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PARTE II

Santo Agostinho, São Tomás de Aquino,


Maquiavel, Descartes, Spinoza,
Hobbes, Kant e Hegel
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PARTE II - A HISTÓRIA DA FILOSOFIA

1. A filosofia e os demais saberes

É importante aqui destacar que há vários �pos de conhecimento: popular


(senso comum), filosófico, cien�fico, ar�s�co e religioso. Portanto, a filosofia é
um saber à parte dos demais saberes e não pode confundir-se com qualquer
outro conhecimento. Há áreas, como a é�ca e a meta�sica, que são estrita-
mente filosóficas. Já outras, como a Filosofia do Direito ou a Filosofia da Mate-
má�ca, que tratam de um objeto de uma ciência par�cular (a lei e o número).
Assim, o que define a filosofia é a sua abordagem.

Podemos estudar a filosofia pela História da Filosofia e pelas áreas filosóficas.


Sobre a História da Filosofia, ela é dividida em:

1) Filosofia An�ga: se como disse Aristóteles, a filosofia começa com o espan-


to, ela deve ser tão an�ga quanto a própria humanidade. Mas, até onde sabe-
mos, antes de 600 a.C., as reações aos enigmas próprios da condição humana
eram mí�cas e religiosas, envolvendo apelo à tradição e ao sobrenatural. A
filosofia grega an�ga con�nuou durante todo o período helenís�co e no perío-
do em que a Grécia e a maioria das terras habitadas por gregos faziam parte
do Império Romano. A filosofia foi usada para extrair sen�do do mundo;

2) Filosofia Medieval: a filosofia do chamado período medieval, do declínio da


cultura pagã clássica ao Renascimento, se caracteriza pelo interesse de pensa-
dores judeus, cristãos e muçulmanos em combinar a filosofia grega e romana
com a ortodoxia religiosa;

3) Filosofia Moderna: com o fim da Idade Média, um espírito renascen�sta


floresceu na Europa. Nesse período de inovação e descoberta, surgiu uma
nova cepa de pensadores que contestaram as ideias medievais ortodoxas
sobre a ordenação do Universo e da sociedade. Há o florescimento da ciência
e o desenvolvimento das grandes concepções epistemológicas e é�co-polí�-
cas que marcaram o pensamento moderno;

4) Filosofia Contemporânea: a filosofia contemporânea, do séc. XIX aos dias


atuais, derrubou as certezas do pensamento clássico. Estudar filosofia abre
novas perspec�vas sobre o mundo e nós mesmos e fornece instrumentos po-
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derosos para pensar claramente num vasto domínio de contextos. Podemos


descobrir que a filosofia põe em causa aquilo em que sempre acreditamos.

Já sobre as áreas filosóficas, qualquer assunto filosófico está inserido numa


das áreas da filosofia e conhecer as áreas, os seus limites, os seus problemas e
conceitos (ser, jus�ça, Deus, amor, verdade, alma etc.) é central para uma
melhor compreensão de qualquer estudo que você irá desenvolver em filoso-
fia. Eis algumas áreas filosóficas: filosofia do direito, filosofia polí�ca, filosofia
da história, epistemologia, teoria do conhecimento, filosofia da ciência, filoso-
fia da biologia, filosofia da matemá�ca, esté�ca, filosofia da linguagem, filoso-
fia da mente, é�ca, antropologia filosófica, lógica, filosofia da educação, meta-
�sica, filosofia da natureza e filosofia da religião.

“Será preciso lutar muito nos próximos anos para salvar dessa deriva u�litaris-
ta não somente a ciência, a escola e a universidade, mas também tudo o que
chamamos ‘cultura’. Será preciso resis�r à dissolução programada do ensino,
da pesquisa cien�fica, dos clássicos e dos bens culturais, porque sabotar a cul-
tura e a educação significa sabotar o futuro da humanidade. Há poucos anos
�ve a ocasião de ler uma frase simples, mas muito significa�va, inscrita numa
indicação de uma biblioteca de manuscritos num oásis perdido do Saara: ‘O
conhecimento é uma riqueza que se pode transmi�r sem se empobrecer.’ So-
mente o saber, ao desafiar os paradigmas dominantes do lucro, pode ser com-
par�lhado sem empobrecer quem o transmite e quem o recebe. Na verdade,
os enriquece.” (A utilidade do inútil, de Ordine).

2. A História da Filosofia por meio de alguns filósofos medievais e modernos

Santo Agos�nho

Santo Agos�nho orienta sua reflexão buscando afastar-se dos prazeres sensí-
veis, das paixões e daquilo que pertence ao mundo natural – que nos afasta de
Deus – para, assim, guiar-se com as verdades eternas e imutáveis que radicam,
em úl�ma instância, em Deus. O homem, segundo o bispo de Hipona, deve
agir pelo desejo da felicidade ultraterrena e não a terrestre, ou seja, de sua
união com Deus após a morte. Esta é a base em que ele irá erigir toda a sua
reflexão acerca da moral. O fato do livre-arbítrio exis�r, incontestavelmente, é
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um bem. O grande debate, porém, em torno dessa questão é a forma como o


homem o u�liza: ou para o bem, ou para o mal. Se alguém usar o livre-arbítrio
para pecar cai sobre si o cas�go, da parte de Deus.

“O ouro, a prata, os corpos belos e todas as coisas são dotadas dum certo atra-
�vo. A vida neste mundo seduz por causa duma certa medida de beleza que
lhe é própria, e da harmonia que tem com todas as formosuras da vida terre-
na. Por isso, comete-se o pecado, porque pela propensão imoderada para os
bens inferiores, embora sejam bons, se abandonam outros melhores e mais
elevados, ou seja, a Vós, meu Deus, à vossa verdade e à vossa lei.” (Confissões,
de Agos�nho).

São Tomás de Aquino

Santo Tomás introduziu uma dis�nção entre o ser e a essência, dividindo a me-
ta�sica em duas partes: a do ser em geral e a do Ser pleno, que é Deus. De
acordo com essa dis�nção, o único ser realmente pleno, no qual o ser e a
essência se iden�ficam, é Deus. Para Aquino, Deus é ato puro. Não há o que se
realizar ou se atualizar em Deus, pois ele é completo. Ele dirá que Deus é Ser,
e o mundo tem ser. Ou seja, Deus é o Ser que existe como fundamento da rea-
lidade das outras essências que, uma vez existentes, par�cipam de seu Ser.
Isso equivale a dizer que, nas outras criaturas, o ser é diferente da essência
pois as criaturas são seres não-necessários. É Deus que permite às essências
realizarem-se em entes, em seres existentes. Ele prova a existência de Deus a
par�r das seguintes provas: primeiro motor; causa eficiente, ser necessário,
graus de perfeição e finalidade do ser.

A quarta via, ou via dos graus de perfeição. “A quarta via se toma dos graus
que se encontram nas coisas. É fato que nas coisas se encontra o bem, o verda-
deiro, o nobre e outras perfeições semelhantes em grau maior ou menor. Mas
o grau maior ou menor se atribuem às diversas coisas conforme se aproximam
mais ou menos de algo sumo e absoluto; assim, mais quente é aquilo que mais
se aproxima do sumamente quente. Há, portanto, algo que é verdadeiro ao
sumo, ó�mo e nobilíssimo, e, por conseguinte, algo que é o supremo ente;
pois, como diz Aristóteles, aquilo que é máximo enquanto verdadeiro, é tal
também enquanto ente. Ora, aquilo que é máximo em dado gênero, é causa
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de todos os que pertencem àquele gênero, como o fogo, quente ao máximo, é


causa de todo calor, como diz Aristóteles. Portanto, há algo que para todos os
entes é causa do ser, da bondade e de qualquer perfeição. E este chamamos
Deus.” (A suma teológica, vol. 1, de Tomás de Aquino).

Maquiavel

Segundo Maquiavel, alguns dilemas que o príncipe poderá enfrentar são os


seguintes: 1) Deve ser liberal ou con�do? É perigoso ser liberal. Ser gastador
significa aumentar os impostos do povo, o que gera descontentamento.
Melhor a fama de sovina do que a de pródigo; “os homens esquecem mais
rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio”; 2) Ser amado ou
temido? Na impossibilidade de conquistar ambas as coisas, é melhor ser
temido, pois é o método do cas�go que mantém o povo quieto; 3) Deve ou
não sustentar a palavra dada? Se uma promessa resulta em algo incômodo aos
interesses do Estado é melhor esquecer o que jurou cumprir; 4) Deve ou não
temer uma conspiração? Somente se for odiado pelo povo e cair em desgraça
junto aos poderosos da cidade. A obrigação maior dele é vencer e manter o
Estado, não importando os meios u�lizados para alcançar tal fim. Se ele �ver
sucesso em sua empreitada sempre será louvado e honrado por todos, porque
o que importa é a aparência e o resultado da sua polí�ca e não os pecados em
que incorreu ou os métodos que u�lizou para mantê-la. Deve, sim, cul�var a
ferocidade de um leão e a astúcia de uma raposa.

“Nas ações de todos os homens, dos príncipes, onde não há tribunal para que
recorrer, o que importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe,
vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar serão sempre julgados
honrosos e louvados por todos, porque o vulgo é levado pelas aparências e
pelos resultados dos fatos consumados, e o mundo é cons�tuído pelo vulgo, e
não haverá lugar para a minoria se a maioria não tem onde se apoiar.” (O Prín-
cipe, de Maquiavel).

Descartes

Segundo Descartes, para se conhecer a verdade, é preciso, de início, colocar


todos os conhecimentos em dúvida (dúvida metódica), ques�onando tudo
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para criteriosamente analisar se existe algo na realidade de que se possa ter


plena certeza. Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, o filósofo foi consi-
derando como incertas todas as percepções sensoriais (dado que os nossos
sen�dos algumas vezes nos enganam), todo o conhecimento racional (pois há
homens que se enganam raciocinando) e, enfim, todo o conhecimento
humano, pois todos os pensamentos que tomamos por despertos podem vir
também quando dormimos. E prosseguiu assim, cada vez mais colocando em
dúvida a existência de tudo aquilo que cons�tui a realidade e o próprio conte-
údo dos pensamentos. Enquanto tratava de duvidar de tudo, Descartes perce-
be uma verdade: “enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cum-
pria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa”. Observando
que “penso, logo existo” era de tal modo firme e seguro, Descartes acolheu
esta máxima como o princípio de sua filosofia.

“Suporei, pois, que não é um verdadeiro Deus, que é soberana fonte da verda-
de, mas certo gênio maligno, não menos ardiloso e enganador do que podero-
so, que empregou toda a sua indústria em enganar-me. Pensarei que o céu, o
ar, a terra, as cores, as figuras, o sons e todas as coisas exteriores que vemos
são apenas ilusões e enganos de que ele se serve para surpreender minha cre-
dulidade. Considerar-me-ei a mim mesmo absolutamente desprovido de
mãos, de olhos, de carne, de sangue, desprovido de quaisquer sen�dos, mas
dotado da falsa crença de ter todas essas coisas. Permanecerei obs�nadamen-
te apegado a esse pensamento; e se, por esse meio, não está em meu poder
chegar ao conhecimento de qualquer verdade, ao menos está ao meu alcance
suspender meu juízo. Eis porque cuidarei zelosamente de não receber em
minha crença nenhuma falsidade, e prepararei tão bem meu espírito a todos
os ardis desse grande enganador que, por poderoso e argiloso que seja, nunca
poderá impor-me algo.” (Meditação primeira, 12, Meditações, de Descartes).

Spinoza

É natural buscarmos a preservação da nossa vida; nos “esforçamos” para que


nossa existência dure o máximo possível. Esse esforço de conservação é o co-
natus. Para termos uma existência plena precisamos de muita energia vital.
Essa energia foi chamada por Spinoza de Potência de Agir. Quando a potência
de agir se realiza, sen�mos alegria; quando não se realiza, sen�mentos triste-
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za. Pensa em algo que te deixa triste, como encontrar uma pessoa desagradá-
vel ou ficar doente. Nosso conatus diminui; nossa potência para agir diminui.
Agora pensa em algo que te deixa alegre, como comer algo quando temos
fome, escutar uma boa música ou encontrar um grande amigo. A alegria au-
menta o nosso ser e a nossa potência de agir, o nosso conatus.

“Deus age unicamente pelas leis de sua natureza, e não obrigado por alguém
(prop. 17); Deus é causa imanente, e não transi�va, de todas as coisas (prop.
18); Deus é eterno, ou seja, todos os atributos de Deus são eternos (prop. 19);
A existência de Deus e sua essência são uma única e mesma coisa (prop. 20);
Na natureza das coisas não há nada de con�ngente; mas todas as coisas são
determinadas pela necessidade da natureza divina a exis�r e a operar de
algum modo (prop. 29).” (Ética, I, de Espinosa).

Hobbes

A concepção polí�ca de Hobbes cons�tui a inversão mais radical da clássica


posição aristotélica, segundo a qual o homem é um animal polí�co. Hobbes
considera, ao contrário, o homem como um átomo de egoísmo, razão pela
qual nenhum homem está ligado aos outros homens por consenso espontâ-
neo. A condição em que todos os homens naturalmente se encontram é da
guerra de todos contra todos (homo homini lupus); o homem arrisca-se, deste
modo, a perder o bem primário, que é a vida e pode sair desta situação fazen-
do apelo a dois elementos fundamentais: a) o ins�nto de evitar a guerra con�-
nua e de providenciar aquilo que é necessário para a subsistência; b) a razão,
no sen�do de instrumento apto a sa�sfazer os ins�ntos de fundo. Nascem,
assim, as leis de natureza, que cons�tuem na realidade a racionalização do
egoísmo, as normas que permitem realizar de modo racional o ins�nto da au-
toconservação.

“Se dois homens desejam a mesma coisa, ao mesmo tempo, que é impossível
ela ser gozada por ambos, eles tornam-se inimigos. E no caminho para seu fim
esforçam-se por se destruir ou subjugar um ao outro. Na natureza do homem
encontramos três causas principais de discórdia. Primeiro, a compe�ção;
segundo, a desconfiança; e terceiro, a glória. A primeira leva os homens a
atacar os outros tendo em vista o (p. 108) lucro; a segunda, a segurança; e a
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terceira, a reputação.” (cap. XIII); “O fim úl�mo, causa final e desígnio dos


homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros),
ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos
Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais sa�s-
feita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a
consequência necessária das paixões naturais dos homens, quando não há um
poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do cas�-
go, ao cumprimento de seus pactos e àquelas leis de natureza. Porque as leis
de natureza (como a jus�ça, a equidade, a modés�a, a piedade, ou em
resumo, fazer aos outros o que queremos que nos façam) por si mesmas, na
ausência do temor de algum poder capaz de levá-las a ser respeitadas, são
contrárias a nossas paixões naturais, as quais nos fazem tender para a parciali-
dade, o orgulho, a vingança e coisas semelhantes. E os pactos sem a espada
não passam de palavras, sem força para dar a menor segurança a ninguém.”
(cap. XVII) (Leviatã, de Hobbes).

Kant

Kant é conhecido pela sua teoria sobre uma obrigação moral única e geral, que
explica todas as outras obrigações morais que temos. O primeiro conceito cen-
tral de sua é�ca é o impera�vo categórico, que diz: “age de tal forma que a sua
máxima se transforme numa lei universal”. O impera�vo categórico, em
termos gerais, é uma obrigação incondicional, ou uma obrigação que temos
independentemente da nossa vontade ou desejos (em contraste com o impe-
ra�vo hipoté�co). As nossas obrigações morais podem ser resultantes do im-
pera�vo categórico. O segundo conceito central de sua é�ca é o dever. Para
Kant, o dever é o bem: a boa vontade é a vontade de agir por dever. O impera-
�vo categórico determina a ação independentemente de todo o fim a a�ngir e
tem o seu fundamento apenas na consciência moral.

“Esclarecimento (Au�lärung) é a saída do homem de sua menoridade, da qual


ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu en-
tendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado
dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento,
mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de
outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimen-
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to, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas


quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito
os libertou de uma direção estranha, con�nuem, no entanto de bom grado
menores durante toda a vida. São também as causas que explicam por que é
tão fácil que os outros se cons�tuam em tutores deles. É tão cômodo ser
menor.” (Resposta à Pergunta: Que é esclarecimento, de Kant).

Hegel

A ideia jusnaturalista contratualista acerca do direito é infundada. Não é possí-


vel pensar um conjunto de normas para um aglomerado de indivíduos, ou
seja, o direito como algo externo aos indivíduos e esses devendo a ele uma
obediência cega. Hegel cri�ca a postulação de uma origem pactuada e juridi-
camente regrada de uma vida cole�va, ocorrida a par�r da soma de vontades
par�culares. Os sujeitos individuais formam a sua iden�dade somente quando
são reconhecidos por outro sujeito (intersubje�vamente). Para Hegel, a liber-
dade humana não se efe�va se es�ver afastada da estrutura social. O indiví-
duo somente é autônomo, podendo relacionar-se posi�vamente consigo
mesmo, se ele for valorizado pelos demais indivíduos de sua comunidade. Se
não há esse reconhecimento, o indivíduo não reconhecido parte para a luta, a
fim de criar as condições para tal. Quando a falta de reconhecimento não é de
um indivíduo isolado, mas de um grupo social, a luta ganha contornos polí�cos
e sociais. Para formular o seu pensamento, Hegel parte do ethos, da comuni-
dade é�ca. Portanto, o indivíduo desde sempre está inserido em um convívio
intersubje�vo.

“A lógica tem, segundo a forma, três lados: a) o lado abstrato ou do entendi-


mento; b) o dialé�co ou nega�vamente racional; c) o especula�vo ou posi�va-
mente racional.” Portanto, esse movimento divide-se em três momentos: o ser
em-si (o lado abstrato ou intelec�vo); o ser outro ou fora-de-si (o lado dialé�co
em sen�do estrito ou nega�vamente racional); o ser para-si (o lado especula�-
vo ou posi�vamente racional). (Enciclopédia das ciências filosóficas em com-
pêndio, vol. 1, de Hegel).
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INDICAÇÕES DE LEITURAS

1. Obras de Agos�nho: Confissões; A Cidade de Deus; Sobre a Trindade; Sobre


o livre arbítrio
2. Obras de Tomás de Aquino: Suma Teológica; O Ente e a Essência
3. Obras de Maquiavel: O príncipe; Discursos sobre a Primeira Década de Tito
Lívio
4. Obras de Descartes: Discurso sobre o método; Meditações; As paixões da
alma
5. Obras de Spinoza: Ética; Tractatus Theologico-Politicus
6. Obras de Hobbes: Leviatã; Do cidadão
7. Obras de Kant: Crítica da Razão Pura; Crítica da Razão Prática; Crítica do
Juízo
8. Obras de Hegel: Fenomenologia do Espírito; Ciência da Lógica; Princípios da
Filosofia do Direito

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