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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO | UPE

NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA | NEAD

LICENCIATURA EM HISTÓRIA

CALINE LIMA RODRIGUES

CAMILA LIMA RODRIGUES

EMILLY LAYANE DE SÁ LIMA

JOSANA TAVARES DE OLIVEIRA FERREIRA

OURICURI

2022
Conquista da América vista pela Internet

Muitos foram os mitos criados acerca da Conquista da América e as


artimanhas utilizadas pelos espanhóis para chegar a tal feito, essas narrativas foram
propagadas ao longo dos anos, vangloriando os conquistadores pelo
acontecimento, passando uma imagem heróica dos espanhóis que mataram
milhares de pessoas em prol de seu próprio benefício. Quando buscamos mais
informações a respeito deste fato, encontramos relatos que mostram que não houve
heroísmo algum, muito pelo contrário, os espanhóis sequer conseguiram tomar
posse das terras sozinhos, tiveram que se aliar aos povos indígenas que os
mesmos consideravam selvagens para alcançar aquilo que tanto almejavam.

No livro “Sete Mitos da Conquista Espanhola”, o autor Mathew Restall buscou


“desconstruir sete mitos consolidados sobre o processo de descoberta e conquista
da América e povos nativos” (ANDRADE, 2008, p. 1), tendo como base registros
produzidos pelos próprios espanhóis envolvidos no processo de conquista. É
possível encontrar uma gama de fontes históricas que tratam do assunto, dentre
elas, cartas de religiosos, biografias, produções cinematográficas, além de diversos
relatos de pensadores do século XVIII. Nesse sentido, separamos três vídeo aulas
que abordam o tema, com intuito de destacar seus pontos positivos e negativos
acerca dos desdobramentos da Conquista da América ao serem comparados com
textos publicados por pesquisadores deste campo.
(Vídeo aula- A Conquista da América: Aula de História produzido pelo Professor Barão da Pirapora,
disponível em https://youtu.be/f4MWjY_DeP4 acesso em 14/04/2022)

Nesse primeiro vídeo produzido pelo Professor Barão da Pirapora disponível


no canal de mesmo nome, a principal disparidade que podemos perceber é o tempo
de produção, consideramos insuficiente abordar um assunto tão amplo e coberto de
camadas em apenas três minutos. A maneira que o professor descreve a conquista
faz parecer que os espanhóis fizeram tudo isso sozinhos sem a ajuda de ninguém, o
que não é verdade, devemos lembrar que “uma andorinha só não faz verão”, muito
menos uma andorinha sem preparo para o combate e sem financiamento de
armamento para a guerra.
O segundo capítulo, Nem remunerados, nem forçados – O mito do
exército do rei apresenta uma discussão a respeito da idéia de que
todos os soldados que chegaram à América eram militares. É
defendido que o estado espanhol não era forte, nem consolidado no
final do século XV para ter um exército regular. O mito construiu a
imagem de homens fardados, com armaduras e um aparato bélico
estatal. Segundo o autor, não havia recursos financeiros,
armamentos em grande escala para a empreitada, nem mesmo
sofisticação nos aparelhos de navegação. E as táticas de guerra,
diferentes daquelas usadas na Europa, tiveram que ser adaptadas
ao novo ambiente, como, por exemplo, o freqüente seqüestro de
líderes nativos com exigência de resgates e atentados. (ANDRADE,
2008, p. 2).

Os espanhóis desenvolveram suas táticas de guerra ao se depararem com


situações de conflito, já que não recebiam uma remuneração favorável os soldados
eram atraídos pela “possibilidade de conseguir uma vida melhor por meios como a
“encomienda” - concessão de terras com trabalhadores agregados, títulos de
nobreza e metais preciosos” (ANDRADE, 2008, p. 2).
.
(Vídeo aula- A Conquista da América, produzido por Alfredo Boulos Júnior, disponível em
https://youtu.be/InMhxrBry2c acesso em 14/04/2022)

O segundo vídeo escolhido foi produzido pelo Prof. Dr. Alfredo Boulos Júnior,
está disponível no canal do youtube “Por amor à História”, o mesmo introduz seu
vídeo usando a si próprio na época da escola para relatar a maneira como
aprendemos sobre a conquista da américa baseado em uma visão eurocêntrica, ao
relatar que aos 12 anos aprendeu que o espanhol Hernán Cortés veio as américas
no ano 1519 com 508 homens e após 2 anos já havia conquistado o império asteca
e seus milhares de habitantes. Francisco Pizarro também é citado como
conquistador do império inca e sua população de milhões em apenas um ano,
acompanhado de 180 homens, diante desses fatos o professor diz que os
imaginava como "incríveis super-heróis com super poderes”. Quando começou a
lecionar percebeu em seus alunos as mesmas dúvidas acerca dos
questionamentos: “Como será que tão poucos espanhóis venceram tantos
indígenas?”, “Como tão poucos venceram tantos?”, o que nos direciona ao livro de
Mathew Restall:
Em Guerreiros invisíveis – O mito do conquistador branco discute-se
a tese de que poucos soldados venceram milhares de nativos.
Restall argúi que os espanhóis sempre foram minorias no terreno
das batalhas na América, porém, que tiveram constante ajuda de
grupos nativos, já que estes nunca formaram um grupo homogêneo
e unido. A rivalidade entre os nativos era antiga; povos eram
subjugados e obrigados a pagar impostos aos que os dominavam.
Daí acordos serem firmados com os espanhóis para a defesa de
interesses comuns. Além disso, em muitas situações os povos
nativos eram tão estrangeiros entre si quanto o era a figura do
espanhol. (ANDRADE, 2008, p. 2).

Assim como Restall, é possível perceber que o Prof. Alfredo tem uma visão
crítica acerca desses acontecimentos no que se refere a quantidade de soldados
que participaram da conquista, seus pensamentos se encontram quando afirmam
que os espanhóis só se saíram vitoriosos porque tiveram ajuda de aliados nativos
que eram rivais dos astecas, sem ajuda dos mesmos tão logo chegassem em terras
indígenas, teriam acabado mortos.
(Vídeo aula- A Conquista da América, produzido pelo Professor Rafael da Silva Saldanha, disponível
em https://youtu.be/pp3PhMY1fAU acesso em 14/04/2022)

No terceiro e último vídeo disponível no canal do Professor Rafael da Silva


Saldanha, destacamos o seu relato acerca dos motivos que levaram os espanhóis a
se saírem vitoriosos dos conflitos que travaram com os povos nativos, três deles
foram citados: a superioridade militar com relação as armas que possuíam, a única
coisa que lhes garantia vantagem já que o seu soldados era inferior a população
nativa daquela época; as doenças trazidas pelos europeus foram responsáveis pela
morte de grande parte da população, em virtude da falta defesas no organismo para
combater vírus desconhecidos; e por fim , o mais importante deles, que foram as
alianças feitas com os rivais dos povos astecas, sem essa ajuda os espanhóis
teriam sido dizimados.
Após evidenciamos tais informações, é possível concluir que é muito comum
encontrarmos materiais acerca de diversos assuntos, não só sobre a Conquista da
América, cobertos de relatos inverídicos e incompletos com o intuito de exaltar
“heróis” europeus e encobrir as atrocidades cometidas pelos mesmos com o intuito
de dominar e lucrar com terras que não lhes pertenciam.

Referências:

ANDRADE, Maurício Tadeu. Resenha: sete mitos da conquista espanhola. Revista


Eletrônica História em Reflexão, Dourados, v. 2, nº 3, jan./jun. 2008.

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. A Conquista da América. Youtube, Junho de 2020.


Disponível em: https://youtu.be/InMhxrBry2c Acesso em 14/04/2022

DA PIRAPORA, Barão. A Conquista da América: Aula de História Youtube, Abril de


2020. Disponível em: https://youtu.be/f4MWjY_DeP4 Acesso em 14/04/2022

DA SILVA SALDANHA, Rafael A Conquista da América. Youtube, Junho de 2020.


Disponível em:https://youtu.be/pp3PhMY1fAU Acesso em 14/04/2022

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