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n.28 O segundo capítulo trata de um sonho que, segundo o Papa, é fruto desse primeiro:
o sonho cultural. Aqui o objetivo é “promover a Amazônia”, tirando dela aquilo que ela
própria tem de melhor, sem “colonizá-la culturalmente”. Assim será possível, segundo
Francisco, “cultivar sem desenraizar, fazer crescer sem enfraquecer a identidade,
promover sem invadir. Assim como há potencialidades na natureza que se poderiam
perder para sempre, o mesmo pode acontecer com culturas portadoras duma mensagem
ainda não escutada e que estão ameaçadas hoje mais do que nunca”
O poliedro amazónico
33 O Santo Padre exorta-se ainda aos mais jovens “beberem das fontes”, valorizarem a
tradição de seus antepassados, afim de “evitar esta dinâmica de empobrecimento
humano, é preciso amar as raízes e cuidar delas, porque são «um ponto de enraizamento
que nos permite crescer e responder aos novos desafios». [37] convido os jovens da
Amazônia, especialmente os indígenas, a «assumir as raízes, pois das raízes provém a
força que [os] fará crescer, florescer e frutificar»”. É importante «deixar que os idosos
contem longas histórias» e que os jovens se detenham a beber desta fonte. (cf n 40).
Encontro intercultural
Povos que desenvolveram tesouros culturais ligados à natureza e têm um forte senso
de comunidade percebem facilmente nossas sombras que não reconhecemos em nosso
chamado progresso. Portanto, é bom coletarmos suas experiências vividas. O Papa
observou que em qualquer projeto na região amazônica é essencial a perspectiva de
respeitar os direitos dos povos e culturas, demonstrando assim a compreensão de que
para o desenvolvimento dos grupos sociais é constante a necessidade de atores sociais
locais cujos protagonistas vêm de sua própria cultura. Desde as nossas raízes,
sentamo-nos à mesa comum, lugar de diálogo e de esperança partilhada. Assim a
diferença (que pode ser uma bandeira ou uma borda) torna-se uma ponte. Na
Amazônia, mesmo entre diferentes povos indígenas, é possível desenvolver “relações
interculturais onde a diversidade não significa ameaça”.
É que neste capítulo, Papa Francisco chama atenção para a fragmentação das famílias,
para o esvaziamento da juventude e pede que os jovens busquem nos mais velhos as
suas raízes. É exatamente o que o papa já havia escrito na Christus Vivit.