Educação Permanente

Educação Permanente em Saúde

Autora: Telma Terezinha Ribeiro da Silva
Como citar este documento: Silva, T. T. R. Educação Permanente em Saúde. Valinhos: Anhanguera
Educacional, 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: A Educação Permanente como Modelo de Inversão no Desenvolvimento das Equipes e
05
das Práticas em Saúde Pública
Assista a suas aulas 21
Unidade 2: Educação Permanente em Saúde 29
Unidade 3: Sujeitos do Processo de Educação Permanente 51
Unidade 4: Os Pólos de Educação Permanente em Saúde 73
Unidade 5: Organização e Processo de Trabalho dos Pólos de Educação Permanente em Saúde 94
2/194
Autora: Telma Terezinha Ribeiro da Silva
Como citar este documento: Silva, T. T. R. Educação Permanente em Saúde. Valinhos: Anhanguera
Educacional, 2015.
Sumário
Unidade 6: Diretrizes Doutrinárias da Educação Permanente em Saúde 119
Unidade 7: Financiamento da Educação Permanente em Saúde 141
Unidade 8: Processo Continuado em Educação Permanente em Saúde 167
3
3/194
Apresentação da Disciplina
O tema Educação Permanente em Saúde Muitos avanços ocorreram ao longo
é importante para o desenvolvimento dos da última década com a criação de
profissionais da área de saúde pública e diretrizes e políticas voltadas à educação
para a obtenção da excelência em serviços do trabalhador da saúde. Incorporando
de saúde. A educação permanente dos os conceitos de universalidade do SUS,
profissionais de saúde pública tem como projetos foram criados de maneira que
precedente a utilização da problemática os diferentes atores do sistema estejam
advinda das necessidades que surgem da envolvidos na busca do conhecimento,
prática profissional, na sua interlocução que se estrutura a partir dos problemas
com a comunidade. encontrados na prática profissional e
Educar de maneira permanente implica centrados na comunidade.
criar estratégias políticas e mecanismos Esta disciplina apresenta os principais
de motivação que suportem e possam conceitos envolvidos na educação
ser apropriados pelos sujeitos envolvidos continuada e permanente e como o
no processo. Isto é, que as ferramentas Ministério da Saúde vem desenvolvendo
educativas correspondam às reais metodologias e projetos voltados à
necessidades, levando em conta o meio qualificação profissional, capacitação e
em que vivenciam a prática profissional organização do processo de trabalho na
e, a partir desta, permitam-lhes adquirir saúde pública.
mais conhecimento, atualização técnica e
também promovam a inovação.
4/194
Unidade 1
A Educação Permanente como Modelo de Inversão no Desenvolvimento das Equipes e das
Práticas em Saúde Pública
Objetivos
1. Apresentar, suscintamente, a
estrutura do Ministério da Saúde para
o Programa de Educação Permanente
em Saúde;
2. Definir os principais aspectos de que
trata a Política Nacional de Saúde;
3. Mostrar conceitos relacionados à
Educação Permanente em Saúde.
5/194
Introdução
A formação dos profissionais da saúde é federal, estadual e municipal previstas no

um desafio que estimulou o Ministério da Sistema Único de Saúde. (BRASIL, 2009).
Saúde a criar estratégias e políticas que
colaboram para o desenvolvimento do
Sistema Único de Saúde, incluindo aquelas Link
voltadas para melhoria da qualificação Conheça mais sobre a Secretaria da Gestão
dos trabalhadores da saúde, entre elas, a do Trabalho e Educação na Saúde (SGTES).
Educação Permanente em Saúde. Disponível em: <http://portalsaude.saude.
Esse processo, por meio do Departamento gov.br/index.php/o-ministerio/principal/
de Gestão da Educação na Saúde (DEGES) secretarias/sgtes>. Acesso em: 24 out. 15.
da Secretaria de Gestão do Trabalho
e da Educação na Saúde (SGTES), A Política Nacional de Educação
inclui a criação da Política Nacional de Permanente em Saúde é fundamentada
Educação Permanente em Saúde, que nos princípios e diretrizes do SUS, da
estabelece as diretrizes para o processo Atenção Integral à Saúde e na construção
de desenvolvimento e implementação da Cadeia do Cuidado Progressivo à Saúde,
dos sistemas de gestão da educação levando em consideração a proposta de
permanente como responsabilidade uma hierarquia de rede que compreende
6/194 Unidade 1 • A Educação Permanente como Modelo de Inversão no Desenvolvimento das Equipes e das Práticas em Saúde Pública
um conjunto articulado de serviços básicos, saúde. Os Colegiados Regionais têm a
ambulatórios de especialidades e hospitais responsabilidade de elaborar e definir
gerais e especializados em que todas as regionalmente o Plano de Ação Regional de
ações e serviços de saúde sejam prestados. Educação Permanente em Saúde, levando
Essa política leva em consideração em consideração as diretrizes nacionais,
as especificidades regionais, suas estaduais e municipais.
desigualdades, necessidades específicas, O objetivo da Política de Educação em
de formação e de desenvolvimento dos Saúde é desenvolver o trabalhador de
profissionais. saúde, transformar as práticas de saúde
A condução regional se dá por meio por meio da qualificação e definição dos
dos Colegiados de Gestão Regional, processos de formação. A Política conduz
com a participação das Comissões a articulação intersetorial, levando em
Permanentes de Integração Ensino-Serviço consideração o desenvolvimento individual
(CIES) (BRASIL, 2009). Essas comissões e melhorias nas instituições nas quais estes
fazem a cogestão da política a partir profissionais estão inseridos; a articulação
de um plano de ação regional a fim de dos serviços e da gestão local (municipal);
elaborar projetos de formação técnica, a atenção à saúde e o controle social
graduação e pós-graduação, desenvolver (BATISTA; GONÇALVES, 2011).
trabalhadores e reorganizar serviços de
pois pressupõe que o local e momento da
Para saber mais formação profissional é o território onde
se atua. Nesse modelo, o educador está
Neste contexto, a expressão ‘controle social’ presente no local de trabalho e vivencia
significa participação social e democratizada da as reais necessidades, dificuldades e
sociedade nas diretrizes e processos do sistema problemas enfrentados pela equipe. A
de saúde. É um termo muito utilizado em saúde equipe, por sua vez, deve problematizar
pública, uma vez que o SUS promove o controle e tornar-se ativa no processo de
social por meio dos Conselhos Estaduais e aprendizagem, demandando os principais
Municipais de saúde e nas Conferências de Saúde assuntos e problemáticas na atenção à
(BRASIL, 2013). saúde. Ele é utilizado, por exemplo, nas
residências médicas e de enfermagem,
1. Conceito de Modelo de Inver- assim como nas equipes de saúde da
são relacionado a equipes de família e está diretamente relacionado à
saúde resolução de problemas reais ligados ao
contexto do trabalho. Claro que a formação
O conceito de modelo de inversão é externa ao ambiente de trabalho também
fundamental na educação permanente, se faz necessária em certos momentos,
permitindo apoio e apresentação de A Política de Educação em Saúde pretende
conteúdo teórico (ANDRADE, 2004). solucionar problemas curriculares,
assegurar uma formação profissional
técnica, universitária e de pós-graduação
Para saber mais mais próximas das necessidades da
“Problematizar” e “tornar-se ativa no processo população. Deve também proporcionar
de aprendizagem” significa que a equipe ferramentas que permitam que os
deve refletir sobre determinadas situações, profissionais de diferentes regiões do país
questionando fatos, fenômenos e ideias, tenham acesso aos cursos de formação na
compreendendo os processos e propondo área da Saúde.
soluções. No dia a dia do trabalho, as situações
Outra importante proposta da Política
que confrontamos nem sempre estão descritas
de Educação Permanente em Saúde é
nos processos de trabalho e, na maioria das
a atualização e o desenvolvimento dos
vezes, são inesperadas e diversas. Ao se deparar
educadores, assegurando que estes
com tais dificuldades, o profissional de saúde
aprendam novos métodos de ensino.
deve questionar e pensar maneiras de resolver
as demandas de maneira criativa e encontrando A articulação entre Secretaria de Gestão
soluções em equipe. do Trabalho e da Educação na Saúde e
Secretarias Estaduais e Municipais de
Saúde devem apontar caminhos para A proposta do Ministério da Saúde
a formação de novos profissionais, (2009) de instituir políticas de formação
aperfeiçoar o pessoal que já está no SUS e e desenvolvimento de trabalhadores
cuidar para que haja proﬁssionais de saúde em saúde como uma das estratégias
comprometidos e em quantidade suficiente para a consolidação do SUS avançou de
em todos os pontos do país. maneira satisfatória ao longo dos últimos
anos. Para o cumprimento das suas
funções, definidas pela Política Nacional
Link de Educação Permanente em Saúde, o
A temática da educação em saúde envolve Colegiado de Gestão deve, inicialmente,
visões de mundo que se atualizam nas formas realizar um levantamento quantitativo e
de conceber e organizar os discursos e as qualitativo do quadro de recursos humanos
práticas relativas à educação no campo da existentes tanto na questão da formação
saúde. Disponível em: <http://www.sites.epsjv. quanto da atualização dos trabalhadores.
fiocruz.br/dicionario/verbetes/edu.html>. A participação em atividades de
Acesso em: 17 dez. 2015 educação permanente oferece ganhos no
desenvolvimento interpessoal das equipes,
enquanto permitem uma democratização,
a troca de experiências e a aproximação 2. Considerações sobre Educa-
entre profissionais, melhorando a relação ção Permanente, Educação con-
entre estes e seus gestores. Nesse modelo tinuada e Capacitação
há uma tendência em compartilhar e
horizontalizar o processo de tomada de Como método, a Educação Permanente
decisões. em Saúde (EPS) é uma alternativa viável
A fim de estimular a gestão participativa para promover a melhoria contínua dos
e flexibilidade é importante que se processos de trabalho. A EPS se diferencia
programem atividades com foco no da capacitação através da identificação
relacionamento pessoal, na qualidade do do tema a ser desenvolvido pelos próprios
serviço, na motivação e na humanização profissionais da equipe, que levantam
dos atendimentos em todos os níveis de as problemáticas durante sua vivência
ocupação, incluindo atitudes proativas profissional.
de relação interpessoal, tais como: Esse modelo vai além do aprendizado
cordialidade, simpatia, preocupação técnico da tarefa e conteúdo teórico,
com a satisfação do cliente, que indicam característicos dos processos de formação
um atendimento humanizado e são tão profissional, no qual o trabalhador recebe
valorizados quanto o conhecimento técnico. a capacitação técnica e científica e, depois,
vivencia efetivamente a prática e os
problemas advindos da interação entre o
profissional e o seu cliente (CECCIM, 2005).
Para saber mais
Por processo de trabalho em saúde entende-se
Ao participar ativamente do processo de uma determinada sistematização de atividades
trabalho, o educando vivencia os problemas,
sobre a qual incide a ação do trabalhador com
além de construir e articular a resolução
a finalidade de transformar um objeto ou ação
destes junto aos sujeitos envolvidos.
para um determinado fim. Na saúde, o objeto são
O aprendizado é, então, construído
as necessidades humanas de saúde.
ativamente, estimulando a criatividade.
Assim, o educador torna-se, também, um
educando e todos se apropriam dos saberes, As propostas de educação permanente
o que se transforma em práxis socialmente se diferenciam da educação continuada e
construídas. Sendo assim, o ponto capacitação por permitirem a socialização
fundamental da educação permanente é do saber, a construção a partir do
a contextualização da prática social como problema, o aprender a aprender, a busca
base para compreensão da realidade, na por soluções e o saber fazer, desenvolvendo
qual educadores e educandos contribuem
autonomia individual e coletiva.
para o processo educativo (MUROFUSE,
2009).
Enquanto isso, a educação continuada 3. Avanços na Educação Perma-
é meramente a transmissão de nente em Saúde
conhecimentos e valorização da ciência
como fonte de conhecimento, caracteriza- Inicialmente, programas como o de
se pela fragmentação e não é articulada Capacitação e Formação em Saúde da
à gestão e ao controle social. Tem por Família, o de Proﬁssionalização dos
objetivo a formação de categorias Trabalhadores da Área de Enfermagem
profissionais a partir do conhecimento (Profae), o de Desenvolvimento Gerencial
técnico-científico. Cursos e treinamentos de Unidades Básicas de Saúde (Gerus), o de
são exemplos de processos de educação
Interiorização do Trabalho em Saúde (Pits)
continuada (PEDROSO, 2005).
e o de Incentivo às Mudanças Curriculares
Levando em consideração a complexidade nos Cursos de Graduação em Medicina
da assistência à saúde na saúde pública, (Promed), os programas de mestrado
na qual os profissionais têm uma atuação profissional, os cursos de formação de
direta com a diversidade e a problemática conselheiros de saúde foram criados para
social, as propostas educativas devem ajudar a fortalecer o controle social no SUS
ser suficientemente abrangentes para (BRASIL, 2005).
que tenham êxito no desenvolvimento e
potencialização dos sujeitos envolvidos.
Apesar de isolados e desarticulados entre Educação Permanente em Movimento é
si, estes programas formaram a base um importante fomentador da troca de
sobre a qual as instituições perceberam a experiências entre profissionais e suas
necessidade de transformação do modelo equipes nas diferentes regiões do Brasil.
de educação e buscaram mudanças nas
práticas educativas.
O que vem se concretizando desde
2005 é a utilização da educação
permanente para melhorar a formação e
qualificação dos trabalhadores de saúde
e, consequentemente, a eficiência e a
qualidade dos serviços prestados pelo SUS.
A partir das ferramentas citadas
anteriormente, diversos outros programas
foram criados ou até mesmo recriados a
fim de atender as diferentes demandas na
área de graduação, técnica, pós-graduação
e capacitação. Entre estas o Programa
Glossário
Educação Permanente em Saúde (EPS): Trata-se de um processo de aprendizagem no qual
se utiliza mecanismos que incentivam o “aprender a aprender”, no qual educador e educando
aprendem a partir da prática do trabalho.
Plano de Educação Permanente em Saúde do Ministério da Saúde (PEP-MS): é um plano que
orienta o processo de formação e qualificação dos trabalhadores do SUS, elaborado a partir do
envolvimento das Secretarias e Unidades do Ministério da Saúde nos Estados.
Modelo de Inversão: Termo que denota o processo de reflexão e aprendizagem no/para
o trabalho que envolve o levantamento de problemas e necessidades da equipe para a
construção do modelo de educação permanente em saúde.
?
Questão
para
reflexão
Levando em consideração o modelo de construção
descentralizada do SUS (universalidade, integralidade
e participação social) e, que, a atualização técnico-
científica é apenas um dos aspectos da qualificação
das práticas e não o foco principal da educação
permanente, identifique referências de programas
locais de educação permanente em unidades básicas
de saúde próximas a você.
Link
Leia mais sobre participação social no link: <http://www.
sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/parsoc.html>.
Acesso em 24 dez. 2015.
16/194
Considerações Finais
A Educação Permanente em Saúde envolve estratégias de formação e

qualificação de trabalhadores da saúde utilizando-se de ferramentas e
metodologias em que se aprende a partir de experiências.
A Política Nacional de Educação Permanente, do Ministério da Saúde, é uma
importante ferramenta para a melhoria da qualidade de serviços prestados
pelo SUS.
As Políticas de formação e desenvolvimento de trabalhadores em saúde é
uma das estratégias que contribuirá para a consolidação do SUS, levando em
consideração as suas diretrizes.
O conceito de modelo de inversão é fundamental na educação permanente,
pois pressupõe que o local e o momento da formação profissional são o
território onde se atua.
17/194
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília:

Ministério da Saúde, 2009. 64 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Série Pactos pela Saúde
2006; v. 9).
2. BATISTA, K B C; GONÇALVES, O S J. Formação dos profissionais de saúde para o SUS:
significado e cuidado. Saúde e Sociedade, [S.l.], v. 20, n. 4, p. 884-899, jan. 2011. ISSN 1984-
0470. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/29725/31602>. Acesso
em: 09 dez. 2015. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0104-12902011000400007.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Para entender o controle social na saúde. Brasília: Ministério
da Saúde. 178 p.: il. 2013. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/
Manual_Para_Entender_Controle_Social.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2015.
4. ANDRADE, Luis Odorico Monteiro et al. Escola de formação em saúde da família Visconde de
Sabóia: três anos construindo a tenda invertida e a educação permanente no SUS. SANARE ‐ ANO
V, N.1, JAN/FEV/MAR, 2004. Sobral, Ceará: Prefeitura Municipal de Sobral, 2000. Disponível em:
<http://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/120>. Acesso em: 15 out. 2015.
5. CECCIM, Ricardo Burg. Educação Permanente em Saúde: descentralização e disseminação
de capacidade pedagógica na saúde. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro: v. 10, n. 4, p. 975-
986, Dec. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232005000400020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 15 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/
S1413-81232005000400020. Acesso em: 02 dez. 2015.
6. MUROFUSE, Neide Tieme et al. Diagnóstico da situação dos trabalhadores em saúde e o
processo de formação no Polo Regional de Educação Permanente em Saúde. Rev Latino-Am.
Enfermagem, Ribeirão Preto, mai./jun.; 17(3). 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
rlae/v17n3/pt_06.pdf>. Acesso em: 15 out. 2015.
<http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692009000300006.>
7. PEDROSO, Volnei Alves. Aspectos conceituais sobre educação continuada e educação
permanente em saúde. Mundo Saúde, 29(1):88-93, jan-mar. 2005.
8. BRASIL. Ministério da Saúde. A educação permanente entra na roda: Polos de educação
permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer. – 2. ed. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2005. 36 p. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios) (Educação na Saúde).
9. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria n.º 198/ GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004. Brasília:
Ministério da Saúde, 2004.
10. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 278, de 27/02/14. Institui diretrizes para
implementação da Política de educação Permanente em Saúde, no âmbito do Ministério
da Saúde (MS). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/
prt0278_27_02_2014.html>. Acesso em: 07 dez. 2015.
11. ANDRADE, Luis Odorico Monteiro et al. Escola de formação em saúde da família Visconde
de Sabóia: três anos construindo a tenda invertida e a educação permanente no SUS. SANARE ‐
ANO V, N.1, JAN/FEV/MAR, 2004. Sobral, Ceará: Prefeitura Municipal de Sobral, 2000. Disponível
em: <http://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/120>. Acesso em: 15 out. 2015.
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: A Educação Permanente como Aula 1 - Tema: A Educação Permanente como Mo-
Modelo de Inversão do Desenvolvimento das delo de Inversão do Desenvolvimento das Equipes
Equipes e das Práticas em Saúde Pública - Blo- e das Práticas em Saúde Pública - Bloco II
co I Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- e4705f90523f6c9718b2b8a9e21713d5>.
1d/8bc9009820b1e2afefc9b65dc92d295d>.
21/194
Questão 1
1. Quais estratégias estabelecidas pelo Ministério da Saúde foram
implementadas a fim de assegurar o desenvolvimento profissional e a
qualidade da prestação de serviços em saúde?
I. Política Nacional de Educação Permanente.

II. Pólos de Educação Permanente.
III. Plano de Educação Permanente.
IV. Modelo descentralizado que permite um planejamento regional dos planos de educação
permanente nos estados e municípios.
V. Controle social.
Escolha a alternativa correta:
a) I, III, V.
b) II, IV, V.
c) II, III, IV, V.
d) I, II, III, IV.
e) I, IV, V.
22/194
Questão 2
2. A responsabilidade pela formação e educação permanente em saúde é do
SUS, e levam-se em conta os princípios que orientam o SUS:
I. Construção descentralizada do sistema.

II. Universalidade.
III. Integralidade.
IV. Participação popular.
V. Resolutividade.
a) I, III, V.
b) II, III, IV, V.
c) I, II, III, IV.
d) I, III, V.
e) I, II, III, IV, V.
23/194
Questão 3
3. As estruturas que elaboram as orientações e diretrizes no processo de
educação permanente do Ministério da Saúde são:
I. Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES).

II. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES).
III. Termos de Compromisso de Gestão dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
IV. Atenção primária.
V. Comitê de Gestão.
a) I, II, V
b) I, II.
c) I, III, V.
d) I, IV, V.
e) IV, V.
24/194
Questão 4
4. Tratando-se do conceito de modelo de inversão para educação e de-
senvolvimento de equipes é correto afirmar que:
a) O local e o momento da formação profissional é o território onde se atua.

b) Educador está presente no local de trabalho do profissional de saúde e vivencia as reais
necessidades, dificuldades e problemas enfrentados pela equipe.
c) Este modelo de formação em serviço é o utilizado, por exemplo, nas residências médicas e
de enfermagem, assim como nas equipes de saúde da família.
d) O modelo de inversão não é indicado para a Educação Permanente.
e) Aplica-se totalmente à Educação Permanente em Saúde.
25/194
Questão 5
5. “A Educação Permanente é uma estratégia para melhorar a formação e
a qualificação dos trabalhadores de saúde, que pretende contribuir para
melhorar a __________ e a _________ dos serviços prestados pelo SUS.”
A partir da frase citada anteriormente, assinale a alternativa que contém as palavras que
preenchem as lacunas:
a) eficiência, qualidade.
b) dinâmica, qualidade.
c) eficiência, assertividade.
d) dinâmica, metodologia.
e) metodologia, dinâmica.
26/194
Gabarito
1. Resposta: D. Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES),
elaborou orientações e diretrizes para
As estratégias do Ministério da Saúde assegurar a Educação Permanente dos
envolvem a criação de uma estrutura trabalhadores para o Sistema Único de
descentralizada, a qual permite que Saúde.
a Política Nacional seja aplicada
regionalmente e nos municípios. 4. Resposta: A, B, C, E.
2. Resposta: E. Esse modelo envolve a participação de
diversos atores, educador, educando
Os princípios de universalidade do SUS e a sociedade com a finalidade de
permeiam todos os setores do sistema, problematizar e planejar as ações e
incluindo a Educação Permanente. intervenções de educação permanente.
3. Resposta: B. 5. Resposta: A.
O Ministério da Saúde (MS), por meio do A Educação Permanente é uma importante
Departamento de Gestão da Educação na estratégia para melhorar a qualidade
Saúde (DEGES) da Secretaria de Gestão do
27/194
Gabarito
e eficiência do SUS. Ao qualificar
trabalhadores, pretende-se desenvolver a
capacidade destes em buscar aprendizado
com a prática do trabalho e melhorar a
assistência em saúde.
28/194
Unidade 2
Objetivos
1. Entender os conceitos relacionados

ao tema Educação Permanente em
Saúde;
2. Discutir aspectos relacionados à
Educação Permanente e à Educação
continuada;
3. Compreender o aprendizado
significativo e as funções das equipes
matriciais.
29/194
Introdução
A Educação Permanente em Saúde (EPS) Essa proposta de educação faz

está relacionada com o trabalho em contraponto aos mecanismos padrões
saúde e, se tratando de uma prática de de aprendizado ainda praticados nas
ensino-aprendizagem, depende de uma universidades e nos cursos técnicos,
diretriz educacional da qual se apropriem que em muitos casos não levam em
os sujeitos envolvidos neste processo, ou consideração a realidade do trabalho,
seja, que a produção de conhecimento nas acarretando numa atitude passiva
instituições de saúde permita aprender frente ao aprendizado e sem a devida
e transformar os problemas enfrentados aproximação com o contexto das relações
pelos profissionais. sociais que envolvem a prática do
A EPS implica em uma atuação profissional de saúde pública.
democrática do educador enquanto Devemos lembrar que o contexto da
participa do processo educativo como um atuação profissional em saúde envolve
facilitador interessado na problemática questões éticas importantes, demanda
levantada pelos alunos e, acima de tudo, conhecimento técnico-científico
sendo desafiador, estimulando a busca atualizado e se aplica num contexto social
pelo aprendizado. cada dia mais difícil de adversidades e
relacionado às desigualdades sociais.
30/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde
1. Aspectos pedagógicos e me-
todológicos da Educação Per- Link
manente em Saúde Leia mais sobre as iniciativas em educação da
UNESCO no link disponível em: <http://www.
De acordo com a Política Nacional de
unesco.org/new/pt/brasilia/education/
Educação Permanente (BRASIL, 2006),
health-education-in-brazil/>. Acesso em: 14
desde a década de 70, a UNESCO vem
out. 2015.
estimulando o desenvolvimento de
novos métodos de educação em saúde,
reconhecendo o adulto como sujeito de Como exemplo dos ambientes corporativos,
educação e ampliando o ambiente de nos quais os treinamentos e capacitações
aprendizado para além do escolar. fazem parte do plano de carreira dos
trabalhadores, temas como Desenvolvimento
Organizacional, Sistemas de Qualidade,
Reengenharia e programas de melhoria
contínua, Gestão de Processos e trabalho em
equipe são continuamente utilizados para o
desenvolvimento profissional.

No campo da saúde, houve necessidade de e dos currículos universitários. Por essa
debate sobre educação e desenvolvimento razão, denota um distanciamento do
profissional e de recursos humanos, saber na prática profissional, porque não
colocando em discussão a Educação vivencia necessariamente a vida diária do
Continuada e Educação Permanente. trabalhador da saúde. Normalmente, é
Comum no ambiente da saúde, a educação composta de cursos sem uma sequência
continuada, termo muito utilizado nas estabelecida, centrados em categorias
instituições públicas e privadas de saúde, profissionais que não levam em
é caracterizada por atualização técnica- consideração a atuação interdisciplinar das
científica, produção de habilidades equipes de saúde.
técnicas e pensamento e conhecimento Por outro lado, o enfoque da Educação
sobre o SUS. De certa maneira, representa Permanente muda esta concepção no que
uma continuidade do modelo escolar, se refere às práticas de capacitação dos
focado na atualização de conhecimentos, trabalhadores da saúde. Este conceito
transmitido em ambiente didático. inverte a lógica do processo de ensino-
Além disso, a Educação Continuada busca aprendizado, visto que o planejamento
aplicar conhecimentos especializados das ações educativas ocorre a partir da
como uma continuidade da formação problemática vivenciada pelo trabalhador,
frente a sua clientela. Ao problematizar,
a equipe necessita construir e buscar o
conhecimento adequado a fim de melhorar
os processos de trabalho e conseguir obter
os resultados esperados.
Para saber mais
A aprendizagem significativa está relacionada
Podemos chamar de aprendizagem
com encontrar sentido e resposta a uma dada
significativa a instrumentalização para
situação e ou problema - quando algo faz
a resolução dos problemas a partir do
sentido mediante uma situação para o qual
questionamento sobre as necessidades
já tínhamos uma resposta ou opinião. Isto
observadas de uma determinada
é, mediante um problema ou inquietação,
população ou indivíduo. Ferramentas como
buscamos o diálogo e o conhecimento
os indicadores epidemiológicos podem ser
para obtermos as respostas adequadas. Na
fontes importantes para que cada região
aprendizagem significativa, acumulamos e
ou município inclua na pauta de educação
renovamos experiências (BRASIL, 2005).
os assuntos e problemas encontrados na
coletividade (BRASIL, 2006).

A equipe tem papel fundamental, pois estrategicamente planejadas em sala de
é o centro do processo de educação aula nas etapas de desenvolvimento, que
permanente e torna-se a estrutura de também são necessárias.
integração, evitando, assim, atuação São exemplos de práticas de aprendizado:
por disciplina e ou especialidade. Nesse estudo de caso, trabalho em campo,
processo, a equipe amplia seus espaços construção e priorização de problemas,
de atuação para fora das organizações seminários, estágios, grupos de discussão,
(BRASIL, 2006). oficinas de elaboração de projetos
O potencial educativo do trabalho é, (BRASIL, 2009).
sem sombra de dúvidas, enorme se
contextualizado e orientado para o
conhecimento e para aguçar a curiosidade Link
do trabalhador acerca da resolução de Leia mais sobre o processo de aprendizagem por
problemas. E se aplica a toda equipe problemas no artigo acadêmico disponível em:
de saúde: médicos, profissionais de <http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/
enfermagem, pessoal administrativo, etc. view/29725/31602>. Acesso em: 07 dez. 2015.
A utilização das situações de trabalho
como aprendizado não descarta atividades
2. A aprendizagem no trabalho país. Esse fato, somado às dificuldades na
área de gestão e assistência, traz muitos
Além de observar os diferentes processos desafios para o cumprimento da Política
educativos em saúde, é importante Nacional de Educação em Saúde. Por essa
enfatizar que a qualificação dos razão, a articulação entre ensino e serviço
trabalhadores esteja de acordo com as é tão importante nesta política, permitindo
necessidades de saúde da população e que esses profissionais tenham uma
do próprio setor de saúde. Desse modo, visão crítica de todo o sistema de saúde
perguntas chaves tornam-se importantes e estejam preparados a buscar respostas
nesse processo, tais como: Quais os proativas frente às diferentes demandas
problemas que nos impedem de dar a e complexidade do trabalho em saúde
atenção integral à saúde? Como mudar (BATISTA; GONÇALVES, 2011).
situações? Por que devemos mudar?
(BRASIL, 2005).
O Sistema de Saúde está crescendo e
novos profissionais ingressam no SUS,
vindos de diferentes tipos de formação e
direcionados para regiões diferentes do
muito voltadas a normas, regulamentos
Para saber mais e procedimentos como forma de
O modelo de atenção integral consiste
nivelamento do conhecimento do
em assegurar que a população tenha
trabalhador.
suas necessidades de saúde atendidas De acordo com Bateson (1991), há
na complexidade que se fizer necessária. diferentes níveis de aprendizagem nas
Compreende também em levantamento de organizações. A de Nível I consiste em
necessidades e implementar ações sanitárias, aprender as rotinas de trabalho, sem
respeitando o contexto em que se vive e as que haja necessariamente reflexão sobre
especificidades de cada território. Trata-se o aprendizado. O nível II consiste na
de prover cuidado integral, dos métodos de comparação entre práticas de trabalho
diagnóstico ao tratamento e reabilitação. na qual o trabalhador faz reflexões em
determinados contextos. Por último, o
Ao observar as características das Nível IIIl envolve a análise do contexto na
organizações e como estas facilitam qual se dá as diferentes formas de atuação
ou impedem as mudanças, podemos produzindo novas formas de ação.
compreender melhor a aprendizagem no
trabalho, em especial as organizações
A proposta da Educação em Saúde que ocupam, com o objetivo de tratar o
conceitualmente vem de encontro aos adoecimento e não só a doença (CAMPOS;
níveis II e III mencionados na teoria de DOMITI, 2009).
Bateson (1991) na qual os processos
educativos devem envolver todo o grupo e
não somente alguns indivíduos, e incentiva
a revisão crítica das práticas atuais e os Para saber mais
acordos entre os grupos de trabalho.
Equipes matriciais é uma proposta de modelo
O modelo de Educação Permanente organizacional da assistência em saúde para
em Saúde contribui para o trabalho em potencializar saberes e práticas de abordagem
equipe e é fundamental para as equipes integral do ser humano. É uma metodologia
matriciais propostas pelo SUS, visto de trabalho com o objetivo de apoiar e dar
que na saúde o trabalho em equipe retaguarda técnica e de assistência para
compreende destinar conhecimento as equipes de referência do SUS (CAMPOS;
de diversas áreas para a resolução de DOMITI, 2009)
problemas de assistência às pessoas e
coletividades. Numa equipe, as pessoas se
unem pelo conhecimento e não pelo cargo
Link
A Educação Permanente em Saúde é estruturada
pela Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde (PNEPS), que é regida pela Portaria
GM/MS nº 1.996 em agosto de 2007. Disponível
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2007/prt1996_20_08_2007.
html>. Acesso em: 12 out. 2015.

Glossário
Organização: Em administração de empresas, uma organização é uma entidade social
formada por duas ou mais pessoas que trabalham de forma coordenada em determinado
ambiente externo visando um objetivo coletivo. Envolve a divisão de tarefas e atribuição de
responsabilidades.
Gestão de processos: A gestão de processos consiste na definição, análise e melhoria contínua
dos processos com objetivo de atender às necessidades e expectativas dos clientes.
Sistemas de Qualidade: Trata-se do controle dos processos de trabalho e estabelecimento de
padrões e normas que assegurem a melhoria dos produtos e satisfação dos clientes.

?
Questão
para
reflexão
Levando em consideração as diferenças entre Educação

Permanente em Saúde e Educação continuada/capacitação,
avalie criticamente qual destes mecanismos as instituições
de saúde mais comumente utilizam no dia a dia para
desenvolvimento da equipe de saúde?
40/194
A Educação Permanente em Saúde está relacionada ao trabalho em

saúde e se trata de prática de ensino-aprendizagem.
A Educação Permanente em Saúde se diferencia de Educação continuada
enquanto ferramenta de transformação do ambiente de trabalho e
equipes.
A aprendizagem significativa acontece quando o que se aprende
responde a uma inquietação nossa e é construída a partir do diálogo.
As chamadas “equipes matriciais” são uma estratégia importante
no processo de educação permanente, pois permitem o cuidar do
adoecimento e objetiva uma atuação interdisciplinar.
41/194
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde /

Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 64 p. – (Série B. Textos Básicos de
Saúde) (Série Pactos pela Saúde 2006; v. 9).
2. BRASIL. Ministério da Saúde. A educação permanente entra na roda: polos de educação
permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde,
2005. 36 p.: il. Color – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios) (Educação na Saúde).
2006; v. 9).
4. BATISTA, K B C; GONÇALVES, O S J. Formação dos profissionais de saúde para o SUS:
significado e cuidado. Saúde e Sociedade, [S.l.], v. 20, n. 4, p. 884-899, jan. ISSN 1984-0470.
2011. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/29725/31602>. Acesso
em: 07 dez. 2015.
5. BATESON, Gregory. Passos para a ecologia da mente. Buenos Aires: Planeta, 1991.
6. CAMPOS, Gastão Wagner de Sousa; DOMITTI, Ana Carla. Apoio matricial e equipe de
referência: uma metodologia para gestão do trabalho interdisciplinar em saúde. Cad. Saúde

Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 399-407, fev. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2007000200016&lng=en&nrm=iso>. Acesso em
07 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007000200016.
7. MARANDOLA, Thalita da Rocha et al. Educação permanente em saúde: conhecer para
compreender. Revista Espaço para a Saúde, Londrina, v. 10, n. 2, p. 53-60, jun. 2009. Disponível
em: <http://pesquisa.bvsalud.org/sms/resource/pt/lil-528446>. Acesso em 07 dez. 2015.

Aula 2 - Tema: Educação Permanente em Saúde Aula 2 - Tema: Educação Permanente em Saúde -
- Bloco I Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
8593534ce6cb4c44296aeb89346ef638>. 7982577d99dcd9b7f100dd6ec45a5d8c>.
44/194
Questão 1
1. Que ações se referem à prática da Educação Permanente em Saúde?
I. Trabalho multiprofissional.
II. Problematização.
III. Troca de saberes.
IV. Educação fundamental.
V. Educação continuada.
a) I, II.
b) II, III, V.
c) I, III, IV.
d) I, II, III.
e) I, IV, V.
45/194
Questão 2
2. A Educação continuada compreende:
I. Ação continuada.
II. Atualização técnico-científica.
III. Produção de habilidades técnicas e pensamento.
IV. Conhecimento sobre o SUS.
V. Problematização.
a) I, II, III, IV
b) I, II, III, V.
c) I, III, IV, V.
d) I, II, III, IV
e) I, IV, V.
46/194
Questão 3
3. Que ações se referem à prática da Educação continuada?
I. Capacitação profissional.
II. Treinamentos técnicos-científicos.
III. Palestras temáticas.
IV. Aquisição de conhecimento através das práticas.
V. Problematização.
Escolha a resposta correta:
a) I, II,
b) I, II, III.
c) I, III
d) I, II, IV
e) I, IV, V
47/194
Questão 4
4. No contexto da aprendizagem significativa, é incorreto afirmar que:
a) O aprendizado se inicia a partir da observação da prática profissional.

b) Questionar é fundamental nesse processo.
c) Acontece em sala de aula, a partir dos conhecimentos técnicos.
d) Questionamentos sobre o contexto denotam uma maturidade na forma de aprender.
e) A equipe tem papel fundamental nesse processo.
48/194
Questão 5
5. No que diz respeito a equipes matriciais, podemos afirmar que:
I. É uma proposta de modelo organizacional da assistência em saúde para potencializar

saberes e práticas de abordagem integral do ser humano.
II. O apoio matricial visa assegurar retaguarda especializada, tanto assistencial, quanto
técnico pedagógica às equipes de referência para a construção compartilhada de diretrizes
clínicas e sanitárias.
III. As pessoas se unem na equipe pelo conhecimento e não pelo cargo que ocupam, com o
objetivo de tratar o adoecimento e não só a doença.
IV. É uma estratégia que auxilia na educação permanente em saúde.
V. Não se aplica na Educação Permanente em Saúde.
a) I, II, III, IV.
b) I, II, III, V.
c) I, III, IV, V.
d) I, IV, V.
e) I, II, III, IV.
49/194
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: C.
Essas são palavras chave, entre outras, A Educação Continuada utiliza recursos
que indicam a utilização do conceito de da prática profissional e o aprendizado em
Educação Continuada. sala de aula é comum nos processos da
mesma.
2. Resposta: D.
5. Resposta: E.
A Educação Continuada envolve
ações segmentadas e com objetivo de O conceito de equipe matricial é uma
aprimoramento técnico. das estratégias para a melhoria do
atendimento ao adoecimento e envolve
3. Resposta: B. a utilização dos saberes específicos dos
profissionais envolvidos.
Treinamentos específicos na Educação
Continuada tem objetivo de desenvolver as
habilidades técnicas e a continuidade de
aprendizado.
50/194
Unidade 3
Sujeitos do Processo de Educação Permanente
Objetivos
1. Discutir a abordagem construtivista e

como ela se relaciona ao processo de
Educação Permanente;
2. Definir sujeitos e atores do processo
de Educação Permanente;
3. Apresentar como os atores se
relacionam dentro da Educação
Permanente.
51/194
Introdução
Relembrando os fundamentos da identidade e seus saberes, mas apresentam

educação, provavelmente a teoria constructos compatíveis.
construtivista seja bastante indicada para Contrariando a transmissão de
descrever os processos de aprendizado conhecimento pura e simples, o
na educação permanente e seus sujeitos. construtivismo é uma teoria psicológica de
Na abordagem construtivista, os sujeitos aprendizagem fundamentada nos estudos
têm experiências reais, com significados, realizados pelo psicólogo suíço Jean W. F.
questionamentos e padrões, o que leva a Piaget. Todos os temas tratados por Piaget,
construção de novos modelos e conceitos que estudou os modelos de inteligência,
(FOSNOT, 1998). convergem para a identificação de como
Cada indivíduo elabora seu próprio se dá o conhecimento pelo sujeito a
constructo, com significados próprios e partir de sua interação com o objeto do
que nem sempre podem ser retransmitidos conhecimento (PIAGET, 2007).
de pessoa para pessoa. Estes constructos O que uma pessoa percebe ou infere a partir
são parecidos e compatíveis a de outros de suas percepções não está disponível para
indivíduos com as mesmas vivências. que outras pessoas captem ou aprendam e
Provavelmente, os trabalhadores de uma é difícil de ser transmitido, mesmo porque
mesma equipe de saúde preservam sua este indivíduo constrói significados a partir
52/194 Unidade 3 • Sujeitos do Processo de Educação Permanente
de estruturas aprendidas anteriormente 1. Sujeitos e atores na Educação
(GLASERSFELD, 1998). Permanente em Saúde
O que se pretende discutir neste
tema é a participação dos diferentes Como falamos anteriormente, o Ministério
sujeitos envolvidos nesse processo de da Saúde desenvolveu estratégias para
aprendizagem significativo, proposto no a sustentação do SUS que incluem a
modelo de Educação Permanente. articulação de ações, dos saberes e das
práticas para a atenção integral à saúde,
Para saber mais de maneira humanizada e resolutiva.
Uma das estratégias, a Política de
Na educação, o construtivismo é uma corrente
Educação Permanente em Saúde,
teórica que busca explicar que o homem
compreende uma gestão que construa
desenvolve a inteligência a partir da sua
acordos, alianças e obtenha apoio
interação com o meio. À medida que o homem
dos atores envolvidos desde a fase do
tem suas experiências, ele passa a formar
desenho pedagógico, passando pelo
conceitos a respeito dos acontecimentos e
monitoramento e análise de resultados.
resultados da sua prática, construindo assim, o
Além do desenho pedagógico, as decisões
conhecimento.
sobre este dependem das redes de apoio
com as quais se conta para a sua execução nos Colegiados de Gestão Regional, das
prática e desenvolvimento da proposta em Comissões Permanentes de Integração
si (SARRETA, 2009). Ensino-Serviço e é constituída por uma
Ficou estabelecido, a partir da criação articulação entre o sistema de saúde e
dos Polos de Educação Permanente, instituições formadoras (universidades,
que os diferentes atores desse sistema centros de formação, entre outros).
representam o que se chama de
quadrilátero da formação em saúde:
ensino, gestão setorial, práticas de atenção
Para saber mais
e controle social, ocasionando mudanças, Em Saúde, os atores são indivíduos, grupos
indicando caminhos e promovendo ou instituições capazes de interferir de forma
a interação de indivíduos, coletivos e ética e/ou política numa determinada situação
instituições, como espaços de saberes e (BRASIL, 2005).
criação (KLEBA, 2007).
Os sujeitos e atores da Educação Segundo o Ministério da Saúde (2005),
Permanente em Saúde são aqueles que o Colegiado de Gestão Regional é um
se organizam, portanto, em todos os sistema democrático e participativo de
níveis estabelecidos pela própria política, gestão. Porém, não no sentido exclusivo
de gestão, mas um sistema que executa profissionais ou prestadores) encontrem
um mapeamento da realidade local e, a barreiras de comunicação devido à
partir deste, o planejamento dos processos dificuldade de integração entre diversas
pedagógicos e de interação das práticas políticas públicas, trabalhadores e os
populares e da adequação das práticas fóruns deliberativos de diferentes setores
significativas de trabalho, a fim de promover do governo.
a integralidade da assistência à saúde.
E, não menos importante, que leve em
consideração os aspectos culturais da Link
população e atores. A Mesa Nacional de Negociação Permanente do
Com este referencial, os atores da Gerência Sistema Único de Saúde (MNNP-SUS) é um fó-
Regional de Saúde, as Secretarias Municipais rum paritário e permanente de negociação que
de Saúde podem integrar polos de educação reúne gestores públicos, prestadores de serviços
permanente, criando articulações entre privados da saúde e entidades sindicais nacio-
gestores, educadores, profissionais e nais representativas dos trabalhadores da saúde.
usuários da rede municipal de saúde. Veja mais no link: <http://portalsaude.saude.
gov.br/index.php?option=com_content&-
É esperado que a interlocução entre view=article&id=9894&Itemid=525>. Acesso
Conselhos, gestor e demais representantes em: 24 out. 2015.
de outros seguimentos sociais (usuários,
As interlocuções acontecem entre os
seguintes setores: Conselho Nacional da Para saber mais
Saúde (CNS) e a Comissão Intersetorial
O termo Interlocução pressupõe a existência de
de Recursos Humanos do CNS; Conselho
sujeitos que se comunicam a partir da realidade
Nacional de Secretários Estaduais de
social concreta em que se encontram. Significa
Saúde (CONASS) e Conselho Nacional
diálogo, mas de uma maneira mais ampla tem
de Secretários Municipais de Saúde
o significado de interação e comunicação entre
(CONASEMS); MEC; universidades; escolas
sujeitos.
técnicas de saúde para a construção da
política de qualificação e formação dos
profissionais de nível técnico; Organização Apesar da complexidade do SUS e a
Pan-Americana da Saúde. Dentre estes dificuldade em viabilizar uma gestão
setores, destacam-se as Universidades, nas voltada para sujeitos/pessoas com
quais as perspectivas de transformação demandas complexas do ponto de vista
envolvem os seguintes campos: a produção social, cultural, de condição de vida e
de conhecimentos, a prestação de serviços que necessitam de respostas integradas,
e a formação profissional. é notório que nos últimos anos o
desenvolvimento das políticas de saúde,

educação em saúde e sociais buscaram Os projetos educacionais relacionados a
incluir espaços de diálogo entre os sujeitos programas tendem a ser consistentes, de
comprometidos na discussão e deliberação grande alcance, diversificados e orientados
destas políticas com vistas a uma gestão a vários níveis de gestão e de atenção à
municipal integrada (SARRETA, 2009). saúde, mas que por essa razão demandam
uma correta gestão administrativa em
detrimento da gestão educativa. Este é um
ponto de fragilidade que precisa ser levado
Link em consideração, isto é, empregam-se
Apesar das dificuldades enfrentadas para esforços e recursos em fazer acontecer,
superar a complexidade do SUS, o Brasil controlar e avaliar, mas pouco tempo
entrou para o Conselho Executivo da OMS para pensar e planejar os métodos de
na 66º Assembleia Mundial da Saúde. aprendizagem (KLEBA, 2007).
Veja mais no link: <http://www.paho. À medida que as equipes utilizam os
org/bra/index.php?option=com_ saberes e incorporam as tecnologias
content&view=article&id=3225:bra>. Acesso aprendidas, mais se fortalece a viabilidade
em: 20 out. 2015. política e, neste ponto, é importante
considerar as tecnologias da Educação à
Distância (EAD).
Link
O Ministério da Saúde criou a Plataforma AvaSUS
– Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS, um
espaço virtual de aprendizagem desenvolvido
para profissionais e alunos da área da saúde
com o objetivo de qualificar a formação, a
gestão e a assistência no SUS. Disponível em:
<http://portalsaude.saude.gov.br/index.
php/o-ministerio/principal/secretarias/
sgtes/noticias-sgtes/20150-sgtes-lanca-
plataforma-para-cursos-na-area-da-
saude>. Acesso em: 14 out. 2015.

Glossário
Teoria psicológica de aprendizagem: Teoria desenvolvida a partir dos estudos de Piaget
sobre a inteligência da aprendizagem. Leva em consideração que o organismo processa
transformações internas (estruturas mentais) a partir da interação com o meio.
Integralidade da assistência à saúde: Um dos princípios do SUS, a integralidade está presente
tanto nas discussões quanto nas práticas na área da saúde e está relacionada à condição
integral, e não parcial, de compreensão do ser humano.
Condição de vida: Relacionado com os determinantes sociais, está relacionado a fatores como
renda, moradia, saneamento, educação.

?
Questão
para
reflexão
Levando em consideração o que você aprendeu até
aqui sobre a estrutura criada pelo Ministério da Saúde
para o desenvolvimento e implantação de um modelo
de gestão em Educação Permanente em Saúde, faça
uma análise crítica sobre como, efetivamente, esse
modelo é aplicado nas unidades básicas e instituições
de saúde. Você observa avanços na assistência integral
à saúde como resultado desse modelo?
60/194
A teoria construtivista é um modelo teórico que explica o processo de

aprendizado na educação permanente e seus sujeitos.
A Política de Educação Permanente em Saúde atua como um sistema de
gestão que constrói acordos, alianças e busca o apoio dos atores envolvidos
no processo de implantação da política.
O Colegiado de Gestão Regional - um sistema democrático e participativo de
gestão que articula os diversos setores envolvidos na implantação da Política
de Educação Permanente.
Os sujeitos e atores do modelo de Educação Permanente em Saúde
compreendem as instituições de ensino, as redes municipais de saúde.
61/194
Referências
1. FOSNOT, Catherine Twomey. Construtivismo: uma teoria psicológica da aprendizagem. IN:

FOSNOT, Catherine Twomey (Org.). Construtivismo: teoria, perspectivas e prática pedagógica.
Porto Alegre: ArtMed, 1998. p. 32-46.
2. PIAGET, Jean. Epistemologia genética. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 123.
3. GLASERSFELD, Ernest von. Construtivismo: aspectos introdutórios. In: FOSNOT, Catherine
Twomey (Org.). Construtivismo: teoria, perspectivas e prática pedagógica. Porto Alegre:
ArtMed, 1998. p. 12-31.
4. SARRETA, Fernanda de Oliveira. Educação permanente em saúde para os trabalhadores
do SUS [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 248 p.
ISBN 978-85-7983-009-9. Disponível em: < http://static.scielo.org/scielobooks/29k48/pdf/
sarreta-9788579830099.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2015.
5. KLEBA, Maria Elisabeth; CORMELATTO, Dunia; COLLISELLI, Liane. Promoção do

empoderamento com conselhos de gestores de um Polo de Educação Permanente em
Saúde. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, Abr-Jun; 16(2): 335-42. 2007. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/tce/v16n2/a18v16n2.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2015.

permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer – 2. ed. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2005. 36 p.: il. Color – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios) (Educação na Saúde).

Aula 3 - Tema: Sujeitos do Processo de Educa- Aula 3 - Tema: Sujeitos do Processo de Educação
ção Permanente - Bloco I Permanente - Bloco II
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/3b663ae16c89209be1fc87e646e42ab5>. f6c75ec639504a229805f9c0cb172ee4>.
64/194
Questão 1
1. A teoria construtivista está conceitualmente relacionada com os funda-
mentos da educação permanente, pois leva em consideração:
I. Os sujeitos têm experiências reais/práticas.

II. É elaborada a partir da problematização.
III. É uma abordagem individualista.
IV. Não se aplica à Educação Permanente em Saúde.
V. Leva à construção de novos modelos e conceitos.
a) I, II, III, IV.
b) I, II, IV.
c) I, III, IV, V.
d) I, IV, V.
e) I, II, III, IV.
65/194
Questão 2
2. Sobre o papel da gestão na Educação Permanente em Saúde:
I. Não se aplica aos trabalhadores do SUS.

II. Compreende a gestão de estratégias voltadas Ministério da Educação.
III. A gestão deve construir acordos e alianças para obter sucesso.
IV. O modelo de gestão integra ações de planejamento, monitoramento e análise dos
processos envolvidos.
V. A gestão deve organizar um desenho pedagógico apropriado aos objetivos estabelecidos.
a) I, II, III, IV.
b) I, II, IV.
c) III, IV, V.
d) I, IV, V.
e) I, II, III, IV.
66/194
Questão 3
3. Os atores que integram os Polos de Educação Permanente estão inseridos
no que se denomina “quadrilátero da formação em saúde”, composto por:
I. Ensino.
II. Gestão setorial.
III. Práticas de atenção.
IV. Controle social.
V. Monitoramento de saúde.
a) I, II, III, IV.
b) I, II, IV.
c) I, III, IV, V.
d) I, IV, V.
e) I, II, III, IV.
67/194
Questão 4
4. Sobre o Colegiado de Gestão Regional:
I. É um sistema democrático e participativo de gestão.

II. Não se aplica a Educação Permanente.
III. Tem a função de planejar processos pedagógicos e de interação das práticas populares.
IV. Não tem decisão sobre o planejamento da educação.
V. Inclui atores da esfera estadual e municipal, instituições de saúde bem como atores sociais
e instituições de ensino/pesquisa.
a) I, III, IV.
b) I, II, IV.
c) I, III, IV, V.
d) I, IV, V.
e) I, II, III, IV.
68/194
Questão 5
5. Identifique se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas a seguir:
Um dos conceitos mais importantes do SUS, a integralidade da assistência, se relaciona com a

Educação Permanente enquanto:
( ) é gestão voltada para sujeitos/pessoas com demandas complexas do ponto de vista social,
cultural, de condição de vida.
( ) não é possível fazer assistência integral à saúde no Brasil.
( ) políticas de educação permanente em saúde e políticas sociais devem ter um diálogo a fim
de proporcionar a integralidade da assistência.
( ) a integralidade é um dos princípios do SUS e aplica-se fundamentalmente à Educação
Permanente em Saúde.
( ) formar indivíduos conscientes da integralidade da saúde é um dos objetivos da Educação
69/194
Questão 5
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, respectivamente:
a) V – F – V – V - V
b) F – V – V – F - F
c) V – V – F – F - F
d) V – V- V- V- V
e) F – F- F – F – F
70/194
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: E.
Piaget foi um psicólogo que estudou A Educação Permanente envolve atores
os processos de inteligência e como os que pertencem a quatro importantes
processos de aprendizagem aconteciam. áreas: ensino, gestão setorial, práticas de
Baseados nos seus estudos, outros atenção e controle social. E depende da
pesquisadores incorporaram seus integração destas áreas para o sucesso do
conceitos à teoria construtivista, a qual se seu planejamento pedagógico.
fundamenta num aprendizado elaborado
pelo sujeito a partir do confronto deste com
um determinado problema ou questão.
4. Resposta: A.
O Colegiado de Gestão Regional incorpora

2. Resposta: C.
os conceitos de democratização do SUS
A gestão da educação permanente em e tem a função de planejar os processos
saúde compreende um modelo que integra pedagógicos da Educação Permanente em
estratégias e pressupõe acordos e alianças Saúde.
para que possa ser executado e é um
conjunto de estratégias que dependem de
uma boa gestão para sua execução.
71/194
Gabarito
5. Resposta: A.
A integralidade da assistência busca

atender às demandas complexas da
população e este é o princípio sobre o qual
se sustenta a Educação Permanente em
Saúde.
72/194
Unidade 4
Os Pólos de Educação Permanente em Saúde
Objetivos
1. Definir o que é um Pólo de

Educação Permanente e quais suas
funcionalidades;
2. Explicar como se estruturam e
funcionam os pólos de educação
permanente;
3. Discutir o conceito de roda aplicado
ao contexto dos pólos de educação
permanente em saúde.
73/194
Introdução
A Política Nacional de Educação potencialização de recursos (AMESTOY,

Permanente foi instituída pela Portaria nº 2008).
198/GM/MS em 13 de fevereiro de 2004,
como estratégia do Sistema Único de Saúde
para a formação e o desenvolvimento de Para saber mais
trabalhadores do setor. A expressão “regionalização e hierarquização”
A fim de alcançar os objetivos estabelecidos são termos que definem as diretrizes do SUS e
nesta política, criaram-se estratégias estão relacionadas à universalização do direito
articuladas, entre elas, os pólos de educação à saúde. Enquanto a regionalização pressupõe a
permanente, cuja operacionalização aproximação com a população e facilitar o acesso,
ocorre de maneira interinstitucional e a hierarquização organiza os serviços em níveis de
localizada regionalmente (locorregional). atenção (CECCIM; BRAVIN; SANTOS, 2009).
Os pólos utilizam a dinâmica de roda
de gestão proposta pelo Ministério da 1. Como funcionam os Pólos de
Saúde. Esta estratégia de regionalização Educação Permanente?
e a criação deste modelo de atuação em
pólos são fundamentais para atender ao Os pólos regionais funcionam como
conceito de descentralização e permite a colegiados de pessoas que compõem
74/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde
os serviços do SUS, que realizam as ações e que pensam na formação e no desenvolvimento
da saúde. Eles trazem o formato de roda a fim de assegurar que não haja verticalização e
todos possam dialogar, identificar as necessidades dos profissionais e docentes e construir
juntos as estratégias e políticas, buscando a melhoria da qualidade na prestação de serviços,
aprimorando o conceito de assistência integral e fortalecendo o controle social na educação
permanente (BRASIL, 2005).
A Portaria nº 198/GM/MS, de 13/02/2014 utiliza o seguinte texto para definir a função dos
atores da Roda:
Mobilizar a formação de gestores de sistemas, ações e serviços para a

integração da rede de atenção como cadeia de cuidados progressivos à
saúde; - Propor políticas e estabelecer negociações interinstitucionais
e intersetoriais orientadas pelas necessidades de formação e de
desenvolvimento e pelos princípios e diretrizes do SUS, não substituindo
quaisquer fóruns de formulação e decisão sobre as políticas de
organização da atenção básica;

- Articular e estimular a transformação das práticas de saúde e de
educação na saúde no conjunto do SUS e das instituições de ensino,
tendo em vista a implementação das diretrizes curriculares nacionais
para o conjunto dos cursos da área da saúde e a transformação de toda a
rede de serviços e de gestão em rede-escola;
- Formular políticas de formação e desenvolvimento de formadores e
de formuladores de políticas, fortalecendo a capacidade docente e a
capacidade de gestão do SUS em cada base locorregional; - Estabelecer
a pactuação e a negociação permanente entre os atores das ações e
serviços do SUS, docentes e estudantes da área da saúde; - Estabelecer
relações cooperativas com as outras articulações locorregionais nos
estados e no país (Anexo II).
Link
A Portaria nº 198/GM/MS, de 13/02/2014 estabelece a Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/legislacao/
index.php?p=6333>. Acesso em: 17 dez. 2015.

Os pólos recebem financiamento e apoio por representantes do gestor estadual
técnico do Ministério da Saúde. Eles são (direção regional ou similar), dos gestores
compostos por municípios referenciados municipais (COSEMS), do gestor do
e instituições que aderiram à proposta município sede do Pólo, das instituições de
com o objetivo de assegurar a participação ensino e dos estudantes, formalizado por
e a transparência nas decisões, que são resolução do respectivo Conselho Estadual
tomadas em consenso com o conceito de Saúde (BRASIL, 2005).
ampliado de saúde (AMESTOY, 2008).
São interinstitucionais e compostos por
representantes de igual poder, a nível Para saber mais
estadual e municipal, de gestores de saúde, O termo interinstitucional significa uma
instituições de ensino com cursos na área relação de compartilhamento de informação
da saúde, hospitais de ensino e serviços e discussão. Na Educação permanente, a
de saúde, estudantes e trabalhadores da interinstitucionalidade ocorre entre dirigentes,
saúde, conselhos municipais e estaduais profissionais em formação, trabalhadores,
de saúde, movimentos sociais, além de estudantes e usuários (BRASIL, 2005).
outras instituições. Poderá contar com
um Conselho Gestor, que será constituído
2. O conceito de RODA aplicado Para que a roda se aproxime da realidade,
aos Pólos de Educação Perma- ela precisa reunir os diferentes interesses
nente e pontos de vista existentes na prática
diária das áreas da Saúde e da Educação.
A proposta de utilizar a dinâmica da roda Esta configuração dos pólos visa atender
“como nas rodas dos jogos infantis, que ao objetivo de estimular a cooperação
coloca a todos como participantes de uma e conjugação de esforços da política
operação conjunta em que todos usufruem nacional e estadual de saúde, respeitando
o protagonismo e a produção coletiva” as necessidades locais e a integralidade da
(Anexo II, Portaria 198/GM/MS, p.3, 2014) assistência (BRASIL, 2005).
significa que, dentro do colegiado de Cabe aqui ressaltar novamente o conceito
gestão, todas as instituições têm poder da integralidade da atenção à saúde que
igual e que cada parceiro do Pólo deve envolve, dentre outras coisas: a) a ideia
reorientar as iniciativas de formação da clínica ampliada, na qual a assistência
e desenvolvimento para que possam passa a ser feita pela equipe e não apenas
integrar a Política Nacional de Educação no plano individual; b) a atenção ao modo
Permanente em Saúde. com que a pessoa adoece e não somente
centrado no risco do adoecimento e para
a realidade em que ela vive; c) o trabalho
em equipe multiprofissional (formada
por profissionais de diferentes áreas)
e transdisciplinar (com conhecimento Para saber mais
em várias áreas do saber); d) a ação Por informações epidemiológicas entende-
intersetorial; e e) o conhecimento se o levantamento de informações relativas
e a capacidade de trabalhar com aos agravos à saúde. Este tipo de informação
as informações epidemiológicas, é importante em Educação Permanente, pois
demográficas, econômicas, sociais e é o ponto de partida para o entendimento
culturais da população de cada local e com das necessidades de saúde da população
os problemas de impacto regional, estadual locorregional. Uma vez determinadas as
e nacional (BRASIL, 2005). necessidades da população a partir do perfil
epidemiológico, podem-se estabelecer as
prioridades de formação e qualificação
dos profissionais de saúde que atuam em
determinada região.

Link
A Educação Permanente entra na Roda.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/educacao_permanente_
entra_na_roda.pdf>. Acesso em: 14 out. 2015.

Glossário
Conceito ampliado de saúde: Durante muito tempo, saúde foi entendida como ausência de
doenças físicas e mentais. Em 1994, o Whoqol Group definiu qualidade de vida como “a percepção
do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive
e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Dessa maneira, devemos
ampliar nosso olhar sobre a saúde e prover ações de saúde integral à população.
Conheça um pouco mais sobre o Whoqol Group e a avaliação da qualidade de vida relacionada à
saúde. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/psiquiatria/psiq/whoqol1.html>. Acesso em 17 dez.
2015.
Protagonismo: É o processo de protagonizar, ser o figurante principal de uma apresentação ou um
trabalho. Do latim “protos” – principal, primeiro – e “agonistes” – lutador, competidor. No sentido
figurado, protagonista é a pessoa que desempenha ou ocupa o papel principal naquilo que está
desempenhando. Ex.: A qualidade dos serviços é resultado do protagonismo dos trabalhadores
e de suas incontáveis estratégias para alcançar o sucesso. Esta definição é muito importante
na educação permanente em saúde, visto que os atores envolvidos são os protagonistas no
desenvolvimento da política nacional de educação permanente.

Glossário
Clínica ampliada: Este conceito se traduz numa abordagem profissional que vai além das
práticas protocoladas e formatadas para o atendimento em saúde, de maneira que os
profissionais ampliem seu olhar sobre o sujeito em questão tratando as causas do adoecimento
e todos os fatores imprevisíveis que o trazem e não somente a doença em si.

?
Questão
para
reflexão
Levando em consideração o conceito de trabalho

cooperativo e em roda proposto pelo SUS, você
considera uma prática de fácil realização? Enumere
as possíveis dificuldades na utilização desse modelo,
levando em consideração os interesses políticos e os
padrões estabelecidos até hoje nas instituições de
saúde.
83/194
Os pólos regionais funcionam como colegiados de pessoas que compõem

os serviços do SUS, que realizam as ações e que pensam na formação e no
desenvolvimento da saúde.
Os pólos devem ser interinstitucionais e compostos por representantes de
igual poder, a nível estadual e municipal.
Os pólos trazem o formato de roda a fim de assegurar que não haja
verticalização e todos possam dialogar, identificar as necessidades dos
profissionais e docentes e construir juntos as estratégias e políticas.
O pólo de educação permanente tem o objetivo de promover a integralidade
da assistência à saúde.
84/194
Referências
1. AMESTOY, Simone Coelho; MILBRATH, Viviane Marten; CESTARI, Maria Elisabeth; THOFEHRN,
Maira Buss. Educação permanente em saúde e sua inserção no trabalho da enfermagem.
Ciencia, Cuidado e Saude, Jan/Mar; 7(1):083-088. 2008. Disponível em: <http://eduem.uem.br/
ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/viewArticle/4910. Acesso em 30/11/15.
2. CECCIM, Ricardo Burg; BRAVIN, Fábio Pereira; SANTOS, Alexandre André dos. Educação na
saúde, saúde coletiva e ciências políticas: uma análise da formação e desenvolvimento para o
Sistema Único de Saúde como política pública. Lugar Comum, Rio de Janeiro, v. 28, p. 159-180,
2011. Disponível em: <http://uninomade.net/wp-content/files_mf/110810121246>. Acesso em:
07 dez. 2015.
4. Portaria nº 198/GM/MS, de 13/02/2014. Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/
cidade/secretarias/saude/legislacao/index.php?p=6333 . Acesso em 15 out. 2015.
5. ROLIM, Joel Mancia; CABRAL, Leila Chaves; KOERICH, Magda Santos. Educação permanente no
contexto da enfermagem e na saúde. Rev Bras Enferm, Brasília (DF), set/out; 57(5):605-10. 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n5/a18v57n5.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2015.
Aula 4 - Tema: Os Polos de Educação Perma- Aula 4 - Tema: Os Polos de Educação Permanente
nente em Saúde - Bloco I em Saúde - Bloco II
1d/5adc5b477a1767e24aed66e35d7dcc7e>. 800c72318efb087f5362332b9f0a6c59>.
86/194
Questão 1
1. Os pólos de educação permanente têm como objetivo:
a) Formatar procedimentos para instituições de saúde.

b) Dialogar e identificar necessidades de profissionais e docentes.
c) Adequar legislações voltadas para a educação.
d) Recrutar trabalhadores.
e) Regulamentar o ensino de graduação.
87/194
Questão 2
2. Os pólos trazem o formato de roda, qual afirmação a seguir está
correta?
a) O conceito de roda não se aplica aos pólos de educação em saúde.

b) Na roda, a verticalização de poderes é assegurada.
c) Esse modelo tem objetivo de integrar os diferentes atores do sistema e promover a
participação de todos
d) Apenas a secretaria de saúde e o departamento de gestão do trabalho em saúde podem
participar da dinâmica de roda.
e) As instituições de ensino não participam da roda.
88/194
Questão 3
3. Sobre os pólos de educação permanente, podemos afirmar que:
I. São interinstitucionais e compostos por representantes de igual poder a nível estadual e

municipal.
II. É composto por gestores de saúde, instituições de ensino, estudantes e trabalhadores de
saúde, movimentos de saúde.
III. Pode contar com um Conselho Gestor composto por gestor estadual e municipal, gestor do
município, estudantes e instituições de ensino.
IV. O Pólo de Educação Permanente está localizado no Ministério da Saúde.
V. O Pólo de Educação Permanente se restringe ao nível estadual.
Estão corretas as alternativas:
a) II e III.
b) I e III.
c) III, IV, V.
d) I, II, III.
e) I, III, IV.
89/194
Questão 4
4. “A definição de intersetorialidade compreende o envolvimento e inter-
locução entre vários setores da sociedade, o ___________ entre os dife-
rentes _________do sistema para o atendimento das reais necessidades
da população, o _____________e monitoramento das ações de saúde.”
Assinale a alternativa que contém as palavras corretas que preenchem as lacunas da frase
anterior:
a) Envolvimento, atores, planejamento.
b) Mecanismo, atores, planejamento.
c) Mecanismo, meios, planejamento.
d) Envolvimento, mecanismos, planejamento.
e) Meio, atores, planejamento.
90/194
Questão 5
5. Conceito ampliado de saúde é(são):
a) Maneiras diferentes de diagnosticar doenças.

b) Método de diagnóstico.
c) Uma maneira mais ampla de ver e agir sobre a saúde.
d) Planejamento do tratamento de doenças.
e) Aspectos biológicos da doença.
91/194
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: D.
Os pólos têm como um dos principais Os pólos são interinstitucionais e

objetivos promover a integração e o compostos por representantes de igual
diálogo entre os atores envolvidos. Por poder a nível estadual e municipal,
isso trazem o formato de roda, a fim de é composto por gestores de saúde,
assegurar que não haja verticalização instituições de ensino, estudantes e
e todos possam dialogar, identificar as trabalhadores de saúde, movimentos de
necessidades dos profissionais e docentes saúde e pode contar com um conselho
e construir juntos as estratégias e políticas. gestor.
2. Resposta: C. 4. Resposta: D.
A proposta de Educação Permanente na A definição de intersetorialidade

Roda envolve um conceito de diálogo, compreende o envolvimento e interlocução
responsabilidade compartilhada e busca de entre vários setores da sociedade, o
soluções de maneira participativa. envolvimento entre os diferentes atores
do sistema para o atendimento das
92/194
Gabarito
reais necessidades da população, o
planejamento e monitoramento das ações
de saúde.
5. Resposta: C.
A ampliação do conceito de saúde se refere

a um olhar holístico observando vários
domínios da vida de modo a agir sobre as
causas do adoecimento.
93/194
Unidade 5
Organização e Processo de Trabalho dos Pólos de Educação Permanente em Saúde
Objetivos
1. Apresentar a estrutura que dá

suporte aos Pólos de Educação
Permanente em Saúde;
2. Demonstrar a interinstitucionalidade
na formação, atenção, gestão
e controle social em saúde nos
territórios regionais;
3. Discutir a responsabilidade dos Pólos
Regionais de Educação Permanente.
94/194
Introdução
O Departamento de Gestão da Educação Com a criação da Secretaria de Gestão
na Saúde (Deges) é responsável pela do Trabalho e da Educação na Saúde, o
proposição e formulação das políticas Ministério da Saúde é responsável pela
relativas à formação e capacitação dos gestão federal do SUS e deve formular
profissionais de saúde em todos os níveis as políticas que orientam a formação,
de escolaridade. Além disso, é responsável desenvolvimento, distribuição, regulação
por capacitar profissionais que não são e gestão dos trabalhadores de saúde
necessariamente da área de saúde, (BRASIL, 2004b). Os projetos são
incluindo os que pertencem a movimentos
elaborados e acordados no colegiado de
sociais e a população. A extensão da
gestão de cada pólo e devem ser aprovados
ampliação do processo educativo para
pelo Conselho Estadual de Saúde. Após
além dos profissionais do SUS tem o
esse processo, o Ministério da Saúde
objetivo de favorecer a articulação
intersetorial, incentivar a participação avalia e aprova os projetos regionais e
e o controle social no setor da saúde; a faz a alocação dos recursos e acordos de
interação com a escola básica no tocante cooperação técnica. Os Pólos de Educação
aos conhecimentos sobre saúde para Permanente devem constituir um projeto
a formação da consciência sanitária de atividades, solicitando alocação
(BRASIL, 2004a). orçamentária necessária e demonstrando a
95/194 Unidade 5 • Organização e Processo de Trabalho dos Pólos de Educação Permanente em Saúde
sua relação com o Plano de Ação Regional instituição executora; dados da instituição
de Educação Permanente em Saúde. beneficiária; responsável pela coordenação
De acordo com o Ministério da Saúde do projeto com os respectivos contatos.
(2009), os projetos apresentados A distribuição dos recursos financeiros
devem conter: nome de ação educativa; está vinculada ao número de equipes de
justificativa da ação, análise de contexto Saúde da Família, da população total dos
da situação atual e dos problemas municípios de gestão plena, do número
enfrentados pelos serviços e a proposição de conselheiros e de unidades básicas de
de estratégias para o enfrentamento dessa saúde e da concentração de cursos da área
situação; objetivo da ação; público-alvo. (BRASIL, 2004a).
(Identificação das instituições, das áreas Este emaranhado de estruturas pode, de
de atenção e da vinculação ao SUS dos alguma maneira, ser um impedimento a
atores envolvidos); metodologia utilizada; proposta de não verticalização do SUS e
duração e cronograma de execução; torna vulnerável a efetividade da prática
plano de metas/indicadores; resultados educativa nas unidades de saúde, tal
esperados; titulação a ser conferida (se for qual foram idealmente concebidas. É
o caso); planilha de custos e cronograma necessário que, ao mesmo tempo possam
de execução financeira; dados da se equilibrar a força diretiva da Secretaria
de Gestão do Trabalho e da Educação na e municipais de saúde, instituições e
Saúde, a comunicação efetiva entre esta hospitais de ensino, trabalhadores e
e os municípios e as unidades de saúde e estudantes da área, conselhos municipais e
o fomento para a formação dos pólos de estaduais e movimentos sociais. Com vista
educação permanente. a possibilitar um processo de comunicação
efetivo, no qual todos os integrantes
Vamos aprofundar o nosso conhecimento participem igualmente, é utilizada a
sobre a estrutura formada para esse dinâmica da roda, objetivando romper a
processo e discutir a sua viabilidade neste hegemonia da verticalidade.
texto.
1. A estrutura que suporta os

Para saber mais
pólos de educação permanente No contexto da saúde, a hegemonia significa
em saúde influência, domínio, liderança e poder. No caso
da saúde, a verticalidade hierárquica sempre
Como foi tratado no texto anterior, diversos prevaleceu, mas o que se busca é quebrar essa
setores e instituições participam e apóiam barreira, esse poder da verticalização para que
a política de educação permanente em um novo modelo democrático se instale no
saúde, tais como: gestores estaduais Sistema Único de Saúde.
Cabe, neste momento, consolidar
esquematicamente a estrutura da
interdisciplinaridade do sistema proposto
pela Política de Educação em Saúde para
que você tenha uma ideia clara de como
os diferentes atores se inserem neste
modelo democrático e participativo
proposto pelo SUS.
Você pode imaginar o quão complexo
possa ser integrar todos estes atores e
estabelecer um planejamento integrado
e participativo, levando em consideração
que muitos municípios ainda não
têm programas de saúde da família
funcionando plenamente.
Figura 1: Interinstitucionalidade na formação, atenção, gestão e controle social em saúde nos territórios regionais.
Fonte: BRASIL, 2005.

A figura anterior mostra que a educação
permanente em saúde atua conforme Link
o quadrilátero da formação criado por Esse texto discute a relevância e a viabilidade
CECCIM (2004), o qual é composto pela de disseminar a Educação Permanente em
interação entre os segmentos da formação, cada cidade e por toda a rede do Sistema Único
da atenção, da gestão e do controle social de Saúde, e apresenta as metas de se tornar
em saúde, objetivando-se, através dessa a rede pública de saúde uma ferramenta de
aliança, valorizar as características locais ensino-aprendizagem: Disponível em: <http://
e a capacidade de crítica, bem como www.scielo.br/scielo.php?pid=s1413-
estabelecer a aprendizagem significativa, a 81232005000400020&script=sci_arttext>.
autoanálise e autogestão. Acesso em: 18 out. 2015.
A gestão colegiada deve assegurar a

mudança, transformando o modelo
hierarquizado tradicional, mobilizando as
estruturas tradicionais das organizações
de saúde. Dessa forma, a dinâmica dos
pólos deve direcionar o compromisso com
a educação para o município, a instituição Os recursos financeiros destinados a cada
formadora deve se comprometer com a um dependerá do número de equipes de
gestão da saúde, os estados devem ser Saúde da Família, da população total dos
mediadores pedagógicos. Os pólos devem municípios de gestão plena, do número
incluir a formação superior, técnica, de conselheiros e de unidades básicas de
educação básica e educação popular saúde e da concentração de cursos da área
(BRASIL, 2004a). (AMESTOY et al., 2008).
Um mesmo estado pode ter vários pólos de
Para saber mais educação e, nesses casos, cabe à secretaria
de saúde integrar as ações entre estes por
A gestão por um colegiado é uma ferramenta
meio de fóruns e reuniões periódicas.
democrática e muito valorizada, pois valoriza
a voz e o voto dos trabalhadores e permite
uma representatividade do coletivo no qual
está inserido. Nesse processo de formação de
Link
Leia mais sobre o modelo de Gestão colegiada e
colegiados, a decisão e planejamento de ações
sua efetividade no SUS. Disponível em: <http://
são compartilhados entre os atores da Educação
www.scielo.br/pdf/csp/v26n3/13.pdf>.
Acesso em 18 out. 2015.
2. Os processos e responsabi- • Equipes de reabilitação psicossocial;
lidades dos Pólos de Educação • O pessoal necessário para prestar
Permanente atenção humanizada ao parto e ao
pré-natal;
De acordo com a Política de Educação
• Hospitais Universitários e de
Permanente em Saúde (BRASIL, 2004a, p.
Ensino em ações que objetivam sua
13), o processo de educação permanente,
integração à rede do SUS na cadeia
deve priorizar:
de cuidados progressivos à saúde,
• Equipes que atuam na atenção a revisão de seu papel no ensino e
básica, num trabalho de qualificação seu apoio docente e tecnológico
que envolverá a articulação e o ao desenvolvimento do sistema de
diálogo entre atores e saberes da saúde;
clínica, da saúde coletiva e da gestão
• O desenvolvimento da gestão do
em saúde;
sistema, das ações e dos serviços de
• Equipes de urgência e emergência; saúde;
• Equipes de atenção e internação • Ações educativas específicas
domiciliar; resultantes de deliberação nacional,
estadual intergestores, municipal ou De maneira prática, este processo de
do respectivo Conselho de Saúde. educação permanente e a sua forma de
Essa priorização é importante para apresentação e aplicação prática pode
assegurar que os pólos de educação utilizar-se dos métodos de capacitação
somem esforços para atingir os objetivos técnica, desde que inclua os conceitos já
de melhoria da qualidade na assistência mencionados anteriormente neste texto,
e aumentem a capacidade de formação de forma a promover o acolhimento dos
e o desenvolvimento das equipes de usuários do sistema, o estabelecimento de
saúde e demais atores envolvidos com as vínculo entre usuários e equipe de saúde, o
políticas públicas de saúde e, também, dos desenvolvimento de responsabilidade das
profissionais de outros setores a fim de equipes com a saúde individual e coletiva,
fortalecer a ação intersetorial. promover a autonomia dos usuários,
melhorias na resolutividade da atenção e
Além disso, essa priorização é importante
aproximação das escolas com as unidades
para uma efetiva gestão do programa de
de saúde.
educação e visa atender às especificidades
técnicas ou epidemiológicas e os
protocolos de atenção à saúde na prática
clínica (BRASIL, 2004b)
Para saber mais
Autonomia, neste contexto, significa que os
usuários devem ter conhecimento suficiente Link
para ser protagonistas no processo de cuidado Política de Educação Permanente em Saúde,
e não meros objetos nas mãos dos profissionais. 2004. Disponível em: <http://bvsms.saude.
Implica, também, o direito ao livre arbítrio que gov.br/bvs/publicacoes/politica2_vpdf.pdf>.
faz com que qualquer indivíduo esteja apto para Acesso em: 18 out. 2015.
tomar suas próprias decisões.
O que observamos na literatura é que

existem muitas experiências regionais na
implantação da política e cada uma se dá
de modo particular e de acordo com os
recursos existentes em cada região.
Glossário
Verticalização: Neste texto, o significado da palavra verticalização se refere a uma hierarquia
de poder em que os processos percorrem vários escalões, mas as decisões são tomadas apenas
no topo, não na base, próximo à população.
Resolutividade (da atenção à saúde): Capacidade de resolver ou finalizar um processo,
simplificando e agilizando procedimentos. No contexto da atenção à saúde, a resolutividade
acontece quando há um envolvimento interdisciplinar e quando os profissionais questionam as
melhores alternativas para a prestação de serviço.
Empoderamento: Significa uma ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando
participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais. Essa
consciência ultrapassa a tomada de iniciativa individual de conhecimento e superação de uma
realidade em que se encontra.
?
Questão
para
reflexão
A Educação Permanente em Saúde tem sido adotada
como norteadora da formação e do desenvolvimento
de profissionais para o SUS, mediante o pressuposto
do potencial da aprendizagem significativa para
transformação das práticas em saúde. Nesse sentido,
é fundamental uma discussão histórica do conceito de
Educação Permanente e sua apropriação pela área da
saúde. Faz-se necessário identificar: de que maneira
as atuais diretrizes da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde tem sido implementada e
os desafios do profissional da saúde no processo de
educação permanente?
106/194
A complexidade de integrar todos os atores e estabelecer um planejamento

integrado e participativo é um dos maiores desafios de implementação da
Política de Educação em Saúde.
Os Pólos de Educação Permanente têm objetivo de aumentar a capacidade de
formação e desenvolvimento das equipes de saúde.
A articulação descentralizada e fragmentada regionalmente é ao mesmo
tempo um desafio e um avanço na não verticalização dos sistemas do SUS.
107/194
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS:

caminhos para a educação permanente em saúde: polos de educação permanente em saúde.
Brasília: Ministério da Saúde - 68 p. – (Série C. Projetos, Programas e Relatórios). 2004 (a).
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 198/GM/MS. Institui a Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o
desenvolvimento de trabalhadores para o setor. Brasília (DF): MS; 14, p. 10. 2004(b).
2006; v. 9).
ROLIM, Joel Mancia; CABRAL, Leila Chaves; KOERICH, Magda Santos. Educação permanente no
contexto da enfermagem e na saúde. Rev Bras Enferm, Brasília (DF), set/out; 57(5):605-10. 2004.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n5/a18v57n5.pdf>. Acesso em 07 dez. 2015.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Caminhos para a Mudança da Formação e Desenvolvimento dos
Profissionais de Saúde: diretrizes para a ação política para assegurar educação permanente no
SUS. Brasília (DF): MS; 2003.
4. CECCIM, Ricardo Burg. Gestión de la salud y políticas de formación de los
trabajadores. Revista Panamericana de Enfermería. Washington, DC, v. 2, p. 55-63, 2004.
5. AMESTOY, S C, MILBRATH, V M, CESTARI, M E, THOFEHRN, M B. Educação permanente
em saúde e sua inserção no trabalho da enfermagem. Ciencia, Cuidado e Saude. Jan/Mar;
7(1):083-088. 2008. Disponível em: <http://eduem.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/
article/viewArticle/4910>.
Acesso em 30 nov. 2015.
Aula 5 - Tema: Organização e Processo de Tra- Aula 5 - Tema: Organização e Processo de Traba-
balho dos Polos de Educação Permanente em lho dos Polos de Educação Permanente em Saúde
Saúde - Bloco I - Bloco II
1d/9e8ed858010bbdd05b15d8158e2ffb2b>. 24198c6ba3b16b04972078eb6fd76a2f>.
110/194
Questão 1
1. No que compete ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Gestão do Trabalho
e da Educação na Saúde, as responsabilidades na educação permanente são:
I. Responsabilidade de gestor federal do SUS.

II. Formulação de políticas orientadoras na formação de profissionais de saúde,
desenvolvimento, distribuição, regulação e gestão dos trabalhadores da saúde.
III. Avaliar e acompanhar os projetos dos pólos de educação permanente em Saúde.
IV. Alocar recursos financeiros e a cooperação técnica para os projetos criados pelos pólos de
educação permanente.
V. O Ministério da Saúde não tem responsabilidade direta sobre os pólos permanentes de saúde.
a) II e III.
b) I e III.
c) III, IV, V.
d) I, II, III, IV.
e) I, III, IV.
111/194
Questão 2
2. A estrutura criada pelo Ministério da Saúde pretende articular e
democratizar o processo de educação permanente em saúde. Identifique
se são (V) verdadeiras ou (F) falsas as afirmativas a seguir:
( ) Há uma certa vulnerabilidade na política de educação permanente caso a interlocução entre

os diversos atores não ocorra.
( ) É importante haver um equilíbrio entre a força diretiva da Secretaria de Gestão do Trabalho
e da Educação na Saúde e a comunicação efetiva entre esta e os municípios.
( ) Não há riscos para a implementação da política, visto que os municípios assumem toda a
responsabilidade.
( ) Se não houver articulação intersetorial a política pode ser implementada nas unidades de
saúde de maneira independente.
( ) Os mecanismos de articulação envolvem o diálogo e é mediado pelos colegiados de gestão.
112/194
Questão 2
a) V – F – F – V – V
b) F – V – V – F – F
c) V – V – F – F – F
d) V – V- V- V- V
e) V – V- F – F – V
113/194
Questão 3
3. Os pólos de educação permanente têm por objetivo:
I. Colocar a responsabilidade da educação permanente nos municípios.

II. Estabelecer vínculo entre usuários e equipe de saúde.
III. Promover a reponsabilidade nas equipes de saúde.
IV. Promover a autonomia dos usuários.
V. Melhorar a resolutividade da atenção.
a) I, II, IV, V.
b) I, III, IV.
c) III e V
d) II, III, IV, V
e) II, IV.
114/194
Questão 4
4. A Educação Permanente em Saúde compreende um sistema compos-
to pela interação entre os segmentos da formação, da atenção, da ges-
tão e do controle social em saúde denominado:
a) Educação continuada.
b) Quadrilátero da formação.
c) Promoção em saúde.
d) Rede de saúde.
e) Colegiado de gestão.
115/194
Questão 5
5. No que diz respeito à área de “atenção” recomendada no quadrilátero
da formação, quais são os atores que participam?
I. Ambulatórios de referência.
II. Hospitais universitários.
III. Serviços de emergência.
IV. CAPS e unidades básicas de saúde.
V. Universidades.
a) I, II, III, IV.
b) I,
c) III, IV.
d) III e V
e) II, III, IV, V
f) II, IV.
116/194
Gabarito
1. Resposta: D. 3. Resposta: D.
O Ministério da Saúde criou a Secretaria de Os pólos de educação permanente
Gestão do Trabalho e da Educação na saúde regionais elaboram projetos que levam
e o Departamento de Gestão de educação em consideração as ferramentas para
permanente, que são responsáveis por melhoria da atenção à saúde: estabelecer
assegurar os recursos necessários para que vínculo entre usuários e equipe de saúde,
a política tenha êxito. promover a reponsabilidade nas equipes de
saúde, promover a autonomia dos usuários,
2. Resposta: E. melhoria na resolutividade da atenção.
O Departamento de Gestão da Educação

4. Resposta: B.
na Saúde (Deges) é responsável pela
proposição e formulação das políticas e O “quadrilátero da formação” propõe que o
deve favorecer a articulação intersetorial, setor da educação, usuários, profissionais
incentivar a participação e o controle social de saúde e gestores têm igual importância
no setor da saúde. para que a educação em saúde aconteça
efetivamente.
117/194
Gabarito
5. Resposta: A.
A área de atenção no quadrilátero da

formação diz respeito a todas as unidades
de saúde inseridas na região.
118/194
Unidade 6
Diretrizes Doutrinárias da Educação Permanente em Saúde
Objetivos
1. Definir os princípios doutrinários do

SUS;
2. Rever os conceitos dos princípios e
doutrinas do SUS e a sua importância
no contexto da educação em saúde;
3. Definir a função da Secretaria de
Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde (SGTES) e seus departamentos.
119/194
Introdução
O Ministério da Saúde fundamenta suas de complexidade crescente), resolubilidade,

doutrinas e seus princípios na Constituição descentralização, participação do cidadão
e na Lei Orgânica da Saúde. Estes princípios e complementariedade do setor privado.
doutrinários se baseiam em universalidade, Esses princípios doutrinários, por
equidade e integralidade. conseguinte, integram também a Política
e os Pólos de Educação Permanente que,
Link como vimos anteriormente, mantém
estreita relação entre o processo
Lei Orgânica da Saúde. Disponível em: formativo e o processo de trabalho em
<http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/ saúde, utilizando novas metodologias
legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%20 de ensino-aprendizagem, sobretudo
8.080-1990?OpenDocument>. Acesso em: 14 a problematização. Os princípios
out. 2015. doutrinários do SUS são a base para a
estratégia de transformação da formação/
Além dos aspectos doutrinários, a ensino e de gestão do sistema, mudando
organização do SUS também está o processo de atenção à saúde, de
fundamentada em princípios como formulação de políticas e de controle social
regionalização, hierarquização (por níveis no setor da saúde (MUROFUSE et al., 2009).
120/194 Unidade 6 • Diretrizes Doutrinárias da Educação Permanente em Saúde
Neste texto, você poderá revisitar esses O sistema de saúde brasileiro incorporou
conceitos a partir da visão da educação o conceito de integralidade proposto pela
permanente de forma complementar ao Organização Mundial de Saúde que busca
que já foi tratado anteriormente. assegurar ao indivíduo uma assistência
à saúde em todos os níveis de atenção
1. Revisitando os conceitos dos (primário, secundário e terciário) e levando
princípios doutrinários do SUS em consideração o contexto social, familiar
e cultural. Além disso, a reforma do sistema
Os princípios doutrinários do SUS de saúde incorporou também o conceito de
compreendem o conceito ampliado de sistema e de unicidade. Nesse contexto, a
saúde como resultado de embates teóricos unicidade quer dizer a interação entre um
e políticos históricos. conjunto de instituições, os três níveis de
A partir da Constituição de 1988, o Sistema governo (federal, estadual e municipal) e o
Único de Saúde (SUS) passou por uma setor privado.
reformulação política e organizacional com O sistema de saúde é, portanto, um
o objetivo de reordenar os serviços e ações conjunto de elementos doutrinários e de
propostas pelo sistema. organização que inclui os princípios da
universalização, equidade, integralidade,
descentralização e participação popular, saúde, as pessoas não são iguais
levando em consideração as características e têm necessidades diferentes.
regionais (regionalização). Portanto, o objetivo é assegurar que
todas as pessoas tenham acesso aos
Relembrando os conceitos pertinentes aos
diferentes níveis de complexidade
princípios doutrinários, podemos defini-los
do sistema. Nesse modelo a
da seguinte maneira: prioridade epidemiológica define as
• Universalidade: é a garantia dada necessidades de investimento.
pelo sistema de saúde a todo cidadão • Integralidade: Refere-se a promover
de que todos têm acesso a todos ações de promoção, proteção e
os serviços públicos de saúde e de reabilitação da saúde e que as
contratados pelo poder público, unidades de saúde em seus diversos
independente de raça, sexo, renda, graus de complexidade configurem
ocupação ou outras características um sistema capaz de fornecer a
sociais. assistência integral. Este conceito
• Equidade: O objetivo da equidade é compreende também a articulação da
diminuir desigualdades, o que não saúde com outras políticas públicas,
quer dizer igualdade, sendo que, como mencionado anteriormente.
mesmo tendo acesso ao sistema de
orientam o processo e ajudam na sua
Para saber mais organização como sistema, a saber:
O SUS é um dos maiores e mais completos • Regionalização e hierarquização:
sistemas de saúde do mundo, baseado no Trata-se da organização do
modelo de saúde Inglês. Na década de oitenta, a sistema de atenção em níveis
maior parte dos cidadãos era excluída do sistema de complexidade tecnológica
(Instituto Nacional de Previdência Social), restrita crescente, em área geográfica
aos trabalhadores contribuintes. A reforma delimitada e definição da população
sanitária e a promulgação da Lei Orgânica da a ser atendida. Deve-se levar em
Saúde - Lei Federal nº 8.080, de 19 de setembro conta os critérios epidemiológicos
de 1990 ampliaram a assistência à saúde a todos a fim de definir a capacidade de
os cidadãos. atendimento, o acesso à tecnologia
e resolutividade. Dessa maneira,
a rede de serviços pode ter maior
A fim de organizar o SUS, a partir dos
conhecimento da situação de
princípios doutrinários, é importante
saúde da população favorecendo a
considerar algumas diretrizes definidas
atenção ambulatorial, hospitalar e
pelo Ministério da Saúde (1990), que
em todos os níveis de complexidade.
A regionalização e hierarquização • Participação dos cidadãos: É a
permitem qualificar adequadamente garantia constitucional de que a
os serviços de nível primário na população, através de suas entidades
resolução de problemas e os demais representativas, participará do
serviços referenciados para uma processo de formulação das políticas
maior complexidade tecnológica. de saúde e do controle da sua
• Resolubilidade: Trata-se da execução, em todos os níveis, desde o
capacidade do serviço que está federal até o local.
prestando o atendimento, dentro
de seu nível de competência,
propor resoluções e enfrentar Link
adequadamente a problemática O SUS de A-Z. Saiba mais sobre o SUS no
trazida pelos indivíduos. link: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
• Descentralização: É a redistribuição publicacoes/manual_sus_screen.pdf>.
das responsabilidades quanto às Acesso em: 25 out. 2015.
ações e serviços de saúde em vários
níveis de governo.

2. Os princípios doutrinários e com os usuários, de tal forma que estes
diretrizes do SUS e a Educação participem nas tomadas de decisão nos
Permanente em Saúde. serviços de saúde.
Os princípios e diretrizes do SUS

fundamentam os princípios da Política
Para saber mais
de Educação permanente e também Em 1988 foi aprovada a “Constituição Cidadã”,
o comportamento ético e visão dos que determinou que a a saúde é “Direito de
profissionais do SUS. todos e dever do Estado”. Na seção II define:
“as necessidades individuais e coletivas
É esperado que a descentralização
são consideradas de interesse público e o
e os colegiados de gestão dos pólos atendimento um dever do Estado; a assistência
permanentes em educação em saúde médico-sanitária integral passa a ter caráter
sejam veículos para a ampliação das universal e destina-se a assegurar a todos o
ações dos profissionais de saúde, a fim de acesso aos serviços; esses serviços devem ser
capacitá-los para prestar uma assistência hierarquizados segundo parâmetros técnicos e a
de qualidade, com competência técnica sua gestão deve ser descentralizada”. Este foi um
e humana e de acordo com as diretrizes marco para que o aperfeiçoamento do sistema
do sistema. É esperado também que os de saúde brasileiro.
profissionais de saúde estabeleçam vínculo
Esses princípios orientam o compromisso trabalho e educação pela qualificação
dos profissionais de saúde em atender e dos trabalhadores, pela organização
acolher com qualidade técnico-científica do trabalho em saúde e distribuição de
as necessidades de saúde do usuário com recursos humanos em saúde, contribuindo,
foco em resolutividade e levando em assim, para o desenvolvimento de novos
consideração a busca pelo senso comum. perfis profissionais com condições de
A forma como estes princípios chegam responder às necessidades de saúde da
à Educação Permanente é por meio da população, de acordo com os princípios e
Secretaria de Gestão do Trabalho e da diretrizes do SUS (BRASIL, 2011).
Educação na Saúde (SGTES). A secretaria
é estruturada em dois departamentos
– da Gestão da Educação (DEGES) e da
Para saber mais
Gestão e da Regulação do Trabalho em Recursos Humanos em Saúde inclui toda
Saúde (DEGERTS) e uma Diretoria de estrutura de gestão de pessoas, desde a
Programa. A SGTES desenvolve políticas e qualificação, recrutamento, colocação
programas que buscam assegurar o acesso profissional, carreira, assim como a organização
universal e igualitário às ações e serviços do trabalho.
de saúde, responsabilizando a gestão do
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, saúde e se apropriem dos valores
2011), para que os desafios nessa área estabelecidos de equidade, atenção
sejam superados, é necessário: universal e qualidade na prestação de
serviços.
• estabelecer o alinhamento entre os
atores envolvidos no que diz respeito
às mudanças e processos que
ocorrem no sistema de saúde; Link
• assegurar a distribuição equitativa de A legislação pertinente a Educação permanente
profissionais de saúde; em saúde (Portaria MS/GM nº 1.996, de 20 de
agosto de 2007. Portaria MS/GM nº 2.813, de
• estabelecer processos que controlem
20 de novembro de 2008. Portaria SGTES/MS nº
e regulem a transferência de
27, de 29 de dezembro de 2008. Portaria MS/GM
profissionais no sistema;
nº 4.033, de 17 de dezembro de 2010) pode ser
• promover a interação entre as acessada no endereço: <www.saude.gov.br/
instituições de ensino e de serviço sgtes>. Acesso em: 17 dez. 2015
de saúde, assegurando que os
estudantes e trabalhadores tenham
conhecimento sobre o sistema de
Glossário
Problematização: Problematizar é desprender-se, criando uma distância crítica, formular certo
fato, analisar e discutir os aspectos mais complicados ou mais difíceis; elaborar conjunto de
questões articuladas; questionar.
Descentralização: Afastar; separar do centro. No sentido da saúde é dividir o poder em
diferentes esferas do governo e setores.
Senso comum: senso comum é o modo de pensar da maioria das pessoas. Buscar o senso
comum implica em acordo, comunicação.

?
Questão
para
reflexão
Diante do que foi exposto neste texto e nas políticas
sugeridas no link anterior, quais as críticas sobre a
real utilização das premissas do SUS na educação
permanente em saúde?
129/194
A organização do SUS e os princípios como regionalização, hierarquização
(por níveis de complexidade crescente), resolubilidade e descentralização,
participação do cidadão e complementariedade do setor privado são
princípios incorporados pela Política de Educação Permanente em Saúde.
Na Educação Permanente, a qualidade da assistência se fundamenta
na descentralização e nos colegiados de gestão dos pólos permanentes
em educação em saúde como veículos para a ampliação das ações dos
profissionais de saúde.
As diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde (BRASIL, 1990) que orientam
o processo e ajudam na sua organização como sistema são a base para a
condução da Política de Educação Permanente.
A Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e
dos departamentos da Gestão da Educação (DEGES) e da Gestão e da
Regulação do Trabalho em Saúde (DEGERTS) foram criados para assegurar a
implementação da Política de Educação Permanente.
130/194
Referências
1. MUROFUSE, Neide Tiemi et al. Diagnóstico da situação dos trabalhadores em saúde e o

processo de formação no polo regional de educação permanente em saúde. Rev. Latino-Am.
Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 17, n. 3, p. 314-320, jun. 2009. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692009000300006&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 15 dez. 2015. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692009000300006
2. LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências.
3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE - Secretaria Nacional de Assistência à Saúde ABC do SUS.
1990. Disponível em: <http://www.pbh.gov.br/smsa/bibliografia/abc_do_sus_doutrinas_e_
principios.pdf>. Acesso em 18 out. 2015.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde:
políticas e ações. Brasília: Ministério da Saúde, 32p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde). 2011.
5. Portaria nº 198/GM/MS, de 13/02/2014. Disponível em: <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//
arquivos/secretarias/saude/legislacao/0137/PortariaGM_2004_0198.pdf>. Acesso em 15 out. 2015.
6. PONTES, A P M de; OLIVEIRA, D C de; GOMES, A M T. Os princípios do Sistema Único de Saúde
estudados a partir da análise de similitude. Revista Latino-Americana de Enfermagem, [S.l.], v.

22, n. 1, p. 59-67, jan. 2014. ISSN 1518-8345. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rlae/
article/view/76070>. doi:http://dx.doi.org/10.1590/0104-1169.2925.2395>. Acesso em: 18
out. 2015.

Aula 6 - Tema: Diretrizes Doutrinárias da Edu- Aula 6 - Tema: Diretrizes Doutrinárias da Educa-
cação Permanente em Saúde - Bloco I ção Permanente em Saúde - Bloco II
d351727dae21b80d584e57de8e9999fc>. b8492b06a6892561eca5132f3eae33a8>.
133/194
Questão 1
1. Quais os princípios doutrinários do SUS?
I. Universalidade.
II. Equidade.
III. Integralidade.
IV. Hierarquização.
V. Controle.
a) III e IV
b) I, II e III
c) IV e V
d) I, II, III e IV
e) I, IV
134/194
Questão 2
2. As diretrizes que orientam o processo e ajudam a organização do SUS
como sistema são:
I. Regionalização e hierarquização.
II. Resolubilidade.
III. Descentralização.
IV. Atenção básica.
V. Participação dos cidadãos.
a) III e IV
b) II e III
c) IV e V
d) I, II, III e V
e) I, IV
135/194
Questão 3
3. Segundo a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
(SGTES), para que os desafios nessa área de Saúde sejam superados, é
necessário:
I. Buscar alinhamento entre todos os envolvidos.

II. Assegurar a distribuição equitativa dos profissionais de saúde.
III. Promover a interação entre as instituições de ensino e de serviço de saúde.
IV. Fazer processos seletivos internos para melhorar o nível dos profissionais.
V. Estabelecer um plano de carreira agressivo.
a) III e IV
b) I, II, III e IV
c) IV e V
d) I, II, III
e) I, IV
136/194
Questão 4
4. São responsabilidades da SGTES:
I. Elaborar a forma como os princípios doutrinários chegam na Educação Permanente em

Saúde.
II. Regular e provisionar profissionais para a saúde.
III. Desenvolver políticas relacionadas à formação, ao desenvolvimento profissional e
educação permanente em saúde.
IV. Executar políticas educativas.
V. Estabelecer leis relativas à educação em saúde.
a) III e IV
b) I, II, III e IV
c) I, II, III
d) I, IV
e) IV, V.
137/194
Questão 5
5. Regionalização e Descentralização são duas diretrizes importantes em
Educação Permanente em Saúde por que:
I. Estão de acordo com as diretrizes do SUS.

II. Permitem soluções voltadas para os problemas locais.
III. Centralizam as decisões no Estado.
IV. Têm objetivo de ampliar o alcance das políticas publicas.
V. Valorizam as soluções locais e o exercício da cidadania.
a) I, II, IV, V.
b) I, II, III e IV
c) I, II, IV.
d) I, IV
e) IV, V.
138/194
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: B.
O sistema de saúde é um conjunto de A SGTES desenvolve políticas e programas

elementos doutrinários e de organização que buscam assegurar o acesso universal
que inclui os princípios da universalização, e igualitário às ações e serviços de
equidade e integralidade. Estes princípios saúde, responsabilizando a gestão do
permitem que toda a população seja trabalho e educação pela qualificação
favorecida por este sistema de saúde. dos trabalhadores e pela organização do
trabalho em saúde.
2. Resposta: D.
4. Resposta: C.
As diretrizes definidas pelo MINISTÉRIO
DA SAÚDE (1990) que orientam o A forma como estes princípios chegam
processo e ajudam na sua organização à Educação Permanente é por meio da
como um sistema buscam estabelecer Secretaria de Gestão do Trabalho e da
uma característica participativa e de Educação na Saúde (SGTES). A secretaria
autonomia por meio da descentralização, é estruturada em dois departamentos: da
regionalização, participação dos cidadãos e Gestão da Educação (DEGES) e da Gestão
resolubilidade.
139/194
Gabarito
e da Regulação do Trabalho em Saúde
(DEGERTS), e uma Diretoria de Programa as
quais desenvolvem as políticas pertinentes
a gestão de recursos humanos na saúde.
5. Resposta: A.
Hierarquização e Descentralização são o

ponto forte dos princípios doutrinários
do SUS que asseguram a implementação
da Política de educação Permanente em
Saúde, visto que permitem uma atuação
loco-regional por meio dos Pólos de
Educação Permanente.
140/194
Unidade 7
Financiamento da Educação Permanente em Saúde
Objetivos
1. Apresentar os termos do
financiamento da educação em
saúde;
2. Rever como se processa o
financiamento do SUS;
3. Discutir as questões referentes à
gestão de recursos financeiros e
como ela se processa hoje para a
educação.
141/194
Introdução
A portaria nº 204/GM de 29 de janeiro de Após anos de implementação, o SUS

2007 define que o financiamento das ações enfrenta problemas de financiamento
de saúde é de responsabilidade dos três e consequentemente na qualidade dos
níveis (federal, estadual e municipal) de serviços prestados. Os desafios impostos
gestão do SUS, levando em consideração o são relacionados com a demografia e com
que está disposto na Constituição Federal e as transições epidemiológicas, sem contar
na Lei orgânica do SUS/1988. que o SUS não consegue acompanhar a
evolução tecnológica da medicina devido
Apesar de que o Governo Federal buscou ao alto custo destas inovações (MENDES;
bases sólidas para que o financiamento BITTAR, 2014).
dê seguridade, existem ainda grandes
É esperado que o SUS tenha um
dificuldades para a gestão dos recursos
desenvolvimento, mas para isso é
financeiros no SUS e, consequentemente,
necessário que resolva a questão da
para a Educação Permanente em Saúde.
fragmentação da atenção, estabeleça
Seja pela extensão territorial do país, pela efetivamente as redes de atenção à saúde,
dificuldade dos estados e municípios em tenha melhorias na gestão, na produção
atender a agenda proposta ou pela gestão e qualidade das ações de saúde e efetive
ineficiente de recursos. soluções para a formação e alocação de
recursos humanos.
142/194 Unidade 7 • Financiamento da Educação Permanente em Saúde
1. O financiamento do SUS de
Para saber mais acordo com a Constituição Fe-
Por sistemas fragmentados em saúde entende- deral de 1988.
se um modelo de atenção no qual se prioriza
o atendimento hospitalar e ambulatorial em A Constituição Federal de 1988 substituiu
detrimento da atenção básica. o conceito de seguro por seguridade social,
no qual a Previdência Social, a Assistência
Social e a Saúde foram reconhecidas como
Embora a alocação de recursos direitos nos termos dos artigos 194 a
financeiros no SUS venha de diferentes 204 desta constituição. Dessa maneira, a
fontes, a distribuição de recursos para a constituinte assegurou uma base sólida
Educação Permanente em Saúde sofre de financiamento para a seguridade como
com dificuldades relacionadas à gestão um todo por meio de contribuições sociais
de recursos destinados à política devido (artigo 195, Constituição Federal).
à burocratização, a falta de definições
sobre o sistema de gestão financeira e a As contribuições sociais que são fontes
morosidade que permeiam as estruturas de receita para o financiamento da
regionais responsáveis pela gestão dos Seguridade Social são: empregador
recursos (FERRAZ, 2013). (salários e rendimentos, receita do
faturamento e lucro), do trabalhador e A Portaria GM/MS Nº 1.996/07 redefiniu
demais segurados, receita de concursos de as estratégias de ação e transferência
prognóstico (exemplo: jogo de loteria), do de recursos da Política de Educação
importador de bens e serviços do exterior. Permanente assegurando a transferência
Em 2006, o Pacto de Gestão estabeleceu regular e automática do Fundo Nacional de
cinco áreas para transferência de recursos: Saúde aos Fundos estaduais e Municipais
Atenção Básica; Atenção Média e Alta de Saúde.
complexidade ambulatorial e hospitalar;
Vigilância em Saúde; Assistência
Farmacêutica; e Gestão do SUS.
Link
PACTO PELA SAÚDE 2006 - Consolidação
do SUS. Disponível em: <http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/
prt0399_22_02_2006.html>.
Acesso em: 22 out. 2015.

A descentralização prevista na
estruturação do SUS tem sido um grande
desafio, mas que foi minimizado com a
Para saber mais municipalização, possibilitando levar a
O Pacto pela Saúde (2006) os gestores em agenda da saúde para a totalidade dos
diferentes níveis de governo, se comprometem municípios (FERRAZ, F. et al., 2013) e a
publicamente, com base nos princípios construir um sistema de acordo com as
constitucionais do SUS, com as necessidades realidades locais com um certo grau de
de saúde da população e definem prioridades autonomia para os gestores locais. Apesar
articuladas e integradas em três documentos: da falta de apoio efetivo aos gestores
Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e locais, assim como a falta de qualificação
Pacto de Gestão do SUS. Estas prioridades são destes para a condução e formulação de
expressas em objetivos e metas no Termo de políticas locais.
Compromisso de Gestão e estão detalhadas no
Como consequência, observamos uma
documento Diretrizes Operacionais do Pacto
dificuldade destes gestores em formular
pela Saúde (2006).
soluções para suas diversas realidades.

2. O financiamento da Educa- (2006) e compõe o Limite Financeiro Global
ção Permanente em Saúde do Estado, Distrito Federal e Município para
execução dessas ações. De acordo com a
A questão do financiamento de saúde Política Nacional de Educação Permanente
é considerada uma das fragilidades da em Saúde (2004), a distribuição e alocação
PNEPS devido à dificuldade dos municípios para os Estados e Distrito Federal dos
em elaborar as estratégias locais. No recursos federais obedecerá aos critérios
início, isso se devia à limitada participação conforme o Quadro I.
dos municípios na identificação de O primeiro grupo de critérios trata da
necessidades e na construção de adesão às políticas setoriais de saúde que
estratégias para a EPS, prevalecendo é responsável pela alteração do modelo
propostas pré-elaboradas nas Instituições tecno-assistencial em saúde. Quanto
de Ensino Superior (IES) sem a articulação maior a adesão a esse grupo de políticas,
necessária junto às realidades locais. maior será a necessidade de investimento
na qualificação e desenvolvimento de
O financiamento federal para a Política profissionais. O peso desse grupo de critérios
Nacional de Educação Permanente em na distribuição dos recursos federais para a
Saúde é feito por meio do Bloco de Gestão Educação Permanente em Saúde equivale a
do SUS, instituído pelo Pacto pela Saúde 30% (trinta por cento) do total.
Para saber mais
O modelo tecno-assistencial tem o objetivo de racionalizar a utilização do sistema de saúde. Refere-se
a um modelo no qual o sistema de saúde funciona como uma pirâmide, na qual os usuários acessam os
diferentes níveis de complexidade e permitido por um sistema de contrarreferência.
Quadro I: Distribuição dos Pesos Relativos dos Critérios para a Alocação de Recursos Financeiros do Governo
Federal para os Estados e Distrito Federal para a Política de Educação Permanente em Saúde.
Parcelo do teto
Impacto Indicador Critério Peso relativo
financeiro
Cobertura de Equipes de
C1 10
Saúde da Família
Propostas de Cobertura de Equipes de
C2 10 30%
Gestão do SUS Saúde Bucal
Cobertura dos Centros
C3 10
de Atenção Psicossocial

Nº de Profissionais de
Saúde (atuam no serviço C4 20
Público alvo e
público) 30%
população
População Total do
C5 10
Estado
IDH-M (por faixa) C6 20
Iniquidades Inverso da Capacidade
regionais Docente Universitária e C7 20 40%
Técnica Instalada
Fórmula para cálculo do Coeficiente Estadual:
100 100%
CE = [ 10. (C1 + C2 + C3) + 20.C4 + 10.C5 + 20. (C6 + C7) ] /100
Fonte: BRASIL, 2009.
Os seguintes critérios compõem este grupo:

C1: Cobertura das Equipes de Saúde da Família (10%)
C2: Cobertura das Equipes de Saúde Bucal (10%)
C3: Cobertura dos Centros de Atenção Psicossocial – 1Caps/100.000hab.
(10%)
O Segundo grupo de critérios trata C4: Número de profissionais de saúde que
da população total do estado e do presta serviço para o SUS (20%)
quantitativo de profissionais de saúde C5: População total do estado (10%)
que prestam serviços para o Sistema
Único de Saúde. Quanto maior o número O terceiro grupo de critérios (com peso
de profissionais e maior a população a 40% do total) se refere aos fatores
ser atendida, maior será a necessidade relacionados às iniquidades regionais e
de recursos para financiar as ações de incluem: o Índice de Desenvolvimento
formação e desenvolvimento desses Humano - M e o inverso da concentração
profissionais. O peso desse grupo de de instituições de ensino com cursos de
critérios na distribuição dos recursos saúde. Quanto menor o IDH-M maiores
federais para a Educação Permanente em as barreiras sociais a serem enfrentadas
Saúde equivale a 30% (trinta por cento) para o atendimento à saúde da população
do total. As bases de dados são do IBGE – e para a formação e desenvolvimento dos
população estimada para o ano anterior e trabalhadores da saúde.
pesquisa médico-sanitária de 2005, ou sua Por outro lado, quanto menor a
versão mais atual. Os seguintes critérios concentração de instituições de ensino na
compõem este grupo: área da Saúde, maior a dificuldade e maior

o custo para a formação e desenvolvimento C6: IDH-M 2000 (20%).
dos profissionais de saúde. Nesse sentido, C7: Inverso da Concentração de
maior recurso será destinado aos locais Instituições de Ensino (Instituições de
com menor disponibilidade de recursos Ensino Superior com Curso de Saúde (MEC/
para o enfrentamento do contexto local. INEP) e Escolas Técnicas do SUS (MS/
O financiamento maior dessas áreas RETSUS) (20%).
visa, ainda, desenvolver a capacidade Os dados utilizados na formulação
pedagógica local. As bases de dados são da Secretaria de Atenção à
utilizadas foram o IDH-M 2000 – Programa Saúde (Departamento de Atenção
Nações Unidas para o Desenvolvimento Básica/Sistema de Atenção à
(PNUD) e as informações do Ministério da Saúde) e Departamento de Ações
Educação e Cultura/Instituto Nacional de Programáticas e Estratégicas/Secretaria de
Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) Atenção à Saúde) para o ano anterior.
e Ministério da Saúde (MS/RETSUS) em
relação à concentração de instituições de
ensino. Os seguintes critérios compõem
este grupo:

O Colegiado de Gestão Regional deve
Para saber mais incentivar a criação de mecanismos
legais que assegurem a gestão dos
O Índice de Desenvolvimento Humano
recursos financeiros alocados para uma
Municipal (IDHM) é uma medida que leva em
determinada região, e que permitam
consideração três indicadores relacionados ao
remanejamento de recursos financeiros em
desenvolvimento humano: longevidade, educação
consonância com a necessidade do nível
e renda. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais
de gestão (municipal, estadual ou federal)
próximo de 1, maior o desenvolvimento humano.
e com as diretrizes operacionais do Pacto
pela Saúde (BRASIL, 2009).
Link Uma vez colocados os projetos em
aprovação e obtida a destinação financeira,
Saiba mais sobre os indicadores de qualidade
cabe aos comitês locais fazerem a gestão
de vida do Programa das Nações Unidas
dos recursos e cumprimento do projeto.
para o desenvolvimento. Disponível em:
<http://www.pnud.org.br/idh/IDHM. Porém, em um estudo sobre a estratégia
aspx?indiceAccordion=0&li=li_IDHM>. de efetivação da Política de Educação
Acesso em: 24 out. 2015. Permanente (Polos de EPS), as dificuldades
em se utilizar os recursos financeiros se
encontram na disponibilidade dos recursos
(atrasos e insuficiência), na burocratização,
na necessidade de infraestrutura
(instalações e equipamentos) e dúvidas
acerca da gestão financeira. Estes
problemas ainda permanecem apesar do
mecanismo de transferência fundo-a- Link
fundo dos recursos da Portaria GM/MS no Saiba mais sobre o Sistema de Atenção Básica
1.996/07 (BRASIL, 2007), em especial em do SUS e os diversos programas que fazem
relação à remuneração de funcionários parte deste sistema. Disponível em: <http://
públicos nas atividades relacionadas à EPS. dab.saude.gov.br/portaldab/sistemas.php>.
(CAMPOS, 2006). Acesso em 24 out. 2015.

Glossário
Atenção básica: A Atenção Básica é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo,
situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da
saúde, a prevenção de agravos, tratamento e a reabilitação enquanto estratégia das ações
municipais de saúde é concebida como ordenadora do sistema locorregional, integrando os
diferentes pontos que compõe e definindo um novo modelo de atenção à saúde. Princípios
Ordenadores: Acessibilidade, Longitudinalidade, Integralidade, Responsabilização,
Coordenação e Resolubilidade (BRASIL, 2006).
Iniquidade: Iniquidade em saúde refere-se a diferenças sociais e éticas que não deveriam
existir e trazem uma conotação de injustiça.
Seguridade Social: Um sistema de regras e estruturas que tem o objetivo de assegurar
um sistema de proteção social aos indivíduos. A Constituição define a seguridade social
e estabelece suas diretrizes fundamentais, bem como as áreas em que suas ações se
desenvolvem: a saúde, a assistência social e a previdência social, formando um sistema de
proteção.

?
Questão
para
reflexão
Considerando o sistema de financiamento do SUS e a

proposta de financiamento para a Educação Permanente
em Saúde, proposto pela Portaria GM/MS nº 1.996,
de 20 de agosto de 2007, você identifica na prática a
efetiva utilização dos recursos disponíveis?
154/194
A forma de repasse financeiro do Ministério da Saúde para a Educação

Permanente assegura que os municípios e estados recebam diretamente o
aporte financeiro necessário.
O financiamento do SUS e a Constituição de 1988, a importância das
contribuições sociais que são fontes de receita para o financiamento da
Seguridade Social.
Critérios e cálculos para definição dos valores de financiamento da Educação
Permanente em Saúde levam em consideração aspectos importantes como o
IDH –M.
As dificuldades e aspectos críticos no financiamento da Educação
Permanente em Saúde se relacionam com a gestão.
155/194
Referências
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 204, de 29 de janeiro de 2007. Regulamenta o

financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde, na
forma de blocos de financiamento, com o respectivo monitoramento e controle. Diário Oficial
da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 31 jan. 2007.
2.MENDES, José Diniz Vaz; BITTAR Olimpio José Nogueira. Perspectivas e desafios da gestão
pública no SUS. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba, v. 16, n. 1, p. 35 - 39, 2014. Disponível em:
<http://saudepublica.bvs.br/pesquisa/resource/pt/ses-27426>. Acesso em: 07 dez. 2015.
2. FERRAZ, Fabiane et al. Gestão de recursos financeiros da educação permanente em saúde:
desafio das comissões de integração ensino-serviço. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.
18, n. 6, p. 1683-1693, Jun 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1413-81232013000600020&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 07 dez. 2015. http://
dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000600020.
3. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011. Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de
setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação inter federativa, e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/
decreto/D7508.htm>. Acesso em 22 out.15.

3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006. Divulga
o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do
Referido Pacto. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/
prt0399_22_02_2006.html>. Acesso em: 22 out. 2015.
4. Portaria GM/MS nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para

a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá outras
providências. Diário Oficial da União. 2007. Disponível em: http://legislacao.planalto.gov.br/
legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.080-1990?OpenDocument. Acesso em:
5. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente. Brasília:
2006; v. 9)
67. CAMPOS, F.E, et Al. Os desafios atuais para a educação permanente no SUS. Cad. RH
Saúde 2006; 3(1):39-51.
9. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica, 2006. Disponível em:
<http://dab.saude.gov.br/portaldab/pnab.php>. Acesso em: 24 out. 2015.

Aula 7 - Tema: Financiamento da Educação Per- Aula 7 - Tema: Financiamento da Educação Per-
manente em Saúde - Bloco I manente em Saúde - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/pA-
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/1e-
e88a5f37ec1d010d92452821b835812e>. 32e2eeebc39c6d59bfa857896c9ada>.
158/194
Questão 1
1. A portaria nº 204/GM de 29 de janeiro de 2007 define:
a) A política de atenção básica a saúde.

b) O planejamento de ações de Educação Permanente em Saúde.
c) Que o financiamento das ações de saúde é de responsabilidade dos três níveis (federal,
estadual e municipal) de gestão do SUS.
d) A estratégia de implementação da Educação Permanente em Saúde.
e) Os atributos do município em relação ao planejamento de ações educativas.
159/194
Questão 2
2. Quais os setores contribuem para o financiamento da Seguridade
Social?
I. Empregador.
II. Prefeituras municipais.
III. Trabalhador e demais segurados.
IV. Receita de concursos de prognóstico.
V. Importador de bens e serviços.
a) III, IV
b) I, III, IV, V.
c) I, II, III, IV,
d) I, II, IV.
e) IV, V.
160/194
Questão 3
3. Em 2006, o Pacto de Gestão estabeleceu cinco áreas para transferência
de recursos, entre elas estão:
I. Atenção básica.
II. Atenção média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar.
III. Ensino.
IV. Conselho de saúde.
V. CAPS.
a) III, IV
b) I, II.
c) I, II, IV.
d) I, III.
e) IV, V
161/194
Questão 4
4. Do que trata o Pacto de Gestão pela Saúde, estabelecida pela PORTA-
RIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006?
( ) compromisso de assegurar as prioridades articuladas e integradas nos três componentes:

Pacto pela Vida, Pacto em defesa do SUS e Pacto de Gestão do SUS.
( ) considera a necessidade de qualificar e implementar o processo de descentralização,
organização e gestão do SUS e processo de pactuação intergestores.
( ) considera a necessidade de definição de compromisso entre os gestores do SUS em torno de
prioridades que apresentem impacto sobre a situação de saúde da população brasileira.
( ) considera a necessidade do aprimoramento do processo de pactuação intergestores
objetivando a qualificação, o aperfeiçoamento e a definição das responsabilidades sanitárias e
de gestão entre os entes federados no âmbito do SUS;
( ) não há importância dessa Portaria para a Educação Permanente em Saúde.
162/194
Questão 4
a) V – F – F – V – V
b) F – V – V – F – F
c) V – V – F – F – F
d) V – V- V- V- F
e) V – V- F – F – V
163/194
Questão 5
5. O primeiro grupo de critérios trata da adesão às políticas setoriais de
saúde, que é responsável pela alteração do modelo tecno-assistencial em
saúde. Fazem parte desse grupo de critérios:
I. C1: Cobertura das Equipes de Saúde da Família (10%).

II. C3: Cobertura dos Centros de Atenção Psicossocial (10%).
III. C4: Número de profissionais de saúde que presta serviço para o SUS (20%).
IV. C2: Cobertura das Equipes de Saúde Bucal (10%).
V. C6: IDH-M 2000 (20%)..
a) III, IV
b) I, II.
c) I, II, IV.
d) I, III.
e) IV, V.
164/194
Gabarito
1. Resposta: C. 3. Resposta: B.
A portaria nº 204/GM de 29 de janeiro de Em 2006, o Pacto de Gestão estabeleceu

2007 define que o financiamento das ações cinco áreas para transferência de recursos:
de saúde é de responsabilidade dos três Atenção Básica; Atenção Média e Alta
níveis (federal, estadual e municipal) de complexidade ambulatorial e hospitalar;
gestão do SUS, levando em consideração o Vigilância em Saúde; Assistência
que está disposto na Constituição Federal e Farmacêutica; e Gestão do SUS.
na Lei orgânica do SUS/1988.
4. Resposta: D.
2. Resposta: B.
Na perspectiva de superar as dificuldades
A fim de estabelecer estabilidade apontadas, os gestores do SUS assumem
à destinação financeira do SUS, a o compromisso público da construção
constituinte assegurou uma base sólida de do PACTO PELA SAÚDE 2006, que será
financiamento para a seguridade como um anualmente revisado, com base nos
todo por meio de contribuições sociais de princípios constitucionais do SUS, ênfase
diversas áreas. nas necessidades de saúde da população
165/194
Gabarito
e que implicará o exercício simultâneo
de definição de prioridades articuladas
e integradas nos três componentes:
Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do
SUS e Pacto de Gestão do SUS e leva em
consideração ente outras, a necessidade
de assegurar uma gestão adequada para
prover os recursos necessários para o
desenvolvimento do SUS.
5. Resposta: C.
O primeiro grupo de critérios trata da

adesão às políticas setoriais de saúde que
é responsável pela alteração do modelo
tecno-assistencial em saúde, sendo assim,
entram nessa base de cálculo os critérios
relacionados a atenção básica.
166/194
Unidade 8
Processo Continuado em Educação Permanente em Saúde
Objetivos
1. Apresentar os principais programas

de formação profissional nível
técnico e de superior disponíveis no
Ministério da Saúde;
2. Apresentar os programas e ações
relacionados à capacitação
permanente;
3. Apresentar as ferramentas digitais
disponíveis pelo Ministério da Saúde.
167/194
Introdução
Como você viu até agora, a Educação Como você pôde ver nos temas abordados
Permanente em Saúde é um tema muito anteriormente, a articulação entre as
importante na agenda do SUS, pois é por três esferas do governo (federal, estadual
meio dela que o desenvolvimento das e municipal), as instituições de ensino,
políticas de saúde se efetiva na pratica, conselhos profissionais, usuários do
uma vez que os recursos humanos são os sistema é de vital importância para a
responsáveis por um serviço de qualidade e identificação das reais necessidades dos
eficiente. O sucesso ou fracasso do Sistema trabalhadores da saúde.
de Saúde brasileiro depende de uma
adequada distribuição e preparação dos Não menos importante, a criação
recursos humanos, assim como de recursos de políticas públicas que sustentem
físicos e materiais. e direcionem a ação na Educação
Permanente em Saúde, assim como
A Educação Permanente em Saúde se
inicia a partir da adequação dos currículos a formação de Pólos de Educação
de formação dos profissionais de nível Permanente seguem em consonância com
médio e superior, do entendimento dos as diretrizes do SUS de descentralização,
profissionais sobre o que é o SUS, seus utilizando o território regional para
princípios e diretrizes e da Educação o desenvolvimento de estratégias de
Permanente em Saúde. educação que vão de encontro com a
168/194 Unidade 8 • Processo Continuado em Educação Permanente em Saúde
problemática da população em que a 1. O processo de educação per-
unidade de saúde está inserida. manente na prática
Você aprendeu também que a Gestão é
um tema muito importante para que a De acordo com o Ministério da Saúde, o
interlocução entre os diferentes setores desenvolvimento profissional e educação
envolvidos ocorra de maneira eficiente, permanente dos trabalhadores da saúde
assim como a submissão de projetos aos são propósitos assumidos pelo Ministério
Polos Regionais e adequada utilização dos da Saúde. Para isso, existe uma política de
recursos financeiros. formação e desenvolvimento de recursos
humanos, responsável por integrar ensino e
Neste último tema, você vai conhecer o serviço da área de saúde e por estabelecer
cenário atual e quais são os programas que mecanismos de educação permanente aos
integram a educação permanente. trabalhadores da saúde.
A Educação Permanente em Saúde envolve
a educação formal, isso é, os cursos de
atualização, especialização, mestrado
e doutorado, assim como as atividades
desenvolvidas no local de trabalho a
partir das necessidades loco regionais e
da problematização das situações vividas
pela equipe de saúde. Faz parte também
Para saber mais
Modelo tecnicista de educação compreende
da Educação Permanente a educação
uma pedagogia que surgiu nos Estados Unidos
informal, aquela que se desenvolve na
na segunda metade do século XX e chegou ao
troca de experiências entre os profissionais
Brasil entre as décadas de 60 e 70, utiliza-se da
de uma equipe, estudantes e docentes.
racionalidade e busca utilizar procedimentos
A Política de Educação Permanente em experimentais para condicionar e controlar
Saúde foi proposta para romper com o o comportamento. Usa como ferramentas a
modelo tecnicista e fragmentado no qual avaliação formal e livros técnicos e didáticos.
a saúde coletiva está separada da clínica,
assim como a gestão está separada da
atenção à saúde, para que se fortaleça, por Apesar da complexa articulação para que
meio das práticas educativas e análise das os projetos de educação permanente
experiências locais, a organização de ações sejam implementados na rede pública,
em rede (AMESTOY, 2008). não podemos nos esquecer de que os
hospitais são de extrema importância
nesse processo. O ambiente hospitalar

é um sistema complexo que absorve propõe uma interação multidisciplinar, a
uma variedade enorme de profissionais problematização em equipe e a busca do
das áreas de saúde, administrativa, aprendizado.
manutenção, limpeza e higiene, entre Uma importante ferramenta no processo
outros. O trabalho na área hospitalar de Educação Permanente é a pesquisa
acontece de forma fragmentada em saúde, um investimento que contribui
e tecnicista, o que favorece um para aproximar a área acadêmica
distanciamento do cliente. das necessidades da população. O
Discute-se que, esta talvez seja a causa investimento em pesquisa auxilia no
pela qual não há engajamento do desenvolvimento de novos procedimentos,
trabalhador com sua atividade, visto aparatos tecnológicos e conhecimento
que estes deixam de ter uma atividade para a criação de novas políticas de saúde
prazerosa para uma atuação mecanizada. (BRASIL, 2011).
Em relação a este aspecto, a educação
Permanente pode ajudar na humanização
e renovação do sentido do trabalho
para estes trabalhadores e melhoria
das condições de trabalho, uma vez que
2. A Educação Permanente em formação dos profissionais de nível técnico
Saúde – programas e ações profissional. As políticas transversais são
organizadas em um eixo estruturante,
Como você viu anteriormente, o que busca promover mais integração e
Departamento de Gestão da Educação sustentabilidade entre as diretrizes e ações
na Saúde (DEGES/SGTES) é o responsável das duas Coordenações (BRASIL, 2014).
por desenvolver as políticas e estratégias O avanço na descentralização do SUS
de educação permanente em saúde. O indicou uma série de novas atribuições
Departamento desenvolve suas ações e responsabilidades aos gestores e a
por meio da Coordenação Geral de Ações necessidade de formação de trabalhadores
Estratégicas (CEGAES) e da Coordenação de nível técnico a partir de uma abordagem
Geral de Ações Técnicas em Educação ampliada e intervenção organizada, que
na Saúde (CEGATES). A CEGAES é promova articulação das esferas federal,
responsável pelas ações relacionadas à estadual e municipal.
formação e à ordenação da formação
dos profissionais de nível superior; e a A formação de nível técnico sofreu
CEGATES é responsável pelas ações que reformulações a partir da década de
envolvem a formação e a ordenação da 90, quando se observou a necessidade
de formar profissionais por meio de
capacitações acompanhadas de titulação
para fins de legitimação profissional.
A formação técnica em saúde requer
Para saber mais
A palavra Lócus é uma palavra do latim,
especificidades que compreendem o
que significa literalmente “lugar”,
desenvolvimento do currículo integrado, a
“posição” ou “local”. Esse termo pode ser usado
descentralização dos cursos, a articulação
em diversos sentidos e para várias áreas, como
escola-serviço-comunidade, os espaços
na psicologia, na genética, na matemática, na
e contextos de trabalho como lócus
fonética, por exemplo. Neste texto se relaciona ao
privilegiados da formação, o ensino
local onde o processo de educação permanente
em serviço, a avaliação formativa e a
acontece e as formas escolhidas para tal.
construção de livros-texto para estes
profissionais.
A implementação do Projeto de
Profissionalização de Trabalhadores
da Área de Enfermagem (Profae) teve
por objetivo regularizar a situação de
profissionais de enfermagem que não
tinham formação e habilitação específica
para a atuação.
A concepção do Profae e o seu desenho Fazem parte da estratégia GraduaSUS os
metodológico contemplam ações capazes seguintes Programas e Ações:
de interferir sobre o problema em várias 1. Contratos Organizativos de Ação
dimensões e fatores determinantes. A Pública Ensino-Saúde (COAPES):
partir da ação centralizada do Ministério cursos da área da saúde que utilizam
da Saúde, o projeto foi implementado o SUS como rede escola e local de
de forma descentralizada em estados e práticas, Esses contratos ajudam
municípios, em escolas públicas e privadas a fortalecer a integração ensino-
e com apoio das universidades para serviço-comunidade (COAPES, 2015).
suporte aos docentes de educação técnica.
2. Programa de Educação pelo
Em relação à formação de nível superior, Trabalho para a Saúde - PET- Saúde
o Programa GraduaSUS tem o objetivo de regulamentado pela Portaria
promover mudanças nas graduações na Interministerial nº 421, de 03
área da saúde, qualificando a formação de março de 2010, disponibiliza
dos estudantes a partir das necessidades bolsas para tutores, preceptores
e diretrizes do SUS. É responsável também (profissionais dos serviços) e
pela formação e qualificação de docentes e estudantes de graduação da área
preceptores. da saúde. Está fundamentado
na integração ensino-serviço- 3. Programa Nacional de Reorientação
comunidade e são parceiros a da Formação Profissional em Saúde
Secretaria de Atenção à Saúde, a (Pró-Saúde): visa formar profissionais
Secretaria de Vigilância em Saúde, para atender às necessidades do
a Secretaria de Educação Superior Sistema Único de Saúde (SUS). O eixo
(SESu-ME) e Secretaria Nacional de central do Programa é a integração
Políticas sobre drogas (SENAD/GSI/ ensino-serviço-comunidade
PR). inserindo estudantes desde o início
da formação, no cenário de práticas
dos serviços do SUS, com ênfase na
Atenção Básica. Os projetos são
Link desenvolvidos por Instituições de
Veja mais sobre o Programa PET-SAÚDE no link: Ensino Superior, públicas ou privadas
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/ sem fins lucrativos, em parceria com
gm/2010/pri0421_03_03_2010.html>. secretarias municipais ou estaduais
de saúde selecionadas pelos editais
Acesso em: 28 out. 2015. do Programa (BRASIL, 2014).

para estimular vivências na condução
Link do SUS.
5. As Diretrizes Curriculares Nacionais
Veja mais sobre o Pró-Saúde disponível no link:
(DCNs) orientam a elaboração dos
<http://www.prosaude.org/>. Acesso em: 28
currículos dos cursos de graduação,
out. 2015.
devendo ser adotadas e implantadas
por todas as Instituições de Ensino
Superior (IES). As DCNs também
4. Programa VER/SUS/Brasil: cria
buscam auxiliar às IES na elaboração
campo de estágio e oportunidades
e implantação de seus projetos
de experimentar a prática em
político-pedagógicos e foram
unidades de saúde. Nesse projeto,
instituídas por meio de resoluções
os estudantes realizam estágios
do Conselho Nacional de Educação
e vivenciam o processo de educar
(CNE) /Câmara de Educação Superior
a população junto à extensão
(CES).
universitária. Para tanto, o VER-
SUS envolve gestores, conselhos de Não menos importante, a qualificação
saúde, movimentos sociais e serviços profissional é uma parte importante
com baixa oferta de profissionais do Departamento da Gestão da Saúde
(DEGES/SGTES/MS) que estabelece um e serviço por meio de ferramentas
pacote de ações direcionadas à formação e e tecnologias da informação e
ao desenvolvimento dos trabalhadores do comunicação, com o objetivo de
SUS de nível técnico e superior, envolvidos fortalecer e melhorar a qualidade do
na assistência e na gestão. atendimento da Atenção Básica no
Além da própria Política Nacional de Sistema Único de Saúde (SUS).
Educação Permanente fazem parte desse
conjunto de iniciativas, as seguintes ações
e programas:
Link
Conheça mais sobre o TELESSAÚDE no link
1. InovaSUS - Gestão da Educação na
disponível em: <http://www.telessaudebrasil.
Saúde: tem o objetivo de premiar
org.br/>. Acesso em: 28 out. 2015.
projetos e experiências inovadoras na
Gestão do Trabalho e da Educação na
Saúde no âmbito do SUS. 3. Comunidade de Práticas: a
2. Telessaúde: é um programa que Comunidade de Práticas é uma
utiliza ferramentas de tecnologia e plataforma virtual que possibilita
informática e busca integrar o ensino a formação de comunidades para
a troca de experiências entre
trabalhadores e gestores das três dos trabalhadores do SUS. A
esferas do Governo do serviço de plataforma disponibiliza aos
Atenção Básica à Saúde. profissionais de saúde acesso rápido
e fácil a conteúdos e evidências
cientificamente revisadas. São
Link utilizados pelos profissionais de
Acesse o site da Comunidade de Práticas, saúde para apoiá-los na prática
disponível em: <https://novo.atencaobasica. clínica e na tomada de decisão na
org.br/>. Acesso em: 28 out. 2015. gestão em saúde e qualificação do
cuidado, bem como nos processos de
ensino-aprendizagem, fortalecendo
4. Portal Saúde Baseado em Evidências:
a integração ensino-serviço-
é uma ação do Ministério da Saúde,
comunidade.
em parceria com a Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal 5. Universidade Aberta do SUS:
de Nível Superior do Ministério da esse programa desenvolve uma
Educação (Capes/MEC), voltada plataforma de cursos à distância
para a qualificação profissional com enfoque prático utilizando

casos clínicos comuns. O objetivo é
ajudar o profissional na resolução de
problemas do dia a dia.
Link
Conheça mais sobre a UNASUS acessando o link:
<http://www.unasus.gov.br>.Acesso em: 28
Para saber mais out. 2015.
Com o objetivo de capacitar os trabalhadores,

Os textos apresentados neste material
gestores, docentes da rede pública e
foram fundamentados na Política
representantes de movimentos sociais foi
Nacional de Educação Permanente e
criado um curso de Especialização em formação
em documentos obtidos nos sites do
multiprofissional em Educação Permanente em
Ministério da Saúde, Decretos e Portarias
Saúde. O curso é resultado de um convênio com
relacionados, bem como textos da
o Ministério da Saúde (DEGES/SGTES/MS) em
literatura científica. O Tema Educação
parceria com o CONASS e CONASEMS,
Permanente em Saúde é desafiador,
compõe uma robusta estrutura, assim
como é a proposta do próprio Sistema de
Saúde. Muitos desafios se apresentam na

consolidação desta Política, a começar
pela extensão territorial do Brasil, a
complexidade de articulação intersetorial
e a capacitação da gestão. Conforme
relatado neste texto, você pode observar
que uma forte estrutura educacional e
ferramentas digitais foram criadas para
atender às demandas dos profissionais de
saúde, desde a sua formação técnica e de
nível superior, bem como a capacitação e
educação permanente.
Como todo processo de mudança,
gradativamente os profissionais de saúde
devem familiarizar-se com os recursos
disponíveis e o desenvolvimento nos
processos de gestão devem acelerar-se à
medida que mais gestores são capacitados.

Glossário
Preceptor: Profissional de nível superior, responsável pela integração teoria-prática num
campo de estágio e/ou residência. Ensina, supervisiona, orienta e conduz o aluno na prática da
futura profissão.
Fatores determinantes: São fatores de relevância ou que impactam os eventos,
acontecimentos ou condição. Os fatores determinantes estão presentes e frequentes em
condições específicas, como uma relação de causa.
Ferramentas digitais: Aas ferramentas digitais são constituídas por dispositivos de acesso para
conexão à Internet, programas, softwares e hardwares, que permitam a inclusão digital e, assim,
trazer mais benefícios para a vida pessoal e profissional do cidadão.

?
Questão
para
reflexão
Visite o site do Ministério da Saúde, portal da

Secretaria, disponível em: <http://portalsaude.
saude.gov.br/>. Acesso em: 17 dez. 2015 e avalie as
ferramentas de educação permanente citadas neste
texto. Como você avalia o aproveitamento destas
ferramentas pelos profissionais da rede pública?
Faça uma análise crítica das ferramentas levando
em consideração a acessibilidade, linguagem, temas
abordados, entre outros.
182/194
A Política de Educação Permanente em Saúde é parte de uma proposta para

romper com o modelo tecnicista enquanto promove o aprendizado pela troca de
experiências e a partir da prática do dia a dia do trabalho.
O Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES/SGTES) é uma
ferramenta importante para a operacionalização da Política de Educação
Permanente em Saúde. É o responsável por desenvolver as políticas e estratégias
de educação permanente em saúde
Os Programas de formação do GraduaSUS atuam na formação dos profissionais
do SUS e é uma importante ferramenta de acesso ao ensino profissional.
Os Programas e ações de qualificação profissional como o Profae foram
extremamente importantes na formação técnica em enfermagem.
183/194
Referências
1. AMESTOY, S C, MILBRATH, V M, CESTARI, M E, THOFEHRN, M B. Educação permanente

em saúde e sua inserção no trabalho da enfermagem. Ciencia, Cuidado e Saude, Jan/Mar;
7(1):083-088. 2008. Disponível em: <http://eduem.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/
article/viewArticle/4910>. Acesso em: 30 nov. 2015.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde: SGETS: políticas e ações. Brasília:
Ministério da Saúde, 32p.: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde). 2011.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES/
SGTES), 2014. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br>. Acesso em: 30 out. 2015.
4. BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1.127, DE 04 DE AGOSTO
DE 2015. Nº 148 – DOU – 05/08/15 – seção 1 – p.193. Institui as diretrizes para a celebração
dos Contratos Organizativos de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES), para o fortalecimento
da integração entre ensino, serviços e comunidade no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS). Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/outubro/23/COAPES-
PORTARIA-INTERMINISTERIAL-N1.127%20-DE-04%20DE-AGOSTO-DE-2015.pdf>. Acesso em: 28
out. 2015.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 421, DE 3 DE MARÇO DE 2010.
Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/pri0421_03_03_2010.
html>. Acesso em: 30 out. 2015.

Aula 8 - Tema: Processo Continuado em Educa- Aula 8 - Tema: Processo Continuado em Educação
ção Permanente em Saúde - Bloco I Permanente em Saúde - Bloco II
d41958757ef547ced495a7ab2bc375fa>. b96c028f19be0ac03455fa14d90030ba>.
186/194
Questão 1
1. São características do modelo tecnicista na saúde:
I. A saúde coletiva está separada da clínica.

II. Tem a gestão separada da atenção à saúde.
III. Se caracteriza pelas ações em rede.
IV. Envolve práticas educativas.
V. Fortalece o aprendizado a partir da problematização.
a) III, IV
b) I, II.
c) I, II, IV.
d) I, III.
e) IV, V
187/194
Questão 2
2. Sobre o Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES/
SGTES), é correto afirmar:
I. É o responsável por desenvolver as políticas e estratégias de educação permanente em saúde.

II. Responde para o Ministério da Educação.
III. CEGATES é responsável pelas ações que envolvem a formação e a ordenação da formação
dos profissionais de nível técnico profissional.
IV. Apenas é responsável pelo UNASUS.
V. É responsável por políticas na área hospitalar.
a) III, IV.
b) I, II.
c) I, II, IV.
d) I, III.
e) IV, V.
188/194
Questão 3
3. Fazem parte da estratégia GraduaSUS os seguintes Programas e Ações:
I. Contratos Organizativos de Ação Pública Ensino-Saúde (COAPES).

II. Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET- Saúde.
III. Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde).
IV. Programa VER/SUS/Brasil.
V. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
a) I, II, III, IV,
b) I, II, III.
c) I, II, III, V.
d) I, III, IV.
e) I, II, III, IV, V.
189/194
Questão 4
4. Além da própria Política Nacional de Educação Permanente, fazem
parte desse conjunto de iniciativas, as seguintes ações e programas:
I. INOVA-SUS.
II. Telessaúde.
III. Comunidades de práticas.
IV. Universidade Aberta do SUS.
V. Diretrizes curriculares nacionais (DCNs).
a) II, III, IV
b) I, II, III.
c) I, II, IV, V
d) I, II, III, IV.
e) IV, V
190/194
Questão 5
5. Sobre o Portal Saúde Baseado em Evidências, é correto afirmar que:
I. Usa casos práticos e dinâmicos por meio de casos clínicos comuns.

II. É feito por modalidade de ensino a distância.
III. Possuem diversos níveis de capacitação acadêmica.
IV. Conduzido por universidades em salas de aula.
V. Não se aplica à Educação Permanente.
a) I, III, IV.
b) I, II, IV.
c) I, IV.
d) I, III, IV.
e) I, II, III.
191/194
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: E.
O modelo tecnicista se fundamenta no O Programa GraduaSUS tem o objetivo de

embasamento objetivo de conhecimento promover mudanças nas graduações na
com métodos programados passo-a passo, área da saúde, qualificando a formação
com uso de ferramentas tradicionais de dos estudantes a partir das necessidades e
educação. diretrizes do SUS.
2. Resposta: D. 4. Resposta: D.
O principal objetivo do Departamento de Essas iniciativas têm o objetivo de manter

Gestão da Educação na Saúde (DEGES/ o canal aberto à Educação Permanente e
SGTES) é definir políticas para a Educação permite o acesso e a interação entre os
Permanente em Saúde e desenvolve suas diferentes atores desse processo.
ações por meio da Coordenação Geral
de Ações Estratégicas (CEGAES) e da 5. Resposta: E.
Coordenação Geral de Ações Técnicas em
Educação na Saúde (CEGATES). Um dos objetivos da UNA-SUS é a
educação permanente, visando à resolução
192/194
Gabarito
de problemas presentes no dia a dia dos
profissionais de saúde que atuam no
SUS. O Portal de Medicina Baseada em
Evidências usa uma plataforma de fácil
acesso que permite a troca de experiências
profissionais a partir da prática médica.
193/194

Educação Permanente

Enviado por

Dados do documento

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Educação Permanente

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Educação Permanente em Saúde

Educação Permanente em Saúde

A formação dos profissionais da saúde é federal, estadual e municipal previstas no

A Educação Permanente em Saúde envolve estratégias de formação e

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Brasília:

I. Política Nacional de Educação Permanente.

I. Construção descentralizada do sistema.

I. Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES).

a) O local e o momento da formação profissional é o território onde se atua.

1. Entender os conceitos relacionados

A Educação Permanente em Saúde (EPS) Essa proposta de educação faz

31/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde

33/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde

38/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde

39/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde

Levando em consideração as diferenças entre Educação

A Educação Permanente em Saúde está relacionada ao trabalho em

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde /

42/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde

43/194 Unidade 2 • Educação Permanente em Saúde

a) O aprendizado se inicia a partir da observação da prática profissional.

I. É uma proposta de modelo organizacional da assistência em saúde para potencializar

1. Discutir a abordagem construtivista e

Relembrando os fundamentos da identidade e seus saberes, mas apresentam

56/194 Unidade 3 • Sujeitos do Processo de Educação Permanente

58/194 Unidade 3 • Sujeitos do Processo de Educação Permanente

59/194 Unidade 3 • Sujeitos do Processo de Educação Permanente

A teoria construtivista é um modelo teórico que explica o processo de

1. FOSNOT, Catherine Twomey. Construtivismo: uma teoria psicológica da aprendizagem. IN:

5. KLEBA, Maria Elisabeth; CORMELATTO, Dunia; COLLISELLI, Liane. Promoção do

62/194 Unidade 3 • Sujeitos do Processo de Educação Permanente

63/194 Unidade 3 • Sujeitos do Processo de Educação Permanente

I. Os sujeitos têm experiências reais/práticas.

I. Não se aplica aos trabalhadores do SUS.

I. É um sistema democrático e participativo de gestão.

Um dos conceitos mais importantes do SUS, a integralidade da assistência, se relaciona com a

O Colegiado de Gestão Regional incorpora

A integralidade da assistência busca

1. Definir o que é um Pólo de

A Política Nacional de Educação potencialização de recursos (AMESTOY,

Mobilizar a formação de gestores de sistemas, ações e serviços para a

75/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde

76/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde

79/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde

80/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde

81/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde

82/194 Unidade 4 • Os Pólos de Educação Permanente em Saúde

Levando em consideração o conceito de trabalho

Os pólos regionais funcionam como colegiados de pessoas que compõem

a) Formatar procedimentos para instituições de saúde.

a) O conceito de roda não se aplica aos pólos de educação em saúde.

I. São interinstitucionais e compostos por representantes de igual poder a nível estadual e

a) Maneiras diferentes de diagnosticar doenças.

Os pólos têm como um dos principais Os pólos são interinstitucionais e

A proposta de Educação Permanente na A definição de intersetorialidade

A ampliação do conceito de saúde se refere

1. Apresentar a estrutura que dá

1. A estrutura que suporta os

Fonte: BRASIL, 2005.

A gestão colegiada deve assegurar a

O que observamos na literatura é que

A complexidade de integrar todos os atores e estabelecer um planejamento

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS:

I. Responsabilidade de gestor federal do SUS.