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cobrança coerciva, atendendo à anterior responsabilidade do contribuinte no cenário de insuficiência A figura do arresto relaciona-se, assim, essencialmente, com a apreensão de património do devedor
de bens. (ou dos responsáveis subsidiários ou solidários) com vista à efetiva cobrança da dívida, quando
Deve ser sublinhado, finalmente, que a garantia não é um elemento imutável: pode ser substituída existam motivos relevantes de que aquele património poderá tornar-se insuficiente para o
ou alterada (reforçada ou diminuída), desde que se verifiquem razões válidas e substanciais para tal. pagamento.
Por exemplo, nos termos do nº3 do art. 52º da LGT “a administração tributária pode exigir ao exe- Neste contexto, esses motivos têm de ser expressamente mencionados pelo Representante da
cutado o reforço da garantia no caso de esta se tornar manifestamente insuficiente para o pagamento Fazendo Pública – podendo depois ser judicialmente contestados pelos visados -, acompanhados da
da dívida exequenda e acrescido”. de uma descrição tão precisa quanto possível dos bens existentes e dos que deverão ser arrestados
(relação de bens).
Deve ainda fazer-se nota de um elemento importante: se, na generalidade dos casos, o fundado
receio da diminuição das garantias patrimoniais tem de ser demonstrado pela Administração Tribu-
PROVIDÊNCIAS CAUTELARES
tária, quando estiverem em causa dívidas oriundas de retenções na fonte ou impostos legalmente
repercutidos em terceiros (IVA por exemplo), este ‘fundado receio’ presume-se e, assim, terá de ser
A figura das providências cautelares está já amplamente estudada no direito público português. Em o devedor a demonstrar a sua inexistência.
termos de sentido genérico não se afasta muito daquele que subsiste, por exemplo, no direito admi- De facto, como estabelece o nº5 do art. 136º do CPPT, estas circunstâncias (fundado receio da dimi-
nistrativo: instrumentos da administração, de natureza preventiva, com o objetivo fundamental de nuição patrimonial) “presumem-se no caso de dívidas por impostos que o devedor ou responsável
salvaguardar um interesse público superior. esteja obrigado a reter ou a repercutir a terceiros e não haja entregue nos prazos legais”.
Ora, no âmbito do direito fiscal, referimo-nos essencialmente a instrumentos da administração tribu-
tária, de natureza cautelar, utilizados com um de dois objetivos fundamentais: O arrolamento é outra providência cautelar que tem vindo a assumir progressiva importância no
- garantir a existência de bens suficientes para a cobrança das dívidas tributárias, em caso de receio contexto do direito fiscal português. Com uma abrangência mais ampla que o arresto, foca-se essen-