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SESI/SC

Aprendendo a Conviver e
Respeitar as Diferenças
SÉRIE FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL

Caderno do Instrutor

Florianópolis
2011
FIESC - Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Presidente
Alcantaro Corrêa

SESI - Serviço Social da Indústria

Superintendente
Hermes Tomedi

Diretora de Operações Sociais


Leocádia Maccagnan

S492a Serviço Social da Indústria/SC


Aprendendo a conviver e respeitar as diferenças/ Serviço Social da
Indústria/SC. – Florianópolis: SESI/SC, 2011.
Inclui Bibliografia, il., 84 p.
Série Formação Pessoal e Profissional. Caderno do Instrutor
ISBN
1. Direitos Humanos. 2. Cidadania. 3. Inserção Social. 4. Trabalho em
equipe. I. Título.

CDU
159.9:342.7

Ficha Catalográfica elaborada por Roseli Maria Sackser - CRB 641/14R

Publicação: SESI/SC 2011

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida

ou transmitida por qualquer forma nem por qualquer meio, seja eletrônico, mecânico,

fotocopiado, gravado ou outro, sem a permissão expressa do SESI/SC.

2
Aprendendo a Conviver e
Respeitar as Diferenças
SÉRIE FORMAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL

Caderno do Instrutor

3
Caro Instrutor,

Os cursos de Educação Continuada do SESI, que compõem a Série


Formação Pessoal e Profissional, têm o objetivo de atualizar os
estudantes acerca dos principais temas que influenciam a postura
deles no ambiente de trabalho.
São 14 os cursos que compõem a Série Formação Pessoal e
Profissional: Significado do Trabalho: Visão Sistêmica e Motivação;
Comunicação Interpessoal no Ambiente de Trabalho; Feedback:
Uma Oportunidade de Crescimento e Aprendizado; Relacionamento
Interpessoal: Eu e Meus Pares; Relacionamento Interpessoal: no
Ambiente de Trabalho; Ética e Conduta no Trabalho; Aprendendo
a Conviver e Respeitar as Diferenças; Capacidade de Empreender
e Inovar; Comprometimento e Foco em Resultados; Disciplina,
Organização e Planejamento; Etiqueta Profissional; Otimização
do Tempo; Nova Ortografia da Língua Portuguesa; Administre Seu
Dinheiro de Forma Consciente.
Diante das necessidades da Indústria de preparar os trabalhadores
para atender às novas exigências do mundo do trabalho, os cursos
dessa Série visam a mobilizar a aprendizagem e a aplicação prática
do conhecimento.
Para tanto, tais cursos foram estruturados em formato de oficinas.
São duas oficinas de duas horas cada, totalizando quatro horas de
atividades. O objetivo da oficina é potencializar a interação entre
o Instrutor, os estudantes e o conhecimento. O dinamismo das
oficinas é um convite para que os estudantes se percebam como
corresponsáveis e coparticipantes na adoção de uma postura proativa
no ambiente de trabalho. Isso porque as oficinas favorecem a reflexão
sobre as atitudes pessoais e profissionais a partir da interação com
os principais conceitos relacionados ao mundo do trabalho. Esse
objetivo será atingido à medida que você, Instrutor, exercer o seu
papel de mediador das atividades para possibilitar o diálogo e a
reflexão com e entre os estudantes.
Para o exercício do seu papel de mediador, você estará amparado
pelo Caderno do Instrutor, ora apresentado, cujo objetivo é orientar
a realização das oficinas e disponibilizar informações e conteúdos
para sustentar a sua argumentação nas atividades acerca das
competências a serem desenvolvidas pelos estudantes.
Em sala de aula, você contará com o apoio de slides em PowerPoint
contendo os principais tópicos do conteúdo a ser abordado e de
um jogo educativo desenvolvido exclusivamente para o curso. Os
estudantes, por sua vez, receberão, ao final da segunda oficina,
uma ficha com alguns dos principais tópicos abordados.

4
É importante ressaltar que cada um dos cursos que compõem a
Série Formação Pessoal e Profissional faz parte das soluções de
educação continuada que o SESI oferece à Indústria para promover
a aprendizagem do trabalhador ao longo da sua vida produtiva. São
cursos compactos, modulares e flexíveis. Eles inovam de diversas
formas: na estratégia de apresentação dos conteúdos, na realização
de dinâmicas, simulações e práticas diferenciadas e, acima de tudo,
na proposta de fornecer ao trabalhador um ambiente onde ele se
sinta valorizado e resgate a sua capacidade de aprender a aprender.
É exatamente esse o curso que está em suas mãos, sintetizado no
Caderno do Instrutor.
O Caderno está dividido em duas partes: na primeira, você
conhecerá um pouco mais sobre a abordagem metodológica do curso
e o seu o papel como Instrutor. Entrará em contato com os ícones que
serão utilizados em cada etapa e com os materiais disponibilizados.
A segunda parte do Caderno detalha cada uma das oficinas, os
conteúdos que devem ser aprofundados e os planos de aula.
O Caderno finaliza com a reprodução dos slides que você utilizará
para desenvolver as oficinas.
A utilização adequada dos recursos didáticos disponíveis,
entretanto, requer a sua participação ativa, a pesquisa permanente,
o planejamento consciente e o conhecimento efetivo do assunto
a ser tratado no curso. É a sua contribuição, Instrutor, com novos
exemplos, com seu conhecimento e experiência, que torna o processo
de ensino e aprendizagem mais dinâmico, uma história sem fim.

Bom trabalho!

5
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

6
Sumário
PARTE I – Abordagem Metodológica..................................... 8

1. Referencial Teórico-metodológico...................................10
1.1 Oficinas..............................................................12
1.2 Momentos...........................................................13

2. O Papel do Instrutor....................................................15

3. Materiais Didáticos.....................................................16

4. Ícones.....................................................................20

PARTE II – Teoria e Prática.............................................. 22

1. Introdução...............................................................24

2. Objetivo..................................................................24

3. Conteúdo Programático................................................24

4. Oficina 1: O Direito à Diferença......................................27


4.1 Plano de Aula.......................................................29
Momentos
Acolhendo / Alinhando........................................29

Construindo Conhecimentos.................................31

Sistematizando Conhecimentos.............................39

Avaliando o Conhecimento...................................42

4.2 Check list...........................................................44

5. Oficina 2: O Trabalho Cooperativo...................................45


5.1 Plano de Aula.......................................................47
Momentos
Acolhendo / Alinhando........................................47

Construindo Conhecimentos.................................49

Sistematizando Conhecimentos.............................54

Avaliando o Conhecimento...................................57

5.2 Check list...........................................................60

6. Referências..............................................................61

7. Anexos....................................................................63

7
Parte I

8
Abordagem Metodológica

Inteligente é quem outros conhece;


Sapiente é quem conhece a si mesmo.
(LAO-TSE)

9
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

1. Referencial Teórico-metodológico
A aprendizagem
é um elemento
mediador entre A educação continuada é a que se dá ao longo da vida, aplica-se a todas
o ser humano e as pessoas, com motivações e objetivos dos mais diversos, tais como:
o mundo. Afeta o
desenvolvimento ampliar ou aperfeiçoar conhecimentos; aperfeiçoar formações ligadas à vida
do indivíduo e é por profissional; ampliar o senso ético e estético; desenvolver competências
ele afetada.
relacionadas à vida familiar e pessoal, etc. Ela pode ocorrer em diferentes
espaços, em várias modalidades e servindo-se de meios variados.
É preciso estar atento a esse entendimento de educação continuada
para perceber as oportunidades de aprendizado que os estudantes têm para
interagir com o conhecimento e com outras pessoas. Cada um aprende de
Na minha vida como forma diferente e na interação com o outro, em qualquer etapa da vida. A
instrutor, percebi que construção de novos conhecimentos é influenciada pela experiência de vida.
as pessoas aprendem Mas a aprendizagem é um processo contínuo e particular para cada pessoa.
de diferentes formas. Os cursos da Série Formação Pessoal e Profissional são uma dessas
No caso de adultos, oportunidades de aprendizado. Cada um dos cursos oferece um amplo
leque de possibilidades para que os estudantes percebam o que precisam
já trazem consigo
aprender.
uma bagagem que
O tempo é escasso e os objetivos são amplos. O formato de oficinas tem
é preciso respeitar
o objetivo de contribuir para que você, Instrutor, organize as atividades
– e compartilhar!
de cada encontro e aborde os aspectos mais importantes, conforme o
Antônio Jaylson Dupprat,
43, instrutor interesse da turma e os objetivos da própria aula.
Esse formato de curso favorece o diálogo e a participação ativa dos
estudantes na construção do conhecimento. O objetivo não é ensinar
conceitos prontos aos estudantes, nem a apresentação de definições
para serem reproduzidas por eles. Em um processo de construção, são
os próprios estudantes que formam seus conceitos ou atribuem novos
Esse tripé é
significados a eles.
conhecido
como “CHA” O processo de construção de novos conceitos ou de atribuição de
novos significados pode, também, servir de base para o desenvolvimento
de competências. Quando internalizado, o conceito transforma-se em
conhecimento, um dos vértices do tripé que constitui a competência.
Os outros dois vértices que constituem o tripé da competência são a
habilidade e a atitude.

Conhecimento Habilidade Atitude

Um conceito, quando internalizado, É a capacidade de colocar em prática É vontade de fazer, transformar a


transforma-se em conhecimento. os conhecimentos adquiridos. É o capacidade em ação. É o “saber
“saber fazer”. ser”.

10
A competência, no entanto, é maior do que a simples soma de cada
uma dessas partes. É um processo de sinergia. Você, Instrutor, pode Receita de
incentivar o estudante e estimulá-lo. Pode ajudá-lo a mobilizar seus musse de
maracujá
recursos, organizar-se e apropriar-se das novas informações. Mas cabe a
ele assumir ativamente a responsabilidade de engajar-se nas atividades Ingredientes
1 lata de leite
que serão desenvolvidas. condensado
É importante que você, Instrutor, saiba que os cursos de educação 1 lata de creme de leite
1 lata de suco de
continuada, desenvolvidos pelo SESI, têm por base uma matriz constituída maracujá
de 13 competências1 requeridas dos trabalhadores da Indústria face às
Modo de fazer
exigências do mercado de trabalho.
Muito embora as 13 competências estejam presentes em todos os cursos,
algumas competências estão em maior evidência que outras, haja vista
o tema abordado no curso.
O tempo de duração do curso, por sua vez, é um condicionante que
determina as possibilidades de interferência positiva nas competências.
Os cursos da Série Formação Pessoal e Profissional são de curta
duração e têm o objetivo de mobilizar os estudantes para a importância do
Bata tudo no
desenvolvimento das seguintes competências: ressignificar conhecimentos; liquidificador. Despeje
apropriar-se de novos conhecimentos; compreender fenômenos; enfrentar em uma forma e leve ao
congelador. Depois de três
situações-problemas; ser ético; e trabalhar em equipe. horas, está pronto!
As oficinas se constituem em oportunidades para que estudantes e É servir e se deliciar.

Instrutor interajam em prol do desenvolvimento dessas competências. Isto é sinergia: o


Considerando sua importância, na sequência, será detalhado o passo a resultado da soma de
cada ingrediente é bem
passo de uma oficina cujos momentos têm a finalidade de favorecer a maior do que cada um
construção de conceitos e a reflexão individual e coletiva dos estudantes individualmente. E,
depois de pronto, não
sobre a necessidade da adoção de uma atitude proativa na direção do seu dá mais para separar um
desenvolvimento pessoal e profissional. ingrediente do outro, pois
o musse se apropriou
de cada elemento e o
transformou.

Os cursos de
curta duração,
por exemplo,
têm potencial
para mobilizar
o estudante
para a importância
do desenvolvimento
de competências. Os
cursos de média e longa
duração têm potencial
para desenvolver ou
melhorar competências.

1 Competências: Ressignificar conhecimentos; Apropriar-se de novos conhecimentos; Ser capaz de comunicar e compreender
ideias orais e escritas; Apropriar-se das mudanças conceituais e da evolução tecnológica; Compreender fenômenos; Enfrentar
situações-problemas; Construir argumentação; Ser empreendedor; Ser socioambientalmente responsável; Trabalhar em equi-
pe; Avaliar e autoavaliar-se; Ser ético; Cuidar da saúde e da qualidade de vida (SESI/SC, 2010, p.17).

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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

1.1 Oficinas
O conceito Mas, afinal, o que é uma oficina? De imediato, você deve visualizar um
de oficina
surgiu na Idade
ambiente de fazer, de agir. Um local onde se aprende fazendo de forma
Média, ao coletiva. A origem medieval da oficina se atualiza na estratégia pedagógica:
mesmo tempo
em que cresciam
sentir, pensar e agir se unem para intervir na realidade.
as associações de A oficina é um campo em comum para Instrutor e estudantes interagirem.
artesãos e especialistas
em determinados ofícios.
Nela ocorrem os jogos de vivência, reflexão e conceituação, os quais
instigam o estudante ao aprendizado, à sistematização dos conhecimentos
e à mudança de paradigmas.

Paradigma é
um modelo:
Sete Passos para uma Oficina de Sucesso2
engloba sua
visão de
1 Pratique o “aprender fazendo”: ajude os estudantes a colocarem em
mundo, sua
maneira de pensar prática os conteúdos vistos.
e agir em relação a
determinado assunto. É 2 Incentive a participação: a participação amplia os horizontes e auxilia
o padrão e a referência
na mudança de paradigmas.
pelos quais você pensa
e age.
3 Utilize perguntas: o ato de perguntar propicia a reflexão e a crítica; a
busca por respostas leva à apropriação do saber.

Sou fã incondicional 4 Focalize na interdisciplinaridade: conecte as várias experiências,


das oficinas. Uma informações e conhecimentos com o conteúdo que está sendo abordado,
para desenvolver uma postura integral e integrada do saber.
oficina apresenta
inúmeros benefícios: 5 Desenvolva uma tarefa em comum: estipule objetivos que envolvam
todos os estudantes e possibilitem o trabalho em equipe, tão importante
Propicia a construção
para a empregabilidade hoje em dia.
coletiva dos
conhecimentos; 6 Combine conhecimento, habilidades e atitudes: busque o desenvolvimento
global dos estudantes, para que o potencial de cada um se materialize
desenvolve as
em novas ações.
habilidades necessárias
para a realização de 7 Integre docência, teoria e prática: faça com que seu trabalho de reflexão,
pesquisa e teoria caminhe de mãos dadas com as práticas vivenciadas
trabalhos em grupo;
pelos estudantes.
facilita transpor a
teoria para a prática
e vice-versa; Com esses passos, você criará um ambiente favorável à aprendizagem,
incentiva a troca colocando em prática o “Cha”, que fomenta a competência: conhecimento
de experiências. + habilidade + atitude.
Zanina Geórgia, 47, instrutora
Cada oficina tem a duração de duas horas. Elas se desenvolvem de
maneira orgânica, possibilitando ao estudante construir seu conhecimento
de forma gradativa, relacionando sempre teoria e prática. Cada oficina
gira em torno de quatro momentos, que você verá a seguir.

2 Adaptado de Barros e Búrigo, 2005.

12
1.2 Momentos O início da oficina
Os quatro momentos propostos para o desenvolvimento das oficinas ajuda o estudante
foram organizados para facilitar o processo de construção do conhecimento, a desligar-se do
criando um clima favorável para o aprendizado e auxiliando o estudante ambiente de onde
a organizar e expandir suas experiências. está vindo para se
concentrar em um
novo espaço. É como
Acolhendo / Alinhando
uma porta que se
Na primeira oficina, essa etapa representa o
fecha, abrindo para
primeiro contato com o estudante. É o momento
um novo horizonte.
de lançar as bases que nortearão todos os trabalhos
das oficinas. É aqui que você, como mediador,
Por isso, utilizo
propiciará a formação de um clima construtivo e mobilizador. Também é dinâmicas de grupo,
o momento de criar o espírito de grupo e nivelar os conhecimentos. Já que sempre funcionam
na segunda oficina, esse momento visa a retomar os conteúdos abordados bem, com uma
anteriormente e motivar os estudantes para o que verão a seguir. duração máxima
de 20 minutos.
Lair Menezes, 32, instrutor
Construindo Conhecimentos
Após mobilizar os estudantes, despertando sua
curiosidade, você poderá introduzir os primeiros
conteúdos. Incentive os estudantes a relatarem suas
experiências e pensamentos sobre o assunto para que,
coletivamente, sejam construídos os novos saberes.
Cada pessoa tem suas próprias percepções, conhecimentos e experiências
de vida que, juntamente com as dos colegas, interagem e propiciam,
pela sinergia, o surgimento de um novo conceito. Você encontrará, neste
Caderno, os conteúdos que abordará com os estudantes. Aqui, eles se Costumo utilizar
encontram de forma detalhada e aprofundada. No momento da oficina, o PowerPoint para
tais conteúdos estarão de forma resumida, em tópicos, nos slides para
introduzir conteúdos.
exibição com PowerPoint e serão construídos com o apoio de jogos e
Mas ele é apenas um
dinâmicas. É importante que você leia atentamente o material antes da
ponto de partida.
aula, verificando se domina o assunto.
Não leio o que está
na tela, que funciona
apenas como apoio.
Vou entremeando
as explicações com
relatos, histórias,
perguntas aos
estudantes. Perguntar,
ouvir, estar atento
ao grupo permite
que os conteúdos
ganhem vida. Tudo
isso em 40 minutos.
Joyce A. Thag, 27, instrutora

13
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Cada momento tem sua Sistematizando Conhecimentos


importância específica. Com os conteúdos apresentados e discutidos, é
A hora de encerrar hora de propiciar ao grupo um momento de reflexão,
é uma oportunidade para que os estudantes possam realizar uma síntese de
única para reforçar tudo que viram e agregar novas informações. É nesse
instante que teoria e prática se alinham. Aproveite
a autoestima do
para esclarecer dúvidas e aprofundar aspectos de maior interesse para
estudante e incentivá-
o perfil dos estudantes. Duas atividades básicas são desenvolvidas nesta
lo a continuar o
etapa: organização dos conceitos e registro do conhecimento.
maravilhoso percurso
de descobertas de
novos conhecimentos.
Organizando! Registrando!
É gratificante ver o
brilho no olhar de As atividades são Esse momento
desenvolvidas é utilizado
cada um, o aperto
para ajudar o para que
de mão, o desejo de estudante a apropriar- o estudante
progredir. Vale cada se do conhecimento aproprie-se dos
abordado. São conhecimentos
segundo desses 15
utilizadas várias construídos durante
minutos finais. estratégias para a oficina. O registro
Zanina Geórgia, 47, instrutora que ele verbalize pode ser realizado
o que apreendeu empregando-se
e alinhe sua visão inúmeras abordagens:
com a do grupo. Ao de forma individual
final, o estudante ou em grupo, com
terá criado um mapa relato escrito,
mental que sintetiza oral, representação
o que foi visto. gráfica e outras.

Avaliando o Conhecimento
Aproximando-se do final da oficina, você terá a
oportunidade de propiciar que o próprio estudante
reflita sobre o impacto que o tema desenvolvido terá
em sua vida. É um momento gratificante, tanto para
você, Instrutor, quanto para o estudante e o grupo, pois ele representa
a valorização do tempo despendido na oficina. Realize o fechamento
das atividades e, na primeira oficina, lance as sementes para o próximo
encontro. Na segunda oficina, que finaliza o curso, distribua para os
estudantes as fichas que sintetizam o tema e enfatize a importância de
mais aprofundamento no assunto abordado, bem como a necessidade de
levarem para a prática diária tudo que viram durante as quatro horas
vivenciadas coletivamente.

Esses quatro momentos só se sustentam com a sua ativa participação


e mediação. Como otimizar seu desempenho é o que você verá a seguir.

14
2. O Papel do Instrutor
O papel do
Instrutor
Com todo esse material disponibilizado para o estudante, com a mediador é o
valorização da vivência prática, onde fica, afinal, o seu papel de Instrutor? de estimular
o aprendizado,
Pois bem, fica no ponto central do processo de aprendizagem! É verdade problematizando
que cada ser humano tem a capacidade de aprender, mas cada um aprende as colocações dos
estudantes e instigando-
de uma forma diferente, conforme seu histórico de vida, suas experiências, os a construírem seu
seu ambiente, seus interesses e habilidades, dentre outros fatores. Cabe próprio conhecimento.

a você, Instrutor, expandir esses horizontes, propiciando que o estudante


ultrapasse as fronteiras de seu ambiente social e familiar. Além disso, você
precisará contextualizar os conteúdos conforme o perfil da turma e o local
onde ocorre o curso. Lembre-se, também, que este curso tem o objetivo
É impossível,
de mobilizar os estudantes para a importância do desenvolvimento das em quatro
seguintes competências: horas, dar
conta de
todos os
• Ressignificar conhecimentos. desdobramentos
para um
• Apropriar-se de novos conhecimentos. determinado conteúdo.
• Compreender fenômenos. Você, Instrutor, com
sua sensibilidade, deve
• Enfrentar situações-problemas. perceber os assuntos mais
• Ser ético. próximos da realidade
dos estudantes, para
• Trabalhar em equipe. aprofundá-los.

Só você poderá adaptar os exemplos dados, enriquecer e ampliar as


vivências levando em conta tais competências. Esse é o seu papel como
mediador. Mas atenção, também, para contextualizar cada curso de acordo As oficinas foram
com a realidade do trabalho do estudante. Antes de preparar suas aulas, muito interessantes.
conheça de que empresas são esses estudantes, pesquise sobre a empresa Meu conhecimento,
e área de trabalho deles. Assim, terá mais facilidade para trazer exemplos minha experiência,
do dia a dia dos estudantes e aproximar a teoria da prática. meu trabalho
foram valorizados.
Os exemplos apresentados pelos estudantes, entretanto, devem ser Aprendi muito… E
sobre fatos, e não sobre pessoas ou a empresa. Tenha muita atenção sobre
ensinei também!
isso para evitar situações delicadas ou constrangedoras. Lembre-se: a
Jorge K. Lynch, 26,
sua mediação é fundamental para que os estudantes não se afastem do trabalhador
objetivo principal de cada curso.

Ao mesmo tempo em que o estudante cresce, você também é instigado


a desbravar novos territórios. Você assume um papel crítico, observa o
estudante, suas expectativas e necessidades, sua forma de viver e aprender
e, com isso, vai adequando as ferramentas disponibilizadas neste curso
para melhor instrumentalizá-lo. O material didático que você utiliza é
importante, mas nada substitui o seu papel mediador. O material didático
é apenas uma ferramenta de apoio pedagógico. Utilize-o com criatividade
e flexibilidade.

É assim que os estudantes se transformam em protagonistas de ações


transformadoras em seu ambiente de trabalho, em suas vidas e na vida
de suas comunidades.

15
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

3. Materiais Didáticos

Os materiais didáticos desenvolvidos para as oficinas da Série Formação


Pessoal e Profissional têm o objetivo de contribuir com o processo
de ensino e aprendizagem. As oficinas contam com quatro materiais
principais: o Caderno do Instrutor, que você está lendo; a apresentação
em PowerPoint; o Jogo; e a Ficha do Estudante. Cada um possui suas
próprias características e especificidades.

Caderno do Instrutor
O Caderno do Instrutor possui duas partes. A primeira parte apresenta a
abordagem teórico-metodológica, o conceito de oficinas e como desenvolvê-
las com sucesso. Você também entra em contato com a estrutura dos
materiais que vai utilizar e com os ícones que facilitarão o seu trabalho.
A segunda parte traz detalhadamente cada oficina, seus objetivos, os
conteúdos a serem abordados, as dinâmicas e atividades recomendadas,
além de várias sugestões para facilitar a sua vida. Também apresenta
o Plano de Aula e os Anexos para que você localize rapidamente o que
deseja ou precisa fazer.

Objetivos

Recurso pedagógico

Tempo de duração

Material

Conteúdos

Pontos de destaques

16
Apresentação em PowerPoint
A apresentação em PowerPoint sintetiza, em tópicos, os conteúdos que
você verá neste Caderno. Mas os slides são bem mais do que um mero
resumo. Eles orientam atividades, apresentam desafios, frases motivadoras,
exemplos. No campo para anotações, você encontrará dicas para explorar
cada slide, aprofundar e ampliar o tema abordado, evitando, assim, a
simples leitura das telas. No final do Caderno, você encontrará impressa
a reprodução dos slides do PowerPoint e as respectivas observações para
cada tela.

O PowerPoint, como o próprio


nome o diz, pode ser power,
poderoso mesmo. Mas pode ser
poderoso para o bem ou para o
mal... Longos textos, leitura na
penumbra e pode apostar: os
estudantes vão dormir! Eu nunca
fico de costas para o grupo –
fico de costas para os slides. Na
minha frente, deixo abertos os
slides impressos, para não me
perder. E utilizo esse material
como bússola para percorrer
os caminhos do aprendizado.
Joyce A. Thag, 27, instrutora

17
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Jogo
Para dinamizar o trabalho pedagógico, foi criado um divertido jogo,
que envolve os participantes e propicia ao estudante refletir sobre os
conteúdos abordados, organizar e elaborar o conhecimento, bem como
colocar em prática as habilidades desenvolvidas. A função do jogo como
estratégia pedagógica permite envolver e mobilizar os estudantes, que
assim se apropriam do saber em um novo espaço.
A premiação do jogo ficará a critério do SESI local. Instrutor, converse
com seu superior imediato para defini-la.

18
Ficha
Ao final do curso, na segunda oficina, os estudantes receberão uma
ficha contendo mensagens, frases motivadoras, tópicos importantes. A
ficha faz uma costura dos elementos desenvolvidos nas quatro horas dos
dois encontros. Enfatize a importância desse material, que possibilita
ao estudante multiplicar e compartilhar seu conhecimento com outras
pessoas do seu convívio familiar, social e profissional.
Todos esses recursos são ilustrados por ícones que facilitam a sua
navegação e a sua trajetória entre as diferentes etapas.

19
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

4. Ícones

Os ícones permitem que você localize rapidamente o que deseja


no caderno e no PowerPoint. Também reforçam a mensagem que se
deseja transmitir, de forma sintética, e organizam o material de maneira
coordenada e bem estruturada.

Pare e Pense!
Objetivo
Atividade a ser
Apresenta os objetivos que
desenvolvida pelo
devem ser alcançados ao
Instrutor e pelos
término daquele momento.
estudantes.

Recurso pedagógico
Tome nota
Apresenta o recurso
Informações
pedagógico indicado
importantes, que devem
para desenvolver aquele
ser valorizadas.
conteúdo ou momento.

Você sabia?
Tempo de duração
Curiosidades
Fornece o parâmetro do
relacionadas ao
tempo disponibilizado
conteúdo que está
para aquela atividade.
sendo visto.

Materiais
Conceito
Materiais necessários
Sintetiza um conceito
para desenvolver as
abordado.
atividades descritas.

Na prática
Fornece exemplos, dicas e Check list
recomendações de como os Resumo dos principais
conteúdos teóricos podem itens vistos na oficina.
ser aplicados no dia a dia.

20
Além desses ícones, os quatro momentos das oficinas também possuem
um símbolo indicador:

Acolhendo/
Alinhando

Construindo
Conhecimentos

Sistematizando
Conhecimentos

Organizando! Registrando!

Avaliando o
Conhecimento

E agora, vamos ao curso! Boa jornada.

21
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Parte II

22
Teoria e Prática

Artigo I - Todos os seres humanos nascem livres


e iguais em dignidade e direitos, são dotados
de razão e consciência e devem agir em relação
uns aos outros com espírito de fraternidade.
(ONU, 1948 apud SESI/SC, 2008)

23
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

1. Introdução
Todos os homens nascem livres e são iguais em direitos e dignidade.
Leia a É o que diz o primeiro Artigo da Declaração dos Direitos Humanos,
Declaração
dos Direitos proclamada em 1948 pela Assembleia Geral da Organização das Nações
Humanos Unidas (ONU).
na íntegra
acessando A Declaração dos Direitos Humanos é uma das iniciativas que indica
o site da ONU: a necessidade de tolerância com relação à diferença, tendo em vista
http://www.onu-brasil.
org.br/documentos_ considerá-la uma atitude imprescindível para respeitar as diferenças que
direitoshumanos.php. existem no mundo.
Embora a Declaração dos Direitos Humanos afirme que nenhuma vida
valha mais do que outra, ainda hoje há inúmeras demonstrações de
Artigo II - Todo desumanidade, racismo, homofobia, entre outros tipos de discriminação.
ser humano tem Você sabe por quê? Porque não basta uma declaração ou uma lei que
capacidade para proíba discriminações. É preciso dar significado à palavra “igualdade”
gozar os direitos para compreendê-la e promovê-la, ou seja, colocá-la em prática nas
e as liberdades atitudes do dia a dia.
estabelecidos nesta A promoção da igualdade é muito mais do que constatar que as pessoas
Declaração, sem são membros da mesma família humana, iguais em direitos e dignidade:
distinção de qualquer é garantir que as pessoas usufruam das inúmeras oportunidades para
espécie, seja de raça, desenvolver plenamente o seu potencial. É evitar que as diferenças se
cor, sexo, idioma, transformem em desigualdades.
Você percebeu que a ideia de igualdade não desconsidera as diferenças
religião, opinião
entre as pessoas? Sabe por quê? Porque todas as pessoas são diferentes
política, origem
em vários aspectos, sejam essas diferenças de gênero, raça, etnia, idade,
nacional ou social,
comportamento, competências, etc. As pessoas são únicas. Não há no
riqueza, nascimento
mundo alguém igual a você ou a qualquer outra pessoa. As pessoas são iguais
ou qualquer outra em direitos e dignidade, mas são diferentes em suas características.
condição. Mas será que é preciso aprender a conviver e respeitar as diferenças?
(ONU, 1948 apud SESI/SC, Faz alguma diferença reconhecer que existem diferenças entre as pessoas?
2008, p. 44)
As diferenças acrescentam algo às pessoas na sua interação umas com as
outras? O que fazer com essas diferenças?
Se os estudantes deste curso têm alguma dessas dúvidas, isso já é um
“(...) somos bom motivo para procurarem as respostas a elas. Neste curso, eles terão
iguais entre
a oportunidade de refletir sobre o tema no contexto do trabalho.
nós somente
porque somos É fato que as diferenças podem ser um valor agregado no ambiente
diferentes uns
de trabalho, principalmente quando as pessoas estão empenhadas na
dos outros.”
(TOURAINE, 1998 realização de um trabalho em prol de objetivos em comum.
apud BULGARELLI, 2008,
Isso acontece quando as diferenças são valorizadas, ao invés de serem
p. 52)
ignoradas, quando as pessoas não são consideradas uma massa única e
quando se reconhece em cada pessoa a sua individualidade e o seu potencial
para trabalhar cooperativamente e contribuir para o êxito da equipe.
Observe, contudo, que este curso não aprofunda e nem esgota o tema.
O objetivo é sensibilizar o estudante para a importância do respeito às
diferenças. Para tanto, o estudante terá a possibilidade de refletir sobre os
principais aspectos inerentes ao tema, porém sem aprofundá-los. Caberá
a você, Instrutor, a sensibilidade para se estender em alguns assuntos ou
limitar algumas discussões em que aflorem defesas pessoais acerca de
pontos de vista diferentes derivativos de valores, preceitos religiosos,
posicionamentos, etc.

24
Esses são os aspectos que você precisa considerar ao abordar os conteúdos
tratados no curso Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças.

2. Objetivo
O objetivo do curso é que o estudante reconheça a importância do
respeito às diferenças para uma melhor convivência entre as pessoas, para
o fortalecimento do trabalho cooperativo no ambiente de trabalho e para
o fomento da sinergia entre os trabalhadores da empresa.

3. Conteúdo Programático
O conteúdo programático está dividido em duas oficinas:

Oficina 1 Oficina 2

O Direito à Diferença O Trabalho Cooperativo

• As principais diferenças • As diferenças como


existentes no ambiente de impulsionadoras do
trabalho: gênero, idade, trabalho cooperativo.
raça e etnia, crença e
• O trabalho em equipes
opiniões, deficiências
diversificadas e a
e orientação sexual.
contribuição individual.
• A convivência e o
• O fortalecimento do respeito
respeito às diferenças.
mútuo entre as pessoas, o
reconhecimento de suas
particularidades e o
estímulo à sua criatividade
e cooperação.

25
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

26
4. Oficina 1: O Direito
à Diferença

27
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

A primeira oficina é fundamental para criar


um clima propício ao desenvolvimento de cada
estudante, um espaço para que as experiências
individuais se somem, possibilitando a
construção de um saber mais amplo. Cada um
dos quatro momentos desta oficina possui seus
próprios objetivos, recursos e conteúdos. É o
que você verá a seguir, no Plano de Aula.

28
4.1 Plano de Aula
O Plano de Aula está dividido nos quatro momentos que estruturam as
oficinas. Para cada momento há uma indicação de objetivos, do recurso
pedagógico a ser utilizado, do tempo para sua realização e do conteúdo
que você pode explorar com os estudantes.

Acolhendo / Alinhando

• Criar um clima favorável para o desenvolvimento das


atividades.
• Oportunizar aos estudantes reconhecer as características
que os diferenciam e que podem aproximá-los ou afastá-
los uns dos outros.

Dinâmica de grupo – “Somos Iguais e Diferentes”

30 minutos

4 kits de materiais contendo revistas para recortar, colas,


tesouras, papel pardo ou cartolina para confecção de
cartaz, 2 cores de pincéis atômicos e fita crepe para fixar
os cartazes na parede.

Desenvolvimento
1. Divida a turma em quatro grupos.
2. Entregue para cada grupo um kit de material contendo revistas
para recortar, colas, tesouras, papel pardo ou cartolina para confecção
de cartaz, duas cores de pincéis atômicos.
3. Explique que cada grupo tem a tarefa de escolher e recortar imagens
de pessoas com diferentes características e elaborar um cartaz colando,
na cartolina ou no papel pardo, as imagens que escolheram.
4. Oriente para que façam uma lista, no próprio cartaz, das características
que diferenciam as pessoas nas imagens escolhidas e também das
características comuns entre elas.
Observe se
5. Enquanto os estudantes conversam e produzem seus cartazes, todos estão
transite pelos grupos, esclarecendo dúvidas e incentivando a realização participando.
Se observar
da atividade. alguém
mais quieto,
estimule-o a
apresentar seu ponto de
vista também.

29
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

6. Após a confecção do cartaz, cada grupo deverá apresentar sua síntese


para a turma e, em seguida, fixar o cartaz na parede da sala de aula. A
cada apresentação, faça um comentário construtivo e destaque um dos
pontos que percebeu como centrais na apresentação. Estimule os demais
estudantes a aplaudir cada grupo que se apresentar.

Aqui você tem


uma sugestão
“Muito bem! Parabéns pela apresentação e obrigado pela participação.
de fala. Utilize Observem que este grupo percebeu que ‘tais características’ (citar
suas próprias algumas das características observadas) diferenciam uma pessoa da outra,
palavras e
linguagem.
mas também há outras características que indicam semelhanças (citar
algumas dessas características)... Uma salva de palmas para eles.”

Plenário: Estimule os estudantes a identificar, na síntese dos cartazes,


características em comum, apontadas pelos grupos, que diferenciam e
indicam semelhanças entre as pessoas. Estimule-os a comentar se algumas
dessas características estão presentes na turma ou, ainda, quais são as
diferentes características deles próprios que os diferenciam uns dos outros
ou que os assemelham. Aproveite para expandir a reflexão, estimulando-
os a observar se, nas imagens selecionadas, é possível perceber, além de
diferenças físicas, diferenças culturais, financeiras, de formação familiar,
religiosa, etc.

“Vamos observar os cartazes fixados na parede. O que vocês observaram


de características que diferenciam e indicam semelhanças entre as
pessoas nas imagens dos cartazes? E entre vocês, que características
os diferenciam e os assemelham?”

Comentário: Essa atividade sensibiliza os estudantes para olhar as


diferenças sem as julgar boas ou más, apenas para identificá-las. Também os
estimula a perceber as semelhanças que existem entre as pessoas, mesmo
quando apresentam características bem diferentes entre si. É importante
que, nesta primeira atividade, você converse com os estudantes sobre a
importância de perceber e respeitar as características de cada pessoa.
Elas não podem ser ignoradas. Reparar não é indelicado. Fingir que não
enxerga é que é indelicado, além de uma forma de desrespeito. É preciso
aprender a reparar, a observar, a considerar e a respeitar a outra pessoa
em todas as suas características. Cite um exemplo que geralmente causa
conflito nos relacionamentos afetivos: não reparar em um novo corte
de cabelo, mesmo que tenha sido um centímetro apenas, às vezes é
Se possível,
circule com cor motivo para “discutir a relação”! Indo mais além, se a pessoa tem uma
diferente as deficiência física (falta de um dedo ou de um braço ou de uma perna) e já
características
em comum, está acostumada com ela, provavelmente achará estranho que as demais
apontadas pessoas não comentem sobre o assunto. É preciso superar aquela visão
pelos grupos, que
diferenciam e indicam de que é permitido olhar, mas se deve fingir que não se vê. Para isso, é
semelhanças entre as preciso aprender a conviver e a respeitar as diferenças!
pessoas. Promova uma
discussão sobre o tema
e compartilhe com os
estudantes o objetivo do “Com esta atividade, nos aquecemos para refletir sobre as diferenças
curso e desta primeira e sobre como aprender a conviver com elas, considerando-as e não
oficina. fingindo que elas não existem.”

30
Construindo Conhecimentos

Possibilitar aos estudantes compreender que é preciso tratar


de maneira diferente os desiguais para produzir igualdade
de tratamento. Para tanto, serão abordados dois temas:
• As principais diferenças existentes no ambiente de
trabalho: gênero, idade, raça e etnia, crença e opiniões,
deficiências e orientação sexual.
• A convivência e o respeito às diferenças.

Exposição dialogada

40 minutos

PowerPoint
Observe que o
conteúdo aqui
apresentado
oferece
subsídios para
Conteúdo estabelecer
um diálogo com
os estudantes. Leia
As principais diferenças existentes no ambiente de trabalho: atentamente o texto e
aprofunde-se no assunto
gênero, idade, raça e etnia, crença e opiniões, deficiências e antes de conduzir a
orientação sexual oficina.

Antes de tratar das diferenças existentes no ambiente de trabalho, é


importante que você reflita sobre o que é ser diferente e que diferenças
distinguem uma pessoa da outra. Então, para começo de conversa, você
sabia que o planeta Terra tem cerca de seis bilhões de pessoas convivendo
com mais de trinta milhões de espécies vivas? E você sabia que, mesmo
assim, cada pessoa é única e irrepetível? É verdade. Não há no mundo
alguém igual a você ou a qualquer outra pessoa. Até mesmo os gêmeos
univitelinos (fecundados de um único óvulo) têm características que os
fazem diferentes um do outro.

31
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

O que é beleza? O
que é um cabelo
normal? Eu levo um
choque cada vez que
vou ao supermercado
e me deparo com a
fileira de xampus
que afirmam isso.
Podemos encontrar
um band-aid, aquele
curativo adesivo, que A vida no planeta Terra
dizem ser da cor da
pele. Pele de quem? Diante desse fato, pare e pense: é possível acreditar que os diferentes
(BULGARELLI, 2008, pp. 38-9) são os outros? Que somente o seu jeito de se vestir é o adequado? Que
somente o seu hábito alimentar é o melhor? Que existe somente um tipo
de beleza ou um tipo físico ideal?
Mesmo com a constatação de que cada pessoa é somente mais uma
diante de tantas outras pessoas e espécies vivas, ela é importante por
“Aliás, quem
são os outros conta da sua singularidade. Ela é o resultado de uma das soluções que a
de nós vida encontrou dentro das composições possíveis. Para entender melhor
mesmos? O
mesmo que nós isso, pense em todas as pessoas que você já viu na vida e terá uma noção
somos para os dessas inúmeras possibilidades.
outros, ou seja, os
outros.” Assim, é preciso compreender que não são somente os outros que são
(CORTELLA, 2009, p. 119) diferentes de você. Você também é diferente dos outros! Você é resultado
das diversas experiências que teve ao longo da sua vida na cultura em que
está inserido, nos grupos sociais com os quais se relaciona, no ambiente
Aproveite este
onde desenvolve o seu trabalho. O normal é ser diferente. Não é ser nem
momento para melhor nem pior, apenas diferente.
estimular os
estudantes a
Solicite que os estudantes pensem em alguém muito diferente deles. Em
conversarem seguida, solicite que eles pensem nessa mesma pessoa como alguém único
em duplas sobre
possíveis respostas
e especial. Estimule-os a compartilhar as características que imaginaram
a esse exercício. Depois, ter essa pessoa tão diferente e o que sentiram quando pensaram nessa
estimule-os a compartilhar
o que conversaram.
pessoa como única e especial. Aproveite e faça, você também, Instrutor,
Lembre-os de não citar este exercício3.
nomes, apenas situações
para exemplificar.
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3 Exercício adaptado de Bulgarelli (2008, p. 42).

32
Comentário: Observe que, geralmente, dentre as pessoas imaginadas,
os estudantes falam sobre travestis, pessoas de outra religião, pessoas Para subsidiar
tatuadas, dentre outras. Essas características estão relacionadas a a sua fala com
os estudantes,
crenças e valores, a comportamentos, a maneiras de viver a vida, leia,
etc. Agora, quando os estudantes relatam o que sentiram quando previamente,
este comentário
pensaram na pessoa muito diferente deles como alguém único e sobre o exercício.
especial, provavelmente dirão que, mesmo não concordando com
aquele comportamento ou aquele jeito de viver da pessoa imaginada,
não negam o direito dessa pessoa de viver com dignidade. É importante
que o estudante compreenda a necessidade de respeitar a outra pessoa
mesmo ela sendo diferente dele. Cabe reconhecer que cada pessoa, Temos o direito a
como ele, quer viver tranquilamente, mesmo que de uma maneira que uma identidade,
ele não saiba ou com a qual não concorde. à liberdade de
Faz-se necessário, então, considerar todas as pessoas como diferentes expressão, a nossas
umas das outras, embora elas sejam iguais em direitos e dignidade. É o crenças, valores,
que diz o primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos, proclamada modos de vida,
em 1948 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU): opções, pontos
“Todos os homens nascem livres e são iguais em direitos e dignidade.” de vista, a nossas
Assim, abordar as diferenças entre as pessoas ou a diversidade
diferentes línguas
presente no mundo e, especificamente, no ambiente de trabalho, requer
e linguagens. Tudo
a abrangência de todas as pessoas e não somente de alguns grupos de
isso dentro de uma
pessoas com essas ou aquelas características específicas.
pluralidade que é rica
Nessa perspectiva, não é possível identificar apenas algumas pessoas
como “diversas”. Você sabia que as identificar assim é supor que há algumas em conflitos e que
pessoas que não são “diversas” ou, ainda, que são “normais”? Mas o que pode ser rica também
é ser normal? O que é ser diferente? na criatividade
Aceitar o princípio de que todas as pessoas são diferentes, mas iguais e no respeito à
em direitos e dignidade, pode contribuir para diminuir as chances de as dignidade de todos.
diferenças transformarem-se em desigualdades nas mais diversas situações (BULGARELLI, 2008, p. 54)
da vida, incluindo a esfera profissional.
As pessoas são iguais na condição de seres humanos, ou seja, elas
têm os mesmos direitos à vida digna. As diferenças não podem se “Fingir que
não estou
transformar em motivo para discriminação, intolerâncias ou restrição
vendo que a
de oportunidades no trabalho. pessoa diante
de mim não
Nas empresas, reconhecer as diferenças é percebê-las para nelas
tem uma orelha
identificar as possibilidades e os limites ao se propor uma atividade, oferecer ou dedos na mão
pode significar que
uma oportunidade de emprego, uma mudança de função, reconhecimento;
eu desconsidero sua
e ao se planejar uma ação para a pessoa e para um grupo. característica e que a
considero ‘normal’, ‘como
todas as outras’. Ou seja,
estou impondo a ela
um padrão, e não me
relacionando com sua
realidade.”
(BULGARELLI, 2008, p. 30)

As pessoas são diferentes umas das outras.

33
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

As características que diferenciam uma pessoa da outra não desaparecem


As diferenças na interação entre elas. Mesmo quando estão juntas, essas pessoas não
apresentadas formam um único ser. O respeito às diferenças evita que as diferenças
aqui não têm
o objetivo de se transformem em desigualdades, além de enriquecer a convivência
aprofundar humana.
o assunto. Os
estudantes precisam Em se tratando de diferenças, além daquelas que caracterizam
ter uma ideia de quais são cada pessoa como única sem, no entanto, promover desigualdades,
as diferenças para, então,
em função delas pensar há aquelas diferenças que se transformam em motivo para situações
nas diversas barreiras de desvantagens ou de fragilidade e que levam a desigualdades nos
encontradas no ambiente
de trabalho. mais diversos aspectos da vida. É no trabalho que muitas delas mais
se evidenciam. Você sabe quais são elas? A seguir, são apresentadas
algumas dessas diferenças.
Pergunte para
os estudantes
a) Gênero
se na empresa
em que eles
trabalham
existe equilíbrio
na proporção entre
homens e mulheres.
Se não tem, por quê?
Devido ao trabalho
ser para homem, por
exemplo? Se sim,
esse seria de fato um
trabalho somente para
homem ou, caso fosse
incorporado algum
novo método, a mulher
também poderia
executá-lo?

Diferença de gênero

As questões de gênero dizem respeito às características que diferenciam


homens e mulheres, determinando os papéis, as funções e as relações
que esses desempenham na sociedade.
No ambiente de trabalho, existem condições de igualdade entre homens
e mulheres?
Considerar a diferença de gênero no ambiente de trabalho é:
• garantir o equilíbrio na proporção entre profissionais de ambos os
sexos na empresa.
• olhar criticamente para determinadas ocupações como características
de um dos dois sexos, sem razões objetivas que o justifiquem.
• incorporar tecnologia e novos métodos de trabalho que facilitem a
mudança no perfil de gênero de funções tidas como masculinas ou
femininas.

34
b) Raça e etnia
Raça: refere-
se a fatores
morfológicos
como cor
de pele,
constituição
física, estatura, traço
facial, etc.
Etnia: refere-se a
fatores culturais como a
nacionalidade, a afiliação
tribal, a religião, a língua e
as tradições.

Diferenças de raças e etnias

A crença da existência de raças superiores e inferiores foi utilizada


muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados
povos por outros e os genocídios que ocorreram durante toda a história
da humanidade.
No Brasil, além do preconceito contra negros, é reconhecida a existência,
por exemplo, de uma cultura discriminatória na região Sudeste, em
relação a migrantes nordestinos, ou nas áreas fronteiriças com o Paraguai,
em relação a trabalhadores imigrantes provenientes daquele país. Esse
preconceito, muitas vezes, provoca, para raças e etnias discriminadas, a
diminuição de oportunidades no mercado de trabalho.
Segundo diversas pesquisas, no mercado de trabalho, os maiores salários
são dos homens não negros, em seguida, são das mulheres não negras,
que, por sua vez, recebem salários maiores que os homens negros. O
último lugar da escala salarial é das mulheres negras, vítimas de duplo
preconceito: por ser mulher e por ser negra.

c) Crenças e opiniões

Diferença de opiniões

Respeitar as diferenças pressupõe o respeito aos valores e às crenças


pessoais, além de uma postura inclusiva, que incorpore e promova a
diferença de modos de pensar e agir das pessoas. Não respeitar crenças
e opiniões é inibir o direito à liberdade de expressão.

35
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

d) Faixa etária

Diferença de faixa etária

As oportunidades no mercado de trabalho para jovens e idosos precisam


ainda ser conquistadas. Algumas ações podem ajudar a promover essa
igualdade de oportunidades:
• A atenção para a diferença na composição etária do quadro de
empregados.
• A reincorporação produtiva de idosos, normalmente sem acesso a
oportunidades de trabalho.
• A promoção e apoio ao ingresso de jovens no mercado de trabalho.

e) Pessoas com deficiência

Como
comunicar-
se com
uma pessoa
deficiente
auditiva? E como
Inclusão da pessoa com deficiência
será a interação
com uma pessoa com
deficiência visual? O As pessoas com deficiência, via de regra, são vítimas de obstáculos e
que fazer para dar dificuldades de acesso e permanência no mercado de trabalho. Atualmente,
acessibilidade à pessoa
em cadeira de rodas existe legislação específica relacionada a esse aspecto para minimizar
ao deparar-se com um tais dificuldades.
ambiente de trabalho com
escadas e portas estreitas O motivo principal de as pessoas com deficiência estarem fora do
e com a falta de banheiros mercado de trabalho muitas vezes está na dificuldade de as pessoas se
adaptados?
relacionarem com aquelas que são deficientes.

36
f) Orientação sexual Por seu significado
abrangente, a
diversidade é
uma meta a ser
buscada e praticada
coletivamente
por cidadãos,
instituições, governos
e comunidades, como
uma responsabilidade
social compartilhada.
As empresas,
Liberdade de orientação sexual como partícipes
desse processo,
A orientação sexual indica por qual gênero uma pessoa se sente devem assumir
preferencialmente atraída fisicamente ou emocionalmente. Respeitar
tarefas específicas
as diferenças é respeitar, também, a liberdade de orientação sexual das
de valorização
pessoas. Não é a orientação sexual que define a competência profissional
da diversidade,
de uma pessoa.
relacionadas
aos papéis que
A cada dia, torna-se mais evidente que o desafio das empresas é
reconhecer a importância de todas essas diferenças que se transformam desempenham na vida
em motivo para situações de desvantagem ou de fragilidade e que levam a das coletividades.
desigualdades entre pessoas no ambiente de trabalho. Esse reconhecimento (INSTITUTO ETHOS, 2000, p. 11)

poderá levar os trabalhadores a perceber a diversidade como um sinônimo


de qualidade de vida no trabalho. Para tanto, as empresas precisam
valorizar a diversidade e enfrentar os preconceitos no ambiente de
trabalho.
Entender a importância do respeito às diferenças nas empresas é
compreender que o ambiente de trabalho é um importantíssimo espaço
de interação entre pessoas que convivem nesse ambiente durante grande
parte de seu tempo e nele estabelecem relações profissionais, interpessoais
e institucionais de extrema relevância. Ao estimular a diversidade e atuar
contra a discriminação, a empresa está fortalecendo o respeito mútuo
entre as pessoas, o reconhecimento de suas particularidades e o estímulo
à sua criatividade e cooperação. O profissional valoriza essa postura da “Um exemplo
disso encon-
empresa, o que o leva a ser mais produtivo, a sentir orgulho da empresa tra-se na
e desejo de nela permanecer. empresa norte-
-americana
A experiência de várias empresas mostra que a atenção à diversidade Carolina Fine
pode contribuir, inclusive, para a diminuição da rotatividade. Snacks, que, após
começar a empregar
pessoas com deficiências,
teve a rotatividade de
seus empregados, para
um período de seis
meses, reduzida de 80%
para menos de 5%, ao
mesmo tempo em que a
produtividade cresceu de
70% para 95%.”
(INSTITUTO ETHOS, 2000,
p. 27)

37
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

A convivência e o respeito às diferenças


Embora seja necessário conviver e respeitar as diferenças, é preciso
reconhecer que não é fácil lidar com elas. Por isso, a necessidade de
aprender. Aprender a lidar com as diferenças de opinião, de interesse,
de jeito de realizar algo é um aprendizado ao longo da vida, e o primeiro
princípio para aprender a lidar com as diferenças é reconhecer que as
diferenças não podem ser motivo para desigualdades ou discriminações.
Admitir a necessidade de respeito às diferenças é afirmar ser necessário
encontrar formas de viver juntos num ambiente de diálogo permanente e
de cooperação para enfrentar problemas comuns, assegurando o tratamento
igual entre as pessoas.
Mas você sabia que assegurar o tratamento igual também pode ser uma
forma de discriminação? Ficou confuso? Responda a seguinte pergunta:
seria adequado não realizar modificações na infraestrutura física de acesso
ao trabalho para uma pessoa com deficiência física, que necessite de
melhoria na acessibilidade, em nome da bandeira de tratar todo mundo
igual? A resposta é: não seria adequado. Correto? E sabe por quê? Porque
Equidade tratar de forma igual é um desrespeito quando as diferenças não são
refere-se à consideradas. Dar o mesmo tratamento a pessoas com diferentes condições
adaptação
da regra é desconsiderar os aspectos e as características nelas presentes.
existente à Para garantir a igualdade de tratamento, é preciso tratar de maneira
situação concreta,
observando-se diferente os desiguais! A esse equilíbrio dá-se o nome de equidade.
os critérios de justiça A igualdade de tratamento deve garantir a mesma igualdade de
e igualdade. Pode-se
dizer que a equidade oportunidades. No caso do exemplo da pessoa com deficiência física, ela
adapta a regra a um caso tem direito ao trabalho e ao acesso a ele.
específico, a fim de deixá-
la mais justa. A ideia de igualdade não desconsidera as diferenças, mas leva ao
reconhecimento de que é preciso garantir que todas as pessoas possam
desenvolver plenamente o seu potencial, ter oportunidades para isso e
condições de realizar escolhas.
Os diversos
movimentos A deficiência física, o fato de ser negro, mulher, homossexual, de ter
em prol 20 anos ou mais de 60 anos, de ser estrangeiro ou de ter uma religião
dos direitos
humanos diferente são características que diferenciam as pessoas e que precisam
de crianças, ser valorizadas para que as pessoas possam se expressar sem que, com
homossexuais,
negros, mulheres, dentre isso, provoquem conflitos, intolerâncias, desigualdade de tratamento,
outros segmentos da discriminações. Essa valorização precisa existir no ambiente de trabalho
população, trabalham pela
igualdade e, ao mesmo também.
tempo, pelo respeito à Um ambiente de trabalho que respeita as diferenças tende a ser mais
diferença.
estimulante e produtivo, favorecendo a elaboração de novos projetos
e soluções. A valorização da diversidade contribui para a obtenção de
um clima mais harmonioso que, pelo combate à intolerância, estimula a
cooperação e a sinergia entre os profissionais da empresa em torno de seus
objetivos comuns. Com isso, cria-se um ambiente que reforça os vínculos
dos empregados com o trabalho e sua identificação com a empresa. Você
conhecerá mais sobre esse tema na próxima oficina.

38
Sistematizando Conhecimentos

Este momento divide-se em duas etapas: Organizando! e


Registrando!

Organizando!

Propiciar que os estudantes transponham para a prática as


informações e os conteúdos abordados até este momento,
criando uma conexão com a realidade e expandindo o
saber.

Diálogo

10 minutos

1. Solicite um breve resumo oral sobre as questões abordadas até o


momento.
2. Alinhe o entendimento.
3. Ajuste possíveis divergências de compreensão. Estimule os
estudantes a
4. Esclareça dúvidas que surgirem. falar. Lembre
5. Relembre os principais conceitos trabalhados até o momento: que este é
um bate-papo
• As pessoas são diferentes, mas iguais em direitos e dignidade. descontraído
• É preciso identificar as possibilidades e os limites de cada pessoa. para organizar o
conhecimento da turma.
• A igualdade de tratamento requer tratar de maneira diferente os
desiguais!

39
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Registrando!

Organizar os principais conceitos abordados até o momento,


que subsidiam os estudantes na reflexão sobre as vantagens
e desvantagens decorrentes das diferenças entre as pessoas
que podem aumentar ou diminuir suas oportunidades no
mercado de trabalho.

Dinâmica de grupo – “Igualdade de Oportunidades”

25 minutos

Você
encontra a
atividade para Folha impressa com o exercício “Igualdade de Oportunidades”
reprodução nos e caneta esferográfica para cada estudante.
Anexos deste
Caderno.

Desenvolvimento
1. Divida a turma em quatro subgrupos.
2. Entregue uma folha impressa com o exercício “Igualdade de
Oportunidades” para cada estudante.
3. Oriente a realização do exercício: cada grupo deverá citar, para
cada tipo de diferença apresentada no exercício, situações de vantagens
e desvantagens que podem aumentar ou diminuir as oportunidades das
pessoas no mercado de trabalho.

DIFERENÇAS ENTRE AS PESSOAS


• Posição social (ser rico ou ser pobre)
• Origem racial e étnica (ser branco, negro, indígena, asiático, etc.)
• Gênero (ser homem ou mulher)
• Orientação sexual (ser heterossexual, bissexual ou homossexual)
• Deficiência
• Faixa etária
• Religião

4. Enquanto os estudantes conversam e respondem ao exercício,


transite pelos grupos, esclarecendo dúvidas e incentivando a realização
da atividade. Observe se todos estão participando. Se observar alguém
mais quieto, estimule-o a apresentar seu ponto de vista também.
5. Após a realização do exercício, cada grupo deverá apresentar sua
síntese para a turma. A cada apresentação, faça um comentário construtivo
e destaque um dos pontos que percebeu como central na apresentação.
Estimule os demais estudantes a aplaudir cada grupo que se apresentar.

40
Plenário: Estimule os estudantes a identificar, na síntese das
apresentações, vantagens e desvantagens apontadas pelos grupos que Oriente-os
aumentam ou diminuem as oportunidades no mercado de trabalho. para falar das
características
Estimule-os a comentar se algumas dessas características estão presentes sem, porém,
no ambiente de trabalho deles. mencionar
nomes ou
detalhes que
Comentário: Para cada uma das características que diferenciam as permitam identificar
pessoas.
pessoas, converse com os estudantes sobre as diversas oportunidades (ou falta
delas) de trabalho, de educação, de acesso à saúde, aos bens de consumo,
à convivência social. Estimule os estudantes a falar, principalmente, sobre
formas de promoção de oportunidades de trabalho para pessoas com essas
diferenças nas empresas em que eles trabalham.

41
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Avaliando o Conhecimento

Propiciar que os estudantes reflitam sobre o tema e o


impacto dele em suas vidas.

Dinâmica de grupo – “Minha Contribuição”

15 minutos

Nenhum.

Desenvolvimento
1. Organize a turma em círculo.
2. Explique que o tempo da oficina está terminando. Então, é o momento
para saber em que medida o tema abordado provocou uma reflexão
individual sobre a importância das características que diferenciam uma
pessoa da outra.
3. Para saber disso, convide os estudantes a falar um ponto positivo da
oficina que tenha contribuído para essa reflexão e uma oportunidade de
melhoria. Também solicite que cada estudante apresente uma característica
que o diferencia dos colegas da turma e em que ela contribui para uma
convivência mais harmoniosa e produtiva.

Plenário: Realize um fechamento após a exposição dos estudantes,


estabelecendo uma relação entre o tema estudado e a reflexão deles.

Comentário: Encerre esta atividade agradecendo o retorno dado pelos


estudantes. Aproveite para mencionar que as diferenças oferecidas por eles
e, principalmente, o reconhecimento delas pelo grupo, podem fortalecê-
los tanto no plano individual quanto no coletivo.

42
Tarefa para o próximo encontro
1. Prepare, previamente, um envelope pequeno contendo um clipe Tarefa para
preso a um pequeno bilhete com a seguinte pergunta: Você sabe qual é o próximo
encontro: o
o propósito do clipe? objetivo é
2. Entregue um envelope para cada estudante. propiciar que
os estudantes
3. Explique para os estudantes que devem trazer para a próxima aula continuem
o envelope com o clipe e uma possível resposta para a pergunta. pensando nos assuntos
abordados até a próxima
oficina. Agradeça a
Parabéns! Você acaba de finalizar a primeira oficina. Nela, viu conteúdos presença de todos e
reforce a importância de
importantes e descobriu que: encontrá-los na próxima
oficina.

• Reconhecer que todas as pessoas são diferentes, mas iguais em


direitos e dignidade, pode contribuir para diminuir as chances Escolha clipes
de as diferenças se transformarem em desigualdades. diferentes para
cada estudante
• Reconhecer as diferenças é percebê-las para nelas identificar em tamanho
as possibilidades e os limites ao se propor uma atividade, e cor. Lembre-
oferecer uma oportunidade, planejar uma ação para si e para se que o tema
deste curso são as
um grupo.
diferenças.
• Tratar de forma igual é um desrespeito quando as diferenças
não são consideradas.
Você encontra
• Para garantir a igualdade de tratamento, é preciso tratar de
o modelo do
maneira diferente os desiguais! bilhete nos
Anexos deste
Caderno.

43
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

4.2 Oficina 1

Check list

CARGA
MOMENTOS RECURSOS DIDÁTICOS MATERIAIS DE APOIO
HORÁRIA

4 kits de materiais
contendo revistas
para recortar, colas,
tesouras, papel pardo
Dinâmica “Somos Iguais
ou cartolina para
e Diferentes” 30min.
confecção de cartaz,
Acolhendo / 2 cores de pincéis
Alinhando atômicos, fita crepe
para fixar os cartazes
na parede.

Construindo Conceitos: Caderno do Instrutor;


O Direito à Diferença apresentação em 40min.
Exposição dialogada PowerPoint.
Construindo
Conhecimentos
Caderno do Instrutor;
Organizando!
apresentação em 10min.
Diálogo
PowerPoint.
Caderno do Instrutor;
folha impressa com o
Registrando!
Sistematizando exercício Igualdade de
Dinâmica “Igualdade de 25min.
Conhecimentos Oportunidades e caneta
Oportunidades”
esferográfica para cada
estudante.
Caderno do Instrutor;
envelope pequeno,
clipes de diversos
tamanhos e cores,
Avaliando!
papel para confecção
Dinâmica “Minha 15min.
do bilhete. Cada
Avaliando o Contribuição”
estudante deverá
Conhecimento receber 1 envelope
contendo 1 clipe e 1
bilhete.

É necessário considerar as diferenças para


que haja tratamento igual, para que haja
respeito à condição humana, àquilo que
nos caracteriza em nossa identidade.

(BULGARELLI, 2008, p. 63)

44
5. Oficina 2:
O Trabalho Cooperativo

45
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Na primeira oficina, o estudante teve a


oportunidade de reconhecer que todas as
pessoas são diferentes, mas iguais em direitos
e dignidade; que as diferenças precisam ser
consideradas para identificar as possibilidades
e os limites de cada pessoa; e que é preciso
tratar de maneira diferente os desiguais!
Os estudantes também tiveram a oportunidade
de identificar algumas das diferenças
que se transformam em motivo para
situações de desvantagens ou fragilidade
e que levam a desigualdades tanto no
âmbito pessoal quanto profissional.
Na segunda oficina, o estudante terá a
oportunidade de compreender as diferenças como
impulsionadoras do trabalho cooperativo; a
contribuição individual no trabalho em equipes
diversificadas; e a importância do respeito mútuo
entre as pessoas, do reconhecimento de suas
particularidades e do estímulo à sua criatividade.
Os quatro momentos desta oficina foram
organizados para que esses conteúdos
sejam abordados de forma dinâmica. Vamos
a eles, seguindo o Plano de Aula!

46
5.1 Plano de Aula
O Plano de Aula está dividido nos quatro momentos que estruturam
as oficinas. Para cada momento há a indicação de objetivos, recurso
pedagógico a ser utilizado, tempo previsto e conteúdo que deverá ser
explorado com os estudantes.

Acolhendo / Alinhando

• Retomar os principais aspectos abordados na oficina


anterior.
• Introduzir os novos conteúdos que serão abordados.
• Identificar a percepção dos estudantes sobre a importância
do respeito às diferenças no trabalho cooperativo.

Dinâmica de grupo – “Eu Gosto de Você”

30 minutos

Nenhum

Desenvolvimento
Siga o roteiro descrito a seguir, utilizando suas próprias palavras e
linguagem, após dar as boas-vindas a todos.

“Que bom revê-los aqui! Descobriram o propósito do clipe? Daqui


a pouco vamos falar sobre isso. Mas para antes, preparei mais uma
atividade bem interessante relacionada ao que vamos ver nesta
segunda oficina.”

1. Inicie o jogo convidando os estudantes a sentarem formando um


único círculo, cada um em sua cadeira. Você, Instrutor, ficará sem cadeira,
em pé, no centro do círculo, e começará o jogo.
2. Escolha qualquer pessoa que estiver sentada e se posicione em sua
frente, chamando-a pelo nome e dizendo: “Fulano, eu gosto de você”. A
pessoa escolhida estará sentada e responderá, perguntando ao Instrutor:
“Por quê?” Escolha uma resposta que você identifica na pessoa, como,
por exemplo: “Porque você está de calça azul”, ou “Porque você é amigo
(a), responsável, etc.”

47
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

3. Todas as pessoas que se identificarem com a resposta dada pelo


Instrutor, inclusive a pessoa escolhida, trocarão de lugar no círculo,
sentando em outra cadeira. Por exemplo, se você der como resposta
Estimule os “porque você está de tênis”, todos que estiverem de tênis trocarão de
estudantes
a pensar nas lugar. Se a resposta for “porque você é legal”, todos que se considerarem
mais diversas legais trocarão de lugar, e assim sucessivamente.
características
positivas das 4. Neste momento, você, Instrutor, terá que sentar em alguma cadeira,
pessoas. e isso vai provocar a sobra de alguém no centro, sem cadeira. A pessoa
que sobrou passará a ser o líder e dará sequência ao jogo, escolhendo
outra pessoa, dirigindo-se a ela e seguindo o mesmo procedimento. A
partir daí, o jogo prossegue, sempre com a pessoa que fica sem cadeira
virando líder.

Plenário: Estimule os estudantes a falarem sobre as inúmeras


características de cada pessoa que são motivo para outras pessoas também
se identificarem. Por exemplo, considerar-se amigo. Cada pessoa que se
considerou amigo também se moveu ao chamado do outro.

Comentário: A dinâmica deste jogo desperta nas pessoas a possibilidade


de conviverem em um ambiente de aceitação das diferenças e do
reconhecimento das semelhanças. Quando somos estimulados a enxergar
a diferença como impulsionadora do trabalho, passamos a descobrir as
infinitas boas qualidades existentes em cada um de nós, transformando
um padrão de crítica, cobrança, conflito e tensão em uma cultura de
valorização e reconhecimento.

“Com esta atividade, nos aquecemos para refletir sobre a importância


das diferenças na realização de um trabalho cooperativo à medida
que somos estimulados a enxergar a diferença como impulsionadora
do trabalho e, dessa forma, a contar as diferentes características
existentes muitas vezes na mesma pessoa para realizar diferentes
atividades.”

48
Construindo Conhecimentos

Propiciar aos estudantes compreender as diferenças como


inerentes ao trabalho cooperativo. Para tanto, serão
abordados três temas:
• As diferenças como impulsionadoras do trabalho
cooperativo.
• O trabalho em equipes diversificadas e a contribuição
individual.
• O fortalecimento do respeito mútuo entre as pessoas, o
reconhecimento de suas particularidades e o estímulo
à sua criatividade e cooperação.

Exposição dialogada

40 minutos

PowerPoint Observe que o


conteúdo aqui
apresentado
oferece
subsídios para
Conteúdo estabelecer
um diálogo com
os estudantes. Leia
As diferenças como impulsionadoras do trabalho cooperativo atentamente o texto e
aprofunde-se no assunto
Você já sabe que reconhecer as diferenças é importante para identificar antes de conduzir a
as possibilidades e os limites de cada pessoa ao se propor uma atividade, oficina.

oferecer uma oportunidade, planejar uma ação. Mas por que essas
diferenças podem impulsionar o trabalho cooperativo?
Porque o trabalho cooperativo implica a igualdade de direito e o respeito
às diferenças. São as diferentes características das pessoas que participam
de um trabalho cooperativo que possibilitam o enfrentamento solidário
dos desafios do dia a dia por meio de trocas, de busca por soluções e da
construção de um trabalho em conjunto.

49
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Quando se trabalha
em conjunto para
atender a um
objetivo em comum,
as diferenças e até
os conflitos entre as
pessoas tendem a
desaparecer. Nasce
um novo jeito de
trabalhar que faz com
que se superem as Trabalho cooperativo
atitudes individuais.
Luiane Martines, 30, RH de No ambiente de trabalho, as diferenças podem ser um valor agregado,
empresa
principalmente quando as pessoas estão empenhadas na realização de
um trabalho em prol de um objetivo em comum. Isso acontece quando
as diferenças são valorizadas, ao invés de ignoradas; quando as pessoas
não são consideradas todas iguais; quando se reconhece em cada pessoa
a sua individualidade e o seu potencial para trabalhar cooperativamente
e contribuir para o êxito da equipe.
Ter objetivos em comum reduz as diferenças e os conflitos entre as
pessoas, valoriza aquilo que é comum entre elas, ao mesmo tempo em que
não desvaloriza as diferenças; estimula o reconhecimento das diferenças
“Aprender a
valorizar as como impulsionadoras do trabalho cooperativo e da solidariedade entre
diferenças as pessoas por meio do prazer do esforço comum e da ajuda mútua na
permite
ampliar o resolução de problemas.
horizonte de cada O trabalho cooperativo em prol de objetivos em comum promove o
pessoa. É como
olhar as coisas com uma respeito às diferenças individuais e ao jeito de ser de cada um em suas
lente de aumento – ver o possibilidades e limites. Essa aceitação possibilita, ainda, a compreensão
longe perto, ver o perto
maior.” (SERRÃO, 1999, de que a diferença é um elemento que enriquece, mostrando outras
p. 33) formas de ser e fazer.
Pessoas diferentes trabalhando juntas para que se chegue ao êxito em
um trabalho é o que se espera em um trabalho cooperativo. Quando duas
ou mais pessoas juntam-se visando à obtenção de um determinado objetivo,
tem-se a formação de uma equipe com o objetivo de atingir os melhores
resultados possíveis em seus trabalhos. Essas equipes se fortalecem na
medida em que são formadas por pessoas com conhecimentos, necessidades,
perfis comportamentais e expectativas das mais diversas.
A diversidade das equipes de trabalho, quer seja nas suas características
pessoais quanto profissionais, é a base para uma empresa que deseja
obter bons resultados.

50
O trabalho em equipes diversificadas e a contribuição individual
Quando uma equipe de trabalho se reúne para resolver determinado “Se duas
problema, a riqueza de conhecimento e as experiências de cada um poderão pessoas
pensam
produzir soluções muito melhores do que se essas pessoas estivessem sempre
trabalhando isoladamente. É isso que recebe o nome de sinergia: a exatamente
iguais num
capacidade que uma equipe possui de produzir uma solução graças à time, uma delas é
reunião de experiências e conhecimentos, o que seria impossível caso desnecessária.
(Henry Ford apud
dependesse de um único tipo de percepção e conhecimento. CRUZ, 2009)
Para compreender como acontece a sinergia no trabalho em equipe,
é importante pensar que as pessoas juntas podem encontrar uma solução
que seja melhor do que a de cada pessoa sozinha. A essência da sinergia Sinergia
significa que o
é compreender, respeitar e valorizar as diferenças, investir nos pontos
todo é maior
fortes e compensar as fraquezas. do que a soma
das partes.
Não se trata, então, do seu jeito ou do jeito da outra pessoa, e sim de
um jeito melhor, superior. A maioria dos resultados desejados depende da
cooperação entre você e os outros. A isso se chama relação ganha-ganha, Juntos, podemos
ou seja, acreditar em uma solução melhor juntos. encontrar solução
Equipes compostas por indivíduos que, apesar de compartilhar um
melhor que a sua e a
objetivo comum, são distintos entre si das mais diversas formas, sejam
minha simplesmente
elas culturais, de valores ou crenças, de tipo de inteligência, de caráter ou
justapostas. Isso, para
até mesmo de temperamento, tendem a trabalhar muito melhor quando
mim, é sinergia.
adotam a atitude de ganha-ganha.
Lídia Hernebst, 51, RH de
Isso exige gerenciar conflitos geralmente provocados por preconceito empresa
do outro indivíduo, seja por sua cultura, inteligência, temperamento, ou
qualquer outro fator que distingue as pessoas umas da outras. À medida
que esses conflitos são gerenciados, as pessoas passam a se identificar
como equipe. Com o tempo, ganha-se agilidade, enriquecimento de ideias
e comprometimento de todos para o bem comum e o bom resultado do
trabalho.
Isso é, verdadeiramente, cooperar, ou seja, interagir para conseguir
que os resultados almejados sejam trabalhados em equipe.
Mas lidar com as pessoas nem sempre é fácil, pois cada pessoa pensa
de um modo diferente, muitas vezes não compartilha ideias e não aceita
pessoas que pensam diferente de si. Esse tipo de atitude pode colocar
em risco todo um trabalho que poderia ser de cooperação.
O desafio diário das pessoas é encontrar formas de trabalhar em equipe
cooperando uns com os outros, mesmo com pensamentos diferentes dos
seus. Não existe fórmula mágica para isso acontecer. O ideal é que todos da
equipe aprendam a adotar novas formas de trabalhar e resolver os conflitos
diários preservando o respeito pela outra pessoa e o comprometimento
com o trabalho.

51
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

A cooperação faz-se Quer saber que atitudes podem ajudar nisso? Preste atenção nas
necessária em todo dicas a seguir4:
e qualquer trabalho 1. Cada um da equipe deve entender que todos estão ali para resolver
pelo simples fato problemas e não para fazer valer suas imposições e suas vaidades
de que duas cabeças pessoais.
pensam melhor do que 2. Todos devem ouvir bem para que nenhum assunto seja mal entendido
uma e trabalhar em e nem mal interpretado a partir apenas de um ponto de vista.
equipe é um desafio 3. Admitir que o outro pode ter uma ideia melhor é uma demonstração
e ao mesmo tempo de humildade e maturidade.
uma maneira de 4. Todos devem colaborar com a pessoa que lançou uma ideia nova e
solucionar problemas que foi aprovada pela maioria.
Seguindo-se essas dicas, o trabalho em equipe tem muitas possibilidades
e fazer com que os
de ter êxito.
resultados positivos
aconteçam. Mas é
O fortalecimento do respeito mútuo entre as pessoas, o
bom lembrar que
reconhecimento de suas particularidades e o estímulo à sua criatividade
cooperar não é fazer
e cooperação
o trabalho do outro,
e sim ajudar a equipe O trabalho cooperativo fortalece o respeito mútuo entre as pessoas;
a realizar o melhor estimula a criatividade, a cooperação e a produtividade; favorece a
trabalho possível. elaboração de novos projetos e soluções; melhora a convivência e fomenta
(QUEIROZ, 2004) a sinergia entre os empregados da empresa no processo criativo.
Quanto mais diverso for o ambiente de trabalho e a sua valorização,
maiores serão as possibilidades de respostas criativas aos novos desafios
Cooperação: que se impõem a cada dia. Você sabe por quê? Porque é maior a amplitude
Pessoas
semelhantes de visão quando se juntam pessoas com distintos pontos de vista para a
ou diferentes solução de problemas.
reunidas em
condições A vantagem do trabalho cooperativo é a possibilidade de diálogo,
especiais de de troca de informações e experiências, do exercício da criatividade e
convivência, nas quais
prevalece o respeito do aprendizado em equipe. Soma-se a isso o respeito à divergência e a
mútuo, a harmonia, a valorização das diferenças. Quanto mais diversos forem os membros que
tolerância, objetivos em
comum e a liberdade; constituem uma equipe, maior será a capacidade de realizar um trabalho
cada um fazendo a sua realmente cooperativo.
parte, em harmonia com
os outros, para benefício O estabelecimento de um processo cooperativo só é possível quando
de todos. existe o equilíbrio de troca, resultando não mais em ações isoladas, mas
na ação coordenada de diferentes pontos de vista. Ao cooperar e buscar
a coordenação de ações em um grupo, a pessoa se mostra aberta para o
outro, reconhecendo suas singularidades como possibilidades de soma de
esforços. A cooperação deixa de acontecer quando falta o respeito mútuo
entre os envolvidos ou quando um dos envolvidos parte da ideia de que o
seu ponto de vista é o único possível. É na aceitação mútua que cada um
incorpora o outro como parte sua sem negar a si mesmo. Não é possível
uma relação cooperativa se, nas trocas estabelecidas, as pessoas não
aceitarem a si mesmas e ao outro.

4 Dicas apresentadas por Queiroz (2004).

52
O trabalho cooperativo se caracteriza por objetivos em comum, ações
compartilhadas, benefícios para todos, e pressupõe contato, respeito
mútuo, confiança, liberdade, diálogo, paciência, entusiasmo e continuidade.
A cooperação é possível em qualquer ambiente, uma vez que não está
relacionada à infraestrutura ou a algum recurso material, mas às atitudes
dos envolvidos.
Quando as pessoas procuram, verdadeiramente, compreender a outra
pessoa, abre-se a porta da criatividade na busca por alternativas para a
resolução de problemas e a realização de tarefas do dia a dia.

53
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Sistematizando Conhecimentos

Este momento divide-se em duas etapas: Organizando! e


Registrando!

Organizando!

Propiciar que os estudantes transponham para a prática as


informações e os conteúdos abordados até este momento,
criando uma conexão com a realidade e expandindo o
saber.

Diálogo

10 minutos

1. Solicite um breve resumo oral sobre as questões abordadas até o


momento.
2. Alinhe o entendimento.
Estimule os
3. Ajuste possíveis divergências de compreensão.
estudantes a
falar. Lembre 4. Esclareça dúvidas que surgirem.
que este é
5. Relembre os principais conceitos trabalhados até o momento:
um bate-papo
descontraído • O trabalho cooperativo implica a igualdade de direito e o respeito às
para organizar o
diferenças.
conhecimento da turma.
• As diferenças podem ser um valor agregado, principalmente quando
as pessoas estão empenhadas na realização de um trabalho em prol
de um objetivo em comum.
• Quando uma equipe de trabalho se reúne para resolver determinado
problema, a riqueza de conhecimento e experiências de cada um poderá
produzir soluções muito melhores do que se essas pessoas estivessem
trabalhando isoladamente.

54
Registrando!

Organizar os principais conceitos abordados até o


momento, que subsidiam os estudantes na reflexão sobre
o relacionamento interpessoal no ambiente de trabalho.

Jogo Virtual Somos Todos Diferentes

25 minutos

Jogo virtual Somos Todos Diferentes, fichas de pontos, placas


com alternativas A, B, C, D.

Desenvolvimento
O Jogo Virtual Somos Todos Diferentes é pura adrenalina! Os
participantes formam equipes que precisam responder com agilidade
questões desafiadoras. Prepare-se! Para ganhar neste jogo, é necessário
ser profissional e respeitar as diferenças!

Instruções
Ganha a equipe que conquistar o maior número de pontos.
Pontuação: Para cada resposta certa a uma pergunta, a equipe ganha
dois pontos.
Para cada resposta certa a uma situação-problema, a equipe ganha
dez pontos.
1. Divida os estudantes em, no máximo, cinco equipes.
2. Forneça, para cada equipe, as placas com as alternativas A, B, C, D.
3. No CD-Rom do curso, clique no ícone do jogo. A tela abrirá
automaticamente.
4. Comece o jogo acionando o botão “iniciar”. A pergunta aparece,
com as alternativas possíveis, e o tempo começa a correr.
5. Após um minuto, peça que as equipes mostrem as placas com a
alternativa escolhida.
6. Clique no botão “conferir”. A resposta correta fica em destaque.
7. Dê uma ficha valendo dois pontos para cada equipe que acertou a
resposta e clique em “próxima”. Aparecerá uma nova pergunta.
8. A cada sete perguntas, aproximadamente, aparecerá uma situação-
problema. Siga o mesmo procedimento descrito anteriormente e distribua,
nesse caso, a ficha valendo dez pontos.

55
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

9. Após 25 minutos, encerre o jogo e declare os vencedores. Promova


uma reflexão sobre os assuntos abordados.

Plenário: Abra espaço para que os estudantes comentem a experiência


e verbalizem como se sentem.

Comentário: Finalize, comentando que o jogo foi uma oportunidade


para que todos pudessem rever e organizar os conteúdos vistos durante
as duas oficinas. É importante, também, registrar o que foi abordado. É
a próxima etapa.

56
Avaliando o Conhecimento

Propiciar que os estudantes reflitam sobre o tema e o


impacto dele em suas vidas.

Dinâmica de grupo – “Unir em Liberdade”

15 minutos

Para evitar
que algum
Clipes coloridos de tamanho médio, recebidos pelos estudante
estudantes na primeira oficina, 1 pedaço de papel cartão fique sem
branco-fosco cortado em retângulos (tamanho cartão de um clipe por
ter esquecido
visita) para cada estudante, bombons sortidos. de trazê-lo, tenha
alguns sobressalentes.

Desenvolvimento
1. Organize a turma em círculo.
2. Solicite que cada pessoa relate algo que mudou em relação ao que
pensava sobre o tema do curso e qual foi o conhecimento mais importante
que ela construiu ou reforçou.
3. Em seguida, pergunte para os estudantes se eles trouxeram os seus
clipes e se descobriram os seus propósitos.
4. Escute o que os estudantes têm a dizer e, na sequência, diga que o
propósito dos clipes é unir coisas: as folhas de um trabalho escolar, por
exemplo, unidas pelo clipe, podem permanecer juntas num determinado
momento e, noutro, ser separadas e distribuídas. Depois, podem ser
recolhidas e reunidas. Há um eterno ir e vir, sem ferir e sem estragar.
Hoje podemos encontrar clipes de todos os tipos, tamanhos, cores e com
diferentes aplicações. Existe uma diversidade impressionante. Porém,
todos, em sua simplicidade, têm o propósito de unir em liberdade.
3. Entregue um cartão para cada estudante e peça que escrevam uma
palavra que represente o seu propósito para trabalhar cooperativamente
com seus colegas em prol de objetivos em comum. Dê um tempo para que
escrevam. Se possível, coloque uma música suave enquanto eles escrevem.
Depois, entregue um bombom para cada um deles e oriente-os a fixar o
bombom no cartão com o clipe.
5. Finalize, dizendo que os propósitos escritos somam-se aos dos colegas
para que cada vez mais cada um deles conviva com o outro respeitando
suas diferenças e reconhecendo suas semelhanças.

57
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

6. Para firmar esse propósito, oriente cada estudante a presentear um


Com esta dos colegas participantes do curso com o cartão e o bombom em sinal
atividade, de reconhecimento das possibilidades de um trabalho cooperativo com
você encerra
a segunda essa pessoa. Assegure que todos entreguem seus cartões com bombons e
oficina e o também recebam dos colegas. Diga que não vale ficar com o seu.
curso. Agradeça
a presença
de todos. Reforce o Colecionando
quanto é relevante
a compreensão da
importância de aprender
a conviver e respeitar Propiciar um ambiente mobilizador para o encerramento do
as diferenças para a curso, com ênfase nos principais tópicos abordados.
realização de um trabalho
cooperativo que respeita
as potencialidades e os
limites de cada pessoa.

Fichas colecionáveis

5 minutos

Distribua as fichas, enfatizando sua importância e incentivando os


estudantes a se tornarem agentes multiplicadores dos conhecimentos
construídos no percurso das duas oficinas.

58
Parabéns! Você acaba de finalizar a segunda oficina. Nela, você viu
conteúdos importantes e descobriu que:

• Todas as pessoas são diferentes, mas iguais em direitos e


dignidade.

• As diferenças, quando consideradas, permitem identificar as


possibilidades e os limites de cada pessoa.

• Tratar de forma igual é um desrespeito quando as diferenças


não são consideradas.

• Para garantir a igualdade de tratamento, é preciso tratar de


maneira diferente os desiguais!

• O trabalho cooperativo implica a igualdade de direito e o


respeito às diferenças.

• As diferenças podem ser um valor agregado, principalmente


quando as pessoas estão empenhadas na realização de um
trabalho em prol de um objetivo em comum.

• Quando uma equipe de trabalho se reúne para resolver


determinado problema, a riqueza de conhecimento e
experiências de cada um poderá produzir soluções muito
melhores do que se essas pessoas estivessem trabalhando
isoladamente.

• O trabalho cooperativo:
- Fortalece o respeito mútuo entre as pessoas.
- Estimula a criatividade, a cooperação e a produtividade.
- Favorece a elaboração de novos projetos e soluções.
- Melhora a convivência e fomenta a sinergia no processo
criativo.

59
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

5.2 Oficina 2

Check list

CARGA
MOMENTOS RECURSOS DIDÁTICOS MATERIAIS DE APOIO
HORÁRIA

Dinâmica “Eu Gosto de


Caderno do Instrutor. 30min.
Você”
Acolhendo /
Alinhando

Construindo Conceitos: Caderno do Instrutor;


O Trabalho Cooperativo apresentação em 40min.
Exposição dialogada PowerPoint.
Construindo
Conhecimentos
Caderno do Instrutor;
Organizando!
apresentação em 10min.
Diálogo
PowerPoint.

Caderno do Instrutor;
Registrando!
Sistematizando Jogo Virtual Somos Todos 25min.
Jogo
Conhecimentos Diferentes.

Caderno do Instrutor;
clipes coloridos de
tamanho médio,
Avaliando! 1 pedaço de papel cartão
Dinâmica: branco-fosco cortado 15min.
“Unir em Liberdade” em retângulos (tamanho
Avaliando o cartão de visita) para
Conhecimento cada estudante, bombons
sortidos.
Colecionando! Fichas do Estudante. 5min.

É fundamental que saibamos nos relacionar


também com os que são diferentes de nós,
pois é com eles que poderemos aprender
muito mais sobre nós mesmos.

(COSTA, 1999, p. 46)

60
6. Referências

BARROS, Monize Ferreira; BÚRIGO, Silvana. Oficinas pedagógicas no


exercício da criatividade e educação permanente na velhice. Estudos
interdisciplinares sobre o envelhecimento, vol.7, Porto Alegre, UFRGS,
2005. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/RevEnvelhecer/
article/view/4761>. Acesso em: 4 set. 2010.
BRASIL, João Pompeu de Souza. Fundamentos Antropológicos da
Comunicação. In: SÁ, Adísia (Coord.). Fundamentos científicos da
comunicação. Petrópolis: Vozes, 1973.
BROTTO, Fábio Otuzzi. Jogos cooperativos: se o importante é competir, o
fundamental é cooperar. Santos: Re-Novada; Projeto Cooperação, 1997.
BULGARELLI, Reinaldo. Diversos somos todos: valorização, promoção e
gestão da diversidade nas organizações. São Paulo: Editora de Cultura,
2008.
CORTELLA, Mario Sergio. Qual é a tua obra?: inquietações sobre gestão,
liderança e ética. 7.ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
COSTA, Antonio Carlos Gomes. Encontros e travessias. São Paulo: Instituto
Ayrton Senna, 1999.
COSTA, Antonio Carlos Gomes et al. Educação e vida: um guia para o
adolescente. 2.ed. Belo Horizonte: Modus Faciendi, 2001.
CRUZ, Carlos. Diversidade, a essência das equipes rumo ao topo. Portal
Administradores. 2009. Disponível em: <http://www.administradores.
com.br/informe-se informativo/diversidade-a-essencia-das-equipes-rumo-
ao-topo/19855>. Acesso em: 18 out. 2010.
INSTITUTO ETHOS. Como as empresas podem (e devem) valorizar a
diversidade. São Paulo: Ethos, 2000.
MARCOS. Trabalhando com as diferenças individuais no desenvolvimento
de equipes. O gestor casual. 2007. Disponível em: <http://ogestorcasual.
wordpress.com/2007/08/22/trabalhando-com-as-diferencas-individuais-
no-desenvolvimento-de-equipes>. Acesso em: 18 out. 2010.
MUSSAK, Eugenio. Um por todos, todos por um. Vida Simples, n.37, fev.
2006. Disponível em: <http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/037/
atitude/conteudo_237479.shtml?pagina=0>. Acesso: 06 out. 2010.
OFICINAS pedagógicas. Instituto Cuiabano de Educação. Disponível em:
<http://www.ice.edu.br/TNX/index.php?sid=164>. Acesso em: 15 set.
2010.
QUEIROZ, Eugênio Sales. A era da cooperação. Psicologia. 2004. Disponível
em: <http://www.psicologia.com.pt/profissional/emprego/ver_artigo.
php?id=69&grupo=1>. Acesso em: 18 out. 2010.
REIS, Ana Maria Vegas. Desenvolvimento de equipes. Rio de Janeiro:
FGV, 2005.
RIBEIRO, Paulo César T. Trabalho em equipe: cooperação ou saudável
competição interna. RH Portal. Disponível em: <http://www.rhportal.com.
br/artigos/wmview.php?idc_cad=urkeaxcpt>. Acesso em: 18 out. 2010.

61
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

SERRÃO, Margarida; BALEEIRO, Maria Clarice. Aprendendo a ser e a


conviver. 2.ed. São Paulo: FTD, 1999.
SESI/DN. Manual operacional de educação continuada. Brasília: SESI/
DN, 2010.
SESI/SC. Trabalho e cidadania: consumo sustentável. Florianópolis: SESI/
SC, 2008.
______. Educação continuada: manual de orientações técnicas e
Administrativas. (Caderno Produto). Florianópolis: SESI/SC, 2010.
TSE, Lao. Tao Te King. 5.ed. São Paulo: Alvorada, 1985.

Os testemunhais constantes neste curso simbolizam a visão de trabalhadores e instrutores de diferentes


segmentos ao redor do mundo. Eles foram adaptados à realidade brasileira e os nomes são fictícios.

62
7. Anexos

63
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Oficina 1

64
Oficina 1 – Momento 3 – Registrando! - Dinâmica “Igualdade de Oportunidades”

Cite, em cada tipo de diferença apresentada a seguir, situações de desvantagens ou fragilidade que podem
diminuir as oportunidades das pessoas no mercado de trabalho.

• Posição social (ser rico ou ser pobre)


___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________

• Origem racial e étnica (ser branco, negro, indígena, asiático, etc.)


___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________

• Gênero (ser homem ou mulher)


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• Orientação sexual (ser heterossexual, bissexual ou homossexual)


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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

• Condição de saúde
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• Deficiência
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• Faixa etária
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• Religião
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Oficina 1 – Apresentação em PowerPoint

Durante a abertura do curso e desta oficina, aproveite


este slide para se apresentar.
Diga seu nome. Resuma sua experiência.
Dê as boas-vindas a todos.

Neste curso, os estudantes terão a oportunidade de


refletir sobre a necessidade de conviver e respeitar as
diferenças, compreendendo que todas as pessoas são
diferentes e que a diferença não é privilégio de uma
minoria. Essa constatação ampliará o olhar para o tema
e possibilitará ao estudante pensar nos benefícios,
para o trabalho, da reunião de pessoas com diferentes
características.

Aproveite para detalhar a metodologia que será


utilizada.
• Tempo de duração: 2 horas em cada oficina.
• Recursos: enfatize que serão feitos exercícios
práticos (dinâmicas), tudo para alinhar teoria e
prática.
Explique o que é uma oficina: o conceito de
participação, de aprender fazendo.
Faça o nexo com a próxima atividade, que é colocar em
prática o que será abordado.
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

A orientação para o desenvolvimento da dinâmica


“Somos Iguais e Diferentes” está no Caderno do
Instrutor. Leia-a atentamente e esteja preparado para
coordená-la.
O objetivo da dinâmica é oportunizar aos estudantes
reconhecer as características que os diferenciam e que
podem aproximá-los ou afastá-los uns dos outros.

Explicite os objetivos que devem ser alcançados ao final


do encontro.
Explique que muitos dos termos podem parecer
estranhos, mas que os estudantes verão tudo no
decorrer da oficina.
Lembre-se de estudar todos os conteúdos e conceitos
apresentados aqui antes de iniciar a oficina.

Na dinâmica do Momento 1, os estudantes tiveram a


primeira oportunidade de refletir sobre as diferenças
que existem entre as pessoas e sobre a necessidade de
reconhecê-las para aprender a respeitá-las. A partir
de agora, eles terão a oportunidade de compreender
que o normal é ser diferente. É a singularidade de
cada um que faz da convivência uma oportunidade de
crescimento contínuo.

Questione os estudantes, estimule-os a dar sua opinião


e pensar sobre outra perspectiva. Promova um clima
descontraído para que os estudantes expressem sua
opinião.

68
Converse com os estudantes sobre a imposição de um
padrão único de pessoa, de beleza, de jeito de se
vestir, do que se alimentar, de como se divertir, etc.
Será que esse tipo de imposição leva as pessoas a se
diferenciarem umas das outras ou as induz a ficarem
parecidas umas com as outras?

Esclareça o que é ser singular (único e irrepetível). Para


que compreendam a profundidade desta afirmação,
solicite aos estudantes que pensem em todas as pessoas
que já viram na vida, assim eles terão uma noção
dessas inúmeras possibilidades. Os próprios cartazes
confeccionados por eles indicam isso. Aproveite que os
cartazes estarão fixados na parede e explore as diversas
imagens escolhidas por eles.

Explore a questão da influência do meio social na


singularidade de cada pessoa, a origem étnica, a
formação profissional e tantas outras variáveis que
interferem e contribuem para tornar a pessoa o que
ela é.
Observe que, a cada slide, os estudantes têm a
oportunidade de se incluir no curso. Eles não vieram
para compreender as diferenças de um determinado
grupo, mas para se reconhecer como parte de um
mundo onde eles também são diferentes. Normal é ser
diferente. Logo, é preciso aprender a conviver com
todas as pessoas.

Solicite que os estudantes pensem em alguém muito


diferente deles. Em seguida, solicite que eles pensem
nessa mesma pessoa como alguém único e especial.
Aproveite este momento para estimular os estudantes
a conversarem em duplas sobre possíveis respostas a
esse exercício. Depois, estimule-os a compartilhar o que
conversaram. Lembre-os de não citar nomes, apenas
situações para exemplificar.
As orientações para esse exercício estão no Caderno do
Instrutor.

69
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Faz-se necessário, então, considerar todas as pessoas


como diferentes umas das outras, embora sejam iguais
em direitos e dignidade. Explore com os estudantes
quais são os direitos que garantem uma vida digna às
pessoas (saúde, educação, moradia, saneamento básico,
alimentação, etc.). É preciso diminuir as desigualdades,
não acabar com as diferenças.

Aceitar o princípio de que todas as pessoas são


diferentes, mas iguais em direitos e dignidade, pode
contribuir para diminuir as chances de as diferenças
transformarem-se em desigualdades.

Reconhecer as diferenças é reparar nelas para


identificar as possibilidades e os limites ao se propor
uma atividade, oferecer uma oportunidade, planejar
uma ação. Faça uma relação com o comentário
realizado depois da dinâmica do Momento 1: não se
deve fingir que não se vê uma diferença que é visível:
isso é falta de educação.

Embora haja diferenças que não promovem


desigualdades, há várias que sim. Nos próximos
slides, você conversará sobre cada uma delas com os
estudantes, porém, antes disso, pergunte se eles sabem
quais são essas diferenças.

70
No Caderno do Instrutor você encontra uma breve
descrição de cada uma dessas diferenças. Estude-as
previamente para mediar a conversa com os estudantes.
Converse com os estudantes sobre situações em que
eles percebem discriminação de gênero ou de raças
e etnias. Que atitudes precisam ser melhoradas para
diminuir essas discriminações?
Sobre a questão de gênero, pergunte para os estudantes
se, na empresa em que eles trabalham, existe equilíbrio
na proporção entre homens e mulheres. Se não há, por
quê? Devido ao trabalho ser para homem, por exemplo?
Trata-se, de fato, de trabalho somente para homem ou,
caso fosse incorporado algum novo método, a mulher
também poderia executá-lo?

Converse com os estudantes sobre situações em que


eles percebem discriminação de crenças e opiniões e de
faixa etária. Que atitudes precisam ser melhoradas para
diminuir essas discriminações?

Converse com os estudantes sobre situações em que


eles percebem discriminação no tratamento a pessoas
com deficiência e a pessoas que têm orientação sexual
diferente da sua. Que atitudes precisam ser melhoradas
para diminuir essas discriminações?
Para encerrar esse tópico, converse com os estudantes
sobre a importância do respeito à diferença no
ambiente de trabalho. Ao estimular a diversidade
e atuar contra a discriminação, a empresa estará
fortalecendo o respeito mútuo entre as pessoas, o
reconhecimento de suas particularidades e estimulando
a criatividade e a cooperação.

E o primeiro princípio para aprender a lidar com as


diferenças é reconhecer que as diferenças não podem
ser motivo para desigualdades ou discriminações.

71
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Estimule os estudantes a responder a seguinte


pergunta: seria adequado não realizar modificações na
infraestrutura física de acesso ao trabalho para uma
pessoa com deficiência física, que necessite de melhoria
na acessibilidade, em nome da bandeira de tratar todo
mundo igual?

Dar o mesmo tratamento a pessoas com diferentes


condições é desconsiderar os aspectos e as
características nelas presentes.

A igualdade de tratamento deve garantir a igualdade de


oportunidades.

A ideia de igualdade não desconsidera as diferenças,


mas leva ao reconhecimento de que é preciso garantir
que todas as pessoas possam desenvolver plenamente o
seu potencial, ter oportunidades para isso e condições
de realizar escolhas.

72
Solicite um breve resumo oral sobre as questões
abordadas até o momento. Alinhe o entendimento.
Ajuste possíveis divergências de compreensão.
Esclareça dúvidas que surgirem. No Caderno do
Instrutor, você tem uma breve síntese para relembrar
os principais conceitos trabalhados até o momento.
Esta é uma atividade rápida que prepara a turma para a
próxima atividade (Registrando!).

A orientação para o desenvolvimento da dinâmica


“Igualdade de Oportunidades” está no Caderno do
Instrutor. Leia-a atentamente e esteja preparado para
coordená-la.
Nesta atividade, os estudantes terão a oportunidade
de sistematizar o conhecimento sobre o direito à
diferença.

A orientação para o desenvolvimento da dinâmica


“Minha contribuição” está no Caderno do Instrutor.
Leia-a atentamente e esteja preparado para
coordená-la.

Finalize a oficina sintetizando os principais pontos


vistos.
Comunique que vai distribuir uma tarefa para cada
estudante.

73
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Após sintetizar os principais pontos vistos, distribua a


tarefa para cada um.

Entregue o envelope contendo o bilhete e o clipe


para cada estudante e siga as instruções que estão no
Caderno do Instrutor.

Agradeça e lembre a próxima data e o horário.

74
Oficina 2

75
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Oficina 2 – Apresentação em PowerPoint

Durante a abertura da segunda etapa do curso,


aproveite para criar um clima favorável aos trabalhos
que se seguirão. Crie um clima de expectativa,
comentando que serão realizadas muitas atividades
diferentes.

Dê as boas-vindas e solicite que os estudantes


expressem como se sentiram após a primeira oficina e
se começaram a perceber de outra forma as diferenças
entre as pessoas.
Eles provavelmente estarão curiosos sobre o
propósito dos clipes e ansiosos para apresentar o que
descobriram… Aproveite para dizer que logo haverá uma
oportunidade para conversarem sobre o assunto, mas
antes, é importante introduzir os novos temas desta
oficina.
Resgate os itens abordados na oficina anterior: as
principais diferenças existentes no ambiente de
trabalho, a importância de aprender a conviver e o
respeito às diferenças.

Explique que neste segundo encontro eles terão a


oportunidade de compreender as diferenças como
impulsionadoras do trabalho cooperativo; a contribuição
individual no trabalho em equipes diversificadas; e
a importância do respeito mútuo entre as pessoas, o
reconhecimento de suas particularidades e o estímulo à
sua criatividade.

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A orientação para o desenvolvimento da dinâmica “Eu
Gosto de Você” está no Caderno do Instrutor. Leia-a
atentamente e esteja preparado para coordená-la.
O objetivo da dinâmica é identificar a percepção
dos estudantes sobre a importância do respeito às
diferenças no trabalho cooperativo.

Explicite os objetivos que devem ser alcançados ao final


do encontro.
Esses objetivos somam-se àqueles que foram explorados
na primeira oficina para que cada um dos estudantes
reconheça a importância da diferença para o trabalho
cooperativo.
Lembre-se de estudar todos os conteúdos e conceitos
apresentados aqui antes de iniciar a oficina.

Porque o trabalho cooperativo implica a igualdade de


direito e o respeito às diferenças. Desenvolva esse
conceito com os estudantes para que eles possam
compreender o significado do trabalho cooperativo.

Isso acontece quando as diferenças são valorizadas,


ao invés de ignoradas; quando as pessoas não são
consideradas todas iguais; quando se reconhece em
cada pessoa a sua individualidade e o seu potencial para
trabalhar cooperativamente e contribuir para o êxito da
equipe.

77
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

O trabalho cooperativo em prol de objetivos em comum


promove o respeito às diferenças individuais e ao jeito
de ser de cada um em suas possibilidades e limites.

Pessoas diferentes trabalhando juntas para que se


chegue ao êxito em um trabalho é o que se espera em
um trabalho cooperativo.

Quando uma equipe de trabalho se reúne para resolver


determinado problema, a riqueza de conhecimento e
as experiências de cada um poderão produzir soluções
muito melhores do que se as pessoas estivessem
trabalhando isoladamente.

Para compreender como acontece a sinergia no trabalho


em equipe, é importante pensar que as pessoas juntas
podem encontrar uma solução que seja melhor do que a
de cada pessoa sozinha.

78
Não se trata, então, do seu jeito ou do jeito da outra
pessoa, e sim de um jeito melhor, superior.

À medida que esses conflitos são gerenciados, as


pessoas passam a se identificar como equipe.

Mas lidar com as pessoas nem sempre é fácil, pois cada


pessoa pensa de um modo diferente, muitas vezes não
compartilha ideias e não aceita as pessoas que pensam
diferente. Esse tipo de atitude pode colocar em risco
todo um trabalho que poderia ser de cooperação.

O desafio diário das pessoas é encontrar formas de


trabalhar em equipe cooperando uns com os outros,
mesmo com pensamentos diferentes dos seus.

79
Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Oriente os estudantes a conversarem, em duplas ou


trios, sobre que atitudes consideram importantes para
a realização de um trabalho cooperativo em que as
diferenças são respeitadas. Promova um bate-papo
com os estudantes para saber o que conversaram. Na
sequência, apresente as quatro atitudes recomendadas.

Converse com os estudantes sobre cada uma dessas


atitudes, solicite exemplos de situações em que
essas atitudes não ocorreram e prejudicaram o bom
andamento do trabalho. Lembre-os de falar sobre fatos,
e não sobre pessoas.

Converse com os estudantes sobre cada uma dessas


atitudes, solicite exemplos de situações em que
essas atitudes não ocorreram e prejudicaram o bom
andamento do trabalho. Lembre-os de falar sobre fatos,
e não sobre pessoas.

Pergunte para os estudantes se eles já têm uma


definição para a cooperação. Em seguida, avance para o
próximo slide.

80
O trabalho cooperativo fortalece o respeito mútuo entre
as pessoas; estimula a criatividade, a cooperação e a
produtividade; favorece a elaboração de novos projetos
e soluções; melhora a convivência e fomenta a sinergia
entre os empregados da empresa no processo criativo.

Porque é maior a amplitude de visão quando se juntam


pessoas com distintos pontos de vistas para a solução
de problemas. Converse com os estudantes sobre as
experiências deles em trabalhar em equipe com pessoas
com distintos pontos de vista. Isso contribuiu para o
trabalho. Se sim, por quê?

A cooperação deixa de acontecer quando falta respeito


mútuo entre os envolvidos ou quando um dos envolvidos
parte da ideia de que o seu ponto de vista é o único
possível.

Quando as pessoas procuram, verdadeiramente,


compreender a outra pessoa, abre-se a porta da
criatividade. Esse trabalho em equipe, na busca por
alternativas para a resolução de problemas e realização
de tarefas do dia a dia, propicia excelentes resultados.

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Aprendendo a Conviver e Respeitar as Diferenças

Solicite um breve resumo oral sobre as questões


abordadas até o momento. Alinhe o entendimento.
Ajuste possíveis divergências de compreensão.
Esclareça dúvidas que surgirem. No Caderno do
Instrutor, você tem uma breve síntese para relembrar
os principais conceitos trabalhados até o momento.
Esta é uma atividade rápida que prepara a turma para a
próxima atividade: Registrando!

A orientação para o desenvolvimento do Jogo Somos


Todos Diferentes está no Caderno do Instrutor. Leia-a
atentamente e esteja preparado para coordená-la.
Nesta atividade, os estudantes terão a oportunidade
de sistematizar o conhecimento sobre o trabalho
cooperativo.

Explique que a oficina está terminando e que é


importante saber como foi este segundo encontro. Para
isso, estimule o diálogo. Pergunte aos estudantes como
eles se sentem e incentive-os a fazer comentários.

A orientação para o desenvolvimento da dinâmica “Unir


em Liberdade” está no Caderno do Instrutor. Leia-a
atentamente e esteja preparado para coordená-la.
Finalize dizendo que os propósitos escritos nos
cartões somam-se aos dos colegas para que, cada vez
mais, cada um conviva com o outro respeitando suas
diferenças e reconhecendo suas semelhanças.

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Finalize a oficina sintetizando os principais pontos
vistos.

Sintetize os principais pontos vistos.

Após sintetizar os principais pontos vistos, distribua a


Ficha do Estudante.

Parabenize-os e agradeça a participação de todos.

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Coordenação Geral

Coordenadora de Educação do SESI/SC


Maria Tereza Paulo Hermes Cobra

Coordenadora do Centro de Tecnologia do Social do SESI/SC


Angélia Berndt

Equipe Técnica

Consultora do Centro de Tecnologia do Social do SESI/SC


Marta Maria Guerra Koch

Consultoras de Educação Continuada do SESI/SC


Itamara das Graças Hack
Laci Maria Sirtoli

Equipe de Produção

Complex Informática

Coordenação: Silvio Kotujansky e Hugo Rosenthal

Coordenação de conteúdo: Ethel Scliar Cabral

Revisão: Abel da Silveira Viana e Helena Alves Gouveia

Designer gráfico: João Henrique Moço

Programação gráfica digital: Pedro Costa

Apoio pedagógico e de produção: Juliano de Souza

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