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(Questão) Quais os desafios para se pensar a docência no que toca o debate sobre políticas
educacionais contemporâneas em especial na formação do/da professor/professora?
As consequências dessa lógica são inúmeras, tanto quando aplicada na educação quanto
aplicada aos métodos de governo, como é apontado na obra de Koga e Guidani, dentre elas
estão: a precarização da educação pública, a privatização do ensino, a hierarquização das
profissões a partir de sua importância para o mercado — fatores, estes especificamente, que
contribuem ativamente para a continuidade da hierarquia social vigente, excludente e
moldada conforme os interesses dos estratos superiores da sociedade — e a desvalorização da
figura do professor, visto por essa lente como uma figura ineficiente, mal capacitada, mal
remunerada e por consequência disso responsável pela qualidade inferior do ensino público
brasileiro. Mais além, essa prática neoliberal interfere diretamente na atuação do docente,
que é cada vez mais compelido a produzir resultados quantificáveis e seguir uma cartilha de
ensino pré-estabelecida. Essas interferências tirânicas da lógica neoliberal sobre a educação
têm como objetivo principal garantir a soberania do capital perante a vida e o controle social,
em detrimento da formação de uma sociedade crítica e emancipada.
A partir das leituras dos textos de Koga e Guindani e de Perroni, observa-se como a lógica
neoliberal tem se manifestado no Estado brasileiro, através da ideologia dominante por ele
assimilada e disseminada através da educação, setor da sociedade profundamente afetado pela
lógica neoliberal, com consequências prejudiciais para a formação crítica e cidadã dos alunos
e para a gestão democrática da educação. Diretamente impactada por essa ideologia
dominante de mercantilização, a formação do professor vê-se comprometida diante desse
cenário através da primazia da quantidade sobre a qualidade no Ensino, onde o professor e a
escola são bonificados ou punidos de acordo com as avaliações de seus alunos por meio do
estabelecimento de testes padronizados efetuados como métricas para o ensino, limitando a
capacidade didática e o incentivo à criatividade e a diferença pelo próprio docente. É
necessário lutar por uma educação que esteja a serviço do desenvolvimento humano e social,
por uma escola acessível; que proteja e respeite as diferenças nas múltiplas formas de
sociedade em ação e transformação no mundo; que a formação e a atuação do docente sejam
preservadas em seu objetivo de elevar e inovar a qualidade do ensino e capacidade de
raciocínio de seus alunos, em oposição à lógica capitalista que busca apenas a primazia do
capital sob a vida e o controle social através de uma dominação ideológica disfarçada de
educação libertadora.
BIBLIOGRAFIA