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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI- UFCA

INSTITUTO INTERDISCIPLINAR DE SOCIEDADE, CULTURA E ARTES- IISCA


CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS-LIBRAS

MARIA TEREZA ESCARIOLANO SANTOS


RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LIBRAS COMO L1- I

Juazeiro do Norte
2022
MARIA TEREZA ESCARIOLANO SANTOS

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM LIBRAS COMO L1- I

Relatório de estágio supervisionado


apresentado no curso licenciatura em
Letras-Libras, do Instituto Interdisciplinar
de Sociedade Cultura e Artes , da
Universidade Federal do Cariri, campus
Juazeiro do Norte, para obtenção de
aprovação na disciplina de estágio
supervisionado.
Orientador: Lucas Romário da Silva

JUAZEIRO DO NORTE
2022
SUMÁRIO

1 Introdução………………………………………………………………………... 4

2 O estágio supervisionado………………………………………………………. 5

2.1 A licenciatura em Letras-Libras da UFCA………………………………… 5

6
2.2 O perfil da escola observada…………………………………………………

7
3 O perfil profissional do professor supervisor………………………………

8
4 Observações em sala de aula…………………………………………………

8
4.1 A perspectiva de uma escola inclusiva com a Libras……………………

4.2 Relação de ensino-aprendizagem na sala do AEE e na sala de aula… 9

11
4.3 A importância da Cultura surda……………………………………………

4.4 Aprendizagem da Libras em contexto…………………………………….. 12

4.5 Aprendizagem da Libras em construção………………………………… 13

5 A Relação Teoria-Prática da estagiária de Libras………………………… 15

6 Considerações Finais…………………………………………………………… 17

Referências………………………………………………………………………… 19

Anexos……………………………………………………………………………… 20

1 INTRODUÇÃO
O estágio supervisionado em Libras (Língua brasileira de sinais) é uma
disciplina obrigatória do curso de licenciatura plena em Letras-Libras, e tem como
intenção auxiliar no desenvolvimento acadêmico e profissional do discente, bem
como na relação da aprendizagem teórica com a prática acadêmica “que permite o
conhecimento dos saberes teórico-metodológicos envolvidos nos processos de
planejamento, elaboração, organização e execução das práticas pedagógicas.”
(FILHO e LIMA, 2013 p.267)
Além disso, o profissional em formação em Libras no estágio supervisionado
tem um maior desafio por conta da modalidade linguística diferente, na qual o
professor/a precisa construir uma prática de ensino dialética, com uma boa relação
de ensino-aprendizagem que contemple todas as pessoas inseridas no ambiente
acadêmico.
Diante do exposto, o objetivo deste relatório é trazer reflexões do aprendizado
teórico em sala de aula, de uma professora em formação, em conjunto com
observações feitas na prática educacional do ensino da Libras em um curso de
licenciatura da Universidade Federal do Cariri (UFCA).
O estágio supervisionado em Libras como L1 1, tem como objetivo observar,
analisar e relatar sobre as práticas pedagógicas utilizadas no ensino da língua
brasileira de sinais como primeira língua, no qual é focado em pessoas surdas, no
caso crianças surdas em fase de aquisição da língua de sinais.
Nesse relatório irei apresentar o ambiente acadêmico em que o curso de
Letras-Libras está inserido,assim como, bem como as especificidades da formação
em Letras-libras, além de mostrar o plano proposto pelo professor supervisor para
suas aulas ministradas incluindo minhas reflexões das observações, correlacionando
com as disciplinas de Libras I a VI em que participei nos semestres anteriores, as
disciplinas de Didática, Educação Bilíngue e Bicultural e Estrutura e Funcionamento
da Educação Básica que foram fundamentais para esse estágio.
Primeiramente, será mostrado o estágio supervisionado, o perfil profissional
do supervisor, as observações em sala de aula, as quais são respectivamente: A
perspectiva de uma escola inclusiva com a Libras; A relação de ensino-
aprendizagem na sala do AEE e na sala de aula; A importância da Cultura surda; A
aprendizagem da Libras em contexto e a aprendizagem da Libras em construção.
1 L1 ou primeira Língua é a Língua de sinais usada para o indivíduo surdo, L2 ou segunda língua é a
língua oral para ouvintes e usuários da língua majoritária do país.
Após isso, concluo minhas reflexões desse momento tão enriquecedor para a futura
formação na docência.

2 ESTÁGIO SUPERVISIONADO

As atividades do estágio foram realizadas na Escola de Ensino Fundamental


em Tempo Integral (EEFTI) Doutor Leão Sampaio , que está localizada na região do
sul do Ceará, o Cariri, na cidade de Juazeiro do Norte, a fachada está presente no
Anexo VI.
Foram realizadas observações durante as aulas de um estudante surdo que
tem oito anos de idade, numa sala de aula inclusiva, juntamente com um instrutor
surdo e uma intérprete de Libras. Para me referir ao surdo será utilizado o nome
fictício “Marcel” já que o mesmo é menor de idade. Como também foram observadas
suas atividades complementares na sala do Atendimento Educacional Especializado
(AEE). Foram 20 horas de atividades de observação e nas outras 44 horas foram
realizados estudos de seminários e materiais sobre o ensino de Libras como
primeira língua (L1).

2.1 A licenciatura em Letras-Libras da UFCA

O curso de licenciatura em Letras-Libras está localizado na Universidade


Federal do Cariri, campus Juazeiro do Norte e tem como objetivo formar
profissional apto para atuar como professor da língua brasileira de sinais
nos diferentes níveis de ensino fundamental, médio e superior, seja na
docência da sua área de competência ou na gestão do trabalho educativo.
O campo de atuação do licenciado é no ensino de Libras como L1 e L2.
(UFCA, 2018, p.4)

Espera-se ainda dos indivíduos licenciados em Letras-Libras, que atuem em


seu campo profissional de forma crítica e reflexiva, fazendo uso da língua e da
literatura, de forma a auxiliar a população atingida por seu trabalho a desenvolver;
que tenham uma competência linguística de excelência; um aguçado senso ético e
estético; e um profundo conhecimento e respeito às diferentes variedades
linguísticas, às suas distintas manifestações literárias e às suas culturas.”
O curso está vinculado ao Instituto Interdisciplinar de Sociedade, Cultura e
Artes (IISCA), uma unidade acadêmica que “tem na sua essência a proposta de
dialogar com as distintas áreas do conhecimento, assimilando a interdisciplinaridade
como valor epistêmico para o progresso da Cultura e das Ciências Humanas.”
Sendo assim, o curso de Licenciatura Plena em Letras: Língua Brasileira de Sinais
constitui como um dos eixos da unidade, a interdisciplinaridade com saberes, a
língua, a comunicação e a reflexão. O IISCA é uma das unidades acadêmicas da
UFCA que atualmente é Composta por cinco campi (Juazeiro do Norte, Crato,
Barbalha, Brejo Santo e Icó – este último atualmente desativado), a Universidade
baseia suas ações em quatro pilares – Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura – e
tem como principais objetivos a inclusão social e o desenvolvimento territorial
sustentável. A instituição soma hoje 25 cursos de Graduação, sete cursos de
Especialização (seis deles, Residência Médica), quatro cursos de Mestrado e um de
Doutorado.
A partir das teorias já estudadas, e seguindo o Projeto Pedagógico do Curso
(PPC) inicia-se a prática nesse estágio de observação da licenciatura.

2.2 O perfil da escola observada

A escola EEFTI Doutor Leão Sampaio trabalha em período integral e na


clientela atende alunos que são oriundos do bairro Centro e adjacências
circunvizinhas do município. A escola conta atualmente com 419 alunos e 13 salas
de aula. Trabalha com alunos do 1° ano ao 5° do ensino fundamental I. No Projeto
Político Pedagógico (PPP ) da escola explana suas principais diretrizes curriculares
e os objetivos específicos para o ensino:
“Buscamos ainda incluir a formação ética e o desenvolvimento intelectual do
pensamento crítico; para tanto, faz-se necessário levantar as seguintes
questões norteadoras: 1) Que cidadão queremos formar? 2) Como formar
este cidadão dentro da situação em que o mundo se encontra? 3) Como
conduzir as ações que envolvem todos dentro da escola para chegar a uma
educação pública de qualidade?” (PPP. EEFTI LEÃO SAMPAIO. 2022, p. 6)

Portanto, observamos o quanto a escola busca desenvolver um ensino


público de qualidade para os alunos, com bons professores e atividades extra-
curriculares, além de projetos didáticos, ofertando também a busca pela
conscientização e ensino humanizado dos discentes. A EEFTI Leão Sampaio possui
uma ampla estrutura, com Biblioteca, sala do AEE, sala de informática, consultório
de dentista e sala de recursos multifuncionais, além do refeitório.
Para além do ensino, o objetivo da escola está pautado em valores que :
“ estão centralizados na participação de todos; o nosso compromisso é fazer
com que o aluno adquira conhecimentos aliado a uma formação de valores
éticos e morais, despertando a solidariedade e o respeito às diferenças e
diversidades em todos os segmentos humanos.” (PPP. EEFTI LEÃO
SAMPAIO. 2022, p. 6)

Esses valores são primordiais dentro de um ambiente educacional, inclusive


na sala de aula que realizei as atividades de estágio há crianças dentro do Espectro
autista, com Síndrome de Down e um aluno surdo que estudam no 3° ano do ensino
fundamental I. Desse modo busquei conhecer um pouco mais sobre o professor
supervisor do estágio.

3 O PERFIL PROFISSIONAL DO SUPERVISOR

O professor supervisor Alex Cassimiro é formado em licenciatura em


Pedagogia e Bacharel em Teologia, possui Pós-graduação em Libras, Pós-
graduação em Educação especial também. Por ser surdo o docente gosta muito de
variar o tipo de ensino para cada tipo de aluno/a sendo ele/a surdo/a ou ouvinte,
ensina por 40 horas semanais durante manhã e tarde e o que mais o deixa feliz na
profissão é a importância de passar o seu conhecimento para os alunos, o que
corrobora com Freire (2020, p.139) “alegria não chega apenas no encontro do
achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não podem dar-
se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.” Dessa forma, é válido o esforço
em ensinar um aluno surdo ou ouvinte e sempre colocar em prática não só o
profissional, mas também o sentimento do que é ser professor.
É preciso dentro de um ambiente escolar saber diferenciar o papel do
professor/ instrutor surdo, é necessário uma percepção visual mais apurada e
materiais didáticos que o auxiliem na elaboração de atividades e estratégias de
ensino para uma criança surda. O espelho de um adulto surdo é extremamente
importante na aquisição da Libras e da cultura surda, sendo uma rica troca de
experiências entre um adulto e uma criança.
O supervisor mostrou na prática o que deve ser feito no ensino e
aprendizagem de Libras dos surdos, como a criança surda entende as palavras de
forma visual, sempre junto das imagens, quando é aula de matemática é preciso
ensinar com uma estratégia clara os numerais, com objetos, figuras, desenhos e
desde cedo é importante incentivar o conhecimento da Libras com o português
escrito, é o desenvolvimento do aluno surdo que deve ser posto em ênfase, e é
perceptível o quanto Marcel aprende muito com uma pessoa que o entende na sua
língua materna e faz todo o possível para ensiná-lo dentro da cultura surda, como
destaca Conrado (2022) apud Taveira e Rosado (2016) :

A pessoa surda em contato inicial com a língua de sinais necessita de


linguagem visual com a qual possa interagir para construir significados.
Acrescenta-se que nesse processo há, maciçamente, a presença do registro
de pensamento por escrito, em murais, quadros e livros em sala de aula.
Estes materiais estão em uma língua escrita calcada em som e, para a
maioria desses surdos, compreendida como uma segunda língua.
(TAVEIRA, ROSADO (2016. p. 179)

Sendo essa forma a mais prática para a aquisição da língua de sinais e a que
está mais próxima a uma didática surda, como enfatiza Conrado (2022) “os recursos
visuais precisam ser pensados com base na pedagogia visual atrelados à mediação
pedagógica para facilitar a compreensão do conteúdo por esse alunado.”

4 OBSERVAÇÕES EM SALA DE AULA

Destaco as observações, reflexões e análises a partir do estágio em Libras


como L1. E reitero o quanto estamos em constante aprendizado, somos seres
humanos em formação e de acordo com Freire(2020, p.25) “não há docência sem
discência[...] quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.
A partir desse momento relato minhas impressões, aprendizados e descobertas
sobre o estágio em Libras como L1.

4.1 A perspectiva de uma escola inclusiva com a Libras

No primeiro dia de estágio a criança surda teve aula de matemática e junto


com o instrutor surdo estava realizando atividade em sala de aula, a professora não
sabe Libras mas por meio do instrutor consegue se comunicar com o estudante. No
dia a intérprete não estava presente, e percebi o quanto foram inacessíveis as
informações passadas para a criança e ao próprio Alex, apenas foi copiada a
atividade e realizada em sala.
O aluno surdo consegue se comunicar com os outros ouvintes, brinca e tem
muita vontade de desenhar, gosta tanto que às vezes não quer continuar a atividade
que a professora ensina, também não aceita que é preciso fazer antes de iniciar os
desenhos. No mesmo dia a professora do AEE levou-o para brincar e foi muito
interessante a prática dos numerais com o Tangram, presente no Anexo I, um jogo
com cores e formas geométricas, o garoto muito esperto rapidamente fez as
atividades de montagem de números e foi jogar tabuleiro, que o deixa muito feliz e
percebi que ele presta bastante atenção.
Quando acabou o momento voltou para sala com o objetivo de continuar a
atividade de matemática, o instrutor explicou a ele novamente e foi realizada. Logo
após, houve uma palestra com outros estagiários da Nutrição ensinando sobre
comidas saudáveis e não saudáveis, o problema é que não tinha intérprete, nesse
caso o instrutor surdo apenas lia os slides e via a movimentação para entender o
que estava acontecendo, teve uma brincadeira e Marcel participou com a ajuda das
estagiárias, mas de toda forma faltou acessibilidade para maior clareza das
informações, pois apenas as crianças ouvintes entenderam e participaram
ativamente. Após o intervalo a criança estava muito agitada e não queria continuar a
tarefa, mas no fim realizou porque foi liberado o seu desenho.
Nesse primeiro momento é perceptível que ele ainda está em processo de
aquisição da língua, mas está se desenvolvendo muito bem e consegue realizar
suas atividades com a ajuda do seu instrutor, se comunica e gosta muito de brincar e
se divertir como toda criança, mas o supervisor de estágio precisa ter paciência com
ele, chama sua atenção várias vezes, pois acredito que a didática da professora não
ajuda e faz com que ele fique muito agitado, não prestando atenção às atividades
propostas. O AEE foi um dos únicos momentos em que o garoto se concentrou, já
que era uma atividade que envolvia cores e números, precisava de maior foco da
mente.

4.2 Relação de ensino-aprendizagem na sala do AEE e na sala de aula


No segundo dia de observação Marcel foi para sala do AEE novamente com a
professora, nesse momento em que estava observando o aluno brincar de montar o
jogo sobre dezena, centena e unidade, Anexo II, que foi assunto da aula de
matemática dessa semana, a docente nos informou que no início do ano para
fortalecer seu aprendizado em Libras usaram estratégias de impressão de fotos de
frutas, pessoas de sua família, também das letras do alfabeto e dos números
juntamente com a palavra em português, para o discente fazer a associação. A
professora explicou também que o menino de forma muita expressiva incorporou
cada familiar seu, principalmente quando era uma pessoa que gostava ou não,
enfatizou muito o quanto ama a mãe e o jeito da mesma.
Em outro momento de ensino contextualizado sobre gênero femino e
masculino, a professora falou que a criança não entendia o significado de homem e
mulher, sabia a diferença, mas quando foi perguntado se era um menino respondia
de forma contrária, que não era, nessa etapa estava o instrutor surdo junto e esse
explicou a diferença entre meninos e meninas, mas o aluno surdo continuava
respondendo que era menina, depois de um mês trabalhando isso com ele
mostrando figuras e exemplos, finalmente começou a compreender que de fato
nasceu do sexo masculino e até repete várias vezes que é homem e forte.
Após o momento no AEE, voltamos à sala de aula, onde a professora de
matemática estava passando uma atividade escrita para ser realizada e o instrutor
ensinou como ele deveria fazer a soma dos números e a subtração, como também
sobre as dezenas e as centenas, e o garoto já associou ao jogo do AEE. Na volta do
intervalo continuou as atividades da disciplina e o instrutor sempre o ajudando no
entendimento e realização das contas matemáticas, o uso do sinal de subtração por
exemplo ensinou que é a morte, que significa diminuir, então a criança já
compreende por conta disso, por último a professora entregou outra tarefa que eles
precisavam realizar a soma e subtração e depois pintar com as cores respectivas
colocadas para cada resultado. Na hora da entrega dessa prática o aluno surdo não
queria mais resolver e ficou muito agitado, queria apenas desenhar, acredito que já
estava cansado, e mesmo o instrutor pedindo para ele não andar na sala e se
sentar, o garoto não o respeitou, gritou e apenas a cuidadora e a professora
presentes falaram para ele sentar e evitar os gritos.
Essa atividade foi interessante porque todos os alunos gostam de pintar e
ainda é desenvolvida a percepção das cores. Verifiquei que o livro de matemática
deles é muito colorido, tem várias imagens e é muito didático para crianças surdas
porque traz a palavra em português junto do numeral e também ilustra com
desenhos de flores, ou alimentos, objetos a contagem dos números para facilitar o
seu aprendizado, é bastante visual.
Uma das coisas que mais prezo em um educador e como futura educadora, o
respeito em sala de aula, a compreensão e a curiosidade, como explica Freire
(2020) “o fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles, do
professor e dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não
apassivada[...]” é o que todos os docentes devem promover no âmbito educacional.

4.3 A importância da Cultura surda

No terceiro dia de observação os alunos tiveram aulas de inglês e após o


intervalo, aula de português. Quando a professora chegou já estava falando em
inglês com os estudantes ouvintes, e novamente a intérprete não estava em sala
porque era seu dia de folga, nesse caso apenas o instrutor surdo estava
acompanhando o aluno surdo. De início a professora de inglês oralizou bastante e
tentava se comunicar com o supervisor surdo mas não era muito compreendido, e
Marcel da mesma forma, somente com o instrutor se sentou e prestou atenção ao
que a docente pedia, os estudantes descansaram por quinze minutos e depois
realizaram uma atividade em que precisavam traduzir as palavras em inglês, o
instrutor surdo sabia algumas e fez o desenho da figura em português para o garoto
escrever a palavra, porque ainda está em fase de aquisição de sua primeira e
segunda língua que são a Libras e o português escrito. Está presente no Anexo III
as atividades de inglês.
Nesse momento percebi o quanto é desigual a forma de aprendizagem de
alunos surdos para ouvintes da mesma faixa etária, já que os ouvintes sabiam a
pronúncia das palavras em inglês, repetiam junto com a professora, levando em
consideração também a falta de conhecimento e tradução das palavras de uma
língua estrangeira para outra, sem a presença da intérprete realizando seu trabalho.
A professora ouvinte não sabe Libras e oraliza, não conhece a cultura surda, não
sabe sobre a forma correta de se comunicar tanto com o aluno, quanto com o
instrutor, o que torna essa aula pouco acessível.
Na aula de português a professora continuou o ditado que estava fazendo
pela manhã, mesmo que não saiba a Libras está aprendendo aos poucos, sinaliza
os sinais básicos, e ao fim do ditado pediu que o instrutor fizesse os sinais de cada
palavra. O que me chamou atenção no ditado é que está presente na cultura
ouvinte, nesse caso vi que o menino surdo não sabia ainda como escrever algumas
palavras, havendo uma defasagem no seu aprendizado, mas a estratégia que o
professor surdo estava usando é de mostrar a figura ou o objeto para ele poder
escrever, mas mesmo assim nem todas as palavras ele sabia a escrita, o instrutor
realizava a datilologia e o garoto escrevia.
Como futura docente da Língua brasileira de sinais, há ausência de material
mais acessível ao surdo, principalmente no português, a maioria dos colegas já
escreve muito bem, o garoto também, mas há um atraso em seu aprendizado pelo
desenvolvimento um pouco tardio da aquisição da Libras. Corroborando com
Conrado (2022):
“Não basta garantir essa acessibilidade comunicacional que, por si só, dará
condições de aprendizagem. É necessário que o (a) professor (a) organize
sua aula, faça um planejamento pedagógico com foco no (a) estudante
surdo (a), que seja efetivo na condução desse alunado” (CONRADO, 2022.
p . 33)

É preciso que os professores tenham conhecimento acerca da Língua de


sinais, de como se comunicar com as pessoas surdas, acerca da cultura surda para
elaborarem as atividades em sala para o aluno surdo, pois ele tem uma perspectiva
diferente das pessoas ouvintes, no momento da aula de inglês verificar a
possibilidade de ir para sala do AEE e focar no aprendizado do português, para
depois começar a aprender inglês.

4.4 Aprendizagem da Libras em contexto

Na observação do estágio tive muitas percepções do jeito que o aluno surdo


aprende nas aulas e principalmente seu desenvolvimento no AEE com as atividades
propostas pela professora, a qual está inserida Anexo IV ao fim do relatório. Foi
muito interessante sua participação na sala do atendimento especializado, a
professora colocou os sinais, as fotos das frutas e a palavra em português. Como o
garoto está aprendendo ainda a língua portuguesa é preciso fazer a datilologia para
ele conseguir encontrar as palavras, mas de forma geral achei uma ótima estratégia,
ele rapidamente encontra os sinais de acordo com as fotos, tem uma boa memória
do que Alex ensinou da Libras, com isso desenvolveu bem a atividade. Foi
importante também porque trabalhou as frutas, a professora A. sempre traz as
imagens com o contexto das aulas e também da vida pessoal de Marcel.
Na sala de aula junto com o instrutor e a professora de matemática, os
discentes continuaram realizando os deveres e Marcel também, mas como sempre o
instrutor fala que durante a manhã ele desenvolve as tarefas e fica muito cansado no
período da tarde, por isso gosta mais de desenhar e fica um pouco aborrecido com a
quantidade de atividades que a docente passa, porém não concordo muito, pois os
outros alunos ouvintes não têm a mesma oportunidade de ter uma pessoa
escrevendo as atividades para eles no contra-turno, pois a tarde é o instrutor que
escreve tudo e o garoto apenas responde, muitas vezes a professora e Alex
combinam que ele fará as tarefas em casa, com a justificativa que ele está cansado.
Nesse tempo em que todos estão escrevendo, o garoto fica desenhando ou
conversando com os colegas, ao invés de estar treinando a Libras com o português
na escrita. A pedagogia visual e a didática surda se estivessem presentes na sala de
aula facilitariam e valorizariam muito o desenvolvimento de Marcel, pois de acordo
com Conrado (2022) “os recursos visuais precisam ser pensados com base na
pedagogia visual atrelados à mediação pedagógica para facilitar a compreensão do
conteúdo por esse alunado.’’
É preciso que haja mais estratégias de ensino na sua primeira língua e que a
escola oriente o instrutor de forma adequada, como também precisa de materiais
mais acessíveis para o aluno surdo. Outro ponto a ser destacado é que a intérprete
não está disponível dois dias a tarde, fazendo com que Alex não tenha as
informações repassadas com clareza, acredito que a escola precisa rever e contratar
outro intérprete.

4.5 A aprendizagem da Libras em construção

Na última observação do estágio pude perceber o quanto Marcel ainda está


em um processo contínuo de aprendizagem das informações da escola, como
também as informações do mundo, nesse sentido vejo o quanto as aulas na escola
inclusiva nas séries iniciais do ensino fundamental não tem acessibilidade para
crianças com surdas e com diferentes necessidades educacionais, o aluno surdo
gosta muito de ir para a sala do AEE, porque é o local que ele é mais incentivado
pela professora para realizar as atividades, principalmente porque ela usa de jogos,
de imagens, para fazer com que ele conheça as palavras, os números, a imagem
dos objetos e o nome em português, além do sinal em Libras também. É muito
importante que a escola continue fazendo esse trabalho, pois só assim acredito que
Marcel terá um melhor desempenho na vida escolar. Assim como afirma Conrado
(2022) em sua dissertação: “os estudantes surdos que adquirem a língua somente
na escola e, não nas interações familiares e sociais, apresentam um ritmo mais lento
no processo de alfabetização.”
Essa aula de matemática foi bem interessante, a professora ensinou a
multiplicação e no início ele não estava entendendo, ainda associava com a soma,
mas depois ele começou a entender como realiza as operações, primeiro ela
explicou como multiplicar por um, por dois, e chamou o garoto para ir fazer na lousa,
ele ficou muito feliz porque conseguiu acompanhar e acertava tudo, cada vez mais
que iam avançando os numerais o garoto continuava a fazer e foi um momento de
troca de ensino-aprendizagem.
Cabe ao instrutor o incentivo e as orientações para que a criança surda seja
um espelho, mas principalmente é preciso que todos e todas as professoras da
escola se dediquem para falar com Marcel, sem a comunicação ele não conseguirá
se desenvolver em outros ambientes, pois na sociedade ouvintista em que vivemos
as pessoas buscam muito pouco sobre a cultura surda e sobre a língua de sinais.
Vejo o quanto os colegas de sala tentam conversar com ele, brincar e isso é
importante para sua interação na comunidade ouvinte também, mas o incentivo na
sala de aula deve partir da professora que esteja ensinando a disciplina. Todas as
pessoas tratam o instrutor como se o aluno surdo fosse responsabilidade apenas
dele, mas qual o papel do professor ouvinte com uma criança surda? Na escola
inclusiva tem um jeito de ensinar diferente para os alunos ouvintes e não tem
comunicação com o aluno surdo, fazendo disso uma pseudo-inclusão.
Como futura professora de Libras é preciso rever as estratégias de ensino
para crianças surdas que estão em fase de aquisição da língua, é preciso que as
escolas revejam os papéis de professores bilíngues dentro da sala de aula e dos/as
instrutores surdos/as, pois é necessária uma atenção especial a educação inclusiva
na perspectiva do ensino de Libras.
Notamos a partir disso, o quanto a língua de sinais precisa ser reconhecida e
o quanto a luta de pessoas surdas para se firmar no mundo continua, segundo
Gesser (2012), “reconhecer e usar a língua de sinais é um grande passo, mas são
necessários outros tipos de lutas e movimentos para garantir aos surdos/as uma
educação de qualidade e oportunidades de participação na vida social.”

5 A RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA DA ESTAGIÁRIA DE LIBRAS

A partir das observações do estágio em Libras como L1, percebi uma


experiência totalmente diferente do primeiro estágio em Libras como L2,
principalmente no fato de acompanhar a aquisição da língua de uma criança surda.
As pessoas surdas veem o mundo de uma maneira visual, a qual está buscando
compreender e ser compreendida da sua maneira, está construindo sua identidade a
partir da vivência escolar, e eu como futura docente de Letras-Libras percebo o
quanto a escola inclusiva necessita um olhar mais humano e diferenciado.
Para Conrado (2022) na escola inclusiva que o surdo está inserido é
necessário que o aprendizado da língua seja passado também aos estudantes não
surdos, para que esse ambiente educacional seja favorável ao seu desenvolvimento
linguístico. O que acontece na escola é que há a interação entre os colegas e
Marcel, mesmo sendo surdo consegue acompanhar a convivência, mas ele deveria
estar em um ambiente que sua Língua de sinais fosse prioridade no ensino, há uma
falsa inclusão tanto com o instrutor surdo quanto para o aluno.
Em um ambiente escolar inclusivo é bastante surpreendente o tratamento que
uma pessoa surda num cargo de instrutor tem em relação aos colegas ouvintes,
sendo que na maioria das vezes a intérprete escolar não traduz para Libras, não
está em contato direto com a professora para repassar ao aluno surdo e ao instrutor
o que está sendo explicado em sala, o que me leva a pensar é que a escola não
está seguindo de fato o Projeto que tem a Lei da Libras n° 10.436/02 que reconhece
a Libras como língua oficial do Brasil, juntamente com o Decreto que regulamenta os
profissionais da educação surdos e intérprete de Libras, mas na prática essa
inclusão está mascarada, como se somente com a presença do/a intérprete estará
tudo correto, e na realidade não deve ser assim. É preciso que de fato haja interação
com os outros profissionais da escola, principalmente na sala de aula do 3° ano que
Marcel está incluído, para que a educação seja inclusiva e não exclusiva.

De acordo o Decreto “nº 5.626/2005 dispõe que


as instituições de ensino deverão ser providas com os seguintes
profissionais: i) professor de Libras ou instrutor de Libras; ii) tradutor e
intérprete de Libras - Língua Portuguesa; iii) professor para o ensino de
Língua Portuguesa como segunda língua para estudantes surdos; e iv)
professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade
linguística manifestada pelos estudantes surdos.

Ou seja, a escola precisa repensar suas práticas de ensino na perspectiva da


inclusão, obedecendo o exposto no Decreto. Segundo Lodi (2013), diferente da
PNEE, que prevê uma mesma organização educacional para todos os alunos
surdos, há no Decreto a preocupação em diferenciar os anos iniciais de
escolarização dos finais, respeitando, assim, o desenvolvimento das crianças, as
especificidades nos processos de ensino-aprendizagem e a formação necessária
para os professores.
Desse modo, se faz necessário que nós enquanto estagiárias/os pensemos
em estratégias, atividades, jogos lúdicos, através da perspectiva bilíngue, dentro da
pedagogia visual, é preciso criar materiais didáticos em Libras, pois sendo um
estágio pouco explorado na área da educação, há carência de materiais e
discussões acerca do assunto.
Portanto, sabendo que o ensino de línguas não é uma tarefa fácil (ALBRES
2016), o curso de Letras-Libras tem um papel importantíssimo para que os
professores de Libras sejam de fato competentes ao ministrarem a disciplina como
meio de disseminar a cultura surda, pensar através de cada metodologia que está
sendo ensinada para idades diferentes, contextos diferentes, para que cada
professor/a reflita as ações.
Acerca do curso de Letras-Libras, Albres (2016) faz algumas considerações e
contribuições aos professores,
A formação de professores de língua de sinais deve considerar a prática
pedagógica como ação política e didática inscrita em contextos discursivos,
provendo aos futuros professores a compreensão de que a língua não é
uma abstração descrita pela linguística, mas que é célula constitutiva da
enunciação e, por essa razão, está a todo momento, mobilizada pela
compreensão ativa, cabendo portanto, ao professor criar e conduzir
interações que levem aprendizes da Libras a se apropriar dos modos de
significar o mundo nessa língua gestual-visual. (ALBRES, 2016, p. 240)
Nesse ínterim, é válido ressaltar que a todo momento os professores devem
fazer questionamentos sobre a sua prática de ensino de Libras e perceber-se
enquanto educadores e propagadores do conhecimento.
Durante o processo de observação, o sentimento de ser professora se molda
e visualizamos uma realidade completamente diferente do que a teoria estudada
anteriormente nas disciplinas de Educação bilíngue e bicultural, Estrutura e
funcionamento da Educação básica e Psicologia e Educação de surdos, além de
Didática, a prática escolar vivenciada mostrou como é importante o contato surdo-
surdo, e que de fato a Língua de sinais para as crianças surdas deve ser repassada
por um profissional surdo, demonstro também minha preocupação com a
experiência na escola atual e que é preciso reavaliar o ensino de surdos na escola
inclusiva, me faço também a indagação, como os professores ouvintes dessas
escolas se sentem ao ter um/a aluno/a surdo/a? Como os profissionais ouvintes que
não conhecem a cultura e a vida do aluno/a surdo/a podem ensinar as disciplinas?
Após o estágio considero fundamental que em todas as minhas ações como
docente, nas disciplinas que irei ministrar, usarei os ensinamentos relatados, assim
como nos próximos estágios de observação, organização de material didático e
regência, a profissão de professor/a está sempre em constante mudança, conforme
Freire (2020) “como professor preciso me mover com clareza na minha prática.
Preciso conhecer as diferentes dimensões que caracterizam a essência da prática, o
que me pode tornar mais seguro no meu próprio desempenho.” E é a partir da
prática que o aprendizado teórico começa a fazer sentido.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência do estágio em Libras como L1, me fez refletir ainda mais sobre
a questão de ensinar e acerca do papel do professor e instrutor em sala de aula com
crianças surdas, como também o papel da escola inclusiva e a falta de profissionais
no campo da Libras. É por esse motivo que “[...] na formação permanente dos
professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática.”
(FREIRE, 2020, p. 40)
Através do estágio as perspectivas como aluna também vão se moldando,
como futura professora de Libras minha formação precisa ser pautada na ética e
respeito à comunidade surda, principalmente na região do Cariri, lugar que necessita
de políticas linguísticas e respeito aos alunos surdos, aos professores surdos e aos
instrutores surdos, é responsabilidade minha como estagiária analisar os pontos
essenciais que precisam ser melhorados e repensados, para que no futuro a
educação de surdos não seja um descaso.
É preciso que a sociedade ouvinte esteja apta a conhecer e a reconhecer a
Língua de sinais na região caririense, e concordo com Conrado (2022) que enfatiza
que o planejamento do/a estagiário/a de Libras deve pensar e planejar a aula na
modalidade bilíngue, com materiais de diferentes formas repensando a organização
em duas línguas, sendo uma na língua do aluno surdo e a outra na nossa língua, só
assim o aluno/a surdo/a terá de fato uma boa aprendizagem educacional.

REFERÊNCIAS

ALBRES, Neiva de Aquino. Ensino de libras: aspectos históricos e sociais para


a formação didática de professores. 1. ed. Curitiba. Appris, 2016. p. 204
Apresentação e História. Disponível em:
https://www.ufca.edu.br/instituicao/apresentacao-e-historia/. Acesso em: 11/11/2022
CONRADO, Debora de Vasconcelos Souza. Didática surda e sua aplicação no
estágio curricular supervisionado do curso de Letras-Libras na perspectiva do
surdo. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Centro de Educação, Programa de Pós-Graduação em educação. Natal, RN, 2022.
p. 26, 27, 30, 32, 34
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005. Regulamenta a Lei nº
10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm. Acesso
em: 08/11/2022
Ensino. Universidade Federal do Cariri. Disponível em:
https://www.ufca.edu.br/academico/ensino/. Acesso em: 10/11/2022
FILHO, Jailto Luis Chaves de Lima; LIMA, Fernanda Barboza de. Estágio
supervisionado I.UFPB,2013. Disponível em:
http://biblioteca.virtual.ufpb.br/sistema/app/webroot/docs/letraslibras/
Estagio_Supervisionado_I.pdf. Acesso em 10/06/2022
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática
educativa. 65. ed. Rio de Janeiro/ São Paulo. Paz e Terra, 2020. p. 25, 83, 118
GESSER, Audrei. O ouvinte e a Surdez. Sobre Ensinar e Aprender a Libras.
Parábola.1 ed. 2012. p. 95
IISCA- Instituto Interdisciplinar de Sociedade, Cultura e Artes. Disponível em:
http://iisca.ufca.edu.br/. Acesso em 08/11/2022
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de
Sinais - Libras e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm. Acesso em: 10/11/2022
Letras-Libras.Universidade Federal do Cariri. 2018. Disponível em:
https://www.ufca.edu.br/cursos/graduacao/letras-libras/#accordion- https://
documentos.ufca.edu.br/wp-folder/wp-content/uploads/2019/08/LibrasUFCA-Projeto-
Pol%C3%ADtico-Pedag%C3%B3gico-2018.pdf .Acesso em 01/11/2022. p.24
LODI, Ana Claudia Balieiro. Educação bilíngue para surdos e inclusão segundo a
Política Nacional de Educação Especial e o Decreto n° 5.626/05. Educ. Pesquis.,
São Paulo, v. 39, n. 1, p. 49-63, jan./mar. 2013. p. 5
LIMA, Inácia Ivonete dos Santos. PPP: Projeto Político Pedagógico da Escola de
Ensino Fundamental em Tempo Integral Doutor Leão Sampaio. Juazeiro do Norte,
Ceará. 2022-2025
ANEXOS
ANEXO I

Fonte: Acervo pessoal


ANEXO II
Fonte: Acervo pessoal
ANEXO III

Fonte: Acervo pessoal

ANEXO IV
Fonte: Acervo pessoal
ANEXO V

Fonte: Acervo pessoal


ANEXO VI- FACHADA DA EEFTI DR. LEÃO SAMPAIO
Fonte: Acervo pessoal

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