de forma resumida, em tópicos, nos slides para
introduzir conteúdos.
exibição com PowerPoint e serão construídos com o apoio de jogos e
Mas ele é apenas um
dinâmicas. É importante que você leia atentamente o material antes da
ponto de partida.
aula, verificando se domina o assunto.
Não leio o que está
na tela, que funciona
apenas como apoio.
Vou entremeando
as explicações com
relatos, histórias,
perguntas aos
estudantes. Perguntar,
ouvir, estar atento
ao grupo permite
que os conteúdos
ganhem vida. Tudo
isso em 40 minutos.
Joyce A. Thag, 27, instrutora
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Avaliando o Conhecimento
Aproximando-se do final da oficina, você terá a
oportunidade de propiciar que o próprio estudante
reflita sobre o impacto que o tema desenvolvido terá
em sua vida. É um momento gratificante, tanto para
você, Instrutor, quanto para o estudante e o grupo, pois ele representa
a valorização do tempo despendido na oficina. Realize o fechamento
das atividades e, na primeira oficina, lance as sementes para o próximo
encontro. Na segunda oficina, que finaliza o curso, distribua para os
estudantes as fichas que sintetizam o tema e enfatize a importância de
mais aprofundamento no assunto abordado, bem como a necessidade de
levarem para a prática diária tudo que viram durante as quatro horas
vivenciadas coletivamente.
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2. O Papel do Instrutor
O papel do
Instrutor
Com todo esse material disponibilizado para o estudante, com a mediador é o
valorização da vivência prática, onde fica, afinal, o seu papel de Instrutor? de estimular
o aprendizado,
Pois bem, fica no ponto central do processo de aprendizagem! É verdade problematizando
que cada ser humano tem a capacidade de aprender, mas cada um aprende as colocações dos
estudantes e instigando-
de uma forma diferente, conforme seu histórico de vida, suas experiências, os a construírem seu
seu ambiente, seus interesses e habilidades, dentre outros fatores. Cabe próprio conhecimento.
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
3. Materiais Didáticos
Caderno do Instrutor
O Caderno do Instrutor possui duas partes. A primeira parte apresenta a
abordagem teórico-metodológica, o conceito de oficinas e como desenvolvê-
las com sucesso. Você também entra em contato com a estrutura dos
materiais que vai utilizar e com os ícones que facilitarão o seu trabalho.
A segunda parte traz detalhadamente cada oficina, seus objetivos, os
conteúdos a serem abordados, as dinâmicas e atividades recomendadas,
além de várias sugestões para facilitar a sua vida. Também apresenta
o Plano de Aula e os Anexos para que você localize rapidamente o que
deseja ou precisa fazer.
Objetivos
Recurso pedagógico
Tempo de duração
Material
Conteúdos
Pontos de destaques
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Apresentação em PowerPoint
A apresentação em PowerPoint sintetiza, em tópicos, os conteúdos que
você verá neste Caderno. Mas os slides são bem mais do que um mero
resumo. Eles orientam atividades, apresentam desafios, frases motivadoras,
exemplos. No campo para anotações, você encontrará dicas para explorar
cada slide, aprofundar e ampliar o tema abordado, evitando, assim, a
simples leitura das telas. No final do Caderno, você encontrará impressa
a reprodução dos slides do PowerPoint e as respectivas observações para
cada tela.
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Jogo
Para dinamizar o trabalho pedagógico, foi criado um divertido jogo,
que envolve os participantes e propicia ao estudante refletir sobre os
conteúdos abordados, organizar e elaborar o conhecimento, bem como
colocar em prática as habilidades desenvolvidas. A função do jogo como
estratégia pedagógica permite envolver e mobilizar os estudantes, que
assim se apropriam do saber em um novo espaço.
A premiação do jogo ficará a critério do SESI local. Instrutor, converse
com seu superior imediato para defini-la.
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Ficha
Ao final do curso, na segunda oficina, os estudantes receberão uma
ficha contendo mensagens, frases motivadoras, tópicos importantes. A
ficha faz uma costura dos elementos desenvolvidos nas quatro horas dos
dois encontros. Enfatize a importância desse material, que possibilita
ao estudante multiplicar e compartilhar seu conhecimento com outras
pessoas do seu convívio familiar, social e profissional.
Todos esses recursos são ilustrados por ícones que facilitam a sua
navegação e a sua trajetória entre as diferentes etapas.
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
4. Ícones
Pare e Pense!
Objetivo
Atividade a ser
Apresenta os objetivos que
desenvolvida pelo
devem ser alcançados ao
Instrutor e pelos
término daquele momento.
estudantes.
Recurso pedagógico
Tome nota
Apresenta o recurso
Informações
pedagógico indicado
importantes, que devem
para desenvolver aquele
ser valorizadas.
conteúdo ou momento.
Você sabia?
Tempo de duração
Curiosidades
Fornece o parâmetro do
relacionadas ao
tempo disponibilizado
conteúdo que está
para aquela atividade.
sendo visto.
Materiais
Conceito
Materiais necessários
Sintetiza um conceito
para desenvolver as
abordado.
atividades descritas.
Na prática
Fornece exemplos, dicas e Check list
recomendações de como os Resumo dos principais
conteúdos teóricos podem itens vistos na oficina.
ser aplicados no dia a dia.
20
Além desses ícones, os quatro momentos das oficinas também possuem
um símbolo indicador:
Acolhendo/
Alinhando
Construindo
Conhecimentos
Sistematizando
Conhecimentos
Organizando! Registrando!
Avaliando o
Conhecimento
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Parte II
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Teoria e Prática
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
1. Introdução
Todos os homens nascem livres e são iguais em direitos e dignidade.
Leia a É o que diz o primeiro Artigo da Declaração dos Direitos Humanos,
Declaração
dos Direitos proclamada em 1948 pela Assembleia Geral da Organização das Nações
Humanos Unidas (ONU).
na íntegra
acessando A Declaração dos Direitos Humanos é uma das iniciativas que indica
o site da ONU: a necessidade de tolerância com relação à diferença, tendo em vista
http://www.onu-brasil.
org.br/documentos_ considerá-la uma atitude imprescindível para respeitar as diferenças que
direitoshumanos.php. existem no mundo.
Embora a Declaração dos Direitos Humanos afirme que nenhuma vida
valha mais do que outra, ainda hoje há inúmeras demonstrações de
Artigo II - Todo desumanidade, racismo, homofobia, entre outros tipos de discriminação.
ser humano tem Você sabe por quê? Porque não basta uma declaração ou uma lei que
capacidade para proíba discriminações. É preciso dar significado à palavra “igualdade”
gozar os direitos para compreendê-la e promovê-la, ou seja, colocá-la em prática nas
e as liberdades atitudes do dia a dia.
estabelecidos nesta A promoção da igualdade é muito mais do que constatar que as pessoas
Declaração, sem são membros da mesma família humana, iguais em direitos e dignidade:
distinção de qualquer é garantir que as pessoas usufruam das inúmeras oportunidades para
espécie, seja de raça, desenvolver plenamente o seu potencial. É evitar que as diferenças se
cor, sexo, idioma, transformem em desigualdades.
Você percebeu que a ideia de igualdade não desconsidera as diferenças
religião, opinião
entre as pessoas? Sabe por quê? Porque todas as pessoas são diferentes
política, origem
em vários aspectos, sejam essas diferenças de gênero, raça, etnia, idade,
nacional ou social,
comportamento, competências, etc. As pessoas são únicas. Não há no
riqueza, nascimento
mundo alguém igual a você ou a qualquer outra pessoa. As pessoas são iguais
ou qualquer outra em direitos e dignidade, mas são diferentes em suas características.
condição. Mas será que é preciso aprender a conviver e respeitar as diferenças?
(ONU, 1948 apud SESI/SC, Faz alguma diferença reconhecer que existem diferenças entre as pessoas?
2008, p. 44)
As diferenças acrescentam algo às pessoas na sua interação umas com as
outras? O que fazer com essas diferenças?
Se os estudantes deste curso têm alguma dessas dúvidas, isso já é um
“(...) somos bom motivo para procurarem as respostas a elas. Neste curso, eles terão
iguais entre
a oportunidade de refletir sobre o tema no contexto do trabalho.
nós somente
porque somos É fato que as diferenças podem ser um valor agregado no ambiente
diferentes uns
de trabalho, principalmente quando as pessoas estão empenhadas na
dos outros.”
(TOURAINE, 1998 realização de um trabalho em prol de objetivos em comum.
apud BULGARELLI, 2008,
Isso acontece quando as diferenças são valorizadas, ao invés de serem
p. 52)
ignoradas, quando as pessoas não são consideradas uma massa única e
quando se reconhece em cada pessoa a sua individualidade e o seu potencial
para trabalhar cooperativamente e contribuir para o êxito da equipe.
Observe, contudo, que este curso não aprofunda e nem esgota o tema.
O objetivo é sensibilizar o estudante para a importância do respeito às
diferenças. Para tanto, o estudante terá a possibilidade de refletir sobre os
principais aspectos inerentes ao tema, porém sem aprofundá-los. Caberá
a você, Instrutor, a sensibilidade para se estender em alguns assuntos ou
limitar algumas discussões em que aflorem defesas pessoais acerca de
pontos de vista diferentes derivativos de valores, preceitos religiosos,
posicionamentos, etc.
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Esses são os aspectos que você precisa considerar ao abordar os conteúdos
tratados no curso Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças.
2. Objetivo
O objetivo do curso é que o estudante reconheça a importância do
respeito às diferenças para uma melhor convivência entre as pessoas, para
o fortalecimento do trabalho cooperativo no ambiente de trabalho e para
o fomento da sinergia entre os trabalhadores da empresa.
3. Conteúdo Programático
O conteúdo programático está dividido em duas oficinas:
Oficina 1 Oficina 2
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
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4. Oficina 1: O Direito
à Diferença
27
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
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4.1 Plano de Aula
O Plano de Aula está dividido nos quatro momentos que estruturam as
oficinas. Para cada momento há uma indicação de objetivos, do recurso
pedagógico a ser utilizado, do tempo para sua realização e do conteúdo
que você pode explorar com os estudantes.
Acolhendo / Alinhando
30 minutos
Desenvolvimento
1. Divida a turma em quatro grupos.
2. Entregue para cada grupo um kit de material contendo revistas
para recortar, colas, tesouras, papel pardo ou cartolina para confecção
de cartaz, duas cores de pincéis atômicos.
3. Explique que cada grupo tem a tarefa de escolher e recortar imagens
de pessoas com diferentes características e elaborar um cartaz colando,
na cartolina ou no papel pardo, as imagens que escolheram.
4. Oriente para que façam uma lista, no próprio cartaz, das características
que diferenciam as pessoas nas imagens escolhidas e também das
características comuns entre elas.
Observe se
5. Enquanto os estudantes conversam e produzem seus cartazes, todos estão
transite pelos grupos, esclarecendo dúvidas e incentivando a realização participando.
Se observar
da atividade. alguém
mais quieto,
estimule-o a
apresentar seu ponto de
vista também.
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
30
Construindo Conhecimentos
Exposição dialogada
40 minutos
PowerPoint
Observe que o
conteúdo aqui
apresentado
oferece
subsídios para
Conteúdo estabelecer
um diálogo com
os estudantes. Leia
As principais diferenças existentes no ambiente de trabalho: atentamente o texto e
aprofunde-se no assunto
gênero, idade, raça e etnia, crença e opiniões, deficiências e antes de conduzir a
orientação sexual oficina.
31
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
O que é beleza? O
que é um cabelo
normal? Eu levo um
choque cada vez que
vou ao supermercado
e me deparo com a
fileira de xampus
que afirmam isso.
Podemos encontrar
um band-aid, aquele
curativo adesivo, que A vida no planeta Terra
dizem ser da cor da
pele. Pele de quem? Diante desse fato, pare e pense: é possível acreditar que os diferentes
(BULGARELLI, 2008, pp. 38-9) são os outros? Que somente o seu jeito de se vestir é o adequado? Que
somente o seu hábito alimentar é o melhor? Que existe somente um tipo
de beleza ou um tipo físico ideal?
Mesmo com a constatação de que cada pessoa é somente mais uma
diante de tantas outras pessoas e espécies vivas, ela é importante por
“Aliás, quem
são os outros conta da sua singularidade. Ela é o resultado de uma das soluções que a
de nós vida encontrou dentro das composições possíveis. Para entender melhor
mesmos? O
mesmo que nós isso, pense em todas as pessoas que você já viu na vida e terá uma noção
somos para os dessas inúmeras possibilidades.
outros, ou seja, os
outros.” Assim, é preciso compreender que não são somente os outros que são
(CORTELLA, 2009, p. 119) diferentes de você. Você também é diferente dos outros! Você é resultado
das diversas experiências que teve ao longo da sua vida na cultura em que
está inserido, nos grupos sociais com os quais se relaciona, no ambiente
Aproveite este
onde desenvolve o seu trabalho. O normal é ser diferente. Não é ser nem
momento para melhor nem pior, apenas diferente.
estimular os
estudantes a
Solicite que os estudantes pensem em alguém muito diferente deles. Em
conversarem seguida, solicite que eles pensem nessa mesma pessoa como alguém único
em duplas sobre
possíveis respostas
e especial. Estimule-os a compartilhar as características que imaginaram
a esse exercício. Depois, ter essa pessoa tão diferente e o que sentiram quando pensaram nessa
estimule-os a compartilhar
o que conversaram.
pessoa como única e especial. Aproveite e faça, você também, Instrutor,
Lembre-os de não citar este exercício3.
nomes, apenas situações
para exemplificar.
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Comentário: Observe que, geralmente, dentre as pessoas imaginadas,
os estudantes falam sobre travestis, pessoas de outra religião, pessoas Para subsidiar
tatuadas, dentre outras. Essas características estão relacionadas a a sua fala com
os estudantes,
crenças e valores, a comportamentos, a maneiras de viver a vida, leia,
etc. Agora, quando os estudantes relatam o que sentiram quando previamente,
este comentário
pensaram na pessoa muito diferente deles como alguém único e sobre o exercício.
especial, provavelmente dirão que, mesmo não concordando com
aquele comportamento ou aquele jeito de viver da pessoa imaginada,
não negam o direito dessa pessoa de viver com dignidade. É importante
que o estudante compreenda a necessidade de respeitar a outra pessoa
mesmo ela sendo diferente dele. Cabe reconhecer que cada pessoa, Temos o direito a
como ele, quer viver tranquilamente, mesmo que de uma maneira que uma identidade,
ele não saiba ou com a qual não concorde. à liberdade de
Faz-se necessário, então, considerar todas as pessoas como diferentes expressão, a nossas
umas das outras, embora elas sejam iguais em direitos e dignidade. É o crenças, valores,
que diz o primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos, proclamada modos de vida,
em 1948 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU): opções, pontos
“Todos os homens nascem livres e são iguais em direitos e dignidade.” de vista, a nossas
Assim, abordar as diferenças entre as pessoas ou a diversidade
diferentes línguas
presente no mundo e, especificamente, no ambiente de trabalho, requer
e linguagens. Tudo
a abrangência de todas as pessoas e não somente de alguns grupos de
isso dentro de uma
pessoas com essas ou aquelas características específicas.
pluralidade que é rica
Nessa perspectiva, não é possível identificar apenas algumas pessoas
como “diversas”. Você sabia que as identificar assim é supor que há algumas em conflitos e que
pessoas que não são “diversas” ou, ainda, que são “normais”? Mas o que pode ser rica também
é ser normal? O que é ser diferente? na criatividade
Aceitar o princípio de que todas as pessoas são diferentes, mas iguais e no respeito à
em direitos e dignidade, pode contribuir para diminuir as chances de as dignidade de todos.
diferenças transformarem-se em desigualdades nas mais diversas situações (BULGARELLI, 2008, p. 54)
da vida, incluindo a esfera profissional.
As pessoas são iguais na condição de seres humanos, ou seja, elas
têm os mesmos direitos à vida digna. As diferenças não podem se “Fingir que
não estou
transformar em motivo para discriminação, intolerâncias ou restrição
vendo que a
de oportunidades no trabalho. pessoa diante
de mim não
Nas empresas, reconhecer as diferenças é percebê-las para nelas
tem uma orelha
identificar as possibilidades e os limites ao se propor uma atividade, oferecer ou dedos na mão
pode significar que
uma oportunidade de emprego, uma mudança de função, reconhecimento;
eu desconsidero sua
e ao se planejar uma ação para a pessoa e para um grupo. característica e que a
considero ‘normal’, ‘como
todas as outras’. Ou seja,
estou impondo a ela
um padrão, e não me
relacionando com sua
realidade.”
(BULGARELLI, 2008, p. 30)
33
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Diferença de gênero
34
b) Raça e etnia
Raça: refere-
se a fatores
morfológicos
como cor
de pele,
constituição
física, estatura, traço
facial, etc.
Etnia: refere-se a
fatores culturais como a
nacionalidade, a afiliação
tribal, a religião, a língua e
as tradições.
c) Crenças e opiniões
Diferença de opiniões
35
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
d) Faixa etária
Como
comunicar-
se com
uma pessoa
deficiente
auditiva? E como
Inclusão da pessoa com deficiência
será a interação
com uma pessoa com
deficiência visual? O As pessoas com deficiência, via de regra, são vítimas de obstáculos e
que fazer para dar dificuldades de acesso e permanência no mercado de trabalho. Atualmente,
acessibilidade à pessoa
em cadeira de rodas existe legislação específica relacionada a esse aspecto para minimizar
ao deparar-se com um tais dificuldades.
ambiente de trabalho com
escadas e portas estreitas O motivo principal de as pessoas com deficiência estarem fora do
e com a falta de banheiros mercado de trabalho muitas vezes está na dificuldade de as pessoas se
adaptados?
relacionarem com aquelas que são deficientes.
36
f) Orientação sexual Por seu significado
abrangente, a
diversidade é
uma meta a ser
buscada e praticada
coletivamente
por cidadãos,
instituições, governos
e comunidades, como
uma responsabilidade
social compartilhada.
As empresas,
Liberdade de orientação sexual como partícipes
desse processo,
A orientação sexual indica por qual gênero uma pessoa se sente devem assumir
preferencialmente atraída fisicamente ou emocionalmente. Respeitar
tarefas específicas
as diferenças é respeitar, também, a liberdade de orientação sexual das
de valorização
pessoas. Não é a orientação sexual que define a competência profissional
da diversidade,
de uma pessoa.
relacionadas
aos papéis que
A cada dia, torna-se mais evidente que o desafio das empresas é
reconhecer a importância de todas essas diferenças que se transformam desempenham na vida
em motivo para situações de desvantagem ou de fragilidade e que levam a das coletividades.
desigualdades entre pessoas no ambiente de trabalho. Esse reconhecimento (INSTITUTO ETHOS, 2000, p. 11)
37
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
38
Sistematizando Conhecimentos
Organizando!
Diálogo
10 minutos
39
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Registrando!
25 minutos
Você
encontra a
atividade para Folha impressa com o exercício “Igualdade de Oportunidades”
reprodução nos e caneta esferográfica para cada estudante.
Anexos deste
Caderno.
Desenvolvimento
1. Divida a turma em quatro subgrupos.
2. Entregue uma folha impressa com o exercício “Igualdade de
Oportunidades” para cada estudante.
3. Oriente a realização do exercício: cada grupo deverá citar, para
cada tipo de diferença apresentada no exercício, situações de vantagens
e desvantagens que podem aumentar ou diminuir as oportunidades das
pessoas no mercado de trabalho.
40
Plenário: Estimule os estudantes a identificar, na síntese das
apresentações, vantagens e desvantagens apontadas pelos grupos que Oriente-os
aumentam ou diminuem as oportunidades no mercado de trabalho. para falar das
características
Estimule-os a comentar se algumas dessas características estão presentes sem, porém,
no ambiente de trabalho deles. mencionar
nomes ou
detalhes que
Comentário: Para cada uma das características que diferenciam as permitam identificar
pessoas.
pessoas, converse com os estudantes sobre as diversas oportunidades (ou falta
delas) de trabalho, de educação, de acesso à saúde, aos bens de consumo,
à convivência social. Estimule os estudantes a falar, principalmente, sobre
formas de promoção de oportunidades de trabalho para pessoas com essas
diferenças nas empresas em que eles trabalham.
41
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Avaliando o Conhecimento
15 minutos
Nenhum.
Desenvolvimento
1. Organize a turma em círculo.
2. Explique que o tempo da oficina está terminando. Então, é o momento
para saber em que medida o tema abordado provocou uma reflexão
individual sobre a importância das características que diferenciam uma
pessoa da outra.
3. Para saber disso, convide os estudantes a falar um ponto positivo da
oficina que tenha contribuído para essa reflexão e uma oportunidade de
melhoria. Também solicite que cada estudante apresente uma característica
que o diferencia dos colegas da turma e em que ela contribui para uma
convivência mais harmoniosa e produtiva.
42
Tarefa para o próximo encontro
1. Prepare, previamente, um envelope pequeno contendo um clipe Tarefa para
preso a um pequeno bilhete com a seguinte pergunta: Você sabe qual é o próximo
encontro: o
o propósito do clipe? objetivo é
2. Entregue um envelope para cada estudante. propiciar que
os estudantes
3. Explique para os estudantes que devem trazer para a próxima aula continuem
o envelope com o clipe e uma possível resposta para a pergunta. pensando nos assuntos
abordados até a próxima
oficina. Agradeça a
Parabéns! Você acaba de finalizar a primeira oficina. Nela, viu conteúdos presença de todos e
reforce a importância de
importantes e descobriu que: encontrá-los na próxima
oficina.
43
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
4.2 Oficina 1
Check list
CARGA
MOMENTOS RECURSOS DIDÁTICOS MATERIAIS DE APOIO
HORÁRIA
4 kits de materiais
contendo revistas
para recortar, colas,
tesouras, papel pardo
Dinâmica “Somos Iguais
ou cartolina para
e Diferentes” 30min.
confecção de cartaz,
Acolhendo / 2 cores de pincéis
Alinhando atômicos, fita crepe
para fixar os cartazes
na parede.
44
5. Oficina 2:
O Trabalho Cooperativo
45
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
46
5.1 Plano de Aula
O Plano de Aula está dividido nos quatro momentos que estruturam
as oficinas. Para cada momento há a indicação de objetivos, recurso
pedagógico a ser utilizado, tempo previsto e conteúdo que deverá ser
explorado com os estudantes.
Acolhendo / Alinhando
30 minutos
Nenhum
Desenvolvimento
Siga o roteiro descrito a seguir, utilizando suas próprias palavras e
linguagem, após dar as boas-vindas a todos.
47
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
48
Construindo Conhecimentos
Exposição dialogada
40 minutos
oferecer uma oportunidade, planejar uma ação. Mas por que essas
diferenças podem impulsionar o trabalho cooperativo?
Porque o trabalho cooperativo implica a igualdade de direito e o respeito
às diferenças. São as diferentes características das pessoas que participam
de um trabalho cooperativo que possibilitam o enfrentamento solidário
dos desafios do dia a dia por meio de trocas, de busca por soluções e da
construção de um trabalho em conjunto.
49
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Quando se trabalha
em conjunto para
atender a um
objetivo em comum,
as diferenças e até
os conflitos entre as
pessoas tendem a
desaparecer. Nasce
um novo jeito de
trabalhar que faz com
que se superem as Trabalho cooperativo
atitudes individuais.
Luiane Martines, 30, RH de No ambiente de trabalho, as diferenças podem ser um valor agregado,
empresa
principalmente quando as pessoas estão empenhadas na realização de
um trabalho em prol de um objetivo em comum. Isso acontece quando
as diferenças são valorizadas, ao invés de ignoradas; quando as pessoas
não são consideradas todas iguais; quando se reconhece em cada pessoa
a sua individualidade e o seu potencial para trabalhar cooperativamente
e contribuir para o êxito da equipe.
Ter objetivos em comum reduz as diferenças e os conflitos entre as
pessoas, valoriza aquilo que é comum entre elas, ao mesmo tempo em que
não desvaloriza as diferenças; estimula o reconhecimento das diferenças
“Aprender a
valorizar as como impulsionadoras do trabalho cooperativo e da solidariedade entre
diferenças as pessoas por meio do prazer do esforço comum e da ajuda mútua na
permite
ampliar o resolução de problemas.
horizonte de cada O trabalho cooperativo em prol de objetivos em comum promove o
pessoa. É como
olhar as coisas com uma respeito às diferenças individuais e ao jeito de ser de cada um em suas
lente de aumento – ver o possibilidades e limites. Essa aceitação possibilita, ainda, a compreensão
longe perto, ver o perto
maior.” (SERRÃO, 1999, de que a diferença é um elemento que enriquece, mostrando outras
p. 33) formas de ser e fazer.
Pessoas diferentes trabalhando juntas para que se chegue ao êxito em
um trabalho é o que se espera em um trabalho cooperativo. Quando duas
ou mais pessoas juntam-se visando à obtenção de um determinado objetivo,
tem-se a formação de uma equipe com o objetivo de atingir os melhores
resultados possíveis em seus trabalhos. Essas equipes se fortalecem na
medida em que são formadas por pessoas com conhecimentos, necessidades,
perfis comportamentais e expectativas das mais diversas.
A diversidade das equipes de trabalho, quer seja nas suas características
pessoais quanto profissionais, é a base para uma empresa que deseja
obter bons resultados.
50
O trabalho em equipes diversificadas e a contribuição individual
Quando uma equipe de trabalho se reúne para resolver determinado “Se duas
problema, a riqueza de conhecimento e as experiências de cada um poderão pessoas
pensam
produzir soluções muito melhores do que se essas pessoas estivessem sempre
trabalhando isoladamente. É isso que recebe o nome de sinergia: a exatamente
iguais num
capacidade que uma equipe possui de produzir uma solução graças à time, uma delas é
reunião de experiências e conhecimentos, o que seria impossível caso desnecessária.
(Henry Ford apud
dependesse de um único tipo de percepção e conhecimento. CRUZ, 2009)
Para compreender como acontece a sinergia no trabalho em equipe,
é importante pensar que as pessoas juntas podem encontrar uma solução
que seja melhor do que a de cada pessoa sozinha. A essência da sinergia Sinergia
significa que o
é compreender, respeitar e valorizar as diferenças, investir nos pontos
todo é maior
fortes e compensar as fraquezas. do que a soma
das partes.
Não se trata, então, do seu jeito ou do jeito da outra pessoa, e sim de
um jeito melhor, superior. A maioria dos resultados desejados depende da
cooperação entre você e os outros. A isso se chama relação ganha-ganha, Juntos, podemos
ou seja, acreditar em uma solução melhor juntos. encontrar solução
Equipes compostas por indivíduos que, apesar de compartilhar um
melhor que a sua e a
objetivo comum, são distintos entre si das mais diversas formas, sejam
minha simplesmente
elas culturais, de valores ou crenças, de tipo de inteligência, de caráter ou
justapostas. Isso, para
até mesmo de temperamento, tendem a trabalhar muito melhor quando
mim, é sinergia.
adotam a atitude de ganha-ganha.
Lídia Hernebst, 51, RH de
Isso exige gerenciar conflitos geralmente provocados por preconceito empresa
do outro indivíduo, seja por sua cultura, inteligência, temperamento, ou
qualquer outro fator que distingue as pessoas umas da outras. À medida
que esses conflitos são gerenciados, as pessoas passam a se identificar
como equipe. Com o tempo, ganha-se agilidade, enriquecimento de ideias
e comprometimento de todos para o bem comum e o bom resultado do
trabalho.
Isso é, verdadeiramente, cooperar, ou seja, interagir para conseguir
que os resultados almejados sejam trabalhados em equipe.
Mas lidar com as pessoas nem sempre é fácil, pois cada pessoa pensa
de um modo diferente, muitas vezes não compartilha ideias e não aceita
pessoas que pensam diferente de si. Esse tipo de atitude pode colocar
em risco todo um trabalho que poderia ser de cooperação.
O desafio diário das pessoas é encontrar formas de trabalhar em equipe
cooperando uns com os outros, mesmo com pensamentos diferentes dos
seus. Não existe fórmula mágica para isso acontecer. O ideal é que todos da
equipe aprendam a adotar novas formas de trabalhar e resolver os conflitos
diários preservando o respeito pela outra pessoa e o comprometimento
com o trabalho.
51
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
A cooperação faz-se Quer saber que atitudes podem ajudar nisso? Preste atenção nas
necessária em todo dicas a seguir4:
e qualquer trabalho 1. Cada um da equipe deve entender que todos estão ali para resolver
pelo simples fato problemas e não para fazer valer suas imposições e suas vaidades
de que duas cabeças pessoais.
pensam melhor do que 2. Todos devem ouvir bem para que nenhum assunto seja mal entendido
uma e trabalhar em e nem mal interpretado a partir apenas de um ponto de vista.
equipe é um desafio 3. Admitir que o outro pode ter uma ideia melhor é uma demonstração
e ao mesmo tempo de humildade e maturidade.
uma maneira de 4. Todos devem colaborar com a pessoa que lançou uma ideia nova e
solucionar problemas que foi aprovada pela maioria.
Seguindo-se essas dicas, o trabalho em equipe tem muitas possibilidades
e fazer com que os
de ter êxito.
resultados positivos
aconteçam. Mas é
O fortalecimento do respeito mútuo entre as pessoas, o
bom lembrar que
reconhecimento de suas particularidades e o estímulo à sua criatividade
cooperar não é fazer
e cooperação
o trabalho do outro,
e sim ajudar a equipe O trabalho cooperativo fortalece o respeito mútuo entre as pessoas;
a realizar o melhor estimula a criatividade, a cooperação e a produtividade; favorece a
trabalho possível. elaboração de novos projetos e soluções; melhora a convivência e fomenta
(QUEIROZ, 2004) a sinergia entre os empregados da empresa no processo criativo.
Quanto mais diverso for o ambiente de trabalho e a sua valorização,
maiores serão as possibilidades de respostas criativas aos novos desafios
Cooperação: que se impõem a cada dia. Você sabe por quê? Porque é maior a amplitude
Pessoas
semelhantes de visão quando se juntam pessoas com distintos pontos de vista para a
ou diferentes solução de problemas.
reunidas em
condições A vantagem do trabalho cooperativo é a possibilidade de diálogo,
especiais de de troca de informações e experiências, do exercício da criatividade e
convivência, nas quais
prevalece o respeito do aprendizado em equipe. Soma-se a isso o respeito à divergência e a
mútuo, a harmonia, a valorização das diferenças. Quanto mais diversos forem os membros que
tolerância, objetivos em
comum e a liberdade; constituem uma equipe, maior será a capacidade de realizar um trabalho
cada um fazendo a sua realmente cooperativo.
parte, em harmonia com
os outros, para benefício O estabelecimento de um processo cooperativo só é possível quando
de todos. existe o equilíbrio de troca, resultando não mais em ações isoladas, mas
na ação coordenada de diferentes pontos de vista. Ao cooperar e buscar
a coordenação de ações em um grupo, a pessoa se mostra aberta para o
outro, reconhecendo suas singularidades como possibilidades de soma de
esforços. A cooperação deixa de acontecer quando falta o respeito mútuo
entre os envolvidos ou quando um dos envolvidos parte da ideia de que o
seu ponto de vista é o único possível. É na aceitação mútua que cada um
incorpora o outro como parte sua sem negar a si mesmo. Não é possível
uma relação cooperativa se, nas trocas estabelecidas, as pessoas não
aceitarem a si mesmas e ao outro.
52
O trabalho cooperativo se caracteriza por objetivos em comum, ações
compartilhadas, benefícios para todos, e pressupõe contato, respeito
mútuo, confiança, liberdade, diálogo, paciência, entusiasmo e continuidade.
A cooperação é possível em qualquer ambiente, uma vez que não está
relacionada à infraestrutura ou a algum recurso material, mas às atitudes
dos envolvidos.
Quando as pessoas procuram, verdadeiramente, compreender a outra
pessoa, abre-se a porta da criatividade na busca por alternativas para a
resolução de problemas e a realização de tarefas do dia a dia.
53
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Sistematizando Conhecimentos
Organizando!
Diálogo
10 minutos
54
Registrando!
25 minutos
Desenvolvimento
O Jogo Virtual Somos Todos Diferentes é pura adrenalina! Os
participantes formam equipes que precisam responder com agilidade
questões desafiadoras. Prepare-se! Para ganhar neste jogo, é necessário
ser profissional e respeitar as diferenças!
Instruções
Ganha a equipe que conquistar o maior número de pontos.
Pontuação: Para cada resposta certa a uma pergunta, a equipe ganha
dois pontos.
Para cada resposta certa a uma situação-problema, a equipe ganha
dez pontos.
1. Divida os estudantes em, no máximo, cinco equipes.
2. Forneça, para cada equipe, as placas com as alternativas A, B, C, D.
3. No CD-Rom do curso, clique no ícone do jogo. A tela abrirá
automaticamente.
4. Comece o jogo acionando o botão “iniciar”. A pergunta aparece,
com as alternativas possíveis, e o tempo começa a correr.
5. Após um minuto, peça que as equipes mostrem as placas com a
alternativa escolhida.
6. Clique no botão “conferir”. A resposta correta fica em destaque.
7. Dê uma ficha valendo dois pontos para cada equipe que acertou a
resposta e clique em “próxima”. Aparecerá uma nova pergunta.
8. A cada sete perguntas, aproximadamente, aparecerá uma situação-
problema. Siga o mesmo procedimento descrito anteriormente e distribua,
nesse caso, a ficha valendo dez pontos.
55
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
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Avaliando o Conhecimento
15 minutos
Para evitar
que algum
Clipes coloridos de tamanho médio, recebidos pelos estudante
estudantes na primeira oficina, 1 pedaço de papel cartão fique sem
branco-fosco cortado em retângulos (tamanho cartão de um clipe por
ter esquecido
visita) para cada estudante, bombons sortidos. de trazê-lo, tenha
alguns sobressalentes.
Desenvolvimento
1. Organize a turma em círculo.
2. Solicite que cada pessoa relate algo que mudou em relação ao que
pensava sobre o tema do curso e qual foi o conhecimento mais importante
que ela construiu ou reforçou.
3. Em seguida, pergunte para os estudantes se eles trouxeram os seus
clipes e se descobriram os seus propósitos.
4. Escute o que os estudantes têm a dizer e, na sequência, diga que o
propósito dos clipes é unir coisas: as folhas de um trabalho escolar, por
exemplo, unidas pelo clipe, podem permanecer juntas num determinado
momento e, noutro, ser separadas e distribuídas. Depois, podem ser
recolhidas e reunidas. Há um eterno ir e vir, sem ferir e sem estragar.
Hoje podemos encontrar clipes de todos os tipos, tamanhos, cores e com
diferentes aplicações. Existe uma diversidade impressionante. Porém,
todos, em sua simplicidade, têm o propósito de unir em liberdade.
3. Entregue um cartão para cada estudante e peça que escrevam uma
palavra que represente o seu propósito para trabalhar cooperativamente
com seus colegas em prol de objetivos em comum. Dê um tempo para que
escrevam. Se possível, coloque uma música suave enquanto eles escrevem.
Depois, entregue um bombom para cada um deles e oriente-os a fixar o
bombom no cartão com o clipe.
5. Finalize, dizendo que os propósitos escritos somam-se aos dos colegas
para que cada vez mais cada um deles conviva com o outro respeitando
suas diferenças e reconhecendo suas semelhanças.
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Fichas colecionáveis
5 minutos
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Parabéns! Você acaba de finalizar a segunda oficina. Nela, você viu
conteúdos importantes e descobriu que:
• O trabalho cooperativo:
- Fortalece o respeito mútuo entre as pessoas.
- Estimula a criatividade, a cooperação e a produtividade.
- Favorece a elaboração de novos projetos e soluções.
- Melhora a convivência e fomenta a sinergia no processo
criativo.
59
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
5.2 Oficina 2
Check list
CARGA
MOMENTOS RECURSOS DIDÁTICOS MATERIAIS DE APOIO
HORÁRIA
Caderno do Instrutor;
Registrando!
Sistematizando Jogo Virtual Somos Todos 25min.
Jogo
Conhecimentos Diferentes.
Caderno do Instrutor;
clipes coloridos de
tamanho médio,
Avaliando! 1 pedaço de papel cartão
Dinâmica: branco-fosco cortado 15min.
“Unir em Liberdade” em retângulos (tamanho
Avaliando o cartão de visita) para
Conhecimento cada estudante, bombons
sortidos.
Colecionando! Fichas do Estudante. 5min.
60
6. Referências
61
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
62
7. Anexos
63
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
Oficina 1
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Oficina 1 – Momento 3 – Registrando! - Dinâmica “Igualdade de Oportunidades”
Cite, em cada tipo de diferença apresentada a seguir, situações de desvantagens ou fragilidade que podem
diminuir as oportunidades das pessoas no mercado de trabalho.
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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
• Condição de saúde
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
• Deficiência
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
• Faixa etária
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
• Religião
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
66
Oficina 1 – Apresentação em PowerPoint
68
Converse com os estudantes sobre a imposição de um
padrão único de pessoa, de beleza, de jeito de se
vestir, do que se alimentar, de como se divertir, etc.
Será que esse tipo de imposição leva as pessoas a se
diferenciarem umas das outras ou as induz a ficarem
parecidas umas com as outras?
69
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
70
No Caderno do Instrutor você encontra uma breve
descrição de cada uma dessas diferenças. Estude-as
previamente para mediar a conversa com os estudantes.
Converse com os estudantes sobre situações em que
eles percebem discriminação de gênero ou de raças
e etnias. Que atitudes precisam ser melhoradas para
diminuir essas discriminações?
Sobre a questão de gênero, pergunte para os estudantes
se, na empresa em que eles trabalham, existe equilíbrio
na proporção entre homens e mulheres. Se não há, por
quê? Devido ao trabalho ser para homem, por exemplo?
Trata-se, de fato, de trabalho somente para homem ou,
caso fosse incorporado algum novo método, a mulher
também poderia executá-lo?
71
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
72
Solicite um breve resumo oral sobre as questões
abordadas até o momento. Alinhe o entendimento.
Ajuste possíveis divergências de compreensão.
Esclareça dúvidas que surgirem. No Caderno do
Instrutor, você tem uma breve síntese para relembrar
os principais conceitos trabalhados até o momento.
Esta é uma atividade rápida que prepara a turma para a
próxima atividade (Registrando!).
73
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
74
Oficina 2
75
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
76
A orientação para o desenvolvimento da dinâmica “Eu
Gosto de Você” está no Caderno do Instrutor. Leia-a
atentamente e esteja preparado para coordená-la.
O objetivo da dinâmica é identificar a percepção
dos estudantes sobre a importância do respeito às
diferenças no trabalho cooperativo.
77
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
78
Não se trata, então, do seu jeito ou do jeito da outra
pessoa, e sim de um jeito melhor, superior.
79
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
80
O trabalho cooperativo fortalece o respeito mútuo entre
as pessoas; estimula a criatividade, a cooperação e a
produtividade; favorece a elaboração de novos projetos
e soluções; melhora a convivência e fomenta a sinergia
entre os empregados da empresa no processo criativo.
81
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças
82
Finalize a oficina sintetizando os principais pontos
vistos.
83
Coordenação Geral
Equipe Técnica
Equipe de Produção
Complex Informática