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Práticas de Ensino Deficiência Intelectual 4
Práticas de Ensino Deficiência Intelectual 4
A DEFICIÊNCIA INTELECTUAL:
MATEMÁTICA, LEITURA E ESCRITA
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
Profa. Jociane Stolf
376
O322p Offial, Patrícia Cesário Pereira.
Práticas de ensino para deficiência intelectual:
matemática, leitura e escrita / Patrícia Cesário Pereira
Offial; Viviane Pessoa Padilha Patel. Indaial :
Uniasselvi, 2013.
107 p.: il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-655-7
1. Educação inclusiva.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Impresso por:
Patrícia Cesário Pereira Offial
APRESENTAÇÃO......................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Organização e Planejamento dos Espaços na Educação
com Deficientes Intelectuais. ......................................................... 9
CAPÍTULO 2
A Construção do Conhecimento Matemático
para uma Educação Inclusiva. ....................................................... 31
CAPÍTULO 3
Adaptação de Materiais e Recursos Pedagógicos para
Trabalhar Matemática com Alunos Deficiência Intelectual.............. 59
CAPÍTULO 4
A Construção das Competências de Leitura e Escrita com o
Deficiente Intelectual: Desenvolvendo Estratégias ..................... 79
CAPÍTULO 5
A Avaliação no Processo da Aquisição da Leitura
e Escrita do Aluno Deficiente Intelectual ................................... 95
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a):
As autoras.
C APÍTULO 1
Organização e Planejamento
dos Espaços na Educação com
Deficientes Intelectuais
Contextualização
Caro (a) pós – graduando, vamos primeiramente fazer alguns questionamentos:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Este capítulo tem como objetivo demonstrar como uma criança que apresenta
deficiência intelectual pode envolver-se ativamente no processo do conhecimento,
adquirindo relações mediante sua atuação com o meio, tornando-se um ser
atuante, construindo sua própria história.
OS AVANÇOS DE UM ALUNO
COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
O Papel do Professor na
Aprendizagem do Deficiente
Intelectual
A primeira tarefa do professor... é, pois, a de procurar adaptar
o aluno a uma dada situação, sem encobrir-lhe
a sua complexidade. É moldar no espírito da A função do
criança, não um hábito novo, nem mesmo uma professor é de
crença nova, mas um método e um instrumento ser mediador,
novo que lhe permitam compreender e se
atuante, que
conduzir (PIAGET, 1972, p, 64).
promova estímulos
concretos, levando
A função do professor é de ser mediador, atuante, que promova o aluno a refletir e a
estímulos concretos, levando o aluno a refletir e a desenvolver-se, que desenvolver-se, que
saiba entender os diferentes ritmos. Quanto maior for o processo de saiba entender os
diferentes ritmos.
mediação, mas eficaz será a aprendizagem dos alunos.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Devem ser utilizados de forma regular ao longo do ano, construir uma nova
aprendizagem que se liga, na prática, àquilo que eles vivenciaram.
Resaltamos que não existem receitas prontas, métodos ideais que devem ser
seguidos, mas sim professores dispostos a refletir sobre sua prática, a fim de avaliar
quais estratégias de ensino e quais atividades vão auxiliar na aprendizagem de
cada aluno.
Atividades de Estudos:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
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Capítulo 1 Organização e Planejamento dos Espaços
na Educação com Deficientes Intelectuais
• ter acesso a atividades dentro e fora da sala de aula, para o aluno vivenciar os
diferentes ambientes e contextos;
• trabalho em grupo;
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
• laborais.
Não podemos deixar que a inclusão fique apenas em textos ou em leis, temos que
exercê-la, fazer e lutar para que aconteça em todas as estâncias de forma concreta.
a) Tangram Imantado
Figura 5 – Tangram
Descrição:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
a) Correspondência um a um
Descrição:
Descrição:
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Capítulo 1 Organização e Planejamento dos Espaços
na Educação com Deficientes Intelectuais
a) Quadro Agarradinho
Figura 8 – Quadro
Descrição:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Descrição:
Descrição:
A seguir, uma reportagem da revista Nova Escola, que relata como o uso
de recursos e materiais adaptados pode auxiliar na aprendizagem dos alunos
com deficiência.
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Capítulo 1 Organização e Planejamento dos Espaços
na Educação com Deficientes Intelectuais
CONTATO ALTERNATIVO
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Algumas Considerações
Caro (a) pós-graduando (a), no desenvolvimento deste primeiro capítulo, foi
apresentado como ocorre a aprendizagem de alunos dos deficientes intelectual,
quais as expectativas, anseios e perspectivas dos professores com relação a
este processo.
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Capítulo 1 Organização e Planejamento dos Espaços
na Educação com Deficientes Intelectuais
Referências
ARANHA, Maria Salete Fábio. Projeto Escola Viva: Garantindo o acesso e
permanência de todos os alunos na escola: necessidades educacionais
especiais dos alunos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Especial, 2005.
BRASIL. Secretaria de Educação Especial. Portal de ajudas técnicas para
educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e
recreação da pessoa com deficiência física: recursos pedagógicos adaptados /
Secretaria de Educação Especial - Brasília: MEC: SEESP, 2002, fascículo 1.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Ser ou estar, eis a questão: explicando o déficit
intelectual. Rio de Janeiro: Editora WVA.1998.
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C APÍTULO 2
A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
Contextualização
A escola tem a função de produzir mudanças fundamentais no desenvolvimento
cognitivo dos alunos. O grande desafio da atualidade para a educação é ter
professores comprometidos com seu trabalho, que lutem pelo objetivo de que todos
os alunos tenham iguais oportunidades de acesso à aprendizagem e acessibilidade.
(Charnay, 1994)
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
Cada criança tem seu tempo de aprender, devido a isso devemos respeitar
o ritmo de aprendizagem de cada um, fazendo com que venha a superar suas
limitações na velocidade ajustada com suas habilidades.
Fonte: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos
/2509-6.pdf
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/ensaiospedago
gicos2006.pdf(p. 317-324).
a) Sistema de Numeração
(Louis Lavelle)
Segundo Parra e Saiz (1992, p. 94), os números servem para serem usados
como o descrito a seguir.
• Como código
O fato de um ônibus “24” se chamar vinte e quatro, não significa que entrem
24 passageiros, nem que o bilhete custa R$ 24,00, nem que vai percorrer 24
quilômetros, nem também que é o vigésimo quatro na ordem de inscrição da linha
do ônibus. Não expressa, portanto, nem o aspecto cardinal, nem ordinal, somente
como código que permite diferenciar esta linha de outra que faz percursos
diferentes. Igualmente aos números de telefones, que também são usados como
códigos, pois eles não significam quantidades de nenhuma ordem.
1) JOGO DE BINGO
Objetivos
Material necessário
Desenvolvimento
2) JOGO LÓGICO
Estimula:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Descrição:
Uma bandeja grande de ovos (quadrada). Pintar uma das bandejas com tinta
guache em seis cores diferentes, sendo uma fileira de cada cor. Cortar 84 peças de
outras bandejas e colorir com as mesmas cores do tabuleiro. Fazer dois dados: um
deles é pintado nas mesmas cores do tabuleiro, e o outro, com quantidade de 1 a 6.
Exploração:
Objetivos
Material necessário
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
Desenvolvimento
Em geral,
estudantes
Flexibilização para deficiência intelectual. com deficiência
intelectual têm
Em geral, estudantes com deficiência intelectual têm menos menos vivência
vivência social. Por isso, costumam ser mais privados de casos que social. Por isso,
envolvem o uso do dinheiro (como identificar o preço de produtos, costumam ser mais
utilizar cédulas, calcular o troco etc.). Sendo assim, é interessante privados de casos
que envolvem o
orientar a família do aluno para que ele seja incluído em situações
uso do dinheiro
desse tipo. Atividades em que o estudante possa vivenciar situações
(como identificar o
de compra e venda, seja na lanchonete da escola ou em situações preço de produtos,
escolarizadas com o uso de cédulas que imitam as verdadeiras. É utilizar cédulas,
importante que essas orientações sejam feitas antes de esta proposta calcular o troco etc.).
ser apresentada para toda a classe. Assim, o aluno com necessidades Sendo assim, é
especiais pode ter melhores condições de aprender e participar. interessante orientar
a família do aluno
para que ele
Um caixa eletrônico entrega notas de R$1, R$10 e R$100
seja incluído
quando os clientes fazem um saque. O caixa sempre entrega a menor
em situações
quantidade possível de notas. Complete o seguinte quadro para saber desse tipo.
quantas notas de cada tipo o caixa entregou em cada um dos casos:
Notas de
Valor solicitado Notas de R$10,00 Notas de R$1,00
R$100,00
R$398,00
R$204,00
R$360,00
* Esta atividade pode ser proposta com diferentes valores para cada grupo,
conforme o que as crianças já dominam. Proponha novos desafios de acordo com
as conquistas de cada grupo.
4) DOMINÓ DE NÚMEROS
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Descrição:
Exploração:
5) RODA PIÃO
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
Descrição:
Exploração:
6) JOGO DE ARGOLA
Descrição:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Exploração:
PAULO FREIRE
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
a) Noção Espacial
• SETAS INDICADORAS
Figura 18 - Setas
Sugestão em sala:
• DADINHOS MATEMÁTICOS
Providencie seis pares de dados, papel e lápis para marcar pontos. Divida
a classe em cinco ou seis grupos e decida em qual processo (adição, subtração,
multiplicação ou divisão) os alunos deverão trabalhar. Vai depender do estágio
dos alunos.
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
Sugestão em sala:
• Cada grupo vai receber um par de dados. O aluno que tirar o valor mais alto
começa primeiro; quem tirar o menor começa por último e quem empatar joga
de novo.
• O aluno que ficar por último, deverá anotar todos os nomes num papel e
marcar um ponto para cada resposta correta.
Para o aluno com deficiência intelectual, as regras devem estar bem Para o aluno
claras e muito bem explicadas, assim ele poderá participar sem maiores com deficiência
intelectual, as regras
frustações, afinal queremos que todos se sintam capazes, não é?
devem estar bem
claras e muito bem
Segundo Bondezan (2012), uma prática com objetos explicadas, assim
possibilita a elaboração de conceitos matemáticos, e com isso ele poderá participar
auxiliará a compreensão do sistema de numeração decimal, que sem maiores
consequentemente contribuirá para aprendizagem das operações e frustações, afinal
também na resolução de problemas. queremos que todos
se sintam capazes,
não é?
b) As Operações
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Após se ter explorado muito bem noções de matemática por meio das ações
concretas, pode-se avançar para as operações, iniciando com a adição.
• Adição
2) Operações espontâneas
3. Operações escritas
• Subtração
Essa operação se torna um pouco mais difícil para o aluno, pois implica não
só em “tirar” algo, como também na noção de comparação e soma.
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
1) Cálculo mental
2) Operações escritas
• Multiplicação
• Divisão
Organização Retangular
Um salão tem 5 fileiras • Um salão tem 20 cadeiras, com 4 delas em
com 4cadeiras em cada cada fileira. Quantas fileiras há no total?
uma. Quantas cadeiras há • Um salão tem 20 cadeiras distribuídas em
nesse salão? colunas e fileiras. Como elas podem ser
organizadas?
Combinatória
Uma menina tem 2 saias • Uma menina pode combinar suas saias e
e 3 blusas de cores blusas de 6 maneiras diferentes. Sabendo
diferentes. De quantas que ela tem apenas 2 saias, quantas blusas
maneiras ela pode se ela tem?
arrumar combinando as • Uma menina pode combinar suas saias e
saias e as blusas? blusas de 6 maneiras diferentes. Sabendo
que ela tem apenas 3 blusas, quantas saias
ela tem?
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
Como você pode ter lido neste texto, há diferentes estratégias de se explorar
os conceitos lógicos matemáticos. O mais importante é que o professor utilize
estratégias lúdicas e materiais concretos em seu trabalho com o deficiente
intelectual, respeitando o seu tempo de aprender.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
I. Material Cuisenaire
• Branca = 1
• Vermelha = 2
• Verde clara = 3
• Carmim = 4
• Amarela = 5
• Verde escura = 6
• Preta = 7
• Marrom = 8
• Azul = 9
• Alaranjada = 10
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
• A peça 7 é preta.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Atividade de Estudos:
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Capítulo 2 A Construção do Conhecimento
Matemático para uma Educação Inclusiva
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Algumas Considerações
A partir do que foi apresentado, queremos evidenciar que o ensino da
matemática, assim como qualquer outra área do conhecimento, deve ser
trabalhado com o deficiente intelectual em sintonia com a afetividade, paciência e
muita atenção. Seus conhecimentos dependem da mediação do professor, e da
interação com colegas.
Referências
BATISTA, C. A. M; MANTOAN, M. T. E. Educação Inclusiva: Atendimento
Educacional Especializado para a Deficiência Mental. Brasília: MEC/SEESP,
2006.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
CUNHA, Nylse Helena Silva. Criar para brincar: a sucata como recurso
pedagógico: atividades para psicomotricidade. São Paulo: Aquariana, 2007.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto
Alegre: Artmed, 1995.
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C APÍTULO 3
Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para
Trabalhar Matemática com
Alunos Deficiência Intelectual
Contextualização
Quando nos deparamos com um aluno deficiente Intelectual em sala de
aula, muitas vezes nos damos conta do nosso despreparo para enfrentar novos
desafios. Com certeza essa situação foi ou ainda é vivenciada por muitos de nós,
o que é natural, uma vez que o paradigma de homogeneidade nas salas de aula
predominou por muito tempo.
Essas são as chamadas barreiras atitudinais, que não são removidas com
determinações superiores, mas sim com a nossa reestruturação perceptivas,
afetivo-emocionais. Para auxiliar os educadores na remoção destas barreiras
atitudinais, há uma necessidade de implantar-se nas escolas espaços para que
as dificuldades, dúvidas, anseios e medos possam fazer parte de um diálogo
entre toda a equipe pedagógica, um espaço para troca de informações, de ideias,
de sentimentos que possam ser verbalizados sem culpa, constituindo, assim, o
caminho para mudanças.
Adaptações Curriculares
Quando pensamos na palavra currículo, logo nos vem à mente a ideia de
caminho ou percurso a ser atingido. O currículo é um elo entre a teoria e a prática,
entre o planejamento e a ação. Segundo Coll (1996, p. 33), o currículo não deve ser:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
• No conteúdo ensinado;
• No método de ensino;
• No processo de avaliação;
• Na temporalidade.
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Capítulo 3 Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para Trabalhar
Matemática com Alunos Deficiência Intelectual
Adaptações Curriculares de
Pequeno Porte que Auxiliam
A Aprendizagem do Aluno com
Deficiência Intelectual
Já vimos que as adaptações curriculares de pequeno porte são feitas apenas
pelos professores, que é de sua responsabilidade a tarefa de garantir o acesso
do aluno ao conhecimento. Para isso, cabe a ele a incumbência de conhecer seu
aluno com deficiência, identificar os conhecimentos que o mesmo já possui, para
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
assim saber quais são as suas necessidades, quais recursos didáticos especiais
vai ser preciso usar para auxiliá-lo no processo de ensino e aprendizagem.
Materiais Adaptados
O aluno com O aluno com deficiência intelectual tem na sua maioria dificuldade
deficiência de abstração, por este motivo necessita da presença de estímulos
intelectual tem de materiais concretos. Para ajudar a sanar as suas dificuldades, os
na sua maioria materiais adaptados são uma forma de suporte que auxilia o professor
dificuldadede
abstração, por este em sala de aula. Por este motivo, apresentamos a você alguns exemplos
motivo necessita de materiais que podem ser adaptados. Todas essas adaptações foram
da presença fornecidas pelo MEC, e estão disponíveis no site: http://portal.mec.gov.
de estímulos br/seesp/arquivos/pdf/rec_adaptados.pdf .
demateriais
concretos.
Para ajudar a
sanar as suas DOMINÓ DAS CORES
dificuldades, os
materiaisadaptados
são uma forma de Descrição: Este material é feito em madeira, medindo 4 cm de
suporte que auxilia comprimento, 9 cm de largura e 1 cm de espessura. Cada peça possui
o professor em duas cores. A pintura é feita com tinta lavável. Utiliza-se para trabalhar
sala de aula. as cores.
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Capítulo 3 Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para Trabalhar
Matemática com Alunos Deficiência Intelectual
Figura 20 - Dominó
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, UNESP, Marília, SP.
ÁBACO DE ARGOLAS
Figura 21 - Ábaco
Descrição:
Construído com
argolas de papelão,
placa de madeira e
cabos de vassouras.
As argolas são
pintadas de
diferentes cores.
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, UNESP, Marília, SP.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
MULTIPLICAÇÃO EM PIZZA
Figura 22 - Multiplicação
Descrição:
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Capítulo 3 Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para Trabalhar
Matemática com Alunos Deficiência Intelectual
Descrição:
Descrição:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Figura 24 - Numerais.
Adaptação: Rosemeire
Francisco Tabanez,
JOGO DA MEMÓRIA
Descrição:
CAIXA DE ESTÍMULOS
Descrição:
DOMINÓ DE TEXTURAS
Descrição
Figura 27 - Dominó
Fonte: Laboratório de Educação Especial “Prof. Ernani Vidon”, Unesp, Marília, SP.
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Capítulo 3 Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para Trabalhar
Matemática com Alunos Deficiência Intelectual
Sugestão de livros
Esta é Sílvia.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Atividades de Estudos:
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Capítulo 3 Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para Trabalhar
Matemática com Alunos Deficiência Intelectual
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Fonte: As autoras.
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Capítulo 3 Adaptação de Materiais e
Recursos Pedagógicos para Trabalhar
Matemática com Alunos Deficiência Intelectual
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Fonte: As autoras.
Algumas Considerações
Caro (a) pós-graduando (a), devemos refletir sobre nossos alunos, sobre as
suas necessidades, peculiaridades, específicas ou especiais, para que possamos
auxiliá-los em todo seu processo de ensino, garantindo assim o acesso ao
conhecimento, gerando o que chamamos de uma verdadeira inclusão.
Referências Bibliograficas
COLL, C. PALACTOS, J. MARCHESI, A. Psicologia e Currículo. São Paulo: Ática,
1996.
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C APÍTULO 4
A Construção das Competências
de Leitura e Escrita com
o Deficiente Intelectual:
Desenvolvendo Estratégias
Contextualização
Este capítulo tem como finalidade demonstrar práticas pedagógicas que
possibilitem ao deficiente intelectual maior desempenho no seu processo de
ensino e aprendizagem relacionados à leitura e escrita. Para tanto, objetivamos
alargar uma discussão envolvendo pensadores desta área do conhecimento.
Boa leitura!
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Você deve ter percebido que há duas grandes linhas de trabalho com a
alfabetização. Vamos trazer considerações e sugestões a partir da proposta
com textos, pois acreditamos que o aluno aprende com mais significado pelas
vivências, ou seja, do todo para as partes, e não, como serviu para outras épocas,
das partes para o todo. Pensar na inclusão é pensar num trabalho com todos.
Nesse sentido, traremos um trabalho voltado à inclusão.
Se analisarmos bem, como foi que aprendemos a falar? Letra por letra ou
pelas palavras? Pois é, da mesma forma a escrita e leitura deve ser compreendia,
por meio do contexto do aluno.
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Capítulo 4 A Construção das Competências
de Leitura e Escrita com o Deficiente
Intelectual: Desenvolvendo Estratégias
• O Nome
• Família
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
• Caixa surpresa
Preparar uma caixa surpresa com a ajuda dos alunos. Deixá-los levar para
casa para que dentro coloquem algum objeto ou pertence da família. Registrar
com ajuda da família o objeto. Em sala, instigarão os colegas a descobrir qual
objeto está na caixa, poderão dar pistas até adivinharem. Ao concluir a brincadeira,
os objetos podem ser expostos e organizados de acordo com sua utilidade, cor,
forma, tamanho, etc. Colar o registro do nome.
Segundo Rosa (1999), antes da criança ser alfabetizada ela deve ter variadas
vivências com a linguagem oral, isso a ajudará a compreender o processo da
leitura e escrita, facilitando sua aprendizagem.
• Descobrindo palavras
Essa é uma das estratégias que podemos adaptar em sala de aula para
incluir os alunos com Deficiência Intelectual. Lembrando que é sempre importante
o trabalho em grupo, assim todos podem colaborar com o processo.
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
PROVÉRBIOS
Dizem que...
Boca fechada, não entra mosca;
Santo de casa não faz milagre;
Quem com ferro fere, com ferro será ferido;
Quem tem rabo de palha não senta perto de fogo;
Longe dos olhos, perto do coração.
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Capítulo 4 A Construção das Competências
de Leitura e Escrita com o Deficiente
Intelectual: Desenvolvendo Estratégias
Veja agora algumas práticas que poderão ajudar no trabalho com textos.
a) Rimas
Objetivos:
• 1 aula de 50 minutos.
Material:
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Capítulo 4 A Construção das Competências
de Leitura e Escrita com o Deficiente
Intelectual: Desenvolvendo Estratégias
Dicas: não podemos nos esquecer de que algumas ações fazem grande
diferença no processo de alfabetização com o Deficiente Intelectual, são elas:
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
a) Portfólio
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Capítulo 4 A Construção das Competências
de Leitura e Escrita com o Deficiente
Intelectual: Desenvolvendo Estratégias
desenhos, mas precisa ser estimulada a não desistir. Como exemplo: bilhetes
para a família em datas comemorativas, recadinhos para os amigos, carta
ao Papai Noel etc. A família também pode ajudar nesse processo, enviando
recadinhos na agenda, ou no meio dos pertences da criança, para estimular a
curiosidade pela leitura.
Atividade de Estudos:
92
Capítulo 4 A Construção das Competências
de Leitura e Escrita com o Deficiente
Intelectual: Desenvolvendo Estratégias
Algumas Considerações
O trabalho com textos como estratégia de leitura e escrita deve ser o mais
próximo do contexto do aluno para que se torne significativo e desperte seu interesse.
Referências
BOZZA, Sandra. Ensinar a ler e escrever: uma possibilidade de inclusão social;
Pinhais: Editora Melo, 2008.
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C APÍTULO 5
A Avaliação no Processo da
Aquisição da Leitura e Escrita do
Aluno Deficiente Intelectual
Contextualização
O entendimento da leitura e escrita se faz necessário para formar um cidadão
letrado, mas avaliar esse saber é, sem dúvida, uma tarefa bastante complexa,
principalmente se tratando da avaliação com o deficiente intelectual. Diante dessa
complexidade, é necessário acreditar que somos nós, educadores, também os
responsáveis pela inclusão dos alunos no espaço escolar.
Somos desafiados a abrir caminho para que haja uma verdadeira inclusão,
em prol de uma escola realmente para todos. Nesse contexto, se espera que
a avaliação venha para permitir que o aluno reconheça suas potencialidades e
aprenda a lidar com suas limitações de forma natural.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que usa
válvulas, que olha o relógio,
Que vai lá fora, que aponta o lápis, que vê a uva etc., etc.
Perdoai
Manoel de Barros
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Capítulo 5 A Avaliação no Processo
da Aquisição da Leitura e Escrita
do Aluno Deficiente Intelectual
Como você pode ter visto, a aprendizagem não ocorre isoladamente, e não
é um processo passivo. Ela depende de fatores internos e externos. Na escola,
alerta Campos (2011), a aprendizagem do aluno perpassa pela relação entre os
colegas, professores, livros, conteúdos e ambiente social da escola, como um
processo dinâmico.
Nessa perspectiva, queremos que você reflita que a avaliação também não
é um processo isolado, pelo contrário, necessita de um conjunto de análises e
observações. Luckesi (2010) compara a avaliação com um ato amoroso, pois
lida com atitudes que acolhem, que interagem e que incluem. “Avaliar um aluno
com dificuldades é criar a base do modo de como incluí-lo dentro do círculo da
aprendizagem; o diagnóstico permite a decisão de direcionar ou redirecionar
aquilo ou aquele que está precisando de ajuda” (LUCKESI, 2010, p. 173).
Avaliar um aluno
Um exemplo de uma prática que valoriza a inclusão vem com dificuldades
demonstrando que é possível um trabalho para todos. É a Escola da é criar a base do
Ponte, localizada em Portugal, de entidade estadual. Essa instituição modo de como
incluí-lo dentro
de ensino possui uma dinâmica que envolve o educando como
do círculo da
gestor de seu processo de aprendizagem e, o mais interessante, aprendizagem;
de seu processo de avaliação. Adotam muitas atividades que o diagnóstico
facilitam ao aluno a percepção de seu progresso e a identificação permite a decisão
de direcionar ou
do momento em que está seguro para ser avaliado pelo professor.
redirecionar aquilo
Para tornar mais claro, acompanhe abaixo os instrumentos de ou aquele que está
avaliação e instrumentos pedagógicos desta escola; ambos estão precisando de ajuda
inter-relacionados. (LUCKESI, 2010,
p. 173).
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Fonte: Elaborado pela autora (OFFIAL, 2012) com base no projeto educativo da escola.
http://www.escoladaponte.com.pt/html2/portug/projecto/instrume/
direitos.htm.
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/jose-
pacheco-escola-ponte-479055.shtml.
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Capítulo 5 A Avaliação no Processo
da Aquisição da Leitura e Escrita
do Aluno Deficiente Intelectual
Avaliar não
Acreditamos que o professor que se compromete em estimular é classificar,
as potencialidades de seu aluno, estudando a melhor forma de chegar mas observar,
até ele, estará contribuindo para desenvolver sua autoconfiança acompanhar e
e consequentemente favorecerá a aprendizagem. Avaliar não é interagir, enfocando
classificar, mas observar, acompanhar e interagir, enfocando no no desenvolvimento
desenvolvimento do aluno e não apenas no conteúdo. do aluno e não
apenas no conteúdo.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica, na Resolução CNE/CP nº. 02/2001, salientam a importância O papel da escola
da avaliação como forma de contribuir para a percepção das frente ao processo
necessidades de cada aluno. Nesta esteira, a forma de entender avaliativo deve
a avaliação deve ser vista como uma aliada do aluno, que auxilia a ser de fortalecer
refletir sobre seus erros e acertos, tornando o aluno confiante para a autoestima do
prosseguir. O papel da escola frente ao processo avaliativo deve ser aluno, orientando e
motivando a novos
de fortalecer a autoestima do aluno, orientando e motivando a novos
desafios.
desafios. Nesse aspecto, sugere Hoffmann (2009, p.19):
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Práticas de Ensino para a Deficiência Intelectual: Matemática, Leitura e Escrita
Temos que ter consciência de que avaliar processos de leitura e escrita não é
algo tão simples como parece, ainda mais em se tratando do deficiente Intelectual.
Por isso, iremos abordar algumas questões que lhe ajudarão a entender os pontos
relevantes para a avaliação no trabalho com a alfabetização.
• Língua oral:
• Língua escrita:
–– Descrever como o aluno se comporta diante das leituras feitas por adultos
e por crianças;
• Nível Pré-silábico: não existe nenhuma relação sonora com letra correspondente
a palavra:
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ELEFANTE
ELEFANTE
ELEFANTE
ELEFANTE
ELEFANTE
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da Aquisição da Leitura e Escrita
do Aluno Deficiente Intelectual
Atividade de Estudos:
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Algumas Considerações
Segundo Vascolcellos (2020, p.140):
• Motivação: fazer o aluno reconhecer que seu erro faz parte de sua construção,
que erramos para aprender.
Referências
CANO, Manuel Sanches; BONAL Joan: Avaliação Psicopedagógica. Artmed.
Porto Alegre. 2010.
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