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Aula de Direito Do Consumidor
Aula de Direito Do Consumidor
Questão Norteadora
“Os direitos do consumidor guardam alguma relação com Direitos Humanos, se sim, qual, como, por quê?”
Pesquise sobre como se deve “interpretar” o texto jurídico abaixo, tirado da Constituição da República.
CR, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes.
Questão: como se deve “ler” a frase: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”?
“Os Estados podem ir à guerra sem pedir consentimento aos cidadãos, desde que os
consumidores estejam felizes.”
Zygmunt Bauman, Vida Líquida, p. 63.
Sobre a Questão Prévia e sobre a interpretação jurídica, que não é leitura gramatical, Rui Barbosa
dizia: Não há palavras ociosas na Constituição (ou na lei)
1. Introdução
Vamos estudar Direito? Direito! Não é moral e respeito!
O Direito também regula temas com valores, juízos e sentimentos. Mas o Direito não é moral, educação, respeito ou a ética de
cada um. A pessoa desrespeitosa pode perfeitamente não violar o Direito ou a lei.
Estudar Direito é saber o que interessa ao Direito, não a mim ou a você. Somente as relações jurídicas interessam.
Para efeito de crime, por exemplo, há o conceito técnico de tipo penal. Só é crime a conduta precisamente descrita na Lei. Assim,
matar um cachorro a tiros não é homicídio; homicídio é matar alguém (CPF). E cachorro não é alguém.
O Ilícito Infâmia
2. Generalidades
Questões organizatórias
Crime
Mulher
http://blogdojeanma.blogspot.com/2013/01/mulher-brasileira-corpo-x-inteligencia.html
Machismo
O mito do macho
http://blogdojeanma.blogspot.com.br/2012/03/o-mito-do-macho.html
Gentileza
Gentileza, superproduto da inteligência
http://blogdojeanma.blogspot.com/2012/10/gentileza-superproduto-da-inteligencia.html
Grosseria danosa
https://blogdojeanma.blogspot.com/2012/02/grosseria-danosa.html
https://observatoriogeral.com/2015/05/25/casamento-gay-e-o-preconceito-contra-o-amor/
Prática compreensiva
Por que a mulher (CLT, 372), o aprendiz (CLT, 424), o trabalhador em geral e o consumidor mereceram historicamente leis especiais
no Direito?
Prática compreensiva
1 Por que a mulher (CLT, 372), o aprendiz (CLT, 424), o trabalhador e o consumidor mereceram historicamente leis especiais no
Direito?
Fundamente as respostas.
• Assim, o contrato se origina da declaração de vontade (livre), tem força obrigatória, e forma-se, em princípio, pelo só
consentimento das partes (princípio do consensualismo).
– CR, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes..
– 3 Interprete:
– “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”
– Exemplo de Interpretação
Constituição, artigo 53 :
‘Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos.’
Interprete:
Interpretação
A interpretação do contrato deve resumir-se, tanto quanto possível, à
descoberta da vontade das partes
O contrato é lei entre as partes.
“Toda lei tem e deve ser interpretada, mesmo quando clara.”
Paulo Dourado de Gusmão, Introdução à Ciência do Direito
Contrato - Elementos para validade – CC, art. 104
Princípios centrais
Falar em função social do contrato, é se referir, não propriamente à boa-fé subjetiva (bona fide),
mas à boa-fé objetiva dos contraentes.
A boa fé objetiva impõe uma tipologia de acordo em que as cláusulas do contrato devem
transparecer, por si mesmas, numa análise objetiva, a transparência dos interesses dos agentes
envolvidos, sem dúvidas e duplas interpretações.
Princípios
• da Autonomia da vontade – liberdade: para contratar ou não; de escolher com quem contratará; de determinar o objeto.
• da obrigatoriedade (pacta sunt servanda) – o contrato vincula; não se pode arrepender; o juiz não pode alterá-lo.
• da relatividade (res inter alios acta) – a ótica liberal proíbe ao contrato afetar direitos de terceiros, mas a lei relativiza. A
vítima de trânsito aciona diretamente a seguradora, mesmo sem ter relação com ela.
• da função social – v.g., contrato não deve por em risco a preservação da empresa; a propriedade não é absoluta, atrai
função social.
• da boa-fé objetiva – os contratantes devem fazer o possível para que todos usufruam o máximo da relação contratual.
Questões práticas
• 4 E-mail pode ser prova para um contrato?
• Questão Prática
• A pessoa faz sinal para o ônibus e ele para. Ela segura o corrimão e põe um pé no primeiro degrau do ônibus para iniciar
a subida. Neste momento o motorista arranca e a pessoa cai.
• &
• Questão Prática
• 10 Pandemia do coronavírus é uma dessas situações em relação à empresa? Pode afetar contratos empresariais e
trabalhistas?
• Modalidades de Pagamento - CC
Vícios Contratuais
Inexistência – falta de elemento essencial à própria concepção de o que se possa entender por contrato (consenso). É o
não-ato; uma aparência de contrato.
Nulidade – sanção que a lei impõe pela não observância de normas obrigatórias ou de ordem pública sobre requisitos para a
constituição válida do contrato. É insanável e perpétua. O juiz pode pronunciar de ofício. Efeitos da sentença: ex tunc (retroativos).
Pessoa absolutamente incapaz (166, I); ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto (II); violar forma prescrita em lei (IV); visar
a fraudar a lei (VI); simulado (art. 167)
Anulabilidade (nulidade relativa) – Relativa a incapazes ou a quem emitiu declaração negocial viciada (erro, dolo, coação).
Só interesses particulares; restringe-se aos atingidos. Não havendo ação com pedido de anulação no prazo, o contrato se
convalida. Efeitos ex nunc (de agora).
Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas – 29ª sessão, Genebra, 1973 reconheceu direitos básicos ao consumidor, tais
como segurança, integridade física, intimidade, honra, informação e respeito à dignidade humana.
Assembleia Consultiva do Conselho da Europa – Resolução 543, de 17/5/1973, elaborou a Carta de Proteção do Consumidor,
traçando as diretrizes básicas para a prevenção e reparação dos danos aos consumidores, que serviu de base para a Resolução do
Conselho da Comunidade Europeia, de 14/4/1975, dividindo os direitos dos consumidores em 5 categorias:
• Direito à proteção da saúde e da segurança
• Direito à proteção dos interesses econômicos
• Direito à reparação dos prejuízos
• Direito à informação e à educação
• Direito à representação (direito de ser ouvido)
• Art. 2° - consumidor - toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Ainda, equipara a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo.
•
• Art. 3° - fornecedor - toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
•
• Produto: qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial, e serviço: qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
• “Consumidor é qualquer pessoa natural ou jurídica, que contrata para a utilização, a aquisição de mercadoria
ou a prestação de serviços independentemente do modo de manifestação da vontade.”
José Maria Ohton Sidou.
•
• “Consumidor é, pois, de modo geral, aquele que se submete ao poder de controle dos titulares de bens de
produção, isto é, os empresários.”
Fábio Konder Comparato.
•
• “Consumidor não é apenas aquele que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.”
Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin.
•
• Princípio da transparência ou da confiança, CDC, arts. 4º, caput, e 6º, inc. III.
• Princípio da reparação integral dos danos, CDC, art. 6o. inc. VI.
• Fato do produto ou do serviço é um defeito tão grave que provoca um acidente que atinge o consumidor, causando-lhe
dano material ou moral
• Vício do produto ou do serviço é um defeito menos grave, circunscrito ao produto ou serviço em si, um defeito que lhe é
inerente ou intrínseco, que apenas causa o seu mau funcionamento ou não funcionamento.
Se A, dirigindo seu automóvel zero-quilômetro, fica repentinamente sem freio, mas consegue parar sem maiores problemas,
teremos aí o vício do produto; mas se A não consegue parar, e acaba colidindo com outro veículo, sofrendo ferimentos físicos,
além de danos nos automóveis, aí já será fato do produto.
Oferta (CDC) – o aspecto relevante da oferta no CDC é que ela integra o contrato:
“Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com
relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.”
Proposta (CC) – A oferta (CDC) é conceito mais profundo do que a proposta, tratada no Código Civil; no caso da oferta o oblato
pode exigir o cumprimento específico da obrigação.
“Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou
das circunstâncias do caso.”
O consumidor equiparado ou bystander pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, ou mesmo um ente despersonalizado, como o
condomínio ou o espólio, economicamente forte ou fraco que se relacione com o produto ou serviço, como no caso, por exemplo,
da telefonia, ou da TV que venha a explodir ferindo pessoas que a estejam assistindo.
São igualmente equiparados todos aqueles que, muito embora não estejam propriamente no conceito jurídico de consumidor
padrão, estão expostos aos efeitos decorrentes das atividades dos fornecedores no mercado, podendo ser atingidos ou
prejudicados.
Aeronave que cai sobre a casa das vítimas realizando serviço de transporte de malotes para um destinatário final, ainda que
pessoa jurídica.
• 17 Banco de sangue que equivocadamente atestou que a doadora de sangue era portadora de hepatite C, o que foi
comunicado a todos os bancos de sangue do país. A doadora, na qualidade de consumidora, moveu ação indenizatória
por dano moral contra o banco de sangue. O banco, em defesa, alegou não ser relação de consumo, pois a autora da
ação era doadora e não contratante de serviços. É relação de consumo?
Equiparados:
• Todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às práticas comerciais e à disciplina contratual (art. 29 – terceiros-
expostos)
CDC, art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
Art. 2º, § único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que hajam intervindo nas relações
de consumo.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não,
expostas às práticas nele previstas.
Empresa que figura, originariamente, num modelo de polo forte em relação a seu consumidor pode ser compreendida como
consumidora.
Há, entretanto, relações às quais a empresa é, sim, consumidora, desde que compreendida como destinatária final dos produtos e
serviços adquiridos, não sendo o caso de relação de consumo se se tratar de insumos necessários para o que desenvolve ou produz
em sua atividade lucrativa.
Assim, uma mesma pessoa jurídica pode ser considerada vulnerável numa dada relação e não vulnerável em outra.
Também, a pessoa jurídica consumidora pode ser de direito privado ou público, considerando-se aqui, por exemplo, uma prefeitura
que que venha a ter bloqueado o serviço de telefonia. Estará ela numa relação típica de consumo, na qualidade de consumidora.
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas
relações de consumo.
A relação jurídica qualificada por ser de consumo não se caracteriza pela presença de pessoa física ou jurídica em seus polos, mas
pela presença de uma parte vulnerável de um lado (consumidor) e de um fornecedor, do outro.
Mesmo nas relações entre pessoas jurídicas, se da análise da hipótese concreta decorrer inegável vulnerabilidade entre a pessoa-
jurídica consumidora e a fornecedora, deve-se aplicar o CDC na busca do equilíbrio entre as partes. Ao consagrar o critério finalista
para interpretação do conceito de consumidor, a jurisprudência deste STJ também reconhece a necessidade, em situações
específicas, abrandar o rigor do critério subjetivo do conceito de consumidor, para admitir a aplicabilidade do CDC nas relações
entre fornecedores e consumidores-empresários em que fique evidenciada a relação de consumo.
1ª corrente – Subjetivistas (finalistas) – a empresa pode ser considerada consumidora somente quando adquire bens ou
contrata serviços sem qualquer ligação direta ou indireta com a sua atividade básica.
2ª corrente - Objetivistas – o uso profissional do bem ou serviço adquirido ou utilizado pela empresa que exerce atividade
econômica apenas afastará a existência de relação de consumo se tal bem ou serviço compuser diretamente (revenda)
ou por transformação, beneficiamento ou montagem, o produto ou serviço a ser fornecido a terceiros. O exemplo típico
é o das montadoras de automóveis que adquirem produtos para montagem e revenda (autopeças) ao mesmo tempo em
que adquirem produtos ou serviços para consumo final (material de escritório, alimentação) O destino final é, pois, a nota
tipificadora do consumidor. Posição atual do STJ
A relação jurídica qualificada por ser de consumo não se caracteriza pela presença de pessoa física ou jurídica em seus
polos, mas pela presença de uma parte vulnerável de um lado (consumidor) e de um fornecedor, do outro.
Mesmo nas relações entre pessoas jurídicas, se da análise da hipótese concreta decorrer inegável vulnerabilidade entre a
pessoa-jurídica consumidora e a fornecedora, deve-se aplicar o CDC na busca do equilíbrio entre as partes. Ao consagrar o
critério finalista para interpretação do conceito de consumidor, a jurisprudência deste STJ também reconhece a
necessidade, em situações específicas, abrandar o rigor do critério subjetivo do conceito de consumidor, para admitir a
aplicabilidade do CDC nas relações entre fornecedores e consumidores-empresários em que fique evidenciada a relação
de consumo.
4.4 POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO CDC, 4º e 5º
O Brasil criou uma cultura e uma política nacional das relações de consumo ao prever na Constituição da República, a
proteção do consumidor. Dá-se, na história do país, uma virada antropológica em direção à ampliação do princípio da
dignidade da pessoa humana, em saúde, segurança, relações econômicas, qualidade de vida e primazia da cidadania.
O país passa a se situar como um modelo social de ponta na importantíssima relação consumerista que afeta,
indistintamente, a todos os nacionais e estrangeiros, residentes ou de passagem pelo território nacional, num exemplo
de segurança jurídica.
O traço dessa política nacional, adentra frontalmente no modelo educacional do povo, como um povo protegido em toda
e qualquer relação de consumo. Por outro lado, esta educação do consumo contribui efetivamente para a melhoria dos
produtos nacionais, incentivando a criação e a inovação, ao mesmo passo que reeduca o fornecedor a buscar
disponibilizar somente produtos corretos e sustentáveis, do mesmo jeito que inibe a produção de produtos e serviços
politicamente inadequados.
Objetivos
• Harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor
com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico;
• Incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços,
assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
• Coibição e repressão de abusos praticados no mercado de consumo; concorrência desleal e utilização indevida de
inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos
consumidores;
Instrumentos
• Criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
• A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o
respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de
vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
• ......
• III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do
consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, ...
• V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e
serviços, ...
• Art. 5°
• Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público com os seguintes instrumentos,
entre outros:
• III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de
consumo;
• IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo;
• Questionamento Grupal
• Caso Fortuito (totalmente imprevisível) > Força Maior (previsível, mas inevitável) FT, 248 ss.
• 18 Estacionamento. Chuva de granizo. CDC, art. 14 não se refere a caso fortuito/força maior. Só o CC, art. 393 se refere.
Cabe a excludente de Força Maior ?
• Publicidade – o 5º poder?
• Num país como o Brasil, em que ainda há bolsões de analfabetos ou analfabetos funcionais, a publicidade precisa ser
constantemente fiscalizada para não ludibriar, iludir ou fomentar compras que não guardem uma consciência correta de
o que se está adquirindo, qual produto, sua funcionalidade e prestabilidade.
• Há que se valorizar a boa-fé objetiva e da aparência, permitindo uma escolha pelo consumidor efetivamente rente ao que
necessita conscientemente, oriunda de uma correta oferta por parte do fornecedor.
• Ponto importante no tema é a força vinculativa que a publicidade tem que admitir, no sentido de obrigar o fornecedor à
toda extensão de o que efetivamente ofertar para consumo.
• Publicidade – “toda a comunicação de entidades públicas ou privadas, inclusive as não personalizadas, feita através de
qualquer meio, destinada a influenciar o público em favor, direta ou indiretamente, de produtos e serviços, com ou sem
finalidade lucrativa.” Adalberto Pasqualotto.
Publicidade tem objetivo comercial, próprio para anunciar produtos e serviços possíveis de negociação.
Propaganda, por sua vez, visa a um fim ideológico, próprio para a propagação de princípios, ideias, teorias, com objetivo religioso,
político ou cívico.
• Princípio da veracidade da publicidade – art. 37: É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. Este pode ser
considerado o grande avanço do Código de Defesa do Consumidor.
• Publicidade enganosa – conforme o § 1° do art. 37, é qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter
publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o
consumidor a respeito da natureza, caraterísticas, qualidade, quantidade, propriedade, origem, preço e quaisquer outros
dados sobre produtos e serviços.
• A fantasia afasta a enganosidade – o tênis que faz acrobacias fantásticas, o tapete que voa, os cães que falam etc.
• Publicidade enganosa – para uns terá que efetivamente ter a capacidade de enganar, e não apenas transmitir conteúdo
falso; para outra corrente não se exige a intenção de enganar por parte do anunciante, é irrelevante, bastará a
possibilidade de enganar, ainda que a mínima parcela de consumidores. Por outro lado, sempre que o anúncio for capaz
de induzir o consumidor em erro, mesmo que tal não tenha sido querido pelo anunciante, estará caraterizada a
publicidade enganosa.
Publicidade enganosa por comissão – o fornecedor afirma algo que não corresponde à realidade do produto ou serviço.
Publicidade enganosa por omissão – o anúncio deixa de afirmar algo relevante e que, por isso mesmo, induz o consumidor em erro.
Mas aqui, só a ausência de dados essenciais é reprimida.
• Exemplo 1 – Phillips anunciou televisor estéreo, o primeiro a ser comercializado no país, mas deixou de informar ao
consumidor que essa qualidade especial só era alcançável com a aquisição, à parte, de uma peça específica.
• Exemplo 2 – empresa de cartão de crédito lançou no mercado o cartão de crédito megabônus, atraindo milhares de
consumidores. Ao aderir ao cartão, o consumidor esperava que seria colocado à sua disposição um crédito pessoal. Em
vez disso, não havia qualquer crédito aprovado para o usuário e ele só vinha a saber quando já de posse do cartão,
pretendia desbloqueá-lo. Só aí era informado que seu limite de crédito era zero. Ele teria que depositar previamente uma
quantia necessária para poder usar o cartão.
• Questão
• Em aeroportos o transeunte é chamado para ganhar um brinde, uma mala, gratuitamente. Ao chegar ao guichê, é-lhe
perguntado se há um algarismo X no seu cartão de crédito que é composto com 16 algarismos. Aí também ganha
gratuitamente 3 assinaturas de revista, bastando dar o cartão somente para “o pagamento do correio”.
• Questão
• Uma marca de tênis anunciou com uma grande estrela da TV a mensagem para que as crianças destruíssem os tênis
usados para que seus pais comprassem o tênis novo anunciado pela artista.
• 25 Há publicidade abusiva aí?
•
• Noutras palavras, a prevenção de danos é a preocupação máxima que pode ter um sistema jurídica e socialmente
saudável no sentido de evitar a ocorrência do dano, sempre gerador de traumas e transtornos. Porém, uma vez não
possivelmente evitado o dano, há de entrar em cena um sistema jurídico reparatório que, além da responsabilização ao
propiciador do dano, preste-se como modelo pedagógico a que o fornecedor redobre atenção na hora de pôr a consumo
um produto ou serviço potencialmente danoso.
• Produtos com perigosidade inerente – o risco intrinsecamente atado à própria natureza da coisa, à sua qualidade ou
modo de funcionamento.
• Produtos com perigosidade adquirida – os que se tornam perigosos em razão de algum defeito que não é da sua própria
natureza.
IDEC
1. Compra fracionada
Ninguém é obrigado a levar um fardo inteiro de um produto quando só precisa de uma unidade. - artigo 39, I, do
CDC.
• Questão
• Jovem morto a tiros em Micareta. Pais reclamam dano moral da sociedade promotora do evento. Alegam deficiência
em segurança. Houve pagamento vultoso para participação “dentro” da Micareta, para não se ficar do lado de fora, na
“pipoca”.
• 26 Há dano moral?
• Questão
• Agressões sofridas em casa noturna. Alegada falta de segurança. Cliente agredido por outro frequentador identificado
que estava armado.
• 27 Há responsabilidade objetiva da casa noturna?
• Questão
• Sociedade de advogados adquire software da IBM para otimizar sua relação com os clientes, permitindo consulta direta
aos processos.
• Questão
• Questão
• 30 Usuário de shopping que não comprou qualquer mercadoria pode ser considerado consumidor equiparado para
efeito de estacionamento de veículo?
• Questão
• 31 Passageiro gratuito, por clube de milhagem, viajando por cortesia, a responsabilidade da empresa aérea é objetiva?
Casos Práticos
Caso 1 – Os noivos que ficaram “sem roupa” em casamento por causa da empresa aérea futebolística
32 A companhia aérea transformou um casamento em São Paulo em completamente inesquecível para noiva, noivo e
convidados. A empresa perdeu a mala com as roupas que o casal usaria na cerimônia, e os dois acabaram vestindo calças jeans na
hora do sim. Na Justiça, foi determinado que eles recebam R$ _____ de indenização após essa situação.