RELATO DE

EXPERIÊNCIA Recebido: 22/06/2021

CORPORATIVA Aceito: 01/09/2021

Ginástica laboral no teletrabalho:

implementação de ações de saúde postural
a distância em tempos de pandemia
Workplace exercise in telework: implementation of distance
postural health actions in times of pandemic
Ana Carla de Freitas Caldas da Fonte1 , Vanessa Maria da Silva2 ,
Fabiola Lucchesi Rocha Carvalho3 , Graziella de Araujo Freitas4

RESUMO | Introdução: O regime de teletrabalho, adotado por algumas empresas como medida alternativa para continuidade
dos serviços durante a pandemia causada pela doença do coronavírus 2019, pode gerar repercussões na saúde dos funcionários,
contribuindo para o desencadeamento das doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho e/ou lesões por esforços repetitivos.
Nesse contexto, empresas precisaram criar estratégias para garantir a implantação de ações em saúde do trabalhador através de
diferentes meios. Objetivos: Discutir a experiência de implementação de atividades de ginástica laboral remota. Métodos: O relato
de experiência foi baseado na construção e implementação de um projeto de intervenção de ginástica laboral remota junto aos
funcionários de uma instituição bancária que atuam em regime de teletrabalho. Resultados: A ginástica laboral remota se mostra
viável, evidenciando economia de recursos, ampliação do alcance e quantidade de funcionários, melhor adesão dos trabalhadores
a programas de promoção da saúde e conscientização sobre sua postura para além do âmbito ocupacional. Conclusões: As
intervenções em saúde e segurança do trabalho por meios tecnológicos, associados ao teletrabalho, vêm se estabelecendo como
uma nova perspectiva durante e após a pandemia, especialmente nas instituições bancárias, onde a jornada remota vem se revelando
mais eficiente.
Palavras-chave | pandemias; saúde do trabalhador; intervenção baseada em Internet; fisioterapia.

ABSTRACT | Introduction: Telework, adopted by some companies as an alternative measure to ensure the continuity of services
during the 2019 coronavirus disease pandemic, can have an impact on workers’ health, contributing to the onset of work-related
musculoskeletal disorders and/or repetitive strain injuries. In this context, companies were required to develop strategies to ensure
the implementation of occupational health actions through different means. Objectives: To discuss our experience of implementing
a remote workplace exercise program. Methods: The experience report was based on the development and implementation of a
remote workplace exercise intervention project for the employees of a bank who are working from home. Results: The remote
workplace exercise program proved to be feasible, providing benefits in terms of saving resources, extending the reach of actions
and increasing the number of employees involved, improving adherence of workers to health promotion programs, and enhancing
their awareness of postural habits beyond the occupational setting. Conclusions: Interventions in occupational health and safety by
technological means, associated with telework, can be seen as a new perspective during and after the pandemic, especially in banks,
where remote work has proven to be efficient.
Keywords | pandemics; occupational health; Internet-based intervention; physical therapy specialty.

1
Fisioterapia do Trabalho, Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, Recife, PE, Brasil.
2
Fonoaudiologia do Trabalho, Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, Recife, PE, Brasil.
3
Medicina do Trabalho, Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, Brasília, DF, Brasil.
4
Gerência de CliniCASSI, Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil, Recife, PE, Brasil.
Fonte de financiamento: Nenhuma
Conflitos de interesse: Nenhum
Como citar: Fonte ACFC, Silva VM, Carvalho FLR, Freitas GA. Workplace exercise in telework: implementation of distance postural health actions in times of pandemic.
Rev Bras Med Trab. 2021;19(4):553-559. http://dx.doi.org/10.47626/1679-4435-2021-833

Rev Bras Med Trab. 2021;19(4):553-559

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 Fonte ACFC et al.
INTRODUÇÃO
A saúde do trabalhador abrange um campo do
saber que objetiva o entendimento das relações entre o
trabalho e o processo saúde/doença, reconhecendo o
trabalho como um dos determinantes desse processo. A
portaria n.º 1.823, de agosto de 2012, instituiu a Política
Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora,
que, no seu Artigo 2º, garante a “atenção integral à saúde
do trabalhador, com ênfase na vigilância, visando a
promoção e a proteção da saúde dos trabalhadores e a
redução da morbimortalidade decorrente dos modelos
de desenvolvimento e dos processos produtivos”¹. Dentro
desse cenário, é importante considerar que as condições
de trabalho e o exercício das atividades laborais podem ser
fontes de exposição a viroses e território de disseminação
de outras doenças (não ocupacionais), que geram
impactos diretos ou indiretos na atividade laboral².
O atual contexto de pandemia causada pela doença
do coronavírus 2019 (COVID-19), desencadeada pelo
coronavírus 2 causador da  síndrome respiratória aguda
grave (SARS-CoV-2), tem mobilizado diversas instituições
e serviços pela alta transmissibilidade e variabilidade
sintomática do vírus, pela inexistência de terapia
medicamentosa comprovada, pela insuficiente cobertura
de testes e pela gravidade dos sintomas, bem como pela
duração prolongada dos quadros clínicos e suas possíveis
consequências. A transmissão ocorre por contato próximo
ao indivíduo infectado, por meio de aperto de mão, toque
de objetos ou superfícies contaminadas, como celulares,
mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador, e
contato com gotículas de saliva através de espirro, tosse,
secreções, entre outros³.
Com as recomendações dos órgãos de saúde em
relação ao distanciamento social durante a pandemia
provocada pela COVID-19, as empresas tiveram que
se adequar a uma nova realidade, colocando seus
trabalhadores em regime de teletrabalho ou home office4.
É fundamental compreender as atividades e condições
do teletrabalho para o estabelecimento de estratégias
para o enfrentamento da pandemia e a continuidade das
ações de proteção e promoção da saúde do trabalhador,
respeitando os normativos e diretrizes do Ministério
da Saúde, Ministério do Trabalho e demais instituições
oficiais reguladoras.
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O regime de teletrabalho foi regulamentado com a
reforma trabalhista de 20175, e os equipamentos necessários
para sua execução precisavam ser definidos a partir de uma
negociação entre empregadores e empregados, considerando
também orientações aos funcionários sobre como evitar
acidentes e doenças relacionadas. Com o estabelecimento
da situação de calamidade pública e a necessidade da adoção
de ações preventivas diante das altas taxas de contaminação
pelo SARS-CoV-2, o governo instituiu medidas trabalhistas
alternativas, retomando orientações sobre o teletrabalho6.
Diante dessa realidade, muitos funcionários tiveram que
adaptar a estrutura física de suas casas para a atividade laboral,
uma vez que o teletrabalho deve ser executado considerando
sua carga horária diária de trabalho, com intervalos e horário
de almoço. Por outro lado, os empregadores tiveram que
disponibilizar recursos (materiais, físicos e tecnológicos)
para continuar operacionalizando seus serviços, atendendo
às diretrizes legislativas.
No teletrabalho, a autonomia e a variedade de locais
onde o trabalho pode ser desempenhado passam a ser
organizados pelo próprio trabalhador em sua residência,
trazendo mudanças na dinâmica das dimensões de
tempo e espaço. Sobre esse contexto, estudos evidenciam
diferentes repercussões desse regime de trabalho na saúde
dos funcionários, incluindo posturas inadequadas, carga
osteomuscular, carga estatística, exigências cognitivas,
fatores organizacionais e psicossociais ligados ao trabalho
e patologias associadas à função do trabalhador, condições
relacionadas às doenças osteomusculares relacionadas ao
trabalho (DORT) e lesões por esforço repetitivo (LER)7.
A fisioterapia, que estuda o movimento humano
no desempenhar de suas atividades, tem suas ações
fundamentadas em instrumentos terapêuticos próprios,
obtidos pelo estudo das ciências biológicas, morfológicas,
fisiológicas, da bioquímica, da biofísica, da biomecânica,
da cinesiologia, da sinergia funcional e das patologias
de órgãos e sistemas, bem como das disciplinas
comportamentais e sociais. Nesse contexto, temos a
fisioterapia do trabalho, que, enquanto área de atuação,
analisa a adaptação do trabalho ao homem através da
ergonomia e as patologias osteomusculares conhecidas
como LER/DORT8, com foco na identificação e correção
de riscos ergonômicos, nas orientações posturais, na
prevenção e na promoção da saúde através de programas
como a ginástica laboral9,10.
 Ginástica laboral no teletrabalho
A ginástica laboral consiste em exercícios específicos
realizados no próprio local do trabalho, levando em
consideração as atividades e o espaço físico disponível. A
realização da ginástica laboral visa, além da melhora das
alterações osteomusculares, conscientizar os trabalhadores
da necessidade de mudança de estilo de vida dentro e fora
do ambiente de trabalho através da educação postural11,12.
Os benefícios da implantação de pausas para
realização de exercícios durante a jornada de trabalho
vêm sendo relatados e estudados por muitos autores. Eles
estão relacionados a maior disposição para o trabalho,
motivação para a mudança para um estilo de vida mais
saudável, prevenção de doenças ocupacionais e até mesmo
aumento da produtividade13-16.
O fisioterapeuta, amparado pela Resolução n.º 516, de
23 de março de 2020, está autorizado a prestar assistência
nas modalidades de teleconsulta, teleconsultoria e
telemonitoramento, a fim de assegurar possibilidades para
a continuidade de tratamentos sem prejuízo ao profissional
e ao paciente durante o período de pandemia17.
A situação atual implica mudanças no ambiente
externo da organização, bem como a necessidade de
adaptação desta a um novo contexto. Presume-se que, no
regime de teletrabalho, haja um distanciamento das regras
de saúde e segurança dos funcionários, seja por falta de
informação ou dificuldade de acompanhamento pelo
empregador e pelos órgãos de fiscalização18. As empresas
precisaram criar estratégias para garantir a implantação
de programas e ações em saúde do trabalhador através de
diferentes meios, visando anular ou minimizar os possíveis
riscos ergonômicos durante o teletrabalho, bem como
conscientizar sobre as doenças ocupacionais relacionadas,
especialmente as LER/DORT.
Assim, o presente relato teve por objetivo discutir a
experiência de implementação de atividade de ginástica
laboral de forma remota junto a funcionários de uma
instituição bancária que estão trabalhando em regime
de teletrabalho durante o período que compreende a
pandemia.
MÉTODOS
Todo projeto de intervenção deve ser pensado de
forma interdisciplinar, cujas soluções e estratégias devem
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ser elaboradas por todos os atores envolvidos. Visando
assegurar a saúde e segurança do trabalho no contexto
atual, foi construído, de forma interdisciplinar, um projeto
de implementação de atividades de ginástica laboral
remota, voltado aos funcionários de uma instituição
bancária que estão em regime de teletrabalho.
A estruturação do projeto envolveu especialistas de
gestão de saúde e fisioterapeutas de uma operadora de
saúde suplementar que implementou, junto ao Serviço
Especializado de Medicina e Segurança do Trabalho
(SESMT), o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO) na instituição bancária. Além
desses, o serviço dispõe de uma equipe interdisciplinar
composta por médico do trabalho, enfermeiro do
trabalho, psicólogo e fonoaudiólogo, os quais também
participam de forma direta ou indireta no planejamento
e implementação das ações em saúde e segurança do
trabalho na instituição.
A proposta foi fundamentada nas Normas
Regulamentadoras (NR) de número 719, 920 e 1721, do
Ministério do Trabalho e Emprego, e na Resolução n.º
516 de 23 de março de 202017, do Conselho Federal
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional. O conteúdo do
projeto foi validado pela equipe, e, após consenso, deu-se
início às atividades.
Para a operacionalização de uma intervenção, é
importante considerar seus componentes estruturantes,
compreendidos pelos recursos, processos de ação,
finalidades e ambiente22.
A Tabela 1 explicita os componentes necessários para a
implementação da ginástica laboral remota.
A implementação da ginástica laboral remota teve
como público-alvo funcionários de uma instituição
bancária, de setores variados, lotados em diferentes
estados do Brasil e que estão em regime de teletrabalho.
As atividades foram realizadas no formato de reuniões
por videoconferência de grupo, através da plataforma
online Microsoft Teams®. O convite para ingresso no evento
foi enviado via caixa coorporativa aos funcionários, com
data e horários pré-agendados na plataforma. A atividade
foi iniciada em abril de 2020, duas vezes na semana,
abrangendo os turnos manhã e tarde, e continua a ser
implementada.
As aulas de ginástica laboral dessa instituição foram
ministradas e orientadas em tempo real por fisioterapeutas
 Fonte ACFC et al.

especializados, e os encontros virtuais tiveram duração do turno de trabalho ou no horário de pico da fadiga, que
de 15 minutos, sendo realizados duas vezes na semana. levam em consideração as atividades e demandas físicas
Cada aula contou com a participação de cerca de 20 do trabalho executado, como os esforços repetitivos, as
funcionários. posturas inadequadas e a prevalência de queixas. Têm
Houve revezamento dos profissionais fisioterapeutas por objetivo impedir vícios de posturas habituais dos
conforme escala, em diferentes dias, turnos e horários, funcionários e atingir o equilíbrio muscular antagônico
visando à participação da maior parte dos funcionários em ativo, proporcionando o trabalho de musculaturas
diferentes expedientes de trabalho. pouco solicitadas e o relaxamento das musculaturas mais
Os exercícios foram pré-selecionados pelo solicitadas, reduzindo, assim, a fadiga13,23.
fisioterapeuta ministrante, considerando uma abordagem Seguindo essa premissa, os exercícios propostos
integral do sistema osteomuscular através de exercícios envolveram os seguintes aspectos: a) cinesioterapia ativa;
compensatórios, cuja escolha e ordem de execução b) alongamento estático e dinâmico; c) fortalecimento
estiveram fundamentados técnica e cientificamente. muscular; e d) relaxamento muscular.
Entende-se por exercícios compensatórios aqueles A quantidade variava de acordo com as regiões do
realizados durante o expediente de trabalho, na metade corpo a serem trabalhadas, os objetivos funcionais e

Tabela 1. Componentes da intervenção de ginástica laboral remota

Profissional fisioterapeuta, entre outros, devidamente habilitado e especializado para a execução das ações

Espaço físico que permita a mobilidade corporal do profissional fisioterapeuta e do funcionário, bem como sua adequada visualização
por parte de todos os envolvidos na atividade

Espaço físico com adequada acústica e iluminação, que favoreça a boa visualização e compreensão de todos durante as atividades
de ginástica laboral
Físicos

Câmera
Estrutura (recursos)

Microfone

Caixas acústicas

Computador com acesso à Internet

Funcionários/trabalhadores

Diretriz geral para realização das ações (projeto de intervenção)

Organizacionais

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional da instituição bancária

Disponibilização de pausas para realização da ginástica laboral durante o expediente de trabalho do funcionário

Organização da escala dos participantes, buscando alcançar o máximo de funcionários possível

Seleção dos exercícios a serem realizados

Estruturação/roteiro de aplicação dos exercícios

Apresentação: o profissional cumprimenta os participantes, informa seu nome, função e unidade onde atua.
Processos

Introdução: o profissional apresenta o conteúdo e o objetivo da aula, oferecendo orientação preliminar sobre a preparação do
funcionário para a realização do exercício (condições especiais para a não realização dos exercícios propostos, espaço físico
adequado para realização das atividades, postura corporal adequada).

Realização de exercícios orientados: o profissional explica, realiza, monitora e orienta os exercícios de ginástica laboral.

Fechamento: o profissional reforça sobre a importância da realização dos exercícios no dia a dia e realiza agradecimentos e lembretes.

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 Ginástica laboral no teletrabalho
a possibilidade de, em um mesmo exercício, serem
trabalhados diferentes aspectos. Os exercícios de
aquecimento foram realizados em uma série de 10
repetições cada um, sempre abrangendo membros
inferiores, membros superiores e coluna. Os alongamentos
foram enfatizados para membros superiores e coluna,
principalmente as regiões lombar e cervical, com uma
repetição de 20-30 segundos cada. Os exercícios de
fortalecimento, sempre visando aos membros superiores
e à musculatura extensora da coluna, foram realizados
com uma a duas séries de 10 a 15 repetições. Os exercícios
de relaxamento muscular foram realizados associando-
se exercícios de membros superiores com a respiração,
variando de 5 a 10 repetições.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não é de hoje que vemos os impactos que uma
pandemia pode gerar nos âmbitos biomédico,
epidemiológico, social, cultural, econômico e político no
mundo. Esse fato fica evidente quando analisamos a saúde
no contexto trabalhista, enquanto ambiente que reúne
de forma multidimensional todos esses aspectos sob um
olhar ampliado. Convém compreender e saber lidar com
os danos físicos e psicológicos24 que perdurarão durante e
após pandemia.
É importante considerar que, com o advento de novos
instrumentos tecnológicos de trabalho associado às
novas formas de organização das empresas e às relações
trabalhistas e vias assistenciais durante a pandemia,
novas metodologias de ações em saúde do trabalhador
estão sendo elaboradas e vêm sendo implementadas.
Algumas mudanças realizadas tendem a se consolidar em
determinados setores, fazendo com que a premência de
inovação seja evidenciada pela pandemia25.
Algumas empresas já vêm utilizando das plataformas
tecnológicas como instrumento para implantação de ações
em saúde e segurança do trabalho junto aos funcionários,
através de programas de ginástica laboral acompanhados
por profissionais especializados de forma online e
capacitações sobre ergonomia, disponibilizados em
ambientes virtuais de aprendizagem26, portais educativos
sobre saúde e aplicativos.
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Um dos aspectos positivos da ginástica laboral
remota é a viabilidade, ou seja, a tendência de êxito de
uma intervenção considerando os componentes que
a constituem, o contexto e as metodologias utilizadas.
Esse aspecto já foi evidenciado em pesquisas27,
complementando que toda intervenção mediada por
tecnologias deve considerar sua aplicabilidade, viabilidade,
otimização dos recursos e minimização de erros.
Esse meio de intervenção evidenciou ainda um aumento
na adesão voluntária dos funcionários para realização dos
exercícios, contribuindo, assim, para um maior alcance das
ações e ampliação do número de participantes. Esse fato
também se justifica pela descentralização das atividades,
ou seja, aulas foram disponibilizadas para diferentes
estados, alcançando todos os funcionários em regime de
teletrabalho, independentemente de sua função.
Ainda, a possibilidade da realização da ginástica
laboral no ambiente de trabalho contribui para a adoção
de hábitos posturais saudáveis, vivenciando melhorias na
qualidade de vida do trabalhador dentro e fora do cenário
ocupacional28. Esse fato foi evidenciado pelos feedbacks
positivos dos funcionários, direcionados aos gestores,
em relação à sua percepção acerca de sua consciência
corporal e flexibilidade muscular antes e depois das aulas
de ginástica laboral.
É importante destacar que a ginástica laboral remota
deve ser implementada junto a outras ações, como
educação em saúde através de palestras, treinamentos
e campanhas, entre outras medidas ergonômicas para
uma prevenção efetiva de LER/DORT. Ainda, deve
haver investimento contínuo em treinamento de pessoal,
manutenção de máquinas e políticas de motivação e
incentivo, independentemente do regime de trabalho.
Essas medidas em conjunto contribuem para a melhora
do clima organizacional, a eficácia da intervenção e a
redução de custos desnecessários29.
Recentemente, as aulas em tempo real foram gravadas
e disponibilizadas aos funcionários toda semana visando
o estabelecimento de uma rotina diária para execução
dos exercícios, bem como uma maior abrangência na
participação destes, em todo país. Além disso, métodos
de monitoramento e avaliação da eficácia deste meio
de intervenção estão sendo discutidos pela equipe,
considerando também a opinião dos funcionários.
 Fonte ACFC et al.
CONCLUSÕES
As intervenções em saúde e segurança do trabalho
por meios tecnológicos, associados ao teletrabalho, vêm
se estabelecendo como uma nova perspectiva durante
a pandemia, especialmente nas instituições bancárias,
onde a jornada remota está se revelando mais produtiva
e eficiente.
No contexto atual, a realização da ginástica laboral
de forma remota garantiu meios de assegurar a saúde e
segurança do funcionário no ambiente de teletrabalho, ao
mesmo tempo que atendeu às determinações sanitárias e
legais durante a pandemia, tendo em vista o que prevê o
PCMSO.
Esse método de intervenção foi avaliado positivamente
por todos os envolvidos, evidenciando os benefícios
da viabilidade, a economia de recursos, a ampliação do
alcance e quantidade de funcionários, a melhor adesão
dos trabalhadores a programas de promoção da saúde e
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558
a conscientização sobre sua postura para além do âmbito
ocupacional.
CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES
ACFC foi responsável pela administração do projeto,
metodologia, apresentação, análise formal dos dados
e redação – revisão & edição. FLRC participou da
concepção e administração do projeto, captação dos
recursos, validação e análise formal dos dados e da
redação – esboço original. GAF foi responsável pela
análise formal, recursos/materiais, supervisão, validação
e redação – revisão & edição. VMS foi responsável pela
concepção do estudo, metodologia, tratamento de dados,
redação – esboço original e revisão & edição e validação.
Todos os autores aprovaram a versão final submetida e
assumem responsabilidade pública por todos os aspectos
do trabalho.
novas relações de trabalho. Brasília: Diário Oficial da União; 2017
[citado em 13 mai. 2020]. Disponível em: http://www.planalto.
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Este é um artigo de acesso aberto distribuído nos termos de licença Creative Commons.
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Endereço para correspondência: Vanessa Maria da Silva – Avenida Conselheiro
Rosa e Silva, 1460, 5º, 6º e 7º andares – Bairro Aflitos – CEP: 52050-020 – Recife
(PE), Brasil – E-mail: vanessasilva.fonoaudiologia@gmail.com
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