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14/12/2022 14:00 Guia Estudo - Conteúdos Escolares - Esaú e Jacó

Esaú e Jacó
Livro retrata a vida e as brigas dos irmãos Pedro e Paulo
Postado por o_autor2019 em 26/07/2019 e atualizado pela última vez em 28/09/2020

Esaú e Jacó é o penúltimo livro do escritor Machado de Assis. Ele foi publicado em 1904, quatro anos antes da
morte do autor, e conta a história de dois irmãos gêmeos que brigavam desde o ventre da  mãe. 

O romance se passa em um período de transformação na política do Brasil, a


transição do império para república. O cenário político do país é, mais tarde, um dos motivos das
brigas dos irmãos.

Chamados Pedro e Paulo, os gêmeos discordam em tudo. Já adultos seguem profissões diferentes e apoiam
sistemas políticos diferentes. Para completar, ambos se apaixonam pela mesma mulher, Flora, o que acentua a
disputa dos dois irmãos.

Apesar do romance contar a história dos gêmeos, suas brigas e o amor pela mesma
mulher, Machado de Assis também traz destaque para a situação política daquela
época. Ao ler Esaú e Jacó, o leitor deve ter atenção para a jovem Flora, que pode ser entendida como o próprio
Brasil, dividido entre o império e a monarquia.

Esaú e Jacó na Bíblia


O título do livro de Machado de Assis é extraído da história bíblica dos irmãos
gêmeos Esaú e Jacó. Narrada em Gênesis, primeiro livro da Bíblia,  fala dos irmãos gêmeos, filhos de
Isaque e Rebeca.

Pela tradição da época, o primeiro filho é quem teria direitos sobre os bens da família. Nesse caso, Esaú seria,
por lei, o escolhido. Porém, Jacó era o filho favorito de Rebeca, o que a levou a tramar para que esse fosse
beneficiado no lugar do outro filho.

Em”Esaú e Jacó” os gêmeos são chamados de Pedro e Paulo. Idênticos fisicamente, os dois brigam desde que
estavam na barriga da mãe. No livro, além do romance sobre a vida dos personagens, o autor trata da política,
inclusive é possível ver trechos que falam da abolição da escravatura no Brasil e outros assuntos da época.

Principais personagens
Pedro – Um dos filhos gêmeos de Natividade. O jovem cursa medicina e é monarquista. Mais tarde, torna-se
um deputado republicano conservador.

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Paulo – O outro filho gêmeo de Natividade. É republicado e cursa direito. Ele se torna um deputado reformista.

Flora – A jovem por quem os dois irmãos se apaixonam é descrita como firme e ingênua. Ela também se
apaixona pelos irmãos, mas não consegue decidir por um dos dois.

Natividade – A mãe dos gêmeos Pedro e Paulo é uma mulher forte e apaixonada por seus filhos. Na história, ela
tenta por várias vezes estabelecer a paz entre eles.

Santos – Marido de Natividade e o pai de Pedro e de Paulo. Tem origem humilde, tendo ficado rico mais tarde.
Torna-se banqueiro e converte-se ao espiritismo.

Conselheiro Aires – O narrador do livro é também um personagem. Amigo dos gêmeos, ele é descrito como
um diplomata experiente, discreto, refinado e viajado. Ajuda Natividade na busca pela paz entre os gêmeos e
Flora a lidar com a sua dúvida e sofrimento.

D. Cláudia – Mãe de Flora, é descrita como uma mulher fútil e superficial. É a maior interessada na
participação do marido na política, tendo seus motivos pessoais.

Batista – Pai de Flora, é um homem oportunista e sem opinião firme. Sendo facilmente influenciável, é
conservador de início, mas torna-se liberal.

Machado, Esaú e Jacó

Capa do livro Esaú e Jacó, de Machado de Assis (Foto:


Wikipédia)

O livro “Esaú e Jacó” é narrado em terceira pessoa por Conselheiro Aires, que, mais tarde, aparece como um
personagem da história. No início conhecemos Natividade, uma mulher que está grávida de
filhos gêmeos. Aires, inclusive, era apaixonado por ela, mas seu amor nunca foi correspondido.

Natividade, muito feliz com a gravidez, ficou curiosa e queria conhecer o futuro dos seus filhos. Sua irmã, uma
mulher chamada Perpétua, conhecia uma cabocla que morava no Morro do Castelo, no Rio de Janeiro.
Atualmente, o morro já não existe mais.

As duas mulheres então resolveram ir visitar a cabocla para tirar as dúvidas de Natividade. Chegando ao local, a
grávida recebeu duas notícias. Uma a deixou muito feliz, a outra, porém, bastante preocupada.

A cabocla contou a Natividade que seus filhos seriam grandes homens, entretanto,
brigavam muito dentro da barriga. Essas informações deixam a mulher muito inquieta e, ao chegar
em casa, ela resolve relatar as revelações ao seu marido.

Agostinho José dos Santos, ou apenas Santos, o pai dos gêmeos, era um homem que teve a origem humilde,
mas que tinha visão. Se mudou para o Rio de Janeiro, onde fez dinheiro e ficou rico. Vale ressaltar que
Natividade também teve origem humilde, mas é descrita como uma mulher muito bonita.

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Santos resolve então procurar o mestre espírita Plácido, seu amigo, para fazer perguntas sobre as previsões da
cabocla. Ambas previsões da mulher são confirmadas por ele.

A irmã de Natividade, Perpétua, é a responsável por escolher os nomes dos gêmeos. Ela os chama de Pedro e
Paulo. Os meninos nasceram idênticos em suas fisionomias, porém, extremamente
diferentes em gostos, temperamentos e jeitos.

A obra Esaú e Jacó descreve Pedro como um jovem conservador e bastante dissimulado, enquanto Paulo é 
impulsivo. Essas características fazem com que, dede muito pequenos, os dois irmãos vivam brigando e
discordando em tudo.

Os irmãos crescem e as brigas não passam. Ao se tornarem adultos, a política se torna um das principais
motivações das brigas entre os dois. Enquanto Pedro é monarquista, Paulo é republicado. Vale
lembrar que a história se passa justamente na época em que o Brasil fazia a transição de império para república.

A mãe dos gêmeos faz inúmeras tentativas para que as brigas entre os gêmeos parem. Ela conta com a ajuda do
amigo, o Conselheiro Aires, que se torna amigo da família, inclusive dos gêmeos. Nem a ajuda de Aires
consegue apaziguar as desavenças. 

Mais tarde, Paulo decide estudar direito, enquanto Pedro resolve estudar medicina. Nessa época, os dois
acabam se apaixonando pela mesma moça, a jovem Flora, filha de D. Claudia com um
político oportunista chamado Batista.

A jovem Flora acaba se afeiçoando tanto por Pedro, como por Paulo, o que a deixa indecisa. O Conselheiro
Aires define Flora como “inexplicável”, pois a jovem era modesta, tímida e não gostava de festas.

A história tem um pequena reviravolta quando o pai de Flora, Batista, é nomeado presidente de uma província.
Ele precisa então se mudar e, junto com ele, a sua filha, o amor dos gêmeos Pedro e Paulo. A notícia deixa Flora
desesperada, uma vez que ela está apaixonada pelos dois irmãos.

Com a proclamação da república, Flora decide ficar na cidade e vai morar com
Rita, irmã de Conselheiro Aires. Com isso, Flora deseja ter mais tempo para se decidir entre os seus
dois amores, o que só faz com que as brigas entre os irmãos se intensifiquem.

A jovem acaba ficando doente e, com a saúde muito debilitava, manda chamar os dois irmãos. Em seu
leito, faz com que Pedro e Paulo prometam acabar com as brigas e se tornar
amigos. Logo após, acaba morrendo.

Pedro e Paulo conseguem manter a promessa por um tempo, mas a amizade dos gêmeos não dura muito. Logo,
acabam voltando os desentendimentos. 

Os gêmeos entram para a vida política. Os posicionamentos individuas os fazem ingressar em partidos
totalmente contrários. Com novos embates, a história termina com os irmãos ainda inimigos.

Faça o download de “Esaú e Jacó” de Machado de Assis no Domínio Público.

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