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Universidade Estadual de Feira de Santana

EDU115 - Política e Gestão Educacional


Professor Fábio Dantas de Souza Silva
Aluno: Fábio Henrique da Silva Mota

Relatório

Os textos "Políticas educacionais neoliberais e escola: uma qualidade de educação


restrita e restritiva" de Libâneo e Freitas e "O Estado Brasileiro: Gênese, Crise,
Alternativas" de Carlos Nelson Coutinho são obras importantes que abordam
questões-chave relacionadas à educação e ao Estado brasileiro. Ambos os textos
problematizam conceitos e oferecem análises críticas sobre o contexto político, social e
educacional do Brasil.
No texto de Libâneo e Freitas, é discutido o impacto das políticas educacionais
neoliberais no Brasil e sua influência na qualidade e no acesso à educação pública. Os
autores problematizam o neoliberalismo como uma ideologia que busca a redução do
papel do Estado na garantia de políticas públicas, como a educação. Eles explicam que
essas políticas favorecem a privatização, a mercantilização e a seletividade no sistema
educacional.
Libâneo destaca que as políticas neoliberais se inserem em um contexto de
globalização econômica e cultural, que determina uma lógica de mercado às relações
sociais e aos serviços públicos. Sendo assim, a educação passa a ser vista como um
produto a ser consumido pelos clientes que são alunos, pais ou empresas, que devem
ser satisfeitos com os resultados alcançados através do desempenho. Libâneo critica
essa visão utilitarista da educação, que desconsidera os aspectos históricos, sociais,
culturais e de classe, defendendo que a qualidade da educação deve ser entendida
como um direito social e humano.
Também é ressaltado a importância da escola pública como um espaço de socialização
e formação do cidadão e alertam que as políticas neoliberais destacam apenas a
formação técnica, deixando de lado a dimensão humana e crítica do processo de
ensino. Essa abordagem restritiva acaba limitando o potencial transformador da
educação, que é a emancipação.
Carlos Nelson Coutinho analisa a formação histórica do Estado no Brasil, desde a
colonização até os governos neoliberais dos anos 1990. Coutinho explica que o Brasil
se caracterizou por ter um Estado forte e autoritário, em contraste com uma sociedade
civil subordinada. Esse modelo de estado foi responsável por conduzir as
transformações sociais no país, sempre de cima para baixo, sem a participação
popular. Coutinho argumenta que esse processo gerou uma crise do Estado brasileiro,
que se manifesta na perda de legitimidade, na incapacidade de atender às demandas
sociais e na submissão aos interesses do capital internacional.
O autor explica também a necessidade de superar a crise do estado brasileiro por meio
da construção de um Estado democrático-popular. Ele defende a busca por uma
sociedade mais igualitária, com políticas públicas efetivas, a participação popular e
justiça social. Nesse sentido, a educação desempenha um papel essencial como um
direito social e como um instrumento de transformação social.
Coutinho argumenta que a educação deve ser entendida como um direito humano
fundamental, que precisa ser garantido pelo Estado. Ele enfatiza a importância de uma
educação pública, laica, inclusiva e de qualidade, que promova o desenvolvimento
integral dos sujeitos e contribua para a construção de uma sociedade mais justa e
democrática.

Referências:

LIBÂNEO, José Carlos; FREITAS. Políticas educacionais neoliberais e escola


pública: uma qualidade restrita de educação escolar. Editora Espaço Acadêmico,
2018.

COUTINHO, Carlos Nelson. O Estado brasileiro: gênese, crise, alternativas.


Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro:
Editora Fiocruz, 2006.

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