Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Projeto Diretrizes, iniciativa da Associação Médica Brasileira, tem por objetivo conciliar informações
da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico.
As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico,
responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira
Objetivo:
Orientar otorrinolaringologistas e clínicos em atenção primária no tratamento da rinos-
sinusite bacteriana aguda, identificando os benefícios de cada arsenal terapêutico
disponível.
Conflito de Interesse
Os conflitos de interesse declarados pelos participantes da elaboração desta diretriz
estão detalhados na página 21.
Introdução
Cientes de que 95% das RSAB são precedidas por uma infecção
viral das vias aéreas superiores (IVAS), como gripe e resfriado, e
que 0,5% a 5% das IVAS evoluem para um quadro de RSAB,
podemos prever a alta incidência da mesma; especialmente quando
sabemos que adultos imunocompetentes podem apresentar 3 a 5
episódios de IVAS em um ano, e crianças imunocompetentes 6
a 10 episódios de IVAS em um ano. Nos EUA, as rinossinusites
representam 9% de todas as prescrições de antibióticos em crianças
e 21% de todas as prescrições de antibióticos em adultos.
autores, no entanto, que consideram que não há não apresenta efeitos adversos importantes8(D).
benefício na lavagem nasal com soro fisiológico
0,9% em crianças7(B). 2. A solução hipertônica nasal é efetiva
no tratamento da RSAB?
A solução de NaCl 0,9% isotônica admi-
nistrada por meio de uma seringa (4 ml/narina) Acredita-se que a solução isotônica melhore
,duas vezes ao dia, no adulto com rinossinu- o transporte mucociliar, principalmente pela
site aguda, acarretou aumento do batimento limpeza mecânica, enquanto que a solução
mucociliar, além de melhorar os sintomas de hipertônica exerce o seu efeito ao diminuir o
obstrução e congestão nasal, o que poderia ser edema e melhorar o transporte mucociliar, por
um benefício para o paciente3(B). Como existem meio da estimulação do batimento ciliar, da
poucos dados de ensaios clínicos controlados fluidificação do muco e da supressão da infla-
em adultos, o real benefício dessa prescrição mação. Entretanto, não há padronização ou
baseia-se mais na decisão pessoal do médico6(D), protocolos para a irrigação nasal3(B) e nem o
e pelo fato de não apresentar efeitos adversos quanto que a diferença da concentração do sódio
importantes8(D). pode modificar esses resultados5(A).
Não se sabe ao certo o mecanismo pelo O uso diário, durante 6 meses, de irriga-
qual a lavagem nasal possa trazer benefícios ao ção nasal com solução salina hipertônica em
paciente com RSAB. Acredita-se que a mesma pacientes com rinossinusites frequentes não
não atue na melhora da rinossinusite aguda melhora significativamente a qualidade de vida,
especificamene, mas sim nos sintomas nasais mas permite aumentar em 10% o índice de
associados à afecção, promovendo a limpeza me- deficiência decorrente da rinossinusite (Rhino-
cânica do muco, reduzindo o edema da mucosa, sinusitis Disability Index - RSDI), beneficiando
melhorando a função mucociliar e reduzindo os uma pessoa a cada duas tratadas (NNT=2)5(A).
mediadores inflamatórios4(A)3(B). Esses resultados podem não ser reprodutíveis em
pacientes com RSAB.
Recomendação
Recomenda-se a solução salina isotônica em O uso de solução nasal hipertônica em pa-
crianças com RSAB para lavagem nasal com cientes com resfriado comum ou rinossinusite
seringa de 15-20 ml, 1 a 3 vezes ao dia, pois leva aguda (não devidamente diferenciada se viral
a melhora significativa na qualidade de vida, nos ou bacteriana) não apresenta efeito mensurável
sintomas de rinorreia diária, congestão nasal no- na duração ou gravidade dos sintomas nasais.
turna, tosse, coceira na garganta e na qualidade Menos da metade dos pacientes usaria a so-
do sono4(A). O uso de solução salina isotônica lução novamente e um terço relatou irritação
em adultos para lavagem nasal com seringa de nasal9(A).
4 ml em cada narina, 2 vezes ao dia, aumenta o
batimento mucociliar, melhorando os sintomas Para estudos dos efeitos da irrigação nasal
de obstrução e congestão nasal3(B). Deve-se com soluções isotônicas e hipertônicas no trans-
lembrar que o uso de solução salina isotônica porte mucociliar, em casos de rinite alérgica,
a febre; p=0,5613(A). Alguns efeitos colaterais ramente essa relação; estima-se que 25% dos
citados com o uso do spray tópico nasal foram pacientes com rinossinusite aguda apresentem
ardor e crises esternutatórias, aliviadas com re- rinite alérgica16(B).
dução do número de jatos administrados a cada
vez, e reintrodução gradual da dose padrão14(C). Essa correlação pode ser explicada pelo ede-
Não foram relatados efeitos colaterais durante ma de mucosa nasal nos pacientes atópicos que
a administração oral2,11,12(A). leva a obstrução dos óstios de drenagem dos seios
paranasais, redução da ventilação dos mesmos,
Recomendação levando à retenção de muco e propiciando a
O uso oral de bromexina 16 mg 3x/dia em infecção sinusal17(D).
associação com a amoxicilina 50 mg/kg/dia, em
crianças com rinossinusite aguda, mostra redu- Nessa linha de raciocínio, os anti-histamíni-
ção dos sinais e sintomas da doença mais rapi- cos poderiam ser uma alternativa no tratamento
damente que o grupo controle9(A). Assim como da RSAB. Sabe-se do papel determinante dos
o uso da mesma (bromexina oral 8 mg/dia) por antibióticos e do efeito adicional propiciado
5 dias associada à oxitetraciclina (250 mg 4x/ pelos corticosteroides. Entretanto, a função dos
dia) em adultos com rinossinusite aguda11(A). anti-histamínicos ainda é incerta. Em pacientes
A apresentação tópica nasal da acetilcisteína sem rinossinusite e não alérgicos tratados com
associada ao tianfenicol (250 mg) aplicados 2x/ loratadina há inibição dos efeitos da histamina
dia, por 5 dias, mostrou-se eficaz na melhora em fossas nasais e seios paranasais18(B). Na
dos sintomas de crianças com rinossinusite literatura atual existe apenas um estudo ade-
aguda13(A). Em contraposição, crianças com quado que avaliou a eficácia da loratadina como
rinossinusite aguda que utilizaram erdosteína tratamento adjunto da RSAB em pacientes
oral (5-8 mg/kg/dia) não tiveram melhora quan- adultos com rinite alérgica diagnosticada cli-
do comparadas ao grupo que utilizou placebo, nicamente e pelo PRICK TEST ou RAST.
após 14 dias12(A). Atenção deve ser tomada na Um grupo utilizou amoxicilina-clavulanato
indicação da medicação, uma vez que nenhum (14 dias) + prednisona (10 dias) + loratadina
estudo classificou a gravidade da rinossinusite (28 dias), enquanto o grupo controle utilizou
aguda em questão, o que nos leva a concluir amoxicilina-clavulanato (14 dias) + prednisona
que mais estudos devem ser realizados para (10 dias) + placebo (28 dias). Verificou-se que
elucidação de sua precisa indicação. a loratadina teve efeito aditivo no tratamento
da rinossinusite aguda em pacientes alérgicos
4. Os anti-histamínicos orais são efetivos quando comparada ao placebo (p=0,0125).
no tratamento da RSAB? Os pacientes apresentaram maior redução dos
sintomas associados à alergia, particularmente
A relação entre rinossinusite e alergia é espirros (p=0,003), após 14 dias de tratamento,
discutida há anos, com vários artigos de re- e obstrução nasal (p=0,002), após 28 dias de
visão sugerindo que a atopia predisponha a tratamento19(A). Todos os pacientes incluídos
rinossinusite15(D). No entanto, são escassos no estudo apresentavam rinite alérgica e, portan-
os estudos prospectivos que demonstrem cla- to, não podemos afirmar que o anti-histamínico
agiria de forma positiva em pacientes não alér- Crianças (1-18 anos) com RSAB diagnos-
gicos com RSAB. ticadas clínica e radiograficamente (radiografia
de seios paranasais) foram randomicamente
Os efeitos anticolinérgicos de alguns anti- separadas em um grupo que utilizou amoxicilina
histamínicos de primeira geração podem causar em 3 doses diárias (de acordo com a idade e peso)
espessamento das secreções e ressecamento da associada à combinação do anti-histamínico e
mucosa nasal, dificultando a drenagem dos descongestionante sistêmico e descongestio-
seios paranasais; esse efeito, no entanto, não nante tópico nasal (2 mg bromofeniramina +
é observado nos anti-histamínicos de segunda 12,5 mg fenilpropanolamina + oximetazolina
geração20(D); como exemplo, a loratadina, que spray 0,05% 2 gotas em cada narina 2x/dia,
é bloqueador dos receptores H1, tem efeitos por 3 dias) e comparadas a crianças que utiliza-
antialérgicos e não apresenta o efeito adverso ram amoxicilina em 3 doses diárias (de acordo
supracitado19(A). com a idade e o peso) associada a placebo. Em
ambos os grupos, os sintomas foram reduzidos
Recomendação nos primeiros 3 dias, não havendo diferença
O uso da loratadina como adjunto no tra- significativa entre os grupos na melhora clínica
tamento das RSAB pode ser recomendado em ou radiográfica23(A).
pacientes adultos alérgicos e quando os sintomas
relacionados à alergia forem importantes19(A). O uso de descongestionante oral (pseudo-
Em pacientes não alérgicos e portadores de efedrina 120 mg) não se mostrou efetivo em
RSAB, até o momento, não há estudos que descongestionar as conchas nasais inferiores,
demonstrem benefícios com o uso de anti- ao contrário do vasoconstritor tópico (xilome-
histamínicos para RSAB. Não há estudos com tazolina 0,1%), sendo que ambos ocasionam
uso de anti-histamínico com antibióticos para modificações evidenciadas pela ressonância
crianças com rinossinusite aguda. magnética apenas na mucosa nasal, sem efeito
na mucosa sinusal22(A)24(B).
do fluxo nasal inspiratório foi de 20 (IC 95% em crianças23(A) quanto em adultos24(B); não
11,4 – 31,0) com uso de xilometazolina 0,1% (1 há indicação de uso de descongestionantes
spray em cada narina) quando comparada a fluxo nasais (vasoconstritores tópicos) isoladamente
nasal inspiratório de 9,6 (IC 95% 3,2 – 15,8) no tratamento da RSAB 27(B). No caso de
para a mometasona (200 µg/dia)25(A). pacientes que apresentam RSAB como compli-
cação de rinite persistente, poderá haver alívio
Entretanto, a utilização da oximetazolina a da obstrução nasal21(A) e aumento do fluxo
longo prazo (28 dias) promove uma sensação de nasal inspiratório25(A). Mesmo nessa restrita
congestão nasal induzida por alterações da reati- população (RSAB como complicação de rinite
vidade nasal26(A)27(B). A vasoconstrição seguida persistente) deve-se pesar, na prescrição, as
de vasodilatação rebote e congestão nasal com complicações decorrentes de interação medica-
o uso prolongado dessa medicação são capazes mentosa com outras drogas, além de descon-
de promover mudanças histológicas na mucosa troles de hipertensão arterial, glaucoma, DM,
nasal, sugestivas do desencadeamento de rinite tireoidopatia, retenção urinária e hiperplasia
medicamentosa26(A). prostática benigna24(B).
200 µg divididos em duas doses foi superior ao Esses achados podem ser explicados pela ação
placebo (p<0,001) e à amoxicilina (p=0,012). do corticoide nos receptores de glicocorticoides,
Apesar de significantemente superior ao placebo, inibindo a transcrição de mediadores proinfla-
o furoato de mometasona spray nasal 200 µg matórios durante a resposta inflamatória37(D).
em dose única não foi superior à amoxicilina.
A superioridade em relação à amoxicilina Dessa forma, o uso do corticoide tópico nasal
e ao placebo também foi significantemente nos quadros rinossinusais pode ser justificado
observada em relação a 4 de 6 sintomas indi- a fim de aliviar os sintomas do paciente, sem
vidualmente: rinorreia (p≤0,001) congestão a necessidade da utilização indiscriminada do
nasal (p≤0,001), dor sinusal (p≤0,01), dor/ antibiótico, reduzindo o risco de aumento da
pressão facial (p≤0,05). O início da melhora resistência bacteriana. Sintomas que sugerem
dos sintomas ocorreu a partir do segundo dia manifestação intensa da doença, como dor facial
de tratamento35(A). importante ou temperatura corpórea maior que
37,8ºC, devem ser tratados com a associação de
Esse estudo foi realizado em pacientes a antibióticos36(A).
partir de 12 anos, com sintomas discretos a
moderados (VAS 0-3 e > 3-7, respectivamen-
Recomendação
te) de rinossinusite aguda não complicada; não
Pacientes com rinossinusite não complicada
podendo-se excluir a presença ou não de rinos-
e sintomas discretos ou moderados (VAS 0-3 ou
sinusite viral; uma vez que não foram realizados
3-7, respectivamente)35(A), sem febre ou dor in-
exames laboratoriais para sua comprovação
tensa facial36(A), beneficiam-se com a utilização
etiológica35(A).
de corticoides tópicos nasais como monoterapia
(furoato de mometasona spray nasal na dose de
Análise estatística comparando duas doses
400 µg divididos em duas doses por dia, por 15
diferentes de mometasona spray nasal (MFNS)
demonstrou que usar 200 µg 2x/dia é melhor dias) na abordagem da RSAB, pois alivia os sin-
que somente 1x/dia, com redução do risco ab- tomas de rinorreia (p≤0,001), congestão nasal
soluto de RRA=5,6% (IC 95% 0,9 – 10,3%), (p≤0,001), dor sinusal (p≤0,01), dor/pressão
beneficiando 1 em cada 18 pacientes tratados facial (p≤0,05), com redução significativa do
(NNT=18 com IC 95% 10-109). MFNS na risco absoluto de 5,6% e beneficiando 1 paciente
dose de 200 µg 2x/d é melhor que placebo, com a cada 18 tratados35(A). A utilização de corti-
redução do risco absoluto de RRA=6,0 (IC 95% coide tópico nasal em quadros de rinossinusite
1,3-10,7%), com benefício de 1 pessoa a cada não complicada evita a utilização indiscriminada
17 tratadas (NNT= 17 com IC 95% 9-76). de antibióticos, reduzindo o risco de resistência
Não foram encontradas diferenças significativas bacteriana36(A).
no uso de MFNS 200 µg/1x/d em relação ao
placebo, com NNT=250 (17 ao infinito). Tam- 9. Corticoides tópicos nasais são efetivos
bém não foi encontrada diferença significativa no no tratamento da rinossinusite aguda
uso de amoxacilina 500 mg 3x/dia em relação ao quando associados a antibióticos
placebo, com NNT=29 (12 ao infinito)35(A). orais ou tópicos?
O tratamento da RSAB foca dois principais com rinossinusite aguda associado ao spray nasal
objetivos: eliminar a infecção e reduzir a inflama- de budesonida (2 vezes ao dia), com melhora
ção. Sabe-se que as rinossinusites, normalmente, significativa da tosse e da rinorreia, quando
são precedidas pela inflamação da mucosa na- comparado ao uso isolado de amoxicilina/cla-
sossinusal, seja por infecção viral ou por reação vulanato (p<0,05)41(A).
alérgica, o que pode gerar obstrução ostial, retenção
de secreção e, consequentemente, infecção38(D). Maiores de 12 anos com rinossinusite aguda,
confirmada por tomografia computadorizada,
Os corticoides intranasais são drogas de foram tratados por 21 dias com amoxicilina/
primeira linha no tratamento da rinite alérgica, clavulanato (875 mg duas vezes ao dia) associa-
eficazes na redução da inflamação e do edema do ao spray nasal de furoato mometasona (400
mucoso. A ideia do uso de corticoides tópicos µg/dia divididos em 2 vezes ao dia) apresentou
nasais na rinossinusite aguda reside em suas redução no escore geral de sintomas e nos es-
propriedades anti-inflamatórias. Teoricamente, cores individuais para cefaleia, congestão e dor
ao se reduzir a resposta inflamatória, esses facial, quando comparado ao grupo que utilizou
agentes promovem drenagem e melhoram a o antibiótico associado ao placebo43(A).
aeração dos seios paranasais, o que acelera o
restabelecimento da função nasossinusal. Além Maiores de 12 anos com rinossinusite aguda,
do mais, como já mencionado, a rinite alérgica confirmada por tomografia computadorizada,
é um antecedente comum e fator de risco para foram tratados com amoxicilina/clavulanato asso-
o desenvolvimento da rinossinusite aguda38(D). ciado à mometasona spray nasal (200 µg/dia) ou à
mometasona spray nasal (400 µg/dia) ou a placebo.
Por essas razões e por serem drogas com re- Considerou-se como resultado favorável, a melhora
lativa segurança, alguns estudos têm enfatizado no escores do “total symptom score” (TSS), que
os benefícios do uso dos corticosteroides intra- consiste na soma dos escores de sintomas (rinor-
nasais como medida adjunta ao tratamento reia purulenta, congestão, gotejamento pós-nasal,
antimicrobiano nas rinossinusites agudas em cefaleia, dor facial e tosse). O TSS diminuiu em
adultos e crianças39(B)40-45(A). 50% após o tratamento com mometasona 200 µg,
comparando-se com 44% do placebo e 51% da
Pacientes com rinossinusite aguda ou mometasona 400 µg. Adicionalmente, os escores
crônica foram randomizados para receber amo- individuais dos sintomas também demonstraram
xicilina/clavulanato associado ao spray nasal de melhora significativa com o grupo que utilizou
flunisolida ou ao placebo, por 3 semanas, segui- spray nasal de mometasona44(A).
do pelo uso isolado de flunisolida ou placebo,
por mais 4 semanas. O tratamento adjunto com Em contraposição, adultos com rinossinu-
flunisolida demonstrou melhora significativa site aguda, utilizando a budesonida spray nasal
do edema e da obstrução nasal (p=0,04)39(B). (200 µg 1 vez ao dia, por 10 dias) como terapia
adjunta a amoxicilina/clavulanato (500 mg 3
O mesmo antibiótico (amoxicilina/clavula- vezes ao dia, por 7 dias), não apresentaram
nato) foi utilizado por 3 semanas em crianças melhora significativa para o tratamento da ri-
do pacientes com febre > 38oC e dor na face nos primeiros 10 dias, baseado na história clínica,
intensa, que atualmente acredita-se que sejam no exame físico e nos exames radiológicos, como
os principais pacientes com indicação para o uso demonstrado na Diretriz de RSAB: diagnóstico.
de antibióticos38(D). Os pacientes com menos de 10 dias de sintomas
leves que não se enquadram nos critérios mencio-
O antibiótico é efetivo para o tratamento nados no primeiro parágrafo, devem ser tratados
da RSAB em pacientes com piora após uma com medidas adjuvantes e sem antibiótico, pois
melhora inicial do quadro clínico, pacientes se espera que a RSAV seja resolvida em 10 dias.
com sintomas intensos (febre maior que Algumas vezes, a RSAB leve também pode ser
37,8OC e dor intensa em face) e pacientes resolvida espontaneamente nos primeiros 10
imunocomprometidos38(D). O uso de anti- dias55(B). Após os primeiros 10 dias de sintomas
biotico é uma estratégia custo-efetiva para o leves existem duas opções para tratamento: a ob-
tratamento da RSAB quando baseada nesses cri- servação e o tratamento com antibiótico empírico.
térios clínicos, nunca deve ser feito simplesmente A observação é considerada viável em recorrência
como tratamento sintomático, tendo-se seu uso da alta taxa de resolução espontânea em pacientes
indiscriminado50(A). Os resultados de uma meta- com rinossinusite aguda não complicada comuni-
análise sugerem história natural favorável e bene- tária, como evidenciado por ensaio clínico56(A).
fício moderado com uso de antibióticos para uma Cerca de 65% dos pacientes considerados como
RSAB não complicada, com a necessidade de portadores de RSAB apresentaram resolução clí-
tratar 7 a 15 pacientes para que um tenha benefí- nica espontânea54(A). Se não houver melhora após
cio. Quando o paciente segue um algoritmo mais 14 dias de tratamento com medidas adjuvantes
seletivo para tratamento com antibiótico, o bene- ou os sintomas estiverem se acentuando, deve-se
fício é maior, e são necessários tratar 3 pacientes considerar o início do antibiótico ou o encami-
para que 1 alcance o benefício esperado49,51(A). nhamento para um otorrinolaringologista. Os
Os antibióticos estavam associados à alta taxa pacientes com sintomas intensos (febre >37,8ºC,
de cura e melhora de sintomas comparados ao dor importante em face e imunodeprimidos)
placebo, mas a magnitude de efeito foi moderada devem iniciar antibiótico independente do tempo
(77% vs. 68%). Apesar dos 9% de diferença na da doença8(D).
taxa de cura encontrada, encontrou-se aumento
de 8% nos efeitos adversos52(A). Há trabalhos Considerando-se custo-efetividade, a amo-
com taxa de melhora de 90% e 80%, respecti- xicilina é o antibiótico de primeira escolha para
vamente, em duas semanas53(A). Uma limitação RSAB50,56(A), especialmente em pacientes com
importante dos ensaios clínicos realizados para baixa probabilidade de apresentar S. pneumoniae
análise da eficácia dos antibióticos é que o grande penicilino-resistente. A eritromicina tem eficá-
tamanho da amostra necessária diminui a rigidez cia comparável e é indicada para pacientes com
dos critérios de inclusão adotados para facilitar o alergia a β-lactâmicos36(A).
recrutamento de pacientes54(D).
A inclusão do antibiótico no tratamento
É difícil distinguir completamente um quadro da RSAB é indicada para eliminar a infecção e
de rinossinusite aguda viral (RSAV) de RSAB prevenir complicações. Os ensaios clínicos rea-
lizados para análise da eficácia dos antibióticos resolução espontânea, atividade microbiológica in
são planejados na sua maioria para demonstrar a vitro, farmacocinética e farmacodinâmica como
não inferioridade de uma droga perante a outra demonstrado no Quadro 164(D). No mesmo
e não a sua superioridade54(D). Os antibióticos local há descrições das doses de cada um dos
de largo espectro (que não as amoxicilina), como antibióticos. Atenção deve ser tomada em relação
claritromicina, amoxicilina com clavulanato, à associação trimetoprima/sulfametoxazol para
acetilcefuroxima, fluoroquinolonas, entre ou- o tratamento de rinossinusite aguda no Brasil;
uma vez que a resistência do S. pneumoniae a essa
tros, não são significativamente melhores que
associação é de aproximadamente 60-70%; não
os de curto espectro em pacientes com RSAB
sendo recomendada para a população brasileira.
não complicada57-62(A)63(D).
É importante considerarmos os patógenos
Assim, na tentativa de observar a eficácia mais comuns para não estarmos utilizando
dos mesmos para o tratamento das rinossinu- um antibiótico mais potente sem necessidade e
sites agudas bacterianas, foi criada uma tabela promovendo seleção bacteriana. A sua escolha é
baseada em um modelo matemático que leva em quase sempre empírica e baseada nos patógenos
consideração a distribuição do patógeno, taxa de mais prováveis em cada paciente e a sua respec-
Quadro 1
Eficácia clínica dos antibióticos na RSAB64(D). Adultos Crianças
Fluoroquinolonas: 90 – 92% 91 – 92%
Levofloxacino 500 mg/d VO 7 dias
Moxifloxacino 400 mg/d VO 7 dias
Ceftriaxone 1-2 g/d IV ou IM 5 dias
Amoxicilina/clavulanato 1,75 g/250 mg/d VO 7 – 10 dias
Amoxicilina/clavulanato 4 g/250 mg/d VO 7 – 10 dias
Amoxicilina 1,5 g/d VO 7 – 10 dias 83 – 88% 82 – 87%
Amoxicilina 4 g/d VO 7 – 10 dias
Proxetil cefpodoxima 400 mg/dia CO 7 – 10 dias
Acetilcefuroxima 500 mg/d VO – 10 dias
Cefexima
Cefdinir
Sulfametoxasol/Trimetoprima 1600/320 mg/d VO 7 – 10 dias
Doxiciclina 77 – 81% 78 – 80%
Clindamicina
Azitromicina/claritromicina/eritromicina
Telitromicina
Cefprozil (crianças)
Cefaclor 65 – 66% 67 - 68%
Loracarbef
Cura espontânea prevista 62% 63%
Quadro 2
Fatores que sugerem maior chance de falha terapêutica com o uso de amoxicilina e
que justificam o uso de antibióticos de maior espectro no tratamento da RSAB36(A).
Alta Suspeita de Resistência Bacteriana ao S. pneumoniae
pacientes < 2 anos
pacientes > 65 anos
doença grave
uso prévio de antibióticos nos últimos 3 meses
↑ gravidade do quadro clínico (que não permite falha terapêutica)
Pacientes não responsivos ao 1º antibiótico
Sinusite frontal e esfenoidal (> chance de complicação)
A cirurgia dos seios paranasais pode ser frontal com irrigação, resguardando a cirurgia
evitada nos casos de complicações orbitárias endoscópica funcional dos seios paranasais como
de RSAB, desde que respeitados os seguintes tratamento eletivo em caso de cronificação75(C).
critérios: Como a disseminação costuma ser hematogênica,
1. Ausência de alteração da acuidade visual, não é surpreendente que a abordagem dos seios
da pupila ou da retina; não produza melhora imediata da complicação
2. Ausência de oftalmoplegia em uma ou mais intracraniana. Nos casos de evidência de dissemi-
direções; nação direta, a cirurgia parece desempenhar um
3. Pressão intraocular de até 20 mmHg; papel melhor, principalmente se o defeito ósseo
4. Proptose de até 5 mm; estiver próximo do abscesso74(C). Mesmo assim,
5. Largura do abscesso de até 4 mm na tomo- alguns autores preconizam o tratamento cirúrgico
grafia computadorizada. nasossinusal de rotina em casos de complicação
intracraniana de RSAB76,77(C), provavelmente na
Porém, caso o paciente não preencha os cri- tentativa de excluir o foco primário de infecção.
térios acima, apresente piora clínica a qualquer
momento ou ausência de melhora clínica após 48
A rinossinusite fúngica invasiva aguda
horas de tratamento clínico adequado, a cirurgia
(RSFIA) é uma doença grave, rapidamente
dos seios paranasais deve ser realizada72(B). O
progressiva e acomete pacientes que apresentam
tratamento cirúrgico das complicações orbitárias
imunossupressão ou DM descontrolado. Os
de RSAB baseia-se na cirurgia funcional endos-
fungos que causam a RSFIA são saprófitas da
cópica nasossinusal nos seios acometidos71,73(C).
cavidade nasal e faringe, porém tornam-se pato-
Na presença de abscesso subperiosteal, a necessi-
gênicos devido à doença imunossupressora78(B).
dade de orbitotomia externa associada dependerá
da localização do abscesso (lateral, superior ou O prognóstico da doença depende do diagnóstico
inferior). Os abscessos subperiosteais mediais e do tratamento precoces, com debridamento ci-
podem ser drenados por via endonasal, durante rúrgico agressivo e terapia antifúngica sistêmica.
a etmoidectomia73(C). O debridamento cirúrgico promove:
1. Diminuição da progressão da doença, dan-
Nas complicações intracranianas de RSAB, do tempo à recuperação da medula óssea;
o papel da craniotomia está bem estabelecido, 2. Redução da carga fúngica que, por sua
porém o papel da cirurgia dos seios paranasais vez, reduz a carga sobre os neutrófilos em
não está bem claro ainda. A realização precoce recuperação;
da cirurgia endoscópica nasossinusal não pareceu 3. Prevenção do crescimento fúngico sobre o
alterar o curso da complicação intracraniana de tecido desvitalizado;
RSAB, resultando em necessidade de cranio- 4. Aumento da capacidade dos antifúngicos
tomia, mesmo em lesões pequenas74(C). Além em atingir áreas infectadas;
disso, a RSAB de base costuma ser resolvida 5. Facilidade na irrigação nasal e na monitori-
com o tratamento clínico, mas, nos casos de zação pós-operatória da doença recorrente;
complicação intracraniana, pode-se lançar mão 6. Fornecimento de espécimes para cultura e
de técnicas pouco invasivas, como trefinação exame histopatológico.
7. Adam P, Stiffman M, Blake RL Jr. A cli- 14. Szabadka H. Clinical obser vations
nical trial of hypertonic saline nasal spray with Paxirasol nasal spray. Ther Hung.
in subjects with the common cold or rhino- 1992;40:31-6.
sinusitis. Arch Fam Med 1998; 7:39-43.
15. Kaliner M. Treatment of sinusitis in the
8. Hauptman G, Ryan MW. The effect of next millennium. Allergy Asthma Proc
saline solutions on nasal patency and muco- 1998;19:181-4.
17. Lanza DC, Kennedy DW. Adult rhinosinu- 23. McCormick DP, John SD, Swischuk LE,
sitis defined. Otolaryngol Head Neck Surg Uchida T. A Double-blind, placebo-con-
1997;117(3 Pt 2):S1-7. trolled Trial of decongestant-antihistamine
for the treatment of sinusitis in children.
18. Baroody FM, Gungor A, deTineo M, Haney Clinical Pediatrics sept 1996;457-60.
L, Blair C, Naclerio RM. Comparison of the
response to histamine challenge of the nose 24. Caenen M, Hamels K, Deron P, Clement
and the maxillary sinus: effect of loratadine. P. Comparison of decongestive capacity of
J Appl Physiol 1999;87:1038-47. xylometazoline and pseudoephedrine with
rhinomanometry and MRI. Rhinology
19. Braun JJ, Alabert JP, Michel FB, Qui- 2005;43:205-9.
niou M, Rat C, Cougnard J, Czarlewski
W,Bousquet J. Adjunct effect of lorata- 25. Barnes ML, Biallosterski BT, Gray RD,
dine in the treatment of acute sinusitis Fardon TC, Lipworth BJ. Decongestant
in patients with allergic rhinitis. Allergy effects of nasal xylometazoline and mome-
1997;52:650-5. tasone furoate in persistent allergic rhinitis.
Rhinology 2005;43:291-5.
20. Bousquet J, Khaltaev N, Cruz AA, Denburg
J, Fokkens WJ,Togias A, et al. AllerGen. 26. Graf P, Hallén H. Effect on the nasal
Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma mucosa of long-term treatment with
(ARIA) 2008 update (in collaboration with oxymetazoline, benzalkonium chloride,
the World Health Organization, GA(2) and placebo nasal sprays. Laryngoscope
LEN and AllerGen). Allergy 2008;63 1996;106:605-9.
Suppl 86:8-160.
27. Graf P. Long-term use of oxy- and xylo-
21. Eccles R, Jawad MS, Jawad SS, Angello metazoline nasal sprays induces rebound
JT, Druce HM. Efficacy and safety of single swelling, tolerance, and nasal hyperreacti-
and multiple doses of pseudoephedrine in vity. Rhinology 1996;34:9-13.
the treatment of nasal congestion asso-
ciated with common cold. Am J Rhinol 28. Wiklund L, Stierna P, Berglund R, Wes-
2005;19:25-31. trin KM, Tönnesson M. The efficacy of
oxymetazoline administered with a nasal
22. Sperber SJ, Turner RB, Sorrentino JV, bellows container and combined with oral
O’Connor RR, Rogers J, Gwaltney JM phenoxymethyl-penicillin in the treatment
Jr.. Effectiveness of pseudoephedrine plus of acute maxillary sinusitis. Acta Otolaryn-
acetaminophen for treatment of symptoms gol Suppl 1994;515:57-64.
30. Milvio C. Nimesulide for the treatment 37. Bachert C, Hormann K, Mosges R, Rasp
of painful inflammatory process in the G, Riechelmann H, Muller R, et al. An
ear, nose and throat areas: a double-blind update on the diagnosis and treatment
controlled study with benzydamine. J Int of sinusitis and nasal polyposis. Allergy
Mes Res 1984;12:327-332. 2003;58:176-91.
43. Meltzer EO, Charous L, Busse WW, Zin- 50. Benninger MS, Sedory Holzer SE, Lau J.
reich J, Lorber RR, Danzig MR. Added Diagnosis and treatment of uncomplicated
Relief in the Treatment of Acute Recurrent acute bacterial rhinosinusitis: summary of
Sinusitis with Adjunctive Mometasone Fu- the Agency for Health Care Policy and Re-
roate Nasal Spray. J Allergy Clin Immunol search evidence-based report. Otolaryngol
2000;106:630-7. Head Neck Surg 2000;122:1-7.
44. Nayak AS, Settipane GA, Pedinoff A, 51. Young J, De Sutter A, Merenstein D, van
Charous L, Meltzer EO, Busse WW, et al. Essen GA, Kaiser L, Varonen H, et al.
Effective dose range of mometasone furoate Antibiotics for adults with clinically diag-
nasal spray in the treatment of acute rhi- nosed acute rhinosinusitis: a meta-analysis
nosinusitis. Ann Allergy Asthma Immunol of individual patient data. Lancet 2008;
2002;89:271-8. 371:908-14.
45. Dolor RJ , Witsell DL, Hellkamp AS, 52. Falagas ME, Giannopoulou KP, Vardakas
Williams Jr JW, Califf RM, Simel DL, KZ, et al. Comparison of antibiotics with
et al. Comparison of cefuroxime with placebo for treatment of acute sinusitis:
or without intranasal fluticasone for the a meta-analysis of randomised controlled
treatment of rhinosinusitis. The CA- trials. Lancet Infect Dis 2008;8:543.
FFS Trial: a randomized controlled trial
JAMA;2001:286:3097-105. 53. Ahovuo-Saloranta A, Borisenko OV,
Kovanen N, Varonen H, Rautakorpi UM,
46. Williamson IG, Rumsby K, Benge S, Moore Williams JW Jr, et al. Antibiotics for acute
M, Smith PW, Cross M, et al. Antibiotics maxillary sinusitis. Cochrane Database
and topical nasal steroid for treatment of Syst Rev 2008;CD000243 .
acute maxillary sinusitis: a randomized
controlled trial. JAMA 2007;298:2487-96. 54. Tan T, Little P, Stokes T; Guideline Deve-
lopment Group. Antibiotic prescribing for
47. Lund VJ. Therapeutic targets in rhinosinu- self limiting respiratory tract infections in
sitis: Infection or inflammation? Medscape primary care: summary of NICE guidance.
J Med 2008;10:105. BMJ 2008; 337:a437.
48. Whatley WS, Chandra RK, MacDonald CB. 55. Merenstein D, Whittaker C, Chadwell T,
Systemic absorption of gentamicin nasal Wegner B, D’Amico F. Are antibiotics
irrigations. Am J Rhinol 2006;20:251-4. beneficial for patients with sinusitis com-
plaints? A randomized double-blind clinical
49. Rosenfeld RM, Singer M, Jones S. Systema- trial. J Fam Pract 2005;54:144-51.
tic review of antimicrobial therapy in patients
with acute rhinosinusitis. Otolaryngol Head 56. Ip S, Fu L, Balk E, Chew P, Devine D,
Neck Surg 2007; 137: S32-45. Lau J. Update on acute bacterial rhinosi-
nusitis. Evid Rep Technol Assess (Summ) bacterial sinusitis. Sinusitis Infection
2005;124:1-3. Study Group. Ann Otol Rhinol Laryngol
1999;108:360-7.
57. Piccirillo JF, Mager DE, Frisse ME, Bro-
phy RH, Goggin A. Impact of first-line vs 63. Desrosiers M, Evans GA, Keith PK, Wright
second-line antibiotics for the treatment ED, Kaplan A, Bouchard J, et al. Canadian
of acute uncomplicated sinusitis. JAMA clinical practice guidelines for acute and
2001; 286:1849-56. chronic rhinosinusitis. Allergy, Asthma
Clin Immunol 2011,7:2.
58. de Bock GH, Dekker FW, Stolk J, Sprin-
ger MP, Kievit J, van Houwelingen JC.. 64. Anon JB, Jacobs MR, Poole MD, Ambrose
Antimicrobial treatment in acute maxillary PG, Benninger MS, Hadley JA, et al. An-
sinusitis: a meta-analysis. J Clin Epidemiol timicrobial treatment guidelines for acute
1997;50:881-90. bacterial rhinosinusitis Otolaryngol Head
Neck Surg. 2004;130(1 Suppl):1-45.
59. Karageorgopoulos DE, Giannopoulou KP,
Grammatikos AP, Dimopoulos G, Falagas 65. Poetker DM, Litvack JR, Mace JC, Smith
ME.. Fluoroquinolones compared with TL. Recurrent acute rhinosinusitis: presen-
beta-lactam antibiotics for the treatment tation and outcomes of sinus surgery. Am
of acute bacterial sinusitis: a meta-analysis J Rhinol 2008; 22: 329-33.
of randomized controlled trials. CMAJ
2008;178:845. 66. Rouby JJ, Laurent P, Gosnach M, Cambau
E, Lamas G, Zouaoui A, et al.. Risk fac-
60. Henry DC, Sydnor A Jr, Settipane GA, tors and clinical relevance of nosocomial
Allen J, Burroughs S, Cobb MM, et al. maxillary sinusitis in the critically ill. Am
Comparison of cefuroxime axetil and J Respir Crit Care Med 1994;150:776–83.
amoxicillin/clavulanate in the treatment
of acute bacterial sinusitis. Clin Ther 67. Jardim Vieira FM, Nunes da Silva R,
1999;21:1158-70. Stefanini R, Balsalobre-Filho LL, Paula
Santos R, Stamm A, et al. Safety of sphe-
61. Poole M, Anon J, Paglia M, Xiang J, noid aspiration for diagnosis and treatment
Khashab M, Kahn J. A trial of high-dose, of intensive care unit rhinosinusitis. Am J
short-course levofloxacin for the treatment Rhinol Allergy 2010;24: 389-91.
of acute bacterial sinusitis. Otolaryngol
Head Neck Surg 2006;134:10-7. 68. Wittkopf ML, Becker SS, Duncavage
JA, Russell PT. Balloon sinuplasty for the
62. Clifford K, Huck W, Shan M, Tosiello surgical management of immunocompro-
R, Echols RM, Heyd A. Double-blind mised and critically ill patients with acute
comparative trial of ciprofloxacin versus rhinosinusitis. Otolaryngol Head Neck
clarithromycin in the treatment of acute Surg 2009;140:596-8.
69. Pádua FG, Bezerra TF, Voegels RL, Bento sinus surgery in the acute setting. Am J
RF. The efficacy of functional endoscopic Otolaryngol 2010;31:25-8.
sinus surgery in the evolution of fever
of unknow origin in ICU patients. Acta 75. Lang EE, Curran AJ, Patil N, Walsh RM,
Otolaryngol 2011;131:166-72. Rawluk D, Walsh MA. Intracranial com-
plications of acute frontal sinusitis. Clin
70. Oxford LE, McClay J. Complications of Otolaryngol Allied Sci 2001;26:452-7.
acute sinusitis in children. Otolaryngol
Head Neck Surg 2005;133:32-7. 76. Jones RL, Violaris NS, Chavda SV, Pahor
AL. Intracranial complications of sinusitis:
71. Ali A, Kurien M, Mathews SS, Mathew J. the need for aggressive management. J
Complications of acute infective rhinosinu- Laryngol Otol 1995;109: 1061-2.
sitis: experience from a developing country.
Singapore Med J 2005; 46: 540-4. 77. Quraishi H, Zevallos JP. Subdural empye-
ma as a complication of sinusitis in the
72. Oxford LE, McClay J. Medical and surgical pediatric population. Int J Pediatr Otorhi-
management of subperiosteal orbital abscess nolaryngol 2006;70:1581-6.
secondary to acute sinusitis in children. Int J
Pediatr Otorhinolaryngol 2006;70:1853-61. 78. Kasapoglu F, Coskun H, Ozmen OA,
Akalin H, Ener B. Acute invasive fungal
73. Sultész M, Csákányi Z, Majoros T, Farkas rhinosinusitis: evaluation of 26 patients
Z, Katona G. Acute bacterial rhinosinusitis treated with endonasal or open surgical
and its complications in our pediatric oto- procedures. Otolaryngol Head Neck Surg
laryngological department between 1997 2010;143:614-20.
and 2006. Int J Pediatr Otorhinolaryngol
2009;73:1507-12. 79. Süslü AE, Oğretmenoğlu O, Süslü N,
Yücel OT, Onerci TM. Acute invasive
74. DelGaudio JM, Evans SH, Sobol SE, fungal rhinosinusitis: our experience with
Parikh SL. Intracranial complications of 19 patients. Eur Arch Otorhinolaryngol
sinusitis: what is the role of endoscopic 2009;266:77-82.