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a INTRODUÇÃO À FISCALIDADE 

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desde logo, que a dedução dos prejuízos fiscais das entidades fundidas ou contribuidoras fica limi- saldo positivo das mais-valias e menos-valias e dos restantes incrementos patrimoniais, tal como determinados para efei-
tos de IRS;
tada ao valor correspondente à proporção entre o valor do respetivo património líquido e o patrimó-
e) 1,00 do valor de aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito determinado nos termos do
nio líquido de todas as entidades envolvidas nas operações. n.º 2 do artigo 21.º.
Esta última situação deve ser sublinhada, porque representa uma importante alteração face à redac- 2) O valor determinado nos termos do número anterior não pode ser inferior a 60% do valor anual da retribuição mensal mínima
garantida.
ção do nº9 do art. 52º do CIRC: “O Ministro das Finanças pode autorizar, em casos especiais de
3) Nos sectores de revenda de combustíveis, de tabacos, de veículos sujeitos ao imposto sobre os veículos e de álcool e bebidas
reconhecido interesse económico, e mediante requerimento a apresentar na Direcção-Geral dos alcoólicas não se consideram, para efeitos da determinação da matéria coletável nos termos do n.º 1, os montantes corresponden-
Impostos, antes da ocorrência das alterações referidas no número anterior, que não seja aplicável a tes aos impostos especiais sobre o consumo e ao imposto sobre os veículos.
limitação ai prevista”. 4) Os coeficientes previstos nas alíneas a) e c) do n.º 1 e o limite previsto no n.º 2 são reduzidos em 50 % e 25 % no primeiro e
segundo períodos posteriores ao início de atividade, respetivamente.
Basicamente, a utilização dos prejuízos ficais nas operações de concentração [com neutralidade fis-
5) O resultado líquido negativo dos rendimentos prediais obtidos pelo sujeito passivo é dedutível aos rendimentos da mesma
cal] deixa de ficar dependente de requerimento prévio e da verificação do ‘interesse económico da natureza que este venha a apurar nos cinco períodos de tributação seguintes.
operação’. Tal como acima se referiu, esta alteração, compreendendo-se embora num esforço conti- 6) O saldo negativo das mais-valias e das menos-valias realizadas pelo sujeito passivo é dedutível aos rendimentos da mesma
natureza que este venha a apurar nos dois períodos de tributação seguintes.
nuado de desburocratização e simplificação, pode fazer ressurgir um mercado potencial de transac-
 
ção de prejuízos fiscais, indicador que vinha decaindo desde o final dos anos 80. De facto, a  
proposta de uma ‘mera comunicação’ em detrimento do requerimento prévio actualmente constante Da mesma forma, não pode deixar de ser notada uma clara simplificação na relação entre os contri-
do nº9 do art. 52º do CIRC implicará, necessariamente, um menor grau de controlo da AT sobre este buintes e a Administração Fiscal num conjunto diversificado de áreas, onde merecerá destaque:
tipo de procedimentos e, consequentemente, gerará uma maior tentação no desenvolvimento deste  
tipo de operações (compra e venda de prejuízos fiscais). 1) Constituição do Dossier Fiscal relacionado com operações entre entidades relacionadas;
  2) Recomendação de substituição das declarações de inscrição e cessação por cruzamento
 
oficioso de dados entre a AT e o IRN;

G Simplificação e Desburocratização na Reforma do IRC


 
 
3) Eliminação da previsão de cessação automática de aplicação do RETGS em caso de falta
de comunicação tempestiva de certas alterações no âmbito do grupo e aplicação de sanção
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Não obstante as notas criticas acima evidenciadas, deverá ser notado um esforço positivo no âmbito contra-ordenacional (coima).
da simplificação das obrigações dos contribuintes. Neste domínio, convém começar por destacar a 4) Substituição da necessidade de obter autorização prévia da Administração Fiscal por mera
criação de um regime simplificado para empresas de reduzida dimensão, que passam assim a deter- comunicação do sujeito passivo, nomeadamente nos seguintes domínios:
minar a matéria colectável através da aplicação de coeficientes específicos. Dispõe o novo art. 86 – a) Adopção de período de tributação distinto do ano civil;
B do CIRC: b) Dedução de prejuízos fiscais na determinação da matéria coletável do estabeleci-
  mento estável que deixa de situar-se em território português;
 
c) Utilização de critérios de mensuração especiais;
Artigo 86.º-B
Determinação da matéria coletável d) Mudança de critérios de mensuração;
  e) Mudança de métodos de depreciação e amortização;
A matéria coletável relevante para efeitos da aplicação do presente regime simplificado obtém-se através da aplicação dos f) Utilização de quotas de depreciação ou amortização inferiores às mínimas legais;
seguintes coeficientes:
g) Provisão para reparação de danos de carácter ambiental.
a) 0,04 das vendas de mercadorias e produtos, das prestações de serviços efetuadas no âmbito de atividades hote-
 
leiras e similares, restauração e bebidas;
b) 0,75 dos rendimentos das atividades profissionais constantes da tabela a que se refere o artigo 151.º do Código Desta forma, torna-se imperativo concluir que alguns dos aspectos apresentados por esta reforma
do IRS; parecem ser francamente positivos, na medida em que desenvolvem um esforço – aliás recomen-
c) 0,10 dos restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios destinados à exploração;
dado pela própria OCDE – de simplificação e agilização da relação jurídico-tributária. Esse será,
d) 0,95 dos rendimentos provenientes de contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização temporária da
propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector sem dúvida, um caminho a percorrer, especialmente num contexto em que, cada vez mais, se multi-
industrial, comercial ou científico, dos outros rendimentos de capitais, do resultado positivo de rendimentos prediais, do plicam as obrigações impostas aos contribuintes (singulares e colectivos) no âmbito do sistema fis-

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