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O Surrealismo
Gabriel Rios
Quem percebeu que as obras desse círculo não lidam com a literatura, e
sim com outra coisa - manifestação, palavra, documento, bluff,
falsificação, se quiser, tudo menos literatura -, sabe também que são
experiências que estão aqui em jogo, não teorias, e muito menos fantasmas
(BENJAMIN, 1987, p.23).
Justamente por conta dessa visão que Benjamin (1987) tem desse movimento, é que
ele lida com o surrealismo não como um movimento artístico, mas sim uma vanguarda
política e revolucionária de seu tempo da qual tentava alterar a realidade. Pois, segundo os
surrealistas, a vida está cada vez mais organizada pela vigília e cada vez menos para o sonho.
Esse movimento, então, trata de retomar o sonho, tentar utilizá-lo para superar essa realidade.
Sobre esse desejo surrealista, Benjamin (1987) diz:
O socialista vê o futuro mais belo dos nossos filhos e netos no fato de que
todos agem como se fossem anjos, todos possuem tanto como se fossem
ricos e todos vivem como se fossem livres. Não há nenhum vestígio real,
bem entendido, de anjos, riqueza e de liberdade. Apenas imagens. E o
tesouro de imagens desses poetas da social-democracia? O otimismo
(BENJAMIN, 1987, p.33).
Portanto, para Benjamin (1987), esses movimentos necessitam ter como fim último
uma luta material pelo poder e hegemonia ou serão dissolvidos e incorporados por essa
sociedade (capitalista):