TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

“Códigos de
conduta” para as
organizações
políticas
| Pág. 6
José Manuel Rodrigues defende voto eletrónico e
Semanário | Ano 23 | Nº 1216 Director: Edgar R. Aguiar modernização do sistema político. O Presidente da ALM foi
2 ,00 € Sexta-feira | 31 de março de 2023 tribunadamadeira.pt
orador na cerimónia comemorativa dos 118 anos do Rotary.

“lobbys colocam em
causa o espaço público”
“Exploração”
centra atenções
na Escola
Hoteleira’
Alunos são-tomenses queixaram-se da falta de
condições na Escola Profissional de Hotelaria e
Turismo da Madeira. Há partidos que exigem
explicações do Governo Regional. O primeiro-
ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice
Trovoada, não tem dúvidas que “Portugal é um
Estado de Direito” e que as instâncias nacionais
“saberão lidar com a situação”. | Pág. 10 e 11

Herlanda Amado, deputada municipal do PCP-M, aponta ser bem patente “a contínua protecção e cedência"
da Câmara Municipal do Funchal aos "interesses" que colocam em causa o acesso gratuito à Praia Formosa. | Pág. 32
Setor industrial
do tabaco tem
PS aponta “Desfasamento” entre as "relevante papel
necessidades do povo e as medidas económico"
que o Governo “não implementa” | Pág. 7
na Madeira | Pág. 22

Madeira quer “funcionamento adequado”

dos tribunais | Pág. 8 e 9

“O PSD-M é a Sara Cerdas

voz do poder questiona Ryanair
económico” sobre novas rotas
A coordenadora nacional do Bloco de para o Porto Santo
| Pág. 30
Esquerda esteve na Madeira para uma iniciativa
política com os candidatos às eleições
legislativas regionais. Catarina Martins disse
não ter dúvidas de que o BE vai regressar ao
Volta à
Parlamento Regional. Sobre a governação do
PSD-M, no poder há mais de 40 anos, apontou
Madeira doou
que “há o controlo, uma rede clientelar que faz equipamentos
com que se vão prolongando no poder sem na
verdade dizerem muito às pessoas”. | Pág. 4 e 5 ao Sesaram | Pág. 24 e 25

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Luís Miguel Vieira Mão Cheia | 31 de março de 2023

2 | semeador |
Índia – Parte 2
aNTÓNIO B. CRUZ
abcruz291@gmail.com
O grupo.
O grupo era de 40 pessoas
que se juntavam em Deli no
segundo dia de viagem, já que
o primeiro tinha sido dedica-
do às horas de voo e de aero-
porto, e que vinham dos mais
distintos lugares do país. Um
casal da Guarda, outro de Via-
na do Castelo, gente de Coim-
bra e do Alentejo e do Algar-
ve e do Porto e de Lisboa e da
margem sul.
O grupo, enquanto gru-
po que é, tem de funcionar
como um todo, como uma
célula que não se pode, em
algum momento, fragmentar
sob pena de as coisas des-
carrilarem. E quando falo de
coisas a descarrilar falo de
pessoas que se perdem, de
atrasos comprometedores, de
fricções que possam surgir no
grupo entre pessoas que não
se conhecem de lago algum.
Não é novidade. Infelizmente
é quase uma norma.
Pelo que as minhas pri-
meiras palavras dentro de um
autocarro vão sempre no sen-
tido de alertar as pessoas para
o respeito que é necessário
ter para com o próximo em
toda a viagem. É feio deixar
os companheiros de viagem,
pontuais, à espera dentro do
autocarro porque alguém se
marimbou no despertador,
foi impontual e comprome-
teu a hora da saída do gru-
po com todas as repercussões
que daí podem advir.
Acompanhar grupos é um
exercício de repetição e de
paciência.
Por mais informações que
se dêem aos participantes, há
sempre alguém que está a
dormir no autocarro e não
ouve. Há sempre alguém que
está na palheta com o vizi-
nho do lado e não ouve. Há
sempre alguém que está com
a cabeça enfiada no telemó-
vel e não ouve. E estes exem-
plares da desatenção acabam
por vir perguntar, alguns até
várias vezes, o que é que foi
dito pelo líder do grupo. A
tal paciência e capacidade de
tolerância para com os des-
respeitadores é um substanti-
vo que deve acompanhar o tal
líder do grupo.
Depois há os que são pal-
radores de nascença ou por
convicção.
O que também obriga a
uma capacidade de paciên-
cia e tolerância que são exigi-
dos ao líder do grupo. Ouvir
histórias de pessoas que não
conhecemos de lado algum
e que não nos acrescentam
nada, é um dever de ausculta-
ção que devemos exercer,
Quero lá saber se o Antó-
nio Manuel quando andava
na guerra do ultramar con-
seguiu comprar um carrinho
usado por 650$00 (escudos).
Quero lá saber se a prima da
vizinha da dona Alzira já este-
ve na Turquia em 1996 e ado-
rou a viagem. Quero lá saber
se o António da Conceição
tem tosse alérgica ou aler-
gia ao caril. Tenho apenas de
ter em consideração que não
pode comer caril e tenho de
encontrar uma solução jun-
to dos restaurantes por onde
iremos andar.
A Sofia reclama de ter
andado descalça no tem-
plo dos Sikh em Deli. Por-
que o chão da cozinha indus-
trial onde se servem, de bor-
la, 5000 refeições por dia a
gente necessitada, estava gor-
duroso e podia ter escorrega-
do e partido um braço pois
ainda recentemente foi ope-
rada a uma clavícula. E recla-
ma porque não gosta da reli-
gião Sikh. Então em que fica-
mos Sofia? Era o chão que
estava gorduroso e perigoso
ou o ódio a esta religião em
concreto?
A Jaquelina entrou num
episódio de vómitos porque
comeu algo que não deveria
ter comido. A Lurdes entrou
num episódio de diarreia por-
que ao pequeno-almoço pôs-
se a misturar leite com melan-
cia. O Daniel, rapaz jovem, ao
terceiro dia tinha os pés incha-
dos de tal forma que tive-
mos de chamar o médico ao
hotel. Era um dos componen-
tes da medicação para a ten-
são alta que em Portugal não
faz efeito mas que na Índia,
devido ao extremo calor e ao
sermos a andar muito, reage
desfavoravelmente.
O Carlos, diabético, meteu-
se a fazer umas misturas de
comidas que redundou em
uma noite de vómitos conse-
cutivos e diarreias em cata-
dupa. Tiveram de chamar o
médico às três da manhã. E
no dia seguinte estava que
parecia um zombie, pois os
seus níveis de glicémia anda-
vam tão por baixo que mal se
conseguia mexer.
O António Manuel é um
chato encartado. Fala pelos
cotovelos abrindo a boca toda
e gafanhoteando todos em
redor. Fala muito, demasia-
do, com as mãos, incomodan-
do os circundantes. É um cha-
to como poucos tenho encon-
trado. Repete-se em histórias
mirabolantes. Gesticula de tal
forma que só apetece des-
membrá-lo. Falta alto e diz-se
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
perito em comunicação. E
acusa-me, logo no primeiro
dia no aeroporto de Frankfurt
quando estávamos em esca-
la, de ser um mau comunica-
dor. Pobre António Manuel,
mal sabe ele o que este Antó-
nio já fez e continua a fazer
em termos de comunicação.
Ora a acusação advinha de o
grupo no aeroporto estar des-
membrado pois uns vão para
a casa de banho, outros vão
fumar, outros vão tomar um
café, outros vão para as lojas
e blábláblá.
Meu caro António Manual,
tive de lho dizer logo ali e na
sua cara irritada, nos aeropor-
tos cada um anda como e por
onde lhe apetecer. É impos-
sível um grupo ser controla-
do num aeroporto, daí o líder
dar livre trânsito a cada um
sabendo cada um que à hora
de embarque tem de estar na
porta. É simples.
Depois, durante o voo para
Deli, viria a pedir-me descul-
pa da sua atitude.
Está desculpado, António.
E tome lá um aperto de mão
para registar a desculpa.
A Margarida é aquela que
acorda 15 minutos antes de
o grupo sair do hotel. E em
15 minutos tem de se duchar,
vestir e tomar o pequeno-al-
moço. É um stresse dos dia-
bos pois ficamos sempre na
dúvida acerca do atraso com
que iremos sair.
A Margarida teve o retorno
desta sua postura em Jaipur.
Na sua correria matinal de
chegar a tempo com o pouco
tempo de que dispunha, colo-
cou a sua mala para ir para o
nosso autocarro, num grupo
de malas de um outro grupo
que também iria sair do hotel
naquele dia.
Ora só seu deu conta dis-
so quando chegámos ao aero-
porto de Deli para voarmos
para Goa. Ou seja, já era tar-
de. Ficou a modos que em
pânico e lá tive de acalmá-la
e garantir-lhe que a mala iria
estar com ela no dia seguin-
te. Mal fazendo eu ideia por
onde a mala poderia andar…
Descobriu-se ao final do
dia que a mala tinha segui-
do viagem no autocarro do
outro grupo e que se encon-
trava em Agra. Bem, do mal
o menos, pelo menos sabía-
mos do seu paradeiro. Agora
era ver como fazer chegar a
mala a Goa. Lá se pôs o nosso
agente local em campo mon-
tando uma verdadeira rede
de contactos, que até deram
origem a um grupo no Wath-
sapp (luggage of Ana), com 9
participantes e mais de 120
mensagens trocadas. A mala
acabaria por ser despachada
no dia seguinte e passadas 48
horas estava em bater à porta
do quarto da Margarida para
lhe entregar a dita cuja. Foi
brincadeira para 100,00€,
entre despacho de bagagem
pela companhia aérea e servi-
ços de transportes terrestres.
O Zé Manel é mais um
daqueles sem respeito pelo
próximo. Põe-se a fumar os
seus cigarros aquecidos a
horas em que o resto do gru-
po está já no autocarro à sua
espera. Pede constantemente
para ir à casa-de-banho pois
a sua próstata anda incha-
da como uma bexiga de por-
co. É dos que tece considera-
ções pseudo-filosóficas acer-
ca de tudo e mais qualquer
coisinha.
De resto?
De resto o grupo deu-se
bem a quase 100%, havendo
sempre os que me vêm cri-
ticar, e com alguma razão, é
certo, o comportamento des-
respeitoso de alguns compa-
nheiros de viagem. Os que
me dão parabéns por isto e
por aquilo. Os que deixam
as suas notas, observações e
sugestões quanto ao itinerá-
rio e quanto ao que deve ser
corrigido. E bem.
De resto foi uma viagem
muito bem conseguida e com
saldo muito positivo, ainda
que não tenha sido perfeita.
As mazelas foram resolvidas
ao longo da viagem e os ado-
entados melhoraram e fica-
ram bons. Até os quem, mais
tarde, viriam a dar positivo
à covid, esse bicharoco que
continua a andar por aí mas
já sem perturbar a vida da
comunidade ou de um mun-
do inteiro.
Venha a próxima! Que será
já para o Japão no final do
mês de Março. São 33, a ida-
de de cristo. Será que vou
ter milagres durante a via-
gem? n
 TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
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CERTIDÃO
CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL
JOSÉ RODRIGUES FERNANDES
Praça da ACIF, 9000-044 Funchal
(POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO)
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu Cartório
Notarial e no livro de notas para escrituras diversas número duzentos e setenta
- G, exarada a folhas setenta e oito, se encontra exarada uma escritura de
JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, outorgada hoje, na qual Fernando Renato
Rodrigues, NIF 143.824.830 e mulher Maria Lucília de Jesus Rodrigues,
NIF 144.954.036, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos
naturais da freguesia e concelho de Câmara de Lobos, onde residem à Estrada
de Santa Clara nº 296, titulares dos respetivos cartões de cidadão nº 08279397
2ZX7 válido até 27/04/2031 e 06648219 4ZX7, válido até 27/04/2031,
respetivamente, ambos emitidos pela República Portuguesa; se afirmam donos
e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio rústico, com a área
mil setecentos e dez metros quadrados, situado em São Lourenço, Lugar do
Curto, freguesia da Fajã da Ovelha, concelho da Calheta, a confrontar a norte
com Manuel Sardinha, sul e leste com António Sardinha Tomaz e oeste com
Lourenço Sardinha, inscrito na matriz predial, em nome de José Correia, sob o
artigo 22685, com o valor patrimonial de € 1,76, não descrito na Conservatória
do Registo Predial da Calheta; ao qual atribuem o valor de cem euros. Que
o identificado prédio foi adquirido pelos justificantes, no estado de casados,
no ano de mil novecentos e oitenta e sete, por compra verbal e não titulada a
Manuel Sardinha e mulher Maria da Luz Sardinha, casados que foram sob o
regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em São Lourenço,
Fajã da Ovelha, Calheta; os quais, por sua vez, o haviam adquirido por compra
verbal e não titulada, em data que desconhecem, a José Correia, solteiro, maior,
residente que foi ao dito sítio de São Lourenço. Assim, desde aquele ano, os
justificantes estão na posse e fruição daquele imóvel, posse que mantiveram
sem interrupção até hoje, usufruindo de todas as suas utilidades, cultivando e
colhendo todos os seus frutos e suportando os respetivos impostos e encargos,
tendo adquirido e mantido a sua posse sem oposição de quem quer que fosse e
com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública, pacífica,
contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que adquiriram
aquele imóvel por usucapião, não tendo, dado o modo de aquisição, documento
que titule o seu direito de propriedade. É parte certificada e vai conforme o
original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique,
modifique ou condicione a parte transcrita.
Funchal, 23 de março de 2023.
O Notário,
Isabel Filipa Pestana Pinto Ferreira
Conta registada sob o nº 1365
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CARTÓRIO NOTARIAL
NO FUNCHAL DE ISABEL FILIPA
PESTANA PINTO FERREIRA
Rua do Carmo, nº. 11, Sé, Funchal
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, iniciada
a folhas 42 do livro de notas número 85-A, deste Cartório, Maria Irene de
Abreu Ornelas, e marido António Arnaldo Gomes de Ornelas, ambos naturais
da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos,
residentes na Rua Padre António Sousa da Costa, número 131, freguesia
do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, casados
no regime da comunhão de adquiridos, afirmam-se donos e legítimos
possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico, localizado em
Furneira, freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de
Lobos, com a área de mil trezentos e quinze metros quadrados, composto
por cultura arvense de sequeiro, pomar de cerejeiras e terreno estéril, que
confronta a norte com Conceição Cesária Pereira, sul com António Arnaldo
Gomes Ornelas, nascente com José Jaime Gonçalves e a poente com César
Diogo Fernandes Ramos, inscrito em nome de João Gomes Bonifácio
Arrozinho, na matriz cadastral respetiva, sob o artigo 19 da secção “EW”,
com o valor patrimonial de € 46,09, não descrito na Conservatória do
Registo Predial de Câmara de Lobos – prédio a que atribuem o valor de
mil euros.
Que o referido prédio veio à posse dos ora justificantes, já no estado de
casados, no ano de mil novecentos e setenta e quatro, por doação verbal
que lhes foi feita pelos pais da justificante mulher, João de Abreu e Mónica
Cecilia Ferreira, residentes ao Sítio do Garachico, freguesia do Estreito
de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, sem que tenha sido
lavrada a competente escritura pública.
Estão assim, os justificantes na posse do identificado prédio, em nome
próprio e desde o referido ano de mil novecentos e setenta e quatro, posse esta
pública, pacífica e de boa fé e assim, contínua e ininterruptamente à vista
de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um proprietário,
usufruindo o referido bem, pagando as respetivas contribuições, procedendo
à sua limpeza e conservação e colhendo, inclusive, os respectivos frutos,
como se de prédio seu e de bem próprio se tratasse.
Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade do identificado prédio
a título originário – por usucapião.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Funchal, vinte e quatro de março de dois mil e vinte e três.
A Notária
Isabel Filipa Pestana Pinto Ferreira
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Inquérito
CERTIDÃO
CARTÓRIO NOTARIAL online
DE GABRIEL JOSÉ RODRIGUES
FERNANDES O PSD-M e o CDS vão
Praça da ACIF, 9000-044 Funchal concorrer juntos às eleições
(POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO)
legislativas da Madeira
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
renovando a coligação desde
Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu Cartório Notarial
e no livro de notas para escrituras diversas número DUZENTOS E SETENTA E UM -G, 2019. Concorda?
exarado a partir de folhas 9, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO
NOTARIAL, outorgada hoje, na qual Conceição de Sousa Coelho Silva, NIF
103.961.372, viúva (casada que foi com João da Silva sob o regime da separação
Vote no site:
de bens), natural da freguesia e concelho de Câmara de Lobos, residente no Bairro tribunadamadeira.pt
de Santo Amaro, Bloco F, casa 10, freguesia de Santo António, concelho do Funchal,
titular do cartão do cidadão nº 04958330 1 ZX2, válido até 30/04/2028, emitido pela
República Portuguesa, declara que é dona e legítima possuidora, com exclusão de O Governo Regional informa
outrém, três quartas partes do prédio misto (rústico e urbano habitacional), localizado que a Madeira apresenta uma
ao Caminho do Jamboto, nº 40, Quinta das Freiras, freguesia de Santo António, concelho
do Funchal, com a área total de mil cento e quarenta metros quadrados, dos quais queda histórica no número de
vinte e cinco metros quadrados são de superfície coberta, inscrito na matriz predial, desempregados. Concorda?
a parte rústica sob o artigo 94 da secção AC, com o valor patrimonial de €108,94 e
a parte urbana sob o artigo 555, com o valor patrimonial de €6.719,30, descrito na
Conservatória do Registo Predial do Funchal sob o número seiscentos e noventa e nove,
daquela freguesia ali inscrito três quartas partes a favor de Laurinda do Espírito Santo
Silva e Sousa e marido João da Silva, casados no regime da comunhão geral de bens;
Maria Capitolina de Sousa e marido António Ambrósio Gomes, casados no regime da
comunhão geral de bens e de Francisco Luciano de Sousa e mulher Judite dos Ramos
de Sousa, casados no regime da comunhão geral de bens, na proporção de uma quarta
parte para cada, pela apresentação quatro, de vinte e seis de julho de mil novecentos
e oitenta e nove e uma quarta parte a favor da justificante pela apresentação dois, de
vinte e oito de junho de dois mil, adquirida por escritura de quinze de junho de dois
mil, que exibiu; ao qual atribuem o valor de seis mil oitocentos e cinquenta euros.
Que o prédio acima identificado lhe ficou a pertencer, no ano de dois mil e um,
ainda no estado de casada, por compra verbal não titulada, feita aos titulares inscritos
na Conservatória, Laurinda do Espírito Santo Silva e Sousa e marido João da Silva;
Maria Capitolina de Sousa e marido António Ambrósio Gomes e a Francisco Luciano
de Sousa e mulher Judite dos Ramos de Sousa, sem que na altura tivessem outorgado
a respectiva escritura.
Assim, desde aquela data, a justificante, está na posse do identificado prédio,
cultivando e colhendo todos os frutos, retirando dele todas as utilidades e suportando
os respetivos impostos e demais encargos, procedendo a melhoramentos no urbano,
habitando-o/dispondo-o, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do
direito de propriedade e na convicção de estar a exercer tal direito, à vista de todos e
sem oposição ou violência de quem quer que seja, situação que dura há mais de vinte
anos, de forma ininterrupta, pelo que adquiriu aquele prédio a título originário – por
usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título que legitime o seu
direito, o que titula por escritura de justificação notarial.
É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada
consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. sim não
Funchal, 27 de março de 2023.
O Notário, 0% 100 %
Gabriel José Rodrigues Fernandes
CARTÓRIO NOTARIAL
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PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da
Ponta do Sol, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura,
lavrada hoje, de folhas dezasseis a folhas sessenta e dois do livro de notas
para escrituras diversas número cento e noventa e sete, deste Cartório
compareceram:
IVO DE JESUS RODRIGUES e mulher ANA MARIA PESTANA PEREIRA
RODRIGUES, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais da
ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE
freguesia e concelho da Ponta do Sol, residentes à Rua Rio de Janeiro, Nº
26, freguesia de Santa Maria Maior, concelho do Funchal, que declararam:
Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do
seguinte imóvel:
Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado no Jangão, na
citada freguesia da Ponta do Sol, com a área de quatrocentos e cinquenta
e um metros quadrados, a confrontar a Norte com João da Silva Rodrigues,
a Sul com Maria da Luz Câmara, a Nascente com Manuel de Jesus Corte e
a Poente com Caminho do Jangão, inscrito na matriz sob o artigo 16488,
com o valor patrimonial atual e atribuído de três euros e oitenta e nove
cêntimos;
Que o referido prédio veio à posse dos justificantes, já no estado de
casados, no ano de mil novecentos e oitenta e sete por partilhas verbais
com os demais herdeiros por óbito de João Rodrigues Júnior e mulher Maria
de Jesus, já falecidos, casados que foram na comunhão geral de bens,
residentes que foram no Jangão, na citada freguesia da Ponta do Sol, sem
que nunca tivessem outorgado as respetivas escrituras.
Que desde então se encontra na posse dos Justificantes, portanto há mais
de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu
início, posse essa que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente,
com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso uma posse de boa
fé, pública, pacífica e contínua, sendo consenso que o imóvel lhes pertence,
pois praticam todos os atos inerentes à qualidade de proprietários.
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu
à aquisição do imóvel por usucapião, que invocam, justificando o seu direito
de propriedade para efeitos de registo, dado que essa aquisição não pode
ser comprovada por qualquer outro título extrajudicial.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Ponta do Sol, vinte e três de março de dois mil e vinte e três.
O Notário,
Nuno Vieira Barbosa
4 | entrevista | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

“O PSD é a voz do poder

económico na Madeira”
Afirma Catarina Martins .

A coordenadora nacional do Bloco de Parlamento Regional. Toda
a gente sente a falta do Blo-
Esquerda esteve na Madeira para uma co de Esquerda, nós vamos
iniciativa política com os candidatos às ter umas eleições regionais
numa situação económica e
eleições legislativas regionais. Catarina social muito complicada.
A Madeira é a Região do
Martins disse não ter dúvidas de que o país com mais pessoas em
BE vai regressar ao Parlamento Regio- risco de pobreza.
É uma Região se salá-
nal. Sobre a governação do PSD-M, no rios muito baixos, de medi-
das muito duras e que sen-
poder há mais de 40 anos, apontou
que “há o controlo, uma rede clientelar
tem bem a falta do Bloco
de Esquerda a defendê-las
que faz com que se vão prolongando
na Assembleia Regional da
Madeira.
no poder sem na verdade dizerem mui-
TM – Estas eleições
legislativas prometem
to às pessoas”. não ser fáceis?
CM – Bem sei que vai haver
muita Direita a fazer muito
Sara Silvino
ssilvino@tribunadamadeira.pt
Catarina Martins (CM)
– Sim. O Bloco da Madeira
barulho nestas eleições. Mas,
convenhamos, fazem muito
TM – Faz falta para dar
voz às necessidades da
população no Parlamen-
to Regional?
CM – Faz falta essa opo-
sição. As pessoas sabem que
hoje não há essa força na opo-
sição. As questões fundamen-
tais, da defesa de quem tra-
balha, da luta contra a preca-
“A Direita faz muito
barulho mas tudo
o que querem
é ser parte do
Governo de Miguel
Almada foi um representan-
te incansável e está dispos-
to a sê-lo, novamente, com a
Dina Letra e eu acho isso fun-
damental. Acho que estas são
as eleições para o Bloco de
Esquerda voltar à Assembleia
Legislativa Regional e com
isso quem trabalha na Madei-
ra, quem trabalhou toda a
vida, quem aqui quer
trabalhar, quem sabe
a dureza da vida, ter
quem os represente.
TM – Como ana-
lisa o desempe-
nho do Bloco na
Madeira durante
estes últimos tem-
pos, as iniciativas
feitas?
CM – Foi um perí-
odo com as suas difi-

T
ribuna da Madei-
ra (TM) – Veio
à Madeira parti-
cipar numa ini-
ciativa do Bloco,
o primeiro evento públi-
co com os candidatos
as eleições legislativas
regionais. Sendo coor-
denadora nacional, veio
dar apoio ao candidatos
regionais?
tomou uma decisão que eu
acho muito feliz e importante
que foi propor que o Rober-
to Almada pudesse ser cabe-
ça de lista e a Dina Letra a
número 2, nesta lista para as
eleições regionais da Madei-
ra. Acho que é muito impor-
tante. A Dina fez um grande
trabalho na organização que
permite, aliás, este regresso
do Roberto e que eu acho
que vai ser um regresso ao
barulho mas tudo o que que-
rem é ser parte do Governo
de Miguel Albuquerque. Não
querem ser oposição, querem
fazer exatamente a mesma
coisa. E é preciso uma oposi-
ção forte.
E acho que mesmo quem
votou há quatro anos no Par-
tido Socialista aqui sente
agora bem a falta do Bloco
de Esquerda na Assembleia
Legislativa Regional.
Albuquerque”
riedade, do direito à habita-
ção, a luta contra o clientelis-
mo e contra estes poucos gru-
pos económicos que acabam
por ficar com a riqueza toda
e a controlam toda. Só tem
uma voz na Madeira com essa
determinação que é a do Blo-
co de Esquerda. E o Roberto
culdades que nós
sabemos. Acho que
a Dina Letra fez um
grande trabalho, de
duas formas. Fez um grande
trabalho no próprio Bloco de
Esquerda para criar as con-
dições de trabalho, de orga-
nização de unidade, que são
fundamentais num partido.
E fez também um grande tra-
balho de estudo dos dossi-
ês de acompanhamento das
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
matérias. Ou seja, o fato de
o Bloco de Esquerda não
estar na Assembleia Legisla-
tiva Regional não tirou voz
ao Bloco, não tirou ao Blo-
co conhecimento dos dossiês,
não tirou intervenção. E isso
é um grande trabalho, é um
trabalho muito importante.
TM – O trabalho de rua,
em contato direto com as
pessoas, a ouvi-las no ter-
reno é importante?
CM – Sim, claro. E é isso
quando eu digo saber o que
se passa não é saber o que
se passa por estar fechado
num gabinete. É de experi-
ência concreta da vida, de
estar presente, de ter esta-
do nas lutas difíceis, de ter
estado com as pessoas nos
momentos mais complica-
dos. E é com esse patrimó-
nio de saber que o Bloco
de Esquerda não precisa de
lugares para fazer o seu tra-
balho. Mas que na Assem-
bleia Legislativa Regional
é uma voz fundamental de
quem trabalha. Que vamos
olhar para as próximas elei-
ções e saber que o Bloco de
Esquerda vai voltar à Assem-
bleia Legislativa da Madeira.
TM – Que análise faz
deste governo que gover-
na a Região Autónoma
da Madeira há mais de
40 anos? As pessoas aco-
modaram-se à cor polí-
tica, ou toda a oposição
não tem feito bem o seu
trabalho?
CM – Há seguramente um
pouco de tudo. É também ver-
dade que o PSD ao longo dos
tempos, a Direita, é a voz do
poder económico na Madei-
ra. E, portanto, há o controlo,
uma rede clientelar que faz
com que se vão prolongan-
do no poder sem na verdade
dizerem muito às pessoas.
Claro que é preciso que
as oposições sejam mais for-
tes. Sei, por exemplo, que há
quatro anos houve uma enor-
me expetativa que o Parti-
do Socialista o pudesse fazer.
Mas também sei que há mui-
ta gente que há quatro anos
votou no Partido Socialista
e que sabe que o PS depois
não se distingue assim tanto,
nomeadamente na subservi-
ência aos grandes grupos eco-
nómicos. E, portanto, sabe
bem como faz falta a voz da
oposição do Bloco de Esquer-
da no Parlamento Regional.
E eu acho que essas eleições
também serão as eleições de
quem acredita que é possível
viver bem na Madeira, que
é preciso ser mais exigente,
que é preciso lutar por quem
trabalha.
TM – Até porque a
Madeira, em comparação
com os Açores, é a Região
com tudo mais caro...
CM – A Madeira é das
Regiões com os preços mais
altos e com maior percenta-
gem de população em situ-
ação de pobreza. Quando
falamos de economia de
desigualdade a Madeira é,
infelizmente, um exemplo
dessa economia de desi-
gualdade. E o que é preci-
so que se compreenda é que
se há tanta gente que tra-
“A Madeira é das
Regiões com os
preços mais altos
e com maior
percentagem de
população em
situação de pobreza”
balha tanto por tão pouco,
têm vidas tão difíceis, vidas
tão precárias, é porque há
alguém que anda a ganhar
muito com isso. E é preciso
quem tenha a coragem de o
dizer. É preciso quem tenha
a coragem de lutar por uma
economia mais justa. E isso
é o Bloco de Esquerda, é o
Roberto Almada.
TM – Na sua opinião,
e tendo em conta a situ-
ação a qual a Madeira
encara, nomeadamente
preços altos, precarieda-
de laboral, pobreza, etc.,
os madeirenses deve-
riam se manifestar mais,
vir à rua clamar pelos
seus direitos?
CM – O pior seria nós
resignar-nos a viver
pior. Seria terrível
estarmos a dizer às
gerações mais jovens
que estão condena-
das a viver ainda pior
do que os seus pais,
embora até possam
estudar mais e ter
mais qualificações.
E, aparentemente,
estamos a dar-lhes
mais oportunidades
mas depois, na prá-
tica, não conseguem
arranjar uma casa,
na prática têm um
salário miserável,
na prática o empre-
go é todo precário e isso não
pode ser.
Nós não podemos desistir
das pessoas, de quem traba-
lha, de quem constrói o país,
das gerações mais jovens.
E conformarmo-nos com
a desigualdade e injustiça.
Isso é que não pode ser. Tem
de ter uma opção.
| entrevista | 5
TM – O que lhe cativou
mais na Madeira?
CM – Eu gosto muito
da Madeira, e claro que a
Madeira tem todas as cara-
terísticas que, aliás, a faz um
destino turístico apreciado
em todo o Mundo e eu não
serei original nisso. Mas há
na Madeira uma experiên-
cia de trabalho e de dureza
misturada com uma ternura
com que eu me cruzo todos
os dias que é verdadeiramen-
te comovente. Na Madeira, a
vida é muito dura, convivem
com experiências complica-
das, convivem também com
essa capacidade de ternura
que eu acho que é de cuida-
do. E é disso também que
se faz a capacidade de nós
mudarmos. Sabermos como
a vida é dura, não nos resig-
narmos à injustiça e querer-
mos ter um projeto em que
somos capazes de nos tratar
melhores uns com os outros.
TM – Faz um balanço
positivo desta sua visita
breve à Região Autóno-
ma da Madeira, do per-
curso pedonal que fez
em contato com a popu-
lação madeirense?
CM – Há duas coisas.
Por um lado, é o reconheci-
mento que as pessoas fazem
do Bloco, do nosso traba-
lho, do meu trabalho. E tam-
bém a quantidade de pes-
soas que me disse que bom
que o Roberto Almada está
de volta. Eu também acho. O
Roberto nunca saiu do Blo-
co, esteve cá sempre. Mas
não foi candidato há qua-
tro anos, agora é novamen-
te candidato e as pessoas o
reconhecem.
TM – É uma mais valia
o candidato ser logo
reconhecido pelas pesso-
as e identificado, de ime-
diato, ao partido o qual
está ligado?
CM - O candidato é
identificado, e é identifi-
cado pelas boas razões. É
identificado por ser uma
pessoa corajosa, que lutou
as lutas mais importantes
sempre pelo lado da justi-
ça social, sempre do lado de
uma economia mais justa, e
é esse reconhecimento que
conta. n
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 6 | política | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

“Códigos de conduta”
para as organizações políticas
José Manuel Rodrigues defende voto eletrónico e modernização do sistema político.

O
Presidente da nal e nacional, com a intro- ra ou os Direitos Humanos”,
Assembleia dução do voto eletrónico, que reforçou.
Legislativa da deve também ser generaliza- José Manuel Rodrigues
Madeira defen- da em todos os atos eleito- propôs, ainda, “códigos de
deu a implemen- rais, devendo ser uma prática conduta”, para as organiza-
tação do voto eletrónico em e não uma exceção”. ções políticas, de modo a “cul-
todos os atos eleitorais, como “Os partidos e as insti- tivar a meritocracia, o traba-
forma de reforçar a demo- tuições do sistema político lho e a competência no seu
cracia e promover a cidada- têm de ultrapassar o desfa- funcionamento, evitando os
nia ativa. samento existente entre as carreirismos e as clientelas”.
Na cerimónia comemora- suas agendas e aquelas que “Temos de voltar a fazer da
tiva dos 118 anos do Rotary são as novas Causas mobili- Política a arte nobre ao servi-
internacional, que se realizou zadoras dos jovens, de que ço do Bem Comum e conse-
no passado dia 25, no Hotel são exemplo o Ambiente, as guir que os melhores da nos-
Meliã, José Manuel Rodri- Alterações Climáticas, a Des- sa sociedade se sintam moti-
gues vincou que urge “com- carbonização da Economia, o vados para abraçar a política
bater o vírus antidemocrá- Património, a Transição Digi- e os cargos parlamentares ou
tico”, propondo “um regres- tal, o Voluntariado, a Cultu- de governação”, concluiu. n
so ao institucionalismo, com
o reforço da sua dignidade e
credibilidade, mas conjugado
com uma modernização do
sistema político, nomeada-
mente no seu funcionamento
e na sua forma de relaciona-
mento com os cidadãos”.
Na palestra subordinada ao
tema “a Assembleia Legislati-
va no sistema político regio-
nal”, afirmou que “não pode-
mos ter regimes democráti-
cos com regras do século pas-
sado a governar comunida-
des altamente digitalizadas
do século XXI”.
O Presidente do Parlamen-
to madeirense foi mais longe
ao dizer que “a participação
dos eleitores na vida públi-
ca não pode ficar reduzida ao
ritual das eleições de 4 em 4
anos”.
Sugerindo novos “mecanis-
mos que permitam ao cida-
dão participar, individual ou
coletivamente, nos proces-
sos legislativos e nos proces-
sos de decisão, para que sin-
tam que a sua opinião conta e
é considerada”, José Manuel
Rodrigues patrocinou “a rea-
lização periódica de referen-
dos de caráter local, regio-
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TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023 | política | 7

“Desfasamento” entre as necessidades

dos madeirenses e as medidas
que o Governo “não implementa”
Sérgio Gonçalves exige que Governo Regional tome medidas para mitigar o aumento do custo de vida.

O
presidente do
PS-Madei-
ra considerou,
esta quarta-fei-
ra, que o Gover-
no Regional não está preo-
cupado com as dificuldades
que os madeirenses estão a
sentir devido ao aumento do
custo de vida. A prova dis-
so, afirmou Sérgio Gonçalves
em conferência de imprensa,
é que, depois de anunciado
um conjunto de medidas por
parte do Governo da Repú-
blica, continuam a não existir
medidas complementares de
apoio às famílias madeiren-
ses por parte do Executivo de
Miguel Albuquerque.
“Vemos um Governo
Regional que atinge recor-
des de receita fiscal – já os
tinha atingido o ano passado
e este ano tem uma estimati-
va de mais de mil milhões de
euros de receita fiscal –, que
não reduz o IVA, como tan-
tas vezes o Partido Socialis-
ta tem defendido, e chega ao
ponto de aumentar o imposto
sobre os combustíveis dizen-
do que é necessária receita
para apoios sociais”, criticou
o líder socialista.
Sérgio Gonçalves adiantou
que, de acordo com o bole-
tim de execução orçamen-
tal, este ano, nos meses de
janeiro e fevereiro, só em IVA
o Governo Regional já arre-
cadou mais de 6,4 milhões
de euros. “Esse imposto que
decorre da inflação devia ser-
vir para apoiar os madei-
renses”, vincou, lembrando
que, já no ano passado, hou-
ve uma receita adicional de
87 milhões de euros de IVA e
“o Governo Regional nada fez
e não implementou medidas
para mitigar este aumento do
custo de vida”.
O presidente do PS-Ma-
deira aproveitou também
para criticar a desorientação
do Executivo, dando como
exemplo o facto de o presi-
dente do Governo ter afir-
mado que seria necessário
um orçamento retificativo e,
poucos dias depois, ter sido
desmentido pelo secretário
regional das Finanças, refe-
rindo que tal já não é preci-
so. “Mais importante do que
esta descoordenação entre os
membros do Governo é o des-
fasamento que existe entre
aquelas que são as necessida-
des dos madeirenses e aque-
las que são as medidas que
este Governo Regional não
implementa para os defender
deste aumento do custo de
vida”, declarou Sérgio Gon-
çalves, insistindo na necessi-
dade de baixar o IVA, até por-
que a taxa normal na Madei-
ra é 6% superior à que é apli-
cada nos Açores. Conforme
referiu, essa redução “daria
um alívio muito grande às
famílias da Região”. n

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8 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

Madeira quer “funcionamento

adequado” dos tribunais
Resolução pede abertura de concurso para contratação de oficiais de justiça.

A Madeira quer de 2021, mais uma vez, não

que o Governo da
República asse-
gure um quadro
com pelo menos
160 oficiais de
justiça nos tribu-
nais e serviços do
Ministério Públi-
co. A recomenda-
ção, aprovada por
unanimidade na
Comissão Especia-
lizada de Admi-
nistração Pública,
Trabalho e Empre-
go da Assem-
bleia Legislativa
da Madeira, surge
após uma greve
que teve níveis de
adesão na ordem
dos 100%.
ça, de licenças de parentali-
dade e de apoio familiar”.
A Resolução surge um mês
após uma greve do Sindica-
to dos Funcionários Judiciais
(SFJ) que se prolongou até 15
de Março e abrangeu todos
os oficiais de justiça a exercer
funções nas unidades orgâni-
cas dos tribunais e serviços
do Ministério Público e che-
gou a ter níveis de adesão na
Madeira de 100%. Entre as
principais reivindicações des-
tacam-se o preenchimento
dos lugares vagos, o acesso a
tra da Justiça, deixou duras
críticas ao poder político.
Na Comarca da Madeira há
lugar para 147 oficiais de jus-
tiça, mas apenas 137 estão em
funções, um problema de que
deu conta no Relatório Anu-
al de 2022 o juiz-presidente
Filipe Câmara, lamentando a
falta resposta dos Ministérios
da Justiça e das Finanças à
questão do reforço de pessoal
nos tribunais madeirenses.
O presidente da Câmara
Municipal do Funchal (CMF),
Pedro Calado, que também
ra - incluindo escrivães (ser-
viços judiciais) e técnicos de
justiça (serviços do Minis-
tério Público) – é apontado
como “deficitário”. Segundo
os dados do Relatório Anu-
al de 2022, há 140 na RAM,
uma “situação agravada pelo
aumento da respectiva média
de idades, que rondará os 50
anos”. Filipe Câmara apon-
tou no Relatório que “o ano
trouxe qualquer acréscimo do
número de oficiais de jus-
tiça, ao invés, com o movi-
mento ordinário de funcioná-
rios o número de efectivos foi
reduzido, com a transferên-
cia de uma funcionária para
a comarca de Lisboa, a que
acresce a saída, por reforma,
de dois funcionários, haven-
do a registar também, e infe-
lizmente, o falecimento de
um outro funcionário”.
“Estas saídas ainda não
foram colmatas pela DGAJ
[Direcção Geral da Adminis-
tração da Justiça], nem se
prevê que o sejam, apesar dos
apelos nesse sentido, impor-
tando realçar que, no decurso
do ano de 2021, foram apre-
sentadas àquela direção geral
10 pedidos de destacamen-
to de oficiais de justiça, natu-
rais desta RAM, colocados no
Continente e nos Açores, para
integrar os quadros da nos-
sa Comarca, que mereceram
parecer positivo, mas todos
eles foram indeferidos pela
entidade administrativa com
competências para o efeito
(DGAJ)”, apontou o juiz.

A
Comissão Espe-
cializada de Admi-
nistração Pública,
Trabalho e Empre-
go da Assem-
bleia Legislativa da Madeira
(ALM) aprovou na terça-fei-
ra, por unanimidade, a redac-
ção final de uma Resolução
que recomenda ao Governo
da República a “Abertura de
concurso para garantir a con-
tratação dos Oficiais de Jus-
tiça para assegurar o funcio-
namento adequado dos Tri-
bunais e do Ministério Públi-
co na Região Autónoma da
Madeira [RAM]”.
No diploma a ALM pede
ao Executivo de António
Costa que assegure “um
quadro com pelo menos 160
profissionais” e “mecanis-
mos próprios que permi-
tam de forma célere ultra-
passar situações pontuais
de impedimento, designa-
damente, em caso de doen-
todas as categorias, a integra-
ção do suplemento de recu-
peração processual no venci-
mento, a inclusão num regi-
me especial de aposentação
e de acesso ao regime de pré-
aposentação e a revisão do
estatuto profissional. O pre-
sidente do SFJ, António Mar-
çal, chegou a afirmar que a
luta sindical poderia “endure-
cer” se não houvesse resposta
aos problemas da classe.
Melhores instalações,
equipamentos e materiais
A falta de oficiais de justi-
ça e de investimento nas car-
reiras profissionais da classe
profissional esteve em desta-
que na abertura do XII Con-
gresso dos Juízes Portugue-
ses, que teve lugar entre 16 e
18 de Março, no Funchal. O
presidente da Associação Sin-
dical dos Juízes considerou
as reivindicações como “jus-
tas” e, na presença da minis-
esteve na sessão de abertu-
ra do Congresso, foi um dos
que alertou para a necessida-
de de investir em melhores
instalações, equipamentos e
materiais essenciais ao regu-
lar funcionamento quotidia-
no dos tribunais. A “falta de
condições condignas para o
exercício das tarefas diárias
dos funcionários judiciais”,
afirmou o autarca, tem sido
um dos motivos para a “para-
lisação” da Justiça.
“Para uma democracia de
pleno direito e desenvolvi-
mento, precisamos de mais
e melhor Justiça, mais rápi-
da, mais célere, de mais valo-
rização dos nossos profissio-
nais, de mais visão estratégi-
ca do sector, a médio e longo
prazo”, frisou.
“Estas saídas ainda
não foram colmatas”
O quadro de oficiais de jus-
tiça na Comarca da Madei-
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023 | sociedade | 9
opinião
funcionamento dos tribunais
na RAM. Estima-se que no
continente existam cerca de
200 madeirenses espalhados
pelas diversas comarcas que GREGÓRIO GOUVEIA
estão integrados na carreira gregoriogouveia.blogspot.pt
de Oficial de Justiça ou em
situação de estágio.
Em Fevereiro deste ano, o
PCP-M defendeu como “fun-
damental” que o Ministério
da Justiça faça um levanta- Conflitos da Autonomia
– Comemorações
mento das necessidades efec-
tivas na RAM e desencadeie
o procedimento concursal

Incompetência “grassa” na
administração da Justiça
Catarina Sarmento e Cas-
tro, a ministra da Justiça,
reconheceu em Março, à saí-
da da sessão de encerramento
do XII Congresso dos Juízes
Portugueses, que o impacto
da greve dos oficiais de justi-
ça, nomeadamente as conse-
quências nos atrasos proces-
suais, era “inegável”. O pre-
sidente da Associação Sindi-
cal dos Juízes Portugueses
(ASJP), Manuel Soares, aca-
bara de ser aplaudido, quan-
do prerante congressistas e
convidados se referiu à justi-
ça das reivindicações dos fun-
cionários judiciais em greve.
“É inegável, de facto tem
constituído perturbação, e
lamento que se tenha seguido
por esta via, sobretudo quan-
do aquilo que tem sido dito
por nós é que estamos a tra-
balhar no estatuto dos ofi-
ciais de justiça, que não dei-
xará de contemplar a ques-
tão do suplemento que está
em cima da mesa. Nós já fize-
mos entrar mais gente para a
carreira de oficial de justiça”,
disse a governante, recordan-
do que concursos tinham sido
abertos no início do ano.
O presidente do SFJ, Antó-
nio Marçal, contrariou as afir-
mações da ministra e acusou
a tutela de não dar resposta
às questões “essenciais”.
“Se a Justiça está como
está e se há este proble-
ma grave de atrasos, a úni-
ca responsável é a senho-
ra ministra enquanto repre-
sentante do Governo para a
área. Ela não pode vir cul-
par os trabalhadores e os
sindicatos da incompetên-
cia que neste momento gras-
sa na administração da Jus-
tiça. Os tribunais têm-nos
vindo a dar sucessivamente
razão”, assinalou o dirigen-
te sindical.
200 madeirenses espalhados
pelas comarcas
Os oficiais de justi-
ça desempenham uma fun-
ção determinante no funcio-
namento dos tribunais e no
garantir o acesso do cidadão à
Justiça. A redução do número
destes profissionais nos tri-
bunais da Madeira tem par-
ticular incidência nos lugares
de chefia, secretaria, escri-
vães e técnicos principais,
diminuindo assim as perspe-
tivas de progressão de carrei-
ra, mas também condicionan-
do a celeridade dos processos.
Na Comarca da Madeira os
sectores mais carenciados de
meios humanos são o Juízo
do Trabalho do Funchal, Juí-
zo de Família e Menores do
Funchal, e o Ministério Públi-
co. Segundo dados divulga-
dos pelo sindicato é necessá-
rio garantir a contratação de
mais 20 a 30 oficiais de jus-
tiça para assegurar o normal
para a contratação e vincu-
lação ao quadro dos oficiais
de justiça. O partido agen-
dou, para ser debatido e vota-
do na ALM, um Projecto de
Resolução que recomendava
que, durante o ano de 2023,
fosse feito um levantamento
das necessidades e o Gover-
no da República desencade-
asse o procedimento concur-
sal para a contratação de ofi-
ciais de justiça “em número
adequado para dar resposta
às necessidades de recursos
humanos”.
Decréscimo de 30%
no quadro de pessoal
Os oficiais de justiça aguar-
dam, desde o Orçamento de
Estado de 2020, pela apro-
vação de um novo estatuto, o
ingresso de novos profissio-
nais e uma efectiva progres-
são na carreira. Consideram
que é condição “indispensá-
vel” para o normal funciona-
mento do sistema, dadas as
“enormes carências” que se
fazem sentir em todo o país.
“Esta situação é ainda mais
grave em Lisboa, Porto, Regi-
ões Autónomas dos Açores e
Madeira, devido ao elevado
custo de vida (alojamento e
alimentação) e ao baixo salário
que os oficiais de justiça aufe-
rem (cerca de oitocentos euros
mensais, quase o mesmo que
um salário mínimo nacional),
o que faz com que as últimas
colocações de oficiais de justi-
ça tenham ficado desertas e os
poucos que aceitaram o lugar,
passado alguns meses desisti-
ram”, aponta o SFJ.
Nos últimos 10 anos,
segundo o sindicato, houve
um decréscimo de 30% no
quadro de pessoal, os das
categorias inferiores substi-
tuem os das categorias supe-
riores sem remuneração ade-
quada e mais de 60% dos
oficiais de justiça têm idade
igual ou superior a 50 anos
de idade. A insatisfação no
seio classe profissional, que é
peça fundamental no funcio-
namento da Justiça, é uma
das razões apontadas para os
entraves colocados ao fun-
cionamento dos tribunais e
dos serviços do Ministério
Público. n
Centenárias-1940 (5)
“(…Nau Portugal (recons-
tituição por Leitão de Barros,
Martins Barata e Quirino da
Fonseca).
De 31 de Janeiro de 1939 a
Dezembro de 1940 foi publica-
da a Revista dos Centenários,
que acompanhou a exposição
e os acontecimentos com ela
articulados ocorridos em todo
o país (urbanizações, constru-
ção de estradas e pontes, res-
tauros de monumentos, inau-
gurações de edifícios e estátu-
as, exposições de arte, congres-
sos, publicações, cortejos, festas
diversas).
Bandeiras
Tiveram em destaque várias
bandeiras municipais, para
além de terem sido criadas
outras exclusivamente para
a exposição, com influências
diversas, como a bandeira uti-
lizada na Batalha de Almansa,
a bandeira regimental napoleó-
nica e ainda as cores da Ordem
do Império, numa tentativa de
criar uma bandeira colonial
representativa de todas as coló-
nias portuguesas
- Palácio dos Condes da
Calheta: A influência dos Con-
des da Calheta ultrapassou os
limites da Calheta ao cons-
truírem um palácio em Lis-
boa, localizado na freguesia de
Belém. Situa-se no alto do Jar-
dim Colonial, ocupando uma
área de 1.162 metros quadra-
dos, limitado a sul pelo cita-
do Jardim, a norte pelo anti-
go Pátio das Vacas, a nascente
pelo Largo do Museu Agrícola
e a poente pela Calçada do Gal-
vão. No ano de 1946, a Câma-
ra Municipal de Lisboa publi-
cou um inventário dos palá-
cios existentes naquela cida-
de. De entre eles consta o Palá-
cio Calheta, fundado em mea-
dos do século XVII, reedifica-
do em 1726 e restaurado no
século XX.
No interior existe o Átrio
adiante da porta principal; Sala
da Índia com grandes painéis
de azulejo, seiscentista, azul e
vinho; Sala Angola com painéis,
em silhares, com cenas de bata-
lhas navais; Sala S. Tomé com
largos painéis em tom verde
representando frutas e arbus-
tos; Sala de Cabo Verde com
silhares em tom verde; Outras
Salas com painéis de azulejo
representando castelos.
“O Palácio Calheta, conhe-
cido pela designação, não ape-
nas popular mas histórica, de
«Palácio do Pátio das Vacas»
corresponde às casas nobres,
com sua quinta, compradas
em Setembro de 1726, por
50.000 cruzados, por D. João
V a D. Pedro de Vasconcelos e
Sousa da Câmara, filho de D.
Joana de Távora, neto do 5º
Conde da Calheta, sobrinho
e genro do famoso Conde de
Castelo Melhor, ministro de
D. Afonso VI”.
“A capitania do Funchal,
também chamada da Calheta
por virtude do condado des-
te título, andou na varonia e
primogenitura dos Câmaras de
Lobos até à morte de João Gon-
çalves da Câmara, 8º Donatário
e 4º Conde, filho de Simão Gon-
çalves e de sua segunda mulher
a Condensa D. Maria de Mene-
ses, nascida do consórcio de
Rui Mendes de Vasconcelos, 1º
Conde de Castelo Melhor (títu-
lo atribuído a 21 de março de
1611, «Em vida») com D. Isa-
bel de Meneses, filha de Antó-
nio da Silva” (Cabral do Nasci-
mento, Documento para a His-
tória das Capitanias da Madei-
ra, p.53, 1930).
Foi cêrca do «Pátio das
Vacas», logradouro da Casa
Calheta, ainda hoje subsis-
tente (…) que se deu o aten-
tado contra D. José na noite
de 3 de Setembro de 1758; no
Palácio, onde então estavam
instaladas algumas secreta-
rias de Estado, procedeu-se
aos interrogatórios dos impli-
cados no atentado, os Távo-
ras entre eles, de cuja famí-
lia era ascendente a mãe do
vendedor da quinta e casas
nobres, D. Joana que ali vivia
em 1701”. (Inventário de Lis-
boa, por Norberto de Araújo,
Fascículo IV, C.M.L. 1946)
No exterior do Palácio rea-
lizou-se a secção colonial da
Exposição do Mundo Por-
tuguês, em 1940, no Jardim
Colonial, instalado em 1914 em
grande parte da quinta. n
10 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

“Exploração” centra atenções

na Escola Hoteleira’
Manifestação volta a colocar instituição ‘debaixo de holofotes’.

Alunos são-to- ra’. O BE também conside-

menses queixa-
ram-se da falta
de condições na
Escola Profissio-
nal de Hotelaria e
Turismo da Madei-
ra. Há partidos
que exigem expli-
cações do Gover-
no Regional. O pri-
meiro-ministro de
São Tomé e Prínci-
pe, Patrice Trovoa-
da, não tem dúvi-
das que “Portugal
é um Estado de
Direito” e que as
instâncias nacio-
nais “saberão lidar
com a situação”.
Ricardo Jorge Soares
rsoares@tribunadamadeira.pt
na. Uma situação que arras-
tava-se há dois anos, desde
o início da formação, pelo
que decidiram faltar às aulas
e “manter os protestos até à
resolução dos problemas”.
Terá sido através de fun-
cionários da EPHTM que pri-
meiro veio a público a for-
ma de tratamento alegada-
mente concedido aos alunos
provenientes de São Tomé e
Príncipe. As denúncias vin-
das a público davam conta de
“ameaças terríveis”, de “acor-
dos com hotéis” que “exigem
festação, a CDU foi se intei-
rar da “realidade” do estabe-
lecimento de ensino e anun-
ciou uma proposta de audição
parlamentar na ALM sobre a
“falta de condições de habi-
tabilidade” e a “exploração”
de alunos da ‘Escola Hotelei-
rou o denunciado de “extrema
gravidade”.
“Pelas declarações dos estu-
dantes, os problemas não são
de agora, já tinham sido repor-
tados e foram sendo ignorados
pela direcção da escola. Esta é
pois uma atitude limite para
estes jovens, que se encon-
tram numa situação de ainda
maior fragilidade, porque lon-
ge da família e do seu país”,
assinalou o BE. “Denuncian-
do as condições em que vivem
e a exploração laboral a que
estão sujeitos, por um sec-
tor em crescimento e que bate
recordes todos os meses, exi-
gem respeito e deram à popu-
lação da ilha uma grande lição
de democracia e de dignidade
humana.”
Refeições “rigorosamente
iguais” para os alunos

A
manifestação de
segunda-feira,
realizada às por-
tas da Escola Pro-
fissional de Hote-
laria e Turismo da Madeira
(EPHTM), tomou proporções
de ‘escândalo’. Os alunos da
instituição de ensino, natu-
rais de São Tomé e Príncipe,
queixaram-se das condições
do alojamento, da alimenta-
ção e dos horários de forma-
ção em contexto de trabalho.
Três dias antes, uma notí-
cia do DN-Madeira apontava
para a existência de casos de
“exploração” e “escravatura”.
No acordo que trouxe os
são-tomenses à EPHTM,
segundo os próprios alu-
nos, ficou “estabelecido” que
as aulas prácticas deveriam
acontecer à quinta e sexta-
feira, mas os relatos é de que
havia quem trabalhasse das 7
às 22 horas, ao fim-de-sema-
trabalho ao fim-de-semana”
e de “falta de condições de
alojamento” na ‘Escola Hote-
leira’, onde a inexistência
de “cobertores suficientes”
fariam muitos alunos “pas-
sar frio”.
Uma lição de democracia
e dignidade humana
Quando confrontado com a
manifestação, o presidente do
Governo Regional (GR) alegou
desconhecimento, mas Miguel
Albuquerque garantiu, contu-
do, que caso se confirmem
as denúncias serão tomadas
as “medidas devidas”. Peran-
te as acusações graves à direc-
ção da ‘Escola Hoteleira’, a
Secretaria Regional de Edu-
cação já tinha remetido o caso
para a Inspecção Educativa, a
fim de “serem adoptadas, com
urgência, as devidas medidas
de averiguação”.
No dia seguinte à mani-
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
O CELFF- Centro de Estu-
dos, Línguas e Formação do
Funchal é a concessionária
da EPHTM e através do cor-
po directivo procurou, na ter-
ça-feira, desmentir as denún-
cias e queixas dos alunos são-
tomenses. João Pedro Entru-
do (administrador do CEL-
FF) e Rui Gomes (director
pedagógico da 'Escola Hote-
leira') negaram que os alu-
nos estejam a fazer mais se
35 horas de formação por
semana e que não lhes este-
ja a ser providenciada a ali-
mentação adequada e neces-
sária. Quanto ao alojamen-
to, garantiram que apresen-
ta condições “perfeitamente
satisfatórias”.
Cerca de 200 são-tomen-
ses estão matriculados na
EPHTM no âmbito de um
protocolo estabelecido em
2018 entre o CELFF e o
Governo de São Tomé e Prín-
cipe, para cursos de forma-
ção de três anos, financiados
pelo Fundo Social Europeu.
Há 50 alojados na residência
da escola, que foi objecto de
“extensas obras de remodela-
ção e manutenção entre 2021
e 2022” e por onde antes
“passaram estudantes da
Madeira, Cabo Verde, Áfri-
ca do Sul, Angola e Moçambi-
que”. Outros 60 alunos estão
alojados em “unidades hote-
leiras parceiras, na maioria
unidades de 4 e 5 estrelas”.
A falta de condições no dor-
mitório da ‘Escola Hoteleira’
será “responsabilidade” dos
alunos, alguns dos quais não
estarão adaptados aos “regu-
lamentos internos”.
A EPHTM, segundo o pre-
sidente do CELFF, fornece
aos são-tomenses três refei-
ções diárias que são “rigoro-
samente iguais” às dos res-
tantes alunos. E não há “qual-
quer excesso de horário ao
nível da formação ou traba-
lho em estágio”, uma vez que
“a carga horária e curricular é
de até 35 horas por semana,
no máximo de sete aulas por
dia, com dois dias consecuti-
vos de descanso obrigatório”.
Secretário “não se
pode remeter ao silêncio”
Quando questionado sobre
a EPHTM, o primeiro-minis-
tro de São Tomé e Príncipe
remeteu para as “autoridades
portuguesas” os “esclareci-
mentos sobre o caso”. Patri-
ce Trovoada garantiu que as
entidades consulares do seu
país estão atentas, mas tam-
bém que “Portugal é um Esta-
do de Direito” e que as ins-
tâncias nacionais saberão”
lidar com a situação”.
A 24 de Março, perante as
denúncias de casos de dis-
criminação aos são-tomen-
ses, o grupo parlamentar do
PS deu entrada na ALM a
um pedido de audição parla-
mentar ao secretário regional
da Educação, Ciência e Tec-
nologia. Segundo Rui Caeta-
no, o líder parlamentar socia-
lista, o caso exigia que Jor-
ge Carvalho viesse a público
“prestar os devidos e neces-
sários esclarecimentos acer-
ca da situação verificada, das
queixas existentes e da even-
tual tomada de medidas”.
“O secretário regional da
Educação não se pode reme-
ter ao silêncio perante uma
situação destas”, disse Rui
Caetano, realçando estarem
em causa não apenas os direi-
tos dos alunos como também
a credibilidade da EPHTM.
“A formação profissional -
neste caso na área da hote-
laria - é fundamental para
uma região como a Madeira,
cuja economia depende for-
temente do turismo, sector
gerador de muitos milhares
de postos de trabalho, razão
pela qual tem de ser merece-
dora de uma especial aten-
ção por parte do Governo
Regional.”
Prácticas laborais que se
assemelham a escravatura
O BE-M foi um dos parti-
dos que se opuseram à entre-
ga da EPHTM à gestão pri-
vada. Previa uma “perda de
qualidade, maior promiscui-
dade entre a defesa da apren-
dizagem dos alunos e os inte-
resses do sector hoteleiro por
mão-de-obra a custo zero”.
A “redução da qualidade for-
mativa e a degradação das
infraestruturas” também tem
vindo a ser apontada pelo
PCP, que, “perante os fac-
tos”, entregou um requeri-
mento para a realização de
uma audição parlamentar ao
director pedagógico da ‘Esco-
la Hoteleira’ .A intenção é
identificar “as reais condições
de alojamento e alimentação
dos alunos são-tomenses e
se existe práticas de trabalho
ilegal e mal remunerado per-
petradas sobre os alunos com
a conivência do CELFF”.
“Esta situação de fal-
ta de condições na Esco-
la Hoteleira acontece des-
de o momento em que foi
entregue a uma gestão pri-
vada, mas tão ou mais grave
que a falta de condições físi-
cas e materiais é a denuncia
de exploração do trabalho
dos alunos”, disse o depu-
tado Ricardo Lume. “Numa
altura em que se fala que o
sector da hotelaria está em
franco crescimento, exis-
tir prácticas laborais que se
assemelham a escravatura é
uma situação deplorável.” n
'4 em Linha'
Prioridades
A nossa Região atravessa
tempos difíceis, provavelmen-
te dos mais difíceis que a nossa
população já teve de enfrentar.
Nunca como agora foi tão difí-
cil viver na Madeira. Os suces-
sivos governos do PPD cria-
ram uma Região para uma eli-
te endinheirada e deixaram os
madeirenses e porto-santenses
entregues à sua triste sorte.
A maioria dos madeiren-
ses e porto-santenses trabalha
para sobreviver. Não falo das
pessoas que vivem em privação
material severa, das que neces-
sitam de apoios sociais para
terem uma refeição ou um teto
sobre as suas cabeças. Falo de
quem trabalha honestamente,
mas que não tem dinheiro para
nada. Falo da classe média,
daquelas famílias que são cha-
madas a pagar os impostos,
mas que ficam sistematica-
mente de fora dos apoios. Gen-
te que trabalha, que ganha o
seu salário mas que não con-
segue comprar casa porque os
preços são proibitivos.
A Rede Europeia Anti
Pobreza (EAPN) avançou que
um quarto dos madeirenses
vive com menos de 551 euros
por mês. 61 mil madeirenses
que sobrevivem com 551 euros
por mês. O senhor presiden-
te do governo logo veio dizer
que não podia ser, que não era
verdade. Disse, dirigindo-se ao
senhor jornalista, e cito “Só
você acredita nisso. Se temos
125 mil pessoas empregadas
como é que isso pode ser?”. O
senhor presidente não conhe-
ce a Madeira e não faz a míni-
ma ideia das dificuldades por-
que estão a passar as pessoas.
Não tem noção de que a maio-
ria da população mesmo traba-
lhando tem salários tão baixos
que não consegue ter qualida-
de de vida. Mas o senhor pre-
sidente do governo desconhece
porque está confortavelmente
alcandorado na sua bolha acol-
choada e não é capaz de enxer-
gar a realidade.
A pobreza que grassa na
Região não é um problema
conjuntural, não é devido à
pandemia ou à guerra; é estru-
tural e é fruto das opções de
governação ao longo de todos
estes anos, em que não se criou
uma estratégia de autonomiza-
ção das pessoas que se encon-
tram em situação de privação
material severa e em que não
| sociedade | 11
Mafalda Gonçalves
Deputada ALRAM
se implementaram políticas
que permitissem aumentar a
qualidade de vida dos madei-
renses e porto-santenses.
A estratégia governativa não
mudou ao longo de todos estes
quase 50 anos de governação
PPD. Enquanto se vocifera con-
tra o inimigo externo, porque é
preciso arranjar um culpado
para os erros da governação,
procura-se manter a popula-
ção controlada, de mão esten-
dida a umas poucas migalhas
que são um bocadinho maio-
res em ano de eleições.
Os madeirenses não preci-
sam de migalhas, de apoios
que se perpetuam no tempo.
Precisam que se valorize o seu
trabalho com salários dignos.
A Madeira precisa que se invis-
ta nas pessoas, na sua quali-
ficação, que se deixe de gas-
tar dinheiro em betão e em
obras inventadas para favore-
cer alguns.
Agora chegou-se ao extre-
mo de tentar meter medo às
pessoas para justificar gastar o
nosso dinheiro em betão. Ago-
ra é porque pode vir aí um tsu-
nami que é preciso afundar
150 milhões de euros no molhe
da Pontinha.
Neste momento são as
famílias que precisam de aju-
da e é preciso que o gover-
no regional reavalie e rede-
fina as suas prioridades.
150 milhões de euros para
aumentar o molhe da Ponti-
nha não pode ser uma prio-
ridade. 30 milhões por ano
para as sociedades de desen-
volvimento não pode conti-
nuar a ser uma prioridade. 33
milhões por ano para tachos
não pode continuar a ser uma
prioridade. 31 milhões para
um teleférico numa zona pro-
tegida não pode ser uma prio-
ridade. Mais de 50 milhões
de euros (já vai em mais de
50 milhões de euros!) para as
algas do Porto Santo que até
hoje não conseguiram produ-
zir coisa nenhuma, não pode
ser uma prioridade. A priori-
dade tem de ser garantir que
as nossas famílias conseguem
ter rendimentos suficientes
para alimentar os seus filhos,
para garantir os seus estu-
dos e para que possam viver
com dignidade. Essa é a prio-
ridade do Partido Socialista
e é por isso que é tempo de a
Madeira mudar. n
12 | política | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

EPHTM foi ‘aposta’

com “gestão pública”
Concessão da ‘Escola Hoteleira’ tem sido prorrogada desde 2018.

A Escola Profis-
sional de Hotela-
ria e Turismo da
Madeira foi criada
em 1997, segun-
do o Governo
Regional porque
a importância do
sector na Região
Autónoma justi-
ficava uma apos-
ta na formação
profissional, com
“gestão pública”
Línguas e Formação do Fun-
chal, S.A», com efeitos no ter-
mo do ano lectivo.
É através da Resolução
nº 168/2017 que o Gover-
no Regional (GR) determina
que o CELFF deveria proce-
der, a 1 de Agosto desse ano,
à entrega de “todos os bens
móveis e imóveis afectos ao
estabelecimento objecto de
concessão”. Nesse mesmo
dia, através da resolução nº
461/2017, reitera a intenção
de rescindir o contrato, mas
que é para ter efeitos no final
do ano lectivo 2017/2018.
A prorrogação do prazo
por mais um ano da conces-
são é justificada à data com a
necessidade de garantir esta-
bilidade lectiva e pedagógi-
ca a professores e alunos da
EPHTM. Um “grupo de tra-
balho interno”, apontava o
GR, estava a “avaliar a situ-
ação para posterior decisão
com vista a lançamento de
concurso público”.
CELFF cumpre “todas as
obrigações previstas”
A rescisão da concessão
ao CELFF foi sucessivamen-
te adiada ao longo de anos.
Segundo o GR, devido a um
processo que aguardava deci-
são judicial e só chegou ao
fim no tribunal arbitral em
Dezembro de 2020. O tem-
po entre a sentença e o iní-
cio de produção dos efeitos
da rescisão, contudo, não era
“suficiente para salvaguar-
dar o bom funcionamento do
ano lectivo” seguinte, pelo
que o contrato foi prorroga-
do até 31 de Julho de 2022,
mais uma vez para “garan-
tir a continuidade dos cur-
sos iniciados sem colocar em
causa a prestação do serviço
público”.
Jorge Carvalho revelara
na Assembleia Legislativa da
Madeira (ALM), em Julho de
2021, que não havia motivos
para rescindir o contrato com
o concessionário da EPHTM,
pois o CELFF estava “a cum-
prir com todas as obrigações
previstas”. Iguais Resoluções
do Executivo madeirense
faziam assim com que o pra-
zo para rescindir o contra-
to com o CELFF tenha sido
prorrogado por ‘mais um
ano’ em 2018, 2019, 2020 e
2021. A 14 de Dezembro de
2021 o secretário da Edu-
cação, Jorge Carvalho, até
admitia que a ‘Escola Hote-
leira’ pudesse continuar a ser
concessionada até 2025.
Irregularidades
na concessão e exploração
Em Maio de 2020 o GR
estava à procura de uma
“solução” para a EPHTM,
nomeadamente no que res-
peitava ao modelo a adoptar
para a concessão. Jorge Car-
valho fora chamado a uma
audição na Comissão Espe-
cializada de Educação, Des-

do estabelecimen-
to de ensino. O
contrato de con-
cessão a um pri-
vado foi assinado
em 2009, até que
o Conselho do
Governo decidiu
rescindi-lo, a 31
de Julho de 2017.
Desde então tem
sido sucessiva-
mente prorroga-
da por “mais um
ano”.

Ricardo Jorge Soares

rsoares@tribunadamadeira.pt

R
eunido em 31 de
Julho de 2017, o
Conselho do Gover-
no resolveu rescin-
dir o «Contrato de
Concessão de Exploração da
Escola Profissional de Hote-
laria e Turismo da Madei-
ra (EPHTM), celebrado a 1
de Setembro de 2010 entre a
Região Autónoma da Madei-
ra (RAM) e a Concessionária
CELFF- Centro de Estudos,
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
porto e Cultura da ALM pelo
PCP, que requereu a pre-
sença do secretário regional
para explicar a “atribuição
de um aval de 340.000.00€
ao CELFF”, dinheiro que o
governante justificou com a
necessidade de “garantir a
continuidade da formação
que é ministrada” pela enti-
dade detentora da concessão
da ‘Escola Hoteleira’.
Em Setembro de 2017, três
anos antes de Jorge Carva-
lho ir ao Parlamento, havia
sido constituída uma Comis-
são Eventual de Inquérito à
EPHTM, na qual o GR admi-
tiu estar a “estudar várias
possibilidades” para o esta-
belecimento de ensino e dei-
xava em aberto a possibili-
dade da gestão voltar para o
sector público ou continuar
concessionada a uma entida-
de privada. A Comissão tam-
bém foi constituída a pedido
do PCP, na sequência de uma
auditoria do Tribunal de Con-
tas (TdC) que detectou “irre-
gularidades na concessão e
exploração da EPHTM que
podiam implicar ilegalidade
da adjudicação do contrato”.
O GR também acabou por
fazer uma fiscalização, que
detectou a existência de 12
incumprimentos. Nessa altu-
ra já decorria um processo
em tribunal em que Executi-
vo reclamava 1,2 milhões de
euros ao CELFF por rendas
em atraso. A concessioná-
ria da EPHTM, por seu lado,
alegava “diversos incumpri-
mentos” do GR para exigir
5,1 milhões de euros.
Governo “nada gastou”
com a instituição
O Projecto de Resolução
do PCP que deu entrada
na ALM em Julho de 2021
recomendava ao GR que o
CELFF procedesse à “entre-
ga ao Concedente de todos
os bens móveis e imóveis
afectos à “Escola Hoteleira”
e que fosse “garantida uma
gestão pública da Esco-
la Profissional de Hotela-
ria e Turismo da Madeira
(EPHTM). “A Região está a
ser prejudicada e o Governo
Regional não está a defen-
der os interesses da Madei-
ra” num debate marcado
por críticas de toda a opo-
sição à forma como o Exe-
cutivo madeirense tem geri-
do a concessão da ‘Esco-
la Hoteleira’”, justificou o
deputado Ricardo Lume.
A concessão ao CELFF,
segundo Paulo Alves, do JPP,
tinha sido “um descalabro” e
o GR “não defendeu o inte-
resse público”. O deputado
assinalou que a concessioná-
ria tinha “uma dívida de dois
milhões de euros à RAM, que
nunca chegou a ser salda-
da”, e que nessa altura o GR
tinha de “pagar 3,9 milhões
de euros ao CELFF”.
Era uma questão que esta-
va “a ser sanada na sequên-
cia de um acordo extra judi-
cial com o CELFF”. Sónia Sil-
va, deputada do PSD, afir-
mou que a ‘Escola Hoteleira’
tinha um “ensino de quali-
dade” e que o GR “nada gas-
tou” com a instituição entre
2010 e 2021. Para o PSD,
era o facto do concessionário
“cumprir as suas obrigações”
que vinha adiando a reto-
ma da concessão da EPHTM
por parte da RAM . Para o
CDS, e tendo em conta que o
GR “anunciou estar sanado o
conflito com o concessioná-
rio”, era então preciso “dar
prioridade aos interesses dos
alunos”.
Incumprimento das
obrigações assumidas
A EPHTM foi criada em
1997, segundo o GR para
“disponibilizar formação
nas áreas da Hotelaria e do
Turismo”. A importância do
sector na Madeira justifi-
cava uma aposta na forma-
ção profissional, com “ges-
tão pública” do estabeleci-
mento de ensino. A conces-
são de exploração da ‘Escola
Hoteleira’ por um período de
quinze anos, prorrogável por
igual período, foi aprovada
em 2009, através da Resolu-
ção n.º 1504/2009.
Após ser formalizado o
contrato-programa entre
o GR e o CELFF, em 1 de
Setembro de 2010, o Tribu-
nal de Contas (TC) recusou
o visto, alegando que o acor-
do não poderia ter sido cele-
brado sob a forma de “con-
cessão”, mas o CELFF conti-
nuou como concessionária, e
segundo os partidos da opo-
sição “sem pagar rendas”.
A 13 de Outubro de 2016,
após uma auditoria, o TC
recomenda a fiscalização
do GR à execução do con-
trato com o CELF, que é
determinada a 1 de Mar-
ço de 2016 por despacho do
então secretário da Econo-
mia, Turismo e Cultura. É
cerca de um ano depois, a 28
de Março de 2017, que o GR
invoca o “incumprimento
das obrigações” assumidas
pela concecionária para res-
cindir o contrato da ‘Escola
Hoteleira’. n
Açores (2)
A Assembleia açoriana
tem 57 lugares que, depois
das regionais de 2020, fica-
ram assim distribuídos (lem-
bro que a maioria absolu-
ta é de metade mais um, 29
deputados):
* PS, 25 deputados
* PSD, 21
* CDS, 3
* Chega, 2
* Bloco, 2
* PPM, 1 + 1 (coligação
com CDS)
* IL, 1
* PAN,1 deputado
Significa isto que nas
regionais de 2020 o PS ape-
nas perdeu a maioria abso-
luta que detinha há 20 anos,
facto que permitiu que PSD,
CDS e o PPM anunciassem
uma coligação apoiada no
parlamento pelo Chega e
pela Iniciativa Liberal. Uma
espécie de geringonça de
direita, contundentemente
criticada por vários sectores
políticos, regionais e nacio-
nais, devido ao envolvimen-
to do Chega neste negócio
com o PSD.
Julgo até que uma das cau-
sas da contundente derrota
eleitoral do PSD nas legisla-
tivas nacionais de Janeiro de
2022, teve muito a ver com
os entendimentos partidá-
rios nos Açores e que foram
colocados na agenda políti-
ca pela esquerda, PS e seus
antigos parceiros das defun-
ta geringonça.
Deste modo, e depois dos
amuos ou dos arrufos na
política açoriana – que afec-
taram não a coligação a três
no poder (PSD, CDS e PPM)
a base do acordo parlamen-
tar maioritário (Chega, hoje
reduzido a 1 deputado, e Ini-
ciativa Liberal) ficamos com
este panorama parlamentar:
- A coligação PSD, CDS e
PPM e apoiantes, que soma-
va os necessários 29 depu-
tados (50,9% dos manda-
tos) - entretanto, 1 deputa-
do do Chega abandonou o
partido passando a indepen-
dente – ficou reduzida a 26
deputados;
- A oposição de esquer-
da formada pelo PS, Blo-
co e PAN, tem os mesmos
28 deputados (49,1%), mes-
mo assim mais do que aque-
les que a coligação no poder
passou a ter:
| política | 13
opinião
Luis Filipe
Malheiro
Jornalista
- Ficam 3 deputados -
outrora apoiantes da coli-
gação no poder, mas que
não integraram o executivo
regional – fora desta equa-
ção, 1 do Chega, 1 da Inicia-
tiva Liberal e 1 independen-
te (ex-Chega).
Sem garantia de estabi-
lidade político-parlamen-
tar, ninguém pode afirmar,
nem Montenegro, que exis-
tem condições de governa-
ção nos Açores ou que o
Presidente do Governo tem
condições para garantir a
estabilidade governativa
até final da Sessão Legisla-
tiva em curso. Isso é enga-
nar as pessoas e fomentar a
hipocrisia.
Perante esta “contabili-
dade parlamentar” açoria-
na, este quadro significa
que no caso de uma moção
de censura, dificilmente ela
será aprovada sem o voto
da IL e do Chega, que des-
te modo entrariam em con-
tradição ao votarem a favor
de um governo de coliga-
ção com o qual romperam o
acordo parlamentar.
Ou seja, o PS, a parte
mais interessada num cená-
rio de antecipadas, conta
afinal com o quê? Se avan-
çar com uma moção de cen-
sura ao governo regional
destinada a derrubar o exe-
cutivo de coligação e pro-
vocar eleições antecipadas,
se convencer os partidos
da esquerda, essa iniciati-
va socialista terá 28 votos
garantidos, mais do que os
26 da coligação PSD-CDS-
PPM. Se os deputados do
Chega, da Iniciativa e Inde-
pendente se abstiverem, o
executivo cai e não ante-
vejo qualquer solução que
não as eleições. O caricato é
que caso estes 3 deputados
viabilizem o apoio à coliga-
ção ainda no poder – e só o
pode fazer votando contra
a eventual moção de censu-
ra do PS – vão confrontar-
se com acusações de contra-
dição, que lhes poderão ser
fatais aos olhos dos eleito-
res insulares. Salvo se aban-
donarem o parlamento no
momento da votação o que
permitiria que a esquerda -
PS, Bloco e PAN - por si só,
derrubasse o governo. Isto
promete… n
14 | saúde | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

Importância das
dádivas de sangue
O Dia Nacional do Dador de Sangue foi assinalado pelo SESARAM.

O
Dia Nacional do tem como objetivos: promo-
Dador de Sangue ver a dádiva gratuita, volun-
foi assinalado, tária e anónima de Sangue
no passado dia Humano; efetuar colhei-
27, no sentido tas e análises; executar tes-
de salientar junto da popula- tes laboratoriais pré trans-
ção, o valor social e humano fusionais e análises de Imu-
da dádiva de sangue, incenti- no-Hemoterapia especializa-
vando a sua prática. da; fazer investigação, diag-
O Serviço de Saúde Regio- nóstico e tratamento de situ-
nal reconhece a importância ações de doença; controlar
das dádivas de sangue para a terapêutica coagulante; e
o tratamento dos utentes, o prestar cuidados de enfer-
valor e a imprescindibilidade magem de qualidade basea-
da dádiva. dos no processo de enferma-
O Serviço de Sangue e gem que inclui necessidades
de Medicina Transfusional, biofísicas, ambientais educa-
localizado no piso -1 do Hos- tivas e psicológicas do doen-
pital Dr. Nélio Mendonça, te e da família. n

“Vida saudável depois do cancro”

O Núcleo Regional do Desporto e Educação Física
Centro da Liga Portuguesa da Universidade de Coimbra
Contra o Cancro e o Cen- (FCDEFUC).
tro Hospitalar e Universitá- As Jornadas "Vida saudá-
rio de Coimbra (CHUC) rea- vel depois do cancro" pre-
lizam, no dia 15 de abril de tendem promover a refle-
2023, no Auditório do Hos- xão sobre os desafios e
pital Pediátrico de Coimbra, necessidades dos sobrevi-
as Jornadas "Vida saudável ventes de cancro para uma
depois do cancro". vida saudável e para a inte-
Trata-se de uma das ini- gração na vida social, labo-
ciativas levadas a cabo pelo ral, entre outros aspetos.
NRC.LPCC e CHUC no O evento é dirigido, sobre-
âmbito do projeto europeu tudo, a jovens sobreviven-
"Outdoor Against Cancer tes de cancro e familia-
Connects Us" (OACCUS), res, profissionais de saú-
co-financiado pelo programa de, investigadores e popu-
EU4Health e enquadrado no lação em geral interessada
Plano Europeu de Luta Con- nestas temáticas. Ao lon-
tra o Cancro, que pretende go deste dia (15 de abril)
criar uma rede europeia para vão realizar-se workshops,
jovens sobreviventes de can- um showcooking e quatro
cro. Com o mote "CHOOSE mesas-redondas, em alusão
the HEALTHy way!", é diri- aos pilares do projeto, que
gido a jovens sobreviventes contam com os testemu-
de cancro, entre os 15 e os nhos marcantes de alguns
39 anos e assenta em qua- jovens sobreviventes de
tro pilares: atividade física e cancro, além da interven-
desporto ao ar livre; alimen- ção de profissionais espe-
tação equilibrada; sustenta- cializados, tanto na quali-
bilidade e natureza; bem-es- dade de moderadores como
tar físico e mental. de oradores.
Integram o Consórcio seis As inscrições para o even-
países da Europa, entre os to são gratuitas, mas limi-
quais Portugal, representa- tadas à lotação do auditó-
do pelo Hospital Pediátri- rio e, tal como o programa
co de Coimbra (CHUC), o do evento com a referência
Núcleo Regional do Centro dos palestrantes envolvidos,
da Liga Portuguesa Contra o estão disponíveis em www.
Cancro (NRC.LPCC) e pela ligacontracancro.pt/jorna-
Faculdade de Ciências do dasoaccus/. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
Tempo é cérebro, seja mais
rápido que um AVC
Todos os anos cerca de doze
milhões de pessoas sofrem
um acidente vascular cere-
bral (AVC) em todo o mundo,
fazendo desta doença uma das
principais causas de morte e
invalidez. Em Portugal estima-
se que 18 mil pessoas sofreram
um AVC em 2019, um núme-
ro que irá subir nos próximos
anos devido ao envelhecimen-
to da população.
Os custos desta doença para
o nosso país são brutais, quer
em termos de vidas humanas
(cerca de 17 mil por ano), quer
em termos financeiros (160
milhões de euros em custos
diretos) ou de perda de anos
de vida com qualidade (230
mil dias).
A forma mais frequente de
AVC é o AVC isquémico, res-
ponsável por cerca de dois ter-
ços de todos os AVCs. Esta
doença é causada pelo entu-
pimento das artérias cerebrais
por um coágulo, que compro-
mete o fluxo sanguíneo e leva
assim a lesão cerebral.
O seu tratamento evoluiu
bastante nas últimas décadas,
com a criação das unidades
AVC e a utilização da trombó-
lise e da trombectomia. O pri-
meiro tratamento consiste na
administração de um fárma-
co para dissolver o coágulo,
enquanto o segundo consiste
na remoção direta do mesmo
através da utilização de um fio
(cateter), que é navegado pela
circulação cerebral com o auxí-
lio da angiografia. Poucos são
os tratamentos na medicina
tão eficazes como estes, toda-
via apenas uma minoria dos
doentes afetados chega a bene-
ficiar deles. Em Portugal, ape-
nas 8% beneficia de trombólise
e 5% de trombectomia. A prin-
cipal causa para estes núme-
ros baixos é o atraso na che-
gada dos doentes ao hospital,
que faz com que a lesão cere-
bral seja já irreversível à altu-
ra do diagnóstico. Adicional-
mente, persistem ainda assi-
metrias regionais no acesso a
estas terapêuticas, que estão
mais disponíveis nos grandes
centros urbanos. Independen-
temente de terem ou não sido
submetidos às mesmas, todos
os doentes beneficiam do inter-
namento inicial em unidades
| saúde | 15
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opinião MÉDICOS pub
Dr. Rui Pereira Vasconcelos
Tiago Gregório Especialista em:
Núcleo de Estudos
da Doença Vascular Cerebral da SPMI Pediatria - Neuropediatria
291 773 948
Rua Nova da Vale da Ajuda, 14
Apartamentos Ajuda, Loja C - Funchal
de AVC dedicadas e da presta-
ção de cuidados adequados de
reabilitação.
Pelo que foi descrito ante- Este espaço
riormente, urge mudar o cená-
rio e para tal é necessário um
pode ser seu
compromisso de toda a socie-
E-mail:
dade. O primeiro passo con-
comercial@tribunadamadeira.pt
siste na prevenção, que tan-
tas vezes é desvalorizada pelos
Telef:
doentes. As principais causas
de AVC são a hipertensão arte- 291 911 300
rial, a diabetes, o colesterol, o
tabagismo e a obesidade, pelo
que os cidadãos devem abor-
dar e tratar estes fatores de
risco em colaboração com os
cuidados primários de saúde. O TRIBUNA não é apenas feito para si, também é feito por si.
ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE
O segundo passo consiste na Envie-nos sugestões, informações, comentários,
identificação rápida do AVC fotografias e as suas opiniões para o e-mail:
como uma emergência médi-
ca, com o transporte expedi-
tribuna@tribunadamadeira.pt
to do doente para o hospital.
Para tal, é necessária a iden-
tificação rápida dos sinais de
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CARTÓRIO NOTARIAL
alarme pela população (boca
de lado, alteração da fala ou
DA RIBEIRA BRAVA
da força), a ativação imedia-
ta da emergência pré-hospita-
lar (INEM- 112), o transpor- Cláudia Vieira Barbosa – Notária
te imediato do doente para o Rua das Comunidades Madeirenses, Ed. Vila do Conde 7C, 9350-210 Ribeira Brava
hospital e o estabelecimento Telf: 291 648 900 * Fax: 291 606 444 * Email: cartoriodaribeirabrava@gmail.com
de circuitos intra-hospitalares (Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
específicos para o AVC (vias
Cláudia Vieira Barbosa, notária, CERTIFICA para efeitos de publicação,
verdes AVC), de forma a tra- que por escritura de hoje, lavrada a folhas 79, do livro de notas para escrituras
tar o doente o mais rapida- diversas número 99, deste Cartório, José Nélio Silva da Encarnação, casado,
mente possível. É importan- natural da freguesia do Jardim da Serra, concelho de Câmara de Lobos,
te salientar que este segundo residente à Vereda do Paulo, número 15, freguesia de Gaula, concelho
de Santa Cruz, na qualidade de procurador em nome e representação de:
passo consiste numa “cadeia Fernando Camacho de Abreu Vieira, NIF 153.925.744, e mulher Maria da
de eventos”, que será sempre Conceição Gonçalves Vieira de Abreu, NIF 189.249.749, casados sob o
tão forte quanto o seu elo mais regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia do Jardim
fraco. De nada vale ter a via da Serra, concelho de Câmara de Lobos, residentes à Rua do Pico São João,
número 43, freguesia de Santo António, concelho do Funchal, declara que
verde AVC e o INEM prepa- os seus representados, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de
rados, se o cidadão não iden- outrem, do prédio rústico composto por terra de cultivo, localizado ao Sítio
tificar corretamente os sinto- da Raposeira do Lugarinho, Treziada, freguesia da Fajã da Ovelha, concelho
mas e pedir ajuda. Por fim, da Calheta, com a área total de duzentos e dezoito metros quadrados, que
são essenciais políticas de saú- confronta a norte com João Correia Mestre, a sul com António Francisco
Gomes, a Leste com Levada e Vereda, e oeste com António Gonçalves
de que assegurem os cuidados Baeta Júnior, descrito na Conservatória do Registo Predial da Calheta
necessários a todos os doentes sob o número seis mil duzentos e oitenta e seis, onde se acha registada a
com AVC, independentemente aquisição a favor de Manuel do Nascimento, pela apresentação três, de seis
da sua localização geográfica. de junho de mil novecentos e cinquenta e um, inscrito na matriz sob o artigo
9538. Que o referido prédio veio à posse dos seus representados, já no
Para que isto seja feito de for- estado de casados, em dia e mês que não conseguem precisar do ano de mil
ma eficiente, diferentes estru- novecentos e noventa e oito, por compra verbal, não titulada, feita ao titular
turas do Serviço Nacional de inscrito, Manuel do Nascimento, viúvo, residente que foi à Raposeira do
Saúde deverão ser capazes de Serrado, citada freguesia da Fajã da Ovelha, sem que tivessem outorgado a
respetiva escritura. E que, desde a data da aquisição até ao presente, logo,
funcionar em rede, com o foco há mais de vinte anos, sempre esteve o identificado prédio na posse dos
centrado no doente. ora representados, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do
Todos juntos podemos direito de propriedade, de boa-fé, de forma contínua e pacífica, sem oposição
mudar o panorama des- de quem quer que fosse e com o conhecimento de toda a gente, posse
ta doença. Vigie e controle os que tem sido exercida diretamente, e que tem consistido na sua limpeza
e utilização e no pagamento dos respetivos impostos e contribuições, pelo
fatores de risco cardiovascular. que apesar de não disporem de um título com que possam comprovar o seu
Se notar a boca de lado, alte- direito de propriedade, o certo é que já adquiriram, a título originário, o
ração da fala ou falta de for- referido prédio, por usucapião.
ça, ligue imediatamente para Está conforme o original.
Cartório Notarial da Ribeira Brava, em 23 de março de 2023.
o 112. Tempo é cérebro, seja A Notária, Cláudia Vieira Barbosa
mais rápido que um AVC. n
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16 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

FRASES

“ “ “
Na verdade, os países da A maior felicidade da A luta climática vem
NATO fazem parte do vida é ajudar os outros preencher o vazio das
conflito. Eles transfor- e fazê-los felizes.” grandes ideologias.”
maram a Ucrânia num
enorme campo militar.” Henry Marsh, Gilles Lipovetsky,
ex-neurocirurgião, filósofo e escritor,
Nikolái Pátrushev, que passou a paciente lamentando que o
secretário do Conselho depois de um diagnóstico individualismo e o
de Segurança russo, de cancro e contou a hiperconsumo continuem a
afirmando que o objectivo experiência em livro. 'dar as cartas' no Mundo.
será derrotar a Rússia no
campo de batalha e depois
“desintegrá-la”.

«Mas onde fica o limite

e respeito à PSP?»

É
incontestável que
a Segurança Inter-
na possui cada vez
mais uma arquitetu-
ra multidimensional
para a qual concorrem várias
entidades com um nível de
exigência cada vez maior.
Foi com esta multidisci-
plinaridade e geometria vari-
ável que se impôs a criação
de uma estrutura de redun-
dância, o Secretário-geral do
Sistema de Segurança Inter-
na (SGSSI), de forma a ultra-
passar algumas dificuldades
maiores na articulação entre
atores com tutelas ministe-
riais diferentes, almejando
maior eficiência, acerto e oti-
mização de recursos.
É neste enleio de domí-
nios, da prevenção, da segu-
rança e ordem pública, da
investigação criminal, das
informações e da cooperação
internacional (em articulação
com outros sistemas, como
o de saúde pública e prote-
ção civil) que se espera que,
em grande medida, o Minis-
tro da Administração Inter-
na e, sobretudo, o Secretário-
geral do Sistema de Seguran-
ça Interna, façam a diferen-
ça para que um sistema já de
si exigente, não se torne ain-
da mais confuso e ingerível,
sobretudo quando as partes
não atuam com a harmonia e
o respeito que delas se espe-
ra. Pelo menos, os limites
legais de competência terri-
torial e funcional foram fixa-
dos tendo por base garantir
alguma estabilidade, previsi-
bilidade, mas, mais impor-
tante, harmonia no sistema.
Foi com esse objetivo que o
legislador desenhou as linhas
de atuação de cada um dos
atores do sistema, instituin-
do ainda assim mecanismos
de exceção para quadros con-
tingenciais em razão do supe-
rior interesse público.
A apatia regulatória e o
mutismo na supervisão são
caminhos perigosos para ati-
çar ainda mais as relações
entre instituições vitais na
estabilidade da segurança
interna, minando a confian-
ça entre elas, e pior, minan-
do a confiança dos cidadãos
nas estruturas do Estado,
em concreto nas Forças de
Segurança.
Tudo porque não se evita-
ram, como seria previdente,
atos de usurpação e de inge-
rência desmesurada às com-
petências da PSP, em tro-
ca de umas barganhas polí-
ticas e de umas parangonas
fajutas. Hastear bandeiras
amorfas na Madeira e Aço-
res vozeirando vitórias terri-
toriais e organizacionais são,
por demais, evidentes viola-
ções grosseiras à legislação
e, acima de tudo, aos mais
nobres princípios da ética
profissional e da sã colabo-
ração institucional.
Não se percebe, e não se
pode admitir por conseguin-
te, que se estabeleçam deter-
minados protocolos regionais
avulsos, no quadro da segu-
rança pública ou da prote-
ção civil, que ferem de mor-
te aquilo que são competên-
cias claramente sedimenta-
das da PSP, que há várias
décadas o poder político tem
entendido manter por prin-
cípios de racionalidade, efi-
cácia e eficiência, e que esta,
e acima de tudo os seus polí-
cias, tem sabido cumprir com
extremo brio, competência e
profissionalismo, mesmo que
com um esforço incremen-
tal em razão dos maiores flu-
xos de pessoas em ambos os
arquipélagos. É importante
ter a memória bem viva para
que não nos esqueçamos, por
exemplo, do esforço excel-
so e inexcedível das cente-
nas de Polícias que respon-
deram às cheias que há mais
de uma década devastaram a
ilha da Madeira ou nos incên-
dios rurais mais recentemen-
te, como o fazem diariamente
longe do mediatismo.
Mas esse esforço, que é
igualmente transversal em
dezenas de outros centros
urbanos, onde as pessoas [e
os problemas] se têm vindo
a condensar cada vez mais,
mostra bem a capacidade que
a PSP tem tido em readap-
tar-se, não poucas vezes com
sacrifício pessoal dos seus
polícia, respondendo à maior
parte da criminalidade vio-
lenta e grave do país e sen-
do responsável pela organiza-
ção, planeamento e execução
dos dispositivos de segurança
dos eventos com maior exi-
gência do país, estando neste
momento a preparar-se para
aquele que será, com certeza,
uma das maiores operações
que o país já teve que concre-
tizar, com o exclusivo foco na
proteção e segurança de mais
de um milhão de pessoas que
se vão deslocar ao nosso país,
em especial a Lisboa, para ver
Sua Santidade.
A PSP e os seus polícias
mostrarão mais uma vez
que estão à altura dos desa-
fios, por muito grandes que
eles sejam, mas o Sindicato
Nacional de Oficial de Polí-
cia não poderá ver com bons
olhos intromissões alheias
que criam ainda mais entro-
pia no sistema, injetando-lhe
caos e desacerto, tudo à con-
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023 | sociedade | 17

“ “ “
O mundo vai mudar, O que António Costa Como todos sabemos, é
está a mudar, impre- tem ouvido todos dias o caso de todas as for-
visível, mas vai ser um é muito duro. Neste ças políticas representa-
mundo muito diferente momento, acho que as das no parlamento por-
do mundo que nasceu no final coisas estão a sair um pouco tuguês menos uma.”
do século XX.” fora do controle.”
Augusto Santos Silva,
Marcelo Rebelo Pedro Santana Lopes, presidente da Assembleia
de Sousa, ex-primeiro-ministro da República, acusando
Presidente da República, de Portugal, afirmando o CHEGA de “não actuar
antevendo que 2023 e 2024 que Marcelo entrou em de acordo com as regras
serão “anos decisivos” para permanente confronto com o democráticas e institucionais”.
recuperar o multilateralismo. Governo da República.

“
Não temos nenhum
objetivo com o arrenda-
mento coercivo.”

Marina Gonçalves,
ministra da Habitação,

ta de uma estratégia difícil
de ser explicada e que bus-
ca a omnipresença e onisci-
ência divina, seja ela em ter-
ra ou mar (e qualquer dia
PUB
CERTIDÃO reafirmando a importância
CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL de pôr casas no mercado a
preços acessíveis.
JOSÉ RODRIGUES FERNANDES

no ar), desde que seja vista
ou percecionada do Terreiro
do Paço. Mas, bem sabemos
que o dom da ubiquidade fica
bem em contos de fadas, mas
na realidade, o resultado é
sempre o mesmo, e deixa-
se de estar onde se espera
que estejam, e quem perde, já
sabemos, são as pessoas, em
especial, das nossas aldeias
e vilas no interior português
onde, infelizmente, é cada vez
mais normal se encontrarem
postos da GNR fechados por
“
Praça da ACIF, 9000-044 Funchal
(POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO) O tema dos abusos sexu-
ais tem abalado mui-
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
tas pessoas, com grande
Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu Cartório Notarial eco nos órgãos de comu-
e no livro de notas para escrituras diversas número DUZENTOS E SETENTA E UM -G, nicação e, para muitos, aba-
exarado a partir de folhas 68, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO
NOTARIAL, outorgada hoje, na qual João Manuel Pestana Agrela, NIF 128.559.462 lou a credibilidade da pró-
e mulher Maria Angelina Gonçalves das Fontes Agrela, NIF 109.960.203, casados pria Igreja.
sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia e concelho da
Ponta do Sol e ela da freguesia dos Canhas, Ponta do Sol, onde residem à Estrada
Engenheiro Teixeira de Sousa, Entrada 75, n°4, titulares dos cartões do cidadão do D. José Ornelas,
cidadão nºs 06239035 0 ZY3, válido até 07/02/2029 e 08231796 8 ZY0, válido bispo de Leiria-Fátima,
até 03/08/2031, emitidos pela República Portuguesa; e José Luís Pestana de Agrela, durante a missa da 90.ª peregrinação
NIF 169.017.540 e mulher Angelina Rodrigues Pereira Agrela, NIF 181.455.412,
casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia e concelho diocesana, celebrada no altar do recinto do
da Ponta do Sol e ela dos Canhas, onde residem à Estrada dos Salões, Serrado e Cova Santuário de Fátima.
n.º 134, titulares dos cartões de cidadão nºs 06239030 9 ZX1 e 05420410 0 ZX7,
ambos válidos até 11/12/2030, emitidos pela Republica Portuguesa, que Que são

falta de efetivo. Não é que não
existam militares, mas estes
andam perdidos na área de
responsabilidade territorial
doutras polícias ou a replicar
missões já estabelecidas nou-
tras entidades.
Roga-se então que se dis-
sipe esta gestão silente e que
a voz de Grumete dê então
lugar a uma voz de Comando
que ponha ordem no convés.
Teremos ouvido o silên-
cio da Praça do Comércio a
“
donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem,
de um prédio rústico, localizado em Fregueses Novos, freguesia dos Canhas, concelho Quando há interesses
da Ponta do Sol, com a área total de mil novecentos e quarenta metros quadrados, a económicos em comum,
confrontar a norte e sul com o caminho, leste e oeste com Carlos Mendonça, inscrito
na matriz predial, em nome de Maria, viúva de António Pestana, sob o artigo 12857, alianças geopolíticas,
com o valor patrimonial de € 3,27, não descrito na Conservatória do Registo Predial da as coisas fazem-se; mas
Ponta do Sol; ao qual atribuem o valor de quinhentos euros. quando não existem, parece
Que o referido prédio foi adquirido pelos justificantes, já no estado de casados, no
ano de mil novecentos e oitenta e oito, por doação verbal e não titulada feita por seus que reina o silêncio.”
pais (dos justificantes maridos), Manuel de Agrela e Laurinda Pestana, casados que
forma sob o regime da comunhão geral de bens e residentes que foram ao Caminho Pedro Neto,
dos Poios, Ponta do sol, que por sua vez haviam adquirido, em data que não sabem
precisar, por doação dos seus pais, avós dos justificantes maridos, Maria Agrela e director da Amnistia
marido António Pestana, residentes que foram ao sítio dos Fregueses Novos, Ponta do Internacional em Portugal,
Sol, já falecidos. sobre conflitos que continuam a contribuir para
Assim, desde aquela data, os justificantes estão na posse do identificado prédio,
cultivando e colhendo todos os frutos, retirando dele todas as utilidades e suportando deterioração das condições de vida.
os respetivos impostos e demais encargos, agindo sempre por forma correspondente ao
exercício do direito de propriedade e na convicção de estar a exercer tal direito, à vista

reprovar estes comportamen-
tos, cada vez mais presen-
tes? Ou será a equidade mera
retórica?
Mas onde fica o limite? n
Comissário
Bruno Pereira
Vice-presidente
“
de todos e sem oposição ou violência de quem quer que seja, situação que dura há
mais de vinte anos, de forma ininterrupta, pelo que adquiriram aquele prédio a título Há um princípio que
originário – por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título que nos parece grave neste
legitime o seu direito, o que titulam por escritura de justificação notarial. processo que é os alu-
É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada
consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. nos se recusarem a fre-
Funchal, 29 de marçod de 2023. quentar as aulas.”
O Notário,
Gabriel José Rodrigues Fernandes
Jorge Carvalho,
secretário regional da
Educação, referindo-se aos são-tomenses
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do Sindicato Nacional de www.sabermadeira.pt que se manifestaram contra as condições

Oficiais de Polícia (SNOP) oferecidas pela Escola Hoteleira.
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 18 | cultura | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

CARTÓRIO NOTARIAL DE
PUB

SANTA CRUZ- MADEIRA

NOTÁRIA – LÍLIA VALENTINA DA SILVA FREITAS
Rua Bela de São José, Edifício São José, r/c, fração A, n.º 15, Santa Cruz
Telf: 291 524 110; Email:santacruz.valentinafreitas@gmail.com

(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)

Lília Valentina da Silva Freitas, notária no Cartório Notarial Privado de

Santa Cruz, sito na Rua Bela de São José, Edifício São José, r/c, fração A, n.º
15, em Santa Cruz, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura
de hoje, lavrada de folhas noventa a folhas noventa e um verso do livro de
escrituras diversas número CINQUENTA E DOIS - V, deste Cartório JOSÉ
MANUEL FERREIRA SATURNINO e esposa FILOMENA DA CONCEIÇÃO
TEIXEIRA MARTINS SATURNINO, casados sob o regime da comunhão geral
de bens, naturais ele da freguesia de São Gonçalo, concelho do Funchal, sendo
ela natural da freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz, residentes na
Vereda Cova da Iria, porta 48, CCI 117, Sítio da Cova, Camacha, em Santa
Cruz, N.I.F.´s 113 645 350 e 169 010 325, respetivamente, DECLARARAM
que são donos e legítimos possuidores do prédio rústico, composto por cultura
arvense de regadio, pastagem e uma dependência agrícola, com a área total de
duzentos e oitenta metros quadrados, localizado no Sítio da Igreja, freguesia
da Camacha, concelho de Santa Cruz, a confrontar do norte com José de
Freitas e Manuel Nunes Aranha, do sul com herdeiros de José Vieira, do
nascente com João Gouveia Branco e do poente com herdeiros de Francisco
de Freitas Barbosa, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 68, secção “AM”,
com o valor patrimonial e atribuído de quatro euros e cinquenta cêntimos.
O identificado prédio não se encontra descrito na Conservatória do Registo
Predial de Santa Cruz - Madeira.
Os justificantes entraram na posse e fruição do referido prédio há mais
vinte anos, com conhecimento de todos e sem oposição de ninguém desde o
seu início, posse que sempre exerceram contínua e ostensivamente, de boa
fé por ignorarem lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência,
sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, com ânimo de quem

Fusão de rock
exercita direito próprio, praticando todos os atos inerentes à qualidade de
proprietários, nomeadamente, plantando e regando as flores, limpando o
mato, e apanhando frutos das árvores como ameixas, pêras e maçãs.
O indicado imóvel veio à posse dos justificantes, já no estado de casados,
em dia que não podem precisar do mês de setembro do ano de mil novecentos

com hip-hop em
e oitenta e nove, por compra feita verbalmente a Augusto Correia, viúvo
de Isabel Gouveia Teixeira, residente que foi na República Bolivariana da
Venezuela, a Lourenço Teixeira Correia, cujo estado civil desconhece dada
a antiguidade, residente na República Bolivariana da Venezuela, a Maria do
Rosário Teixeira Correia e marido João Nóbrega Pêssego, residentes no Sítio da

concerto inédito
Igreja, Camacha, em Santa Cruz, a Trindade Teixeira Correia, solteira, maior,
residente na Camacha, em Santa Cruz, a José Agostinho Teixeira Correia,
cujo estado civil desconhece dada a antiguidade, residente que foi no Sítio
da Igreja, Camacha, Santa Cruz, a Isabel Teixeira Correia Martins e marido
Plácido Gouveia Martins, residentes no Sítio da Igreja, Camacha, Santa Cruz,
a Martinho Teixeira Correia, solteiro, maior, a Olinda Teixeira Correia e marido
José Teixeira, residentes no Sítio do Vale Paraíso, Camacha, em Santa Cruz,
sem que nunca se tenham reunido as condições necessárias para a realização
das competentes escrituras, pelo que não são detentores de qualquer título
formal que legitime o domínio do referido prédio, para que o mesmo possa ser
registado na competente Conservatória.

N
Que, dadas as caraterísticas de tal posse, em nome próprio, pacífica,
contínua e pública, os justificantes adquiriram o citado imóvel por usucapião,
que invocam, justificando o direito de propriedade e fazendo a presente aquele que foi ra (voz), João Silva (guitar- prias músicas. Dois anos
declaração de justificação, para fins de primeira inscrição no registo predial. um desafio lan- ra acústica e elétrica), Mar- depois começaram a apare-
Está conforme o original, aqui narrado por extrato, outorgado no Cartório çado pelo Tea- co Panamá (bateria), Pedro cer as primeiras gravações
Notarial de Santa Cruz, em vinte e três de março de dois mil e vinte e três. tro Municipal Pereira (baixo) e Roberto e participações em faixas de
A Notária,
Lília Valentina da Silva Freitas
Baltazar Dias os Vasconcelos (guitarra acús- outros rappers. Em 2020 foi
Akoustic Junkies sobem ao tica e elétrica). o ano do artista, assumin-
palco da 49ª edição da Feira Para o concerto na Fei- do mesmo a sua posição no
do Livro, nesta sexta-feira, ra do Livro do Funchal, o hip hop regional. Em Janei-
PUB

pelas 19:30h, com o rapper
Corvo, num concerto inédi-
to de originais de ambos os
projetos que resultará numa
www.sabermadeira.pt fusão de rock com hip-hop.
sabermadeira Os Akoustic Junkies são
saber.fiesta.madeira uma banda de covers e
temas originais, com estilo
pop/rock, formada em 2012
e atualmente composta por
5 membros: Duarte Ferrei-
PUB
rapper Corvo acompanhará
os Akoustic Junkies. O Cor-
vo surgiu no hip hop madei-
rense em 2017, o amor pela
cultura HH esteve sem-
pre muito fincado e aos 15
anos começou a praticar
breakdance.
Em 2015 começou a rela-
cionar-se com rappers regio-
nais e a fabricar as suas pró-
ro lançou um EP, intitula-
do 'Insular', constituído por
cinco faixas originais pro-
duzidas por DKBeats, e ter-
minou 2020 com um álbum
de originais 'Ponto de Rup-
tura', que conta com nove
faixas, com a produção de
Oznofa e uma colaboração
com o 'all star 2018' LauGo-
dDog. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
Casa do Povo está
a gravar um novo CD
De modo a preservar as
tradições e a cultura, a Casa
do Povo de São Roque do
Faial através das suas várias
valências, nomeadamente
com os seus 5 grupos cultu-
rais, tem vindo a fazer uma
recolha dos nossos usos e
costumes. Algumas destas
recolhas foram já registadas
em CDs (do Grupo Coral e do
Grupo de Tocares e Cantares
“Camponeses”) e nos livros
(Melodias em São Roque do
Faial e Guardar Memórias
e Abrir Horizontes As tra-
dições e costumes de São
Roque do Faial) editados
pela nossa instituição.
“De modo a dar continui-
dade ao registo das recolhas,
decidimos voltar a editar um
‘Conservatório de Portas Abertas’
O Conservatório – Esco-
la Profissional das Artes da
Madeira, Eng.º Luiz Peter
Clode, abre as suas portas
à comunidade durante esta
semana, entre 27 de mar-
ço e 1 de abril, na Sede e em
vários Polos e Núcleos da
instituição. O ‘Conservató-
ALOHA Mental Arithmetic
A Casa do Povo de San-
ta Cruz, em parceria com o
o  ALOHA Portugal, abriu as
inscrições para o programa
Aloha Mental Arithmetic, que
terá início no próximo dia 18
de abril.
O ALOHA Mental Arithme-
tic é um programa lúdico e
CD com as nossas cantigas. A
ideia foi envolver vários ele-
mentos dos grupos da nossa
instituição e gravar as melo-
dias que caracterizam a nos-
sa pitoresca freguesia. Esta é
a melhor forma de preservar
no tempo e deixar memória
futura de toda a riqueza que
a nossa freguesia tem.
Estamos a gravar o CD no
Estúdio Paulo Ferraz. Serão
15 temas usados pelos nossos
grupos em diversas ocasiões,
nomeadamente: no dia do
doente, no Varrer dos Armá-
rios, no Cantar dos Reis, no
Dia do Pai, no Dia da Mãe.
Na prova da Sidra, nas Visi-
tas Pascais, no Dia do Bom
Pastor… Como se pode imagi-
nar é uma panóplia de músi-
rio de Portas Abertas’ conta-
rá com atividades musicais
protagonizadas por vários
docentes e instrumentos, e
é dedicado a todos os que
tenham interesse e vonta-
de em saber mais acerca
do funcionamento do Con-
servatório ou pretendam
didático destinado a crianças
com idades compreendidas
entre os 3 e os 13 anos, que
potencia o desenvolvimento
cognitivo das crianças atra-
vés da utilização e visualiza-
ção do ábaco Soroban (ábaco
Japonês).
Com este instrumen-
cas e temas que na sua gran-
de maioria só são cantadas
nesta freguesia, ou seja, são
músicas e letras próprias fei-
tas pelos residentes em São
Roque do Faial. Serão edi-
tados 300 CDs e 200 PEN-
USB”.
“Achamos que este será
um trabalho inédito pelo fac-
to de juntar, num único CD,
uma quantidade de músi-
cas de estilos e característi-
cas bem diferentes. A gra-
vação das músicas em CD
para além de ser uma forma
de preservar as nossas tra-
dições musicais, é também
um excelente veículo de pro-
moção da nossa freguesia e
da nossa região além-fron-
teiras”. n
conhecer em pormenor um
instrumento musical do seu
agrado. Desta forma, con-
vidamos todas as crianças,
jovens, pais e demais inte-
ressados a conhecer os ins-
trumentos para os quais se
poderão inscrever nos pró-
ximos anos letivos. n
to aprendem a fazer cálculos
mentais com grande velocida-
de e precisão, ao mesmo tem-
po que participam em aulas
lúdicas e muito divertidas! No
final, não só melhoram a auto-
estima e confiança, como con-
seguem ver que a matemática
é muito divertida. n
| cultura | 19
opinião
Alves dos Santos
Tentativa e Erro
Conheci-te quando eras incredulidade
Não acreditavas já nas letras das canções de amor
Nem nos trovadores que as escreviam
Conheci-te quando eras incredulidade
E concedias que o destino tinha a todos nos colocado aqui
Para quem acreditasse no destino
Mas já não era esse o teu caso
Tu já não acreditavas em nada mais
Ou fazias por te convencer disso mesmo
Mas eu li-te para além de toda essa descrença
E se tu te julgavas fonte de uma desilusão impenetrável
Eu sempre te soube incapaz de extinguir a esperança
Ela vivia ainda assim em ti
Apesar de todos os teus esforços para a aniquilar
Apesar de todas as evidências e todas as justificações
Estavas tão certa de que a tua sina era o abandono
Que te custava a perceber porque eu permanecia
E ias insistindo em testar a minha resiliência
E eu fui me reinventando para manter esta minha fé
Fui o poeta
Que imaginou o sonho que sonhavas
Fui o criador
Que deu vida às palavras pronunciadas
Fui o vendaval
Que foi desfazendo todos os teus medos
Por tentativa e erro
Por ação e reação
Por amor n
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20 | educação |
História de vida de Filipe Bacelo
contagia alunos e professores
da “Gonçalves Zarco”
R
elativamente à auto-
destruição que o
“afastou” do mun-
do durante 13 anos,
foi contundente ao
aconselhar os jovens alunos
presentes na sala de sessões
do estabelecimento de ensino
a não enveredarem pelo cami-
nho do álcool, simplesmente
porque não vale a pena.
O escritor Filipe Bacelo foi
o convidado da Escola Básica
e Secundária Gonçalves Zar-
co para a Tertúlia Literária,
que decorreu na tarde da pas-
sada sexta-feira, e que contou
com a presença de alunos do
ensino secundário e da Uni-
versidade Sénior Gonçalves
Zarco (USGZ) e vários docen-
tes, que lotaram a sala de ses-
sões do referido estabeleci-
mento de ensino.
A iniciativa intitulada
“Amar é a Imperfeição mais
Perfeita da Vida” foi organiza-
da pela USGZ e pelas docen-
tes Carla Costa e Maria do Céu
Barcelos e foi um verdadeiro
sucesso, que “prendeu” todos
os presentes durante cerca
de 90 minutos, que escuta-
ram atentamente o extraor-
dinário testemunho de vida
do jovem escritor natural de
Ermesinde.
Dono de uma inteligência
intra e interpessoal extraor-
dinária, o “Lobo Solitário”,
conforme é também cari-
Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos
Os 12 alunos vencedores do
7.º Campeonato Regional de
Jogos Matemáticos [7CRJM]
representaram a Região na
final do 16.º Campeonato
Nacional de Jogos Matemá-
ticos [16CNJM], no passado
dia 24 de março, na Universi-
dade de Aveiro.
O Campeonato Regional de
Jogos Matemáticos (CRJM)
é uma iniciativa da Direção
Regional de Educação dirigi-
da aos alunos dos 1.º, 2.º e 3.º
ciclos do ensino básico e secun-
dário que tem como objetivo
contribuir para o desenvolvi-
mento de capacidades mate-
nhosamente conhecido Fili-
pe Bacelo, foi ao “fundo” das
suas memórias e recordou o
seu percurso de vida, nem
sempre fácil, conforme reco-
nheceu, mas que lhe permitiu
recuperar os 13 anos em que
andou perdido devido à “rela-
ção” que estabeleceu com o
álcool, perdoar-se e ser per-
doado por todos quantos o
rodeavam, sobretudo a sua
família e amigos mais pró-
ximos. Simples, transparen-
te e verdadeiro, Filipe Bace-
lo contagiou desde início a
plateia com o “filme” da sua
vida, motivando questões por
parte dos discentes e docen-
tes presentes, às quais res-
pondeu com muita clareza e
extrema humildade.
Caracterizando-se como
um sonhador que rega cada
sonho com amor, numa bus-
Os 12 Vencedores do 7CRJM – Madeira.
ca constante pelo sentido da
vida, Filipe Bacelo falou dos
seus cinco livros, explicando
aos presentes que foi através
da escrita que se (re)ergueu.
Referiu que o seu último
livro “A Morte Não Tem Dor”,
com o selo da Edições Treba-
runa e que é, até o momento,
o de maior sucesso, marcou o
regresso do escritor enquan-
to artista de sensações e emo-
ções, escrutinando a humil-
dade que há em todos nós,
numa obra que submerge
nas dores e na conquista da
vida. Relativamente à auto-
destruição que o “afastou”
do mundo durante 13 anos,
foi contundente ao aconse-
lhar os jovens alunos presen-
tes na sala de sessões do esta-
belecimento de ensino a não
seguirem o caminho do álco-
ol, simplesmente porque não
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
vale a pena. Mais: foi muito
claro ao explicar que quando
se entra nesse mundo nun-
ca imaginamos que ficaremos
“agarrados” ao vício, e conti-
nuou dizendo que “depois de
bater no fundo é muito difícil
de lá sair”.
Outra das mensagens dei-
xadas pelo escritor natural de
Ermesinde foi a de que nun-
ca nos devemos esquecer de
“amar sem limites”, primei-
ro “a nós próprios”, mas tam-
bém “aos outros”, mas prin-
cipalmente de aprendermos
a “perdoar-nos” e a “perdo-
ar os outros”, para que o pró-
prio processo de “cura” acon-
teça naturalmente.
Após hora e meia de aten-
ção plena por parte de miú-
dos e graúdos, houve lugar
a um período de perguntas
por parte da plateia, algumas
máticas e para o desenvol-
vimento pessoal e social. Os
vencedores do CRJM partici-
pam no campeonato nacional
promovido anualmente, desde
2004, pela Associação Ludus,
a Associação de Professores
de Matemática, a Sociedade
Portuguesa de Matemática e
a Ciência Viva promovem. A
atual edição do campeonato
nacional foi organizada local-
mente pela Fábrica Centro
Ciência Viva de Aveiro, pelo
Departamento de Matemáti-
ca da Universidade de Avei-
ro e pelo Projeto Matemática
Ensino (PmatE).
das quais embaraçosas, mas
às quais o escritor respondeu
sempre com simplicidade e
muita, muita humildade.
A iniciativa organizada pela
Universidade Sénior Gonçal-
ves Zarco e pelas professo-
ras Carla Costa e Maria do
Céu Barcelos iniciou-se com
(mais) uma excelente atua-
ção do “Clube de Música” do
estabelecimento de ensino,
coordenado pelos professo-
res João Paulo Silva e Filipe
Sousa, que entre vários temas
entoaram o “Hino da Esco-
la” e o “Bailinho da Madei-
ra”, e terminou com um con-
vívio, aproveitado pelos pre-
sentes para conversarem e
até mesmo se aconselharem
com o escritor, sempre soli-
cito e pronto a responder a
todas as questões que lhe iam
sendo colocadas. n
O 16CNJM reuniu aproxi-
madamente 2000 alunos, em
representação de 350 escolas
do país que disputaram o tor-
neio, o qual foi dividido em
quatro categorias: 1.º Ciclo,
2.º Ciclo, 3.º Ciclo e Ensino
Secundário, respetivamente.
O CNJM é uma experiência
inovadora e original, na qual
não se usa nem papel nem
lápis, mas sim jogos abstra-
tos, também conhecidos por
jogos matemáticos de tabu-
leiro, nos quais se promove a
capacidade de pensar bem, de
forma criativa e rigorosa.
Assim, os participantes
defrontaram-se nos seguin-
tes jogos: Semáforo, Gatos
& Cães, Rastros, Produto,
Dominório e Atari-Go. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
Alunos e docentes da RAM com o Prof. Jorge Nuno Silva (da Associação Ludus).
"Feira das Trocas"
«A Escola Básica e Secun-
dária Padre Manuel Álva-
res realizou-se, na passa-
da segunda-feira, a primei-
ra Feira das Trocas, uma ini-
ciativa do projeto Mare Nos-
trum daquele estabelecimen-
to de ensino.
Esta atividade teve por
principal finalidade a sensibi-
lização para a importância da
economia circular, conceito
que preconiza a valorização
dos recursos numa perspetiva
de desenvolvimento susten-
tável, permitindo a sua valo-
rização mediante a respetiva
partilha e reutilização.
A ação contemplou uma
fase de recolha, que decorreu
entre os dias 6 e 23 de mar-
ço, período no qual os alu-
nos e demais elementos da
comunidade educativa pude-
ram deixar os seus contri-
butos na “caixa das trocas”,
sendo-lhes atribuídos “crédi-
tos Eco” tendo em vista a sua
posterior utilização na Feira
das Trocas, na proporção dos
artigos cedidos.
Livros, jogos de tabuleiro,
material escolar não usado,
CD e DVD foram os artigos
mais angariados. De destacar
a grande procura pelos livros
de literatura infantojuvenil,
com destaque para a banda
desenhada.
Segundo os docentes
coordenadores daquele pro-
jeto na básica e secundária
da Ribeira Brava, a mensa-
gem inerente à concretiza-
ção da ação alcançou parte
significativa da comunidade
escolar. Segundo referem,
“O desenvolvimento susten-
tável é o único que faz senti-
do numa perspetiva de har-
monização ecológica, social
e económica. Temos todos
de nos consciencializar que
somos parte essencial da
solução e, como tal, deve-
mos constituir agentes ati-
vos na dinamização da eco-
nomia circular, porque faze-
mos parte de um sistema
fechado no qual os recursos
são finitos e limitados, moti-
vo pelo qual têm necessaria-
mente de ser valorizados ao
máximo, sob pena de estar-
mos a hipotecar o futuro das
gerações vindouras.” n
Parabéns ao SESARAM
No momento em que o
Serviço de Saúde da Região
Autónoma da Madeira (Sesa-
ram) comemora 20 anos, o
Hospital Dr Nélio Mendon-
ça comemora meio século
ao serviço dos madeirenses.
Inaugurado em 1973 pelo
Almirante Américo Thomaz,
então Presidente da Repú-
blica, já se chamou Hospi-
tal Distrital do Funchal, sen-
do vulgarmente conhecido
como Hospital da Cruz de
Carvalho, adotando poste-
riormente a designação de
Centro Hospitalar do Fun-
chal, que integrava também
o Hospital dos Marmeleiros
e o Dr João de Almada. Em
2003, o Centro Hospitalar dá
lugar ao Sesaram. Foi consi-
derado um dos melhores e
mais bem equipados hospi-
tais portugueses, e também
dos melhores ao nível estran-
geiro, como noticiado pela
imprensa de então.
Em 2009 o “Hospi-
tal novo” passa a chamar-
se Hospital Dr Nélio Men-
donça, em homenagem ao
homem que foi fundador do
Serviço Regional de Saúde.
Atualmente, é a nossa
principal unidade de saúde,
à qual todos recorremos em
momentos de maior aflição,
de acidente ou apenas por
prevenção. Sendo que difi-
cilmente temos boas avalia-
ções quando não nos senti-
mos bem, é frequente ouvir
algumas opiniões negativas
do serviço. Contudo, olhan-
do à distância, acabamos por
perceber que os profissionais
daquele serviço, dão o seu
melhor para ajudar aqueles
que necessitam. É certo que
temos bons e maus profissio-
nais em todo o lado, mas, se
analisarmos de forma sensa-
ta, são muitos os que dão o
seu melhor sem muitas vezes
ouvirem um simples obriga-
do. Um Hospital, um cen-
tro de saúde, ou qualquer
outro serviço, é composto
por centenas de homens e
mulheres, diferentes entre
si, com funções distintas, e
que colocam as necessida-
des dos seus utentes muitas
vezes à frente das suas pró-
prias necessidades.
A pandemia que atraves-
sámos foi o melhor exem-
plo disto. Durante muitos
| educação | 21
opinião
Nélio Olim
meses, muitos foram os pro-
fissionais que deixaram as
suas famílias para trás para
dedicar o seu tempo a salvar
aqueles que sofreram com
os sintomas de COVID e que
estiveram internados sema-
nas após semanas. Homens
e mulheres que viam as suas
famílias por videochama-
da, evitando assim também
o contágio. Um serviço de
saúde posto a prova e que
respondeu de forma adequa-
da e positiva a tudo o que
lhe foi exigido, superiormen-
te coordenado por um Secre-
tário Regional de Saúde e
Proteção Civil conhecedor do
meio hospitalar e que soube
gerir o desenvolvimento de
um processo estranho para
todos os que lidaram com um
risco mortal invisível e difícil
de explicar.
Foi com o espírito de reco-
nhecimento e de agradeci-
mento que, no passado fim
de semana, cerca de oito cen-
tenas de motociclistas vieram
para a rua aplaudir todos os
profissionais da saúde nos
seus locais de trabalho, já que
percorreram todos os Cen-
tros de Saúde abertos até às
24 horas, bem como o Hospi-
tal Dr Nélio Mendonça.
Foi ainda imbuídos do
mesmo espírito que conse-
guiram doar, na Madeira,
três equipamentos de recu-
peração motora, enquanto
que no Porto Santo, com o
apoio do Clube Motards do
Porto Santo, foi conseguido
um quarto equipamento.
Obrigado a todos os que
participaram no evento pelo
seu contributo. Aos motards,
aos seguranças do passeio, ao
Chef Yves Gautier que prepa-
rou o almoço com o seu filho
François Gautier, aos patro-
cinadores, aos profissionais
do Sesaram que se juntaram
à iniciativa, aos administra-
dores do Sesaram, ao Secre-
tário Regional de Saúde e
Proteção Civil e ao da Agri-
cultura e Desenvolvimento
Rural, à Escola Agricola da
Madeira… Obrigado a todos
os que contribuíram para o
sucesso do evento.
E Muito Obrigado aos pro-
fissionais do Sesaram por
estarem diariamente dispo-
níveis para cuidar de nós.
Parabéns pelo aniversário! n
22 | economia | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

Setor industrial de tabaco

tem relevante papel económico

FOTO: DR
Iscte Executive
Education apre-
senta, esta quin-
ta-feira, o estu-
do "O impacto
social e económico da indús-
tria de tabaco em Portugal",
que faz um retrato aprofun-
dado deste setor produtivo,
responsável pela quinta pro-
dução mais relevante para as
vendas da indústria nacional
e que respondem por cerca
de 15% das vendas de cigar-
ros da União Europeia.
O estudo realizado permi-
te observar que o setor indus-
trial de tabaco, em 2021,
impactou diretamente 3.186
trabalhadores (indústria
e fornecedores), mas o seu
espaço de influência é mui-
to superior quando conside-
rada a sua cadeia de valor,
ao interagir com um univer-
so total de 43.848 pessoas –
incluindo trabalhadores em
distribuidores e em canais de
venda e respetivas empresas
fornecedoras.
É nas Regiões Autóno-
mas dos Açores e da Madei-
ra que se verifica uma maior Sendo o principal cliente ria em Portugal e sempre foi vidades industriais (com a Principais conclusões
proporção da população ati- da Fábrica de Tabaco Mica- um dos motores da indústria fabricação de produtos far- do estudo:
va impactada pela atividade elense e um dos mais rele- transformadora. Na segunda macêuticos de base e de pre- Indústria impacta, ao lon-
gerada pela indústria. vantes da Empresa Madei- metade do século XIX che- parações farmacêuticas) a go da cadeia de valor, qua-
A indústria de tabaco foi rense de Tabacos, a Taba- garam a existir 46 fábricas contribuir de forma positiva se 44 mil pessoas nos Aço-
responsável, nos Açores e queira é o principal ope- de fabrico de produtos de para as vendas da indústria res, Madeira e Continente; É a
Madeira, por um volume de rador económico do setor tabaco em Portugal em ati- nacional." quinta produção mais relevan-
negócios total de praticamen- e posiciona-se no TOP 50 vidade, mas o caminho sub- O estudo "O impacto eco- te para as vendas da indústria
te €124 milhões, o que cor- das maiores empresas por- sequente foi o de consolida- nómico e social da indústria portuguesa; Gera receitas fis-
responde a 1,33% do PIB das tuguesas, tendo um papel ção. Atualmente, os três gru- de tabaco em Portugal" foi cais de cerca de €3,3 milhões
duas regiões autónomas. relevante na dinamização pos empresariais que cons- apresentado esta quinta-fei- por dia (mais de €1,2 mil
Com um contributo de da economia nacional, como tituem esta indústria dina- ra na conferência organizada milhões anuais); Contribuiu,
€260 milhões para o Valor evidencia o volume de com- mizam uma atividade eco- pelo Iscte Executive Educa- em 2021, com um saldo posi-
Acrescentado Bruto total do pras anual (€114,5 milhões) nómica assente numa longa tion, "Investir em Portugal: tivo de mais de €589 milhões
PIB português, por cada euro a fornecedores nacionais cadeia de valor, com muitos Transformação, Inovação e para a balança comercial por-
investido pelos três grupos (2.570, 93% do total) em milhares de outros agentes Competitividade", onde um tuguesa e gerou €260 milhões
empresariais do setor foram 2021. económicos, e que, apesar painel de debate, que incluiu, de Valor Acrescentado Bru-
gerados €1,40 na economia José Crespo de Carva- de pouco conhecida, é um além da Tabaqueira, outras to; Volume de negócios médio
nacional. Igualmente, a sua lho, Presidente da Comissão dos pilares da indústria por- grandes empresas como a desta indústria é 106 vezes
contribuição é muito positiva Executiva do Iscte Executi- tuguesa. Basta lembrar que, Navigator e a EDP, discutiu superior ao registado pelas
para a balança comercial por- ve Education, afirma: "Este em 2020, em plena pande- os fatores cruciais de suces- empresas dos vários setores
tuguesa, com um saldo positi- setor produtivo tem mais mia, o fabrico de cigarros so da indústria e economia da indústria transformadora
vo de mais de €589 milhões. de cinco séculos de histó- foi uma das duas únicas ati- nacionais. portuguesa. n

FRASES

“ “ “
Qualquer jovem com for- Estamos em crer que o É preciso recordar que há
mação na Madeira está novo PO-MAC 21-27 será oito anos não se conseguiu
preparado para trabalhar também um programa escoar a cana”.
em qualquer lado”. muito profícuo”.
Humberto Vasconcelos
Miguel Albuquerque Rogério Gouveia Secretário Regional
Presidente do Governo Secretário Regional de Agricultura
Regional da Madeira das Finanças
 TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
CARTÓRIO NOTARIAL
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PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta do Sol,
CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada hoje, de folhas
cinquenta e dois e a cinquenta e três verso do livro de notas para escrituras diversas
número cento e noventa e oito, deste Cartório compareceram:
Manuel de Sousa Santos, casado, natural da freguesia e concelho da Ponta do
Sol, onde reside à Estrada de Santo António, Nº54, o qual outorga na qualidade de
procurador, em nome e representação de MARIA JOSÉ ANDRADE DA SILVA ABREU, e
marido JOÃO VIEIRA DE ABREU, que também usa e é conhecido por JOHN ABREU,
casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia e
concelho da Ponta do Sol, residentes em 209 Book St., Estado de Massachusetts,
Estados Unidos da América, que declarou:
Que os seus representados são donos e legítimos possuidores, com exclusão de
outrem, do seguinte imóvel:
Uma quinta parte do prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado no
sítio da Mantilha, mencionada freguesia da Ponta do Sol, com a área total de trezentos
e cinquenta e quatro metros quadrados, a confrontar a Norte com João da Vargem,
a Sul com Caminho, a Nascente com Manuel Pereira e a Poente com Agostinho de
Abreu, inscrito na matriz sob o artigo 21174, que teve origem no artigo 2589, com o
valor patrimonial atual e atribuído de cinquenta euros e sessenta e seis cêntimos. Que
o referido prédio se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial da Ponta do
Sol, ainda sob o artigo 2589, na proporção de quatro de cinco avos, pela apresentação
mil trezentos e oitenta e seis, de vinte e três de abril de dois mil e doze, a favor dos
ora justificantes, sendo que a quinta parte ora justificada não tem qualquer inscrição
em vigor. Que o prédio acima identificado, na proporção de um quinto, veio à posse
dos justificantes, no ano de dois mil, já no estado de casados, por compra verbal a
Agostinho Correia, viúvo, residente ao sítio do Pomar D. João, na citada freguesia da
Ponta do Sol, sem que nunca tivessem outorgado a respetiva escritura.
E que desde então o referido prédio se encontra na posse dos justificantes,
portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde
o seu início, posse essa que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente,
com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso uma posse de boa fé, pública,
pacífica e contínua, sendo consenso que o imóvel lhes pertence, pois praticam todos os
atos inerentes à qualidade de proprietários, cultivando a terra, pagando as respetivas
contribuições e usufruindo da sua utilização.
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu à aquisição
do imóvel por usucapião, que invocam, justificando o seu direito de propriedade para
ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE
efeitos de registo, dado que essa aquisição não pode ser comprovada por qualquer
outro título extrajudicial.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Ponta do Sol, vinte e nove de março de dois mil e vinte e três.
O Notário,
Nuno Vieira Barbosa
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CARTÓRIO NOTARIAL
PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta do Sol,
CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada hoje, de folhas treze,
a folhas quinze, do livro de notas para escrituras diversas número cento e noventa e
oito deste Cartório compareceu:
JOÃO ÁLVARO FERNANDES SERRÃO, solteiro, maior, natural da freguesia do Arco
da Calheta, concelho da Calheta, onde reside ao Caminho de Cales e Chada, Nº 130,
9370-720 Arco da Calheta, que declarou:
Que é dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem do seguinte imóvel:
Prédio rústico, composto por terra de cultivo, localizado na Cales e Chada, na
citada freguesia do Arco da Calheta, com a área total de duzentos e vinte metros
quadrados, que confronta a Norte e Nascente com José Dias de Freitas, a Sul com
José Gomes Órfão e a Poente com Pedro de Gouveia, descrito na Conservatória do
Registo Predial da Calheta sob o número setecentos e sessenta, daquela freguesia,
onde se acha registada a aquisição a favor de Francisco Fernandes Serrão e mulher
Maria Arlinda do Nascimento Nóbrega, Maria Ascensão Serrão e marido José Freitas
da Silva, Rosa de Jesus e marido António Cabral de Oliveira, Manuel Fernandes Serrão
e mulher Virgínia Fernandes Serrão, José Fernandes Serrão, Alfredo Fernandes Serrão,
Maria Fernanda da Silva Serrão, Maria Salomé da Silva de Faria e Maria Inês da Silva
Serrano pela apresentação um, de cinco de junho de mil novecentos e noventa e dois,
em comum e sem determinação de parte ou direito, inscrito na matriz sob o artigo
5749, com o valor patrimonial atual de dezassete euros e noventa e oito cêntimos.
Que o citado prédio veio à posse do justificante, no ano de mil novecentos e oitenta
e sete, por partilhas verbais feitas com os demais herdeiros por óbito de José Fernandes
Serrão e Maria de Jesus, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens,
residentes no Arco da Calheta, no sítio de Cales e Chada, sendo que os herdeiros,
aquando do óbito dos falecidos José Fernandes Serrão e Maria de Jesus, registaram o
citado prédio em seu nome, por lapso, no ano de mil novecentos e noventa e dois.
Que desde então o justificante vem possuindo o indicado prédio, portanto, há mais
de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que seja, desde o seu início, posse
essa que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com conhecimento de
todas as pessoas, sendo por isso uma posse de boa fé, pública, pacífica e contínua,
sendo consenso que o imóvel lhe pertence, pois pratica, todos os atos inerentes à
qualidade de proprietário, usufruindo da sua utilização.
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu à aquisição
do imóvel por usucapião, que invoca, justificando o seu direito de propriedade para
efeitos de registo, dado que essa aquisição não pode ser comprovada por qualquer
outro título extrajudicial.
Os titulares inscritos registralmente foram notificados nos termos do artigo 99º do
Código do Notariado.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Ponta do Sol, vinte e dois de março de dois mil e vinte e três.
O Notário,
Nuno Vieira Barbosa
| publicidade | 23
CARTÓRIO NOTARIAL DE
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SANTA CRUZ- MADEIRA
NOTÁRIA – LÍLIA VALENTINA DA SILVA FREITAS
Rua Bela de São José, Edifício São José, r/c, fração A, n.º 15, Santa Cruz
Telf: 291 524 110; Email:santacruz.valentinafreitas@gmail.com
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
Lília Valentina da Silva Freitas, notária no Cartório Notarial Privado de Santa Cruz,
sito na Rua Bela de São José, Edifício São José, r/c, fração A, n.º 15, em Santa
Cruz, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, lavrada de
folhas treze a folhas quinze verso do livro de escrituras diversas número CINQUENTA
E TRÊS-V deste Cartório, a) MARIA ALBERTINA DE JESUS TEIXEIRA BARRETO e
marido FRANCISCO JOÃO DE SOUSA BARRETO, casados sob o regime da comunhão
geral de bens, naturais da freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz, residentes
no Caminho Cova da Santa, n.º 49, Camacha, em Santa Cruz, N.I.F.’s 176 254 463
e 118 389 874, respetivamente; b) JOSÉ ADRIANO DE JESUS TEIXEIRA, e mulher
ROSA DE GOUVEIA GONÇALVES TEIXEIRA, casados sob o regime da comunhão geral
de bens, naturais da freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz, residentes na
Vereda Lombo Barreto, nº 11, Camacha, em Santa Cruz, N.I.F.’s 100 571 034 e
182 589 870, respetivamente; c) SIDÓNIO ADELINO DE JESUS TEIXEIRA, solteiro,
maior, natural da freguesia de Santa Luzia, concelho do Funchal, residente no Caminho
Cova da Santa, n.º 47, Camacha, em Santa Cruz, N.I.F. 194 443 523. d) MARIA
SUSANA TEIXEIRA PEDRAS, viúva, natural da freguesia da Camacha, concelho de
Santa Cruz, residente no Caminho Cova da Santa, n.º 47, Camacha, em Santa Cruz,
N.I.F. 185 381 910DECLARARAM que são donos e legítimos possuidores, em comum
e nas proporções de três sextas partes para os primeiros outorgantes indicados em
a), uma sexta parte aos primeiros outorgantes indicados em b), uma sexta parte ao
primeiro outorgante indicado em c) e uma sexta parte à primeira outorgante indicada
em d), com exclusão de outrem, do seguinte imóvel: Prédio misto, localizado no Sítio
do Rochão, freguesia da Camacha, concelho de Santa Cruz, com a área total de três
mil novecentos e vinte metros quadrados, composto, a parte urbana por duas casas
destinadas a habitação, uma com a área total de trinta e dois metros quadrados, que
corresponde à sua área de implantação, e outra com a área total de trinta e cinco metros
quadrados, que também corresponde à sua área de implantação, e a parte rústica
composta por pomar de macieira, eira, e uma dependência agrícola, que confronta
do norte com herdeiros de Manuel Teixeira Guiço e outros, do sul com herdeiros de
Maria de Nóbrega, do nascente com Manuel Teixeira “Melro Preto” e do poente com
o Caminho, inscrito nas respetivas matrizes, a parte urbana, respetivamente, sob os
artigos 357 e 358, com os valores patrimoniais e atribuídos, respetivamente, de dois
mil novecentos e vinte e três euros e vinte cêntimos e seis mil trezentos e oitenta e
quatro euros e trinta e cinco cêntimos, e a parte rústica sob o artigo 110 da secção
“W”, com o valor patrimonial e atribuído de trezentos e trinta e sete euros e dezasseis
cêntimos, perfazendo o valor total atribuído de nove mil seiscentos e oitenta e quatro
euros e setenta e um cêntimos. O identificado prédio não se encontra descrito na
Conservatória do Registo Predial de Santa Cruz- Madeira.
Os justificantes entraram na posse e fruição do referido prédio há mais vinte anos,
em comum e nas proporções acima indicadas, com conhecimento de todos e sem
oposição de ninguém desde o seu início, posse que sempre exerceram contínua e
ostensivamente, de boa fé por ignorarem lesar direito alheio, pacificamente porque
sem violência, sendo reconhecidos como seus donos por toda a gente, com ânimo
de quem exercita direito próprio, praticando todos os atos inerentes à qualidade de
proprietários, nomeadamente plantando couves, batatas, cebolas, apanhando os frutos
das árvores, nomeadamente ameixas, limões e pêros, limpando o mato, abrindo portas
e janelas, procedendo à limpeza e à conservação das casas, e usufruindo de todas as
utilidades.
O indicado imóvel veio à posse dos aqui justificantes, naquelas referidas quotas
partes, os primeiros outorgantes indicados em a) e em b) já no estado de casados, o
justificante indicado em c) já maior de idade e a justificante indicada em d), no estado
de solteira maior, tendo entretanto sido casada sob o regime da comunhão de adquiridos,
atualmente dele viúva, todos em dia e mês que não podem precisar do ano de mil
novecentos e oitenta e nove, por doações feitas verbalmente por Conceição Teixeira
de Jesus, viúva de José Mário de Nóbrega Teixeira, residente que foi no Caminho da
Cova Santa, Camacha, em Santa Cruz, por António de Nóbrega Sá Teixeira e Maria de
Nóbrega, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Venezuela e
por Maria José de Nóbrega e José Jaime de Nóbrega Teixeira, ele já falecido, casados
sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no Sítio do Rochão,
Camacha, em Santa Cruz, e ela, posteriormente nas Passadinhas da Ti-Jesuina, n.º 12,
Rochão, Camacha, em Santa Cruz. Por sua vez estes primeiros antepossuidores haviam
adquirido este prédio por partilhas verbais por óbito dos seus pais, José de Sá Teixeira
e Conceição de Nóbrega Sá, casados sob o regime da comunhão geral, residentes
que foram no Sítio do Rochão, Camacha, em Santa Cruz, nunca se tendo reunido as
condições necessárias para a realização das competentes escrituras, pelo que não são
detentores de qualquer título formal que legitime o domínio do referido prédio para o
mesmo poder ser registado na competente Conservatória.
Que, dadas as caraterísticas de tal posse, em nome próprio, pacífica, contínua e
pública, os justificantes adquiriram o citado imóvel, em comum e nas referidas quotas
partes, por usucapião, que invocam, justificando o seu direito de propriedade respetivo
e fazendo as presentes declarações de justificação para fins de primeira inscrição no
registo predial.
Está conforme o original, aqui narrado por extrato, outorgado no Cartório Notarial
de Santa Cruz, em vinte e oito de março de dois mil e vinte e três.
A Notária,
Lília Valentina da Silva Freitas
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tribuna_madeira
24 | desporto |
Volta à Madeira doou
equipamentos ao Sesaram
N
uma iniciativa
organizada pela
Associação de
Motociclismo da
Madeira, contan-
do com todos os seus clubes
filiados, realizou-se no pas-
sado domingo, 26 de mar-
ço, a volta comemorativa dos
50 anos do Hospital Dr Nélio
Mendonça, bem como dos 20
anos do Sesaram, Serviço de
Saúde da Região Autónoma
da Madeira.
Este passeio lúdico de
motociclismo revestiu-se de
um caráter solidário, já que,
à partida, a organização do
evento pretendia oferecer um
equipamento de recupera-
ção motora àquela unidade
de saúde. Por este motivo, a
adesão foi superior ao espe-
rado, tendo participado mais
de seiscentos motociclos e
mais de sete centenas e meia
de participantes, aos quais
se juntou o Secretário Regio-
nal de Saúde e Proteção Civil,
Dr Pedro Ramos, o Secre-
tário Regional de Agricultu-
ra e Desenvolvimento Rural,
Dr Humberto Vasconcelos, o
Diretor Regional de Saúde,
Herberto Jesus, a Presi-
dente do Conselho de Admi-
nistração do Sesaram, Dra
Rafaela Fernandes, o Presi-
dente do IA- Saúde, Dr Bru-
no Freitas, entre outras enti-
dades oficiais.
O ponto de encontro para
o passeio foi o parque de
estacionamento junto ao Cais
8, de onde as centenas de
motociclistas saíram rumo
ao Hospital Dr Nélio Men-
donça, local onde a imensa
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
caravana teve oportunidade
de saudar e aplaudir os pro-
fissionais do Sesaram que
se encontravam a trabalhar,
num gesto repetido muitas
vezes de agradecimento e
reconhecimento pelo traba-
lho desenvolvido por aque-
les elementos, independen-
temente das funções que os
mesmos cumprem dentro da
estrutura da Saúde.
Dali, a caravana rumou
a todos os centros de saúde
abertos até às 24 horas, pelo
que a próxima paragem foi
em Câmara de Lobos e pos-
teriormente na Ribeira Brava
onde os motociclistas foram
recebidos pelo presidente
da Câmara Municipal local
e pela equipa de vereadores,
fazendo-se então uma para-
gem de 30 minutos. Calhe-
ta era o Centro de Saúde que
se seguia, rumando depois ao
Porto Moniz e a São Vicen-
te, onde, após a saudação aos
profissionais de saúde, teve
lugar o almoço confecionado
pelo conceituado Chef Yves
Gautier e servido nas insta-
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
lações da Escola Agrícola da
Madeira.
Na presença do edil local,
houve a oportunidade do
presidente da Associação de
Motociclismo da Madeira,
Nélio Olim, de agradecer a
presença de todos os moto-
ciclistas e saudar as entida-
des oficiais presentes, reco-
nhecendo igualmente a hon-
ra e a responsabilidade que
foi organizar um evento com
esta dimensão e com um
objetivo tão nobre que é o
de ajudar aqueles que neces-
sitam. Por seu turno, quer o
Diretor Clínico do Sesaram,
quer o Secretário Regional da
Saúde e Proteção Civil foram
unânimes no reconhecimento
ao papel social da Associação
de Motociclismo, mostrando-
se sensibilizados pelo gesto
de se proporem a angariar
verbas para entregar equipa-
mentos de recuperação física
e motora ao Sesaram.
Antes disso, José António
Garcês deu as boas-vindas a
todos ao município de São
Vicente e afirmou estar sem-
pre disponível para acolher,
no seu concelho, todas as ini-
ciativas que a Associação de
Motociclismo entenda váli-
das para aquela localidade.
Do trajeto, faltavam ain-
da as passagens por Santana
e Machico para toda a comi-
tiva ser recebida, no Funchal,
pelo presidente da Câmara
Municipal. E foi a Praça do
Município o palco escolhi-
do para encerrar, em gran-
de, este movimento solidá-
rio, tendo sido anunciados a
oferta de dois standing frame
e de um espaldar ao Sesaram,
graças ao contributo solidário
de todos os motociclistas e,
também, da Câmara Munici-
pal do Funchal e de algumas
empresas que se juntaram,
desta forma, ao evento.
Simbolicamente, Nélio
Olim entregou a José Júlio
Nóbrega, diretor clínico do
Sesaram, um cheque onde
constavam os equipamentos
angariados nesta iniciativa e
doados ao serviço regional de
saúde.
Rafaela Fernandes, Júlio
Nóbrega, Pedro Calado e
Pedro Ramos felicitaram
todos os motociclistas pela
participação e colaboração
para o sucesso deste even-
to, mostrando-se sensibiliza-
dos pelo importante traba-
lho social que esta direção
da Associação de Motociclis-
mo da Madeira tem impresso
na sua atividade diária, com-
provando igualmente o moti-
vo pelo qual esta instituição,
que caminha para os 40 anos
de idade, é detentora de utili-
dade pública.
No final do evento, o pre-
sidente da AMM estava mui-
to satisfeito pelo sucesso da
iniciativa.
Nélio Olim agradeceu
igualmente a forma segura,
responsável e organizada com
que todos os motociclistas
participaram neste evento, e
o contributo que todos deram
para o sucesso desta iniciati-
va, particularmente dos ele-
mentos que colaboraram
com a organização na segu-
rança do evento, com parti-
cular destaque para o agen-
te da PSP João José Sousa
que fez de batedor à caravana
em todo o traçado, demons-
trando um grande profissio-
nalismo na missão de zelar
pela segurança do grupo. Um
evento que foi também repli-
cado na ilha do Porto Santo
pelo Clube Motards do Porto
Santo. Também na ilha dou-
rada, e fruto de uma parceria
entre a Associação de Moto-
ciclismo da Madeira e o Clu-
be Motards do Porto San-
to será possível, em breve,
entregar ao Centro de Saú-
de do Porto Santo um equi-
pamento novo para substituir
uma máquina de fisioterapia
que se encontra avariada. De
referir que, também no Porto
Santo, o presidente da Câma-
ra Municipal local fez questão
de se juntar à causa, marcan-
do presença na iniciativa.
Com um balanço muito
positivo perante estes qua-
tro equipamentos angariados
e que serão doados ao Sesa-
ram, os motociclistas regres-
saram aos seus lares.
Uma nota final para referir
que, entre todos estes moto-
ciclistas oriundos dos 28 clu-
bes filiados na Associação
de Motociclismo, estavam
alguns profissionais do Sesa-
ram que fizeram todo o traje-
to. Destaque ainda para um
elemento em particular, de
nome Pedro Machado, pro-
veniente dos Estados Unidos
da América, filho de emigran-
tes portugueses, e que, ves-
tido de “Capitão América”,
fez todo o trajeto e deu bem
nas vistas de todos. Pedro
Machado é responsável por
uma organização denomina-
da “SuperHeroes4Kids” e tem
como missão visitar nos hos-
pitais crianças que estejam
internadas, proporcionando-
lhes momentos de diversão
e distração dos tratamentos
duros a que por vezes são
submetidas. n
Fotos: Miguel Lira
Pe. António Francisco
11- Consensual (A)
A palavra "consensual"
provém do substantivo "con-
senso" com o sufixo "al", for-
mando o adjectivo "consen-
sual". Este adjectivo tem dois
géneros: um, relativo a con-
senso e outro relativo a tudo
aquilo que depende de con-
senso. Este termo significa;
assentimento geral. consen-
timento, anuência. opinião
generalizada e acordo de uma
grande maioria da opinião
pública. Há diversas pala-
vras relacionadas com este
adjectivo :consensualmente,
consensualidade, consensu-
alizar, prioritização, consen-
sualismo e rodismo. Ainda
há outras palavras relacio-
nadas com "consenso"; -con-
sensial, consntido, concor-
dado, acordado, acertado,
combinado, assentido, con-
firmado, contratado, apro-
vado, Por exemplo:" a deci-
são de mudança de residên-
cia foi consensual" ."A maio-
ria dos países africanos revi-
saram estas leis para incluir
sexo consensual entre casais
de gays e lésbicas e tornou as
as punições mais severas".
Um ministro afirmou que os
actos praticados descacteri-
zaram por completo o mode-
lo de democracia consensu-
al". " A defesa e a família
dos brasileiros afirmam ino-
cência e dizem que a relação
sexual foi consensual".
Consensual e a Bíblia- "O
divórcio e recasamento,à luz
da palavra de Deus.
Preliminares: definições
bíblicas do significado de
certas palavras:
1. Prostituição é qual-
quer favor sexual entre um
homem e uma mulher sem
marido, feito por dinheiro
ou por outras recompensas
materiais.
2. Fornicação, num senti-
do estrito, é qualquer favor
sexual entre um homem e
uma mulher sem marido, fei-
to consensualmente, sem ser
por dinheiro nem por outras
recompensas materiais..
Noutro sentido mais amplo,
é qualquer actividade sexu-
al não permitida por Deus
na sua Palavra - a Bíblia isto
inclui fornicação mum senti-
do restrito, adultério, pros-
tituição homossexualismo
| desporto | 25
opinião
Gonçalves Simões
Coronel Capelão
masculino e feminino (les-
bianismo) bestialismo etc.
3. Casamento não é o acto
de o homem, pela primeira
vez ou não quer por estupro
ou por fornicação consensu-
al, ter favores sexuais de uma 
determinada mulher(virgem
ou viúva ou divorciada ou
prostituta ou que é fornicada
por outros homens). Casa-
mento é a solene promes-
sa mútua(explícita ou tácita)
usualmente entre testemu-
nhas e formalmente) entre
um homem e uma mulher,
de serem esposo e esposa,
formarem um casal, uma
mulher, e serem um só car-
ne, indivisivelmente, com
toda a fidelidade prometida,
até que a morte os separe.
4 Adultério é quebra(
duma vez por todas ficar
quebrada) dos votos de um
casamento.
5 Adulterar é desrespei-
tar( de uma só vez por todas
fica despeitado) e infrin-
gir( de uma vez por todas
fica infringido) o pacto e um
casamento.
6 Adúltera é quem adul-
terou do estado ( isso é,
despeitou( de uma vez por
todas, fica desrespeitado), é
quem infringiu( de uma vez
por todas fica atingido), o
pacto do casamento(seja o
casamento do adúltero, ou
da adúltera). Assim, como
quem já cometeu um assas-
sinato leva a pecha de assas-
sino até o fim da sua vida,
do mesmo modo quem já
adulterou uma vez carrega a
pecha de adúltero até o fim
da sua,
Vida. Assim, como a perda
da virgindade(ou a amputa-
ção uma vez carrega a pecha
se adúltero até ao fim da sua
vida. Assim, como perda da
virgindade) Adúltero é quem
passou o estado de jamais ter
adulterado, para o estado e
já ter adulterado, mesmo que
depois tenha se arrependido
e parado o pecado.
Casamento;=1ª. consuma-
ção do acto sexual, ou sole-
ne promessa mútua diante
de Deus, da lei e testemu-
nhas? Resposta através de
um exemplo: Um rapaz, que
terminou o seu treino militar
obrigatório, e uma moça, são
virgens e estão para casar n
26 | sociedade
o que os outros
| dizem… |
Esta rubrica apresenta informações de vários órgãos de comunicação social, TV, rádios, jornais e revistas.
Rússia afirma que tem armas
suficientes para destruir
os Estados Unidos
O secretário do Conselho de Seguran-
ça da Rússia, Nikolai Patrushev, alertou
que o país tem armas para destruir qual-
quer inimigo, incluindo os Estados Uni-
dos, caso a sua existência esteja ameaçada.
“A Rússia é paciente e não intimida ninguém
com a sua vantagem militar. Mas tem armas
modernas e únicas capazes de destruir qual-
quer adversário, incluindo os Estados Unidos,
no caso de uma ameaça à sua existência”, afir-
mou Nikolai Patrushev. “Os políticos america-
nos estão presos pela sua própria propaganda
e continuam confiantes de que, no caso de um
conflito direto com a Rússia, os Estados Uni-
dos são capazes de lançar um ataque preven-
tivo com mísseis, após o qual a Rússia já não
será capaz de responder”, disse Patrushev ao
jornal estatal Rossiiskaya Gazeta, citado pelo
Sky News. “Isto é uma estupidez míope, e mui-
to perigoso”, acrescentou.
Fonte: Correio da Manhã
NATO condena plano “perigoso e
irresponsável” da Rússia
A NATO considera “perigoso e irresponsá-
vel” o plano de Vladimir Putin para a entre-
ga de armas nucleares táticas à Bielorrússia.
A intenção do presidente russo foi conheci-
da numa altura em que as forças de Moscovo
continuam a bombardear a linha da frente na
cidade ucraniana de Avdiivka.
“A retórica nuclear da Rússia é perigosa e
irresponsável”, declarou Oana Lungescu, por-
ta-voz da Aliança Atlântica. “A NATO está
atenta e a monitorizar de perto a situação.”
“Até agora, não vimos qualquer mudança na
postura nuclear russa que nos leve a ajus-
tar a nossa”, avançou, acrescentando que o
líder russo “pisou a linha” ao comparar o
seu plano para a Bielorrússia com a entre-
ga de armas pelos Estados Unidos à Europa.
“A referência que a Rússia fez à partilha de
armas nucleares da NATO é totalmente enga-
nadora. Os aliados da Aliança Atlântica atu-
am com total respeito pelos seus compro-
missos internacionais”, frisou Lungescu em
comunicado.
Fonte: RTP
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
Putin nega aliança
militar com a China
O presidente da Rússia, Vladimir Putin,
negou que Moscovo e Pequim estivessem a
criar uma aliança militar e garantiu que todas
as cooperações entre os dois Estados eram fei-
tas com “transparência”.
“Não estamos a criar uma aliança militar
com a China”, referiu o chefe de Estado rus-
so numa entrevista emitida na televisão rus-
sa e citada pela Interfax. “Temos cooperações
na esfera da interação militar e técnica. Não
escondemos isso”, referiu.
Putin apontou ainda que as relações entre
os dois eram “transparentes” e que nada se
passava em segredo. (...)
Por outro lado, Vladimir Putin acusou os
Estados Unidos de estar a levar a cabo um pla-
no para “globalizar” as suas alianças, numa
coligação internacional para além da Organi-
zação do Tratado do Atlântico Norte [NATO
na sigla em inglês] contra os interesses rus-
sos, ao estilo das potências do Eixo durante a
Segunda Guerra Mundial, em relação ao Reich
alemão de Hitler, Itália e Japão.
Fonte: Eco
A trincheira da
democracia em Israel
Perante o maior protesto político interno
na história de Israel, Netanyahu decidiu parar
para ganhar tempo: pressionado até por gente
do partido e do governo dele, o chefe da coli-
gação que inclui partidos teocráticos anun-
ciou o adiamento da votação da contestadíssi-
ma “reforma judicial” para somente depois da
Páscoa. Mas a intenção, política e socialmente
incendiária, não desaparece.
A democracia israelita, até aqui bem raro no
Médio Oriente, atravessa uma crise sem prece-
dentes nos 75 anos de história do país. Está a
ser vítima das manobras do outra vez primei-
ro-ministro Netanyahu, agora à cabeça de uma
inédita coligação de partidos religiosos alinha-
dos na direita ultranacionalista. Querem todos
eles acabar com a independência do poder
judicial e submeter até mesmo o Supremo Tri-
bunal à maioria política de ocasião (o ministro
da Defesa, por discordar, foi exonerado).
Fonte: Sapo 24
Putin continua a querer vencer
guerra no terreno
e não com negociações
O Instituto para o Estudo da Guerra afir-
mou que Vladimir Putin continua à procura
da vitória no terreno, preterindo negociações.
O novo relatório discute os esforços contínu-
os do presidente russo para conseguir a vitória
completa na Ucrânia, algo que ele parece con-
fiante de que pode alcançar com o tempo.
Putin parece rejeitar a ideia cada vez mais
prevalente no discurso ocidental “de que as
atuais realidades militares exigem uma reso-
lução negociada do conflito”. Nem a Ucrâ-
nia nem o Ocidente o convenceram de que
ele deve considerar aceitar qualquer tipo de
acordo de saída ou compromisso. Em vez dis-
so, Putin continua focado em alcançar os seus
objetivos iniciais de guerra por meio de um
conflito prolongado.
No mais recente relatório do grupo, pode
ler-se que Vladimir Putin está “focado em
alcançar os seus objetivos iniciais de guerra
por meio de um conflito prolongado no qual
ele vence impondo a sua vontade à Ucrânia
pela força ou quebrando a vontade da Ucrânia
após o abandono de Kyiv pelo Ocidente”.
Fonte: Notícias ao Minuto
Pico da população mundial pode
acontecer em 2050, décadas mais
cedo do que o esperado
A população mundial pode atingir o pico
décadas mais cedo do que o previsto até agora.
Um novo estudo, da autoria do Clube de Roma
(uma organização não-governamental dedica-
da à discussão de temáticas ligadas ao ambien-
te e desenvolvimento sustentável), prevê que
o número máximo de habitantes do planeta
Terra seja atingido em 2050, com uma des-
cida acentuada durante a segunda metade do
século XXI.
O novo estudo prevê que a população mun-
dial atinja um limite de 8.8 mil milhões de
habitantes nas próximas décadas, esperando-
se que o número desça em seguida para os cer-
ca de 7.3 mil milhões até 2100. As conclusões
da ONG são, deste modo, bastante diferentes
das projeções apresentadas por organizações
como as Nações Unidas (ONU), que preveem
um pico populacional mais tardio e em núme-
ro bastante mais elevado.
Fonte: Eco
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
Marcelo Rebelo de Sousa:
“O mundo vai mudar,
está a mudar, imprevisível”
O Presidente da República, Marcelo Rebelo
de Sousa, defendeu que o espaço ibero-ameri-
cano constitui “uma força de paz no mundo”
e tem como tarefa “recuperar o multilateralis-
mo”, antevendo que 2023 e 2024 serão “anos
decisivos”.
“O mundo é multipolar, mas nos últimos
tempos deixou de ser multilateral. Temos de
recuperar o multilateralismo. E essa é uma
tarefa nossa”, afirmou Marcelo Rebelo de Sou-
sa, na 28.ª Cimeira Ibero-Americana, em San-
to Domingo, na República Dominicana, onde
referiu-se à invasão russa da Ucrânia e à con-
sequente guerra que dura há mais de um ano
como “uma guerra global” que deve ser conde-
nada por todos.
“Uma guerra que nasceu da violação do
direto internacional e de princípios que todos
percebemos – mesmo aqueles que temos posi-
ções diferentes – que é o princípio da integri-
dade do território e o princípio da soberania
do Estado, é uma guerra global. Nenhum de
nós aceita que esses princípios sejam violados
contra o seu Estado, quem quer que viole, uma
potência A, B, C ou D”, argumentou.
Fonte: CNN Portugal
Portugal já paga 3,5%
pela nova dívida - é a maior taxa
desde a saída da troika
O custo de financiamento de Portugal dis-
parou no arranque do ano, perante o impac-
to da subida das taxas de juro no mercado. A
República portuguesa pagou uma taxa média
de 3,5% nas primeiras emissões realizadas em
2023, entre Janeiro e Fevereiro, a mais eleva-
da desde 2014, o ano da saída do programa da
troika.
Em relação a 2022, o custo médio da nova
dívida praticamente duplicou, mostram os
dados mais recentes da Agência de Gestão
da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Ao
longo do ano passado, os investidores exigi-
ram uma taxa média de 1,7% nas operações de
financiamento, já acelerando em comparação
com 2020 (0,5%) e 2021 (0,6%), mas ainda
sem refletir na totalidade a inversão da políti-
ca monetária do Banco Central Europeu (BCE)
iniciada na segunda metade do ano.
Fonte: CNN Portugal
Boas relações com a China
são “um trunfo para Portugal”
As “boas relações históricas” com a Chi-
na são “um trunfo para Portugal”, que pode
ajudar a melhorar os laços entre Pequim e a
UE, disse em Macau o último governador do
território durante a administração portugue-
sa. Vasco Rocha Vieira realçou que a história
de Macau deu “um conhecimento privilegia-
do” da China a Portugal, que pode “influenciar
destinos, dar opiniões e aconselhar” Bruxelas
na relação com Pequim.
O último governador de Macau (1991-1999)
apontou que a China é “uma superpotência
em afirmação” e que Lisboa pode “contribuir
para que haja respeito, progresso e paz”, num
mundo marcado por “uma instabilidade mui-
to grande”. Em 1 de Março, o Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês disse à Lusa que
mantém com Portugal laços amigáveis, de lon-
go prazo e “mutuamente benéficos”, “alinha-
dos com os interesses de ambos os lados”.
Fonte: Sapo 24
Portugal preocupa pela violência
de género, crise na habitação e
exploração de migrantes
A Amnistia Internacional aponta como
principais preocupações em Portugal a bruta-
lidade das forças policiais, a violência de géne-
ro, as condições de habitação, a exploração de
migrantes e as ondas de calor. No seu mais
recente relatório sobre o estado dos Direitos
Humanos no mundo, a ONG avisa que 2023
deve ser “um ponto de viragem para a defe-
sa dos Direitos Humanos”. Caso contrário, o
mundo poderá ser levado ao abismo.
No caso português, um dos pontos a elimi-
nar para o bem dos Direitos Humanos é a vio-
lência e discriminação de género. A Amnis-
tia refere críticas feitas pela ONU aos qua-
dros legislativo e institucional portugueses,
assim como ao número insuficiente de servi-
ços para lidar com a violência de género con-
tra mulheres.
Fonte: RTP
| o que os outros dizem… | 27
| sociedade
PJ mobiliza polícias de toda
a Europa contra novas restrições
à investigação criminal
Pelo menos 25 países e mais de três deze-
nas de dirigentes de Polícias da União Euro-
peia (EU), espaço Schengen e o Reino Unido,
vão estar representadas na conferência inter-
nacional de alto nível «Metadata Law Enforce-
ment Conference» que se vai realizar nos pró-
ximos dias 29 e 30 na sede a Polícia Judiciá-
ria (PJ) em Lisboa, com as presenças, previs-
tas, da diretora executiva da Europol, Cathe-
rine De Bolle e da Comissária para Assuntos
Internos, Ylva Johansson.
O “impacto negativo” na realização de Jus-
tiça e no combate ao crime violento resultan-
tes das novas restrições à utilização dos meta-
dados das comunicações para a investigação
criminal, levou a que o diretor nacional da PJ,
Luís Neves, lançasse este desafio inédito aos
congéneres internacionais para virem a Lis-
boa partilhar as dificuldades que a decisão do
Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE)
impôs e aprovar uma declaração conjunta que
contribua para uma “solução equilibrada”, que
respeite os Direitos Fundamentais, mas não dê
às polícias as “armas” necessárias contra uma
criminalidade cada vez mais complexa.
Fonte: Diário de Notícias
Portugal tem mais pedidos
de patentes à Europa,
sobretudo na tecnologia
Os pedidos de patente submetidos ao Ins-
tituto Europeu de Patentes (IEP) voltaram
a subir pelo segundo ano consecutivo, 7,6%
em 2022, para um total de 312, sobretudo
nas áreas da tecnologia informática, médica e
farmacêutica.
De acordo com o Índex de Patentes 2022,
publicado pelo IEP, o número total de pedi-
dos de patentes submetidos por empresas e
inventores portugueses aumentou 7,6% em
2022 para um total de 312, o maior volume
até à data e 40% acima do volume registado
há cinco anos. Esta subida compara com um
acréscimo de 15,5% em 2021, para 290, e com
o aumento de 2,5% nos pedidos de patentes
totais ao IEP também em 2022, para 193.460.
À semelhança do ano anterior, em Portugal
no ano passado, a tecnologia informática foi
novamente a área com mais pedidos de paten-
tes apresentados junto do IEP, seguindo-se as
tecnologias médicas e farmacêuticas e fazen-
do da saúde a indústria com o maior número
de submissões.
Fonte: Sapo 24
28 | ambiente | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

opinião

Censo de Mantas
Fábio Diniz
na Madeira e
Um olhar…
Diariamente acordamos e enfrentamos a nos-
sa rotina, tipicamente preenchida pelos padrões
Porto Santo
comuns. O aroma do café, o ruído dos veículos moto-
rizados, a intensidade da luz solar ou artificial são
alguns dos estímulos a que estamos submetidos e
nem nos damos conta. E assim mantemos os horá-
rios, compromissos e os vários espaços que preen-
As mantas podem ser observadas desde
chem, impedindo que tenhamos oportunidade de as zonas florestais até aos centros urbanos.
sair da norma. Regularmente não contemplamos o

A
nascer ou o pôr do sol, o início de uma nova estação,
o canto dos pássaros ou a beleza das levadas. O nos- Sociedade Por-
so sistema sensorial está tão carregado de estímu- tuguesa para o
los inadequados e inconvenientes, que caminhamos Estudo das Aves
inconscientemente sobrecarregados. A nossa edu- (SPEA) promo-
cação formal e sobretudo, a cívica, não costuma nos ve, neste fim-de-
preparar para que tenhamos a informação suficien- semana, dias 1 e 2 de abril,
te para gerir tanta carga emocional. O que nos tor- mais um Censo de Mantas na
na prisioneiros das tradições e costumes obsoletos? Madeira e Porto Santo.
“Temos que falar sobre libertar mentes, tanto quanto A SPEA desafia os cida-
sobre libertar a sociedade.” – Angela Davis. Continu- dãos da Madeira e Por-
amos confinados a ideias e conceitos ortodoxos, que to Santo a olhar o céu em
nos impedem da evolução cívica. A riqueza da biodi- busca de mantas. As con-
versidade nos lembra do espaço próprio para a mani- tagens decorrem durante o
festação da individualidade e deixa clara a expres- fim-de-semana, numa ini-
são da essência única de cada ser. Preferimos man- ciativa de ciência-cidadã
ter os nossos hábitos que continuam a negar a liber- que se realiza desde 2006.
dade, deixando-nos enclausurados na nossa própria Estão já duas dezenas de
ganância. E que tal utilizarmos a nossa inteligência a cidadãos inscritos neste cen-
serviço do planeta, como um todo? Respeitar todas so, mas são ainda necessários
as formas de vida, sejam elas animais humanas, não- mais voluntários para pros-
humanas, vegetais e/ou minerais? Os animais não- petar a melhor área possível
humanos continuam a ser tratados como meras mer- e conseguir a melhor estima-
cadorias ou objetos… Nem mesmo os que estão mais tiva possível de quantas man-
próximos de nós, os cães e os gatos, são respeitados tas existem no nosso arqui- nos Açores, manta na Madei- de 550 voluntários cola-
e, diariamente são maltratados e/ou abandonados. pélago. A pé, de bicicleta ou ra e águia-d’asa-redonda boraram com a SPEA, ao
Que tipo de pessoas seríamos nós ao menosprezar, de carro andarão a contar em Portugal continental. longo de 17 anos, ajudan-
causar qualquer tipo de sofrimento e dor aos animais mantas (Buteo buteo harter- Na Madeira e nos Açores, as do-nos a obter dados mais
não-humanos? Seja ele um cão, um pássaro, uma ti) pelas estradas da Madeira mantas podem ser observa- concretos sobre esta espé-
lagartixa, um cavalo, um gato, uma ovelha, um gol- e Porto Santo. das desde as zonas flores- cie tão espetacular e emble-
finho, uma baleia… entre tantos outros animais. “A “Junte a família e amigos tais até aos centros urba- mática do arquipélago”.
libertação animal também é uma libertação huma- e saia à rua para contar man- nos, geralmente em voo ou Este fim-de-semana, a SPEA
na.” – Peter Singer. Temos a oportunidade para evo- tas. A metodologia é muito pousadas em pontos altos de apela aos madeirenses e por-
luir e progredir socialmente, pois não precisamos simples, basta realizar um ou onde possam avistar as suas tossantenses para colabora-
gostar e/ou entender as várias formas de vida…, mas mais percursos a pé, de car- presas, tais como ratos, aves, rem neste censo.É recomen-
é nosso dever respeitar! Aprender e refletir traz-nos ro ou de bicicleta, anotando coelhos, répteis, anfíbios, dável realizar as contagens
riqueza e permite-nos que possamos crescer enquan- quantas mantas observou.”, insetos e minhocas. Este pre- entre as 10 e as 14 horas,
to coletivo consciente. Um olhar atento, empático e afirma Cátia Gouveia, coor- dador de topo é um verdadei- período coincidente com
nutrido de respeito faz toda a diferença, pois assim denadora da SPEA Madeira. ro aliado no combate a pra- uma maior atividade destas
coabitamos na nossa casa planetária. Um propósi- Esta rapina é a maior das gas, mantendo o equilíbrio aves. Depois de concluído o
to e princípio primordial deste grande ecossistema é três aves de rapina diurnas dos ecossistemas. Apesar de censo, cada voluntário rece-
que transmutemos e convivamos no seio das diferen- nidificantes no arquipélago ser considerada pouco ame- berá um certificado de par-
ças que são próprias de cada grupo existente. Aque- da Madeira, sendo, portanto, açada a nível do seu estatuto ticipação e será informado
la postura anacrónica e rígida apenas conduziu-nos de fácil identificação. A sua de conservação, esta rapina dos resultados do censo em
para os estragos constantes, que até então temos pre- plumagem é predominante- sofre com a perda de habi- primeira mão. Toda a infor-
senciado. Sejamos sábios e gentis e, respeitemo-nos mente castanha, com a par- tat, envenenamento e eletro- mação sobre o censo encon-
individual e coletivamente, enquanto animais huma- te interior das asas esbran- cussão em linhas elétricas. tra-se em www.spea.pt.
nos e não-humanos. “Os animais não existem em quiçada, com cauda listra- Em 2022, 47 voluntá- “Mesmo que não se tenha
função do ser humano, eles possuem uma existência da e quadrada. Tanto o bico rios participaram no cen- inscrito neste censo, se por-
e um valor que lhes são próprios. Uma moral que não como as patas são amarelos. so, que resultou na esti- ventura observar alguma
incorpore esta verdade é vazia. Um sistema jurídico Nesta altura do ano, a espé- mativa de 193 mantas na manta durante o fim-de-
que a exclua é cego.” – Tom Regan. n cie está na época de repro- Madeira e 61 no Porto Santo. semana, faça-nos chegar o
dução, pelo que se encon- Segundo Cátia Gouveia, seu registo através do email
tram mais ativas e vocais. “o sucesso desta iniciativa madeira@spea.pt.
Foi publicada, na edição passada, por engano Com o Censo de Mantas, depende exclusivamente do Com o contributo de todos
a foto do autor do artigo, tendo sido atribuído a que decorre anualmente envolvimento de voluntá- podemos ter um retrato mais
Manuel Pegado quando o correto seria Fábio Diniz. na Madeira e nos Açores, a rios, pois só assim é possí- fiel sobre o estado de conser-
Voltamos a publicar o mesmo artigo com imagem SPEA acompanha a situa- vel ter uma maior cobertura vação das mantas no Arqui-
do autor corrigida. Ao lesado e leitores, as nossas ção desta espécie, conhecida do território onde esta rapi- pélago da Madeira”, informa
desculpas. como milhafre ou queimado na está presente. Já mais Cátia Gouveia. n
TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023
MACHICO ATIVO
REGRESSA A 3 ABRIL
S
egundo o relatório
do Programa Nacio-
nal para a Promoção
da Atividade Físi-
ca da Direção-Ge-
ral da Saúde (DGS) divulga-
do em 2022, há uma tendên-
cia de aumento nos níveis de
atividade física dos portu-
gueses, espelhada no estudo
REACT COVID 2.0. Porém,
o estudo revela também que
aumentou o tempo sedentá-
rio de 38,9% para 46,4% dos
inquiridos.
É para combater este
sedentarismo e as conse-
quências que daí advém, que
a ADRAP pôs em "marcha"
em 2015 o projeto Machico
Ativo, que consiste na avalia-
ção gratuita a toda a popula-
ção de diversos parâmetros
de saúde, uma caminhada e
aconselhamento ao nível do
exercício físico.
O crescente número de
participantes e a regularida-
de que apresentam, demons-
tra a dinâmica que este pro-
grama tem conseguido imple-
mentar junto da população
de Machico. É nosso objeti-
vo não apenas promover a
prática de atividade física,
orientada e com avaliação,
mas também procurar pro-
mover alterações compor-
tamentais nos participan-
tes, que levem a modifica-
ções nos seus estilos de vida,
maioritariamente sedentá-
rios, e a melhorias na saúde
e qualidade de vida.
Com o apoio da Câmara
de Machico, Associação Des-
porto para Todos e Farmá-
cia do Engenho, uma equi-
pa composta por enfermei-
ros e profissionais de Edu-
cação Física está na primeira
segunda feira de cada mês,
entre 17h30 às 19h30 junto
ao Fórum de Machico pron-
ta a receber todos os interes-
sados. n
PUB
CARTÓRIO NOTARIAL
PRIVADO DA PONTA DO SOL
NOTÁRIO – NUNO VIEIRA BARBOSA
Largo do Pelourinho, Ponta do Sol
Telf: 291 973 275 Fax: 291 973 276 Email: cartoriodapontadosol@gmail.com
(Publicado no Tribuna da Madeira a 31-03-2023)
NUNO VIEIRA BARBOSA, Notário do Cartório Notarial Privado da Ponta
do Sol, CERTIFICA para efeitos de publicação, que por escritura, lavrada
hoje, de folhas quarenta e dois, a folhas quarenta e três verso, do livro de
notas para escrituras diversas número cento e noventa e oito deste Cartório
compareceram:
PAULO JESUS LADEIRA e mulher MARIA ALEXANDRINA MARTINS
DE CASTRO LADEIRA, casados sob o regime da comunhão de adquiridos,
naturais, ele da freguesia de São Pedro, concelho do Funchal, ela da França,
residentes à Estrada Regional 222, Estrada da Fajã da Ovelha, nº26, na
freguesia da Fajã da Ovelha, concelho da Calheta, que declararam:
Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos
seguintes prédios:
1) Prédio urbano, composto por casa de habitação de dois pisos,
localizado ao Sítio da Fajã da Ovelha, 9370-315 Fajã da Ovelha, na Estrada
Regional 222 – Estrada da Fajã da Ovelha, na freguesia da Fajã da Ovelha,
concelho da Calheta, com a área total de cento e nove metros quadrados,
dos quais oitenta e cinco metros quadrados correspondem à área de
superfície coberta, a confrontar a Norte com José Gonçalves da Costa, a
Sul com Estrada Regional, a Poente com a Rua do Piquinho e a Nascente
com herdeiros de Manuel João de Freitas, inscrito na matriz no ano de mil
novecentos e trinta e sete, pelo que está dispensado de exibição de licença
de utilização sob o artigo 611, daquela freguesia, com o valor patrimonial
atual e o atribuído de oito mil e oito euros e trinta e cinco cêntimos;
2) Prédio rústico, composto por terra de cultivo no qual se encontra
implantado um palheiro agrícola, localizado no Sítio da Maloeira – Achada
de Cima, na citada freguesia da Fajã da Ovelha, com a área total de
trezentos e cinquenta metros quadrados, que confronta a Norte com Manuel
Fernandes Pombo Picota, a Nascente e a Sul com o Caminho e a Poente
com Manuel de Agrela Guerra, inscrito na matriz sob o artigo 3613, daquela
freguesia, com o valor patrimonial atual e atribuído de quarenta e sete euros
e catorze cêntimos.
Que os referidos prédios não se encontram descrito na Conservatória do
Registo Predial da Calheta.
Que os referidos prédios vieram à posse dos justificantes, ainda solteiros,
menores de idade, tendo posteriormente casado um com o outro, no ano
de mil novecentos e oitenta e oito, por doação verbal feita por Manuel
Rodrigues Ladeira e mulher Maria Fátima de Jesus Neto Ladeira, casados
sob o regime da comunhão geral de bens, residentes no Sítio da Maloeira,
na citada freguesia da Fajã da Ovelha.
Que desde então os justificantes vêm possuindo os indicados prédios,
portanto há mais de vinte anos, sem a menor oposição de quem quer que
seja, desde o seu início, posse essa que sempre exerceram sem interrupção
e ostensivamente, com conhecimento de todas as pessoas, sendo por isso
uma posse de boa fé, pública, pacífica e contínua, sendo consenso que os
imóveis lhes pertence, pois praticam todos os atos inerentes à qualidade de
proprietários, usufruindo da sua utilização.
Que esta posse, em nome próprio, pacífica, contínua e pública, conduziu
à aquisição dos imóveis por usucapião, que invocam, justificando o seu
direito de propriedade para efeitos de registo, dado que essa aquisição não
pode ser comprovada por qualquer outro título extrajudicial.
Está conforme o original aqui narrado por extrato.
Ponta do Sol, vinte e sete de março de dois mil e vinte e três.
O Notário,
Nuno Vieira Barbosa
| sociedade | 29
opinião
Manuel Pegado
Ricos pobres
ou pobres ricos?
Parece um jogo de palavras, mas não é. Todos
os conhecemos e vários até pelo nome. São admi-
nistradores de Bancos, de grandes empresas, gen-
te da alta política. Manejam muito bem o teci-
do legal e as múltiplas miudezas dos mecanismos
bancários. Quando falam na TV não percebemos
nada do que dizem. Estão relacionados com o Top
financeiro, político e até futebolístico. Movimen-
tam milhões, mas donde provêm? Muitas vezes dos
grandes bancos, públicos ou privados, de emprei-
tadas, de grandes consórcios, de grandes empresas
etc. Só vou falar do dinheiro proveniente de “esque-
mas”. Há vários. Por exemplo, obter financiamen-
to de uns milhões de euros com garantias frá-
geis. Passam o dinheiro para outra ou outras con-
tas. Depois constituem uma sociedade. Depois uns
“amigos” compram as acções e cedem-nas a outro
consórcio. Depois as acções “descem”, ou são dadas
como garantia para outro negócio. Depois mais isto
e mais aquilo. E, por golpe de mágica, o dinheiro
desaparece. Onde está? O que aconteceu? Não se
sabe. Isto é apenas um exemplo, é claro. Há de cer-
teza muitos “métodos” de safar dinheiro. Entretan-
to, aparecem noutro lado uns milhões ou em joias,
ou em off-shores, ou em mansões faustosas, ou em
sociedades misteriosas, etc. manejadas pelos fau-
tores dessa complicada engenharia financeira, que
se apresentam sempre em carros luxuosos com
motorista fardado, rodeados de ouro como o Rei
Midas da Mitologia. A certa altura desencadeia-se
uma operação gigantesca da PJ, do MP e os nos-
sos “engenheiros da finança” são presentes a Tribu-
nal, previamente detidos. Aparecem então na Tele-
visão a horas “nobres” (democracia a quanto obri-
gas!) e têm 3 atitudes em comum, quando inquiri-
dos ou perguntados: primeiro, que toda a sua actu-
ação obedeceu a critérios estrita e rigorosamen-
te legais; segundo, que têm a consciência tranqui-
la; terceiro, que estão ali devido a uma inqualifi-
cável e injustificada perseguição do maquiavelis-
mo judicial. E assim desaparece o nosso dinheiro –
o tal que deveria melhorar a saúde, o ensino, a cul-
tura, os transportes, etc. Quando se fala disto, as
pessoas ficam geralmente revoltadas. Entendem-
se as razões. Somos nós a pagar. Mas será a atitu-
de mais correcta? Vemos na rua um mendigo sujo,
com a perna escalavrada ou sem pernas. Sentimos
dó. Mas estes malabaristas de fatiota rica têm um
exterior de luxo, mas estão sujos, rotos e escalavra-
dos por dentro. Os primeiros cheiram mal por fora;
os segundos cheiram mal por dentro; os primeiros
são mendigos do corpo, os segundos são mendigos
da alma. São mendigos porque acumulam fortunas
à custa do sofrimento e da privação de muitos. Eles
são titulares da maior das misérias. Alguém chama-
va a isto a “miséria dourada”; a patologia do egoís-
mo e da ganância. A pobreza das pobrezas. Talvez
mereçam mais compaixão do que
revolta porque a sujeira dos primeiros sai com
água e sabão, mas a destes, como sairá? n
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www.sabermadeira.pt
sabermadeira saber.fiesta.madeira
 30 | sociedade | TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023

opinião

Sara Cerdas
Celso Neto
domeucantito.blogspot.com
questiona Ryanair
Fim à guerra sobre novas rotas
De todos, a guerra é o pior mal
Oxalá que não chegue a Portugal!
Mas… isso nunca pode ser tido como certo
Com tantos déspotas aqui por perto!
para o Porto Santo
Que morram todos os tiranos
Por causarem tantos danos!
Qualquer que seja a sua tirania
Que seja breve a sua agonia!

Morra Putin e os seus generais

Pelo despotismo e crueldade brutais
É um verdadeiro bando de ditadores
São intoleráveis tantos horrores
Os crimes de guerra são um mar imenso
De provas de falta de bom senso!
A sua mente assassina e cruel
Há de transformá-los em tigres de papel…
Mas… melhor seria que fossem para o inferno
Condenados ao isolamento eterno
Para descanso da Humanidade
E triunfo da Paz e da Liberdade!

Este mundo podia ser um jardim

A
Se não houvesse humanoides assim! n
Eurodeputada madeirenses, em reaver o de e para Portugal já foram
Sara Cerdas este- valor do subsídio social de afetados. A Ryanair lançou
PUB

ve, na manhã mobilidade. O problema tem- recentemente uma petição

desta terça-fei- se verificado, por um lado, para que a Comissão Europeia
ra, reunida com a no impedimento, pelos CTT, intervenha e crie leis de servi-
Ryanair, em Bruxelas, para em reaver o subsídio, devi- ços mínimos para salvaguar-
debater questões que afetam do ao facto da documentação  dar as operações de sobrevoo,
PLANTAR UMA ÁRVORE a conectividade aérea euro- da própria companhia aérea permitindo a outros controla-
peia e a competitividade dos não estar em conformidade, dores aéreos europeus gerir os
TER UM FILHO Estados-Membros, em espe- e por outro pela demora da voos que passam pelo espaço
EDITAR UM LIVRO cial Portugal. Na ocasião, a
Eurodeputada do PS questio-
própria em enviar os docu-
mentos necessários. Para a
aéreo francês, especialmen-
te quando estão somente de
nou a possibilidade de novas eurodeputada, esta situação passagem.
PLANTAR UMA ÁRVORE rotas para o Porto Santo, prejudica os madeirenses, Sara Cerdas integra as
PLANTAR UMA ÁRVORE apontando todo o potencial mas também a forma como Comissões de Ambiente,
TER UM FILHO que a ilha dispõe. O respon- a companhia é percepciona- Saúde Pública e Seguran-
TER UM FILHO
EDITAR UM LIVRO sável da Ryanair informou da localmente. "Precisamos ça Alimentar e de Transpor-
EDITAR UM LIVRO que a companhia aérea vai
aumentar a sua capacidade,
de respostas para estes pro-
blemas e estou certa que é do
tes e Turismo no Parlamen-
to Europeu. A eurodeputa-
nomeadamente ao nível da interesse de ambas as partes da tem insistido em garantir
frota de aviões, e que novas resolvê-los". uma justa coesão territorial
rotas estão atualmente a ser Em cima da mesa esteve das regiões ultraperiféricas,
estudadas. Embora sem con- ainda os consecutivos atrasos como a Madeira e os Açores,
firmação no imediato, com- e cancelamentos de voos, que ao continente europeu, face
prometeu-se a aferir esta resultam da greve no espaço à sua forte dependência do
Edifício O Liberal · PEZO, Lote7, Socorridos possibilidade. aéreo francês e que têm pre- transporte aéreo e marítimo
9004-006 Câmara de Lobos
Tel.: 291 911 300 · Fax: 291 911 309 Sara Cerdas pediu tam- judicado milhões de passa- e a fim de mitigar os obstácu-
MÃO - CHEIA 2018

Email: comercial@oliberal.pt bém respostas para os cons- geiros -  segundo a compa- los ao princípio da livre circu-
trangimentos, sentidos pelos nhia, só este ano, 350 voos lação de pessoas e bens. n

Edifício O Liberal · PEZO, Lote7, Socorridos

Redacção e Paginação: 9300 Câmara de Lobos – Secretariado de Redacção: Departamento Comercial:
Edifício 9004-006
O Liberal · Câmara de Lobos
PEZO, Lote7, Socorridos
Tel.: 9004-006
291 911 300 · Fax:de
291 911 309 Telef.: 291 911400 e 291 911300 Madeira – Portugal Dulce Sá O. L. C. Unipessoal, Lda.
Câmara Lobos
Fax: 291 911409
- CHEIA 2018

Email: comercial@oliberal.pt
Tel.: 291 911 300 · Fax: 291 911 309 Departamento Financeiro:
E-mail: tribuna@tribunadamadeira.pt Director: Colunistas:
MÃO2018

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MÃO - CHEIA

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TRIBUNA DA MADEIRA | Sexta-feira, 31 de março de 2023 | Cocktail | 31

Cocktail
Spring flowers
Composição: O importante na vida é aprender!
50 ml de Vodka A arte de valorizar!
50 ml licor framboesa Não se consegue valorizar os outros!
Sumo de morango Sem primeiro dar valor a si próprio!
Gelo Não se consegue confiar nos outros!
Sem primeiro se crer em si mesmo!
Não se tem condições de cativar
Preparação: alguém!
Preparado em Shaker com Se primeiro não houver amor próprio!
gelo. Servido em taça alta É preciso amar-se para viver em paz!
com pé. Com a vida e com os outros!
Vale mais o bom nome!
Acompanhamento: Que grandes riquezas!
Para acompanhar o drink, A estima é melhor!
recomendo uma bela tábua Do que a prata e oiro!
de frios primavera. Fernando Olim

Categoria:
Drink Aperitivo. Classe Short
drink.

Decoração:
Decorar com flores e rodela
de lima.

Com o patrocínio da Associação Barmen da Madeira.

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 www.tribunadamadeira.pt | Sexta-feira, 31 de março de 2023

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“Interesses e lobbys
económicos colocam em causa
este espaço público”

A
CDU-Madei- “A mais recente decisão da nhecidamente, uma zona bal- re ainda, “as potencialidades uma das marcas mais nega-
ra realizou, nesta Câmara Municipal do Fun- near que poderia ser de exce- desta frente mar de excelên- tivas que estão a desfigurar a
quarta-feira, uma chal, em suspender o PDM, lência, que deve ser preser- cia não têm sido aproveita- cidade do Funchal. A entre-
iniciativa políti- deixa clara a dualidade de vada no seu livre acesso ao das e é urgente a salvaguar- ga de mão beijada de todo o
ca na Praia For- critérios da Autarquia! Para mar e disponível para toda a da deste património público, litoral aos prevaricadores da
mosa, onde o partido apon- os grandes grupos económi- população, não só do conce- protegendo-o da especulação cidade é o resultado de polí-
ta ser bem patente “a con- cos, o PDM pode ser revis- lho do Funchal, como de toda imobiliária, situação que já ticas de promiscuidade entre
tínua protecção e cedência, to ou suspenso, como acon- a ilha e Região, um espaço de aconteceu em outras zonas da o poder político e o capital
por parte da Câmara Munici- teceu recentemente, fican- excelência para o lazer e frui- nossa Região com a destrui- com consequências lesivas
pal do Funchal, aos interesses do clara a postura da Câma- ção, com condições para per- ção do litoral e a “venda” da para a cidade e para os cida-
e “lobbys” económicos” que ra e a cedência e subjuga- mitir a instalação de equipa- orla costeira a pataco a inte- dãos”. Afirma que “o Funchal
colocam em causa este espaço ção aos interesses económi- mentos e infraestruturas que resses privados”. e a Região necessitam de uma
público e de acesso gratuito à cos em detrimento da popu- possibilitem e dinamizem a Continua: “A ocupação do Praia Formosa devidamente
população da Região Autóno- lação”, refere Herlanda Ama- prática desportiva e o desen- litoral por privados, com fins requalificada em termos pai-
ma da Madeira. do. “A Praia Formosa é, reco- volvimento humano”. Refe- de exploração económica, é sagísticos e ambientais.
A deputada da CDU na O Funchal e a Região
Assembleia Municipal do necessitam de uma Praia For-
Funchal, Herlanda Amado, mosa requalificada em ter-
afirmou, nesta iniciativa, que mos infraestruturais, nas
“durante anos temos vindo suas condições balneares,
a intervir junto da Câmara na oferta de lazer”. Para tal,
Municipal do Funchal para adianta, “implica consagrar
a necessidade de garantir a um conjunto de investimen-
defesa deste espaço privile- tos e recursos, garantindo
giado da Cidade. Temos apre- áreas com dimensão capaz
sentado propostas que garan- de albergar os diversos equi-
tam a defesa e preservação pamentos e infraestruturas.
deste espaço, há décadas. Os Não pode acontecer é ser-
vorazes apetites económi- mos confrontarmos daqui a
cos e imobiliários que têm alguns anos, com a possibili-
levado os vários executivos dade de todos quantos quei-
camarários, PS e PSD-CDS, ram aceder livremente à Praia
a ceder aos interesses econó- Formosa sejam confronta-
micos e privados, não prote- dos com restrições impos-
gendo o interesse público e de tas por interesses privados
todos os utilizadores da Praia ou tenham de pagar para ace-
Formosa”. der a esta zona de lazer, por-
Em abril de 2018, na ses- que a Câmara do Funchal e
são da Assembleia Munici- o seu cederam à especulação
pal do Funchal foi aprova- dos “lobbys”, desperdiçando
da uma Proposta de Resolu- um património que é de todos
ção da CDU onde foi delibe- os cidadãos e de toda a Cida-
rado que a Câmara Municipal de”. Realça: “A CDU continu-
do Funchal deveria desenvol- ará a dar voz às legítimas rei-
ver todos os mecanismos e vindicações de defesa e pre-
instrumentos (quer de orde- servação de uma Praia For-
namento do território, quer mosa, património costeiro
financeiros, entre outros) no que é de todos. Não podemos
sentido de criar as condições deixar que a Praia Formosa
para a requalificação da Praia se transforme numa praia só
Formosa aos mais diversos para alguns, para uma mino-
níveis, dando cumprimento ria poderosa, numa Cidade
ao consagrado em sede de onde só o poder económico
Plano Director Municipal. fala mais alto”. n SS
 Rotary Internacional
assinala os 118 anos
O Rotary Internacional assinalou, no passado dia 25, o seu 118º
aniversário com uma cerimónia comemorativa que se realizou no
TRIBUNA da MADEIRA Hotel Meliã. O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira,
José Manuel Rodrigues, foi o orador convidado. Fotos: DR
Este suplemento faz parte do TRIBUNA DA MADEIRA de sexta-feira, 31 de março de 2023

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 Dia do Engenheiro
O Dia Regional do Engenheiro foi assinalado com uma cerimónia
que decorreu na sede e que serviu para homenagear antigos presi-
TRIBUNA da MADEIRA dentes desta instituição, assim como dois ilustres conterrâneos que
se notabilizaram pelo seu percurso profissional, a Professora Ana
Teresa Freitas e o Professor António Reis, e distinguir os novos mem-
bros seniores e os membros com 25 anos de inscrição na Ordem
dos Engenheiros. O evento contou com a presença do Bastonário
e dos Vice-Presidentes da OE, Fernando de Almeida Santos, Lídia
Santiago e Jorge Liça, bem como dos representantes dos Conselhos
Diretivos das Regiões da OE, Norte, Centro, Sul e Açores. Fotos: DR
 “Conhecer para Integrar”
O auditório da Casa-Museu Frederico Freitas serviu de palco para a
tertúlia “Conhecer para Integrar”, realizada no âmbito do Dia Inter-
TRIBUNA da MADEIRA nacional para a Eliminação da Discriminação Racial que se assinalou
no dia 21 de março. Fotos: DR
 Homenagem aos profissionais de saúde
A Associação de Motociclismo da Madeira promoveu uma caravana
em sinal de agradecimento aos profissionais de saúde em que as
TRIBUNA da MADEIRA motos percorreram os concelhos de Santana, Machico e terminou
na Praça do Município do Funchal. A participação nesta iniciativa
permitiu a angariação de fundos para aquisição de dois novos equi-
pamentos para a área da reabilitação para o SESARAM. Fotos: DR
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