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Resumo
1. Introdução
2. Conceitos
2.1 A atividade do telemarketing/teleatendimento
Os serviços de teleatendimento foram criados como ferramentas competitivas na busca
por maior eficiência no alcance ao público alvo das empresas através do contato
telefônico direto com o cliente. Neste serviço, os operadores atendem os clientes de
empresas que as contrataram para fornecimento, via telefone, de informações,
reclamações, oferta de produtos e mesmo assistência técnicas3.
A Norma Reguladora – NR 17 define a atividade de teleatendimento/telemarketing
como “aquela cuja comunicação com interlocutores clientes e usuários é realizada a
distância por intermédio da voz e/ou mensagens eletrônicas, com a utilização simultânea
de equipamentos de audição/escuta e fala telefônica e sistemas informatizados ou
manuais de processamento de dados”4.
Sobre as condições gerais de exercício da profissão, o Código Brasileiro de Ocupações,
explicita ser “comum o trabalho sob pressão quando as filas de espera de atendimento
aumentam”, sendo características do teleatendimento a necessária e contínua utilização
do telefone, a variedade de formas de trabalho, a necessidade de relacionamento com os
usuários e a organização do trabalho baseada em “roteiros e scripts planejados e
controlados para captar, reter ou recuperar clientes”5.
Os operadores de telemarketing lidam com uma diversidade de exigências cognitivas
tais como raciocínio rápido, concentração e memória, tendo ainda de depender de frases
e expressões prescritas para lidar com situações constrangedoras, exigências afetivas,
como alterações de humor do cliente e físicas em função de permanecer sentado durante
grande parte do tempo, pela postura e uso constante da voz e mãos6.
Além do gerenciamento estrito pelo tempo, as rotinas de trabalho são também impostas
rigidamente. Os operadores estão constantemente submetidos a situações problemáticas,
exigindo estratégias cognitivas específicas para a resolução das diversas e variáveis
demandas. O conteúdo das respostas dadas pelos operadores e o modo de resolução dos
problemas variam de acordo com essas demandas, sendo formatados em tempo real por
suas competências e pela pressão temporal a que se encontram submetidos7.
O forte predomínio do taylorismo indica que a organização do trabalho implantada
nesse setor da economia encontra respaldo na sofisticação da tecnologia, posto que toda
a movimentação seja registrada por software: o número de ligações feitas e recebidas, o
tempo de atendimento, as pausas, as vendas realizadas, as estatísticas dos resultados das
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posto de trabalho inadequado com espaço insuficiente para o trabalho e falta de suporte
do antebraço. Leva- se em conta também o fator das prolongadas horas sentadas17.
A organização do trabalho é o mecanismo por meio do qual se regula o funcionamento e
a atividade dos trabalhadores. Nessa categoria, situam-se as definições de ritmo,
horários, turnos de trabalho, revezamentos, treinamentos, determinações quantitativas e
qualitativas de produção, repartição das responsabilidades, hierarquia, comando,
controle18, 19.
A rigidez da organização do trabalho retira a participação dos trabalhadores desse
processo, limitando-os totalmente às determinações superiores. Sendo assim, não há a
possibilidade de os trabalhadores buscarem uma adaptação espontânea do trabalho a sua
realidade, o que pode gerar conflitos, insatisfações, sentimentos de indignidade,
inutilidade, desqualificação e até depressão20. Esses sentimentos podem provocar ou
agravar problemas de saúde dos trabalhadores, prejudicando seu desempenho, a
produção e a instituição21.
Evidências apontam vínculos entre trabalho repetitivo, tarefas fragmentadas e
executadas sob pressão, pouca possibilidade de defender e replanejar a prescrição das
tarefas, submissão a controles organizacionais rígidos e a ocorrência de LER/DORT. Os
contextos de trabalho que oferecem riscos à saúde mental também o oferecem para o
desenvolvimento das LER22.
Aspectos adicionais presentes nos relatos dos trabalhadores aos sindicatos e em análises
ergonômicas realizadas referem-se à manutenção de posturas inadequadas, estáticas e
estereotipadas, por longos períodos, sem liberdade para alternativas posturais; utilização
contínua da voz como ferramenta de trabalho; exposição continuada aos sons gerados
pelo fone de ouvido e ao ruído ambiente de conversação; ambientes confinados, dotados
de ar-condicionado centralizado, com baixas temperaturas e baixa umidade relativa do
ar; iluminação deficiente para leitura, reflexos em monitores, manutenção de distância
focal visual por períodos prolongados; restrições à satisfação das necessidades
fisiológicas, incluindo distúrbios do ritmo circadiano por trabalho noturno e em turnos e
necessidade da realização de outras atividades remuneradas para complemento de
renda6, 23.
3. Metodologia
O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, as bibliografias foram reunidas com o
objetivo de compreender como e quais os fatores de risco que podem afetar a saúde do
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empresas com o absenteísmo, além de reduzir os custos dos sistemas público e privado
de saúde com condições irreversíveis.
7. Referências
1. VOSS, J; FIK, D; HOHNE, J. The Call Center – Not Just Another Office.
Haworth Furniture: Facility Resource Center, Maio, 2000.
26. JONES K, et al. Prevalence and risk factors for voice problems among
telemarketers. Arch Otolaryngol Head Neck Surg;128:571-7, 2002.
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33. PUTNAN, C. et al. Who’s on the Line? Women in Call Centres Talk about
Their Work and Its Impact on their Health and Well-Being. Halifax: Dalhousie
University, 2000.
37. HALFORD V, COHEN H. Technology use and psychosocial factors in the self
reporting of musculoskeletal disorder symptoms in call center workers. J Safety
Res.; 34:167–73, 2003.
47. WESTIN, A. F. Two key factors that belong in a macro ergonomic analysis of
electronic monitoring: employee perceptions of fairness and the climate of
organizational trust or distrust. Applied Ergonomics, v. 23, n. 1, p. 35-42, fev. 1992.