Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Lean Manufacturing - Firjan SENAI
Apostila Lean Manufacturing - Firjan SENAI
(Manufatura enxuta)
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
SENAI
2016
SENAI-RJ
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO
FICHA TÉCNICA
EQUIPE SENAI
Coordenação
Samuel Barbosa (GCR)
Lienice Silva de Souza (GCR)
Gisele Rodrigues Martins (GCR)
Conteudista
Luiz Carlos Borba de Souza
Tratamento Pedagógico
Gloria Micaelo
Projeto gráfico/Editoração
Lienice Silva de Souza (GCR)
Revisão gráfica
Lienice Silva de Souza (GCR)
Capítulo I
Origem e Conceitos ........................................................................... 13
A origem do Lean Manufacturing................................................................ 13
Fundamentos do TPS .................................................................................. 15
Estrutura do TPS e os Conceitos do “Pensamento Enxuto”........................... 19
Jidoka ou Autonomação.................................................................................... 20
Just-in-Time (JIT)............................................................................................... 23
Heijunka – Nivelamento da Produção................................................................ 29
Operações Padronizadas................................................................................... 31
Kaizen............................................................................................................... 32
Estabilidade...................................................................................................... 34
Capítulo II
Entendendo o Fluxo de Valor............................................................. 37
Mapeamento do Fluxo de Valor (Value Stream Mapping) – Conceitos ........ 37
Mapeamento do Fluxo de Valor – Estado Atual........................................... 39
Fluxo de Valor Enxuto – Características ....................................................... 45
Mapeamento do Fluxo de Valor – Estado Futuro......................................... 49
Implementação do Estado Futuro ............................................................... 57
Capítulo III
Sistema de Produção Puxada/Kanban ............................................... 61
Produção Puxada – Conceitos ..................................................................... 61
Kanban – Conceitos .................................................................................... 62
Kanban – Aplicação..................................................................................... 67
Kanban – Pré-requisitos.............................................................................. 69
Kanban – Regras de Funcionamento ........................................................... 70
Kanban – Cálculo ........................................................................................ 72
Capítulo V
Implementando o Lean Manufacturing – Sequência Lógica......................... 89
Anexo 1
Ícones do Mapeamento do Fluxo de Valor........................................103
Você não está curioso para saber como surgiu esse termo
e como ele foi sendo progressivamente
adotado pelas empresas?
O termo manufatura ou produção enxuta (do original em inglês, lean) foi criado no
final dos anos 1980 por um grupo de pesquisadores colaboradores do renomado
MIT (Massachusetts Institute of Technology), instituto de tecnologia americano, si-
tuado em Massachusetts, EUA. Seu objetivo era definir um sistema de produção que
fosse mais eficiente, flexível e rápido do que o sistema de produção convencional,
com melhor desempenho num ambiente de mercado em constante mudança. Esse
programa contemplou dezenas de montadoras de veículos em 17 países, através de
pesquisas. Ao final desse programa, a Toyota, fabricante de veículos automotores,
se destacou entre todas as empresas, apresentando como resultado um sistema de
alta variedade de produção com baixos volumes e menores custos, investimentos re-
duzidos, elevados padrões de qualidade, menor número de operários, menor layout
fabril, menos ativos fixos, menor tempo para desenvolver novos produtos, menores
estoques, menos produtos defeituosos, além de outras vantagens.
A partir daí a Toyota se tornou uma referência e a manufatura enxuta passou a ser
um termo genérico empregado para definir o Sistema Toyota de Produção ou Toyota
Production System (TPS).
Podemos então concluir que o Lean Manufacturing e o TPS Toyota Production Sys-
tem são termos equivalentes, certo?
Sim, e não foi por acaso que a Toyota teve esse sucesso. Vamos ver um pouco do
histórico que deu origem a esse notável desempenho:
• Em 1937, Kiichiro Toyoda fundou a Toyota Motor Co. iniciando sua operação
Capítulo I – Origem e Conceitos
FIQUE ATENTO!
Essa visão passou a ser uma estratégia de negócios, pois o consumidor mais exigen-
te, somado a uma concorrência cada vez mais forte, determinou um novo cenário
em que o mercado passou a definir o preço e a consequência direta disso foi com-
preender que, somente através da redução dos custos, seria possível se manter ou
aumentar o lucro.
A partir dessa nova realidade demandada pelo mercado, sistematicamente, foi sen-
do desenvolvido um processo para identificar e eliminar perdas, conhecido como
“MUDA”, termo tradicional da língua japonesa que significa literalmente desperdício.
O fluxo de valor corresponde ao fluxo de etapas ou processos pela qual passa a ma-
téria-prima até se transformar em produto acabado. Já a análise detalhada dos ele-
mentos do trabalho que não agregam valor consiste na identificação de atividades
desnecessárias, que adicionam custo e não agregam valor ao produto ou serviço;
tais atividades representam perdas e devem ser eliminadas ou no mínimo reduzidas.
• Uma parcela de tempo que agrega valor por ser exclusivamente processa-
mento necessário ao fluxo de valor, por exemplo: tempo para injetar uma
peça numa máquina injetora de plástico e tempo para fazer uma furação
numa peça de aço.
• Uma parcela de tempo que é desperdício inerente ao processo, mas que pode
ser reduzida, por exemplo: tempo para realização de uma inspeção de quali-
dade e tempo aplicado em movimentos necessários para um operador reali-
zar uma atividade.
• Uma parcela de tempo maior que as exigidas pelas anteriores, que representa
desperdício puro e por isso precisa ser eliminada, por exemplo: tempo gasto
em qualquer tipo de retrabalho, tempo gasto pelo operador para transportar
produtos processados com geração de estoques intermediários sem controle
e tempo gasto pelo operador para remover excesso de rebarbas numa opera-
ção de furação de uma peça de aço.
Figura 1. Composição típica de uma atividade com relação ao tempo de agregação de valor
Segundo o idealizador do TPS, Taiichi Ohno, num sistema produtivo podem ser en-
contrados e classificados sete grupos de perdas:
17
1. Estoque ou inventário
2. Movimentação
3. Transporte
Perdas relacionadas com a produção de itens que não atendem a uma especi-
ficação ou padrão de qualidade pré-estabelecido. No TPS, esse tipo de perda
é eliminada por meio de controle na fonte, ou seja, em cada etapa do proces-
samento.
5. O próprio processamento
camada de tinta muita espessa sobre a superfície de uma peça metálica, etc.
6. Espera
Perdas relacionadas com tempo de espera do lote, quando cada peça fica
esperando até que todo o lote seja processado por completo para só então
seguir à próxima etapa. Um lote inteiro espera no processo, enquanto se está
18 terminando o processamento do lote anterior. Pode ocorrer também pela es-
pera do operador, quando o operador fica junto à máquina, acompanhando o
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
7. Superprodução
lém desses 7 tipos de perdas, atualmente, tem sido considerada uma oitava perda,
A
que é a não utilização do potencial criativo das pessoas.
FIQUE ATENTO!
FIQUE ATENTO!
A Figura 2 apresenta uma visão esquemática do TPS com seus dois pilares principais
– o JIT e o Jidoka, com a convergência de suas atividades para seus principais objeti-
vos que são: custo mais baixo, menor lead time e mais qualidade.
Vamos explorar esse modelo e entender um pouco mais a estrutura do TPS e os con-
ceitos do “pensamento enxuto”.
Capítulo I – Origem e Conceitos
CUSTO MAIS
BAIXO
D MAI
R LEA S
QUA ALTA
MENO E
20
TIM CLIENTE LIDA
DE
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
JUST-IN-TIME JIDOKA
Fluxo Separação
Contínuo Homem /
Máquina
Takt Time PARTICIP
AÇÃ
VALORIZA O
ÇÃO
Poka Yoke
Prod.
Puxada
Jidoka ou Autonomação
Antes ainda da Toyota Motor Company, Sakichi Toyoda, fundador da Toyoda Auto-
matic Loom Works, inventou, em 1926, um tear que parava automaticamente assim
Mais tarde, o conceito dessa invenção foi aplicado por Taiichi Ohno nos processos
produtivos da Toyota Motor Company, originando o termo Jidoka, também conheci-
do como autonomação.
A palavra jidoka significa automação e, num sentido mais amplo, que a máquina
é dotada de inteligência e toque humano, permitindo ao operador ou à máquina
PENSE NISSO
21
Soltar
Soltar
Fixar
Fixar
espera
Soltar
Fixar
Operador
Máquina 1
Operador Espera
Máquina 2
Máquina
Tempo de
máquina
Tempo de
máquina
1 operador p/1 1 operador p/2
máquina máquinas
Capítulo I – Origem e Conceitos
22
O Poka-Yoke foi criado no início dos anos 60 por Shigeo Shingo, sendo o termo uma
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
combinação das palavras japonesas “poka”, que significa “erro” não intencional e
“yoke”, que significa “à prova de”. No TPS, dispositivos poka-yoke são empregados
para prevenir problemas através da detecção da causa-raiz dos defeitos, impedindo
assim que o processamento se dê de forma inadequada, por isso são aplicados em
regime de inspeção na fonte 100%.
• num processo de solda de uma metalúrgica, duas peças serão soldadas entre
si somente se estiverem na posição correta;
Agora que já temos uma visão clara do pilar Jidoka para o TPS, vamos analisar como
se estrutura o o pilar do Just-in-time - JIT.
estoque
estoque
23
matéria-prima produto acabado
Sequência do fluxo
24
Figura 5. Representação de um fluxo contínuo (unitário)
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
FIQUE ATENTO!
70
Tempo em Segundos
60
50
40
30 Após
balanceamento Ou
20
10
25
A abordagem da Toyota para o balanceamento das operações difere completamen-
Assim, o takt time corresponde ao ritmo que deve reger todo o fluxo de produção
baseado na demanda do cliente, ou seja, é o ritmo expresso em segundos em que
cada produto deve ser produzido, calculado por meio da fórmula:
Vamos, agora, à segunda atividade em grupo, onde vamos abordar o que discutimos
até o momento.
Capítulo I – Origem e Conceitos
TAKT TIME
60
50
40
30 Após Após
balanceamento melhorias
20
27
10
Processo B Processo
Fornecedor
Kanban Cliente
C
de
D Retirada
A
Capítulo I – Origem e Conceitos
processos.
Na prática
Vamos agora à terceira atividade em grupo sobre o que discutimos até o momento.
Sobrecarga
Heijunka
Subutilização
Operações Padronizadas
Na Figura 11, é apresentado um exemplo de ficha que pode ser usada para padroni-
zação de operação.
PY Fluxograma de Processo
Tempo
# Nome da Operação
Manual Auto Andar
Layout de Produção
Capítulo I – Origem e Conceitos
Espera
TOTAL
Kaizen é uma palavra de origem japonesa que significa mudança para melhor, seja
ela de ordem pessoal, familiar, social ou profissional. No TPS, o termo kaizen significa
melhoramento contínuo de um processo. Tal melhoramento deve ser assim enten-
dido quando aplicado a um processo produtivo cuja operação já esteja padronizada,
que se encontra estável e capaz de produzir, conforme fora planejado em termos
de disponibilidade operacional, nível de qualidade, velocidade de processamento,
tempo de setup (tempo de preparação da máquina para iniciar a produção), etc., ou
seja, quando aplicado em um processo que opera em condições normais e se imple-
menta algo que o torna melhor.
O termo contínuo deve ser entendido de modo que, a cada melhoria, o processo
torna-se mais robusto e, progressivamente, é elevado a uma condição de excelência
operacional.
18 A P
C D
15 A P
12 C D
9
6
A P
3 C D
0
TEMPO
Melhoria Estável
Estabilidade
É o principal pré-requisito para a viabilizar o TPS, pois está na base de toda a sua
estrutura. É extremamente importante compreender que todo o sistema é total-
mente dependente de processos robustos ou confiáveis (sob controle e estáveis),
pois só nesse nível podem ser padronizados e assim garantir a produção ininterrupta
sem geração de sucata ou retrabalhos (objetivo do pilar Jidoka), na quantidade e
34
momento certo (objetivo do pilar JIT). A estabilidade gera o cenário mais adequado
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
FIQUE ATENTO!O
CLIENTE
matéria- estoque estoque estoque estoque produto
prima
acabado
Além de ser a única ferramenta que apresenta numa mesma representação gráfica
o fluxo de material e o fluxo de informação, esse modo pelo qual o mapeamento
de fluxo de valor é elaborado ajuda na compreensão da inter-relação entre os dois
fluxos, bem como na visualização de todo o fluxo, propiciando assim, a identificação
dos pontos onde ocorrem os desperdícios.
38
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
Uma vez que um fluxo foi mapeado, torna-se possível, a partir daí, visualizar todos
os desperdícios que podem ser eliminados ou mitigados, de modo a transformá-lo
num fluxo enxuto. A etapa seguinte passa a ser, então, a elaboração de outro mapa,
com foco na visão do estado ideal ou melhorado, que permitirá a criação de um
novo fluxo que agregue valor.
MAPEAMENTO DE
FLUXO DE VALOR USUÁRIO
(porta-à-porta) FINAL
A primeira regra para se mapear um fluxo de valor, é entender que ele se aplica a
PROCESSOS
1 2 3 4 5 6
A X X X
B X X X X
PRODUTOS
FAMÍILIA DE PRODUTOS
C X X X X 39
D
Figura 15. Representação de uma família de produtos com base na similaridade de processos
• Começar com uma rápida caminhada por todo o fluxo de valor porta a porta,
para se ter uma compreensão do fluxo e da sequência dos processos. Depois
dessa rápida caminhada, voltar e reunir as informações de cada processo.
• Nome de cada processo, tempo de ciclo (T/C), tempo de troca (T/R), tamanho
do lote de produção (TLP), número de operadores para operar o processo,
número de variações do produto, se o processo é compartilhado ou dedicado,
tamanho de embalagem, tempo disponível de trabalho, número de turnos
de trabalho, índice de refugo, índice de retrabalho, tamanho do estoque em
processo.
44
lean cap2.indd 44
Previsão mensal
Previsão mensal Vendas
Previsão mensal PCP
Pedido CLIENTE
MRP Pedido 2x/semana
FORNECEDOR 2x/semana Embalagem retornável
Ordem semanal 50pçs./embalagem
Progamação
XDia = 150 pçs.
semanal
1x/sem. 2x/sem.
1 1 1 1
Compartilhado Compartilhado Compartilhado Compartilhado
T/C 21” T/C 37” T/C 15” T/C 23”
T/R 40’ T/R 10’ T/R 20’ T/R 25’
Disp. 96% Disp. 98% Disp. 96% Disp. 96%
Turnos - 2 Turnos - 3 Turnos - 2 Turnos - 2
Tempo de processamento
21” 37” 15” 23”
96”
27/10/2016 19:31:53
Fluxo de Valor Enxuto – Características
Um fluxo de valor enxuto deve ser considerado pela ótica da existência de perdas.
Hipoteticamente, um fluxo enxuto ideal seria aquele que não apresenta perdas, ou
seja, não tem na sua composição atividades desnecessárias que geram custo e, con-
sequentemente, não agregam valor ao produto ou serviço e que, por isso, represen-
tam perdas no sistema. Este fluxo ideal seria, ainda, aquele que apresenta lead time
de produção igual ou muito próximo do tempo de processamento.
Como seria utópico planejar um fluxo enxuto ideal a partir de um primeiro mapea-
mento, todo esforço para implementar um fluxo de valor, melhor do que o do estado
Na prática
Na Tabela 2 (Desafio sobre Fluxo de Valor Enxuto) são apresentadas algumas condi-
ções que devem estar previstas num fluxo de valor enxuto. Ao lado de cada condi-
ção há um espaço em branco para que você descreva o que entende sobre aquela
condição. Anote suas ideias e, depois de preenchida a tabela, vá adiante no texto e,
no final desse capítulo, confira suas anotações com as nossas e tire suas conclusões.
apenas, por isso, chamado de fluxo unitário. Este é o conceito de fluxo con-
tínuo no sentido literal. Num contexto maior de um sistema de produção,
pode ser considerado como fluxo contínuo, aquele fluxo que não permite o
desabastecimento dos processos posteriores, sendo assim, se não for possível
ter um fluxo contínuo unitário, que seja um fluxo contínuo em lotes de menor
tamanho possível.
– alguns processos tem lead time elevado ou não são confiáveis para se
ligarem diretamente em outros processos em um fluxo contínuo.
Caso não seja viável manter todos os tipos de produtos num supermercado,
Figura 17. Esquema do fluxo de materiais entre dois processos através do FIFO
PROGRAMAÇÃO
FLUXO
48
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
PENSE NISSO
49
O objetivo do plano de trabalho associado ao mapa do
Desenhar um mapa de fluxo de valor futuro não é complicado quando estamos dian-
te do lançamento de um novo produto para o qual está sendo planejada a instalação
de uma nova linha de produção, porém, isso se torna mais complexo quando con-
fluxo enxuto. Vale ressaltar que apesar do nome da empresa, bem como, dos produ-
tos citados serem fictícios, esse exemplo é baseado em um caso real de implemen-
tação do sistema lean manufacturing.
A TTC Metalúrgica é uma empresa de médio porte, que fornece dentre outras peças,
o “conjunto tracionador” para reposição e manutenção em esteira do sistema de
transporte de tuneleira, a empresas do segmento de construção pesada. A produção
50 da TTC Metalúrgica está organizada em diferentes setores de produção, como: es-
tamparia, usinagem, soldagem, tratamento térmico, lavagem e oleamento, pintura,
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
A seguir, são apresentados os dados de processo de cada setor pelo qual a peça pas-
sa, cujos dados foram levantados como parte da atividade de mapeamento do fluxo
de valor, em um dia de produção qualquer:
bilidade de 95%.
TOTAL PRODUZIDO
PROCESSO PEÇA Nº EMBALAGEM MOVIMENTAÇÃO
APROV. REPROV.
Estamparia --- --- --- * caçamba paleteira
Brochadeira 1 16 200 0 * * bandeja manual com 02 operadores
16 80 0 bandeja manual com 02 operadores
Rebarbadora
52 220 0 bandeja manual com 02 operadores
15A 420 0 bandeja manual com 02 operadores
Furadeira
52 220 0 bandeja manual com 02 operadores
16 0 68 bandeja manual com 02 operadores
Brochadeira 2
52 322 132 bandeja manual com 02 operadores
52 30 0 bandeja manual com 02 operadores
C.Usin. 1 e 2
16 580 0 bandeja manual com 02 operadores
Capítulo II – Entendendo o Fluxo de Valor
34 672 0
Prensa 1 e 2 148 495 0 bandeja ou caçamba manual com 02 operadores ou paleteira
(montagem parcial)
149 779 0
147 55 0 idem acima idem acima
802 880 0
Mont. Final *** rack retornável paleteira
79 1000 0
– Cliente A – o pedido é enviado à TCC 01x/semana via sistema eletrônico de dados, sendo que
no dia da entrega é confirmado o mix de peças.
– Cliente B (exportação) – o pedido é enviado à TCC 01x/mês via e-mail.
55
• Loop Puxador => esse loop engloba o fluxo de material e de informação entre
o cliente e o seu processo puxador, sendo assim é o mais próximo do final. O
modo pelo qual é gerenciado esse loop, impacta todos os processos anterio-
res no fluxo de valor.
• Loops adicionais => entre o loop puxador e loop do fornecedor, existem os lo-
ops do fluxo de material e do fluxo de informação entre as demais “puxadas”,
ou seja, cada supermercado do sistema puxado no fluxo de valor corresponde
ao final de outro loop.
Uma vez identificados os loops no mapa, deve-se elaborar um plano de ações para
suportar a implementação do fluxo de valor futuro bem como de um cronograma.
FIQUE ATENTO!
apoio.
O pior que pode ocorrer numa implementação é ficar paralisado nas melhorias dos
processos. Outro ponto a ser considerado na implementação é que com o fluxo con-
tínuo ou sistema de produção puxada, o excesso de produção é eliminado e isto
exigirá um alto grau de padronização dos elementos do trabalho para garantir que a
produção seja consistente e previsível com o respectivo takt time.
Nesse sentido é comum encontrarmos uma fábrica com elevados estoques em pro-
cesso ao mesmo tempo que fica evidente a ineficiência desses mesmos processos
em não conseguirem atender a demanda dos processos clientes na quantidade certa
no momento certo. Essa ineficiência é bem representada no mapa de fluxo de valor
atual, pelo lead time de produção, que é o resultado de todos os desperdícios, ou
seja, de tudo aquilo que não agrega valor ao produto.
PEDIDO
CLIENTE
Capítulo III – Sistema de Produção Puxada/Kanban
PROCESSO PROCESSO
FORNECEDOR CLIENTE
Kanban – Conceitos
Kanban, palavra japonesa que significa registro, cartão ou sinal. Na terminologia
Lean, é uma ferramenta de informação visual, estabelecida para manter a disciplina
63
(Fonte: http://www.producao.ufrgs.br/arqui-
vos/disciplinas/183_semana1_esp.pdf)
O supermercado deve ser aplicado onde não é possível estabelecer um fluxo contí-
nuo, por exemplo: processos compartilhados, não robustos o suficiente, processos
com diferentes tempos de setup, processos separados por grandes distâncias e pro-
cessos de longo lead time de produção.
Capítulo III – Sistema de Produção Puxada/Kanban
Nº da Peça
12345
56789
13579
02468
O painel deve estar posicionado ao lado dos supermercados para facilitar o monito-
ramento dos itens através do controle dos cartões kanban organizados no mesmo.
(Fonte: www.technologieenindustrie.com).
Quadrado kanban => é uma marcação no piso de fábrica, como mostrado na Figura
24, feito próximo ao final de um fluxo de valor, delimitando espaços predefinidos
para determinados itens. A reposição se dará no momento em que esse quadrado
kanban ficar vazio. 65
Na prática
Kanban – Aplicação
Sistema com 1 kanban de produção
12345
56789
13579
02468 30
56789
12345
SUPERMERCADO
DO FORNECEDOR
12345
56789
13579
02468 30
12345 12345
SUPERMERCADO SUPERMERCADO
DO FORNECEDOR DO CLIENTE
Kanban – Pré-requisitos
Para que a ferramenta Kanban seja aplicada com efetividade num sistema de produ-
ção puxada, há alguns pré-requisitos que precisam ser atendidos para que produza
os resultados esperados. São eles: 69
• Índices de qualidade altos, visto que lotes com defeitos causarão sérios danos
ao fluxo produtivo num sistema puxado.
PPCP, visando não permitir que a fábrica fique desabastecida ou com excesso
de estoques.
PENSE NISSO
3. Produtos com defeito não devem ser liberados para os clientes. É funda-
mental que se tenha processos robustos juntamente com a padronização de
5. O número de kanbans no sistema deve ser minimizado. Nessa regra, está in-
trínseco o princípio do melhoramento contínuo.
Quando os cartões não estão no quadro, significa que estão nos contenedores do
supermercado, junto com as respectivas peças.
FIQUE ATENTO!
72
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
Kanban – Cálculo
Para se calcular ou dimensionar um sistema puxado/kanban, devemos considerar
duas premissas. Como descrito anteriormente, o sistema não pode estar exposto
frequentemente a variações do cliente e, por outro lado, não deve ser dimensiona-
do com base em previsões de vendas. Sendo assim, é fundamental uma análise dos
2 4
1 3
Frequência
73
Uma vez definida a demanda, o próximo passo será calcular a quantidade de cartões
do sistema para cada faixa colorida do quadro porta-cartões.
Demanda no período
NK = ________________________________________
Nº de Setups no período x Nº de peças no contenedor
Na prática
75
Cálculo – faixa vermelha
Demanda no período
76 LP = __________________________________________
Nº de Setups no período x Nº de peças no contenedor
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
O significado para o ponto de disparo é que para um lote de produção de “x” con-
tenedores, quando o processo cliente atingir o consumo de “y” contenedores, será
preciso disparar a fabricação do item.
FORNECEDOR CLIENTE
TRATAM. TÉRMICO ESTAMPARIA
PEÇA
XXXX
** Segurança em horas
PEÇAS/CONTENEDOR: 20
• O cálculo do sistema kanban deverá ser feito apenas para o fluxo de valor
referente ao conector usinado e ao subconjunto conector.
• O tempo necessário para a produção (TNP) deve ser determinado com base
na demanda média diária e no tempo de ciclo da operação gargalo do “loop”
do fluxo correspondente ao conector usinado e do loop do subconjunto
conector.
Setup – Conceito
Mudança
Ajustar
TEMPO
DE SETUP
À primeira vista, poderia se afirmar que realmente ocorre uma redução no custo da
peça à medida que se estabelece, para a realização do setup, um lote de produção
de tamanho maior. Por outro lado, considerando que o tamanho do lote de 200
peças corresponderia à demanda de um dia, quando opta-se, com base na hipótese
do lote econômico, por um lote de 1000 peças, o que podemos afirmar é que tal
81
A pergunta a ser feita é: onde o setup entra ou qual a função do setup nesse sistema?
• uma produção baseada no takt time para produzir num ritmo constante.
• uma produção baseada num sistema puxado/kanban, quando não for possí-
vel o fluxo contínuo, para ordenar a fabricação de itens distintos num fluxo de
valor compartilhado em que o tamanho do lote deve ser o menor possível.
nas para o setup, ou seja, aproximadamente 31% do tempo total que seria disponí-
vel para a produção. Mesmo que com essa situação ainda haja capacidade produtiva
para atender a demanda do cliente para os 5 itens, tal situação deve ser considerada
como uma grande perda, pois se o tempo de setup fosse menor, haveria sobra de
capacidade e, nesse caso, o balanceamento das operações, requereria menos ope-
radores para operar durante a jornada de trabalho.
82
Pior situação seria não haver capacidade produtiva em função do tempo total de
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
setup, pois nesse caso, um sistema puxado/kanban é inviável. Uma saída para isto
seria aumentar mais um turno de trabalho e, consequentemente, a quantidade de
operadores ou investir em mais equipamentos de modo a aumentar a capacidade
produtiva e continuar operando em apenas um turno, mas provavelmente com mais
operadores.
Do mesmo modo que o anterior, decidindo-se por tais soluções, ainda assim isto
representaria uma grande perda.
A solução definitiva para que o tempo de ciclo de setup não afete os objetivos do JIT,
é a análise do mesmo, visando a redução do tempo de execução bem como a padro-
nização de toda a atividade necessária para executá-lo.
• NOTED (non touch exchange of die ou troca de ferramental sem toque) quan-
do a troca de ferramental é feita automaticamente, por exemplo, num centro
de usinagem que tem sistema automático de troca de ferramentas e de peças.
A primeira etapa dessa análise poderia ser iniciada com a filmagem do setup. Em se-
guida, utilizando um formulário específico, deve-se registrar todas as atividades ne-
cessárias para a realização do setup, o tempo gasto para cada uma delas bem como
os comentários específicos se houver. Na Figura 34, é apresentado um exemplo de
formulário para organização de todas as informações.
Peça
TEMPO (MINUTO)
ATIVIDADE COMENTÁRIOS
ATIVIDADE ACUMULADO
84
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
• Há alguma atividade classificada como setup interno que deveria ser conver-
tida em setup externo, ou seja, que pode ser realizada antes da parada da
máquina?
• Há alguma atividade, setup interno ou externo, que pode ser eliminada ou ter
seu tempo reduzido através da implementação de algum kaizen?
Com essas respostas, a próxima etapa é rever o tempo total do ciclo para realização
do setup. Essa parte da análise do setup pode ser feita usando-se um formulário
Total
Para atingir essa meta, é preciso entender com mais profundidade cada atividade,
objetivando enxergar as perdas existentes.
o ferramental será montado. Nesse caso, deve-se pensar nos aspectos ergo-
nômicos, bem como, nas possíveis soluções para vencer esse tipo de restri-
ção, como um carrinho de transporte com acionamento vertical por sistema
hidráulico.
Execução dos passos do setup => deve haver procedimento formal para reali-
zação do setup, por meio do qual se garante que possa ser repetido em diver-
Vale ressaltar que, em qualquer dos pontos citados anteriormente, sempre haverá
potencial para redução do tempo de determinada atividade e, consequentemente, 87
88
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
Nº / Nome da Operação:
Comentários
Tempo de Ciclo
Tempo (“)
(“)
Elementos da Operação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Flutuação (“)
100
80
TEMPO (SEGUNDOS)
60
40
30
20
10
91
7º. Elaborar planilha de combinação de operações com base no takt time. Com-
binar operações significa juntar duas ou mais operações, de modo que um
único operador realize o processamento de ambas. Isto só é possível po meio
da eliminação de perdas, que são identificadas a partir das informações pre-
sentes no formulário de análise das operações. Além disso, é fundamental
identificar e separar “tempo manual” de “tempo automático”. O primeiro cor-
responde ao tempo gasto pelo operador para realização de um elemento da
operação, que requeira o manuseio da peça, enquanto que, o segundo corres-
ponde ao tempo gasto pela máquina para realizar o processamento, ou seja,
não depende do operador. Por exemplo, numa operação de corte de tecido, o
operador carrega o tecido na máquina e aciona o comando para esta realizar
o corte e, na sequência, o operador descarrega da máquina as peças do tecido
cortado. Nesse caso, o tempo de máquina corresponde ao tempo que esta
Trabalho Manual
Tempo de Máq.
PLANILHA – COMBINAÇÃO DE OPERAÇÕES
Caminhada
Espera
Tempo
Nº Elementos da Operação
Manual Auto Andar 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
92
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
Espera
TOTAL
8º. Elaborar tabela de balanço do fluxo de valor futuro. Nesta tabela de balan-
ço, deverá ser calculado o número ideal de operadores que serão emprega-
dos nas operações presentes no fluxo de valor futuro. Para isso, basta dividir
o tempo de ciclo total das operações do fluxo de valor pelo takt time. Por
exemplo, se considerarmos um takt time de 30 segundos para um fluxo de
valor com 05 operações cuja somatória de tempo de ciclo seja de 60 segundos,
o número ideal de operadores será 2. Sendo assim, as melhorias ou kaizen’s
a serem implementados no fluxo de valor devem objetivar o perfeito
balanceamento das operações, de modo que apenas 02 operadores possam
realizar as 05 operações.
RELATÓRIO DE KAIZEN
1. DADOS DE ENTRADA
4. CRONOGRAMA
Item Tarefa Prazo Responsável
OBJETIVO
2. CONDIÇÃO ATUAL
PONTOS CHAVES IMPACTOS
6. ANÁLISE FINANCEIRA/COMENTÁRIOS
94
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
STATUS
12º. Implementar sistema kanban. Essa etapa não se baseia apenas no dimen-
sionamento do sistema kanban, inclui também planejar o abastecimento da
produção e a movimentação de materiais, para os quais é necessário definir
os modelos de contenedores que serão utilizados na armazenagem e movi-
mentação de materiais, respeitando-se aspectos relacionados à ergonomia,
bem como, a frequência e o modo de abastecimento dos clientes internos.
Envolve ainda, a definição sobre qual ou quais modelos de supermercados
serão empregados. É preciso compreender que o sistema kanban define uma
nova forma de operar a produção e que por ser padronizada, também exige
um padrão único de comportamento de todos quem estão envolvidos.
Saída item
Abastecimento
processado
P1
P7
P2
P6
P3
P4 P5
MATRIZ DE MULTIFUNCIONALIDADE
Nº Nome do Operador
06:30
07:30
08:30 69 119
08:30
09:30 66 185
09:30
10:30 69 254
10:30
11:00 30 284
12:00
13:00 61 345
13:00
14:00 69 414
14:00
15:00 66 480
15:00
16:00 69 549
16:00 97
16:30 15 564
20
Capítulo V – Implementando o Lean Manufacturing – Sequência Lógica
25
PPLH (QUANTIDADE DE PEÇAS PRODUZIDAS/HOMENS/HORAS)
20
Takt Time
15,8
15
98
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## ## 20 ## 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
99
WOMACK, J. P., JONES, D. T. & ROOS, D. A máquina que mudou o mundo. 2. ed. Rio
de Janeiro, Ed. Campus, 1992.
WOMACK, J.P. & JONES, D.T. Lean Thinking. Simon & Schuster, New York, 1996.
Semanal
30
Empresa X
TC
T/R
Disp.
Turnos
E
100 peças
diário
X
104 Y
LEAN MANUFACTURING (Manufatura enxuta)
máx. 10 peças
FIFO
Além dos ícones e símbolos apresentados nas tabelas anteriores, outros podem ser
empregados no mapeamento, para identificar situações específicas e diferentes da-
quelas até agora vistas, como por exemplo, empilhadeira, navio, caçamba, paleteira,
etc.
1x/sem. 2x/sem.
107
1 1 1 1
Compartilhado Compartilhado Compartilhado Compartilhado
T/C 21” T/C 37” T/C 15” T/C 23”
T/R 40’ T/R 10’ T/R 20’ T/R 25’
Disp. 96% Disp. 98% Disp. 96% Disp. 96%
Turnos - 2 Turnos - 3 Turnos - 2 Turnos - 2
Tempo de produção
2,8 dias 1,33 dias 1,47 dias 1,2 dias 1,67 dias 8,47 dias
Tempo de processamento
21” 37” 15” 23”
96”