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Juarez, 30 anos de idade, ensino médio completo, filho único de uma família de

humildes agricultores, reside no interior do município Alfa. Certo dia, recebe uma
carta solicitando que compareça ao cartório da cidade, para tratar de assunto de
seu interesse. Chegando lá, é informado que um tio seu, que acabara de falecer,
deixou um testamento designando a Juarez metade de sua herança. De posse do
dinheiro, Juarez compra um posto de gasolina e convida seu vizinho Roque para
trabalhar de frentista. Na admissão, Juarez informa a Roque que esse terá de
assinar contrato com cláusula autorizativa de descontos, no caso de prejuízos
financeiros oriundos de ato culposo do empregado. Na mesma cláusula, há
destaque para pagamentos em cheques, que só devem ser aceitos após digitação no
sistema da empresa da placa do veículo, RG, CPF, endereço e telefone do cliente.

Durante três meses seguidos, o irmão de Roque foi abastecer seu veículo no posto
de Juarez e fez pagamentos com cheques. Ocorre que, em nenhum deles, houve a
inclusão dos dados no sistema, por parte de Roque. Alguns dias depois, Juarez foi
fazer a contabilidade e constatou que, além da não inclusão dos dados no sistema,
os cheques foram devolvidos por insuficiência de fundos. Muito abalado, Juarez
saiu para almoçar. Antes de chegar ao restaurante, Juarez teve um infarto
fulminante e veio a falecer dentro do seu veículo.

A partir da situação descrita, responda de forma fundamentada as seguintes


questões:

a) Caso Roque tivesse agido em combinação com seu irmão, obtendo benefício
próprio, e por conta disso a empresa quisesse dispensá-lo por justa causa, em que
hipótese deveria tipificar a conduta do empregado?

Então, segundo o Artigo 482, h da CLT onde diz “Constituem justa causa para
rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: ato de indisciplina ou de
insubordinação”. Pois Roque não cumprindo com os requisitos, no caso a cláusula onde
exigia que pagamentos em cheques teriam que cadastrar a placa do carro, RG, CPF,
endereço e telefone do cliente, ele fere a lei mencionada, pois ele não cumpriu o
contrato e desobedeceu o contrato de trabalho, sendo assim, pode ser mandado embora
por justa causa.

b) Caso não tivesse ocorrido a situação-problema com o cheque do irmão de


Roque, a partir do falecimento de Juarez, Roque teria direito ao saque do FGTS?
Justifique.

Valendo-se do artigo 483, §2º da CLT onde o texto da lei diz “O empregado poderá
considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: No caso de
morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao empregado
rescindir o contrato de trabalho.” Então como houve a morte de Juarez, Roque teria
direito de assim rescindir o contrato por morte do contratante.
E no caso, se cessar as atividades da empresa, Roque pode se valer do artigo 485 da
CLT onde consta “Quando cessar a atividade da empresa, por morte do empregador, os
empregados terão direito, conforme o caso, à indenização a que se referem os art. 477
e 497.”

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