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CIÊNCIA POLÍTICA E DO
ESTADO
CAPÍTULO 2 - PARA QUE SERVE O
ESTADO?
Marcelo Doval Mendes
INICIAR
Introdução
Desde que nascemos, deparamo-nos com a figura do Estado. Nossos nascimentos
devem ser registrados, e as condições atinentes à nossa pessoa vão determinar
nossos direitos e deveres frente aos demais membros da respectiva comunidade.
E quem nos impõe tudo isso é o Estado. Mas por que nos sujeitamos a essa
convenção? Por que abrimos mão de parte de nossa liberdade
concomitantemente ao nosso nascimento?
As teorias da formação natural da sociedade e as teorias contratualistas buscam
responder a essas questões sob a perspectiva filosófica. E, de acordo com as
teorias contratualistas, toda sociedade é artificial e decorrente de uma convenção
entre os indivíduos, inclusive, atribuindo poder legítimo a um ente que
chamamos Estado e ao qual, depois, todos devemos obediência.
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2.1.1 Maquiavel
Inserido em um contexto de conflito de valores em que moral, ética e religião
pretendem ditar as regras, o aspecto central da obra de Maquiavel é a autonomia
da política: fazia-se necessário separar a política das demais esferas porque seus
principais problemas estavam justamente na confusão entre ética, moral, religião
e política.
Isso significa que Maquiavel quer substituir todas as demais esferas apenas pela
política? Não, pois para Maquiavel, moral, ética e religião podem, sim, existir,
porém, não podem ser a base de justificação da política.
A principal obra em que Maquiavel apresenta essa ideia é “O Príncipe”, publicado
originalmente em 1513. E para entender esta obra, é preciso lembrar que foi
escrita no contexto histórico da unificação italiana (há, inclusive, uma referência
expressa no capítulo XXVI, o último de “O Príncipe”). O contexto histórico é
decisivo porque todos os estados da Península Itálica tinham uma história de
pouco sucesso e muita ruína e, tendo nascido em Florença, Maquiavel entendia
que o sucesso dependia da unificação (MAQUIAVEL, 1999).
“O Príncipe” apresenta os dois conceitos que devem ser aplicados à ação política:
virtù e fortuna. Virtù é o modo de agir político; a ação de alguém que é capaz de
reconhecer a ocasião que as circunstâncias oferecem para agir de uma ou outra
maneira. Em outras palavras, virtù é a capacidade prática do ator político de agir
de maneira adequada e no momento adequado. É uma ação, pois, que vai variar
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Figura 1 - O príncipe de Maquiavel não está comprometido com a virtude, mas com a manutenção
do Estado. Fonte: Brian A Jackson, Shutterstock, 2018.
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Para Maquiavel (1999), então, a política é um jogo entre virtù e fortuna, mas um
jogo de incertezas, instável e inconstante, de modo que a virtù deve aparecer
quando surgir a fortuna. Possuir virtù e fortuna significa saber agir politicamente
nas condições dadas.
2.1.2 Hobbes
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VOCÊ SABIA?
Hobbes utiliza a imagem do Leviatã para personificar a figura do Estado soberano.
E a imagem representa bem a ideia hobbesiana. Nos capítulos 40 e 41, do Livro de
Jó, na Bíblia, por meio de uma série de perguntas de Deus a Jó, Leviatã é apontado
um perigoso monstro aquático. Sua figura povoou, ainda, o imaginário da
navegação na época dos grandes descobrimentos. A referência por Hobbes dá a
dimensão, de um lado, da importância da figura do Leviatã e, de outro, do caráter
poderoso e absoluto do Estado ao qual é comparado (HOBBES, 2000).
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Figura 2 - O estado de natureza hobbesiano é a iminência da guerra de todos contra todos. Fonte:
Oleg Golovnev, Shutterstock, 2018.
No estado de natureza não é possível falar em justo ou injusto, pois o que ali
ocorre é apenas a busca pela autoconservação e pela vida confortável, interesses
fundamentais do homem. Mas, enquanto não existir alguém que garanta o
respeito mútuo, persistirá esse estado natural de discórdia e de iminência de
guerra (HOBBES, 2000).
Dessa forma, como as pessoas têm paixões que as levam à busca de seus
interesses fundamentais, é sua razão que, para evitar a guerra, as impele a um
acordo pacífico, a um pacto social, tácito e necessário. O fim visado pelo pacto é a
união de todos em um corpo único, mas isso somente é possível se o pacto incluir
um princípio de submissão, porque, caso contrário, o pacto não seria cumprido.
Assim, o pacto exige uma força superior para seu cumprimento: o soberano.
O soberano é, então, a pessoa artificial que recebeu autorização dos membros da
sociedade para agir em seu nome. Como se vê, Hobbes (2000) distingue pessoa
natural e pessoa artificial e cria um ator que vai personificar aquilo instituído pelo
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pacto social. Ou seja, os indivíduos (pessoas naturais) celebram um pacto entre si,
por meio do qual autorizam o soberano (pessoa artificial) resultado do pacto e
fora dele, a portar um poder e uma força legítimos para fazer cumprir o pacto.
Esse soberano, terceiro artificial e fora do pacto, é o Leviatã, o Estado instituído
com o fim de garantir a paz (Hobbes defende a unidade do poder soberano ante a
impossibilidade de sua divisão, sob pena de acabar com a própria soberania). Mas,
embora o fim do Estado não seja arbitrário, seu poder é absoluto (inclusive o
monopólio do uso da força) na busca de seus objetivos, justamente porque assim
autorizado pelos indivíduos.
Assim, o Estado hobbesiano tem apenas direitos e não deveres, mas, embora seja
a única figura capaz de agregar justiça e violência, não há mecanismos para
garantir que o Estado cumpra suas funções. Há, portanto, uma tensão entre
Estado e indivíduos, na medida em que a autorização decorre do pacto celebrado
pelos indivíduos, mas estes não podem se opor legitimamente ao Estado, artificial
e impessoal.
Agora que estudamos os pensamentos do italiano Nicolau Maquiavel e do inglês
Thomas Hobbes, conheceremos as ideias de John Locke e de Jean-Jacques
Rousseau.
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Figura 3 -
Para Rousseau, o contrato social é um artifício representativo de legitimação. Fonte: Georgios
Kollidas, Shutterstock, 2018.
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2.2.1 Locke
O tema central de Locke é a propriedade, de modo que tanto a ideia de estado de
natureza quanto a de governo civil são mediadas por sua tese sobre ela. A
propriedade é um argumento político para pensar a extensão do poder da Coroa,
mas que permitiu o desenvolvimento da noção burguesa de propriedade privada,
uma vez que, com o final da Revolução Gloriosa de 1688, a tese de Locke foi
vencedora, e a sociedade civil passou a ser central para a compreensão do mundo
moderno. E a propriedade privada é o centro da sociedade civil burguesa (LOCKE,
1998).
Embora tivesse conhecimento do “Leviatã”, de Hobbes (2000), tanto que o cita em
“Dois Tratados sobre o Governo”, publicado originalmente em 1681, Locke (1998)
opõe-se, principalmente, a Robert Filmer, autor de “O Patriarca” (publicado
originalmente em 1680), para quem não há governo legítimo que não seja a
monarquia absoluta e as posses naturais estão todas nas mãos do monarca
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Figura 4 - Vista da sede do Parlamento Britânico, considerado poder supremo segundo John
Locke. Fonte: Richie Chan, Shutterstock, 2018.
2.2.2 Rousseau
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Para falar de vontade geral e vontade de todos, Rousseau não utiliza um critério
numérico. A vontade geral é um princípio subordinado ao interesse comum. A
característica e o interesse da vontade, como argumentos morais, são o que
determina se a vontade é geral. A vontade de todos é diferente da vontade geral
porque é mera soma das vontades particulares e, como tal, nada mais é que um
interesse privado. Já a vontade geral é interesse comum que não se baseia em
soma ou critério numérico, mas em princípio moral. Esta, aliás, a mesma razão
pela qual a vontade de todos pode errar, mas a vontade geral não (ROUSSEAU,
1999).
Por isso é que, enquanto Hobbes (2000) apresenta apenas um pacto entre
indivíduos do qual sairá uma autorização para o Estado soberano, Rousseau
delineia um engajamento recíproco entre o corpo de particulares e o corpo
público, cuja junção vai produzir a soberania do próprio povo, que nada mais é
que o exercício da vontade geral.
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2.3.1 Montesquieu
Montesquieu inicia “O Espírito das Leis” com uma formulação das ciências
experimentais sobre as leis: “[...] as leis, em seu significado mais extenso, são
relações necessárias que derivam da natureza das coisas” (MONTESQUIEU, 1996,
p. 11). As leis de uma nação são adequadas às suas particularidades e, portanto,
são diferentes das leis de outras nações, bem como das leis da própria nação em
outros períodos.
VOCÊ O CONHECE?
Charles Louis de Secondat ficou conhecido pelo título que herdou após a morte do tio: Barão de
Montesquieu, comuna francesa situada na região de Bordeaux (França). Pertencente à nobreza
togada, que exercia atividades judiciais ou administrativas, Montesquieu estudou Direito e fez parte
do parlamento de Bordeaux, com funções essencialmente judiciárias. Tendo nascido em 1689 e
falecido em 1755, Montesquieu viveu no contexto do absolutismo na França, cujo fim derivou, em
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grande parte de suas ideias, amplamente acolhidas pelas Revoluções Americana e Francesa. Para
saber mais, acesse o endereço: <https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/
(https://www.infoescola.com/filosofia/montesquieu/)>.
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Figura 6 -
Montesquieu foi o teórico da separação de poderes. Fonte: Shutterstock, 2018.
De acordo com Montesquieu (1996), cada Estado possui três poderes, o poder
legislativo (criação, correção ou anulação de leis), o poder executivo (celebração
de paz e guerra, diplomacia, promoção de segurança) e o poder de julgar
(julgamento dos crimes e das disputas entre particulares). Essa ideia, em si, da
existência de distintos ramos no exercício do poder, não é exatamente nova.
Aristóteles descreveu três funções distintas do Estado, e Locke apresentou uma
distinção entre poderes quando tratou da sua estruturação (ARISTÓTELES, 2010;
LOCKE, 1998).
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CASO
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Montesquieu previu um poder de julgar neutro e invisível, como condição para que o
equilíbrio entre os poderes garantisse a liberdade política. Portanto, o verdadeiro
equilíbrio deveria se dar na relação entre as três forças políticas e sociais de sua
época: monarca, nobres e povo; o primeiro no poder executivo e os últimos no poder
legislativo. Montesquieu não podia imaginar a expansão do poder de julgar,
decorrente, sobretudo, do advento das constituições escritas e do controle de
constitucionalidade.
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2.4 Estado
Considerando, de um lado, que a ciência política, em uma perspectiva ampla,
estuda a distribuição do poder e, de outro, que o Estado Moderno é o momento
da história em que uma conjunção de fatores leva o poder político para o centro
do debate, é possível dizer que o próprio Estado Moderno é o objeto da ciência
política, uma vez que, nele, é que se dará a disputa pelo poder (e
consequentemente a sua distribuição).
Isso não significa, entretanto, que não tenha havido Estado antes do Estado
Moderno. Historicamente houve outros tipos de Estado, assim como ocorreram
desdobramentos da compreensão do próprio Estado Moderno, posteriormente.
Então, além da fundamentação filosófica do Estado, qual a explicação para seu
surgimento histórico? Quais os tipos históricos de Estado e suas características?
Por fim, depois de tudo que vimos, é possível apresentar um conceito de Estado?
Na sequência, encontraremos as respostas para estas e outras questões.
VOCÊ SABIA?
Segundo diversos autores, o Estado Moderno teria uma data de nascimento
oficial: a assinatura dos tratados de paz de Westfália, em 1648, que pôs fim à
Guerra dos Trinta Anos (conjunto de conflitos entre diversas nações europeias,
por diversos motivos, desde 1618, especialmente na Alemanha) e que
documentou, formal e historicamente, pela primeira vez, um tipo de Estado
dotado de unidade territorial e poder soberano (DALLARI, 2013; BITTAR, 2016).
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Figura 7 - O Estado Moderno constitui o fundamento da hegemonia europeia. Fonte: Vahe 3D,
Shutterstock, 2018.
2.4.2 Conceito
Antes de falar especificamente do Estado, é preciso falar de sociedade. E, para que
um agrupamento humano se constitua como sociedade, ele deve possuir três
características (DALLARI, 2013, p. 31-44):
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Síntese
Concluímos o estudo a respeito da constituição de Estado, mais especificamente,
de sua fundamentação filosófica, de suas formas políticas e das teorias
relacionadas à sua origem, sua evolução histórica e seus conceitos.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
identificar a principal contribuição de Maquiavel para a ciência política ao
promover a separação da política em relação às esferas da moral, da ética e
da religião;
entender o estado de natureza hobbesiano, no qual o homem é
essencialmente mau, necessitando do Estado como soberano absoluto para
garantir a paz;
interpretar a teoria de Locke como maneira mais adequada de defender a
propriedade ao atribuir o poder supremo ao legislativo;
comparar as ideias de Hobbes e Locke com as de Rousseau, para o qual o
contrato social é uma forma de garantir a liberdade dos homens;
analisar as ideias de Montesquieu sobre lei, sobre liberdade e sobre o
arranjo no exercício do poder que garante a liberdade política, por meio da
separação de poderes;
conhecer as teorias sobre a origem e a evolução histórica do Estado, bem
como formular um conceito para o fenômeno do Estado.
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Bibliografia
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BITTAR, E. C. B. Teoria do Estado: filosofia política e teoria da democracia. 5. ed.
São Paulo: Atlas, 2016.
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BR&tbo=p&tbm=bks&q=inauthor:%22Afonso+Arinos+de+Melo+Franco%22).
Ciência política. 20. ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
DALLARI, D. de A. Elementos de teoria geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2013.
FERREIRA FILHO, M. G. Princípios fundamentais do Direito Constitucional. 3. ed.
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