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Produzir um texto com uma reflexão sobre as concepções de soberania (ou seja,

sobre os modelos de Estado em disputa pelos grupos políticos) presentes na


Assembleia Constituinte e na Constituição de 1824

Em 3 de junho de 1821, após o retorno de D. Jõao VI a Portugal, expediu-se aqui


um decreto convocando uma Assembleia Constituinte. Cabe ressaltar que em Portugal,
estava em andamento, nas Cortes, a redação de uma nova Constituição, que serviria para
todo o Império, incluindo o Brasil. Com a possibilidade de se perder autonomia política
e conflitos na composição representativa brasileira nas Cortes, o panorama político
ficou cada vez mais complicado.

Nossa primeira Constituição surgiu junto ao processo de Independência. A


mesma, que acontecera em setembro do mesmo ano, mudou o rumo da Assembleia
Constituinte, fazendo com que a prioridade fosse, a partir de então, a de redigir uma
Constituição, fundando a vida legal brasileira.

Foram eleitos 100 deputados. A maior delegação era de Minas Gerais (20),
seguida de Pernambuco (13), São Paulo (9), Rio de Janeiro e Ceará (ambos com 8). A
maioria era formada por bacharéis em Direito (26), mas havia também desembargadores
(22), clérigos (19) e militares (7). As divergências de projetos políticos na construção da
nação ficou evidenciado de imediato. Segundo Marco Antonio Villa: “D. Pedro fez um
discurso na sessão de abertura, com ameaças implícitas à “licenciosa liberdade”.
Concluiu dizendo que esperava que a Carta “mereça a minha imperial aceitação”. A
resposta da Assembleia à fala de D. Pedro I já denotava a possibilidade de um conflito
entre os poderes.” (VILLA, p. 9)

As sessões da Assembleia seguiram como palco de conflitos de interesse. No


auge da tensão houve choques entre cidadãos brasileiros e portugueses, além de ataques
da imprensa, como o jornal de oposição dos irmãos Andradas “O Tamoio”, ao
Ministério e D. Pedro I. Surgiram, então, ameaças de dissolução da Constituinte.
Segundo as aulas ministradas pela Prof. Drª Camila Borges: “debates na Assembleia
Constituinte poderiam resultar no enfraquecimento do poder do imperador e, portanto,
eram uma ameaça para ele e para aqueles que defendiam suas prerrogativas.”

A Assembleia foi cercada por soldados, a Constituinte foi dissolvida e


parlamentares foram presos. As províncias repudiaram veementemente os atos
autoritários do Imperador. A Bahia, por exemplo, manifestou repúdio pelo fechamento
da Constituinte, solicitou a libertação dos deputados presos e que o imperador
mantivesse o sistema constitucional. Especificamente em Pernambuco e no Ceará, a
resistência foi maior e levou à eclosão da Confederação do Equador, em 1824. É
importante entender que a mesma não pregava, a princípio, uma separação ou rompia
completamente com a ideia de monarquia, apenas pleiteava uma outra forma de
organização do Estado.

Pela “graça de Deus e unânime aclamação dos povos”, D. Pedro outorgou nossa
primeira Constituição. O imperador limitou quem deveria ser eleitor e as eleições
seriam indiretas. Votariam os maiores de 25 anos, livres (30% da população era
escrava), e excluíam-se quem não tivesse renda anual mínima, de acordo com o artigo
94, era necessária renda mínima anual de 200 mil-réis.

(Explicar melhor as disputas sobre o modelo de Estado: O que é Centralização


e Liberal/Federalismo – Falar mais da Confederação do Equador – Exemplificar
melhor a constituição da mandioca)

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