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Niccoló di Bernardo dei Machiavelli

Nicolau Maquiavel foi um grande intelectual da época Renascentista. Nascido na Itália, em 1469, o pensador
é estudado até os dias de hoje por suas teorias de como fazer política. Neste conteúdo, o Politize! te traz um resumo
sobre as principais contribuições de Maquiavel e ainda te mostra como suas teorias podem ajudar a entender cenários
políticos atuais

A principal obra: O Príncipe

Este clássico, escrito por Maquiavel, foi considerado por muito tempo um manual de conselhos para os
governantes por trazer experiências valiosas de como conquistar e manter o poder. Hoje, a obra ainda continua a
ter importância para todos que têm interesse em entender sobre mecanismos políticos e para aqueles que desejam se
tornar um Chefe de Estado. Podemos dividir essa obra política de Maquiavel em quatro partes: classificação dos Estados;
como conquistar e conservar os Estados; análise do papel dos militares; e conselhos aos políticos para manutenção do
poder. Maquiavel foi o primeiro pensador a romper com a visão idealista sobre política. Ele enxergava o organismo
político como ele é e não como deveria ser. Bom… você já deve ter ouvido a frase “Os fins justificam os meios”? Embora
ela não tenha sido escrita por Maquiavel, define bem o que ele pensava sobre fazer política. O intelectual argumenta em
sua obra que o sucesso de uma ação é bem mais importante do que o caminho tomado para chegar a ela.

Além disso, ele argumenta também que o ser humano é sempre guiado por seus interesses pessoais e é, por
natureza, um ser ingrato, volúvel, egoísta, vingativo, covarde, traiçoeiro, independentemente da época e modelo social
no qual está inserido. Por isso, frisou que o ideal seria que o líder fosse amado e temido ao mesmo tempo, mas como isso
seria impossível justamente pela natureza humana, logo, era preferível ser temido do que amado.

O pensador afirma que para um líder conquistar e permanecer no poder é necessário ser bem visto. Para construir
essa boa imagem, ele cita algumas características que o líder deve não necessariamente ter, mas sim parecer ter:

• Integridade;
• Misericórdia;
• Humanidade;
• Sinceridade;
• Religião.

“Maquiavel que viveu e escreveu na passagem do século XV para XVI, dizia que o príncipe não precisava de fato ter
todas as qualidades imaginadas pelas pessoas, mas deveria se esforçar ao máximo para “parecer tê-las. Devia “disfarçar
bem” sua natureza mais “animal” (a raposice por exemplo) e ser um “grande simulador e dissimulador”. (AURÉLIO, 2019.
p 27).

Assim, para Maquiavel, um bom líder deve se ater a duas constantes: VIRTÚ E FORTUNA. A virtú está relacionada à
competência, habilidade, conhecimento e a busca da excelência em tudo que está ao seu alcance como representante
do povo. Já a fortuna significa o que acontece sem que se tenha controle, é imprevisível, inesperado. Outro pensamento
trabalhado pelo autor no livro O Príncipe é de que o Estado deve ser laico, ou seja, a Igreja não deve influenciar as ações
do governo. Isso foi frisado por Maquiavel, pois durante a Idade Média a Igreja detinha muito poder e influência nas
decisões políticas. Ele acreditava que a separação das organizações era imprescindível para se construir um Estado
justo para todos. Tal separação não significa que o líder não possa ser religioso, aliás, isso é louvável, mas ele não pode
permitir que o governo seja regido pelos preceitos cristãos e amarras teológicas.

Para nossa visão de política. “Maquiavel continua causando horror porque continua atual”. Para ele, a política é ainda
mais idealizada e mentirosa do que na época Renascentista e, por isso, ainda é necessário trazer Maquiavel para os
debates democráticos e contemporâneos. Justamente, porque estudar esse autor ajuda a sociedade a compreender e
discernir melhor entre a prática e a teoria política. A relevância da obra O Príncipe deve ser interpretada como a
experiência de fatos passados que podem ajudar a educar e ampliar nosso olhar da realidade mesmo depois de 400
anos.

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