TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

Garrafa de gás na
Madeira 70% mais cara
que nos Açores | Pág. 22

Semanário | Ano 23 | Nº 1215 Director: Edgar R. Aguiar

2 ,00 € Sexta-feira | 24 de março de 2023 tribunadamadeira.pt

Ruído na Zona Velha

“O CDS “A CMF não ouve

e finge que não vê”
não conta | Pág. 32

Sérgio contra
para nada ‘filhos e enteados’
dentro Ex-deputado foi à ALM reiterar defesa da
“transparência” e “imparcialidade.”| Pág. 4 e 5

do governo” BE defende
“Fim imediato”
dos Vistos Gold | Pág. 30

Motociclismo
comemora
Saúde com volta
à Madeira
e Porto Santo | Pág. 25

Roberto Almada foi deputado eleito pelo Bloco de Esquerda em diversas legislaturas e coordenador regional dos
bloquistas até 2018. Volta agora como candidato às eleições legislativas regionais e com o objetivo de levar o seu partido
Pilotos madeirenses
de regresso ao Parlamento Regional. Almada conta o que o motivou a aceitar este desafio e as intenções para o futuro. O com saldo positivo
candidato afirma que a renovação da coligação PSD/CDS “é a tábua de salvação do CDS” que, se fosse “sozinho", arriscar-
se-ia a "desaparecer" do hemiciclo. | Pág. 8 a 10 em Viana | Pág. 23

“É uma completa aberração!”

Élvio Jesus teme que problemas na Saúde persistam com o novo hospital.
| Pág. 6 e 7

Programa para a Orla

Costeira “peca por tardio”
O Partido Ecologista Os Verdes destaca como efeitos negativos a
aquicultura, o potencial risco decorrente do desenvolvimento das
energias offshore e a expansão de infraestruturas portuárias,
como marinas e portos de recreio. | Pág. 12 e 13
“Sou alvo de
preconceito e
discriminação”
| Pág. 18 e 19

Tribuna diário www.tribunadamadeira.pt www.tribunadamadeira.tv

Luís Miguel Vieira Mão Cheia | 24 de março de 2023

2 | semeador |
ÍNDIA – Parte 1
aNTÓNIO B. CRUZ
abcruz291@gmail.com
4
ª vez em Deli, a
capital caótica de
20 milhões de habi-
tantes em que me
sinto como pei-
xe na água. Suja, barulhen-
ta, desarrumada, esburacada,
lixeira a céu aberto, pobre
nos seus lugares mais pobres,
porque também os há mais
ricos, muito ricos. É neste
frenesim que me sinto bem,
tranquilo e com os sentidos
todos provocados. Todos eles
À flor da pele.
* bém, em minha opinião, a
O trânsito em Deli é qual-
quer coisa de demoníaco.
Para além dos milhares de
carros, autocarros, motoriza-
das, riquexós, tuktuk, bicicle-
tas, carroças, é toda uma con-
quista permanente, e suces-
siva, por cada centímetro de
asfalto. Um desafio cons-
tante à lógica dos semáfo-
ros, um caldeirão de polui-
ção cujo fogo jamais se extin-
guirá, à semelhança dos das
piras onde ardem em perma-
nência os corpos dos que já
faleceram.
* está assente.
Sendo a vaca um animal
sagrado, hambúrgueres de
vaca no McDonalds não exis-
tem por estas bandas. Por
isso a alternativa são os de
carne de frango e cordeiro.
*
O Governo da Índia tendas
nas ruas, tamanho XXXXL,
para abrigar os que vêm da
província à razão de 10 mil por
dia em busca de uma oportu-
nidade. É uma visão dantes-
ca que rebenta com qualquer
coração e altera o estado da
nossa alma por mais empe-
dernida que já esteja.
No entanto as grandes
cidades indianas continuam a
ser palco de milhares e milha-
res de pobres que, mesmo
sem tendas governamentais,
dormem ao relento e vivem
da mendicidade, do plástico
que arrancam aos caixotes do
lixo deixando aqui e ali mais
uma lixeira, e outra lixeira,
que se vão espalhando pelas
artérias das metrópoles.
* casamentos, nascimentos e
Os Chakka são uma “clas-
se” que nasceu enquanto
oportunidade de negócio. Um
negócio algo estranho, mas
que funciona.
E que se resume ao facto
de em tempos idos, e presen-
tes, haver tanto desemprego
que os homens enveredaram
pela “profissão” de travesti.
É vê-los em semáforos, ou
nas grandes concentrações
de pessoas, a pedir de mão
estendida e a abençoar os
que lhes entregam uma nota.
Porque criou-se o mito de
que se não se der a esmo-
la aos Chakka, não se será
abençoado e ter-se-ão pro-
blemas de saúde e azar. Daí
o até já terem sido oficiali-
zados pelo Governo e pode-
rem entra livremente em
outras festas mais privadas
para recolherem o seu pecú-
lio junto de familiares e con-
vidados. A Índia é um país
de tantos contrastes e singu-
laridades que esta é apenas
mais uma.
* ve para purificação, sendo
Os três requisitos para
conduzir na Índia são: bons
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
travões, boa buzina e boa
sorte. Uma cidade de 1 ou
2 milhões de habitantes é,
para os indianos, um pueblo
(aldeia)…
A Índia do sul é precisa-
mente o oposto da do norte:
limpa, arrumada, respeitado-
ra, educada, higiénica e orga-
nizada. Quem diria!
* ca, sendo compositor, cantor,
Sendo a Índia um país de
imensas peculiaridades, ten-
do até a vaca como animal
sagrado, até a sua bosta [seca]
é vendida como adubo, com-
bustível (leia-se lenha) ou
para construção de casas.
E a urina de vaca? Ser-
aspergida ou bebida (fervida
em água). Ao contrário das
pessoas, que são incineradas,
as vacas são enterradas onde
quer que seja. Imagine-se os
milhões de vacas que fazem o
chão indiano…
*
O Deepak Joshi não é um
guia qualquer. Independen-
temente de ser apaixonado
pela sua profissão de guia, a
sua paixão maior é a músi-
autor, e até tem algumas que
passam na rádio em Espa-
nha. No Youtube tem 500 mil
seguidores. Claro que não lhe
fiz ver que meio milhão de
seguidores na Índia é tipo mil
em Portugal.
Tem um filho de 1 ano, por
quem também é apaixona-
do, e perguntei-lhe se ama a
sua mulher. A resposta foi no
mínimo surpreendente: que-
ro muito à minha mãe!
Entenda-se que as mães
indianas são responsáveis
pela consumação de 90%
dos casamentos na Índia. E o
amor é apenas uma “mania”
da alguns casais.
*
“A fruta da esperança é
sempre a mais doce”, ouvi
dizer. É uma daquelas que
não vou esquecer. Mas é tam-
maior provocadora de desi-
lusões, de frustrações e de
depressões.
*
Trints e três milhões
(33.000.000) é o número de
deuses que são venerados na
Índia. Três vezes a população
de Portugal…
*
Mil trezentos e quarente
milhões é a população india-
na. Imagine-se a realida-
de administrativa e a carga
burocrática em que este país
E 50% da população indiana
é pobre ou muito pobre. Ou
seja, cerca de 700 milhões de
pessoas. 2% são muito ricos,
32% andam pela classe média
e 16% pela média alta.
*
Bhaang é uma mistura de
iogurte fresco natural com
marijuana. É a bebida de elei-
ção dos festejos de Holi e que
potencia a alegria e adrenali-
na. Os indianos dão-lhe forte
e é ver alguns deles completa-
mente zombies pelas ruas das
cidades. n
 TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
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CARTÓRIO NOTARIAL
PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com
(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta
do Sol, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada hoje,
de folhas quarenta e sete a quarenta e oito do livro de notas para escrituras
diversas número cento e noventa e sete, deste Cartório compareceram:
MANUEL AGRELA DE PONTE, NIF 170 721 299, e mulher MÓNICA
CORREIA JARDIM DE PONTE, NIF 221 515 186, casados sob o regime da
comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia da Fajã da Ovelha,
concelho da Calheta, onde residem à Estrada Regional 223, Nº 92, que
declararam:
Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do Prédio
rústico, composto por terra de cultivo, localizado no Sítio de São Lourenço -
Serrado, na citada freguesia da Fajã da Ovelha, com a área total de duzentos
e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com João Alves, a Sul e
Nascente com Vereda e a Poente com Levada, inscrito na matriz sob o artigo
22616 com o valor patrimonial atual e atribuído de quatro euros e setenta e
nove cêntimos. Que o referido prédio não está descrito na Conservatória do
Registo Predial da Calheta
Que o referido prédio veio à posse dos Justificantes, já no estado de
casados, no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por partilhas verbais
com os demais herdeiros por óbito de Frederico de Ponte e mulher Filipa
Correia, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral de
bens, residentes que foram em São Lourenço, citada freguesia da Fajã da
Ovelha.
E que desde então o referido prédio se encontra na posse dos Justificantes,
portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que
seja, desde o seu início, posse essa que sempre exerceram sem interrupção
e ostensivamente, com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso
uma posse de boa fé, pública, pacífica e contínua, sendo consenso que o
imóvel lhes pertence, pois praticam todos os atos inerentes à qualidade
de proprietários, cultivando a terra, pagando as respetivas contribuições e
usufruindo da sua utilização.
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu
à aquisição do imóvel por usucapião, que invocam, justificando o seu direito
de propriedade para efeitos de registo, dado que essa aquisição não pode ser
comprovada por qualquer outro título extrajudicial.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Ponta do Sol, dezasseis de março de dois mil e vinte e três.
O Notário,
Nuno Vieira Barbosa
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CARTÓRIO NOTARIAL
NO FUNCHAL DE ISABEL FILIPA
PESTANA PINTO FERREIRA
Rua do Carmo, nº. 11, Sé, Funchal
(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)
Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, iniciada a folhas
13 do livro de notas número 85-A, deste Cartório, Maria da Graça Pascoal Pequeneza,
natural do Arco da Calheta, concelho da Calheta, residente à Entrada da Porta de Ferro,
número 43, freguesia de Santa Maria Maior, concelho do Funchal, casada no regime
da comunhão de adquiridos com Francisco Ilídio do Nascimento, afirma-se dona e
legítima possuidora, com exclusão de outrem, prédio misto, localizado ao Caminho das
Paredes, número 59, Paredes, freguesia do Arco da Calheta, concelho da Calheta, com
a área total de mil duzentos e oitenta metros quadrados, dos quais trinta e seis vírgula
cinquenta metros quadrados são de superfície coberta, composto por uma casa de
habitação, batata doce, inhame e construção rural, a confrontar a norte com Francisco
Ponte Lira e outros, sul com a Rua da Cova do Arco, nascente com o Caminho das
Paredes e a poente com o córrego, inscrita a parte rústica na matriz predial respetiva
sob o artigo 2226, com o valor patrimonial e atribuído de € 20,37, e sob o artigo
2228, com o valor patrimonial e atribuído de € 65,49, e a parte urbana, destinada
a habitação, na respetiva matriz predial sob o artigo 585, com o valor patrimonial e
atribuído de € 6.607,65, descrito na Conservatória do Registo Predial da Calheta,
ainda enquanto prédio rústico, sob o número oito mil cento e vinte e seis, da freguesia
do Arco da Calheta, encontrando-se inscrita definitivamente a propriedade a favor de
Maria Baeta de Souza casada com João Ferreira de Gouveia, pela apresentação dois de
mil novecentos e quarenta e seis barra zero seis barra dezanove - prédio a que atribui
assim o valor global de seis mil seiscentos e noventa e três euros e cinquenta e um
cêntimos.
Que a justificante, adquiriu o referido prédio, já enquanto prédio misto, ainda
no estado de solteira, maior, no ano de mil novecentos e oitenta e cinco, por doação
verbal que lhe foi feita pelos seus pais, José Gomes Pequeneza e mulher Teresa Vieira
Pascoal Pequeneza, residentes na Venezuela, que por sua vez já o haviam adquirido
em ano que desconhece por partilha verbal efetuada com os demais herdeiros por
óbito de João Vieira Pascoal e mulher Maria de Jesus, residentes que foram ao Sítio
das Paredes, freguesia do Arco da Calheta, concelho da Calheta, sem que tenham sido
lavradas as competentes escrituras públicas.
Está assim, a justificante na posse do identificado prédio, em nome próprio, desde
o referido ano de mil novecentos e oitenta e cinco, posse esta pública, pacífica e
de boa-fé e, assim, contínua e ininterruptamente à vista de todos, exteriorizando o
exercício dos poderes próprios de um proprietário, usufruindo o referido bem, pagando
as respectivas contribuições, colhendo os respectivos frutos e procedendo à sua
limpeza e conservação, como se de prédio seu e de bem próprio se tratasse.
Adquiriu, assim, a justificante, a propriedade do identificado prédio a título
originário – por usucapião.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Funchal, vinte e um de março de dois mil e vinte e três.
A Notária
Isabel Filipa Pestana Pinto Ferreira
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CARTÓRIO NOTARIAL Inquérito
online
PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol O Governo Regional informa
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com que a Madeira apresenta uma
(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023) queda histórica no número de
desempregados. Concorda?
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta
do Sol, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada
hoje, de folhas sessenta e um a folhas sessenta e dois do livro de notas Vote no site:
para escrituras diversas número cento e noventa e sete, deste Cartório tribunadamadeira.pt
compareceu:
MARIA CORREIA MOIRINHO ROCHA, viúva, tendo sido casada sob o Os 13 militares que se
regime da comunhão de adquiridos, natural da freguesia da Fajã da Ovelha,
concelho da Calheta, onde reside à Travessa da Vila, Nº 8, que declarou: encontravam no navio NRP
Que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do seguinte Mondego e que recusaram
imóvel: acompanhar um navio russo
Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado em São Lourenço que passava ao largo do Zona
- Serrado, na citada freguesia da Fajã da Ovelha, com a área total de mil
trezentos e sessenta e um metros quadrados, a confrontar a norte, a sul Marítima da Madeira foram
e nascente com Luiztro Property, Lda, e a poente com José Nóbrega, não suspensos. Concorda?
descrito na Conservatória do Registo Predial da Calheta, inscrito na matriz
sob o artigo 22612, com o valor patrimonial atual e atribuído de sessenta e
três euros e setenta e três cêntimos.
Que o referido prédio veio à posse da justificante, ainda no estado de
solteira maior no ano de mil novecentos e sessenta e três, por doação
verbal dos seus pais Augusto Rodrigues Moirinho e mulher Maria Correia
de Jesus, já falecidos, casados que foram sob o regime da comunhão geral
de bens, residentes que foram em São Lourenço, citada freguesia da Fajã
da Ovelha.
E que desde então o referido prédio se encontra na posse da justificante,
portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que
seja, desde o seu início, posse essa que sempre exerceu sem interrupção
e ostensivamente, com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso
uma posse de boa fé, pública, pacífica e contínua, sendo consenso que
o imóvel lhe pertence, pois pratica todos os atos inerentes à qualidade
de proprietária, cultivando a terra, pagando as respetivas contribuições e
usufruindo da sua utilização.
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu
à aquisição do imóvel por usucapião, que invoca, justificando o seu direito
de propriedade para efeitos de registo, dado que essa aquisição não pode
ser comprovada por qualquer outro título extrajudicial.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Ponta do Sol, dezassete de março de dois mil e vinte e três.
sim não
O Notário, 0% 100 %
Nuno Vieira Barbosa
PUB
CARTÓRIO NOTARIAL
NO FUNCHAL DE ISABEL FILIPA
PESTANA PINTO FERREIRA
Rua do Carmo, nº. 11, Sé, Funchal
(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)
Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, iniciada
a folhas 70 do livro de notas número 84-A, deste Cartório, Isaltina de Abreu
Fernandes Encarnação e marido Francisco Paulo Silva da Encarnação,
ambos naturais da freguesia de Estreito de Câmara de Lobos, concelho
de Câmara de Lobos, onde residem ao Caminho das Caldas, número 36,
Castelejo, casados no regime da comunhão de adquiridos, afirmam-se
ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE
donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano,
localizado em Castelejo, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho
de Câmara de Lobos, com a área total de sessenta metros quadrados dos
quais quarenta metros quadrados são de superfície coberta, que confronta
a norte com a vereda, sul e poente com herdeiros de José Sidónio Rodrigues
e outros e a nascente com Manuel Fernandes Camacho, inscrito na matriz
predial respetiva em nome do Estado Português e Cecília da Silva – cabeça
de casal da herança de, sob o artigo 905, com o valor patrimonial e atribuído
de €7.023,80, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara
de Lobos;
Que os justificantes adquiriram o referido prédio, já no estado de
casados, no ano de mil novecentos e noventa e cinco, por doação verbal
que lhes foi feita pelos pais da justificante mulher, José Fernandes e mulher
Maria Arlete de Abreu, residentes em Castelejo, freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, que por sua vez o
haviam adquirido em ano que desconhece por partilha verbal, feita com os
demais herdeiros por óbito de Martinho Fernandes e mulher Maria Adelaide
Fernandes, residentes em Castelejo, freguesia do Estreito de Câmara de
Lobos, concelho de Câmara de Lobos, sem que tenham sido lavradas as
competentes escrituras públicas.
Estão assim, os justificantes na posse do identificado prédio, em nome
próprio e desde o referido ano de mil novecentos e noventa e cinco, posse
esta pública, pacífica e de boa fé e assim, contínua e ininterruptamente
à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um
proprietário, usufruindo o referido bem, pagando as respetivas contribuições
e colhendo, inclusive os respetivos frutos, como se de prédio seu e de bem
próprio se tratasse.
Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade do identificado prédio,
a título originário – por usucapião.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Funchal, dezasseis de março de dois mil e vinte e três.
A Notária
Isabel Filipa Pestana Pinto Ferreira
4 | política | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

Sérgio contra
‘filhos e enteados’
Ex-deputado foi à ALM reiterar defesa da “transparência” e “imparcialidade”.

Sérgio Marques passa a ser o 'número dois'

diz que procu-
rou dar “igualda-
de de oportunida-
des” numa altura
em que as “priori-
dades” do Gover-
no Regional não
agradavam às
grandes empre-
sas de constru-
ção. Após falar em
“obras inventadas”
e “favorecimen-
to de grupos eco-
nómicos”, o ex-de-
putado e antigo
membro do pri-
meiro Governo de
Miguel Albuquer-
que foi dar expli-
cações à Comissão
de Inquérito for-
mada na Assem-
bleia Legislativa
da Madeira. E afir-
mou que há uma
“situação anómala
no porto do Fun-
chal” que “tem de
ter uma resposta”.
Ricardo Jorge Soares
rsoares@tribunadamadeira.pt
cimento de grupos económi-
cos” pelo Governo Regional
(GR). Diz ter sido “coeren-
te” com o que vem afirmando
“ao longo dos anos”, nome-
adamente na campanha de
2014 para as eleições internas
do PSD-M. Tratam-se só de
“opiniões”, salienta, não “rea-
lidades factuais”. Não houve,
igualmente, “qualquer estra-
tégia subjacente” às declara-
ções que vieram a público a
15 de Janeiro.
O até há poucos meses
deputado na Assembleia da
República foi ouvido segun-
da-feira na Comissão Parla-
mentar de Inquérito da ALM
sobre «O favorecimento dos
grupos económicos pelo
Governo Regional, pelo Pre-
sidente do Governo Regio-
nal e Secretários Regionais
e 'obras inventadas', em face
da confissão do ex-Secre-
tário Regional Sérgio Mar-
ques, em declarações ao Diá-
rio de Notícias» [de Lisboa]».
A Comissão surgiu por ini-
potestativo para chamar ao
Parlamento o ex-deputado e
governante.
“Senti não ter confiança
do presidente do partido”
Depois de exercer cargos
relevantes no PSD-M, ser
deputado à ALM, deputado
à Assembleia da República
e eurodeputado em Bruxe-
las, o foco sobre Sérgio Mar-
ques incidiu sobre o perío-
do em que foi membro do
GR, entre 2015 e 2017, no
primeiro mandato de Miguel
Albuquerque. Isto porque
na entrevista ao DN-Lisboa
falou na existência de influ-
ências de empresários para o
seu afastamento.
Segunda-feira, na ALM, o
antigo governante afirmou
que a sua saída do Governo
dá-se quando Miguel Albu-
querque instala uma Vice-
Presidência e Pedro Calado
do GR. Ricardo Lume per-
guntou se lhe foi referido que
ia “perder as obras públicas”
e Marques disse que a con-
versa com Albuquerque “não
chegou a esse ponto”.
“Achei que, a partir do
momento dessa comunica-
ção, eu não tinha mais lugar
no Governo, por uma ques-
tão de dignidade”, disse Sér-
gio Marques, lembrando que
por motivo semelhante tam-
bém não aceitou ir em 8º
lugar numa lista candidata ao
Parlamento Europeu.
As declarações ao DN-
Lisboa causaram celeuma
interna no PSD-M e Sér-
gio Marques acabou por dei-
xar São Bento, mas o ex-
deputado garante que saiu
da Assembleia da República
pelo seu “pé”.
“A partir do momento que
senti não ter confiança polí-
tica do presidente do partido
pus o meu lugar à disposição.
Nunca me passou pela cabeça
ficar na Assembleia da Repú-
blica como deputado inde-
pendente”, afiança.
“Falsidade” que atingiu
as “linhas vermelhas”.
Quando questionado se em
funções governativas sentiu

S
érgio Marques não
retira “absolutamen-
te nada” às declara-
ções que proferiu ao
Diário de Notícias de
Lisboa e motivaram a Comis-
são Parlamentar de Inqué-
rito da Assembleia Legisla-
tiva da Madeira (ALM) às
“obras inventadas” e “favore-
ciativa do PS-M, que viu nas
declarações “matéria suscep-
tível de configurar a práctica
de diversos crimes”.
Depois de quatro reque-
rimentos chumbados pela
maioria PSD/CDS, Sérgio
Marques foi justificar-se à
ALM por requerimento de
Ricardo Lume, o deputado
do PCP, que usou do direito
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023 | política | 5

“alguma pressão”, por parte ção social” nas mãos do gru-

do GR ou de grupos económi-
cos, Sérgio Marques afirmou
que “as pessoas” o conheciam
“o suficiente para saberem
que não era pressionável”.
Garante que não tem “qual-
quer problema pessoal” e “até
tinha até uma relação amisto-
sa” com Luís Miguel de Sou-
sa e Avelino Farinha, os dois
empresários a quem fez refe-
rência na entrevista ao DN.
Segunda-feira, na ALM, o
ex-deputado considerou não
haver “subjugação” do GR ao
Grupo Sousa ou Grupo AFA,
o que há, apontou, é “algu-
ma dificuldade em lidar com
eles”. Uma das razões, segun-
do Sérgio Marques, é o fac-
to de dois grupos económicos
serem os principais accio-
nistas do JM e do DN-M,
um controlo da comunicação
social diária que, para o ex-
governante, é capaz de “dese-
quilibrar os poderes”.
Quando foi ouvido na
ALM, Luís Miguel de Sou-
sa fez declarações na Comis-
são Parlamentar de Inquéri-
to que deixaram Sérgio Mar-
ques “estupefacto”. O anti-
go eurodeputado rebateu as
acusações de que havia pedi-
do reembolso por viagens
não efectuadas ao Parlamen-
to Europeu, uma “falsida-
de” que diz ter ultrapassa-
do o “jogo limpo” e atingido
“linhas vermelhas”.
“Isto não é uma selva. A
política não pode ser uma sel-
va”, afirmou o ex-deputado.
Aposta na manutenção
do património construído
Sérgio Marques disse na
entrevista ao DN-Lisboa que
Avelino Farinha não o queria
como responsável das obras
públicas e que Eduardo Jesus
foi afastado do GR por influ-
ência de Luís Miguel de Sou-
sa. As prioridades, aquando
da sua passagem pelo exe-
cutivo, “não interessavam ao
grupo AFA”, uma das empre-
sas que tinham “os meios
preparados para as grandes
obras”.
O antigo governante até
compreende que a políti-
ca” do executivo à data “não
satisfizesse o grupo AFA e
outras empresas de constru-
ção Civil”. Daí entender que
a sua presença no GR “não
interessava”. Isto porque
fazia “alguma espécie” a Ave-
lino Farinha que a AFAVIAS
fosse tratada “como qualquer
outra empresa”.
Ricardo Lume quis saber
se depois de 2017, após a
saída de Sérgio Marques do
GR, voltou a haver “alguma
relação de favorecimento do
poder político às empresas”.
O ex-secretário limitou-se a
dizer procurou dar “igualda-
de de oportunidades”, numa
altura em que as “prioridades
em termos de obras públicas”
do GR, nesses primeiros anos
de governação de Albuquer-
que, passavam pela “aposta
na manutenção do patrimó-
nio construído”, pela “promo-
ção da segurança das infra-
estruturas” e por “retomar
as obras paradas no anterior
mandato”.
“Se calhar, deveríamos ter
feito o hospital em vez de
lançarmos um conjunto de
obras que não eram as mais
necessárias e que acabaram
por ter um impacto financei-
ro na nossa vida”, disse Sér-
gio Marques quando questio-
nado sobre as ‘obras inven-
tadas’, uma referência a ini-
ciativas das Sociedades de
Desenvolvimento.
“Outros negócios
relacionados com o porto”
Há uma “situação anómala
no porto do Funchal” porque
“o regime em vigor não gera
concorrência” e Sérgio Mar-
ques não duvida que “isso
po AFA e Grupo Sousa que
o ex-governante considera
que “não é salutar”.
“O Orçamento Regional
está a saque”
Alberto João Jardim afir-
mou na RTP-Madeira - onde
disse que Sérgio Marques
“não presta” e foi acusado de
“baralhar opinião com factos”
- que queria ser ouvido na
Comissão de Inquérito, mas a
pretensão ‘apoiada’ pelo PCP
viu o requerimento nesse sen-
tido ser ontem chumbado por
PSD e CDS. O ex-presidente
do GR também não compre-
ende como é que, em ano de
tem de ter uma resposta”. um “favorecimento subjecti- eleições regionais, o ex-secre-
O ex-governante não enten- vo” ao grupo Sousa no que tário “mete uma faca nas cos-
de como as entidades regu- respeita à operação portuá- tas” de Miguel Albuquerque,
ladoras ainda não intervie- ria, mas não tem dúvidas que que Jardim diz ter sido um
ram no “monopólio de facto” a situação na Madeira “con- “padrinho” e “protector" de
que “nenhum executivo teve substancia um favorecimen- Sérgio Marques.
capacidade para alterar”. O to objectivo”. Nesse sentido, O actual presidente do exe-
plano do GR para os portos, lembrou a operação «ferry» cutivo, contudo, teve moti-
na altura em que esteve no com o continente, que “fun- vos de satisfação ao ouvir as
GR, passava por um “modelo cionou lindamente” mas “não declarações proferidas na
diferente” e Sérgio Marques se criaram condições para Comissão de Inquérito. Para
considera que “o que faz sen- que se mantivesse”. As pro- Miguel Albuquerque ficou
tido é a concessão de serviço vidências cautelares, a colo- “completamente demons-
público”, como aconteceu nas cação do navio ao largo e a trado”, de “forma indiscutí-
ligações para o Porto Santo, exigência de os contentores vel”, que “não houve qual-
mas “no prazo estritamente serem acompanhados pelos quer pressão” do próprio ou
necessário para amortizar os “tractores” durante a viagem de empreiteiros “para qual-
equipamentos”. foram reacções dos armado- quer acto da administração
De acordo com o antigo res contra a Naviera Armas pública se pautar por qual-
governante, a actual situ- que, segundo o ex-governan- quer ilegalidade”. De acor-
ação nos portos da Madei- te, fizeram a empresa “aban- do com Albuquerque, o teste-
ra “não é sustentável”, mas donar a operação”. munho do ex-deputado e ex-
admite que é uma ques- Miguel Albuquerque che- secretário regional é “decisi-
tão “sensível porque está gou ao GR com a promessa vo” para esvaziar de razão os
em causa o abastecimen- de “fazer uma revolução nos motivos invocados pelo PS-M
to da Madeira e os postos portos” e Sérgio Marques para requerer a Comissão de
de trabalho”. A dificulda- acha que a situação do por- Inquérito, mas a mesma opi-
de de encontrar uma solu- to do Funchal “deveria evo- nião não têm outros inter-
ção, assinala, deve-se tam- luir”, mas “se calhar o grupo venientes políticos. Para o
bém ao facto do actual ope- económico que o gere atin- Chega-Madeira, o que Sérgio
rador, o grupo Sousa, ter giu um nível de poder que Marques “confirmou” peran-
“outros negócios relaciona- é excessivo”. A referência te a ALM foi “a rede ten-
dos com o porto”. foi novamente para a pro- tacular de influências que
Sérgio Marques conside- priedade de JM e DN, uma rodeiam e amarram o GR”,
ra que até pode não haver “concentração da comunica- assim como o “servilismo de
várias lideranças regionais
aos principais grupos eco-
nómicos a actuar na Madei-
Bem comum acima do ra”, que atingiram “níveis de
poder excessivos”.
particular ou corporativo “Por muito que o Gover-
no de Miguel Albuquerque
Sérgio Marques diz ser adepto da livre iniciativa, mas con- queira dizer que tudo está
sidera que o poder económico deve estar “limitado” e “subor- bem na pérola do Atlântico,
dinado” ao poder político. Defende uma concorrência “sã”, a verdade que sobressai é de
com “oportunidades para todos” e não “aprisionada por meia que o Orçamento Regional
dúzia de empresas”. está a saque e a governação
“Eu não tenho absolutamente nada contra os grupos eco- é feita à medida do licitador
nómicos regionais, pelo contrário”, afirmou na ALM. “A minha mais chorudo - e tudo é pago
insatisfação é que sejam apenas 4 ou 5, eu gostaria de ter por aqueles que trabalham
bem mais.” e são asfixiados com impos-
No Congresso do PSD, em 2015, conforme lembrou, Sér- tos”, apontou Miguel Cas-
gio Marques já defendia a parceria e cooperação entre o tro, o líder regional do Che-
poder político e económico, mas com base na “transparên- ga. “Um Governo que gere de
cia e imparcialidade, sem sinais de clientelismo, sem filhos e pressão em pressão, servin-
enteados”. do as empresas dos amigos,
“A política confinada à gestão e manutenção do poder é representa tudo o que não se
muito limitada. É necessário um sonho que mobilize a cida- quer para uma Região que foi
dania. É preciso olhar longe e pôr o bem comum acima do transformada, por sucessivos
particular ou corporativo”, justificou. erros governativos, na zona
mais pobre do país.” n
 6 | política | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

“É uma completa aberração!”

Élvio Jesus teme que problemas na Saúde persistam com o novo hospital.

O Serviço Regio- TM – A “intervenção

estratégica” e “limpe-
nal de Saúde está za profunda” que defen-
“cada vez mais deu para a Saúde deve
começar pela substitui-
desigual” e “elitis- ção do secretário regio-
nal, Pedro Ramos?
ta”, pelo que “pre- EJ - De facto, referi que o
cisa de interven- SRS necessita de uma inter-
venção estratégica e de uma
ção estratégica e de limpeza profunda, pelo
menos a estes dois níveis: ao
limpeza profun- nível da gestão e governação,
da”. Quem o diz é e ao nível da despartidariza-
ção das demasiadas cliente-
Élvio Jesus, actu- las que lá pululam, sobretu-
do nos lugares, muitos deles
al deputado do artificialmente criados, de
PS na Assembleia chefia, direcção e coordena-
ção. Ou de pretensos can-
Legislativa da didatos aos mesmos. Neste
Madeira e anti- contexto, duvido que a mera
substituição de secretário irá
go presidente do resolver alguma coisa, caso
todo o resto se mantenha na
Conselho Direc- mesma. São já quase 50 anos
tivo Regional da de governação PPD/PSD e
os protagonistas são quase
Ordem dos Enfer- sempre os mesmos. Apenas
rodam. Por isso, uma mudan-
meiros. A ‘limpe- ça de Regime e uma nova
za’ deve come- postura de Governação são
requeridas.
çar pela “despar-
Ameaça a elementares
tidarização ao direitos dos utentes
nível da gestão”,
TM – Afirmou que o
porque os mem- ambiente no SESARAM
é de “cortar à faca”. Há
bros das direc- possibilidade de termos
ções “passaram Ricardo Jorge Soares o SRS [Serviço Regional de hospitalocêntrico, focalizado na Madeira demissões de
rsoares@tribunadamadeira.pt Saúde] está cada vez mais em doenças e especialidades, direcções clínicas?
a ser distribuí-

T
dos entre os actu- ribuna da Madei-
ra (TM) - Disse,
ais dois partidos na Assembleia
Legislativa, que
do Governo”, o o Serviço de Saú-
que “nunca deve- de da Região Autónoma
da Madeira (SESARAM)
ria acontecer”. “É é “cada vez mais pare-
cido com o americano”.
uma completa Quais são as “disparida-
aberração!”, afian- des” que verifica?
Élvio Jesus (EJ) - Sim,
ça o deputado. é verdade. Conforme referi,
PUB
desigual no acesso, elitista
nas prioridades sobre quem
deverá ser atendido, e privile-
gia conhecidos e apaniguados
politico-partidários. As pes-
soas, muitas delas da classe
média, têm de se endividar
para pagar cuidados de saú-
de privados e até mesmo no
social, como no caso da psi-
quiatria. O SRS induz cada
vez mais as pessoas a adquiri-
rem seguros de saúde redun-
dantes, é medicocêntrico e
demasiado espartilhado e
fragmentado na sua estrutu-
ra organizativa, assimétrico e
incipientemente efectivo nas
respostas, apresenta dificul-
dade na resolução de proble-
mas reais e globais das pesso-
as, grupos ou comunidades.
Por isso, face ao investimen-
to e os resultados que apre-
senta, é demasiado oneroso e
acrescenta pouco valor, o que
são características dos siste-
mas do tipo (sul)americano.
EJ - Não me parece. Ali-
ás, têm aquilo politicamente
controlado, pois as Direcções
Técnicas, Clínica e de Enfer-
magem, entre outras, há mui-
to que deixaram de ser técni-
cas, para serem mais partidá-
rias. A partir de certa altura,
os membros destes Órgãos
passaram a ser distribuídos
entre os atuais dois parti-
dos do Governo. E isso nun-
ca deveria acontecer. É uma
completa aberração!
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
TM - Que motivos o
levam a considerar que
a resolução das listas de
espera é já uma “situa-
ção de tribunal”?
EJ - Porque é de uma
questão de justiça, de equi-
dade no acesso a cuidados
de saúde, de transparência
nos processos, nos resulta-
dos e na utilização de gran-
des volumes de recursos
públicos que se trata. Além
de uma possível ameaça aos
mais elementares direitos
dos utentes em espera para
os múltiplos actos de saúde.
Não podemos esquecer
que uma pessoa, ao ser-lhe
diagnosticado um problema
de saúde ou a necessidade
de um determinado proce-
dimento, fica logo na espec-
tativa do mesmo ser resol-
vido em tempo útil. E tem
o direito de saber, não ape-
nas o prazo para a sua reso-
lução, mas, igualmente, o
quando e aonde se dirigir,
caso a condição inicial que
justiçou a entrada na lista
se venha a agravar. E isso,
como sabemos, não acon-
tece, provocando sofrimen-
to evitável e por vezes danos
graves nas pessoas.
Além da possibilidade de
existirem conflitos de inte-
resses público-privados,
pois como a Presidente do
SESARAM já bastas vezes
afirmou, as listas de espera
são da exclusiva responsa-
bilidade gestionária de cada
director de serviço, que é
um órgão unipessoal, mui-
tos dos quais actuando em
ambos os lados.
Ineficácia na resolução
dos problemas
TM - Porque razão
continuamos a ter na
Madeira dificuldades no
acesso à saúde mental,
aos cuidados de saúde
primários ou a médico
de família?
EJ - E, pelos vistos,
assim vamos continuar,
pois, enquanto este Regime
e modo de Governação exis-
tirem, pouco irá mudar em
relação aos diferentes servi-
ços de saúde mental, porque
irão manter a maior par-
te deles no sector privado e
social, de modo desintegra-
do do SRS, baseado na ins-
titucionalização, com co-pa-
gamentos inconstitucionais,
ao contrário de tudo aquilo
que se defende há mais de
trinta anos!
Em relação aos Cuidados
de Saúde Primários, a situ-
ação também estará aí para
| política | 7
durar, pois estes não estão,
de há muito, centrados nas
reais necessidades das pes-
soas, nem orientados para
a Comunidade como deve-
riam estar. Não existe estra-
tificação pelo risco popula-
cional que permita priorizar
as intervenções em função
das vulnerabilidades identi-
ficadas. Além de que a arti-
culação com o social deixa
muito a desejar.
A mera atribuição de
médico e enfermeiro de
Família, apenas pelo crité-
rio de lugar vago na lista
administrativa do médico,
sem atender a prioridades,
estratificação de necessida-
des e proximidade geográ-
fica dos utentes, é suscep-
tível de gerar, em si mes-
ma, desigualdades no aces-
so, mantendo os serviços de
urgência quase a porta de
entrada principal no siste-
ma, produzindo ineficiência
e ineficácia na resolução dos
reais problemas das pesso-
as, famílias e comunidades,
o que terá necessariamente
de mudar.
TM - Teme que per-
sistam os mesmos pro-
blemas após a constru-
ção do novo Hospital da
Madeira?
EJ - Sim, infelizmente! n
PUB
8 | entrevista | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

“O CDS não conta para nada

dentro do governo”

Roberto Almada foi deputado eleito pelo Devo dizer que esse desafio
surpreendeu-me porque não
Bloco de Esquerda em diversas legisla- estava a pensar regressar à
turas e coordenador regional dos blo- política ativa neste momento.
Estou a trabalhar numa área
quistas até 2018. Volta agora como can- que gosto, com uma equi-
pa de profissionais excelen-
didato às eleições legislativas regio- tes, e, além disso, iniciei um
nais com o objetivo de levar o seu parti- Mestrado na Universidade da
Madeira que me toma parte
do de regresso ao Parlamento Regional. importante do tempo.
Contudo, não pude ser
Almada conta o que o levou a aceitar insensível aos argumentos de
este desafio e aponta intenções de futu- que, neste momento, o Blo-
co tem que ir à luta com os
ro. Afirma que a renovação da coligação seus ativos mais conhecidos
PSD/CDS, para estas eleições, “é a tábua e reconhecidos e que, junta-
mente com a Dina Letra, que
de salvação do CDS” que, realça, “se fos- será a segunda candidata, e
tantos ativistas de valor que
se sozinho a eleições, poderia arriscar-se o Bloco tem, podemos con-
a desaparecer do Parlamento”. tribuir para o regresso des-
ta força política ao Parlamen-
to de onde estamos arredados
desde 2019.
Sara Silvino do, Dina Letra. O que o TM - O Bloco de Esquer-
ssilvino@tribunadamadeira.pt levou a aceitar este desa- da faz falta no Parlamen-
de sempre, temos enfrentado,
no Parlamento madeirense.
TM - A ausência de
deputados do Bloco teve,
na sua opinião, alguma
influência no próprio
partido porque ficou limi-
tado de assumir a voz no
Parlamento Regional?
RA - É evidente que um
partido que se encontre arre-
dado do palco parlamentar
perde força e as suas lutas,
por mais consequentes e jus-
tas que sejam, perdem visi-
bilidade. É assim mesmo. Se
é verdade que as lutas políti-
cas não se resumem ao Par-
lamento e que se podem e
devem travar nas ruas, nos
bairros, e em todos os lugares
onde existam injustiças, tam-
bém é certo que a luta par-
lamentar permite confrontar
diretamente os responsáveis
governamentais com as polí-
ticas que implementam.
RA - Na minha opinião, a
Assembleia Legislativa per-
deu muito com a saída do
Bloco e de outros deputados
que faziam oposição forte ao
governo regional. Estes qua-
tro anos foram um “passeio”
para o PSD/CDS que tudo
fizeram perante uma oposi-
ção enfraquecida que, sal-
vo honrosas exceções, não
foram suficientemente fir-
mes para obrigar a maioria
a resolver muitos dos proble-
mas das pessoas.
O exemplo do maior par-
tido da oposição é paradig-
mático: com dezanove depu-
tados fizeram menos do que
faziam quando tinham ape-
nas cinco, para além de se
terem acomodado bastante
mais. Parece que, ao longo
dos últimos quatro anos ape-
nas existiu um deputado de
Esquerda que combateu fir-
memente a Direita. Por isso,

T
ribuna da Madei-
ra (TM) - Assu-
miu ser can-
didato às elei-
ções regionais
da Madeira pelo Bloco
de Esquerda (BE), enca-
beçando assim a lista,
seguindo-se a coordena-
dora regional do parti-
fio, tendo em conta que
será o seu regresso ao
Parlamento?
Roberto Almada (RA)
- Em primeiro lugar, devo
dizer que o convite para
encabeçar a candidatura do
Bloco de Esquerda à Assem-
bleia Legislativa da Madei-
ra partiu da Coordenadora
Regional, Dina Letra.
to Regional?
RA - Parece-me que isso
é inegável. De resto, quatro
anos após deixar a vida par-
lamentar é frequente encon-
trar pessoas que me pedem
para voltar pois têm saudades
da postura combativa do Blo-
co, que era a nossa imagem
de marca perante as maiorias
absolutas da Direita que, des-
TM - Certamente, tem
acompanhado as ses-
sões plenárias sempre
que pode. Como analisa
o Parlamento atual? Con-
tinua mais do mesmo, em
termos de diálogo entre
os deputados, e propos-
tas apresentadas em que
a maioria delas é chum-
bada pela oposição?
também é necessário o BE
na Assembleia porque, como
todos os madeirenses já com-
provaram, “somos a Esquer-
da que lhes bate mais forte”!
TM - Deixou o cargo
de coordenador regio-
nal do Bloco de Esquer-
da já há algum tempo.
Saiu contrariado ou com
o dever cumprido das
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023 | entrevista | 9

suas funções, até à data co, em que nalguns casos

em causa? sofreram um aumen-
RA - Saí de Coordenador to de 53% na fatura de
em 2018, quando os mili- Janeiro.
tantes do Bloco entende-
ram que era chegada a vez de “Quanto às Como analisa o papel do
Governo Regional peran-
outros protagonistas assumi-
rem a liderança do partido na habitações, devem te estas dificuldades com
as quais a população e

existir regras claras

Região. Na altura não concor- empresários enfrentam?
dei com a opinião da maio- Existe aqui ‘falta de von-
ria dos membros do parti- tade’ de quem governa
do mas, perante uma votação
democrática que ditou o meu
que combatam a para atuar, ou poderão
ser interesses políticos a
afastamento, tive que respei-
tar e cumprir com a vonta- especulação de ‘falar mais alto’?
RA - Claro que, no uni-
de expressa maioritariamen-
te pelos meus camaradas.
Não há nada de extraordi-
preços” verso empresarial regional e
nacional, quem mais sofre são
as micro e pequenas empre-
nário nisso, é a Democracia a sas. Não apenas porque não
funcionar. conseguem competir com as
Tal como agora, a Assem- grandes empresas em termos
bleia Regional de Aderentes
decidiu que eu seria o pri- “As micro e de volume de negócios, mas
porque são asfixiadas com os
meiro candidato a estas elei-
ções e a Dina Letra a segun- pequenas empresas aumentos dos custos ener-
géticos. Apesar de algumas

são asfixiadas com

da candidata, também foi a esmolas, este governo regio-
Democracia interna a funcio- nal nunca aprovou legislação
nar. Devo dizer que a Coor- que concedesse benefícios fis-
denação do BE Madeira está,
neste momento, muito bem
os aumentos dos cais relevantes a essas empre-
sas nem teve uma política de
entregue à Dina Letra, uma
Mulher com muito para dar à custos energéticos” baixar as faturas de energia,
o que contribuiria para ali-
política nesta terra e de quem viar o peso insuportável com
muito se vai ouvir falar. que tantos micro e pequenos
TM - As pessoas recla- empresários estão asfixiados.
mam sobre os aumen- TM - Pretende man-
tos dos preços dos bens ter uma intervenção que
essenciais, e não só, responda aos anseios da
também do valor das população?
habitações. RA - Naturalmente que a
Tem sido abordado nossa intervenção será em
com estas questões? defesa de mais e melhores
RA - Tenho sido aborda- salários, na defesa da Esco-
do e tenho sentido no bol- la Pública de qualidade e
so, como tantos conterrâne- acessível a todos, na defesa
os nossos, o peso da cares- do Serviço Público de Saú-
tia de vida seja no preço da de e contra, entre outras coi-
habitação, seja no aumento sas, as privatizações de servi-
dos bens de primeira neces- ços essenciais como são por
sidade. Sendo verdade que exemplo, os lares de tercei-
a guerra na Ucrânia teve na ra idade.
base do aumento dos bens de É inaceitável que, tendo a
consumo, também é verda- Região lares de idosos, que
de que há muita especulação sempre foram bem geridos
nos preços aproveitada pelas pela Segurança Social, ago-
grandes superfícies para fazer ra vá colocar nas mãos dos
engrossar os lucros astronó- privados essa gestão. Quem
micos que apresentam. ganha com isso?! Os idosos
Já defendi que era neces- não são, certamente.
sária uma fixação do preço TM - O PSD e o CDS-
máximo do cabaz essencial, PP vão concorrer jun-
ou seja, obrigar a que os pro- tos, este ano, às eleições
dutos de primeira necessida- legislativas da Madeira
de como o arroz, a massa, o renovando assim a coli-
leite, os ovos, o pão, entre gação desde 2019. Como
tantos outros não possam ser analisa esta continuida-
comercializados acima de um de para manter a unida-
determinado valor. de na ação a nível gover-
Quanto às habitações, nativo e parlamentar?
devem existir regras claras RA - A renovação da coli-
que combatam a especula- gação é a tábua de salvação
ção de preços e o enriqueci- do CDS que, se fosse sozinho
mento vergonhoso dos donos a eleições, poderia arriscar-
das construtoras que, agora, se a desaparecer do Parla-
só vendem aos ricos deixan- mento. Mas como o CDS atu-
do quem vive do seu salário al, tão diferente do CDS de há
sujeito a ir viver para “debai- quatro anos, foi domesticado
xo da ponte”. e vendeu-se por dois lugares
TM - As micro e peque- no governo e pela presidên-
nas empresas também cia da Assembleia, lá o PSD
se manifestaram sobre o terá de os suportar para ten-
valor do custo energéti- tar segurar a maioria absolu-
PUB 10 | entrevista | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

CARTÓRIO NOTARIAL
NO FUNCHAL DE ISABEL FILIPA
PESTANA PINTO FERREIRA “O CDS atual foi
Rua do Carmo, nº. 11, Sé, Funchal

(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)

domesticado e
vendeu-se por dois
Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, iniciada a folhas
97 do livro de notas número 84-A, deste Cartório, Maria Rosa Baptista Fernandes,
viúva, natural da freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz, residente à

lugares no governo
Urbanização Quinta do Faial, Rua Dr. José Joaquim de Freitas, número 44, freguesia
de Santa Maria Maior, concelho do Funchal, afirma-se dona e legítima possuidora,
com exclusão de outrem, dos prédios, a seguir identificados:

e pela presidência
I) Prédio rústico, localizado em Rochão, freguesia da Camacha, concelho de
Santa Cruz, com a área de cento e quarenta metros quadrados, que confronta a norte
e nascente com herdeiros de José Nunes, sul com a ribeira e poente com José Batista

da Assembleia”
Júnior e outros, inscrito na matriz cadastral respetiva, sob o artigo 189 da secção
“AC”, com o valor patrimonial e atribuído de €5,49, descrito na Conservatória do
Registo Predial de Santa Cruz sob o número mil oitocentos e cinquenta e cinco
– da freguesia da Camacha, onde se encontra registada a aquisição, a favor de
Maria Fátima Baptista Rodrigues casada com João Abel Pereira de Gouveia, pela
apresentação seis de dois mil e um barra zero oito barra dezasseis.
II) Prédio rústico, localizado em Rochão, freguesia da Camacha, concelho de
Santa Cruz, com a área de mil oitocentos e vinte metros quadrados, composto por
cultura arvense, macieiras, pastagem ou pasto, cultura arvense de regadio e leitos
de curso de água, que confronta a norte com Augusta Nunes e outros, sul com
a ribeira, nascente com João Lourenço Barreto e a poente com herdeiros de José
Nunes e outros, inscrito na matriz cadastral respetiva em nome de José Francisco
Baptista – cabeça de casal da herança de, sob o artigo 187 da secção “AC”, com o
valor patrimonial e atribuído de €58,38, não descrito na Conservatória do Registo
Predial de Santa Cruz;
III) Prédio rústico, localizado em Rochão, freguesia da Camacha, concelho de
Santa Cruz, com a área de mil setecentos e sessenta metros quadrados, composto
por cultura arvense, leitos de curso de água e vimial, que confronta a norte com
Conceição Batista e outros, sul com o ribeiro, nascente com Augusta Nunes e outros
e a poente com o Ribeiro e outros, inscrito na matriz cadastral respetiva em nome
de José Nunes Herdeiros, sob o artigo 188 da secção “AC”, com o valor patrimonial
e atribuído de €58,16, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Santa
Cruz;
IV) Prédio rústico, localizado em Rochão, freguesia da Camacha, concelho
de Santa Cruz, com a área de mil cento e quarenta metros quadrados, composto
por cultura arvense de regadio, vimial, macieiras e pinhal, que confronta a norte e
nascente com herdeiros de António Vieira Cardoso, sul com a levada e a vereda e
a poente com António Lourenço Barreto, inscrito na matriz cadastral respetiva em
nome de José Francisco Baptista – cabeça de casal da herança de, sob o artigo
233 da secção “Y”, com o valor patrimonial e atribuído de €56,62, não descrito na
Conservatória do Registo Predial de Santa Cruz;
V) Prédio rústico, localizado em Rochão, freguesia da Camacha, concelho de
Santa Cruz, com a área de trezentos e vinte metros quadrados, composto por cultura
arvense de regadio e macieiras, que confronta a norte com herdeiros de António
Vieira Cardoso, sul com a levada e a vereda, nascente com herdeiros de Francisco
Batista e a poente com João Lourenço Barreto, inscrito na matriz cadastral respetiva
em nome de António Lourenço Barreto, sob o artigo 236 da secção “Y”, com o valor
patrimonial e atribuído de €17,01, não descrito na Conservatória do Registo Predial
de Santa Cruz;
VI) Prédio rústico, localizado em Rochão, freguesia da Camacha, concelho de
Santa Cruz, com a área de trezentos e cinquenta metros quadrados, composto
por vimial e leitos de curso de água, que confronta a norte com o ribeiro, sul com
herdeiros de José Pedro Andrade, nascente com José António Barreto e a poente
com José João Batista Gouveia, inscrito na matriz cadastral respetiva em nome de
Angelina Jesus Barreto, sob o artigo 163 da secção “AC”, com o valor patrimonial
e atribuído de €4,61, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Santa
Cruz;
Que os referidos prédios têm um valor patrimonial atribuído global de duzentos
euros e vinte e sete cêntimos.
Que a justificante, adquiriu os referidos prédios, já no estado de viúva, em data
que não pode precisar no ano de dois mil e dois, o primeiro, por compra verbal que
dele fez a Maria Fátima Baptista Rodrigues e marido João Abel Pereira de Gouveia,
residentes ao Sítio dos Casais de Além, freguesia da Camacha, concelho de Santa
Cruz e os segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto, por doação verbal que lhe foi
feita por José Francisco Baptista, viúvo, residente ao Sítio do Rochão, freguesia da
Camacha, concelho de Santa Cruz, sem que tenham sido lavradas as competentes
escrituras públicas. ta. De facto, o CDS não con- E o que pretende PSD/CDS. Cá estaremos, no
Está assim, a justificante na posse dos identificados prédios, em nome próprio, ta para nada dentro do gover- ao assumir o assento Parlamento, para esse com-
desde o referido ano de dois mil e dois, posse esta pública, pacífica e de boa-fé
e, assim, contínua e ininterruptamente à vista de todos, exteriorizando o exercício no. Quem manda é o PSD e parlamentar? bate decisivo pela dignida-
dos poderes próprios de um proprietário, usufruindo os referidos bens, pagando as andam Rui Barreto e Teófilo RA - Os madeirenses de de quem sofre e de quem
respectivas contribuições, colhendo os respectivos frutos e procedendo à sua limpeza Cunha apagadíssimos a fazer vivem, novamente, uma precisa de ajuda nesta ter-
e conservação, como se de prédios seus e de bens próprios se tratassem.
Adquiriu, assim, a justificante, a propriedade dos identificados prédios, a título
o que o PSD manda, com o situação de crise agravada ra. Este é o propósito do
originário – por usucapião. Presidente da Assembleia a pelas políticas desajustadas BE: garantir, com a ajuda
Está conforme o original aqui narrado por extrato. assobiar para o lado gozan- do governo regional e pela dos madeirenses, o regres-
Funchal, vinte de março de dois mil e vinte e três. do as sinecuras da presidên- atual conjuntura nacional so desta força ao Parlamen-
A Notária
Isabel Filipa Pestana Pinto Ferreira cia do Parlamento. e internacional. É necessá- to para podermos defender
E, infelizmente, arriscá- rio termos um Parlamento quem trabalha, quem sofre
mo-nos a ter mais quatro que defenda os madeiren- e quem está cada vez mais
anos da mesma maioria, com ses, cuide dos seus direitos, empobrecido. Lá estaremos
PUB

um PS novamente enfraque- valorize os salários e garan- para “fazer a Luta Toda”.

cido, e com a extrema-direi-
ta fascista à espreita. De fac-
to, só a eleição de Deputados
www.tribunadamadeira.pt do BE é que pode contribuir
tribunamadeira tribunadamadeira para, de alguma forma, tra-
tribuna_madeira var um combate duro, mas
necessário, pelos direitos dos
madeirenses.
TM - Quais são os desa-
fios que o Bloco tenciona
alcançar?
ta respostas aos milhares de
desempregados. Não é acei-
tável um governo que queira
cortar nos apoios sociais que
existem para garantir maior
dignidade a uma população
que sofre. Que a extrema-di-
reita não ouse levantar a voz
para atacar os mais fracos
dos fracos, contando para
isso com a conivência do
TM - A coordenado-
ra nacional do Bloco
de Esquerda, Catarina
Martins, estará, neste
sábado, dia 25, com os
candidatos numa inicia-
tiva de contacto com a
população no Funchal. É
importante o contribu-
to da sua presença nes-
ta altura?
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
RA - A presença da coor-
denadora nacional do BE
numa das primeiras inicia-
tivas com os candidatos é
um sinal inequívoco do apoio
dos órgãos de direção a nível
nacional à nossa candida-
tura nas eleições regionais
deste ano. A participação da
Catarina será sempre uma
mais-valia neste e noutros
momentos da campanha que
por aí vem.
Conto com ela, com a
Mariana Mortágua, e com
outros dirigentes nacio-
nais para virem ajudar nesta
batalha que culminará com o
regresso do BE ao Parlamen-
to Regional. Serão momen-
tos muito importantes de
unidade do Bloco, e de todos
os seus dirigentes, em torno
da nossa candidatura, o que
muito nos honrará. n
| entrevista | 11
CARTÓRIO NOTARIAL '4 em Linha'
PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com Luísa Paolinelli
(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)
Docente Universitária
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta do Sol,
CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada hoje, de folhas
dezoito a folhas vinte do livro de notas para escrituras diversas número cento e
Rui Nabeiro – Um Legado de
noventa e sete, deste Cartório compareceram:
FERNANDO GONÇALVES JARDIM, NIF 168 230 380 e mulher MARIA DA
ENCARNAÇÃO FERREIRA PESTANA JARDIM, NIF 167 856 510, casados sob o
Conhecimento e Progresso
regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia do Arco da Calheta,
concelho da Calheta e ela da freguesia Serra de Água, concelho da Ribeira Brava,
onde residem à Vereda da Eira da Moura Nº 3, que declararam:
Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem dos seguintes
imóveis:
1) Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado na Achada das
A reitora da Universida- ção minhota ocupa um lugar
Silvas, citada freguesia do Arco da Calheta, com a área total de mil e quinhentos de de Évora, Hermínia Vas- cimeiro em Portugal, contan-
metros quadrados, a confrontar a Norte com Caminho, a Sul com Alfredo Vieira da concelos Vilar considerou, do com o maior número de
Silva a Nascente com Francisco Luís Monteiro e a Poente com João Vieira de Sousa, referindo-se com palavras de laços com empresas, institui-
descrito na Conservatória do Registo Predial da Calheta sob o número duzentos e
noventa e seis, daquela freguesia, onde a aquisição se encontra registada a favor de
apreço e estima a Rui Nabei- ções de interface e centros
Maria Gonçalves Chada, João Juvenal Jardim, Piedade Gonçalves Jardim e marido ro, o empresário como "um tecnológicos, e com um apoio
João Estêvão Correia, Cecília Maria Gonçalves Jardim e marido Joaquim Maria de exemplo" e enalteceu o apoio substancial de mecenas.
Freitas Escórcio, José Manuel Gonçalves Jardim e mulher Maria Celeste Ponte que sempre deu ao ensino Dirão, talvez, que não está
Lira Jardim, Filomena Gonçalves Jardim Ramos, Maria da Encarnação Jardim,
Fernando Gonçalves Jardim, Rosalina Gonçalves Jardim Gomes e Carlos Alberto
superior e investigação, fri- na nossa cultura apoiar as
Chada Gonçalves Jardim em comum e sem determinação de parte ou direito pela sando que "desde cedo, instituições de ensino supe-
apresentação três, de dezasseis de maio de mil novecentos e oitenta e oito, inscrito apoiou e percebeu a impor- rior, deixando a tarefa às
na matriz sob o artigo 878, com o valor patrimonial atual e o atribuído de dezasseis tância não apenas da uni- transferências de Estado. Que
euros e quarenta e sete cêntimos.
2) Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado na Achada das versidade como instituição é uma coisa americana. Que
Silvas, citada freguesia do Arco da Calheta, com a área total de dois mil e oitocentos de ensino, mas também da os empresários acham que
metros quadrados, a confrontar a Norte com Francisco Rodrigues Teixeira, a Sul investigação" académica. Um ganham pouco com isso e que
com José Rodrigues Teixeira, a Nascente José Luís Monteiro ,e a Poente com homem de origem humilde, permitir a criação de cáte-
Manuel Luís Monteiro, descrito na Conservatória do Registo Predial da Calheta
sob o número duzentos e noventa e sete, daquela freguesia, onde a aquisição se que se fez grande pelo esfor- dras, como o fez Rui Nabeiro,
encontra registada a favor de Maria Gonçalves Chada, João Juvenal Jardim, Piedade ço, pela humanidade e pre- parece uma coisa de filantro-
Gonçalves Jardim e marido João Estêvão Correia, Cecília Maria Gonçalves Jardim ocupação social que sempre pos excêntricos. A verdade é
e marido Joaquim Maria de Freitas Escórcio, José Manuel Gonçalves Jardim e
mulher Maria Celeste Ponte Lira Jardim, Filomena Gonçalves Jardim Ramos, Maria
o nortearam, compreendeu que as iniciativas promovidas
da Encarnação Jardim, Fernando Gonçalves Jardim, Rosalina Gonçalves Jardim a importância vital do ensi- pelo mecenato têm uma sur-
Gomes e Carlos Alberto Chada Gonçalves Jardim em comum e sem determinação no para a sociedade, dando preendente ressonância no
de parte ou direito pela apresentação três, de dezasseis de maio de mil novecentos impulso a projetos do ensino relançamento da sociedade
e oitenta e oito, inscrito na matriz sob o artigo 879, com o valor patrimonial atual
e o atribuído de trinta e quatro euros e oitenta e dois cêntimos.
básico ao universitário. civil, permitindo a investiga-
3) Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado na Achada das Desde 2008, apoiou a cria- ção em áreas fulcrais e mes-
Silvas, citada freguesia do Arco da Calheta, com a área total de duzentos e trinta ção da cátedra na área da bio- mo a exploração de horizon-
metros quadrados, a confrontar a Norte com Francisco Fernandes Jardim, a Sul diversidade, que tem o nome tes inesperados. Pode permi-
com herdeiros de Francisco Luís Monteiro, a Nascente com Corgo ou Cabouco e
a Poente com Levada e Caminho, descrito na Conservatória do Registo Predial Cátedra Rui Nabeiro - Bio- tir, como no caso do apoio de
da Calheta sob o número duzentos e noventa e oito, daquela freguesia, onde a diversidade, o que refletiu Rui Nabeiro desde o ensino
aquisição se encontra registada a favor de Maria Gonçalves Chada, João Juvenal bem o destaque que sempre básico ao universitário, uma
Jardim, Piedade Gonçalves Jardim e marido João Estêvão Correia, Cecília Maria deu à formação e ao ensino inovação não só no campo
Gonçalves Jardim e marido Joaquim Maria de Freitas Escórcio, José Manuel
Gonçalves Jardim e mulher Maria Celeste Ponte Lira Jardim, Filomena Gonçalves superior, neste caso investin- académico, mas também de
Jardim Ramos, Maria da Encarnação Jardim, Fernando Gonçalves Jardim, Rosalina do na Universidade da sua âmbito sociocultural e, com
Gonçalves Jardim Gomes e Carlos Alberto Chada Gonçalves Jardim em comum e terra, ajudando-a a fortale- ela, o reforço dos recursos
sem determinação de parte ou direito pela apresentação três, de dezasseis de maio cer-se e formar jovens que de um território. Acima de
de mil novecentos e oitenta e oito, inscrito na matriz sob o artigo 880, com o valor
patrimonial atual e o atribuído de três euros e vinte e sete cêntimos. certamente farão a diferen- tudo, permitiu ligar a quali-
4) Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado na Cova do Arco, ça na sua região e no mun- dade de vida numa estreita
citada freguesia do Arco da Calheta, com a área total de duzentos e cinquenta do. Como mecenas, partici- relação com o conhecimento
metros quadrados, a confrontar a Norte com João Gonçalves Chada e outros, a
Sul com António Gonçalves Chada, a Nascente com Manuel Gonçalves Chada e
pou direta e indiretamente na e a inovação, tendo um gran-
a Poente com Francisco Gonçalves Chada, descrito na Conservatória do Registo Universidade de Évora, ten- de impacto no território e no
Predial da Calheta sob o número duzentos e noventa e nove, daquela freguesia, do a Academia orgulho na modo de vida dos seus resi-
onde a aquisição se encontra registada a favor de Maria Gonçalves Chada, João sua relação com um empre- dentes, o que constitui em si
Juvenal Jardim, Piedade Gonçalves Jardim e marido João Estêvão Correia, Cecília
Maria Gonçalves Jardim e marido Joaquim Maria de Freitas Escórcio, José Manuel
sário “reconhecido pela hom- um recurso duradouro e um
Gonçalves Jardim e mulher Maria Celeste Ponte Lira Jardim, Filomena Gonçalves bridade, amabilidade no tra- legado que vai para lá da sua
Jardim Ramos, Maria da Encarnação Jardim, Fernando Gonçalves Jardim, Rosalina to e espírito empreendedor” a morte.
Gonçalves Jardim Gomes e Carlos Alberto Chada Gonçalves Jardim em comum e quem atribuiu o grau de Dou- O exemplo do empresá-
sem determinação de parte ou direito pela apresentação três, de dezasseis de maio
de mil novecentos e oitenta e oito, inscrito na matriz sob o artigo 4050, com o valor tor Honoris Causa. rio de Campo Maior demons-
patrimonial atual e o atribuído de oito euros e noventa e três cêntimos. Quando visitei há quase 20 tra que papel pode assumir
Que os indicados prédios vieram à posse dos justificantes, já no estado de anos as obras das novas insta- o mecenato e quais as suas
casados, em dezembro do ano de mil novecentos e oitenta e oito, por partilha lações da Escola de Medicina repercussões inovadoras na
verbal com os demais herdeiros do seu pai Serafim Gonçalves Jardim, casado
que foi com Maria Gonçalves Chada, sob o regime da comunhão geral de bens, da Universidade do Minho, sociedade e na cultura con-
residente que foi na Cova do Arco, citada freguesia do Arco da Calheta, sem que admirei-me com a sua exce- temporâneas na constru-
nunca tenha outorgado a competente escritura. lência e perguntei como ção de novos cenários e valo-
E que desde então os referidos prédios se encontra na posse dos Justificante,
portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde
tinham conseguido o finan- res coletivos da comunidade.
o seu início, posse essa que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, ciamento que permitia a aqui- Foi assim que Rui Nabeiro
com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso uma posse de boa fé, sição do equipamento de pon- se colocou em diálogo com a
pública, pacífica e contínua, sendo consenso que os imóveis lhes pertencem, pois ta nas salas de aula e espaços história, prefigurando o futu-
praticam todos os atos inerentes à qualidade de proprietários, cultivando a terra,
pagando as respetivas contribuições e usufruindo da sua utilização.
da Faculdade. Explicaram-me ro, próximo e distante. Tivés-
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu que a ligação da Universida- semos nós muitos como ele
à aquisição dos imóveis por usucapião, que invocam, justificando o seu direito de do Minho aos empresá- para acreditar na formação e,
de propriedade para efeitos de registo, dado que essa aquisição não pode ser rios da região é grande e que, assim, valorizar o nosso capi-
comprovada por qualquer outro título extrajudicial.
Os titulares inscritos registralmente foram notificados nos termos do artigo 99º
como depois foi confirmado tal coletivo. Só um empresário
do Código do Notariado. no relatório de 2013 do Diag- que reconhece a sua poten-
Está conforme o original aqui narrado por extrato. nóstico do Sistema Nacio- cialidade de mudar o mun-
Ponta do Sol, vinte e três de março de dois mil e vinte e três. nal de Investigação e Inova- do é que tem uma obra que
O Notário,
Nuno Vieira Barbosa ção da Fundação para a Ciên- vai para lá do mundo da sua
cia e Tecnologia, a institui- empresa. n
12 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

Programa para a Orla

Costeira “peca por tardio”
O Partido Ecolo-
gista Os Verdes
receia que este
POCMAD, “pos-
sa ainda encalhar”,
ao exemplo de
outros anteriores,
antes da sua con-
clusão.
Nos feitos nega-
tivos apontados,
o partido desta-
ca “os da aquicul-
tura na Orla Cos-
teira, do poten-
cial risco decor-
rente do desenvol-
vimento das ener-
gias offshore, e da
expansão de infra-
estruturas portu-
árias, marinas e
portos de recreio”.
Sara Silvino
ssilvinio@tribunadamadeira.pt
risco decorrente do desenvol-
vimento das energias offsho-
re; da expansão de infraes-
truturas portuárias, marinas
e portos de recreio”.
Na Pronúncia do Parti-
do Ecologista Os Verdes na
Consulta Pública do Progra-
ma para a Orla Costeira da
Ilha da Madeira (POCMAD)
refere:
“1º – POCMAD, um atra-
so de trinta anos, conse-
quências e responsabilida-
des. Em 1993, o Decreto Lei
nº 309/93 de 2 de Setem-
bro, veio regular e estabelecer
a elaboração dos Planos de
Ordenamento da Orla Costei-
ra (POOC) para todo o territó-
rio nacional. No ano seguinte,
o Decreto Lei nº 218/94 de
20 de Agosto, veio remeter
a responsabilidade da elabo-
ração dos POOC nas Regiões
Autónomas, para os respeti-
vos Governos Regionais.
Passados quase 30 anos
sobre a determinação nacio-
nal de ordenar a orla costeira
portuguesa, e após um con-
junto de episódios, onde o
Estado de Direito foi várias
vezes atropelado, a Ilha da
Madeira continua sem este
instrumento fundamental de
ordenamento e gestão para a
sua uma orla costeira! Qua-
se três décadas, ao longo das
quais assistimos a um ver-
dadeiro e intenso assalto à
orla costeira Sul da ilha pelos
naturais e paisagísticos foram
irremediávelmente perdidos,
outros encontram-se num
estado de declínio acentua-
do, que o POCMAD refere, e
os riscos para as populações
aumentaram exponencial-
mente, tal como se verificou
no trágico 20 de Fevereiro
de 2010”. Continua: “Consi-
derando ainda que os impac-
tos das alterações climáticas
se fazem sentir de forma cada
vez mais acentuada, os ris-
cos daí decorrentes também
aumentaram e aceleraram
substancialmente a perda de
biodiversidade, tanto em mar
como em terra.
Não obstante as inúmeras
agressões a este valiosíssimo
património, a riqueza natu-
ral desta orla costeira e da fai-
xa marítima abrangida pela
POCMAD, nomeadamente
em termos de biodiversida-
de, é inegável e continua a
ser incomensurável o papel
importantíssimo que desem-
penha no quadro geral da
preservação da Vida à escala
do Planeta.
Por todas estas razões Os
Verdes consideram impor-
tante a apresentação deste
Programa Especial de Orde-
namento do Território que
visa estabelecer “os regimes
de salvaguarda, determina-
dos por critérios de proteção
e valorização dos sistemas e
valores naturais, por forma a
compatibilizá-los com a frui-
ção pelas populações” (alínea
b do nº 3 do Artigo 12º do
Decreto-Legislativo Regio-
nal n.º 18/2017/M), e defi-
nir “os princípios, as diretri-
zes e as medidas que concre-
tizam as orientações políti-
cas relativas às áreas de pro-
teção e valorização ambiental
que garantem a salvaguarda
e a valorização dos ecossiste-
mas” (nº 2 do Artigo 16º do
Decreto-Legislativo Regional
n.º 18/2017/M)”.
O Partido Ecologista Os
Verdes (PEV) considera que “o
POCMAD, podendo ser ainda
melhorado, peca, sobretudo,
por tardio! E receia que este
POCMAD, possa ainda enca-
lhar, ao exemplo de outros
anteriores, antes da sua con-
clusão. Relembramos que em
2002 foi promovido
um período de discussão
publica de dois POOC na cos-
ta Sul (Funchal/Ponta de
São Lourenço e Câmara de
Lobos/Ponta do Pargo) que
devem ter ido desaguar ao
mar, uma vez que nunca se
concretizaram”.
Os Verdes temem ainda
que “a aprovação e entrada
em vigor deste instrumen-
to de ordenamento e ges-
tão da Orla Costeira da Ilha
da Madeira, agora em dis-
cussão pública, seja protela-
da até que alguns “negócios”
sejam aprovados. Referimo-
nos nomeadamente aos Pro-
jetos de urbanismo e lote-
amento anunciados para S.
Vicente e para a praia For-
mosa, no Funchal”. Lê-se ain-
da no comunicado enviado:

O
Partido Ecolo-
gista Os Verdes
pronunciou-se
sobre a Consulta
Pública do Pro-
grama para a Orla Costeira da
Ilha da Madeira (POCMAD),
cujo período de consulta este-
ve disponível até ao passado
dia sete.
Em comunicado, o parti-
do refere que “a grande maio-
ria dos efeitos negativos e das
recomendações apresenta-
das pelo Relatório Ambien-
tal estão relacionadas com
as fragilidades do POCDAM
apontadas pelo PEV no pon-
to 2. Nos feitos negativos
apontados, destacamos os:
da aquicultura na Orla Cos-
teira, problemática que moti-
vou a preocupação e o nosso
posicionamento critico ainda
há pouco tempo; do potencial
interesses privados ligados ao
“betão” e ao turismo massifi-
cador sem que estes encon-
trassem um único condi-
cionamento legal de âmbito
regional ou algum obstáculo
político no seu caminho. Ali-
ás, o próprio Governo Regio-
nal deu o exemplo com obras
públicas devastadoras na orla
costeira, das quais a Marina
do Lugar de Baixo é a mais
famosa.
O POCMAD agora apre-
sentado, encontra-se peran-
te uma situação de referên-
cia bem diferente daquela
que existia em 1993, na pri-
meira versão de elaboração
dos POOC. Durante estes 29
anos a orla costeira da Madei-
ra, sobretudo a Sul, na zona
que vai da Ponta do Sol até
Machico, sofreu uma profun-
da transformação. Um con-
junto de valores e recursos
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
“Relembramos a este propó-
sito que em 2020, o Governo
Regional anunciava a conclu-
são do POCAM para o primei-
ro semestre de 2022. Vamos
em 2023 e o POCMAD ainda
se encontra em fase de con-
sulta pública!....que irá agora
acontecer?
2º – Duas das grandes fra-
gilidades do POCMAD decor-
rem do atraso e da existên-
cia ou não de vontade política
para a sua aprovação.
2.1 - A primeira grande
debilidade, já foi acima refe-
rida e decorre do facto dos
usos intensivos, nomeada-
mente para o turismo, com
grande ocupação, betoniza-
ção e privatização da Orla
Costeira, terem mudado com-
pletamente o cenário de refe-
rência da orla costeira exis-
tente há trinta anos, sobre-
tudo a Sul. Hoje são necessá-
rias mais intervenções repa-
radoras e por certo com cus-
tos bem mais elevados, para
melhorar o estado do ambien-
te. Como será o caso, por
exemplo, na Marina do Lugar
de Baixo;
2.2 - A segunda grande fra-
gilidade decorre do POCMAD
surgir “a posteriori” em rela-
ção a um conjunto de linhas e
Programas Estratégicos que
interferem no mesmo espa-
ço marítimo, nomeadamente
o Plano de Situação do Espa-
ço Marinho da ZEE da Região
Autónoma da Madeira ( PSO-
EM) e o Plano de Ordena-
mento para a Aquicultura
Marinha da Região Autóno-
ma da Madeira (POAMAR)
entre outros. Esta sequên-
cia temporal é da maior rele-
vância, pois estamos a falar
de Programas Estratégicos
cujas orientações são assu-
midas pelo POCMAD quan-
do deveria ser exatamente ao
contrário. O que teria acon-
tecido se o POCMAD tives-
se sido elaborado na altura
devida, isto é, há perto de
trinta anos”. Continua: “Com
efeito, enquanto o POCDAM
visa criar diretrizes de pla-
neamento e ordenamento
do território que garantam a
proteção ambiental, a defe-
sa da biodiversidade, a miti-
gação dos riscos e a adapta-
ção às alterações climáticas,
os outros Planos Estratégicos
têm um pendor muito mais
economicista, tal como enun-
ciam nos seus textos:
“O mar é um ativo estra-
tégico que importa valorizar,
preservar e ordenar, sendo
que a sua riqueza em recur-
sos naturais e posição geoes-
tratégica de Portugal propí-
cia o desenvolvimento de ati-
vidades que fomentem uma
economia do mar dinâmi-
ca e sustentável. (....)O orde-
namento do espaço maríti-
mo constitui um instrumen-
to fundamental para a cria-
ção das condições necessá-
rias para que o uso privativo
de espaço marítimo nacional
ocorra sem colocar em causa
o usufruto comum e a liber-
dade de circulação nos oce-
anos” afirma-se no PSOEM;
“O Plano de Ordenamento
para a Aquicultura Marinha
da RAM (POAMAR) consti-
tui um instrumento de apoio
ao desenvolvimento da ativi-
dade da aquicultura marinha
regional, através da seleção
de áreas mais apropriadas e
do seu ordenamento a médio
prazo. (....) As áreas mais pro-
pícias para a instalação de
unidades de produção em sis-
temas de mar aberto situam-
se na costa sul da ilha da
Madeira, com predominância
para a zona oeste: 1. Baía de
Abra; 2. Cabo Girão; 3. Anjos;
4. Arco da Calheta; 5. Calheta
- Jardim do Mar. Essas zonas
de interesse para a aquicultu-
ra (ZIA) foram selecionadas e
cartografadas usando Siste-
ma de Informação Geográfi-
co (SIG) ....”.
3º- É fundamental atender
aos Efeitos Negativos e Reco-
mendações apontadas no
Relatório Ambiental (Volu-
me III). Para o PEV é fun-
damental que a redação final
do POCDAM, após consul-
ta pública, atendas aos Efei-
tos Negativos apontados no
Relatório Ambiental e integre
todas as suas Recomendações
que este apresenta (p. 114,
116, 118, 119 do Volume III).
A grande maioria dos efei-
tos negativos e das recomen-
dações apresentadas pelo
Relatório Ambiental estão
relacionadas com as fragili-
dades do POCDAM aponta-
das pelo PEV no ponto 2”.
“Nos feitos negativos
apontados, destacamos os:
da aquicultura na Orla Cos-
teira, problemática que moti-
vou a preocupação e o nosso
posicionamento crítico ainda
há pouco tempo; do potencial
risco decorrente do desenvol-
vimento das energias offsho-
re; da expansão de infraes-
truturas portuárias, marinas
e portos de recreio.
Nas recomendações apre-
sentadas destacamos: Tudo
o que diz respeito ao trata-
mento de águas; A elimina-
ção das espécies invasoras
e substituição por espécies
endémicas; A inviabilização
de construções que descarac-
terizem as arribas; A submis-
são dos pareceres (riscos arri-
bas) ao Laboratório Regional
de Engenharia Civil”.
O PEV considera que “para
além dos efeitos negativos
sublinhados no próprio Rela-
tório Ambiental (volume III),
existe um conjunto de outros
impactos que foram pouco
aprofundados, nomeadamen-
te o impacto da extração de
areias sobre a dinâmica geo-
lógica e a segurança da orla
costeira”. n
Açores (1)
A política açoriana, mais
concretamente o Gover-
no Regional PSD-CDS e a
maioria no parlamento, con-
tinua assente em pés de bar-
ro, mas "agarrada" - resta
saber até quando, porque o
calendário eleitoral apenas
determina a realização de
eleições regionais em 2024
- pelo medo de uma cri-
se a qualquer momento. O
medo dos pequenos partidos
que não querem ser pena-
lizados por derrubarem um
governo, mesmo que criti-
cado desde a primeira hora.
O medo do PS em provocar
eleições antecipadas e delas
não sair vencedor com uma
ampla maioria de manda-
tos que lhe desvie da even-
tual necessidade de entendi-
mentos ou acordos de gover-
no com partidos à esquerda,
PCP e Bloco.
Mas eu penso que, quan-
do um dos partidos mais
pequenotes do sistema par-
tidário regional - falo do
Chega, da Iniciativa Liberal
e mesmo do PAN - perce-
ber, com indicadores rigoro-
sos, que os açorianos, fartos
do sistema partidário tradi-
cional e dos partidos maio-
res, podem mudar a sua ten-
dência eleitoral e reforçar a
representação parlamentar
desses partidos, dificilmen-
te o Governo Regional de
coligação - PSD, CDS e um
oportunista e insignificante
PPM que vive dos votos que
consegue, não sei como, no
Corvo e nas Flores - se vai
aguentar. Medo, finalmen-
te, também existente jun-
to do próprio PSD e do CDS
que, tendo chegado ao poder
regional - depois das elei-
ções de 2020 ganhas pelo
PS-Açores e graças ao recur-
so à tal geringonça de direi-
ta - nunca ganharam nenhu-
ma das eleições ali realiza-
das desde então. Ou seja, há
medo em todos os partidos,
porque as eleições regionais
têm registado níveis de abs-
tenção crescentes e preo-
cupantes, e porque não há
o hábito de sondagens na
comunicação social daque-
la região. Tão pouco sei se
os partidos realizam estudos
de opinião, que serão sem-
pre pequenos e, por isso,
pouco credíveis.
| sociedade | 13
opinião
Luis Filipe
Malheiro
Jornalista
Para que as pessoas per-
cebam melhor este fenóme-
no politico-eleitoral açoria-
no, que em nada devia servir
de referência ou de exemplo
seja para quem for, come-
cemos pelos preocupantes
valores da abstenção, consi-
derando as regionais:
1976, 52.851 eleitores,
32,5%
1980, 35,880, 23%
1992, 69.454, 37,9%
2000, 88.059, 46,7%
2008, 102.913, 53,3%
2012, 117.371, 52,1%
2016, 134,968, 59,2%
2020, 125.004 eleitores,
54,6%
Já no domínio dos resul-
tados, o PS foi o vence-
dor das regionais de 2020,
com mais de 40 mil votos
e 40,7% dos votos valida-
mente expressos, elegen-
do 25 deputados, seguido
do PSD com 35,1%, pouco
mais de 35 mil votos e 21
deputados.
O CDS-PP ficou-se pelos
5.739 votos, apenas 5,7%
e 3 deputados, tendo inte-
grado uma coligação com
o PPM no Corvo que ele-
geu 1 deputado. Já o Che-
ga foi a 4ª força mais vota-
da, com 5.262 votos (5,3%)
e 2 mandatos, seguido do
Bloco, com 3.962 votos,
4%, 2 mandatos, do PPM,
com 2.415 votos, 2,4% e 1
mandato (mais o deputa-
do eleito em coligação com
o CDS-PP), e da Iniciativa
Liberal, com 2.012 votos,
2% e 1 mandato. O PAN,
com 2.005 votos e 2%, tam-
bém elegeu 1 deputado. O
PCP-PEV (CDU), com 1.741
votos e 1,7%, ficou fora do
parlamento regional. Refi-
ra-se que a coligação PPM/
CDS-PP elegeu 1 deputa-
do no Corvo com 115 votos,
0,1% do eleitorado.
Lembro que as eleições
regionais açorianas assen-
tam em 9 círculos eleito-
rais - um por cada uma das
nove ilhas (São Miguel, Ter-
ceira, Faial, Pico, São Jorge,
Graciosa, Santa Maria, Flo-
res e Corvo) a que se junta o
recente círculo regional de
compensação que reúne os
votos que não foram apro-
veitados para a eleição de
parlamentares nos círculos
de ilha. n
14 | saúde | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

opinião

“III Jornadas
de Educação
GREGÓRIO GOUVEIA
gregoriogouveia.blogspot.pt

Conflitos da Autonomia
– Comemorações
Centenárias-1940 (4)
“O necessário «equilí-
brio estético» defendido por
Ferro devia materializar-se
numa "nova fase de matu-
ridade orientada para valo-
res nacionalistas e folclóri-
cos, com a recuperação ide-
ológica, estilizada ou moder-
nizada, de formas do pas-
sado nacional", princípios
que marcaram grande par-
te da produção artística des-
se período, em particular a
estatuária pública e a arqui-
tetura (na arquitetura essa
involução viria a gerar o esti-
lo comummente apelidado
Português Suave).
A exposição foi inaugura-
da a 23 de Junho de 1940 –
já em plena Segunda Guer-
ra Mundial –, pelo Chefe
de Estado, Marechal Car-
mona, pelo Presidente do
Alimentar
– O Outro Prato
do de Almeida e do Pavilhão
dos Portugueses no Mun-
do). Entre os 17 arquitetos
que trabalharam no conjun-
to destaque-se ainda Cristino
da Balança”
da Silva, autor do Pavilhão
de Honra e de Lisboa, segun-
do José-Augusto França, "o
melhor edifício da exposi-
ção – e talvez a melhor obra
da maturidade de Cristino da
Silva".
Assinalem-se ainda as
seguintes participações: Por-
fírio Pardal Monteiro (Pavi-
lhão dos Descobrimentos);
Carlos Ramos (Pavilhão da
Colonização); Veloso Reis
(Pavilhão da Vida Popular);
Jorge Segurado (núcleos das
Aldeias Portuguesas); Raul
Lino (Pavilhão do Brasil);
Rodrigues Lima (3 pavilhões
históricos: Pavilhão da Fun-
dação, Pavilhão da Forma-

Conselho, Oliveira Salazar
e pelo Ministro das Obras
Públicas, Duarte Pacheco.
O encerramento ocorreu a
2 de Dezembro desse mes-
mo ano. A exposição rece-
beu cerca de três milhões
de visitantes, constituindo
a mais importante iniciativa
cultural do regime (regime
este que enfrentaria a sua
primeira crise política cinco
anos mais tarde, com o fim
da guerra e derrota dos regi-
mes totalitários de Hitler e
Mussolini). A maioria das
edificações da exposição foi
demolida ao seu término,
restando apenas algumas,
entre as quais o Jardim da
Praça do Império, o Monu-
mento aos Descobrimentos
e o edifício que hoje acolhe o
Museu de Arte Popular.
Padrão dos Descobrimen-
tos, 1940 (1960):
António Duarte, Grupo de
Cavalos Marinhos, Praça do
Império, Lisboa
A estrutura da exposição
foi assegurada por um grupo
de arquitetos, quase todos de
passado modernista, dirigido
por Cottinelli Telmo (direção
e planificação global; autor
do Padrão dos Descobrimen-
tos de parceria com Leopol-
ção e Conquista, Pavilhão da
Independência); etc.
Pintura e Escultura: Ao
todo participaram 43 pinto-
res, entre os quais os mem-
bros da equipa encarregue
dos Pavilhões de Portugal
nas Feiras Internacionais
de Paris (1937), Nova Ior-
que e S. Francisco (1939):
Fred Kradolfer, Bernardo
Marques, Thomaz de Mello,
Carlos Botelho, José Rocha,
Emmerico Nunes, Paulo
Ferreira. E também: Alma-
da Negreiros, Jorge Barra-
das, Lino António, Martins
Barata, Manuel Lapa, Sarah
Afonso, Estrela Faria, Cle-
mentina Carneiro de Moura,
Mily Possoz, etc.
Participaram 24 esculto-
res de onde podem destacar-
se Canto da Maia (grupo D.
Manuel, Gama e Cabral; bai-
xo-relevo na fachada do Pavi-
lhão de Honra e de Lisboa) e
Leopoldo de Almeida (está-
tua da Soberania; estatuá-
ria do Padrão dos Descobri-
mentos). E também: António
da Costa, Barata Feyo, Ruy
Gameiro, António Duarte,
Martins Correia, João Fra-
goso, Raul Xavier, etc”.
(wikipedia Livre,março
2023). n
A
sessão de abertura
das “III Jornadas
de Educação Ali-
mentar – o Outro
Prato da Balança”
realizou-se na Escola Bási-
ca e Secundária João Gon-
çalves Zarco e contou, na sua
programação, com a apre-
sentação do projecto “Food
Trails” da Câmara Municipal
do Funchal.
Refira-se que o objectivo
deste evento - uma iniciati-
va da Secretária Regional da
Educação através do Projec-
A importância da saúde
e do bem-estar no trabalho
Realizou-se, no passado dia
17, a sessão de abertura do I
Seminário: A importância da
saúde e do bem-estar no tra-
balho, no Museu de Imprensa
Madeira. Esta iniciativa orga-
nizada pela Secretaria Regio-
nal de Educação, Ciência e
Tecnologia, através da Dire-
ção Regional de Educação,
tem como objetivo proporcio-
nar um espaço de reflexão e de
to de Educação Alimentar da
Direcção Regional de Educa-
ção – é sensibilizar a popula-
ção escolar para uma adopção
de práticas de alimentação e
estilos de vida saudáveis.
Nestas “III Jornadas de
Educação Alimentar – O
Outro Prato da Balança”, a
participação do Município do
Funchal inclui a apresentação
do Projecto Educativo Muni-
cipal e os seus contributos
para os desígnios do desen-
volvimento sustentável, bem
como a construção de uma
debate acerca da promoção da
saúde mental e do bem-estar
dos trabalhadores nas organi-
zações, assim como a divulga-
ção de projetos de promoção
da saúde e do bem-estar que
estão a ser desenvolvidos na
Região Autónoma da Madei-
ra, em diferentes organizações
públicas e privadas.
O investimento na pro-
moção de um ambiente de
Estratégia Alimentar Munici-
pal (através do “Food Trails”),
tudo alicerçado na promoção
de hábitos de vida saudáveis,
promoção da produção e con-
sumo de produtos tradicio-
nais e sazonais, bem como
no desenvolvimento de uma
nutrição consciente.
Note-se também e já no
que se refere às boas práti-
cas educativas, a participa-
ção da CMF com a visita ao
living Lab da Penteada e na
apresentação dos projectos e
dinâmicas desenvolvidas. n
trabalho saudável tem vin-
do cada vez mais a ser uma
prioridade nas organiza-
ções públicas e privadas,
com a implementação de
ações concretas em contexto
organizacional. Estas ações
visam sobretudo a promo-
ção do bem-estar nas dife-
rentes dimensões: física,
emocional, social e profis-
sional. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023 | opinião | 15

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opinião MÉDICOS pub

João Brum Silveira Dr. Rui Pereira Vasconcelos

Coordenador Nacional do
Stent Save a Life e da Campanha Especialista em:
Cada Segundo Conta (APIC) Pediatria - Neuropediatria

AVC ou Enfarte Agudo 291 773 948

do Miocárdio: Sabe Rua Nova da Vale da Ajuda, 14
Apartamentos Ajuda, Loja C - Funchal

como se distinguem?
Em Portugal, as principais responsáveis pela Este espaço
elevada taxa de mortalidade e que ainda pare-
cem difíceis de distinguir são o enfarte agu-
pode ser seu
do do miocárdio e o acidente vascular cere-
E-mail:
bral (AVC). Porém, as  doenças cardiovascula-
comercial@tribunadamadeira.pt
res não afetam apenas o coração, afetam tam-
bém os vasos sanguíneos e os diferentes órgãos
Telef:
do nosso corpo.
No caso do AVC, estamos perante um caso 291 911 300
onde o sangue não consegue chegar a uma deter-
minada parte do cérebro, quando existe uma
obstrução numa das artérias do cérebro (AVC
isquémico) ou então quando existe um rompi-
mento destas estruturas (AVC hemorrágico),
resultando numa hemorragia intracerebral. O TRIBUNA não é apenas feito para si, também é feito por si.
ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE

Este problema, que é considerado a princi- Envie-nos sugestões, informações, comentários,

pal causa de morte em Portugal, tem sintomas fotografias e as suas opiniões para o e-mail:
muito característicos e incapacitantes. Se está
perante uma situação de dor de cabeça e difi-
tribuna@tribunadamadeira.pt
culdade motora anormal numa região do cor-
po, acompanhada por rosto assimétrico, como
o caso da sobrancelha descaída ou boca torta,

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poderá estar a sofrer de um AVC.
É possível ainda sentir dificuldade em comu-
nicar, raciocinar, ver e até perder a sensibilida-
CARTÓRIO NOTARIAL
de do corpo às temperaturas, sinais que devem
fazê-lo pedir socorro imediatamente, visto que DE CÂMARA DE LOBOS Carina de Jesus Abreu Silva - Notária
a rapidez no tratamento determina se irá sobre- Rua de São João de Deus, n.º 58, 9300-151 Câmara de Lobos
viver e a gravidade dos danos com que irá ficar, Telefone: 291 942 116 * Fax: 291 941 629
Email: cartoriocamaradelobos@gmail.com
devido às lesões nas células do cérebro.
Já o enfarte agudo do miocárdio, mais conhe- (Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)
cido por ataque cardíaco, não ocorre no cére-
Carina de Jesus Abreu Silva, Notária titular do Cartório Notarial de Câmara de
bro, mas sim no coração. Nesta situação, existe a Lobos, sito à Rua de São João de Deus, n.º 58, na freguesia e concelho de Câmara
interrupção do fluxo de sangue para este órgão, de Lobos, CERTIFICA, que por escritura de hoje, lavrada a folhas 44, do livro de
devido ao bloqueio de uma das artérias que notas número 54, deste Cartório, Cláudio Dinarte Gomes Câmara, NIF 245 376 704,
solteiro, maior, natural da freguesia de Santo António da Serra, concelho de Machico,
transporta oxigénio. Aqui o sinal mais eviden- residente à Rua Padre António Rosa da Câmara, Edifício Vale Park, Bloco C, 3 AL,
te é a dor intensa no peito, que pode ser acom- 9125-172, na freguesia do Caniço, concelho de Santa Cruz, declara que é dono e
legítimo possuidor, com exclusão de outrem, dos seguintes imóveis, ambos localizados
panhada por náuseas e vómitos, falta de ar, suo- no sítio da Fajã dos Rolos, na freguesia de Santo António da Serra, concelho de
res e tonturas. Como no AVC, deve pedir auxí- Machico, e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Machico, a saber:
lio médico o mais rapidamente possível, ligan- a) Prédio rústico, composto por terra de cultivo, com a área total de trezentos metros
quadrados, a confrontar a norte com Herdeiros de Joaquim Rodrigues e Vereda, a sul e
do para o 112. a oeste com Cláudio Dinarte Gomes Câmara e a leste Herdeiros de Joaquim Rodrigues,
Para evitar estas emergências médicas, que inscrito na matriz, em nome de Cabeça de Casal da Herança de Manuel Gomes, sob o
artigo 74 da secção N; e, b) Prédio rústico, composto por terra de cultivo, com a área
se manifestam de forma repentina e que dei- total de dois mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a norte e a sul com
xam danos permanentes associados a quadros de Herdeiros de António Gouveia de Meneses, a leste com Cláudio Dinarte Gomes Câmara
incapacidade, é essencial apostar em comporta- e a oeste com Herdeiros de António Dias e Manuel Fernandes, inscrito na matriz, em
nome de Cabeça de Casal da Herança de João Vieira, sob o artigo 78 da secção N.
mentos preventivos, tais como: Que os prédios vieram à posse do mencionado, Cláudio Dinarte Gomes Câmara, no
• Eliminar os hábitos tabagísticos; mês de fevereiro do ano de dois mil e três, ainda no estado de solteiro, menor, por
• Moderar o consumo de bebidas alcoólicas; doação verbal e não titulada, feita por Lourenço Pestana, presentemente falecido,
solteiro, maior, residente ao sítio da Fonte Lopo, na freguesia de Gaula, concelho de
• Evitar o sedentarismo, praticando exercício Santa Cruz, desconhecendo-se a forma como este os adquiriu aos titulares inscritos na
físico de forma regular; matriz. Que, desde a referida data e sem interrupção, o mencionado, Cláudio Dinarte
Gomes Câmara, entrou na posse e na fruição dos identificados imóveis, posse que já
• Optar por dietas equilibradas pobres em gor- dura há mais de vinte anos, que tem sido exercida, durante a sua menoridade pelos
duras, açúcar e sódio. seus representantes legais, e por si, diretamente, com capacidade plena, e que tem
Com o passar dos anos, é crucial que tam- consistido na sua utilização, obras, limpeza, manutenção, cultivo e colheita de frutos,
usufruindo das utilidades por eles proporcionadas, agindo por forma correspondente
bém controle o seu histórico familiar e meça a ao exercício do direito de propriedade, com ânimo de quem exercita direito próprio,
sua pressão arterial regularmente, visto que a ignorando lesar direito alheio, sendo reconhecido como seu dono, sendo a sua posse
própria e pública, porque exercida, por si, à vista de todos, pacífica, porque mantida
hipertensão arterial é outro dos grandes fato- sem violência, contínua, porque não teve interrupção e de boa-fé, porque não lesa
res de risco, assim como o colesterol elevado e qualquer direito de outrem, a qual dura há mais de vinte anos, pelo que se encontram
a diabetes. reunidos todos os requisitos legais para a aquisição dos identificados imóveis por
usucapião. Que, não possui, dado o modo de aquisição, quaisquer documentos que
Não deixe para amanhã as mudanças que titulem suficientemente o seu direito e lhes permita, para efeitos de registo predial,
pode fazer hoje nos seus comportamentos. Atu- fazer prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, declara que adquiriram a
almente, ter uma vida saudável e equilibrada é propriedade dos aludidos imóveis, por usucapião. Está conforme o original. Câmara de
Lobos, vinte e dois de março de dois mil e vinte e três.
um desafio, mas está na altura pensar na sua A Notária, Carina de Jesus Abreu Silva.
saúde e no seu bem-estar. n
16 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

FRASES

“ “
O sonho americano está
morto! Os anarquistas
da esquerda radical rou-
baram a nossa eleição
presidencial e, com isso, o
coração do nosso país.”
Donald Trump,
ex-Presidente dos EUA,
pedindo aos seus seguidores
e apoiantes que realizem
um protesto contra a sua
possível detenção.
“
Tínhamos assumi- Caro Presidente Putin,
do que seríamos capa- eu chamo-o sempre
zes de resolver a situa- meu caro amigo. Graças
ção de forma absoluta- à sua forte liderança, a
mente pacífica. Jamais estive Rússia fez um progresso sig-
ansioso de desencadear algu- nificativo nos últimos anos.”
ma confrontação.”
Xi Jinping,
Vladimir Putin, Presidente da China,
Presidente da Rússia, afirmando que vem aí uma
assegurando que antecipava uma resolução nova era na relação entre
“pacífica” das tensões com Kiev antes da o seu país e o liderado por
invasão da Crimeia. Vladimir Putin.

Cientistas desenvolvem “nanoesponja”

para remover pesticidas da água

U
ma equipa de
investigadores do
Centro de Quí-
mica de Coimbra
(CQC) do Depar-
tamento de Química (DQ)
da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade
de Coimbra (FCTUC) desen-
volveu um método eficien-
te para remover o pesticida
imidacloprid da água, uti-
lizando materiais porosos
com baixo impacto ambien-
tal baseados em nanoespon-
ja de ciclodextrina.
O imidacloprid é um inse-
ticida neonicotinoide bas-
tante utilizado na agricul-
tura e em veterinária, alta-
mente solúvel em água
e persistente no solo, que
pode facilmente contaminar
o solo e os recursos hídricos
próximos das áreas agríco-
las alcançando organismos
não-alvo, nomeadamente
aves, abelhas, minhocas e
mamíferos.
Assim, com o objeti-
vo de remover este pestici-
da de forma eficaz, foi uti-
lizada uma «nova aborda-
gem de síntese e caracteri-
zação de novas estruturas
moleculares complexas, for-
madas a partir da agrega-
ção de moléculas mais sim-
ples, que se unem coopera-
tivamente através de liga-
ções químicas fracas, e que
inclui estudos de remoção.
Esta abordagem é conjugada
com a modelação e simula-
ção molecular para resolver
o problema da contamina-
ção de água por pesticidas»,
explicam Gianluca Utzeri e
Tânia Firmino Cova, inves-
tigadores do CQC e coauto-
res do estudo.
No entanto, de acordo
com a equipa de cientistas
da FCTUC, a novidade do
estudo, já publicado no Che-
mical Engineering Journal,
«consiste na via sintética
caracterizada por um proce-
dimento mais rápido e limpo
assistido por micro-ondas,
que envolve o uso de agen-
tes de reticulação de tama-
nho variável. A combinação
de estudos experimentais
e computacionais permiti-
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023 | sociedade | 17

“ “ “
O chefe do Estado ter- Recebi sanções de Portugal assume as suas
rorista [Vladimir Putin] todos os países, inclu- responsabilidades como
e outra funcionária rus- sive do Japão, e ago- signatário do estatuto
sa tornaram-se oficial- ra um mandado de pri- de Roma.”
mente suspeitos de um crime são [...], mas vamos continu-
de guerra.” ar trabalhando.” João Gomes Cravinho,
ministro dos Negócios
Volodymyr Zelenski, Maria Alekseyevna Estrangeiros, admitindo
Presidente da Ucrânia, Lvova-Belova, que Portugal poderá deter
após mandado de captura comissária presidencial Vladimir Putin, caso o
emitido pelo Tribunal da Rússia para os Direitos Presidente russo se desloque
Penal Internacional por da Infância, acusada de deportação ilegal de ao país.
deportação ilegal de crianças. crianças ucranianas para a Rússia.

“
Se há alguém que tem
procurado soluções para
a paz é governo chinês.”

Paulo Raimundo,
secretário-geral do PCP,

PUB
CARTÓRIO NOTARIAL
ram explicar, ao nível mole- manifestando expectativas
cular, o papel dos agentes positivas quanto ao encontro
de reticulação na eficiência entre os presidentes chinês e
de remoção de imidacloprid
pelas nanoesponjas». DA CALHETA António Costa – Notário
russo.

Com esta investigação

foi possível mostrar que «o
uso de agentes de reticula-
ção com cadeias de carbono
lineares (ou cadeias alifáti-
cas) de diferentes tamanhos,
não só alteram as carate-
rísticas dos materiais como
também influenciam a efici-
ência das nanoesponjas.
O reticulante com cadeia
alifática longa favorece a
formação de nanosponjas
com maior estabilidade tér-
mica e grau de reticulação.
Já o reticulante de cadeia
“
Edifício Girassol, Rua Padre Isaías de Freitas, Estrela, 9370-150 Calheta A continuar assim, a
Telf: 291 827 457 Fax: 291 827 458 Email: cartoriodacalheta@gmail.com
Rússia vai passar a ser
(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023) uma província da China,
claramente, porque são
António Costa, respetivo Notário, CERTIFICA, para efeitos de publicação, que dois países com pesos econó-
por escritura de hoje, lavrada a folhas 29, do livro de notas para escrituras diversas micos muito diferentes.”
nº 30 deste Cartório, Sandra Marisa Sargo Sousa Castro, NIF 226.501.019, e
marido Rudolfo Nuno Marques Castro, NIF 203.135.164, casados sob o regime
da comunhão de adquiridos, ela natural da freguesia e concelho da Ponta do Sol, José Milhazes,
onde residem à Travessa do Pinheiro, Lombo de São João CCI 109, e ele natural
da freguesia e concelho da Ribeira Brava, declararam:
comentador político,
A justificante Sandra: assinalando que a “China
Que é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano, continua com uma posição
composto por casa de habitação térrea, localizado à Estrada Regional 222, CCI
902, freguesia e concelho da Ponta do Sol, com a área total de sessenta e dúbia” em relação à guerra
cinco metros quadrados, dos quais quarenta e cinco metros quadrados são na Ucrânia.
de implantação, a confrontar a norte com Estrada Distrital atualmente já
denominada por Estrada Regional 222, a sul com Francisco Pita e Herdeiros,

curta favorece a formação de
nanosponjas com maior efi-
ciência de remoção com um
máximo de 288 mg g-1 para
a formulação comercial do
pesticida, um valor quatro
vezes maior do que o obtido
na remoção do imidacloprid
puro», descreve a equipa.
Segundo os investigado-
res, este é um estudo rele-
vante uma vez que possibi-
litou o desenvolvimento de
“
a leste com João da Silva Sargo e outros, e a oeste com Estrada Regional, não
descrito na Conservatória do Registo Predial da Ponta do Sol, inscrito na matriz A prevenção da corrup-
em nome de Manuel Francisco Gomes de Sousa – cabeça de casal da herança ção não se pode esgotar
de, sob o artigo 2570.
Que o prédio veio à posse da justificante, ainda no estado de solteira, menor, na reacção criminal.”
em dia e mês que não consegue precisar no ano de mil novecentos e oitenta e oito,
por doação verbal, não titulada, feita pelos seus pais: Manuel Francisco Gomes
de Sousa e Maria Felisbela da Silva Sargo, casados que foram na comunhão geral
Joana Marques Vidal,
de bens, residentes que foram ao sítio dos Fregueses Novos, freguesia e concelho ex-Procuradora-Geral da
da Ponta do Sol, e sem que nunca tivessem outorgado a respetiva escritura. República, na apresentação
Que o prédio entrou na posse da justificante há mais de vinte anos, a qual
vem exercendo a posse, durante a menoridade por intermédio dos seus pais, seus do Guia sobre prevenção da
representantes legais, e na maioridade diretamente por si, sempre por forma corrupção no âmbito das
correspondente ao exercício do direito de propriedade, de forma contínua, de boa Autarquias Locais.
fé, sem oposição de quem quer que fosse e com o conhecimento de toda a gente,
posse essa que é pública e pacífica, e que já dura há mais de vinte anos e que
tem consistido na limpeza, conservação, melhoramentos, ocupação e habitação
do prédio urbano, na fruição das suas utilidades e no pagamento dos respetivos

um método eficiente para
remover o imidacloprid da
água, «que também pode
ser aplicado para capturar
outros pesticidas e poluen-
tes orgânicos da água e ain-
da, contribuir para o con-
trolo da poluição ambien-
tal através de processos de
“
impostos e contribuições, pelo que apesar de não dispor de um título com que
possa comprovar o seu direito de propriedade, o certo é que já adquiriu o referido Quero deixar claro que
prédio, a título originário, por usucapião. essas afirmações são
O autorizante Rudolfo:
Que dá à sua cônjuge o necessário consentimento para a prática do presente
absolutamente falsas.”
ato.
Está conforme o original. Cartório Notarial da Calheta, 21 de março de Sérgio Marques,
2023.
O Notário, António Costa. ex-deputado no
Parlamento Europeu,
refutando acusações de que
terá recebido reembolsos de
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18 | cultura | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

“Sou alvo de
preconceito
e discriminação”
Zacarias Gomes que eu próprio também qui-
sesse sair na noite dos Traves-
tirou o curso de tis e todos os anos tornava-se
teatro e trabalhou num evento familiar, a minha
avó tratava das roupas e a
como professor e minha mãe dos acessórios e
maquilhagem. Na altura, não
criador em Guima- olhava para estas experiências
rães. A residir ago- como algo que poderia fazer
regularmente, apenas depois
ra na Madeira, o de terminar o curso de Teatro
em 2017 é que fui introduzi-
jovem artista ‘deu do ao universo de Drag Queen
vida’ a La Aura, através do programa Rupaul’s
Drag Race que fez-me perce-
Drag Queen em ber que Drag juntava vários
elementos que me interessam
homenagem a sua do ponto de vista artístico.
avó Laura. A cria- TM - Criaste a perso-
nagem La Aura, em 2019.
ção desta perso- Quem é La Aura? O que
nagem surgiu da pretende transmitir?
ZG - Esta personagem foi
vontade de Zaca- criada no carnaval de 2019.
Surgiu da minha vontade de
rias Gomes poder criar uma personagem que
dizer tudo o que pudesse dizer tudo o que pen-
so sem os filtros impostos pela
pensa “sem os fil- sociedade. A ideia de dar voz a
uma personagem foi algo que
tros impostos pela sempre gostei. Daí ter segui-
sociedade”. do teatro. Estudei em Guima-
rães durante 3 anos e nos 3
anos seguintes estive a traba-
lhar como professor e criador,
Sara Silvino também em Guimarães. O
ssilvino@tribunadamadeira.pt meu trabalho sempre me deu
uma mulher, que para a sua
idade, sempre teve um pen-
samento moderno e no fun-
do o que pretendo transmitir
com esta personagem é o que
a minha avó me transmitia:
bons valores éticos e morais e
muita gargalhada e diversão.
TM - Há quem con-
funda Drag Queen com
travesti?
ZG - Sim, e é compreensí-
vel que exista essa confusão
se pensarmos que travesti é
alguém que se expressa usan-
do roupas e acessórios que
são associados socialmente ao
género contrário. Para mim,
a diferença entre Drag Que-
en e travesti é que a primeira
é uma forma de arte e a segun-
da é uma forma de expres-
são pessoal. Claro que existe
um universo comum nas duas
áreas e daí, por vezes, suscitar
alguma confusão e dúvida.
TM - Alguma vez sen-
tiste ser alvo de precon-
ceito ou discriminação
quando estás atuando
como Drag Queen?

T
ribuna da Madei-
ra (TM) – Com
um percurso
ligado ao tea-
tro, como surgiu
a vontade de te tornares
Drag Queen?
Zacarias Gomes (ZG) -
Não consigo definir um ponto
específico em que senti von-
tade de ser Drag Queen, sin-
to que foram vários momen-
tos que me levaram a começar
a fazer Drag. A noite dos Tra-
vestis é capaz de ser a maior
razão para ter entrado neste
universo, desde que me lem-
bro a minha família sempre
viveu o Carnaval na sua tota-
lidade e isso fez com que vis-
se todos os homens da minha
família a se divertir com uma
peruca e uns saltos altos. Esta
abertura com o tema fez com
imensa liberdade para expres-
sar as minhas opiniões e
orgulho-me de ter trabalhado
temas fraturantes da socieda-
de. Esta personagem foi o pas-
so lógico a seguir para poder
abordar temas de descrimi-
nação focando-me mais nas
questões da orientação sexu-
al e do conceito de género.
Costumo dizer que a La Aura
existe no espetro de género
na área cinzenta, não é pro-
priamente uma mulher mas
também não é um homem.
A La Aura é aquilo que é.
Sem necessitar de um rótulo.
Acaba por ser uma extensão
daquilo que eu sou.
O nome La Aura foi escolhi-
do como homenagem à minha
avó Laura que sempre foi a
pessoa que apoiou qualquer
decisão que tomasse indepen-
dentemente da mesma e foi
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
ZG - Ser Drag Queen só por
si já faz de mim um alvo de
preconceito e discriminação.
No entanto, não estaria a ser
sincero se dissesse que já sofri
imenso com essa descrimina-
ção. Já fui vitima de pequenas
agressões verbais que aconte-
ceram em espaços públicos da
Cidade do Funchal.
Nunca fui alvo durante uma
atuação mas já tive um espe-
táculo cancelado visto que a
nova “gerência” tinha precon-
ceitos com a ideia de ter uma
Drag no seu estabelecimento.
TM - Há uma lei, nos
EUA, que proíbe as Drag
Queen de se apresenta-
rem em público e para
crianças. Poderá pôr em
risco a sua existência e
continuidade?
ZG - Quero acreditar que
não. Estamos a viver uma
época em que o trabalho
de Drag Queens é censura-
do pelas entidades superio-
res por acharem que ao expor
este trabalho a menores, estes
irão ser ‘manipulados’ a fazer
parte da comunidade LGB-
TQI. No entanto, esta censura
não irá acabar com o univer-
so Drag. É importante refe-
rir que a comunidade sempre
viveu à margem da socieda-
de, foram as mulheres trans
e as drag queens que atira-
ram a primeira pedra na luta
pelos direitos da comunida-
de LGBTI, pessoas que con-
tinuamente eram descrimi-
nadas e tornadas invisíveis
para a sociedade mas pesso-
as resilientes. Esta resiliência
e vontade de bater o pé e lutar
por aquilo que acreditamos
faz-me acreditar que as Dra-
gs vão continuar aí durante
mais alguns anos.
Zacarias Gomes participou no debate “Orgulho sem Preconceito”, organizado pelos Jovens do
BE-M, que contou também com a presença da médica Letícia Abreu, Paulo Spínola e Fábio Diniz.
TM - Há quem opine
que se as crianças e jovens
assistirem a um espetácu-
lo de Drag Queen pode-
rão condicionar as esco-
lhas delas, em termos de
orientação sexual. Qual é
o comentário sobre isto?
ZG - Se a orientação sexual
fosse condicionada pelos obje-
tos artísticos que consumimos
enquanto crianças e jovens
existiriam poucos homossexu-
ais. A questão que a meu ver
é mais relevante neste assun-
to é a visibilidade. Mostrar o
que existe não faz com que as
pessoas se transformem, mas
permite reconhecer que exis-
tem inúmeras opções de vida
que são todas igualmente váli-
das. Por exemplo, durante o
meu desenvolvimento gosta-
ria de ter tido alguém que me
explicasse que aquilo que sen-
tia era válido e que não esta-
va sozinho.
TM - Já fizeste espetá-
culos como Drag Queen
aqui na Madeira?
ZG - Sim, desde de 2020
que tenho tido a feliz possi-
bilidade de atuar como Drag
Queen na Madeira em diver-
sos eventos. Participei no
Madeira Pride em 2020 e
em 2022; realizei espetácu-
los para empresas em eventos
como o ABC – Amar, Beber
e Comer; apresentei um solo
de teatro intitulado “La Aura”
em que abordo a minha via-
gem no universo de Drag Que-
en e enquanto pessoa Que-
en; transformei a minha casa
num espaço de espetáculos
com o projeto DragIn; atual-
mente tenho uma noite resi-
dente no Café Museu com o
projeto Quintas Chakras que
acontece uma vez por mês.
TM - Como foi a reação
do público?
ZG - A reação do público é,
na sua maioria positiva. Mes-
mo nos eventos em que não
tinha sido anunciado a atu-
ação de uma Drag Queen o
público acaba por se divertir
mesmo que ao início apresen-
te alguma resistência.
TM - Que mensagem
gostarias de deixar aos
jovens?
ZG - Que se sintam à von-
tade para viver a sua verda-
de. E com isto não estou a
falar, apenas, de questões de
orientação sexual e género,
falo de vivermos sendo ver-
dadeiros connosco e com os
outros. Vivemos numa era em
que o conhecimento está todo
na palma da mão mas é tan-
to e por vezes confuso que não
conseguimos filtrar o que real-
mente interessa. Mas, feliz-
mente, existem cada vez mais
pessoas com conhecimento
por isso falem, criem diálogo
entre os vossos amigos e fami-
liares. As questões de desi-
gualdade social são transver-
sais a todos nós quer sejam
devido a orientação sexual,
género, etnia, raça, religião ou
crença. Respeitem-se, amem-
se e riam muito. n
| cultura | 19
opinião
Alves dos Santos
O Ocaso Não
É Ainda Fim
Foste pássaro,
Aprisionada numa gaiola dourada
Onde não havia grades a te prender
Estavas era limitada ao que te impunham
Sofreste na pele, no coração e na alma
Vítima de uma sociedade machista e misógina
Tiveste então que te tornar invisível
Apenas para poder sobreviver
Foste o que esperavam de ti
Eras uma perfeição vazia
Sem nunca sentires o que ansiavas sentir
Talvez pudesses ter sido mais do que foste
Mas foste enfim capaz de desmontar a gaiola
E se é verdade que és Ocaso não és ainda Fim
Ainda vais a tempo de ser tu própria
Seja isso o que for
E sim, a Liberdade é também Vertigem
Mas não deixes os teus temores
Te fazerem reconstruir a tua gaiola
Sabes bem quão enganadora é a sua proteção
Descobre aos poucos os graus da tua Independência
És enfim Soberana dos Teus passos
És enfim Senhora do Teu tempo
E se é verdade que és Ocaso não és ainda Fim
Não tenhas pressa em morrer
O teu tempo vai chegar
Mas enquanto isso não te feches ao Mundo
Sê quem quiseres ser
Sonha o que quiseres sonhar
Nunca caminharás só
Nunca cairás no ridículo
Seremos sempre a tua Sombra
Seremos sempre viajantes da tua Descoberta
E se é verdade que és Ocaso não serás nunca Fim
Não para Nós n
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ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE
PUB 20 | educação | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

CARTÓRIO NOTARIAL
NO FUNCHAL DE ISABEL FILIPA
PESTANA PINTO FERREIRA
Rua do Carmo, nº. 11, Sé, Funchal

(Publicado no Tribuna da Madeira a 24-03-2023)

Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, iniciada

a folhas 16 do livro de notas número 85-A, deste Cartório, Manuel Vieira
Coelho, natural da freguesia e concelho de Santana e mulher Ana Paula
Afonso de Freitas Coelho, natural da freguesia de Santo António, concelho
do Funchal, residentes à Estrada da Feiteira de Cima, número 92, freguesia
e concelho de Santana, casados no regime da comunhão de adquiridos,
afirmam-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos
prédios a seguir melhor identificados:
I) Prédio rústico, localizado em Roda da Abilheira, freguesia e concelho
de Santana, com a área de três mil duzentos e setenta metros quadrados,
composto por pastagem ou pasto, a confrontar a norte e sul com o córrego,
nascente com herdeiros de João de Caires e a poente com Manuel Vieira
Coelho, inscrito na respetiva matriz cadastral em nome do justificante
varão, sob o artigo 89 da secção 061, com o valor patrimonial e atribuído
de €9,68, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Santana;
II) Prédio rústico, localizado em Roda da Abilheira, freguesia e concelho
de Santana, com a área de mil novecentos e sessenta metros quadrados,
composto por pastagem ou pasto, a confrontar a norte e sul com o córrego,
nascente e a poente com Manuel Vieira Coelho, inscrito na respetiva matriz
cadastral em nome de Manuel Fernandes de Freitas Júnior – cabeça de
casal da herança de, sob o artigo 90 da secção 061, com o valor patrimonial
e atribuído de €5,79, não descrito na Conservatória do Registo Predial de
Santana;
II) Duas terças partes do prédio rústico, localizado em Roda da Abilheira,
freguesia e concelho de Santana, com a área de cinco mil quinhentos e
sessenta metros quadrados, composto por pastagem ou pasto, a confrontar
a norte e sul com o córrego, nascente com Teodoro Basílio da Encarnação
Fernandes e a poente com Maria da Conceição Marques de Gouveia, inscrito
na respetiva matriz cadastral em nome do justificante varão, de João
Marques Caldeira de Assunção Júnior e de António Marques Martinho da
Silva – cabeça de casal da herança de, sob o artigo 86 da secção 061, com
o valor patrimonial de €16,46, não descrito na Conservatória do Registo
Predial de Santana – quota-parte do prédio a que atribuem o valor de dez
euros;

Ribeira Brava acolhe

Que os referidos prédios têm um valor patrimonial e atribuído global de
vinte e cinco euros e quarenta e sete cêntimos.
Que os justificantes, adquiriram os referidos prédios, já no estado de
casados, no ano de mil novecentos e noventa e nove, o primeiro e o terceiro,
por compra verbal que deles fizeram a João Marques Caldeira de Assunção

reunião do projeto
Júnior e mulher Conceição Marques de Jesus, residentes em Atalho,
freguesia e concelho de Santana, e o segundo, por compra verbal que dele
fizeram a Manuel Fernandes de Freitas Júnior, solteiro, maior, residente
em São Pedro, Funchal, sem que tenham sido lavradas as competentes
escrituras públicas.

Cidades Circulares
Estão assim, os justificantes na posse dos identificados prédios, em nome
próprio, desde o referido ano de mil novecentos e noventa e nove, posse esta
pública, pacífica e de boa-fé e, assim, contínua e ininterruptamente à vista
de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um proprietário,
usufruindo os referidos bens, pagando as respectivas contribuições,
colhendo os respectivos frutos e procedendo à sua limpeza e conservação,
como se de prédios seus e de bens próprios se tratassem.
Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade dos identificados
prédios a título originário – por usucapião.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.

A
Funchal, vinte e um de março de dois mil e vinte e três.
A Notária
Isabel Filipa Pestana Pinto Ferreira Câmara Municipal escolas e garantir um traba- tribuíram para este encontro
da Ribeira Brava lho contínuo por parte dos na Ribeira Brava.
acolheu a 3ª Reu- Municípios”. A iniciativa dinamizada
nião de Intercâm- Segundo o autarca, a eco- pela Direção-Geral do Ter-
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bio Interregional
do programa Cidades Circu-
lares que junta o município
madeirense e sete municí-
pios do continente.
Durante a sessão de aber-
tura dos trabalhos alusivos
ao tema ‘Resíduos e Econo-
mia Circular na Madeira’,
o presidente Ricardo Nas-
$1,9(56›
5,2
cimento referiu a urgência
de se pensar em “soluções
de construção e planeamen-
to urbanístico mais susten-
tável”, reforçando a necessi-
dade de “fomentar a forma-
ção sobre esta matéria nas
nomia circular “deve não
só prevenir a produção de
Resíduos de Construção e de
Demolição (RCD), como tam-
bém incentivar à boa gestão
desses resíduos que podem,
muitas vezes, ser reutiliza-
dos”, recordando os altos
níveis de consumo de maté-
rias primas na área da indús-
tria de construção civil do
país. O autarca deu ainda a
conhecer alguns dos marcos
históricos e culturais das fre-
guesias do Concelho, pres-
tando especial agradecimen-
to a todos aqueles que con-
ritório, visa apoiar e capaci-
tar os municípios na transi-
ção para uma economia mais
circular, criando condições
para a dinamização de abor-
dagens integradas e parti-
cipadas de base territorial,
bem como, de ações urba-
nas inovadoras de economia
circular.
O projeto integra oito
municípios portugueses,
nomeadamente, Mangual-
de, Mértola, Oliveira de Fra-
des, Ponta Delgada, Ponte de
Sor, Ribeira Brava, Valongo
e Vila Nova de Gaia. n
PUB

www.sabermadeira.pt Revista Saber Madeira

saber.fiesta.madeira dulcinabranco@oliberal.pt
291 911 300 www.tribunadamadeira.pt
tribunamadeira tribunadamadeira tribuna_madeira
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
EBSGZarco debateu
“Diversidade Cultural”
Realizou-se, no passado
dia 15 de março, Escola Bási-
ca e Secundária Gonçalves
Zarco a palestra “Diversidade
Cultural”, apresentada pela
Associação Diáspora no mun-
do, numa parceria com o
grupo de geografia da esco-
la, na pessoa dos professores
Solana Gomes e Pedro Costa.
Segurança Rodoviária
na escola Lucinda Andrade
A equipa do Plano Regio-
nal de Educação Rodoviá-
ria (PRER), da Escola Bási-
ca e Secundária D. Lucinda
Andrade, dinamizou, no pas-
sado dia 20, uma ação de sen-
sibilização sobre a seguran-
ça rodoviária e que contou
com a colaboração da Polícia
de Segurança Pública de São
Vicente.
“Esta ação teve como obje-
tivo promover uma cultura
de educação para a seguran-
ça rodoviária junto dos alu-
nos, e nela participaram as
duas turmas de 7.º ano, que
se encontram  a abordar este
Contando com a presença
de um grupo de convidados
de excelência, com apresen-
tação do duo Sandra & Ricar-
do e com uma sala de sessões
repleta de professores e alu-
nos do 8º ano de escolarida-
de, foi um momento único do
testemunho de muitas histó-
rias de vida, mostrando resi-
tema, na disciplina de Cida-
dania e Desenvolvimento.
Os Senhores Agentes escla-
receram  aspetos relaciona-
dos com o Código de Estrada,
documento legal onde cons-
tam as regras de circulação
de todo o tipo de veículos,
e complementarmente aspe-
tos como: a colocação do cin-
to de segurança; o transpor-
te de crianças; a diferença
entre faixa de rodagem, ber-
ma e passeio; a circulação de
peões na via pública; a saí-
da/entrada nos veículos e nos
autocarros; o que não se deve
fazer no interior dos autocar-
liência, espírito de sacrifício
e, acima de tudo, a luta pela
conquista dos sonhos.
Assim, os presentes na sala
ouviram as diferentes inter-
venções dos nossos emigran-
tes de vários cantos do mun-
do, ficando a par das razões
que estiveram na base da sua
saída da nossa ilha, a for-
ma como se adaptaram a um
país diferente, com língua,
cultura, religião, usos e costu-
mes também eles diferentes
da realidade madeirense, e
também o que motivou essas
mesmas pessoas a regressa-
rem ao lugar onde nasceram.
O evento teve, igualmente,
testemunhos de imigrantes de
outros países, que por razões
várias saíram do seu país de
origem à procura de melho-
res condições de vida, sendo
que encontraram na Madeira
um porto seguro e um lugar
melhor para viver.
O evento foi muito dinâ-
mico, com vários momentos
musicais e de danças do mun-
do, o que resultou numa boa
interação cultural entre os
palestrantes, docentes e dis-
centes. n
ros; como se deve atravessar
a faixa de rodagem; as regras
de circulação e segurança das
bicicletas, skates e trotinetes,
e dos peões; a sinalização de
manobras pelos ciclistas; e
multas a aplicar, em caso de
infração”.
Os responsáveis pelo pro-
jeto consideram “o balanço
da ação como muito positivo,
enaltecem a participação e o
interesse dos alunos, e agra-
decem a colaboração da Polí-
cia de Segurança Pública na
promoção duma cultura de
educação para a segurança
rodoviária”. n
Vacinas e a sucata naval
Foi fácil distribuir vaci-
nas por todo o país, esbura-
cando, várias vezes, os bra-
ços de milhões de portugue-
ses, sem questionar se a rapi-
dez da coisa não traria efeitos
secundários…
Mais difícil é um homem
dos submarinos recolher
simpatia junto dos homens
das fragatas. Por este moti-
vo, o Chefe do Estado-Maior
da Armada (CEMA), putati-
vo candidato à presidência da
república, acha que há uma
conspiração política contra
si, teoria que verbalizou sem
contudo referir quem o faria,
porque motivo, de que parti-
do, de que estrutura e se esta-
ria já em campanha.
Recorde-se que o Almiran-
te chegou a CEMA de forma
apressada, mal explicada e até
mesmo atribulada, quando o
seu antecessor, do ramo das
fragatas, ainda tinha o man-
dato vigente. Isto deixou mui-
to militar pouco satisfeito com
a popularidade que o homem
das vacinas alcançou ao sal-
var, teoricamente, o país duma
pandemia, só porque pôs mão
aos “jeitinhos” que vereado-
res, provedores de misericór-
dias e demais donos de diver-
sos poderes, para vacinar pri-
meiro idosos e doentes. Essa
popularidade não existe den-
tro da estrutura que dirige,
nem tão pouco goza de qual-
quer consenso ou admiração
dentro e fora dos quartéis des-
te país.
No meio da trapalhada,
que até trouxe o Almirante à
Região, sobram ainda muitas
questões por responder. Por-
que é que só metade da tripu-
lação considerou que as con-
dições meteorológicas eram
adversas e as falhas técnicas
e mecânicas do navio impe-
diam o cumprimento da mis-
são? Será metade da guarni-
ção mais cautelosa que a outra
metade? Ou mais medrosa?
Ou ainda, mais consciente
do que a outra metade? Um
navio, sendo uma unidade
militar, onde todos vivem jun-
tos e em conjunto, dias sem
fim, a divisão da tripulação
revela uma estranha falta de
união, de coesão e até mesmo
de solidariedade. Onde fica o
“um por todos e todos por
um”? Ou seguem todos, ou
não vai ninguém.
| educação | 21
opinião
Nélio Olim
E porque é que se criou esta
longa telenovela, denuncian-
do os amotinados e onde só
se conhecem as versões des-
tes, do comandante do NRP
Mondego e do CEMA? Onde
andam os restantes marinhei-
ros e, por acaso, não terão
estes nada a dizer? Não deve-
riam ser ouvidos? Ou são tão
inconsequentes ou aventu-
reiros que não se importam
de navegar nas nossas velhas
barcaças militares, nem que
seja a remos?
Estranho observar que o
navio tivesse chegado duma
missão de patrulhamento nas
Desertas, bem mais longe que
o Porto Santo e que basta-
ram algumas horas para este
lamentável episódio acontecer.
Que aconteceu neste espaço de
tempo? E porque motivo este-
ve este navio 321 dias em mis-
são, muito acima do tempo
médio de navegação que deve-
rá ser de 160 dias por ano?
Lamentável a encenação
que o CEMA protagonizou no
convés, dando um ralhete à
guarnição, olhos nos olhos,
para mostrar a estes e a todo
o país que é o senhor das vaci-
nas quem manda. Esteve mui-
to mal. Bastariam declarações
aclarando a disciplina militar,
debatendo o ato em si e anali-
sando os problemas que a ele
levaram. De forma reservada
e apenas para consumo inter-
no. Sem ter de fazer concor-
rência às telenovelas da TVI.
Todos sabemos que a fro-
ta de navios da nossa marinha
tem uma idade média muito
elevada, e que Portugal, pela
sua forte ligação ao mar, aca-
ba por ser a sucata da Europa,
adquirindo navios com mais
de três décadas de uso a países
que já os retiraram do serviço.
Se não conseguirmos vencer
a batalha pelo nosso poderio
naval, venceremos pela exaus-
tão do adversário a rir-se dos
nossos navios…
Com tantos nós de mari-
nheiro ainda por desatar, e
muita pergunta sem respos-
ta, ensombrados pelas suspei-
tas de adulteração de provas,
falhas de cadeia de coman-
do, omissões, atraso de deci-
sões e ganho de dimensão
dum assunto que erradamen-
te envolveu o chefe maior da
Armada. Só faltou mesmo o
Marcelo! n
22 | economia | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

Garrafa de gás na Madeira

70% mais cara que nos Açores

“
A verdade é esta: no
início desta sema-
na uma garrafa de gás
butano de 13kg, custa
na Madeira mais 70%
que nos Açores”, foi este o
mote da conferência impren-
sa do JPP, realizada na pas-
sada segunda-feira, dia 20,
na Assembleia Legislativa da
Madeira.
Élvio Sousa frisou a dife-
rença de 13 euros que os
madeirenses pagam a mais
“e que não se explica pela
inflação ou pelo aumento dos
custos energéticos”. “Ou seja,
uma garrafa de gás butano, de
13 quilos custa, esta semana,
na Madeira 31,40€, enquanto
nos Açores 18,30€, uma dife-
rença de mais de €13,10 que
não se explica, apenas, pelo
diferencial de menos 6 p.p.
da taxa do IVA dado que nos “Urge, pois, descobrir,
Açores é de 16% e na Madei- sem medo, por que razão
ra 22%.Continuam, os mono- Miguel Albuquerque e os
pólios, a mexer no bolso dos seus panfletos diários de
cidadãos?”, indagou o líder propaganda, estão a escon-
parlamentar do JPP. der os verdadeiros donos do
Para o parlamentar, é ine- gás na Madeira e Porto San-
vitável questionar: “A que se to”, salientou o deputado.
deve tamanha disparidade Por isso, o “JPP irá iniciar
de preços, estando os Aço- uma campanha de esclareci-
res mais distante do conti- mento da população, sobre
nente português, do que a as verdadeiras razões de se
Madeira? Deve-se aos ele- estar a encobrir o segredo
vados custos de transpor- do preço do gás na Madei-
te de mercadorias que têm ra e no Porto Santo. E pedi-
sido branqueados por alguns mos aos cidadãos que quan-
media amordaçados? Deve- do encontrem o presiden-
se à exploração e à logísti- te do Governo, Miguel Albu-
ca deste produto petrolífe- querque que o confrontem
ro em regime de monopó- e questionem porque está a
lio, uma situação de mercado esconder as razões do gás,
sem concorrência que está a na Madeira, custar mais 13
ser ocultado nas costas dos euros, por garrafa, que nos
madeirenses?” Açores”, concluiu. n

"Um cabaz de supermercado custa

mais de 20% do que custava há um ano atrás”
O Partido Socialista defen-
deu novamente a redução do
IVA de 22% para 16%, para
ajudar as famílias a fazer face
ao brutal aumento do custo
de vida no último ano devido
à inflação.
Em conferência de impren-
sa, realizada no passado dia
19, nas zonas altas do Fun-
chal, o presidente do PS-M,
Sérgio Gonçalves, salientou
que "um cabaz de supermer-
cado custa hoje mais de 20%
do que custava há um ano
atrás e representa uma carga
muito pesada para as famí-
lias madeirenses, numa ter-
ra com os mais elevados índi-
ces de pobreza e com os mais
baixos rendimentos médios
do país".
O líder do PS-M exempli-
ficou com "uma família que
tem 1000€ de despesas men-
sais no supermercado, com-
bustíveis e nas várias des-
pesas que tem, com a redu-
ção de IVA para 16% poupa-
ria, no final do ano, 720€,
o que para muitas pessoas
representa praticamente um
ordenado".
Sérgio Gonçalves desafiou
Miguel Albuquerque a expli-
car aos madeirenses a razão
de pagarem 22% de IVA na
Madeira quando um açoria-
no paga apenas 16%, subli-
nhando a diferença substan-
cial que seria essa redução
para o bolso dos madeirenses
e acusando o Governo Regio-
nal de teimar em não bai-
xar os impostos numa altu-
ra em que os preços continu-
am a subir.
"Baixar os impostos é uma
questão de justiça e é algo
que só depende do Gover-
no Regional para ajudar a
melhorar os rendimentos das
famílias", concluiu. n

FRASES

“ “ “
Não há ordenamento do Este pacote agora apre- Todos os direitos dos tra-
território na Madeira, por- sentado pelo Governo de balhadores do Lar da Bela
que sempre houve a estra- António Costa representa Vista estão garantidos”
tégia de não haver". um ataque ao alojamen-
to local” Rita Andrade
Domingos Rodrigues Secretária Regional da
Geólogo, professor, Carlos Rodrigues Inclusão Social e Cidadania
investigador e ex-vereador Deputado pelo PSD-M
da CMF na ALM
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
Pilotos madeirenses com
saldo positivo em Viana
Martim Meneses venceu duas provas e João Dinis alcançou um pódio.
D
uas vitórias e um
terceiro lugar é
o saldo da des-
locação dos pilo-
tos madeirenses
da Associação de Karting da
Madeira a Viana do Caste-
lo, para a disputa da primei-
ra prova do Campeonato de
Portugal de Karting 2023.
Num fim de semana reple-
to de ação no Kartódromo de
Viana, foi o mais jovem dos
pilotos madeirenses, Martim
Meneses, que teve o saldo
mais positivo desta partici-
pação, uma vez que venceu
as duas finais que se dispu-
taram sábado e domingo na
categoria RX30 Júnior. Sába-
do o piloto foi obrigado a
sair da 14a e última posição
da grelha para a corrida 1,
depois de um toque o ter dei-
xado de fora da pré final, mas
fez uma corrida que deixou
toda a gente de queixo caído,
ao recuperar até ao primeiro
lugar e vencer de forma sur-
preendente. Já no domingo,
Martim Meneses largou da
Pole Position apesar de per-
der a liderança na primeira
curva, viria a recuperar rapi-
damente a posição e a partir
daí liderou até ao final para
garantir a segunda vitória do
fim de semana. No final o
saldo do «fim de semana foi
muito positivo. Tivemos algu-
mas dificuldades nos arran-
ques, mas depois durante as
corridas acabamos por conse-
guir sempre ter um bom rit-
mo, que nos permitiu vencer
as duas corridas. Quero agra-
decer à minha equipa e patro-
cinadores todo o apoio, que
me permitiu alcançar estes
resultados».
Já na RX30 Sénior, João
Dinis foi o mais bem-suce-
dido, pois no sábado andou
praticamente sempre dentro
do top 5 e numa manobra
bastante arrojada na última
curva, conseguiu saltar da 5a
para a 3a posição, terminan-
do no pódio como ambicio-
nava para esta participação.
Já no domingo e apesar de ter
começado bem a 2a final, já
que saltou, logo no arranque,
da 11a para 5a posição na cur-
va 2 e chegando a rodar na 4a
posição, acabou fora de pro-
va à 10a volta, depois de um
toque normal de corrida, que
também envolveu outros dois
pilotos. «Foi um fim de sema-
na agridoce. Ontem conse-
guimos alcançar o pódio, mas
hoje não foi possível repetir o
feito, pois quando estávamos
a discutir a 5a posição, fui
“espremido” por duas vezes
por outro piloto que resultou
em dois toques e me obriga-
ram a abandonar.»
António Santos teve um
fim de semana com um misto
de emoções, pois no sábado,
à chuva começou por ser um
dos mais rápidos nos treinos
livres pois foi 3o no molhado
e 6o já em seco nos treinos
cronometrados. No entanto,
não correu nada bem a qua-
lificação 1, pois aconteceu
um acidente à sua frente que
não conseguiu evitar, dando
um toque e sendo obrigado
a abandonar. Arrancou na
27a posição para a Corrida 1.
Daí consegui recuperar cerca
de 16 posições, benefician-
do apenas de um abandono
à sua frente, terminando em
11o. Hoje, depois de uma boa
prestação nos treinos crono-
metrados, dois maus arran-
ques na qualificação e na
corrida, um deles por ter
se envolvido em um toque,
impediram-no de ir além da
19a posição na corrida. Para
o jovem piloto «esta prova
começou melhor do que ter-
minou. No geral não foi um
fim de semana muito posi-
tivo. Não nos posicionamos
bem devido a algum azar.
Estávamos rápidos e com
bom material, mas alguns
toques e um problema mecâ-
nico hoje, ditaram os resul-
tados», concluiu.
Leadre Carvalho começou
com bom andamento no fim
de semana, mas no sába-
do de manhã, a chuva bara-
lhou os planos da equipa. Na
corrida de qualificação recu-
perou muitos lugares até a
| desporto | 23
14a posição de onde arran-
cou para a Corrida 1, que
por sua vez correu menos
bem pois a falta de experiên-
cia no meio de tantos pilo-
tos (33) levou-o a ser sur-
preendido pelos mais expe-
rientes, terminando em 29o.
No domingo, os treinos não
correram da melhor manei-
ra e foi complicado recupe-
rar e depois na final teve um
incidente com outro piloto
que o obrigou a abandonar.
No entanto o jovem pilo-
to referiu o facto de ter sido
«um fim de semana mui-
to interessante, onde acu-
mulei muita experiência que
será muito importante para
o meu futuro».
Os pilotos madeirenses
voltam à ação no continente,
no fim de semana de 1 e 2 de
abril, no kartódromo de Bal-
tar, para a disputa da Rotax
Winter Cup, prova de prepa-
ração para a primeira pro-
va do Campeonato Nacional
Rotax, que se inicia a 15 e 16
de abril em Braga. n
24 | desporto | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

opinião

Dinarte regressa
Pedro Oliveira
às vitórias
Cartão Branco
Por vezes tenho a sensação que só falamos ou
damos relevância àquilo que de menos bom se vai
na Camacha
passando na nossa sociedade. Numa análise bre-
ve e simplista, podemos aferir que o tratamen-

D
to e importância da informação difere consoan-
te seja a sua orientação mais positiva ou negati- epois de uma é fácil, porque os adversários dos, alcançando o oitavo
va. Se olharmos para o exemplo do setor despor- rampa na Ponta são fortes e estão com bom lugar da geral. Aos coman-
tivo, ainda mais evidência ganha esta minha refle- do Sol atribula- andamento”, referiu o piloto. dos do Citroën C2 GT S1600,
xão. Uma má atitude terá sempre mais visibilida- da em que o pilo- Em segundo lugar, ficou a dupla chegou ao final com
de do que um conjunto de boas atitudes, o que na to do LBS Motor Gregório Faria, aos coman- um tempo de 6:52.381, ten-
minha opinião é totalmente o oposto daquilo que Club RX 01 viu o seu car- dos de um AGAG/S, com o do sido os mais rápidos na
deveria ser. Embora perceba que o contexto mui- ro a se incendiar, o piloto da tempo total final de 6:07.081. respetiva classe em todas as
tas vezes não ajude, julgo que precisamos urgen- Choupana regressou às vitó- No degrau mais baixo do subidas oficiais.
temente de um maior equilíbrio, para bem de toda rias na Rampa da Camacha, pódio, e bem próximo no No que à regularidade diz
a sociedade. dominando em absoluto a tempo averbado, ficou Sér- respeito, foi o Opel Corsa B
Pessoalmente entendo que todos agentes des- classificação. gio Jesus, num Semog Bravo, 1.2 16v de Venâncio Veiga e
portivos devem ter a responsabilidade de aceitar, Na segunda prova da tem- com 6:07.768. Ana Figueira, foram o vence-
zelar e cumprir as regras de natureza ética, par- porada automobilística, A luta intensa pelo segun- dor, somando apenas 10 pon-
ticipando igualmente de forma ativa no processo Dinarte Nóbrega foi o mais do lugar revelou-se como tos de penalização.
de divulgação da ética desportiva a toda a comu- rápido em todas as quatro outro dos grandes pontos de Contudo, a Rampa da
nidade, cumprindo assim o seu papel de exem- subidas oficiais, somando interesse da prova, já que Camacha ficou marcada por
plo para a sociedade. Teremos sempre ao nosso um tempo final de 6:00.879, Greg Faria e Sérgio Jesus dis- um aparatoso acidente, ain-
redor bons e maus exemplos, cabendo a cada um depois de combinados os dois cutiram taco a taco e à déci- da na primeira subida de
de nós decidir em consciência quais aqueles que melhores resultados, vencen- ma até à última classificati- reconhecimento, a envolver
pretendemos transportar para as nossas vidas. do categoricamente a prova. va. António Giestas, com o o Citroën Saxo de Ricardo
Certo é que o desporto, pela sua natureza, pos- No final, Dinarte Nóbre- seu BRC foi o quarto classifi- Freitas. À saída de uma cur-
sibilita e potencia o exercício e desenvolvimen- ga não escondia a satisfação cado, seguido de José Rome- va, o carro acabou por des-
to de valores morais e pessoais, devendo ser esse com um triunfo que conside- ro com o seu Semog Bravo pistar-se e capotar, sofren-
um dos seus pilares fundamentais, de igual for- rou saboroso. “Estou habitu- Sport. João Camacho e Tia- do elevados danos materiais,
ma que se deveria aproveitar todas as potenciali- ado a ganhar, não vou men- go Cró foram os últimos dos apesar da dupla de pilotos ter
dades do mesmo. tir. Mas depois daquele aci- protótipos. saído ilesa deste acidente. n
Neste sentido o cartão branco, iniciativa do dente, esta é uma vitória que Depois dos protótipos, Texto: Nélio Olim
Plano Nacional de Ética no Desporto apresenta- sabe muito bem. Chegar aqui Roberto Martins e Sara Gon- Fotos: Nelson Martins/
se como um recurso pedagógico que visa enalte- e ganhar todas as subidas não çalves foram os mais rápi- Milton Nóbrega
cer condutas eticamente corretas, praticadas por
atletas, dirigentes, treinadores, público e outros
agentes desportivos. Com esta iniciativa preten-
de-se valorizar as boas práticas desportivas, coi-
sas que deveriam acontecer naturalmente como o
ato de pedir desculpa a um adversário, reconhecer
os seus próprios erros, repor a verdade desportiva,
incentivar colegas de equipa aquando de possíveis
erros e reconhecer o mérito e valor do adversário.
É neste sentido que o desporto tem de se posicio-
nar, como uma escola de valores transcendente a
todos nós.
Felizmente após a sua criação em 2015, foram
várias as entidades desportivas que se juntaram a
esta iniciativa, colocando o cartão branco em vigor
em muitas competições oficiais, de diversas moda-
lidades desportivas. Desde então, segundo o Ins-
tituto Português do Desporto e Juventude, foram
exibidos mais de 2500 cartões brancos, provan-
do-se a vivacidade e importância desta ferramenta
pedagógica, na promoção do “FairPlay” como pilar
base de um correto espírito desportivo.
Nos dias que correm, ficar fora disto não faz
sentido. Mais do que palavras e intenções, é fun-
damental conseguirmos dar corpo e rosto ao que
é bom, para que possamos combater este estado
negativista que constantemente nos tentam incu-
tir. No fundo estamos a falar em construir uma
sociedade mais coesa, justa e correta. Fica o desa-
fio para que cada um de nós, individualmente,
possa ser merecedor de ver um cartão desde géne-
ro, não só na perspectiva desportiva, mas igual-
mente em todos os momentos das nossas vidas.
Será sinal que estamos a fazer as coisas da manei-
ra mais correta. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
Motociclismo comemora Saúde
com volta à Madeira e Porto Santo
A Associação de Motoci-
clismo da Madeira comemo-
rará, no próximo dia 26 de
março, os 50 anos do Hos-
pital Dr Nélio Mendon-
ça, bem como os 20 anos
do SESARAM, oportunida-
de que aquela Associação
encontrou para homenage-
ar os profissionais da saú-
de pela sua difícil missão,
bem como pelo incansável e
profissional apoio que dedi-
cam a todos os motociclis-
tas que são vítima de aciden-
te rodoviário.
Por este motivo, a cara-
vana irá percorrer a ilha da
Madeira e Porto Santo. Na
Madeira, com concentração
no estacionamento junto ao
Cais 8, pelas 8 horas, bem
no centro da cidade do Fun-
chal, a caravana de motas
seguirá rumo ao Hospital
Dr Nélio Mendonça, onde se
fará ouvir o primeiro aplauso
a estes profissionais. Seguem
então para Câmara de Lobos,
Ribeira Brava, Calheta e São
Vicente, visitando pelo cami-
nho todos os centros e saúde
abertos até às 24 horas.
Ainda em São Vicente, será
a Escola Agrícola da Madeira
a acolher o almoço conví-
vio de todos os participantes,
ocasião em que haverá lugar
a alguns discursos oficiais e
a troca de recordações alu-
sivas ao aniversário. Findo
o almoço, a caravana ruma
a Santana, Machico, Santa
Cruz e Funchal, terminando
na Praça do Município, onde
todos os participantes serão
recebidos por Pero Calado,
presidente da edilidade.
Também no Porto Santo, e
pelas mãos do Clube Motar-
ds do Porto Santo, o passeio
pela ilha será complementa-
do pela visita ao Centro de
Saúde local, por um almoço
e terminará, igualmente, na
Câmara Municipal do Por-
to Santo onde os motociclis-
tas serão recebidos por Nuno
Batista.
De referir que esta inicia-
tiva tem igualmente um cará-
ter solidário, já que a Asso-
ciação de Motociclismo da
Madeira pretende adquirir
um equipamento no âmbi-
to da fisioterapia de recupe-
ração, muito utilizado pelos
motociclistas sinistrados,
mas que será disponibiliza-
do naturalmente para toda
a população que dele neces-
site. A entrega deste equi-
pamento será feito em data
oportuna a agendar. n
Fotos: DR
Pe. António Francisco
10. Consciencial (B)
Paradigma Consciencial.
Conscienciologia é a "Ciên-
cia que estuda a consciên-
cia de modo integral, holos-
somático, multidimensional,
multiminelar, multiexisten-
cial e, sobretudo, conforme as
suas reações perante as ener-
gias imanentes(EIS e as ener-
gias conscienciais (ECs, bem
como em seus múltiplos esta-
dos e manifestações pensêni-
cas" Valdo Vieira).
Paradigma consciencial é-
a Teoria- Líder da Conscien-
ciologia fundamenta na pró-
pria consciência. O paradig-
ma aborda a consciência a
partir das seguintes premis-
sas básicas:
1.Holossomática: admite a
existência do holossoma(holo
+ soma) ou seja, o conjun-
to de corpos ou veículos de
manifestação da consciência
formados pela soma ou corpo
físico; energossoma, o corpo
das energias, também conhe-
cido como holochacra; psi-
cossoma ou corpo das emo-
ções e mentalsoma, o corpo
do discernimento.
2-Bioenergética: assume a
existência e a aplicação lúci-
da das bioenergias através de
energossoma(energo + soma
: corpo energético formado
pelo conjunto de chacras),
levando em consideração as
influências das energias ima-
nentes e conscienciais muito
além das percepções das per-
cepções cerebrais registradas
a partir dos sentidos-
3.Multidimensionalidade.
A consciência manifesta-
se- em múliplas dimenções
e cada veículo manisfesta-se
numa dimensão. Portanto,
através do domínio voluntá-
rio das aparições conscien-
tes-experências fora do corpo
– projetor tem oportunidade
de comprovar essa realidade,
pois e está em contanto dire-
to com inúmeras dimensões  que mesmo quem não conhe-
realidades não-físicas.
4. Serialidade; sustenta
o princípio de que a cons-
www.tribunadamadeira.pt
| desporto | 25
opinião
Gonçalves Simões
Coronel Capelão
ciência é multioexistencial
e multimilenar. Oui seja, a
persolnalidade submete-se
serialidade de existências,
ou múltiplas vidas humanas
em série, intercaklando com
períodos chamados inter-
missivos ou seja, entre as
vidas humanas.
5.Cosmoética: tem por filo-
sofia moral a cosmoética ou
moral cósmica- umk princí-
pio mais amplo que a moral
humana- que leva em consi-
deração as múltiplas vidas,
ou seja, as nossas múltiplas
relações inteerpessoais nem
sempre positivas; os diferen-
tes veículos de manifesta-
ção,. Levando em considera-
ção a qualidade os nosos pen-
samentos, sentimentos, sen-
timentos, e energia e suas
repercussões.
6. Universalismo: o con-
junto de ideias derivadas da 
uninversalidadev das leis
da Natureza e do Universo,
que através de todos os cam-
pos de pesquisa envolve o
microuniverso das consciên-
cias, expandidindo a partir
dela para o Universo para o
Universo, onde estão todos
imersos. Diante dessa pre-
missa, perde o sentido do
apego aos bairrismos, nacio-
nalismos exacerbados, pre-
conceitos de todos os tipos,
fronteiras entre países.
7.Antexperimentação:
embassa a pesquisa da
consciência a partir da
autexperimentação.
A Projeciologia é conside-
rada a parte prática. Expe-
rimental da Conscienologia,
pois o fenómeno da projec-
ção consciente ´a ferramenta
mais importante para o estu-
do da consciência.
Consciencial e a Bíblia- A
Bíblia diz que todos têm cons-
ciência . A consciência mostra
ce a Deus pode conhecer as
leis naturais de Deus. Roma-
nos 2,14-15. n
PUB
26 | sociedade
o que os outros
| dizem… |
Esta rubrica apresenta informações de vários órgãos de comunicação social, TV, rádios, jornais e revistas.
Xi diz a Putin que maioria
dos países apoia um alívio
das tensões na Ucrânia
O Presidente chinês, Xi Jinping, informou o
homólogo russo, Vladimir Putin, que a “maio-
ria dos países apoia um reduzir das tensões”
na Ucrânia, segundo um comunicado difun-
dido pela diplomacia do país asiático. Xi enfa-
tizou que “há cada vez mais vozes racionais e
pacíficas” e que a “maioria dos países apoia
um aliviar das tensões”.
Estes países “querem que a paz e as nego-
ciações sejam promovidas e opõem-se a que
seja atirada mais lenha para a fogueira”, apon-
tou Xi, durante um encontro de quatro horas e
meia com Putin, em Moscovo, de acordo com
o comunicado difundido pelo ministério dos
Negócios Estrangeiros da China.
Segundo o líder chinês, “historicamente, os
conflitos sempre foram resolvidos com base
no diálogo e na negociação”. Xi lembrou que
a China emitiu um plano para a paz na qual
apelou a “uma solução política” e se opôs a
sanções unilaterais. “Acreditamos que quan-
to mais difícil é, mais espaço deve ser deixado
para a paz. Quanto mais complexo o conflito,
mais esforços devem ser feitos para não aban-
donar o diálogo”, defendeu Xi.
Fonte: Eco
Medvedev ameaça disparar míssil
hipersónico contra Haia após
mandado de captura de Putin
O ex-Presidente da Rússia e vice-presidente
do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev,
voltou a reagir ao mandado de captura emi-
tido em nome de Vladimir Putin pelo Tribu-
nal Penal Internacional (TPI), deixando várias
ameaças ao organismo jurídico. Na sua conta
pessoal do Telegram, Dmitry Medvedev amea-
çou disparar o “míssil hipersónico” Oniks des-
de o Mar do Norte contra o edifício que funcio-
na como sede do Tribunal Penal Internacional,
na cidade holandesa de Haia.
“[O míssil] não pode ser intercetado”, avi-
sou o ex-Presidente russo, descrevendo o tri-
bunal como uma “organização internacional
pobre” e “inútil”. “Juízes, olhem bem para o
céu”, avisou.
Adicionalmente, o mandado de detenção
de Putin terá, na ótica de Dmitry Medvedev,
“consequências desastrosas” para o “direito
internacional”. “É, no fundo, o colapso dos ali-
cerces dos princípios do direito.”
Fonte: Observador
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
Kiev espera que China
use influência junto da Rússia
para acabar com guerra
O Ministério dos Negócios Estrangeiros
ucraniano afirmou que Kiev acompanha de
perto a visita à Rússia do presidente chinês,
Xi Jinping, e instou-o a usar a sua influência
sobre Moscovo para acabar com a guerra na
Ucrânia.
“Esperamos que Pequim use a sua influ-
ência sobre Moscovo para colocar um fim na
guerra de agressão contra a Ucrânia”, disse o
porta-voz do Ministério ucraniano, Oleg Niko-
lenko, num comunicado divulgado após a che-
gada de Xi Jinping a Moscovo, para uma visi-
ta oficial de três dias.
Nikolenko lembrou que o ministro dos
Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro
Kuleba, teve uma conversa telefónica com o
seu homólogo chinês. Nesta conversa com
o responsável chinês, Kuleba reafirmou que
o restabelecimento da integridade territorial
ucraniana deve ser o “núcleo” de qualquer
esforço diplomático.
Fonte: Diário de Notícias
Chumbo de moções
de censura faz regressar
confrontos às ruas de França
A maioria parlamentar que apoia, na Assem-
bleia Nacional, o presidente francês, Emma-
nuel Macron, manteve o suporte ao Governo,
ao derrotar as duas moções de censura, e legi-
timou o recurso à norma constitucional que
permitiu aprovar a polémica lei da reforma da
segurança social sem ser votada.
Em Paris e em outras cidades, as reações não
se fizeram esperar, com novas concentrações e
confrontos entre a Polícia e manifestantes.
Eram quase 19 horas em Paris quando o
plenário concluiu a votação da moção do cen-
trista Liberdades, Independentes, Ultramar e
Territórios (LIOT, no acrónimo em Francês)
e de quatro bancadas de Esquerda, com 278
votos a favor dos 287 que eram necessários.
Pouco tempo depois, o texto proposto pela
União Nacional (RN, ex-Frente Nacional), de
extrema-direita, recolhia apenas 94 apoios.
Fonte: Jornal de Notícias
Ucrânia pede apoio para criar
“fundo de compensação”
com bens russos
O ministro da Justiça ucraniano pediu aos
aliados internacionais da Ucrânia apoio para
criar um fundo de compensação alimentado
por bens russos, que permita eventualmente
reparar os danos causados no país pela inva-
são russa.
Denys Maliuska fez este apelo numa confe-
rência de ministros da Justiça organizada pelo
Reino Unido e pelos Países Baixos com o obje-
tivo de obter apoio financeiro e de outros tipos
para o Tribunal Penal Internacional (TPI),
situado na cidade neerlandesa de Haia, depois
do mandado de captura que emitiu para o Pre-
sidente russo, Vladimir Putin, por crimes de
guerra.
O ministro ucraniano louvou o trabalho do
TPI, cuja jurisdição Kiev reconhece, embo-
ra não tenha ratificado os seus estatutos, mas
sublinhou a necessidade de a comunidade
internacional apoiar a Ucrânia no seu próprio
projeto, separado, de “criar um fundo de com-
pensação financeira pelos danos causados” no
conflito iniciado há mais de um ano.
Fonte: Notícias ao Minuto
Da atriz porno ao assalto do
Capitólio: os processos de Trump
O ex-presidente norte-americano Donald
Trump enfrenta uma série de ações judiciais e
investigações, mas é o caso de alegados paga-
mentos a uma atriz pornográfica que poderá
levar a uma acusação sem precedentes na his-
tória do país.
A pouco mais de um ano e meio das pre-
sidenciais de 2024, às quais será candidato,
Trump enfrenta ações vastas em quantidade
e em conteúdo, como processos civis decor-
rentes dos seus negócios pré-presidenciais e
acusações relacionadas com violações sexuais,
tentativas de anulação dos resultados eleito-
rais de 2020 ou retenção ilegal de documen-
tos confidenciais. Contudo, é o pagamento de
subornos à atriz pornográfica Stormy Daniels
que está a deixar o país em suspenso, com
Donald Trump a prever que será detido na
sequência desse caso.
Uma acusação formal de Trump, que procu-
ra regressar à Casa Branca em 2024, seria um
momento sem precedentes na história norte-
americana, o primeiro processo criminal con-
tra um ex-presidente dos Estados Unidos.
Fonte: Jornal de Notícias
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
“Humanidade caminha sobre
gelo fino” e precisa de reduzir
emissões para metade até 2030
O mundo necessita de reduzir para metade
as emissões de gases com efeito de estufa até
2030, para limitar o aquecimento global a 1,5
graus celsius neste século, adverte um novo
relatório da organização da ONU sobre Altera-
ções Climáticas.
Divulgado após uma semana de reuniões na
localidade alpina de Interlaken (Suíça), este
6.º relatório do Painel Intergovernamental
sobre Alterações Climáticas (IPCC na sigla em
inglês) sintetiza todos os outros cinco docu-
mentos elaborados pelos peritos desde 2015,
assinalando que na década de 2011-2020 o
planeta aqueceu 1,1 graus celsius (ºC) em rela-
ção aos níveis pré-industriais (1850-1900).
“A Humanidade caminha sobre gelo fino -
e esse gelo está a derreter rapidamente", disse
o secretário-geral das Nações Unidas, António
Guterres, adiantando que o mundo "necessita
de ação climática em todas as frentes - tudo,
em todos os lugares, ao mesmo tempo", numa
referência ao filme mais premiado na últi-
ma cerimónia dos Óscares, «Tudo em Todo o
Lado ao Mesmo Tempo».
Fonte: TSF
Moedas indigna estudantes
com inauguração de residência
universitária a preços
“incomportáveis”
Uma mensagem de Carlos Moedas na
rede social Twitter a inaugurar uma residên-
cia privada de estudantes provocou cente-
nas de comentários indignados devido aos
preços dos quartos: 700 a 1100 euros/mês.
“Inaugurámos a nova Residência de estudan-
tes no Campo Pequeno. Trabalhamos dia-
riamente para aumentar a oferta de habita-
ção: através do setor público e do privado, do
setor social e cooperativo”, escreveu o autar-
ca. “Não há vergonha na cara mesmo. Falta de
respeito por todos”, foi um dos mais de 500
comentários.
“Isto não resolve problema algum”, escreve
também um crítico, enquanto noutro comen-
tário se refere que “é preciso não ter pingo de
vergonha”.
A Federação Académica de Lisboa recusou
ir à inauguração. “Recebemos convite, mas
tomámos a decisão de não ir. Estes custos não
são comportáveis para a maioria dos estudan-
tes a frequentar o ensino superior”, disse ao
CM a presidente Catarina Ruivo, sublinhando
não estar contra as iniciativas privadas, des-
de que sejam “acompanhadas de uma aposta
pública a preços comportáveis”.
Fonte: Correio da Manhã
Renováveis com crescimento
recorde mundial de 9,6%,
apesar da crise energética
De acordo com as «Estatísticas de Capa-
cidade Renovável de 2023«, divulgadas pela
Agência Internacional de Energia Renová-
vel (IRENA), até ao final de 2022 a capa-
cidade global de geração de energia reno-
vável aumentou 3,4 TW, o que equivale a
uma capacidade instalada total perto dos 295
GW. Um aumento de 9,6% na implemen-
tação de energias no mundo, face a 2021).
Os números mostram que “a energia renová-
vel continua a crescer a níveis recorde, ape-
sar das incertezas globais, confirmando a ten-
dência descendente da produção de energia a
partir de combustíveis fósseis”, conclui a IRE-
NA em comunicado, acrescentando que “83 %
de toda a capacidade de energia adicionada no
ano passado foi de energias renováveis”.
Em 2022, a energia hidroelétrica repre-
sentou a maior quota da capacidade global de
geração de energia renovável com 1,3 TW. A
capacidade hidroelétrica renovável aumen-
tou em 21 GW no ano passado (+2 %), “uma
expansão consistente com os últimos anos”.
Fonte: Negócios
Ministra salienta que
“atos de indisciplina” nas
Forças Armadas “são intoleráveis”
A ministra da Defesa considerou que “atos
de indisciplina são intoleráveis” nas Forças
Armadas e que atitudes como a dos 13 milita-
res que recusaram embarcar no navio Monde-
go colocam em causa “o próprio país”.
“Os atos de indisciplina são intoleráveis nas
Forças Armadas, põem em causa a coesão,
põem em causa a segurança de todos e, por-
tanto, o próprio país, a nossa segurança cole-
tiva”, disse Helena Carreiras, no final de uma
reunião de ministros da Defesa e dos Negó-
cios Estrangeiros da União Europeia (UE), em
Bruxelas, na Bélgica.
Sobre o caso específico dos 13 militares que
no passado dia 11 se recusaram embarcar no
Navio da República Portuguesa (NRP) Mon-
dego alegando falta de condições de seguran-
ça, a ministra da Defesa Nacional insistiu na
necessidade de aguardar pelas averiguações
que estão a ser feitas pelo Ministério Público
e pelos “procedimentos requeridos no âmbito
do Código de Justiça Militar”.
Fonte: CNN Portugal
| o que os outros dizem… | 27
| sociedade
Os portugueses estão mais
infelizes, indica o relatório
da felicidade mundial
A Finlândia permanece como líder incon-
testada dos países mais felizes do mundo,
segundo o último Relatório Anual da Felici-
dade Mundial, que classifica a felicidade glo-
bal em mais de 150 países em todo o mundo e
que, desta vez, reflecte a felicidade no período
entre 2020 e 2022, precisamente os anos mais
duros da pandemia de covid-19. Portugal, tal
como no ano passado, mantém o 56.º posto,
sobretudo por causa de uma fraca generosi-
dade e pela crescente percepção de corrupção,
conclui o documento.
Tendo por base seis áreas-chave - rendi-
mento, apoio social, esperança de vida com
saúde, liberdade, generosidade e percep-
ção de corrupção -, as conclusões derivam
dos dados recolhidos através das sondagens
Gallup World para a Rede de Soluções para o
Desenvolvimento Sustentável das Nações Uni-
das nos últimos três anos, em que os países do
Norte da Europa se destacam pela positiva:
atrás da líder Finlândia, surge a Dinamarca,
em segundo lugar, e a Islândia, em terceiro.
Fonte: Público
Força Aérea pagou festas
e despesas domésticas
de oficiais e esposa
Sete homens com vínculo à Força Aérea,
incluindo oficiais, e a esposa de um deles
foram acusados pelo Ministério Público de
Aveiro de vários crimes, incluindo recebimen-
to indevido de vantagem, peculato, abuso de
poder, denegação de justiça e prevaricação. A
arguida, esposa de um oficial, foi acusada do
crime de usurpação de funções.
Os factos ocorreram no Aeródromo de
Manobra Nº 1 (AM1) da Força Aérea, na
Maceda, Aveiro, entre Outubro de 2018 a Abril
de 2021, e terão causado prejuízos ao erá-
rio público de mais de 230 mil euros. Segun-
do a acusação, o principal arguido, comprava
ou desviava bens para a sua residência parti-
cular, pagava despesas domésticas e benefi-
ciava de serviços de jardinagem e lavandaria.
Em épocas festivas recebia refeições para as
suas famílias ou para terceiros, sempre à cus-
ta da Base Aérea. Além disso, pagava trabalho
suplementar indevido a funcionários civis da
messe, realizava revisões de viaturas particu-
lares nas oficias da base, deixava que tercei-
ros usassem para fins pessoais a viatura afeta
exclusivamente ao seu serviço e não instaurou
os devidos processos de averiguações após aci-
dentes ou avarias dessa viatura em uso por ter-
ceiros. Com estas práticas terá lesado o Estado
em 195 mil euros.
Fonte: Jornal de Notícias
28 | ambiente |
Polémica em Lisboa
sobre o valor de um altar
Levantou-se recentemen-
te grande polémica em Lis-
boa, que ecoou com indigna-
ção pelo País. O motivo foi o
preço da construção do altar
onde Sua Santidade, o Papa
Francisco, presidirá às ceri-
mónias da JMJ.
A construção rondava cin-
co milhões de euros! Digo:
rondava, porque já foi redu-
zida a quase metade.
Acrescente-se ainda que
a despesa para a realização
do evento, sobe a dezenas
de milhões, mesmo com a
redução drástica, que se fez
atualmente!
Os católicos ao tomarem
conhecimento da colossal
despesa, dividiram-se; e os
não crentes, aproveitaram,
a ocasião, para criticarem a
Igreja.
Uns, lembram, com razão:
que o País é pobre. A misé-
ria alastra, devido à Covid e
à guerra que explodiu à porta
da Europa Ocidental; acres-
centam ainda, que grande
franja da Classe-Média, já se
inclui no limiar da pobreza,
principalmente as famílias
que vivem com um só salário
ou pensão.
Argumentam outros, igual-
mente com razão: que nem
sempre teremos, entre nós,
o Papa; o dinheiro empre-
gado terá retorno certo, e
as estruturas servirão para
outros eventos; a JMJ atrai-
rá jovens de todo o mun-
do, e com eles, jornalistas
e sacerdotes, que gastarão
muito dinheiro, e além dis-
so, será um bom investimen-
to turístico.
Pode ser que seja assim.
Mas será bom recordar, que
o mesmo se dizia ao constru-
írem-se os Estados de Fute-
bol, ao levantarem a Expo, até
o Centro Cultural de Belém;
mas, terminando os eventos,
a população, em geral, ficou
tão pobre como era.
Quem me lê, diga com
sinceridade:
Ficaram a viver mais desa-
fogados? Subiram os salá-
rios? As pensões e o bem-es-
tar do povo após esses even-
tos? Não creio.
Todos sabemos que o
Estado não tem condições
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
opinião
Humberto
Vigilantes
Pinho da Silva
da Natureza
identificam
infratores na
Reserva do Garajau
de pagar a totalidade, que
é devido ao professorado,
nem aos reformados, e mui-
to menos pagar salários e
pensões a nível europeu;
por isso é difícil compre-
ender como pode despen-
der milhões para atividades
religiosas.
U
Será que o Papa irá con-
cordar com tanto luxo? Creio ma equipa do Cor- que o mesmo apresenta-se a sul ou, em caso de dúvi-
que não. Se bem conheço po de Vigilantes em boas condições para con- da, nunca antes dos 600m da
Sua Santidade. Não é ver- da Natureza iden- sumo e, em caso afirmativo, costa.
dade que adotou o nome de tificou dois infra- posterior entrega a uma insti- Entre outras interdições,
Francisco? Não se preocu- tores e procedeu tuição de solidariedade social nesta reserva natural par-
pa com os necessitados de à apreensão do produto da do Funchal. cial é proibido: o exercício
Roma e de todo mundo? Não atividade de apanha ilegal A Reserva Natural Parcial de quaisquer atividades de
é Ele homem simples, como de lapas e caramujos, prati- do Garajau localiza-se a leste pesca, comercial ou despor-
Jesus? cada dentro dos limites da do Funchal. Conta uma exten- tiva; a caça submarina; o uso
Além disso os que vêm a Reserva Natural Parcial do são de, aproximadamente, de qualquer tipo de rede; a
Lisboa serão todos crentes Garajau. seis milhas e tem como limi- navegação com embarcação
ou alguns meros turistas? Todo o produto desta ati- tes a Ponta do Lazareto, a motorizada.
Meio fácil de viajar a preços vidade ilegal será transporta- oeste, e a Ponta da Oliveira, a O expediente contraor-
módicos? do para os serviços da Dire- leste. A área protegida esten- denacional seguirá agora os
Concluindo: recorde-se a ção Regional de Pescas, para de-se entre a linha da preia- necessários trâmites proces-
visita do Santo Arcebispo de pesagem e confirmação de mar e a batimétrica dos 50m suais. n
Braga ao Concilio de Trente,
onde teve oportunidade de
conviver com Sua Santidade.
E de lhe criticar as colossais
despesas:
Visitando o jardim Bel-
veder, O Papa mostrou-lhe
o que pretendia construir.
Então sugeriu-lhe: " Porque
não faz lá na sua Braga uns
paços como aquele?"
- " Santíssimo Padre –
respondeu-lhe o Arcebispo
– não é de minha condição
ocupar-me em edifício que o
tempo gasta.
- " Pois o que vos parece
desta minha obra?
- " O que me parece San-
tíssimo Padre, é que não
devia curar Vossa Santidade
de fabricar, que cedo ou tar-
de, hão-de acabar. E o que
digo delas é que, de tudo
isto, pouco e muito pouco e
nada, e do edifício temporal
das Igrejas seja mais do que
se faz; mas no espiritual, ai
sim, que é razão ponha Vos-
sa Santidade toda a força e
meta todo o cabedal dos seus
poderes."
A que o Papa respondeu:
- " Não fui autor dela,
que não sou amigo de gas-
tar dinheiro em vaidades;
achei-a começada, folgarei
de a acabar." - " Vida de Fr.
Bartolomeu dos Mártires",
por Frei Luís de Sousa. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023
Campanha de adoção:
dez animais, seis cães
e quatro gatos
Decorreu entre os dias 6
e 20 de Março, nos centros
comerciais La Vie, Fórum
e Madeira Shopping, a pri-
meira campanha de ado-
ção de animais do Canil do
Vasco Gil de 2023, que foi
promovida pela Unidade do
Bem-Estar Animal da Câma-
ra Municipal do Funchal.
Estiveram, em exposi-
ção, com imagens dos ani-
mais, em tamanho quase
real, acompanhadas por um
texto sobre a sua história e
caraterísticas, um total de
65 animais, 48 cães e 17
gatos, cuja vida, até à data,
era passada numa jaula do
Canil do Vasco Gil. Como
resultado desta exposição
foram adotados um total
de 10 animais, 6 cães e 4
gatos.
A autarquia conside-
ra muito positiva a inicia-
tiva realizada com o apoio
fundamental dos centros
comerciais, notando-se,
neste período, um aumen-
to significativo no núme-
ro de contactos telefónicos,
visitas ao canil e às instala-
ções da Causa Animal, na
Rua da Alegria, bem como o
interesse pelos animais em
exposição e a procura por
outros que ainda permane-
cem no canil. n
| ambiente | 29
opinião
Manuel Pegado
Um olhar…
Diariamente acordamos e enfrentamos a nos-
sa rotina, tipicamente preenchida pelos padrões
comuns. O aroma do café, o ruído dos veículos
motorizados, a intensidade da luz solar ou artificial
são alguns dos estímulos a que estamos submetidos
e nem nos damos conta. E assim mantemos os horá-
rios, compromissos e os vários espaços que preen-
chem, impedindo que tenhamos oportunidade de
sair da norma. Regularmente não contemplamos o
nascer ou o pôr do sol, o início de uma nova esta-
ção, o canto dos pássaros ou a beleza das levadas. O
nosso sistema sensorial está tão carregado de estí-
mulos inadequados e inconvenientes, que caminha-
mos inconscientemente sobrecarregados. A nos-
sa educação formal e sobretudo, a cívica, não cos-
tuma nos preparar para que tenhamos a informa-
ção suficiente para gerir tanta carga emocional. O
que nos torna prisioneiros das tradições e costumes
obsoletos? “Temos que falar sobre libertar mentes,
tanto quanto sobre libertar a sociedade.” – Angela
Davis. Continuamos confinados a ideias e concei-
tos ortodoxos, que nos impedem da evolução cívi-
ca. A riqueza da biodiversidade nos lembra do espa-
ço próprio para a manifestação da individualidade
e deixa clara a expressão da essência única de cada
ser. Preferimos manter os nossos hábitos que con-
tinuam a negar a liberdade, deixando-nos enclausu-
rados na nossa própria ganância. E que tal utilizar-
mos a nossa inteligência a serviço do planeta, como
um todo? Respeitar todas as formas de vida, sejam
elas animais humanas, não-humanas, vegetais e/ou
minerais? Os animais não-humanos continuam a
ser tratados como meras mercadorias ou objetos…
Nem mesmo os que estão mais próximos de nós, os
cães e os gatos, são respeitados e, diariamente são
maltratados e/ou abandonados. Que tipo de pesso-
as seríamos nós ao menosprezar, causar qualquer
tipo de sofrimento e dor aos animais não-huma-
nos? Seja ele um cão, um pássaro, uma lagartixa,
um cavalo, um gato, uma ovelha, um golfinho, uma
baleia… entre tantos outros animais. “A libertação
animal também é uma libertação humana.” – Peter
Singer. Temos a oportunidade para evoluir e pro-
gredir socialmente, pois não precisamos gostar e/
ou entender as várias formas de vida…, mas é nosso
dever respeitar! Aprender e refletir traz-nos rique-
za e permite-nos que possamos crescer enquanto
coletivo consciente. Um olhar atento, empático e
nutrido de respeito faz toda a diferença, pois assim
coabitamos na nossa casa planetária. Um propósi-
to e princípio primordial deste grande ecossistema
é que transmutemos e convivamos no seio das dife-
renças que são próprias de cada grupo existente.
Aquela postura anacrónica e rígida apenas condu-
ziu-nos para os estragos constantes, que até então
temos presenciado. Sejamos sábios e gentis e, res-
peitemo-nos individual e coletivamente, enquan-
to animais humanos e não-humanos. “Os animais
não existem em função do ser humano, eles pos-
suem uma existência e um valor que lhes são pró-
prios. Uma moral que não incorpore esta verdade é
vazia. Um sistema jurídico que a exclua é cego.” –
Tom Regan. n
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30 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023

“Fim imediato”
dos Vistos Gold

A
habitação voltou Funchal em particular, foi xos salários, a precarieda- não gera riqueza nas locali- mente, devemos exigir mais
a ser tema de des- uma das regiões do país de sem fim dos trabalhado- dades e que serve apenas o ao Governo, que não derra-
taque por par- em que mais aumentou o res, o aumento substancial propósito de atribuir acesso ma um único euro do orça-
te do Bloco de preço da habitação ao lon- do custo de vida e a subi- ao espaço europeu a quem mento regional para cons-
Esquerda Madei- go de 2022. “A aposta na da das taxas de juro, torna- tem dinheiro, independente- trução de nova habitação”.
ra. Segundo comunicado construção de habitação de se impossível comprar casa mente da sua proveniência. Remata: “O dinheiro exis-
enviado à redação, a coorde- luxo, diversas vezes elogia- e, para a nossa juventude, é Já sabemos que, demasia- te. Está é a ser aplicado em
nadora regional, Dina Letra, da por Albuquerque, total- cada vez mais difícil consti- das vezes, de origem duvido- investimentos que não são
reforça que “o que se pas- mente dirigida ao mercado tuir família e sonhar com um sa”. Sublinha ainda: “A isto prioritários para os madei-
sa na habitação na Madei- dos Vistos Gold e dos fundos futuro. No entanto, este é um acresce o facto de termos renses e que se destinam a
ra é dramático e um flagelo de investimento, que o PSD- problema transversal a diver- perto de 5.000 famílias em ser concessionados a ter-
para quem cá vive e procu- CDS defende a todo o custo, sas gerações. Gostaríamos lista de espera por uma habi- ceiros, num círculo restrito
ra uma casa para viver, seja está a expulsar os madeiren- aliás de saber quem são os tação condigna. Exigem-se de privilegiados do regime.
para comprar ou arrendar. ses dos seus lugares. A pro- jovens que irão beneficiar da também aqui respostas do Como exemplo deste contí-
E, mais uma vez, o Gover- liferação, sem controlo, do habitação a preços controla- governo PSD, há quase cin- nuo desbaratar de dinhei-
no Regional do PSD-CDS alojamento local, que ocu- dos, já que comprar casa, em co décadas no poder e, por ros públicos em obras des-
em vez de defender o direito pa prédios habitacionais nos planta, por 240 mil euros é, isso, o único responsável por necessárias, deixamos os 20
dos madeirenses à habitação centros das cidades e um seguramente, para um grupo este grave problema. Fruto milhões para o campo de
põe-se ao lado do sector imo- pouco por toda a ilha, mui- muito, mas muito restrito”. do PRR, o Governo Regio- golfe da Ponta do Pargo, os
biliário e da construção, dos tos deles alvo de reabilita- O Bloco de Esquerda defen- nal poderá mitigar o pro- 33 milhões de euros para
estrangeiros que compram ção urbana e de benefícios de “o direito dos madeiren- blema da habitação, embo- o teleférico do Curral das
casas de milhares de euros e fiscais,com o dinheiro dos ses a uma habitação acessí- ra o número de habitações a Freiras, os 12 milhões para a
dos fundos imobiliários que contribuintes madeirenses, vel, o direito a viverem nos construir esteja a ser revis- estrada das Ginjas ou ainda
apenas pretendem o lucro estão a retirar gente aos cen- seus lugares, bem como o fim to regularmente - já foram os 6,5 milhões de euros para
do investimento e que em tros urbanos e a fazê-los per- imediato dos Vistos Gold, que 1.400 e os últimos núme- mais um campo de futebol,
nada desenvolvem a RAM”. der a sua identidade”. Conti- existem sem qualquer escru- ros conhecidos apontam desta feita em Câmara de
Refere que a Madeira, e o nua: “Juntando a isto os bai- tínio a quem os requer, que para 800. Mas, principal- Lobos”. n

Redacção e Paginação: 9300 Câmara de Lobos – Secretariado de Redacção: Departamento Comercial:

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Fotografia O Liberal (Madeira),
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Patrícia Spínola, Pedro Oliveira, Ricardo Freitas,
Roberto Fernandes, Rui Almeida e Teresa Leça.
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Tiragem: 7.000 exemplares
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 24 de março de 2023 | Cocktail | 31

Drink Pool Garden

Composição: Preparação: Categoria:
Sumo de laranja Preparado em taça de vidro Drink Refrescante. Large
Sumo de tangerina larga. Drink. Drink para partilhar
Sumo de melão em convívios de grupos.
Vinho branco Acompanhamento:
Licor de aniz Para acompanhar o drink, Decoração:
Laranjada com gás recomendo uma bela bandeja Decorar com flores
Gelo frappe de camarão. comestíveis.

O verdadeiro tesouro! Ajuda a resolver!

Está dentro de Ti!
Procura-o e descobre!
Tens o código de acesso!
Aprende a usá-lo!
Conserve o seu bom humor!
Distribua essa riqueza!
Do seu interior!
Com muito amor!
Todas as horas do dia!
Com muita paz e alegria!
Gestos delicados!
Palavras amáveis!
Sorrisos carinhosos!
Boas ações!
Estas atitudes!
De aparência simples!
Realizam, muitas vezes!
Verdadeiros milagres!
O bom humor!
Prolonga a sua vida!
Todas as dificuldades!
Sorria para a vida!
E a vida lhe sorrir-lhe-a!
Quem não trouxer consigo!
Um sorriso nos lábios!
Não abra um estabelecimento!
Nem atenda ao balcão!
As pessoas alegres!
E bem humoradas!
São uma benção!
Na nossa sociedade!
Elas espalham esperança!
Muita alegria!
Por onde passam!
Uma pessoa sorridente!
É uma pessoa bem iluminada!
Todos esses dons!
Estão no seu cofre guardado!
Deixe ele bem cerrado!
Fernando Olim

Com o patrocínio da Associação Barmen da Madeira.

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Ruído na Zona Velha

“A Câmara não ouve

e finge que não vê”

O
ruído na Zona e obrigado" tivemos direito. cor. Não é difícil concluir que ra de que a CMF faça cum- pela PSP. Se estamos erra-
Velha da Cidade É este o respeito democrático a entidade que pode, e tem prir a Lei Geral do Ruído dos, que o demonstre a CMF.
do Funchal foi, que mora na Praça do Municí- a obrigação, de resolver este e o que o PDM determina Que mostrem quantas enti-
novamente, abor- pio. Nove meses em que nada problema é a Câmara Muni- ao considerar aquela parte dades na Zona Velha foram,
dado por Nuno foi decidido, nada foi resol- cipal do Funchal”. Continua: da cidade como zona mista”. por si, autuadas”. Remata:
Morna, Coordenador Iniciati- vido”, aponta. “Pedimos reu- “Esta falta de resposta da Realça que “todos merecem “Toda esta situação é vergo-
va Liberal Madeira. “São mais niões com várias entidades Câmara Municipal do Fun- o seu descanso e a lei existe nhosa e é tratada com desres-
uns dias, umas semanas, uns sobre o assunto. A CMF foi a chal não nos espanta, uma para nos proteger nos casos peito e indignidade. A CMF,
meses, uns anos. única entidade que não se dig- vez que foi por ela recebi- de ruído excessivo. Entre as o seu presidente e o verea-
O tempo vai passando e nou responder. Nem por cor- do um abaixo assinado com 23:00h da noite e as 07:00h dor do pelouro são incapa-
os moradores da Zona Velha tesia. Demonstrou desrespei- cerca de 120 assinaturas de da manhã, ninguém pode ser zes, pois constantemente ver-
desesperando. A agitação, o to por esta estrutura partidá- moradores em 8 de Outubro incomodada por ruído que lhe gados aos interesses instala-
ruído, impedem que quem lá ria, o que nem consideramos de 2021, ao qual também não prejudique o descanso. Caso dos. Não mandam nada na
vive tenha direito ao seu des- grave ou não expectável, mas, responderam. Nem depois de o barulho persista passado o cidade e desrespeitam os seus
canso com qualidade”, afir- acima de tudo, desrespeitou há seis meses, ter voltado a determinado pela lei, as pes- munícipes. A CMF não apli-
ma em comunicado enviado à quem ali vive e não consegue ser pedido novo deferimento soas podem tomar medidas e ca a lei. A CMF está, no que
comunicação social. “No dizer descansar, pessoas esgotadas, ao referido documento”. Diz contactar as autoridades res- a este assunto diz respeito,
da Câmara Municipal do Fun- tanto física como psicologica- ainda: “A Câmara do Funchal ponsáveis”. Acrescenta: “A lei do lado de fora da lei”. Fina-
chal agora é em Abril, quando mente”, refere. faz como os três macacos: não determina multas pesadas a liza referindo: “Deixamos
aqui há uns meses era até ao Nuno Morna afirma: fala, não ouve e finge que não pagar, tanto para singulares aqui o ruído por volta da uma
final do ano. E adiam, adiam, “Fomos recebidos pela ARAE vê. Desde 2007 estão os por- como para empresas. Nada da manhã, num destes dias.
adiam, e quem lá vive deses- e pela PSP. A Provedoria de tugueses protegidos do ruí- do que acima vai descrito é Gostaria o Sr. Presidente da
pera. Há nove meses pedimos Justiça informou-nos que tem do, garantindo a lei uma noi- aplicado na Zona Velha do Câmara de viver a 50m des-
uma audiência à CMF para um inquérito a decorrer e que te sossegada e retemperado- Funchal. Mesmo as queixas ta fonte de barulho? Gosta-
ouvirmos a sua argumentação nos informaria do seu resulta- ra. Continuam, com cada vez e o excesso de ruído, nun- ria o vereador com o pelou-
sobre o assunto. Nem a uma do. Inquérito complicado do menos paciência, os mora- ca resultam em multas, mes- ro, João Rodrigues de viver a
resposta com um "boa tarde qual terem ainda não vimos a dores da Zona Velha à espe- mo com processos abertos 50m desta algazarra?”. n SS
 “A Madeirensidade”
O Parlamento madeirense foi palco da sessão de abertura da confe-
rência promovida pela SEDES – Associação para o Desenvolvimen-
to Económico e Social subordinada ao tema “A Madeirensidade”,
seguida de inauguração de uma exposição alusiva ao mesmo tema.
TRIBUNA da MADEIRA Fotos: DR
Este suplemento faz parte do TRIBUNA DA MADEIRA de sexta-feira, 24 de março de 2023

AF_256x52_Rodape_GamaSEAT_CIAM.ai 1 13/01/2023 16:19

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 Assembleia geral nacional das Vespas
A Madeira acolheu, no fim de semana passado, os clubes nacionais
que se dedicam à defesa da cultura existente em torno da utiliza-
TRIBUNA da MADEIRA ção dos veículos de marca Vespa. Foi uma boa oportunidade para
o clube organizador, as Vespas Madeira, para promover o destino
Madeira e os produtos típicos regionais como o Vinho da Madeira e
a gastronomia. Fotos: DR

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 “Procissão do Encontro”
O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel
Rodrigues, participou na “Procissão do Encontro”, a partir da Igreja
TRIBUNA da MADEIRA do Colégio e que foi seguida de Eucaristia presidida pelo Bispo do
Funchal, D. Nuno Brás. Fotos: DR
 XII Congresso dos Juízes Portugueses
O Centro de Congressos da Madeira foi palco da sessão de encer-
ramento do XII Congresso dos Juízes Portugueses subordinado ao
TRIBUNA da MADEIRA tema “Democracia, Direitos, Desenvolvimento”. O evento contou
com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de
Sousa. Fotos: DR
TRIBUNA da MADEIRA

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 Volta de homenagem aos 50 anos
do Hospital Dr. Nélio Mendonça
TRIBUNA da MADEIRA
A Associação de Motociclismo da Madeira apresentou, no passado
dia 15, na Gare Marítima do Porto do Funchal, a Volta de homena-
gem aos 50 anos do Hospital Dr. Nélio Mendonça, bem como dos
20 anos do SESARAM. A caravana vai percorrer todos os centros de
saúde que funcionam até às 24 horas um pouco por toda a ilha,
numa iniciativa com contornos solidários. Fotos: DR
TRIBUNA da MADEIRA
PUB

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