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Movimento artístico que ocorreu na Europa nos séculos XIX e XX

O Pós-Impressionismo foi uma tendência artística que ocorreu na Europa, sobretudo, na França no final do século
XIX e início do século XX. O movimento teve influência, principalmente na pintura e na escultura. O termo Pós-
Impressionismo foi usado pela primeira vez pelo crítico britânico Roger Eliot Fry para se referir às obras de pintores,
expostas na Grafton Galleries, no ano de 1910, em Londres.

A exposição da Galeria Grafton Galleries reunia pinturas dos maiores nomes do Pós-Impressionismo: Paul Cézanne,
Vincent van Gogh e Paul Gauguin. Ao lado do pintor francês Georges Seurat, eles foram os mais importantes artistas
dessa nova tendência.

O Pós-Impressionismo abrange um período que vai desde a última exposição impressionistas, em 1886, até os
primeiros anos do século XX, com o surgimento do movimento de vanguardas artísticas. Embora tenha levado
somente duas décadas, o Pós-Impressionismo trouxe uma inovação artística significativa. O movimento também
deixou o seu legado, consolidando importantes artistas.

Alguns artistas pós-impressionistas fizeram parte do Impressionismo, no entanto, deram outro rumo à sua arte,
adotando novos valores como exploração do uso da cor e da bidimensionalidade nas pinturas.

O Pós-Impressionismo foi um movimento heterogêneo no qual os artistas não adoram uma convergência de estilo.
Os pós-impressionistas não seguiram um padrão artístico, como foi comum em outros movimentos artísticos.

Características do pós-impressionismo
Assim como os impressionistas, os artistas pós-impressionistas não foram aceitos pela academia. Os artistas
impressionistas foram rejeitados pelo salão oficial criado em Paris para exibir obras de arte dos membros da
Academia Real de Pintura e Escultura. Uma vez não aceitos no Salon Paris, eles precisaram criar suas próprias
exposições para exibir suas obras de artes.

A rejeição pelo júri acadêmico se deu principalmente pela diversidade presente no movimento. Eles não eram
homogêneos nem em relação ao profissionalismo, nem em relação ao estilo. Mas os problemas de aceitação dos
pós-impressionistas logo foram resolvidos com a inauguração do Salon des Artistes Indépendants. A criação do Salon
d'Automne também possibilitou condições de liberdade para os artistas, pois não havia mais exigências acadêmicas,
por não ter júri nem premiação.

Os pós-impressionistas não se apegam às regras das escolas de pintura. No entanto, alguns artistas utilizavam um
rigor científico para fazer o uso das cores, de onde surgiram o pontilhismo e o divisionismo.

As obras pós-impressionistas apresentaram algumas características. São elas:

• Uso de cores vivas.

• Emprego da bidimensionalidade.
• Retrato de temas da vida real.
• Utilização de cores, luz e texturas.

• Visão subjetiva;

• Uso da técnica pontilhista.

• Experimentação da força da imagem, o contorno de segurança e a liberdade de cor.

• Superação de tendências artísticas do impressionismo.

Na pintura pós-impressionista, um dos principais representantes foi o francês Paul Cézanne. Ele produziu obras bem
estruturadas, empregando formas geométricas simples, ignorando a natureza e a realidade. Outro nome de
destaque no pós-impressionismo foi Vincent Van Gogh. Pintor que participou também do movimento impressionista,
Van Gogh viu a possibilidade melhorar suas emoções no pós-impressionismo, pois a tendência oferecia uma
liberdade artística que ele não teve no Impressionismo. Colheita de Provence, obra de Vincent de Van Gogh, pintada
em 1888. (Foto: Pixabay)

Influenciada por Auguste Rodin, a escultura no pós-impressionismo teve como destaque o escultor Aristide Maillol.
Combinando emoção e sobriedade em suas peças, Maillol seguiu a tendência dos escultores pós-impressionistas que
criaram figuras harmoniosas que se equilibram com o meio ambiente.

Contexto histórico do pós-impressionismo


Surgido em 1885, o movimento pós-impressionista se estendeu até 1907, quando surgiu o cubismo. Alguns artistas
pós-impressionistas iniciaram no Impressionismo e depois seguiram tendências distintas, alguns deles migrando para
o pós-impressionismo. O contexto em que o pós-impressionismo surgiu foi de grandes transformações na cidade de
Paris. Ano importante para o movimento, 1886 foi também o ano em que Gustave Eiffel venceu o concurso para
criar o monumento em homenagem ao centenário da Revolução Francesa, celebrado na Exposição Universal de
1889.

A estética arquitetônica da Torre Eiffel e o contato com novas culturas, possibilitado pela Exposição Universal,
contribuíram para mudanças radicais da era pós-impressionista. A partir de 1900, houve diversas construções de
palácios na cidade de Paris, ao longo do rio Sena. Os prédios que possuíam uma estrutura metálica coberta por uma
fachada de pedra, permitiam tetos de amplas áreas, como no Grand Palais. Neles haviam grandes saguões capazes
de abrigar diversas exposições temporárias. Alguns artistas pós-impressionistas tomaram parte na decoração do
Grand Palais, considerado um marco deste estilo arquitetônico.

Principais artistas do pós-impressionismo


Paul Cézanne

Explorando, inicialmente, a pintura de paisagens,


Cézanne pintou a partir de sua imaginação, incluindo
em seus primeiros trabalhos, grupos de figuras
grandes e pesadas. Mais tarde, ele adotou um estilo
de pintura mais leve e arejada, trabalhando a partir
da observação direta, ordenando estruturalmente as
coisas em formas e planos de cor simples.

Vincent Van Gogh

Nos primeiros trabalhos, Van Gogh focou na vida de


camponeses e de paisagens desertas nas quais viviam. Nessa
fase, ele explorou em sua paleta de cores tons terrosos,
principalmente, o marrom escuro, que fazia alusão a uma
atmosfera melancólica. Mais tarde, adotou cores mais
brilhantes e pinceladas mais fortes, especialmente, em
pinturas de paisagens como a “Paisagem Marinha em
Saintes-Maries”. Van Gogh se dedicou ao desenho e à
pintura, explorando além de paisagens, pinturas de retratos
e autorretratos.
Paul Gauguin

A pintura de Gauguin é caracterizada por natureza alegórica, decorativa e sugestiva. Ele utilizou formas
dimensionais, estilizadas, sintéticas e estáticas. Gauguin foi um dos artistas que desenvolveu as técnicas do
sintetismo e alveolismo, estilos de representação simbólica da natureza, nos quais se utilizavam formas simplificadas
e cores vivas.

Toulouse-Lautrec

Toulouse-Lautrec não foi um paisagista. Sua pintura representou cenas internas, retratando pessoas e a vida boêmia
de Paris. Além de fazer pinturas, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico se destacando na publicidade do
século XIX com a confecção de cartazes promocionais dos cabarés e teatros. Uma vez que a arte passou a ser
comprada e utilizada pelo comércio, o cartaz litográfico colorido foi uma nova ferramenta de divulgação das opções
de lazer de Paris. Assim, Lautrec explorou a confecção dos cartazes, definindo o estilo que ficou conhecido como Art
Nouveau.

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