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Instalações elétricas – 31/03/2023

Revisão sobre eletrodinâmica

Campus Alto Paraopeba

Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi


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Capítulo 02 – Revisão sobre eletrodinâmica


1 – Corrente elétrica (I)

• A corrente elétrica retrata o movimento ordenado dos elétrons;


• A corrente elétrica é medida através da quantidade de cargas elétricas que atravessa uma
seção transversal do condutor elétrico por segundo;
• A corrente elétrica é uma grandeza dinâmica;
• Todas as grandezas elétricas derivadas da corrente elétrica também são grandezas dinâmi-
cas;
• A corrente elétrica (I) é medida em ampère [A];
• A definição de corrente elétrica é exatamente a mesma empregada em mecânica dos flui-
dos, onde o fluxo retrata a quantidade de fluido que atravessa uma superfície transversal
ao escoamento.

𝑞 = ∫ 𝐼 ∙ 𝑑𝑡 [𝐶]
𝑞 =𝐼∙𝑡 [𝐶]
𝑞 𝐶 𝑑𝑞 𝐶
𝑡= [ ] 𝑡= [ ]
𝐼 𝐴 𝑑𝐼 𝐴
𝑞 𝐶 𝑑𝑞 𝐶
𝐼= [ ] , [𝐴] 𝐼= [ ] , [𝐴]
𝑡 𝑠 𝑑𝑡 𝑠

𝑞[𝐶 ]

 𝑡[𝑠]

Figura 1. – Corrente elétrica como relação linear entre carga elétrica e tempo.

2 – Densidade de corrente elétrica (J)

• A densidade de corrente elétrica retrata a quantidade de corrente elétrica por unidade de


área da seção transversal por onde a corrente passa;
• A densidade de corrente elétrica (J) é medida em ampères por metro quadrado;
• A densidade de corrente elétrica é a responsável pelo aquecimento do condutor;
• A teoria das pontas afirma que o fluxo de elétrons é maior na superfície do metal, ou seja,
a densidade de corrente elétrica não é a mesma nas regiões da seção transversal do condu-
tor.

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𝐼 = ∫ 𝐽 ∙ 𝑑𝑠 [𝐴]
𝐼 =𝐽∙𝑠 [𝐴]
𝐼 𝐴 𝑑𝐼 𝐴
𝐽= [ 2] 𝐽= [ ]
𝑠 𝑚 𝑑𝑠 𝑚2
𝐼 𝑑𝐼
𝑠= [𝑚2 ] 𝑠= [𝑚2 ]
𝐽 𝑑𝐽

𝐼[𝐴]

 𝑠[𝑚2 ]

Figura 2. – Densidade de corrente elétrica como relação linear entre corrente elétrica e área.

3 – Resistência elétrica (R)

• Quanto maior é a tensão elétrica aplicada a um material não isolante, maior é a corrente
elétrica observada;
• Quanto maior é a corrente elétrica aplicada a um material não isolante, maior é a tensão
elétrica observada;
• A constante de proporcionalidade entre tensão elétrica e corrente elétrica é chamada de
resistência elétrica;
• Esta é a primeira lei de Ohm;
• A resistência elétrica é medida em ohm [];
• Há duas formas para observar o comportamento resistivo:
• Usar uma fonte de tensão e um amperímetro;
• Usar uma fonte de corrente e um voltímetro.
• Uma resistência não ôhmica é aquela cuja relação entre tensão elétrica e corrente elétrica
não é linear;
• Um exemplo de resistência não ôhmica é uma lâmpada de filamento;
• Resistor é o dispositivo que tem, como principal propósito, desempenhar o efeito resistivo.

𝑉 = ∫ 𝑅 ∙ 𝑑𝐼 [𝑉]
𝑉 =𝑅∙𝐼 [𝑉]
𝑉 𝑉 𝑑𝑉 𝑉
𝑅= [ ] , [Ω] 𝑅= [ ] , [Ω]
𝐼 𝐴 𝑑𝐼 𝐴
𝑉 𝑑𝑉
𝐼= [𝐴] 𝐼= [𝐴]
𝑅 𝑑𝑅

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𝑉[𝑉]

 𝐼[𝐴]

Figura 3. – Resistência elétrica como relação linear entre tensão elétrica e corrente elétrica.

4 – Condutância elétrica (G)

• A condutância elétrica é o inverso da resistência elétrica;


• A condutância elétrica é medida em siemen [S];
• A primeira lei de Ohm pode ser reescrita empregando a condutância elétrica;
• Na mecânica dos fluidos, existe o conceito da condutância fluídica.

𝐼 = ∫ 𝐺 ∙ 𝑑𝑉 [𝐴]
𝐼 =𝐺∙𝑉 [𝐴]
𝐼 𝐴 𝑑𝐼 𝐴
𝐺= [ ] , [S] 𝐺= [ ] , [S]
𝑉 𝑉 𝑑𝑉 𝑉
𝐼 𝑑𝐼
𝑉= [𝑉] 𝑉= [𝑉]
𝐺 𝑑𝐺

𝐼[𝐴]

 𝑉[𝑉]

Figura 4. – Condutância elétrica como relação linear entre corrente elétrica e tensão elétrica.

𝑅∙𝐺 =1

5 – Resistividade elétrica ()

• A resistência elétrica é proporcional ao comprimento do condutor;


• A resistência elétrica é inversamente proporcional à área da seção transversal do condutor;
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• A constante de proporcionalidade é a resistividade elétrica;


• Esta é a segunda lei de ohm;
• A resistividade elétrica () é medida em ohmmetro [m].

𝑙 𝑑𝑙
𝑅 =𝜌∙ [Ω] 𝑅 =𝜌∙ [Ω]
𝑠 𝑑𝑠
𝑠 𝑑𝑠
𝜌=𝑅∙ [Ωm] 𝜌=𝑅∙ [Ωm]
𝑙 𝑑𝑙

𝑉
𝑅=
𝐼
𝑉 = 𝐸⃗ ∙ 𝑙
{𝐼 = 𝐽 ∙𝑠

𝐸⃗ ∙ 𝑙 ∫ 𝐸⃗ ∙ 𝑑𝑙
𝑅= 𝑅=
𝐽∙𝑠 ∫ 𝐽 ∙ 𝑑𝑠

• A intensidade do campo elétrico é proporcional à densidade de corrente elétrica;


• A constante de proporcionalidade é a resistividade elétrica;
• Isto equivale à primeira lei de Ohm escrita de uma forma diferente.

𝑉 𝑉
𝐸⃗ = 𝜌 ∙ 𝐽 [ ] 𝐸⃗ = ∫ 𝜌 ∙ 𝑑𝐽 [ ]
𝑚 𝑚
𝐸⃗ 𝑑𝐸⃗
𝜌= [Ωm] 𝜌= [Ωm]
𝐽 𝑑𝐽
𝐸⃗ 𝐴 𝑑𝐸⃗ 𝐴
𝐽= [ ] 𝐽= [ ]
𝜌 𝑚2 𝑑𝜌 𝑚2

6 – Condutividade elétrica ()

• A condutividade elétrica é o inverso da resistividade elétrica;


• A condutância elétrica é proporcional à área da seção transversal do condutor;
• A condutância elétrica é inversamente proporcional ao comprimento do condutor;
• A constante de proporcionalidade é a condutividade elétrica;
• A condutividade elétrica () é medida em ohm/metro [/m];
• Isto equivale à segunda lei de Ohm escrita de forma inversa.

𝑠 𝑑𝑠
𝐺 =𝜎∙ [S] 𝐺 =𝜎∙ [S]
𝑙 𝑑𝑙
𝑙 S 𝑑𝑙 S
𝜎=𝐺∙ [ ] 𝜎=𝐺∙ [ ]
𝑠 𝑚 𝑑𝑠 𝑚

𝜌∙𝜎 =1

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𝐼
𝐺=
𝑉
𝐼 =𝐽∙𝑠
{𝑉 = 𝐸⃗ ∙ 𝑙

𝐽∙𝑠 ∫ 𝐽 ∙ 𝑑𝑠
𝐺= 𝐺=
𝐸⃗ ∙ 𝑙 ∫ 𝐸⃗ ∙ 𝑑𝑙
𝐴 𝐴
𝐽 = 𝜎 ∙ 𝐸⃗ [ ] 𝐽 = ∫ 𝜎 ∙ 𝑑𝐸⃗ [ ]
𝑚2 𝑚2
𝐽 𝑆 𝑑𝐽 𝑆
𝜎= [ ] 𝜎= [ ]
𝐸⃗ 𝑚 𝑑𝐸⃗ 𝑚
𝐽 𝑉 𝑑𝐽 𝑉
𝐸⃗ = [ ] 𝐸⃗ = [ ]
𝜎 𝑚 𝑑𝜎 𝑚

7 – Fluxo magnético (M)

• Se há corrente elétrica I[A], existe fluxo magnético;


• Se há fluxo magnético M[Wb], existe corrente elétrica;
• Onde um está, o outro está também;
• Fluxo magnético e corrente elétrica são orientados segundo a regra da mão direita.

I
M

Figura 5. – Linhas de fluxo magnético devido a um condutor retilíneo.

M I

Figura 6. – Linhas de fluxo magnético devido a um condutor retilíneo.

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8 – Ímã permanente

M

S N

Figura 7. – Fluxo magnético em um ímã permanente.

• O ímã (permanente ou não) é formado por duas regiões: Norte e Sul;


• Não é possível separar os dois pólos;
• Internamente ao ímã, as linhas de fluxo magnético são orientadas do sul para o norte;
• Externamente ao ímã, as linhas de fluxo magnético são orientadas do norte para o sul;
• A palavra “magnetismo” é derivada da palavra “magnetita”, o ímã natural mais conhecido
pela humanidade;
• A palavra “magnetita” significa “minério magno”, por causa de suas características especiais;
• A magnetita é formada, majoritariamente, por óxido de ferro (Fe3O4);
• A hematita (mineral de ferro) também é um óxido de ferro (Fe2O3).
• A diferença entre a hematita e a magnetita é que a magnetita, diferentemente dos outros
materiais, possui uma estrutura interna que forma uma corrente elétrica ordenada de ma-
neira natural e espontânea;
• Esta corrente elétrica permanece confinada no interior do material;
• Por não ser possível separar os pólos magnéticos, a corrente interna da magnetita não pode
ser medida por um amperímetro;
• Igualmente, o campo magnético gerado por esta corrente elétrica também não pode ser
medido diretamente;
• Fato semelhante acontece com a junção PN, onde surgem duas correntes elétricas, a saber,
a “corrente de difusão” e a “corrente de deriva”, também chamada de “corrente de campo”;
• Essas duas correntes elétricas na junção PN podem ser modeladas matematicamente por
meio da estatística de Fermi-Dirac, mas não podem ser medidas por um amperímetro;
• Embora a corrente elétrica natural da magnetita não possa ser medida por um amperímetro,
nem o seu campo magnético medido, a sua forma magnética pode ser observada;
• Segundo o Instituto Paramagnético (https://blog.institutoparmagnetico.com.br/historia-da-
magnetita-do-magnetismo-e-do-biomagnetismo), a magnetita foi descoberta por acaso;
• Na Grécia antiga, um pastor de ovelhas percebeu que os pregos de suas sandálias eram atra-
ídos por uma rocha devido a alguma força desconhecida;

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• Segundo esta versão dos fatos, o nome do pastor seria Magnes e a rocha teria recebido o
nome deste pastor;
• Outra versão da história, segundo a Universidade Federal do Paraná (https://se-
ara.ufc.br/wp-content/uploads/2019/03/folclore261.pdf), a pedra teria recebido tal nome
em homenagem à região onde ela teria sido descoberta, a região da Magnésia, na Grécia.

Figura 8. – A região da Magnésia, um rochedo de magnetita e a lenda do pastor Magnes.

9 – Fluxo magnético de um condutor retilíneo

• Fluxo magnético e corrente elétrica estão sempre juntos;


• Não é possível ter um sem o outro;
• Os sentidos são dados pela regra da mão direita;
• O fluxo magnético é medido em weber [Wb].

10 – Relação causa-efeito

• É possível aplicar uma corrente elétrica e obter o fluxo magnético;


• Exemplo 1: Enrolamento primário de um transformador;
• Exemplo 2: Enrolamento de armadura de um motor elétrico;
• É possível aplicar um fluxo magnético e obter a corrente elétrica;
• Exemplo 1: Enrolamento secundário de um transformador;
• Exemplo 2: Enrolamento de campo de um motor elétrico;
• A junção de um enrolamento primário com um enrolamento secundário, compartilhando o
fluxo magnético, é chamada de acoplamento magnético;
• O acoplamento magnético é o princípio de funcionamento dos transformadores elétricos e
dos motores elétricos;
• No motor elétrico, o enrolamento primário é chamado de “enrolamento de armadura”, en-
quanto o enrolamento secundário é chamado de “enrolamento de campo”.
• O acoplamento magnético torna-se mais eficiente quando o fluxo magnético percorre um
material ferromagnético, chamado de núcleo de ferrite;
• No caso dos transformadores elétricos e dos motores elétricos, usam-se “aço doce” (soft
iron).

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Figura 9. – Acoplamento magnético.

• A ferrite possui alta capacidade de magnetização;


• Ferrite: Óxido de ferro Fe2O3;
• Quanto maior é a permeabilidade magnética (apresentada mais adiante), maior é o fluxo
magnético relacionado a uma certa corrente elétrica.

Figura 10. – Ferrite.

11 – Fluxo magnético de um arco percorrido por corrente elétrica

• Encurvamento de um condutor submetido a corrente elétrica;


• O lado da concavidade (lado interno) possui uma maior concentração de fluxo magnético;
• O lado da convexidade (lado externo) possui uma menor concentração de fluxo magnético.

M

I
Figura 11. – Linhas de fluxo magnético devido a um condutor curvo.

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12 – Fluxo magnético concatenado ()

Figura 12. – Fluxo magnético devido a um solenóide.

• Ação concatenada significa que vários entes atuam no sentido de alcançar os mesmos fins;
• Solenóide é um espiral de raio constante e espiras paralelas;
• No condutor em formato de solenoide percorrido por uma corrente elétrica, a região interna
apresenta a somatória dos fluxos magnéticos internos de cada espira;
• Considerando que esta somatória é linear, então o fluxo magnético total no interior do so-
lenoide é proporcional à quantidade de espiras;
• A esta somatória de fluxos magnéticos é dado o nome de fluxo concatenado ();
• Considerando que a quantidade de espiras é um número adimensional, então a unidade de
fluxo (magnético) concatenado é a mesma da do fluxo magnético;
• A fim de especificar a concatenação, o fluxo concatenado é medido em weber-espira [Wb
espira];
• A quantidade de espiras é dada por “n”, que pode ser um número fracionário.

Λ = 𝑛 ∙ 𝜙𝑀

13 – Tensão induzida

• Um solenoide em uma malha fechada submetido a um fluxo concatenado proporciona o


surgimento de uma corrente elétrica;
• Um solenoide aberto (circuito aberto) submetido a um fluxo concatenado proporciona o
surgimento de uma tensão (força eletromotriz – FEM) induzida em seus terminais;
• Esta é a Lei de Faraday.

Λ = ∫ 𝑉 ∙ 𝑑𝑡 [𝑊𝑏 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎]
Λ = 𝑉 ∙ 𝑡 [𝑊𝑏 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎]
Λ 𝑊𝑏 𝑑Λ 𝑊𝑏
𝑉= [ ] , [𝑉] 𝑉= [ ] , [𝑉]
𝑡 𝑠 𝑑𝑡 𝑠
Λ 𝑊𝑏 𝑑Λ 𝑊𝑏
𝑡= [ ] , [𝑠] 𝑡= [ ] , [𝑠]
𝑉 𝑉 𝑑𝑉 𝑉
• Estas fórmulas são válidas, somente, para a tensão elétrica proveniente da indução magné-
tica; elas não podem ser aplicadas para a tensão elétrica proveniente de processos eletrolí-
ticos (eletrólise).
• A relação entre V e  mostra que o acoplamento magnético requer uma tensão alternada;
• Se o fluxo concatenado é constante, então d é nulo e não existe tensão induzida;
• Se  é senoidal, então V é cossenoidal;
• A tensão induzida alternada está atrasada em 90  em relação ao fluxo concatenado;
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• Se um ímã permanente é colocado dentro de um solenóide, este ímã induz um fluxo conca-
tenado no solenóide;
• Se o ímã está parado, o fluxo concatenado é constante e, por isso, a tensão induzida é nula;
• Se o ímã está em movimento, o fluxo é variável e, por isso, existe tensão induzida;
• Se o ímã faz movimento de vai-vém, o fluxo e a tensão são senoidais defasadas em 90 ;
• Este é o princípio de funcionamento do gerador eletromecânico.

x >0
N S
V>0

Figura 13. – Movimento de um ímã permanente em um solenóide.

14 – Densidade de fluxo magnético (B)

• A densidade de fluxo magnético (B) é análoga à densidade de fluxo elétrico (D);


• No interior do arco a densidade de fluxo magnético é maior;
• O efeito do campo magnético é maior no interior do arco.

⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗ ∙ 𝑑𝑠
𝜙𝑀 = ∫ 𝐵 [𝑊𝑏]
⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝜙𝑀 = 𝐵 ⃗ ∙𝑠 [𝑊𝑏]
⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝜙 𝑊𝑏 𝑑𝜙⃗⃗⃗⃗⃗⃗𝑀 𝑊𝑏
𝐵⃗ = 𝑀 [ ] ⃗ =
𝐵 [ ]
𝑠 𝑚2 𝑑𝑠 𝑚2
⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝜙𝑀 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝜙𝑀
𝑠= [𝑚2 ] 𝑠= [𝑚2 ]
𝐵⃗ 𝑑𝐵 ⃗

M I

Figura 14. – Linhas de fluxo magnético atravessando uma superfície aberta.

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M

I I
Figura 15. – Linhas de fluxo magnético devido a uma espira.

15 – Lei de Gauss para campo magnético

• Para uma superfície fechada, o fluxo magnético é nulo, pois as linhas de campo magnético
não possuem início nem fim, ou seja, a quantidade de linhas que entram na superfície fe-
chada sempre é igual à quantidade das que saem;
• Diferentemente, para o campo elétrico, o fluxo elétrico sobre uma superfície fechada deter-
mina a carga interna à superfície;
• Esta diferença acontece porque é possível separar cargas elétricas mas não é possível sepa-
rar pólos elétricos.

M I
s

Figura 16. – Lei de Gauss aplicada para campo magnético.

• O campo elétrico é conservativo;


• O campo magnético não é conservativo;
• Conclusão: Não existem pólos magnéticos isolados;
• As duas fórmulas abaixo consistem de duas das quatro equações de Maxwell.

⃗⃗⃗⃗⃗
𝜙𝐸 = 𝐷 ⃗ ∙ 𝑠 𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 → 𝜙𝐸 = |𝑞|
⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝜙𝑀 = 𝐵 ⃗ ∙ 𝑠 𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 → 𝜙𝑀 = 0

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16 – Intensidade de campo magnético (H)

• Quanto maior é a corrente elétrica, maior é o campo magnético;


• Quanto maior é o comprimento do condutor elétrico, maior é o campo magnético;
• A intensidade de campo magnético (H) é medida em A/m;
• Para que exista corrente elétrica em regime permanente, é preciso que exista uma malha
fechada (loop) (lei das correntes de Kirchoff);
• Conclusão: a integral de linha é fechada.

⃗ ∙ 𝑑𝑙
𝐼 = ∮𝐻 [𝐴]
𝐼=𝐻 ⃗ ∙𝑙 [𝐴]
𝐼 𝐴 𝑑𝐼 𝐴
⃗ =
𝐻 [ ] ⃗ =
𝐻 [ ]
𝑙 𝑚 𝑑𝑙 𝑚
𝐼 𝑑𝐼
𝑙= [𝑚] 𝑙= [𝑚]
𝐻⃗ 𝑑𝐻⃗

As quatro equações de Maxwell, na forma diferencial, são:

⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗ ∙ 𝑑𝑠 → 𝜙𝐸 = |𝑞| [𝐶]


𝜙𝐸 = ∮ 𝐷

⃗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗ ∙ 𝑑𝑠 → 𝜙𝑀 = 0 [𝑊𝑏]
𝜙𝑀 = ∮ 𝐵

∮ 𝐸⃗ ∙ 𝑑𝑙 = 0 [𝑉]

⃗ ∙ 𝑑𝑙 = 𝐼 [𝐴]
∮𝐻

Em complementação às quatro equações de Maxwell, podem-se afirmar:


∫ 𝐸⃗ ∙ 𝑑𝑙 = 𝑉 [𝑉]

⃗ ∙ 𝑑𝑙 = 0 [𝐴]
∫𝐻

17 – Permeabilidade magnética ()

• ⃗ : Vetor densidade de fluxo magnético (Wb/m2);


𝐵
• 𝐻⃗ : Vetor intensidade de campo magnético (A/m);
• ⃗ e𝐻
𝐵 ⃗ são proporcionais;
• A constante de proporcionalidade é chamada de ;
• : Permeabilidade magnética do ambiente;
• A permeabilidade magnética  é análoga à permissividade elétrica ;
• A velocidade da luz, c, é definida a partir de  e de ;
• Isso acontece porque a luz é uma onda eletromagnética.

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𝑊𝑏 𝑊𝑏
⃗ =𝜇∙𝐻
𝐵 ⃗ [ ] ⃗ = ∫ 𝜇 ∙ 𝑑𝐻
𝐵 ⃗ [ ]
𝑚2 𝑚2

𝐵 𝑊𝑏 ⃗
𝑑𝐵 𝑊𝑏
𝜇= [ ] 𝜇= [ ]

𝐻 𝐴∙𝑚 ⃗
𝑑𝐻 𝐴∙𝑚

𝐵 𝐴 ⃗
𝑑𝐵 𝐴
⃗ =
𝐻 [ ] ⃗ =
𝐻 [ ]
𝜇 𝑚 𝑑𝜇 𝑚

1
c=
√𝜀 ∙ 𝜇

18 – Relutividade magnética ()

• : Relutividade magnética do ambiente; (pronúncia: “ni”);


• É o inverso da permeabilidade magnética ().

1
υ=
𝜇

𝐴 𝐴
⃗ =𝜐∙𝐵
𝐻 ⃗ [ ] 𝐻 ⃗⃗⃗⃗⃗
⃗ = ∫ 𝜐 ∙ 𝑑𝐵 [ ]
𝑚 𝑚

𝐻 𝐴∙𝑚 𝑑𝐻 ⃗ 𝐴∙𝑚
𝜐= [ ] 𝜐= [ ]

𝐵 𝑊𝑏 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐵 𝑊𝑏
𝐻⃗ 𝑊𝑏 𝑑𝐻 ⃗ 𝑊𝑏
⃗ =
𝐵 [ 2] ⃗ =
𝐵 [ ]
𝜐 𝑚 𝑑𝜐 𝑚2

19 – Força magnetomotriz
• Em um circuito elétrico, a força eletromotriz é a tensão elétrica;
• Em uma espira, a força magnetomotriz é a corrente elétrica;
• Um solenóide é um conjunto de espiras (“n” espiras);
• A força magnetomotriz de um solenóide é a corrente elétrica vezes “n”;
• A força magnetomotriz age em circuitos magnéticos.

20 – Relutância magnética (ℜ)


• Em um circuito elétrico, a tensão elétrica produz uma corrente elétrica;
• Em um circuito magnético, a força magnetomotriz produz um fluxo magnético;
• Em um circuito elétrico, existe a resistência elétrica;
• Em um circuito magnético, existe a relutância magnética;
• A relutância magnética é medida em ampère-espira por weber.

𝑙 𝑙 𝐴𝑒 𝑑𝑙 𝐴𝑒
𝑅 =𝜌∙ [Ω] ℜ=𝜇∙ [ ] ℜ=𝜇∙ [ ]
𝑠 𝑠 𝑊𝑏 𝑑𝑠 𝑊𝑏
𝑠 𝑠 𝑊𝑏 𝑑𝑠 𝑊𝑏
𝜌=𝑅∙ [Ωm] 𝜇 =ℜ∙ [ ] 𝜇 =ℜ∙ [ ]
𝑙 𝑙 𝐴∙𝑚 𝑑𝑙 𝐴∙𝑚

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21 – Permeância magnética (𝑃)


• É o inverso da relutância magnética (ℜ).

1
P=

𝑠 𝑠 𝑊𝑏 𝑑𝑠 𝑊𝑏
𝐺 =𝜎∙ [S] P=𝜀∙ [ ] P=𝜀∙ [ ]
𝑙 𝑙 𝐴𝑒 𝑑𝑙 𝐴𝑒
𝑙 𝑆 𝑙 𝐴∙𝑚 𝑑𝑙 𝐴∙𝑚
𝜎=𝐺∙ [ ] 𝜀 =P∙ [ ] 𝜀 =P∙ [ ]
𝑠 𝑚 𝑠 𝑊𝑏 𝑑𝑠 𝑊𝑏

22 – Indutância elétrica (L)

• Quanto maior é a corrente elétrica em um solenóide, maior é o fluxo concatenado;


• Corrente elétrica e fluxo concatenado são proporcionais;
• A constante de proporcionalidade é a indutância elétrica;
• A indutância elétrica (L) é medida em henry [H];
• A indutância não depende da corrente elétrica aplicada (primário);
• A indutância não depende do fluxo concatenado aplicado (secundário);
• A indutância depende da geometria do dispositivo;
• A indutância depende do material que compõe o entreferro.

Λ = ∫ 𝐿 ∙ 𝑑𝐼 [𝑊𝑏 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎]
Λ=𝐿∙𝐼 [𝑊𝑏 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎]
Λ 𝑊𝑏 𝑑Λ 𝑊𝑏
𝐿= [𝐻], [ ] 𝐿= [𝐻], [ ]
𝐼 𝐴 𝑑𝐼 𝐴
Λ 𝑑Λ
𝐼= [𝐴] 𝐼= [𝐴]
𝐿 𝑑𝐿

Λ[𝑊𝑏 𝑒𝑠𝑝𝑖𝑟𝑎]

 𝐼[𝐴]

Figura 17. – Indutância magnética como relação linear entre corrente elétrica e fluxo concatenado.

Λ
𝐿= 𝜇∙𝐻∙𝑠
{ 𝐼 →𝐿=
Λ=𝜇∙𝐻∙𝑠 𝐻∙𝑙
𝐼 =𝐻∙𝑙
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𝑠
𝐿=𝜇∙
𝑙
𝑑𝑠
𝐿=𝜇∙
𝑑𝑙

A fórmula Λ = 𝜇 ∙ 𝐻 ∙ 𝑠 não é apresentada na literatura, mas ela pode ser escrita por meio
da analogia com a fórmula 𝑞 = 𝜀 ∙ 𝐸 ∙ 𝑠 𝑓𝑒𝑐ℎ𝑎𝑑𝑎 .

23 – Análise temporal da capacitância elétrica

𝑑𝑞
𝐶= → 𝑑𝑞 = 𝐶 ∙ 𝑑𝑉
{ 𝑑𝑉 → 𝐶 ∙ 𝑑𝑉 = 𝐼 ∙ 𝑑𝑡
𝑑𝑞
𝐼= → 𝑑𝑞 = 𝐼 ∙ 𝑑𝑡
𝑑𝑡
1
𝑉𝐶 = ∙ ∫ 𝐼𝐶 ∙ 𝑑𝑡
𝐶
𝑑𝑉𝐶
𝐼𝐶 = 𝐶 ∙
𝑑𝑡

• Segundo esta última fórmula, acima, um degrau de tensão elétrica no capacitor elétrico im-
plica em uma corrente elétrica infinita;
• Como é impossível obter uma corrente elétrica de intensidade infinita, podemos concluir
que o capacitor impede uma variação instantânea de tensão elétrica;
• Um conceito análogo é apresentado na mecânica dos fluidos, a capacitância fluídica, de onde
provem o conceito de que não é possível impor uma variação instantânea de fluxo.

24 – Análise temporal da indutância elétrica

𝑑𝛬
𝐿= → 𝑑𝛬 = 𝐿 ∙ 𝑑𝐼
{ 𝑑𝐼 → 𝐿 ∙ 𝑑𝐼 = 𝑉 ∙ 𝑑𝑡
𝑑𝛬
𝑉= → 𝑑𝛬 = 𝑉 ∙ 𝑑𝑡
𝑑𝑡
1
𝐼𝐿 = ∙ ∫ 𝑉𝐿 ∙ 𝑑𝑡
𝐿
𝑑𝐼𝐿
𝑉𝐿 = 𝐿 ∙
𝑑𝑡

• Segundo esta última fórmula, acima, um degrau de corrente elétrica no indutor elétrico im-
plica em uma tensão elétrica infinita;
• Como é impossível obter uma tensão elétrica de intensidade infinita, podemos concluir que
o indutor impede uma variação instantânea de corrente elétrica;
• Este conceito é importante quando analisam-se circuitos chaveados aplicados a indutores
elétricos;
• Exemplos desta situação seriam relés, motores de passo e motores AC;
• Quando a bobina é desligada abruptamente, surge um arco voltaico que age como uma re-
sistência elétrica (não ôhmica) que age como suavizador do decaimento de corrente elétrica.

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RESISTIVO CAPACITIVO INDUTIVO


V V  I  A q C   Wb 
Condutânci a Capacitânc ia Indutância
I q 
G= C= L=
 A C   Wb 
V , S  V , F  I , H 
s  V  s  V  s  A 
G =  C = L=
l l l
Condutivid ade Permissivi dade Permeabili dade
  
J  A  D  C  B  Wb 
 =   =   =  
E  V  m  E  V  m  H  A  m 
Dens. de Corrente Dens. Fluxo Eletr. Dens. Fluxo Mag.
 
 I  A  q  C     Wb 
J =  2 D=  2 B= (n = 1)
s m  s m  s  m 2 
Campo Elétrico Campo Magnético
V V  I  A
E= H =
l  m  l  m 

Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi


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Instalações elétricas – 31/03/2023

Prof. Marco Aurélio Seluque Fregonezi


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