Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
MANEJO CLÍNICO
COVID 19
São Paulo
Junho/Julho 2020
1 ª Edição
SUCCINILCOLINA.................................................................................................................. 25
DROGAS DE SEDAÇÃO CONTINUA .......................................................................................... 26
MIDAZOLAN......................................................................................................................... 26
FENTANIL ............................................................................................................................. 26
Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 27
Sugere-se:
13. Oseltamevir: 75 mg 12/12 horas VO em síndrome gripal até 5 dias, grupos de risco ou
teste positivo para influenza (corrigir se paciente renal com clearence de creatinina
<30).
14. Profilaxia para TVP: considerar enoxaparina 40 mg/dia SC ou heparina NF 5000 UI SC
12/12 horas (crcl <50 mg/dl) em pacientes com risco para TVP
15. Sintomáticos IV a critério médico s/n: dipirona IV (se alergia, optar por paracetamol VO),
metoclopramida, ondansetrona, dimenidranato etc.
16. Beta agonista inalatório: considerar salbutamol 2-4 puff x 3 ciclos em 1 hora se sibilos
na ausculta pulmonar. Não utilizar nebulização como método inalatório.
17. Corticoterapia: sem recomendação de rotina, considerar se sibilos na ausculta
pulmonar.
18. Medicações de uso contínuo:
a. Anti hipertensivos orais: podem ser mantidos neste grupo, conforme
terapêutica de rotina do paciente;
b. Antidiabéticos orais: sugere-se suspensão e troca por correção com esquema
padrão de insulina (vide anexos)
c. Anticoagulantes orais: podem ser mantidos neste grupo, conforme terapêutica
de rotina do paciente;
d. Anticonvulsivantes e antipsicóticos orais: devem ser mantidos neste grupo de
pacientes;
e. Benzodiazepínicos orais: devem ser mantidos neste grupo de pacientes;
f. Outros tipos de medicamentos orais: avaliar caso a caso;
19. Laboratórios de controle a cada 24 horas: hemograma completo, eletrólitos (Na, K, Cl,
Ca iônico, Magnésio, Fósforo), coagulograma, glicemia, VHS, PCR, DHL, Dímero-d, TGO,
TGP, GGT, FA, bilirrubinas totais e frações, ureia, creatinina, troponinas, CPK, CK-MB,
gasometria arterial e lactato arterial.
20. Exames de imagem:
a. RX de tórax PA: na admissão e a critério médico;
b. TC de tórax sem contraste: na admissão e a critério médico.
21. Eletrocardiograma: na admissão e a critério médico
22. Serviço social: acionar em casos de vulnerabilidade social (paciente sem identificação,
em situação de rua, dependentes químicos, sem responsável legal e idoso).
Sugere-se:
Serão admitidos nesta área pacientes que não responderam à oxigenioterapia inicial com
cateter de O2 nasal “low flow” que precisam maior suporte respiratório. O uso de cânula nasal
de alto fluxo (CNAF) pode reduzir a necessidade de IOT em casos de insuficiência respiratória
hipoxêmica quando comparada à oxigenoterapia convencional e com resultados superiores à
ventilação não- invasiva nesse contexto em um ensaio clínico randomizado.
O emprego da CNAF somente será considerado atendendo-se estritamente aos três requisitos a
seguir:
1) Dispositivo pronto para uso imediato na unidade
2) Equipe tenha sido treinada ou seja experiente na técnica e
3) Os equipamentos de proteção individual (EPI) para procedimentos aerossolizantes
estejam sendo corretamente usados pela equipe.
Caso um destes 3 requisitos não seja atendido, a CNAF NÃO deve ser utilizada sob o risco de
aerossolização de patógenos e contaminação do ambiente, de outros pacientes e dos
profissionais de saúde. Neste caso deve- se proceder à intubação traqueal. A resposta à CNAF
deverá ser avaliada em até 1 hora após a sua instituição, sendo assim definida: boa resposta se
caracteriza por melhora clínica (SpO2 > 92%, f < 28 rpm, melhora da dispneia, adaptação
confortável ao dispositivo, gasometria arterial mostrando PaO2 > 65mmHg, pH > 7,34. Caso não
haja melhora em até 1 hora de CNAF está indicada a IOT eletiva e iniciar ventilação mecânica
invasiva protetora conforme protocolo específico. Máscara com reservatório 10- 15 l/min
também pode ser considerada.
Sugere-se:
Seguindo a recomendação técnica da Secretaria Municipal de Saúde, serão admitidos nesta área
pacientes que não responderam a oxigenioterapia inicial, mesmo após manejo clínico,
indiferente do tempo de internação, progredindo para intubação orotraqueal (necessidade de
FiO2 >50% ou PP com delta de >10 cm H2O ou pCO2 > 50 mm H2O ou pH menor ou igual a 7,35
ou não tolerância da interface de VNI para manter saturação >92% ou fr< 24), pacientes com
sepse ou choque séptico com hipotensão tecidual (PAS <90 ou PAM <65) e/ou sinais de
hipoperfusão tecidual (lactato >36 mg/dl), disfunções orgânicas agudas (insuficiência renal
aguda, alteração do nível de consciência, insuficiência hepática, etc.).
Em situações onde não há ventilador mecânico disponível, havendo aparelhos de CPAP ou BIPAP
convencionais de ramo único e o paciente estiver com indicação de intubação, pode-se tentar o
uso destes equipamentos de forma excepcional. Nesta situação, necessariamente, o paciente
deve estar em quarto de isolamento ou em uma unidade dedicada a pacientes com coronavírus.
Neste quadro, todos os profissionais de saúde deverão necessariamente estar utilizando
equipamentos de proteção individual com paramentação para procedimentos aerossolizantes.
Evitar postergar essa modalidade de ventilação se não houver melhora entre 1 a 2 horas de uso,
mantendo-se a indicação de intubação e ventilação invasiva o quanto antes.
Os seguintes critérios devem ser observados para o paciente ser um candidato à realização de
um teste de respiração espontânea (TRE)/ desmame da ventilação mecânica:
1. Oxigenação e ventilação satisfatórias com FIO2 < 40% e PaO2 > 70 - 80mmHg com
PEEP < 8cmH2O, pH > 7,34;
2. Capacidade de disparar o ventilador em modo de ventilação com pressão de suporte
sem BNM, e de preferência, sem sedação IV contínua
3. Estabilidade hemodinâmica e
4. Escore de coma de Glasgow > 8.
Não é recomendável o uso de tubo em T, devido à aerossolização gerada neste método. Sugere-
se usar o modo de pressão de suporte (PSV).
Caso o paciente tenha sucesso no TRE, deverá ser extubado (ou desconectado do ventilador, se
traqueostomizado) e colocado em suplemento de O2. Neste caso, recomenda-se usar cateter
nasal de O2 a no máximo 5l/min para evitar a aerossolização.
Sendo a COVID-19 uma doença grave e ameaçadora à vida, é imperativo que os Cuidados
Paliativos façam parte do plano de tratamento do paciente vitimado por essa infecção, não só
no que tange o controle de sintomas, mas também em relação ao cuidado dos pacientes em
final de vida e de sua família. Recomenda-se utilizar critérios para avaliação prognóstica para
tomada de decisões que devem incluir:
- SPICT positivo
- Marcadores genéricos de insuficiência multiorgânica (perda peso
maior que 10% nos últimos 6 meses, admissões hospitalares recorrentes, albumina sérica <
2,5g/l);
- Avaliação das condições prévias à internação (idade avançada, fragilidade,
funcionalidade ruim);
- Fatores relacionados a doenças pré-existentes (múltiplas comorbidades, paciente sob
cuidados paliativos, indicação prévia de não intubação, doenças crônicas graves);
- Evolução da doença crítica (avaliação sequencial do SOFA, choque irreversível, falência
de mais de 2 órgãos por mais de 5 dias).
1. Jejum nas primeiras 24 horas (considerar nutrição via SNE após este período)
2. Acesso venoso central (considerar PICC em casos excepcionais)
3. Ventilação mecânica invasiva: modo volume controlado (VCV ou PCV) utilizando
parâmetros de ventilação protetora (VT 4- 8 ml/kg do peso predito, plato <30 mmh2o)
com PEEP 13- 15 cm H2O). Coletar gasometria após IOT para ajuste dos parâmetros.
4. Manobras de recrutação alveolar: considerar pronação 12- 16h; realizar gasometria 1
hora antes de retornar para supino. Verificar check list para prona (proteger olhos,
higiene VA, assegurar posicionamento do tubo c/dupla fixação, posicionamento e
fixação de catéteres e dispositivos, interromper dieta, preparo de apoios, proteger
proeminências ósseas). Devido ao alto poder infectante deste vírus há necessidade de
pelo menos cinco profissionais de saúde para o decúbito prona seguro e adequado do
paciente. O paciente poderá permanecer em decúbito supino se, após ser
“despronado”, permanecer com PaO2/FIO2 > 150. Do contrário, pode-se considerar
colocar novamente o paciente em posição prona.
5. Sedoanalgesia (midazolam + fentanil)
6. Drogas vasoativas (noradrenalina, dobutamina, vasopressina, etc.)
a. Titular drogas vasoativas para obter pam entre 60- 65 mmhg
b. Considerar acrescentar dobutamina para indivíduos chocados com evidência de
disfunção cardíaca e hipoperfusão persistente mesmo em uso de noreprinefina.
7. Monitorização contínua
8. Controle de sinais vitais (PA, FC, FR, T°, SO2) a cada 4 horas
Cuidados pós-intubação
1. Laboratórios: de Rotina
2. Imagem: Radiografia e Tomografia de Tórax
3. Sedação contínua: Midazolam e Fentanila pura
4. Ventilação Protetora:
a. Volume corrente de 4 a 6 ml/kg de peso predito
b. PEEP inicial de 13 a 15 cmH2O
c. Driving pressure <15 cm H2O
d. FR para manter volume - minuto entre 7 e 10 L/min
e. Alvo inicial de ETCO2 entre 30 e 45 mmHg
f. FIO2 inicial de 100%, ajuste posterior de acordo com tabela ARDSnet (Tabela 1)
g. alvo inicial de SatO2 entre 90 e 95%
Tabela 1. PEEP versus Fio2, para encontro da melhor PEEP, em situações de SDRA leve
FIO2 0,3 0,4 0,4 0,5 0,5 0,6 0,7 0,7 0,7 0,8 0,9 0,9 0,9 1,0
PEEP 5 5 8 8 10 10 10 12 14 14 14 16 18 24
Adaptado de ventilation with lower tidal volumes as compared with traditional tidal volumes for acute lung injury and the acute
respiratory distress syndrome. The acute Respiratory Distress Syndrome Network. N Engl J Med. 2000; 342 (18): 1301-8. FiO2-
fração inspirada de oxigênio; PEEP - pressão expiratória final positiva.
Critérios de dialise
Solicitar avaliação e conduta por nefrologia para avaliação de suporte renal artificial (SRA)
sempre que o paciente pela classificação de KDIGO estiver passar de estágio 2.
141-180 2 4 6
181-220 4 6 8
221-260 6 8 10
261-300 8 10 12
301-350 10 10 12
351-400 12 14 16
>400 14 16 18
*adaptado de: umpierrez ge, et al. endocrine society. management of hyperglycemia in hospitalized
patients in non-critical care setting: an endocrine society clinical practice guideline. j clin endocrinol
metab. 2012 jan;97(1):16-38.
1. Diluição deve ser preparada e checada por dois profissionais para evitar erros de
diluição.
Drogas vasoativas
ADRENALINA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% + Adrenalina (Ampolas: 1mg/ml)
PADRAO SF 0,9% - 234 ml + + Adrenalina SF 0,9% - 218 ml + + Adrenalina
16 ampolas (0,064mg/ml) 32 ampolas ( 0,128mg/ml)
DOSE 0,01 a 3 mcg/hg/min
AMIODARONA
DILUIÇÃO SG 5% + Amiodarona (Ampolas: 150 mg/ 3 ml )
PADRAO ACESSO CENTRAL: SG 5% 232 ACESSO PERIFERICO: SG 5% 482
ML + Amiodarona 6 Ampolas ml + Amiodarona 6 Ampolas
(3,6 mg/ ml) (1,8 mg/ml)
DOSE DE ATAQUE SG 5% 100ml + Amiodarona 300mg em 1 hora
DOSE DE 900 a 1200 mg/dia
MANUTENÇÃO
DOSE MAXIMA 2,2 g/dia
DOBUTAMINA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% + Dobutamina (Ampolas: 250mg/20ml)
PADRÃO SF 0,9% - 230 ml + SF 0,9% - 220 ml + SF 0,9% - 170 ml +
Dobutamina 1 Dobutamina 2 Dobutamina 4
ampolas (1 mg/ml) ampolas (2mg/ml) ampolas (4mg/ml)
DOSES 2,5 a 20 mcg/kg/min
DOPAMINA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% + Dopamina (Ampolas: 50mg/10ml)
PADRÃO SF 0,9% - 200 ML+ Dopamina – 5 ampolas (1mg/ml)
DOSES AÇÃO DOPAMINERGICA : 0,5 A 2 mcg/hg/min
LIDOCAÍNA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% +Lidocaína 2%(Ampolas :400 mg/ 20ml)
PADRÃO SF 0,9% ou SG 5% + Lidocaína (50ml) concentração 4 mg/ml
DOSE INICIAL 1,0 a 1,5 mg/kg (bolus máximo 3 mg/kg)
DOSE MANUTENÇÃO 1 a 4 mg/min (0,002 a 0,05 mg/kg/min)
MILRINONA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% +Milrinona (Ampolas: 10mg/10ml)
PADRÃO SF 0,9% ou SG 5% 80 ml + Milrinona 2 Ampolas(0,2 mg/ml)
DOSES 0,375 a 0,75 mcg/ hg/min
NITROGLICERINA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% +Nitroglicerina (Ampolas: 25mg/2ml)
PADRÃO SF 0,9% ou SG 5% 248 ml + Nitroglicerina 1 Ampola (0,1 mg/ml)
DOSES 5 a 200 mcg/ hg/min
NITROPRUSIATO
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% +Nitroprussiato (Ampolas: 50mg/2ml)
PADRÃO SF 0,9% ou SG 5% 248 ml + Nitroprussiato 1 Ampola (0,2 mg/ml)
DOSES 0,375 a 0,75 mcg/ hg/min
NORADRENALINA
DILUIÇÃO SG 5% +Noradrenalina (Ampolas: 4mg/4ml)
VASOPRESSINA
DILUIÇÃO SF 0,9% ou SG 5% +Vasopressina (Ampolas: 20 UI/1ml)
PADRÃO SF 0,9% ou SG 5% 99 ml + SF 0,9% ou SG 5% 98 ml +
Vasopressina 1 Ampola (0,2 Vasopressina 2 Ampola (0,4
UI/ml) UI/ml)
DOSES 0,6 A 2,4 UI /h
Drogas de indução
ETOMIDATO
Dose Apresentação Ampola Diluição
0,3 mg/kg 2mg/ml 10ml puro
PESO (kg) 40 50 60 70 80 90 100 110 120
DOSE (mg) 12 15 18 21 24 27 30 33 36
VOLUME (ml) 6 7,5 9 10 12 13,5 15 16,5 18
SUCCINILCOLINA
Dose Apresentação Ampola Diluição
1,5 mg/kg 100mg/amp 10ml 10 mg/ml
PESO (kg) 40 50 60 70 80 90 100 110 120
DOSE (mg) 60 75 90 105 120 135 150 165 180
VOLUME (ml) 6 7,5 9 10 12 13,5 15 16,5 18
MIDAZOLAN FENTANIL
5mg/ml (puro) 50 mcg/ml (puro)
EV em Bomba de infusão a critério medico EV em Bomba de infusão, iniciar 0,5 ml/h
Referências Bibliográficas
• COOK, TM. Et al. Consensus guidelines For managing The Airway In Patientes With Covid 19.
Anaesthesia 2020 march 27. Doi: 10.1111/ anae. 15054
• LLITJOS, JF. Et al. high incidence of venous thromboembolic events in anticoagulated severe covid
19 patients J thromb haemost. 2020 April 22. Doi: 10.1111/jth. 14869
• Surviving Sepsis Campaign: Guidelines on the Management of Critically Ill Adults with
Coronavirus Disease 2019 (COVID-19). Intensive Care Medicine DOI: 10.1007/s00134-020-06022-
5 https://www.sccm.org/SurvivingSepsisCampaign/Guidelines/COVID-19.