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FUVEST 2022

Exasiu
Introdução à Álgebra
CPF 41999250826

Professor Marçal

AULA 00

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Sumário
Introdução ............................................................................................................... 3
Metodologia do curso ............................................................................................................................ 4
Cronograma ............................................................................................. Erro! Indicador não definido.
1. Conceitos iniciais .................................................................................................. 6
1.1. Diferença entre Expressões, Igualdades, Equações, Inequações e Funções ................................... 8
2. Expressões ......................................................................................................... 12
2.1. Expressões aritméticas .................................................................................................................. 12
2.2. Expressões algébricas.................................................................................................................... 13
3. Equações ............................................................................................................ 18
3.1. Equações de primeiro grau ........................................................................................................... 18
3.2. Equações do segundo grau ........................................................................................................... 20
4. Inequações ......................................................................................................... 27
4.1. Inequação do primeiro grau .......................................................................................................... 27
4.2. Inequação simultânea ................................................................................................................... 32
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5. Noções intuitivas sobre Funções ........................................................................ 34


6. Conjuntos ........................................................................................................... 36
6.1. Aplicação dos diagramas de Venn-Euler ....................................................................................... 37
6.2. Conjuntos numéricos ..................................................................................................................... 41
7. Questões de vestibulares anteriores .................................................................. 54
8. Gabarito das questões de vestibulares anteriores .............................................. 73
9. Questões de vestibulares anteriores resolvidas e comentadas ........................... 74
10. Considerações finais ....................................................................................... 127

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Introdução

Olá, pessoal!
Com satisfação começamos aqui nosso curso preparatório para o vestibular.
Meu nome é Marçal, graduado em Matemática pela UFSJ, Universidade Federal de São João del Rei,
professor em cursos pré-vestibulares desde 1999. Como tutor, orientei dezenas de estudantes ao longo do
espinhoso caminho até a aprovação em exames vestibulares de alto desempenho como Fuvest, Unicamp,
ITA, AFA, entre outros. Ao longo da vida, com satisfação, elegi a Matemática como ferramenta pessoal para
construção do conhecimento.
Minha missão aqui é dar a você todos os recursos e condições de aprovação em um dos vestibulares
mais procurados do país.
Como costumo dizer aos meus alunos, aproveite ao máximo o conteúdo e tenha em mente que nada
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se conquista sem esforço. Se, por um lado, estamos oferecendo a você um material de alta qualidade, por
outro, você terá que se preparar para muitas e muitas horas de trabalho duro. Não negligencie o seu
desenvolvimento.
Ah, e se aparecer aquela dúvida enquanto estuda? É só entrar em contato, teremos prazer em ajudar.

/professormarcal /professor.marcal /professormarcal

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Metodologia do curso
Nossas aulas abrangerão todo o conteúdo cobrado nas provas, de forma ampla, com centenas de
exercícios resolvidos detalhadamente para que você possa construir seu conhecimento a cada passo, em
cada detalhe.
E a Matemática é cheia deles, os detalhes, não é mesmo?
Nosso curso é composto por PDFs, com teoria e exercícios, e videoaulas.
A parte teórica é completa, porém objetiva, trazendo as informações necessárias à parte
subsequente, os exercícios direcionados. O conjunto de aulas traz os assuntos cobrados nos últimos anos,
além de outros, fundamentais para entender os tópicos oficiais de seu edital.
Nós passaremos, durante o curso, por todo o conteúdo programático do seu vestibular, portanto,
não será necessário que você procure materiais de diversas fontes como complemento, economizando, além
de dinheiro, um tempo precioso a ser utilizado efetivamente na sua preparação.
Utilizaremos questões específicas, questões inéditas e questões de outras bancas, quando
pertinentes ao momento de seu aprendizado.
Em geral, as provas de vestibular estão em constante mudança. No entanto, quando falamos em
matemática, a maior parte do conteúdo programático é universal. Assim, mesmo questões de outras bancas,
ou ainda questões mais antigas, cumprem muito bem o papel de suporte na sua preparação. Não as
negligencie.
Ao final do curso, com literalmente centenas de exercícios em sua experiência, você terá todas as
condições para fazer uma excelente prova e alcançar sua almejada aprovação.
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Vamos começar?

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Cronograma

Aula Tópico

Aula 00 Introdução à Álgebra

Aula 01 Introdução à Função

Aula 02 Funções

Aula 03 Trigonometria

Aula 04 Progressões
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Aula 05 Matrizes

Aula 06 Sistemas Lineares

Aula 07 Análise Combinatória

Aula 08 Probabilidades

Aula 09 Complexos

Aula 10 Polinômios

Aula 11 Geometria Plana

Aula 12 Geometria Plana Parte 2

Aula 13 Geometria Espacial

Aula 14 Geometria Analítica

Aula 15 Matemática Financeira

Aula 16 Estatística

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Meu Vestibular
Sabemos que há muita coisa a estudar, não só na matemática, como em todas as disciplinas cobradas
no edital.
Com esse conteúdo todo, uma dúvida muito comum, sobretudo no início dos estudos, é se há tópicos
que devem ser estudados mais que outros, ou ainda, se devemos estudar apenas os tópicos que mais caem
e deixar os outros de lado.
Na preparação para o vestibular, deixar tópicos de lado é uma armadilha e a explicação é simples: os
tópicos que mais caem são, comumente, complexos, pois exigem vários conceitos como pré-requisitos. Não
é à toa que Funções e as Geometrias (Plana, Espacial e Analítica) estão entre os tópicos mais cobrados nos
últimos 30 anos (talvez mais!).
Vejamos como foi no vestibular da FUVEST nos últimos 5 anos:
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Percebeu?
Não há escapatória, precisamos aprender bem os conceitos basilares e, após isso, desenvolver-nos
nos tópicos mais complexos.
Dessa forma, nós vamos percorrer o caminho mais sólido possível para que você consiga fazer uma
excelente prova e ainda tire proveito de tudo o que aprendeu.
E qual é esse caminho?
Simples: desenvolveremos uma base forte por meio do conhecimento teórico e da prática com
exercícios.
Veja bem, eu disse simples, não significa que será fácil!
Teremos muito trabalho pela frente, então, conte comigo durante a sua preparação e dedique-se.
Durante o curso, colocarei à sua disposição, na área do aluno, algumas provas resolvidas, além dos
exercícios que já estão na aula. Essas provas não estarão dentro das aulas e sim como um PDF extra. Como
são provas, elas trarão assuntos que, porventura, não foram vistos até o momento do curso e esse é o intuito.
Quero que você, sempre que passar por uma aula que tenha a prova disponível, faça-a.
E as questões para as quais eu não vi o assunto ainda?
Elas funcionarão como um spoiler.
Acredite, a curiosidade é um poderoso fomento para o seu aprendizado. Ao ver um assunto que,
hoje, parece misterioso, sua memória guardará essa informação e, ao chegar à aula correspondente, dará
mais prioridade ao guardar o assunto.

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E não se esqueça, não guarde suas dúvidas. Os erros que você comete hoje são vitais para mostrar a
você em quais tópicos você precisa melhorar, o que é preciso revisar e o que é preciso estudar novamente,
na íntegra.
Quando preciso, utilize o fórum de dúvidas, é outra ferramenta importantíssima no seu
desenvolvimento, combinado?
Vamos começar!
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1. Conceitos iniciais
Provavelmente você já deve ter estudado algo sobre a disciplina que começamos agora, mas você
sabe definir o que é a Matemática?
Para início de conversa, Matemática é uma ciência e seu foco de estudo é a relação entre objetos
abstratos, sobretudo pelo método dedutivo.
A Matemática tem muitas ramificações e estudaremos um pouco delas neste curso, com ênfase dada
à resolução de exercícios para o seu vestibular.
Mas professor, já li muitos materiais sobre matemática e sempre tenho dificuldades. Como me
aconselha a estudar?
Essa é simples: teoria + exercícios. Não tem remédio, a prática é necessária para aprender algo da
Matemática.
O Professor Elon Lages Lima, em seu livro Curso de Análise, Vol. 1 diz: “Matemática não se aprende
passivamente”.
De início, vamos esclarecer alguns conceitos que serão importantíssimos para o bom transcorrer de
nosso curso.
Muito do que veremos agora você já viu nos anos finais do ensino fundamental ou no ensino médio,
mas a citação deles é vital para seguirmos de forma segura.
Vamos a eles.
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1.1. Expressões, Igualdades, Equações, Inequações e Funções


Mesmo bons alunos tendem a aproximar o significado de todas estas palavras: expressões,
igualdades, equações, inequações e funções.
Talvez seja por causa de seu núcleo comum, alicerçado fortemente na aritmética e na álgebra,
quando resolvíamos centenas de exercícios com o mesmo enunciado, “Simplifique as expressões”.
Daí a considerar as igualdades, equações, inequações e até mesmo as funções como expressões foi
um passo. Tudo o que se via com sinais matemáticos era colocado na mesma categoria.
Oras, professor, mas não são sinônimos?
De forma alguma!
Nessa aula, veremos a diferença entre elas e aprofundaremos nosso conhecimento.
Comecemos pelas expressões. Elas podem ser tanto aritméticas (ou numéricas) quanto algébricas. As
aritméticas apresentam apenas números em sua composição, enquanto as algébricas, variáveis.

Expressões

Aritméticas Algébricas

4.{25 – [ 50 –14÷(8-6).7]} 𝑥 2 − 2𝑥 + 1

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Simplificando a expressão aritmética
4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}
verá que seu resultado é 96.
Vamos detalhar os métodos para essa transformação ainda nessa aula, mas não agora. Aqui eu
preciso que você foque apenas na diferenciação entre as maneiras de escrita que usaremos em todo o curso.
Aliás, você as usará em toda a sua carreira acadêmica em exatas!
Retomemos.
Escrever
4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}
é exatamente o mesmo que escrever 96, são equivalentes.
Para usar uma expressão popular antiga, você trocou seis por meia dúzia.
Com expressões algébricas não é diferente, veja o nosso exemplo:
𝑥 2 − 2𝑥 + 1
O que você faz com isso?
Bom, você pode escrever de outra maneira, simplificar, fatorar, expandir...
Se você se lembra dos produtos notáveis, perceberá rapidamente que
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = (𝑥 − 1)2
Ou seja, escrever
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𝑥 2 − 2𝑥 + 1
é exatamente o mesmo que escrever
(𝑥 − 1)2
porém, na forma fatorada.
É extremamente importante que você perceba que não podemos fazer um gráfico dessa expressão,
não podemos falar sobre o comportamento da função nem falar sobre quanto vale a incógnita x. Tudo o que
podemos fazer é escrevê-la de outro modo.
Lembre-se, expressões trazem um valor, numérico ou algébrico.
Agora uma mudança importante, o símbolo de igualdade, também conhecido como sinal de igual
(=). Com ele as coisas mudam de significado.
Ao usar o sinal de igual entre expressões aritméticas, temos literalmente uma igualdade, que pode
admitir valores lógicos ou de Verdadeiro (V) ou de Falso (F) (mas não ambos). Acompanhe.
4 . 3 = 12 → (𝑉)
4 . 3 = 29 → (𝐹)
Já ao adicionarmos o sinal de igual na Expressão Algébrica
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
o que era uma expressão, passa a ser uma pergunta, uma equação.

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A equação
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
é exatamente o mesmo que a pergunta: qual o número de cujo quadrado foi subtraído seu dobro e,
a essa diferença somado um, resultou em nove?
Perceba que a pergunta na forma escrita é um pouco indigesta. A notação matemática, apesar dos
pesares, vem para facilitar a comunicação e o entendimento.
Outro ponto a ser notado é que, enquanto a equação aritmética admite valores ou de Verdadeiro (V)
ou de Falso (F), não podemos dizer o mesmo sobre equações algébricas. Não se pode olhar para uma equação
do tipo
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
e dizer se é verdadeira ou falsa. A esse tipo de informação matemática chamamos sentença aberta;
uma sentença que não admite valores de verdadeiro ou falso.
Muito bem. O exemplo acima trouxe uma Equação do segundo grau. Com equações do primeiro grau,
o pensamento é o idêntico. A equação
2𝑥 + 3 = 11
é equivalente a perguntar: qual é o número cujo dobro somado a três resulta em onze?
Perceba que, em ambos os casos, espera-se uma resposta, que pode conter de nenhum a vários
números, mas sempre uma resposta.
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Ao fazer um exercício sobre expressões você também oferece uma resposta, mas é preciso que você
entenda: não foi a própria expressão que trouxe a pergunta e sim o enunciado do exercício na forma de
comando ou questão propriamente dita. “Simplifique as expressões” ou “Qual é o valor da expressão?” são
comandos muito comuns nas provas.
Falaremos sobre as técnicas de resolução para essas equações mais adiante, o importante aqui é que
fique absolutamente claro para você até aqui a diferença entre Expressão e Equação.
Vamos adiante?
Agora é a vez das Inequações:
Como as Equações, as Inequações também fazem pergunta. No caso
2𝑥 + 3 > 11
a pergunta seria algo do tipo: quais são os números possíveis cujos dobros somados a 3 são maiores
que onze?
Enquanto na igualdade tínhamos, para
2𝑥 + 3 = 11
apenas um valor como resposta, o número 4, na inequação
2𝑥 + 3 > 11
temos infinitos valores.

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São respostas igualmente válidas para essa inequação os números {8, 12, √50, 10𝜋 … }.
Na verdade, qualquer número superior a 4 satisfaz a condição da inequação em voga. A esse conjunto
de valores, damos o nome de intervalo. Dessa forma, uma resposta mais apropriada seria, naturalmente,
𝑥>4
Detalharemos o método de resolução das inequações mais à frente nessa aula, não se preocupe com
isso agora.
O próximo passo é muito importante, pois vamos diferenciar Equação de Função.
Enquanto Equação e Inequação fazem uma pergunta acerca do(s) valor(es) da incógnita, que
chamamos até aqui de “x” (pode, literalmente, ser qualquer símbolo) a Função traz informação, ela não
pergunta coisa alguma!
São vários os modos de se representar uma função, vejamos os principais:
𝑦 = 2𝑥 + 3
𝑦(𝑥) = 2𝑥 + 3
𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 3
Todas essas notações representam a mesma função, uma variável “em função” da outra, uma variável
dependente da outra.
Vamos a um exemplo prático. Você trabalha em uma loja de aparelhos de som e seu salário é
composto por um salário fixo de R$ 1 000,00 somado à comissão de R$ 500,00 a cada aparelho vendido no
mês.
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Salário fixo R$ 1 000,00


Comissão a cada aparelho de som vendido R$ 500,00
Uma maneira para representar seu salário no mês é por meio da função, seu salário S em função do
número n de vendas:
𝑆(𝑛) = 1 000 + 500. 𝑛
Assim, caso você venda 3 aparelhos de som em um mês, seu salário será:
𝑆(3) = 1 000 + 500.3
𝑆(3) = 2 500
Perceba que esse não é seu salário sempre, é só para quando você fizer exatamente 3 vendas. Não é
possível saber quanto você ganhará no próximo mês, ou no próximo natal.
Função não faz perguntas, lembra? Ela só informa algo a você. Resumindo:

Expressão Equação Inequação Função


2x+3 2x+3=11 2x+3>11 y=2x+3

Não faz pergunta Faz pergunta Faz pergunta Não faz pergunta

Traz relação entre duas


Traz um valor Respostas pontuais Intervalo de resposta
ou mais variáveis

x=4 x>4

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2. Expressões

2.1. Expressões aritméticas


Como já deve estar claro para você, expressões podem ser manipuladas, fatoradas, simplificadas,
expandidas.
Estudemos com mais cuidado essas possiblidades.
Expressões algébricas marcam por demandarem conhecimentos básicos das quatro operações. Para
resolver à expressão exposta como exemplo, precisamos ter em mente alguns conceitos do ensino
fundamental.
Os elementos parênteses, colchetes e chaves devem ser resolvidos nessa ordem, obrigatoriamente.
As operações também têm ordem certa para serem resolvidas. Multiplicações e divisões têm
precedência sobre somas e subtrações.
Ordem de resolução

Elementos () [] {}
Operações x÷ +-
Professor, não sei se entendi bem. Entendi que primeiro se resolve o que estiver entre parênteses,
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depois entre colchetes e, finalmente, entre chaves. Mas como fica a prioridade entre uma multiplicação e
uma divisão, quem tem precedência? E entre soma e subtração?
Excelente pergunta.
Pois bem, se não houver operador algum para ditar a ordem, deve-se resolver a operação que
aparecer primeiro na ordem de escrita, ou seja, da esquerda para a direita. Isso vale tanto para multiplicações
e divisões quanto para somas e subtrações.

Para prioridades, consideraremos as potências e raízes semelhantes à multiplicação!

Como fica, então, a resolução da expressão algébrica anterior? Fácil, veja:


4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}
Primeiro os parênteses, claro.
4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]}
4{25 − [50 − 14 ÷ 2.7]}

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Agora, os colchetes. Mas vá com calma! Perceba que há tanto uma divisão quanto uma multiplicação
a fazer. Qual deles faremos primeiro? Isso, a divisão, pois ela aparece à esquerda, na ordem de escrita.
4{25 − [50 − 14 ÷ 2.7]}
4{25 − [50 − 7.7]}
Os colchetes ainda não foram resolvidos, então continuamos nele.
4{25 − [50 − 49]}
4{25 − 1}
Finalmente, as chaves.
4{25 − 1}
4.24
96
Atualmente, a escrita mais comum para a expressão que acabamos de resolver é
14 14
4{25 − [50 − 14 ÷ (8 − 6). 7]} = 4 {25 − [50 − 7]} = 4 (25 − (50 − 7))
(8 − 6) (8 − 6)
Essa escrita acaba por eliminar boa parte das dúvidas sobre precedência por ser uma escrita mais
intuitiva. No entanto, atenção é sempre necessária.

2.2. Expressões algébricas


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As expressões algébricas têm uma característica marcante: a presença de incógnitas; letras


simbolizando números desconhecidos, incógnitos, daí o nome.
Atenção, todas as expressões algébricas apresentam incógnitas, porém nem tudo o que apresenta
incógnitas é expressão algébrica.
Existem vários tipos de expressões algébricas. Temos as de primeiro grau, de segundo grau, racionais,
trigonométricas, para citar somente algumas.
As expressões algébricas estão sujeitas à modificação na escrita, fatoração, simplificação, expansão.
O que não conseguimos é encontrar o valor da incógnita, pois, para isso, necessitaríamos de uma equação.
Veja um exemplo de questão que deixa explícito a transformação de uma expressão:

CAI NA PROVA

1. (ESPN/2018)

O valor numérico da expressão


𝒙 𝟑 − 𝒚𝟑
𝒙𝟑 + 𝒙𝟐 𝒚 + 𝒙𝒚𝟐
Para 𝒙 = 𝟎, 𝟖 e 𝒚 = 𝟎, 𝟑 é igual a:

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a) 𝟎, 𝟑𝟐𝟓

b) 𝟎, 𝟏𝟐𝟓

c) 𝟎, 𝟒𝟏𝟓

d) 𝟎, 𝟔𝟐𝟓

e) 𝟎, 𝟐𝟕𝟓
Comentários
Muito bem. Perceba que o exercício informa uma expressão algébrica e os valores a serem
substituídos em 𝑥 e 𝑦. Não temos aqui que interpretar um problema, achar raízes de equações ou
descrever funções. Basta-nos transformar a expressão de algébrica para aritmética, ou seja, reescrever a
expressão, para chegar à resposta do exercício. Acompanhe.
𝑥3 − 𝑦3
𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦 2
Como precisamos dos valores 𝑥 = 0,8 e 𝑦 = 0,3, façamos a substituição direta:
0,8 3 − 0,33
0,83 + 0,82 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,32

08 ⋅ 08 ⋅ 08 − 0,3 ⋅ 0,3 ⋅ 0,3


08 ⋅ 08 ⋅ 08 + 08 ⋅ 08 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,3 ⋅ 0,3
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0,512 − 0,027
0,512 + 0,64 ⋅ 0,3 + 0,8 ⋅ 0,09

0,485
0,512 + 0,192 + 0,072

0,485
= 0,625
0,776
Nesse tipo de questão, onde precisamos substituir os valores diretamente, precisamos estar
cientes de que se trata de uma expressão cujo valor será calculado e, além disso, ter alguma habilidade
com as operações fundamentais: soma, subtração, multiplicação e divisão.
Gabarito: d)

A questão pediu exatamente para transformar uma expressão por meio de outra. Um caso de
substituição.
Poderíamos, alternativamente, ter os casos de fatoração ou de expansão, que veremos no próximo
tópico.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 14


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2.2.1 Expressões algébricas de segundo grau
São expressões do tipo
𝑎𝑥 2 − 𝑏𝑥 + 𝑐
Onde a, b e c representam coeficientes numéricos e x, a incógnita.
Atenção, nem toda letra é incógnita. Nesse exemplo, estamos considerando apenas o x como
incógnita, ok? Os coeficientes variarão de exercício para exercício e x está representando a incógnita do
problema. Alternativamente você pode usar qualquer letra para coeficientes e para incógnitas. No entanto,
é comum usarmos as letras iniciais do alfabeto para coeficientes e as finais para incógnitas, todas em
minúsculo.
Um exemplo é a expressão já utilizada anteriormente
𝑥 2 − 2𝑥 + 1
E o que podemos fazer com essa expressão? Bem, uma opção é fatorá-la. Às vezes isso facilita
bastante nossa vida nas resoluções.

2.2.2. Fatoração e desenvolvimento


Fatorar significa transformar em fatores, “partes” de uma multiplicação cujo resultado é o produto.
Ao se multiplicar 4 por 3, obtém-se 12. O 4 e o 3 são os fatores e o 12, o produto.
4 . 3 = 12
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Fator 1 Fator 2 Produto

Do mesmo modo que podemos fatorar um número, que sozinho é uma expressão aritmética,
podemos também fatorar uma expressão algébrica. As técnicas para a fatoração são distintas, mas ambas
são fatorações.
Para isso, ambas as expressões devem, obviamente, ser equivalentes, uma seja escrita na forma
expandida e a outra, na forma fatorada.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 15


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Os produtos notáveis são excelentes exemplos disso, pois são produtos, resultado de multiplicações.

Fatorações nos serão muito úteis durante nosso curso. Os desenvolvimentos destas e de algumas
outras estão no capítulo “Fórmulas, demonstrações se comentários”, não deixe de passar por lá, ok?
Por enquanto, eis algumas das mais frequentes.
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)2
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)2
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎 + 𝑏)
𝑎3 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )
𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3
𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)3

Importante ressaltar que a fatoração transforma uma expressão expandida em uma fatorada,
enquanto os produtos notáveis se dão no sentido oposto: estão expandindo, desenvolvendo, uma expressão
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algébrica. Em que pese, as fórmulas são exatamente as mesmas.

Fatoração

𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝒂 + 𝒃)𝟐

Desenvolvimento

Agora já podemos fatorar nossa expressão de exemplo:


𝑥 2 − 2𝑥 + 1
Verificamos se tratar do caso de diferença de dois quadrados e explicitamos os coeficientes a, b e c
constantes de nossa fórmula:
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑥 2 − 2. 𝑥. 1 + 12
E usamos nossa fórmula no sentido da fatoração:
𝑥 2 − 2. 𝑥. 1 + 12 = (𝑥 − 1)2

AULA 1 – Introdução à Álgebra 16


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CAI NA PROVA

2. (IFSC/2018)

Considere 𝒙 o resultado da operação 𝟓𝟐𝟓𝟐 − 𝟓𝟐𝟑𝟐 .

Assinale a alternativa CORRETA, que representa a soma dos algarismos de 𝒙.

a) 𝟏𝟖

b) 𝟏𝟑

c) 𝟎𝟐

d) 𝟏𝟕

e) 𝟎𝟒
Comentários
Aqui temos dois caminhos interessantes a seguir. Um mais trabalhoso (fazer a conta diretamente)
e outro mais tranquilo (utilizar fatoração).
Resolvamos de ambas as formas para que você tenha amplitude de conhecimento e,
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consequentemente, possa definir sua preferência na hora da prova.


Primeiro, façamos pelo método direto: fazer os cálculos diretamente.
5252 − 5232
275 625 − 273 529
2096
Mas professor, foram só três linhas para chegar ao resultado! Tem maneira mais fácil que essa?
Pois é, tem sim. Na verdade, aqui não está a operação de multiplicação propriamente dita, que foi
necessária para calcular os quadrados. Essa é justamente a parte mais trabalhosa.
No intuito de evitarmos esse trabalho, podemos utilizar nossos conhecimentos sobre fatoração.
Perceba que a questão traz, diretamente, a diferença entre dois quadrados.
Oras, diferença entre dois quadrados é um dos produtos notáveis, lembra?
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)
Reescrevendo com os dados do exercício, temos:
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏)
5252 − 5232 = (525 + 523)(525 − 523)
5252 − 5232 = 1048.2
5252 − 5232 = 2096
Mesmo que tenhamos escrito um pouquinho mais, usando o produto notável conseguimos reduzir
consideravelmente a complexidade dos cálculos, diminuindo bastante o tempo na resolução da questão.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 17


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Mas professor, não há resposta com esse valor!
Calma, não acabamos ainda. É extremamente importante estarmos cientes do que estamos
calculando. Veja que o enunciado pede a SOMA dos algarismos e não o resultado diretamente.
Sendo assim, a soma solicitada é dada por:
2096 → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 2 + 0 + 9 + 6 = 17
Portanto, alternativa d) para essa questão.
Ressalto que não há um jeito “mais certo” que outro. O melhor jeito mesmo é o que você consegue
enxergar na hora da prova e executar corretamente.
O que acontece é que, com experiência em resolução de exercícios e conhecimento teórico
adequado, você acabará por ter suas preferências de resolução, otimizando seus resultados.
Gabarito: d)

3. Equações
O termo igual vem do latim aequus, que deu origem ao verbo aequo, e significa, literalmente, plano,
nivelado, pareado. Ao adicionarmos o sufixo allis ao verbo, chegamos a aequalis que, por fim, nos traz a ideia
de igualar, colocar em mesmo patamar, equiparar.
As equações, de forma geral, carregam uma pergunta: quais são os valores para uma certa incógnita
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que satisfazem uma condição pré-determinada?


Como visto na introdução, consideraremos aqui equação como igualdade envolvendo expressão
algébrica.
A princípio, estudaremos as equações de primeiro grau, de segundo grau e
modulares. Existem muitos outros tipos de equações, como as equações logarítmicas,
exponenciais e trigonométricas, e estas serão estudados dentro de seus tópicos
específicos.
Na verdade, é improvável que você faça uma prova de vestibular sem o auxílio
de expressões, equações ou funções. Esse conteúdo inicial é vital para seu
entendimento de todos os outros tópicos que veremos no curso, portanto, dedique-
se a ele com carinho.

3.1. Equações de primeiro grau


Uma equação do primeiro grau é algo do tipo:
𝑎𝑥 + 𝑏 = 0
Onde a incógnita é representada pela letra 𝑥 e os coeficientes 𝑎 e 𝑏 variam de equação pra equação.
Podemos representar as incógnitas e os coeficientes por quaisquer letras, como já vimos, mas daremos
preferência ao modelo padrão apresentado.
Para resolver uma equação de primeiro grau, tenhamos em mente uma balança de pratos, ou uma
gangorra, se preferir, onde cada lado representa um membro da equação.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 18


127

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2𝑥 − 6 8

O equilíbrio da estrutura, representado pela horizontalidade da barra, é representado pelo sinal de


igual. Assim,
2𝑥 − 6 = 8
é a representação matemática do equilíbrio.
Muito bem, o que aconteceria a esse equilíbrio se adicionássemos, digamos, 6 unidades ao lado
esquerdo?
8
2𝑥 − 6 + 6

É evidente que essa adição desequilibraria a estrutura. O lado adicionado seria maior que o lado não
adicionado.
Então, o que podemos fazer para restaurar o equilíbrio sem ter que retirar o que somamos?
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Isso mesmo, adicionamos quantidade igual ao outro lado também!


2𝑥 − 6 + 6 8+6

Se a equação
2𝑥 − 6 = 8
representava o equilíbrio original, podemos pensar nas operações que fizemos como:
2𝑥 − 6 + 6 = 8 + 6
Não é costume escrevermos dessa forma nas resoluções, normalmente suprimimos a expressão
−6 + 6
e deixamos apenas
2𝑥 = 8 + 6
Isso dá a nítida impressão que o 6 “pulou” para o segundo membro da equação, o que não é verdade.
Quando fazemos essa operação, de mudar alguém de lado, estamos, na verdade, realizando a mesma
operação em ambos os lados da equação.
Dessa forma, acompanhemos o processo até o final para descobrirmos o valor da incógnita x.
2𝑥 − 6 = 8
2𝑥 = 8 + 6
2𝑥 = 14

AULA 1 – Introdução à Álgebra 19


127

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Dividindo ambos os lados por 2:
2𝑥 14
=
2 2
𝑥=7
Assim, dizemos que a solução, ou conjunto solução, da equação
2𝑥 − 6 = 8
É
𝑆 = {7}
Toda operação aqui é feita em pares. Aplicou em um membro da equação, aplica no outro. Não há
exceções. Podemos usar uma gama imensa de operações: adição, subtração, multiplicação, divisão,
potenciação, radiciação, logaritmos, integrais, derivadas, para citar somente algumas.
Uma vez chegando no resultado, podemos testar sua validade, substituindo-o no lugar da variável na
equação que lhe deu origem, veja
2𝑥 − 6 = 8
𝑆 = {7}
2.7 − 6 = 8
14 − 6 = 8
8 = 8 → (𝑉)
Chegamos a uma igualdade válida, isso quer dizer que nossa solução está correta e que 7 é realmente
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solução de 2𝑥 − 6 = 8.

A ideia é extremamente simples, mas não a menospreze. Saiba que, ao resolvermos exercícios, não
escrevemos todos os passos como acima. No entanto, é vital que você entenda o processo de resolução de
equações, pois nós o utilizaremos durante todo o curso e você, durante toda a sua carreira em exatas.

3.2. Equações do segundo grau


Equações do segundo grau têm a seguinte forma:
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Há várias maneiras de encontrarmos as soluções desse tipo de equação, mas antes precisamos notar
alguns detalhes.
As equações do segundo grau podem ser incompletas ou completas.
O que as diferencia é a presença ou não de todos os termos:
Termo de segundo grau 𝑎𝑥 2
Termo de primeiro grau 𝑏𝑥
Termo independente 𝑐

AULA 1 – Introdução à Álgebra 20


127

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Para que a equação seja de segundo grau, não pode faltar o termo quadrático, ou não teríamos uma
equação do segundo grau.
Entretanto, é plenamente possível termos equações do segundo grau sem os termos do primeiro
grau ou independente.

Completa 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0

Equação do
segundo grau Falta termo do 1º grau 𝑎𝑥 2 + 𝑐 = 0

Incompleta
Falta termo 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 = 0
independente

Para equações do segundo grau, podemos aplicar o mesmo método de resolução que aplicamos para
as equações do primeiro grau. No entanto, para que possamos aplicar a técnica diretamente, equação do
segundo grau deve estar incompleta.
Veja como é simples.

3.2.1. Equações do segundo grau da forma ax2 + c = 0


A equação do segundo grau
3𝑥 2 + 4 = 79
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está incompleta, pois o coeficiente do termo de primeiro grau é zero, 𝑏 = 0.


Para resolvê-la, basta aplicar os princípios que aprendemos para as equações de primeiro grau:
3𝑥 2 + 4 = 79
3𝑥 2 + 4 − 4 = 79 − 4
3𝑥 2 = 75
3𝑥 2 75
=
3 3
2
𝑥 = 25
√𝑥 2 = √25
|𝑥| = 5
𝑥 = ±5
Professor, por que esse módulo apareceu ali?
Daremos mais ênfase nos módulos em capítulo específico. Por enquanto, basta saber que √𝑥 2 não é
𝑥 e sim |𝑥|. Voltaremos nesse assinto com mais profundidade no decorrer do curso, ok?

AULA 1 – Introdução à Álgebra 21


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√25 = 5

Não é ±5, não é +5 e −5, não é +5 ou −5.


É 5.
Ou +5 se quiser.
A raiz de um número é única e, para o caso de números positivos, a raiz é somente positiva.
É muito comum a confusão, pois, ao economizar alguns passos nas resoluções, acabamos por
escrever
𝑥 2 = 25
𝑥 = ±√25
𝑥 = ±5
E o pior: essa notação está correta!
Então, professor, por que raios a raiz de 25 não é ±5?
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Calma. A notação está correta, mas são coisas diferentes. A a resposta apresentada não é para a
pergunta “Qual a raiz de 25?” e sim para “Qual número, elevado ao quadrado, resulta em 25?”.
Percebeu a diferença?
A equação
𝑥 2 = 25
como aprendemos no início da aula, é uma pergunta e
𝑥 = ±5
É a resposta para a pergunta dessa equação, “Qual número, elevado ao quadrado, resulta em 25?”,
e não para “Qual a raiz de 25?”.
Somente avance quando essa informação estiver bem clara para você.
Agora é um bom momento para notarmos que as equações de primeiro grau apresentam apenas
uma resposta, enquanto as de segundo grau podem ter até duas respostas reais distintas.

3.2.2. Equações do segundo grau da forma ax2 + bx = 0


Vejamos o caso das equações incompletas, mas com a ausência do termo independente, feito em
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
Aqui também se aplica o método das equações de primeiro grau, mas há um passo precedente
importante: fatorar a expressão do primeiro membro colocando o x em evidência.
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
𝑥(2𝑥 − 10) = 0

AULA 1 – Introdução à Álgebra 22


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Precisamos desse passo para fazer a seguinte análise: como há uma multiplicação de dois fatores e o
produto é zero, um dos fatores, obrigatoriamente, deve ser zero.
Assim podemos dividir nossos cálculos em duas partes
𝑥=0 (2𝑥 − 10) = 0
𝑥=0 2𝑥 = 10
𝑥=0 𝑥=5
Temos, então:
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
𝑆 = {0; 5}
Ou seja, se colocarmos tanto o zero quanto o cinco na equação de origem, chegaremos a uma
igualdade verdadeira. Vamos testar?
Teste para 𝑥 = 0 Teste para 𝑥 = 5
2. 02 − 10.0 = 0 2. 52 − 10.5 = 0
0+0=0 2.25 − 50 = 0
0 = 0 → (𝑉) 50 − 50 = 0
0 = 0 → (𝑉)
Como ambas as igualdades são verdadeiras, ambas as respostas satisfazem à equação proposta e são
válidas.
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3.2.3. Equações do segundo grau completas (ax2 + bx + c = 0)


Você pode estar pensando: por que será que não podemos aplicar diretamente o método das
equações de primeiro grau nas de segundo?
A resposta é simples: podemos, mas não devemos se queremos ganhar tempo.
Ao aplicar o método em questão nas equações de segundo grau
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
concluímos que suas duas respostas possíveis 𝑥 ′ e 𝑥 ′′ , são dadas por
−𝑏 + √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝑥′ =
−𝑏 ± √𝑏 2 − 4𝑎𝑐 2𝑎
𝑥= =
2𝑎 −𝑏 − √𝑏 2 − 4𝑎𝑐
′′
{𝑥 = 2𝑎
conhecida como fórmula de Bhaskara, apesar de não ter sido este seu criador.
Alguns livros didáticos trazem uma notação alternativa
∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
−𝑏 + √∆
−𝑏 ± √∆ 𝑥′ =
𝑥= = 2𝑎
2𝑎 −𝑏 − √∆
𝑥 ′′ =
{ 2𝑎

AULA 1 – Introdução à Álgebra 23


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As duas são idênticas em termos de significado, a segunda versão apenas isola o termo argumento
da raiz quadrada e o nomeia discriminante, representado pela letra grega delta. Anote-a, pois usaremos essa
separação para algumas análises futuras importantes.
Assim, a fórmula de Bhaskara é o resultado da aplicação prévia do método que utilizamos nas
equações de primeiro grau.
Outra opção para resolvermos equações do segundo grau se dá pelas Relações de Girard. No entanto,
veremos esse conteúdo e detalhes quando estudarmos polinômios.
Já sobre a fórmula de Bhaskara, a conversa é outra.
Vamos aplicá-la em uma resolução e verificar sua efetividade?
Dada a equação
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0
Perceba que já não conseguimos fatorá-la como um trinômio quadrado perfeito, como fizemos
anteriormente. Sendo assim, a fórmula de Bhaskara ajuda bastante.
∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1
5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5−1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Nossa solução, então, é
𝑆 = {3; 2}
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Você deve ter notado que, na fórmula de Bhaskara, há uma raiz quadrada.
Bem, para que raízes quadradas existam nos números reais, ela precisa ser não negativa, ou seja,
pode ser nula ou positiva.
E o que acontece se o discriminante (∆), que é o argumento da raiz quadrada, for negativo? Pode
isso?
Pode, mas, nesse caso, não existirão raízes reais para a equação. Mais à frente no curso você verá
que existirão raízes complexas, que vêm aos pares, mas isso é conversa para aula específica.
Por enquanto, dizemos apenas que não existem raízes reais que satisfaçam às condições da equação,
ou somente que não há raízes reais para a equação.
Vejamos na prática.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 24


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CAI NA PROVA

3. (Fuvest/2008)

A soma dos valores de 𝒎 para os quais 𝒙 = 𝟏 é raiz da equação

𝒙𝟐 + (𝟏 + 𝟓𝒎 − 𝟑𝒎𝟐 )𝒙 + (𝒎𝟐 + 𝟏) = 𝟎
é igual a
𝒂) 𝟓⁄𝟐

𝒃) 𝟑⁄𝟐

𝒄) 𝟎
𝒅) − 𝟑⁄𝟐

𝒆) − 𝟓⁄𝟐
Comentários
Os pontos importantíssimos que não podemos deixar passar antes de iniciar a resolução:
1) Temos uma equação do segundo grau na incógnita 𝑥 com coeficientes:
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𝑎=1
𝑏 = (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )
𝑐 = (𝑚2 + 1)
2) O exercício já forneceu o valor para a incógnita 𝑥, não precisamos calculá-la!
3) O exercício colocou uma condição e, por meio dessa condição, calcularemos o valor de 𝑚.
Dessa forma, mesmo 𝑚 não sendo a incógnita da equação quadrática em 𝑥, ao substituirmos o
valor 𝑥 = 1 na equação, teremos uma nova equação cuja incógnita passará a ser 𝑚.
Sei que parece um pouco confuso no início, mas é importante que façamos essas observações
desde o início do nosso curso para que você fique cada vez mais ciente do que se passa nas resoluções,
caso contrário você se limitaria a memorizar processos e, na matemática, o entendimento holístico do
processo é primordial.
Para ficar mais claro, sigamos passo a passo as orientações do enunciado.
Comando: 𝑥 = 1 é raiz da equação
Desenvolvimento do comando:
𝑥 2 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )𝑥 + (𝑚2 + 1) = 0
12 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 ). 1 + (𝑚2 + 1) = 0
1 + 1 + 5𝑚 − 3𝑚2 + 𝑚2 + 1 = 0
Agrupando os termos semelhantes:
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0

AULA 1 – Introdução à Álgebra 25


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Perceba que, aqui, temos uma nova equação cuja incógnita é justamente 𝑚 e cujos coeficientes
não são iguais aos da equação original, fique de olho!
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Voltemos ao enunciado.
Comando: A soma dos valores de 𝑚.
Desenvolvimento do comando:
Aqui temos duas possibilidades: Podemos calcular os valores de 𝑚 e soma-los ou podemos usar as
relações de Girard. Essas relações serão demonstradas mais à frente nessa mesma aula, então não se
preocupe muito com isso agora. Em uma segunda leitura da aula você já terá condições plenas de utilizá-
las na resolução, ok?
Calculando os possíveis valores de 𝑚 com a fórmula de Bhaskara
∆= (5)2 − 4. (−2). 3 = 25 + 24 = 49
−5 + 7 2 1
−5 ± √49 −5 ± 7 𝑥′ = = → 𝑥′ = −
𝑥= = ={ −4 −4 2
2. (−2) −4 −5 − 7 −12
𝑥 ′′ = = → 𝑥 ′′ = 3
−4 −4
Lembrando que estamos calculando a soma dos valores de 𝑚, então:
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1
𝑆 =− +3
2
Para soma de Frações, MMC. Não se lembra disso? Sem problema, revisaremos esse conteúdo mais
à frente também. Por ora, concentremo-nos no problema.
1
𝑆 =− +3
2
−1 + 6
𝑆=
2
5
𝑆=
2
O que nos leva à alternativa a) como nosso gabarito.
Professor, e como seria a resolução usando as relações de Girard?
Simples, olhando para a equação
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0
E definindo os coeficientes
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Uma das relações de Girard nos diz que a soma das raízes é dada por

AULA 1 – Introdução à Álgebra 26


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−𝑏 −5 5
𝑆= = =
𝑎 −2 2
Por enquanto, essa resolução usando as relações de Girard está figurando apenas como
curiosidade. Lá na aula sobre polinômios, veremos essas relações em detalhes, não fique assustado,
combinado?
Gabarito: a)

4. Inequações
Inequações, também chamadas de desigualdades, são informações acerca de duas expressões que
não são, necessariamente, iguais; podem trazer as relações de maior que, maior ou igual a, menor que,
menor ou igual a.
Vejamos a simbologia matemática usada para expressar essas informações:
𝑎 > 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑏
𝑎 ≥ 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑏
𝑎 < 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑏
𝑎 ≤ 𝑏 ⇒ 𝑎 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑜𝑢 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑙 𝑎 𝑏
Cuidado para não confundir os conceitos. Embora alguns autores considerem a diferença como uma
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inequação, vamos diferenciar esses conceitos a partir de agora.


A afirmação 𝑎 é diferente de 𝑏 é simbolizada matematicamente por:
𝑎≠𝑏
E, além disso, utilizamos a palavra diferença, também com sentido de subtração. Assim, a diferença
entre 𝑎 e 𝑏 é notada como
𝑎−𝑏
É muito comum necessitarmos das desigualdades envolvendo expressões e é exatamente esse nosso
próximo tópico de estudos.

4.1. Inequação do primeiro grau


Quando temos desigualdades que podem ser reduzidas a
𝑓(𝑥) > 0
𝑓(𝑥) < 0
𝑓(𝑥) ≥ 0
𝑓(𝑥) ≤ 0
onde 𝑓(𝑥) é, necessariamente, uma função do primeiro grau, temos uma inequação do primeiro
grau.
Para resolvê-las, na maioria dos casos, basta seguir a premissa de realizar as operações em ambos os
membros, como vimos nas equações.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 27


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Vejamos um exemplo.
6𝑥 + 5 > 8
6𝑥 > 8 − 5
6𝑥 > 3
6𝑥 3
>
6 6
1
𝑥>
2
Sem novidades.
Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em uma prova.

CAI NA PROVA

4. (PUC-RJ/2017)

Assinale a menor solução inteira da inequação 𝟒𝒙 − 𝟏𝟎 > 𝟐.

a) 2

b) 3
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c) 4

d) 12

e) 60
Comentários
O exercício é simples, mas necessário para consolidar o conhecimento.
Apliquemos os conceitos vistos para a resolução da inequação.
4𝑥 − 10 > 2
4𝑥 > 2 + 10
4𝑥 > 12
12
𝑥>
4
𝑥>3
Muito cuidado aqui para não assinalar a alternativa b). Nossos valores para 𝑥 devem ser maiores
que 3, não podem ser iguais a 3.
Vejamos como fica a representação de nossa resposta na reta dos reais.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 28


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Perceba que qualquer número maior que 3 já está incluso, por exemplo, 3,000000000001. No
entanto, o próprio 3 não está.
Assim, o menor inteiro que satisfaz a condição solicitada pelo exercício é, naturalmente, 4.
Gabarito: c)

4.1.1. Casos de inversão da inequação

Vimos que podemos fazer algo semelhante ao que fazíamos nas equações: a mesma operação nos
dos membros da inequação.
Mas será que isso vale sempre?
Vejamos um caso interessante:
−5𝑥 > 12 + 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12
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−6𝑥 > 12
−6𝑥 > 12
−6𝑥 12
<
−6 −6
𝑥 < −2
Professor, o que aconteceu ali com o sinal de > ? Por que ele virou < ?
Essa é uma peculiaridade das inequações ela e é muito importante.
Vejamos o motivo de isso acontecer.
Acompanhe o raciocino: quem está em situação mais favorável, ou menos desvantajosa
financeiramente; quem tem sobra de 𝑅$100,00 na conta poupança ou quem tem 𝑅$100.000,00?
Se o fator for somente o saldo, é óbvio que quem tem 𝑅$100 000,00 está em situação mais favorável.
Invertamos as coisas agora. Quem está em situação mais favorável, ou menos desvantajosa
financeiramente; quem tem deve 𝑅$100,00 no cheque especial ou quem deve 𝑅$100.000,00?
Imagino que você tenha respondido: quem deve 𝑅$100.000,00.
Essa relação de maior e menor é graças à reta dos números reais que ordena os números da esquerda
para a direita e nos diz, diretamente, que quem está à esquerda é sempre menor do que quem está à direita.
É por isso que colocamos uma setinha na ponta da reta. Não, não se deve colocar a setinha em ambas as
pontas!
Veja.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 29


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É por isso que podemos dizer, entre tantas outras possibilidades de comparação, que
100 000 é maior que 100 100 000 está à direita de 100
0 é maior que -100 0 está à direita de -100
-100 é maior que -100 000 -100 está à direita de -100 000
Quando falamos que
−6𝑥 > 12
Estamos informando que −6𝑥 é maior que ou igual a 12, ou seja, está acima, é maior, ou está à direita
de 12.
Do mesmo modo que a comparação entre 100 e 100.000 é invertida quando falamos em ambos
negativos, ao trocarmos os sinais de −6𝑥 e de 12, precisamos inverter a relação de desigualdade.
E onde foi que invertemos isso? Você pode se perguntar.
Foi quando dividimos ambos os lados por −6. À parte da relação numérica, quando dividimos ou
multiplicamos por um número negativo, alteramos o sinal do resultado de forma a inverter a desigualdade.
Foi o que aconteceu.
Há uma alternativa para o caso, que é não se utilizar de multiplicações ou divisões por negativos.
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−5𝑥 > 12 + 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12 + 𝑥 − 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12
−6𝑥 > 12
−6𝑥 + 6𝑥 − 12 > 12 + 6𝑥 − 12
−12 > 6𝑥
−12 6𝑥
>
6 6
−2 > 𝑥
Não precisamos inverter o sinal e chegamos à uma desigualdade equivalente, pois
𝑥 < −2
e
−2 > 𝑥
são equivalentes, informando que 𝑥 está à esquerda ou em cima de −2 na primeira ou que −2 está
à direita ou em cima de 𝑥 na segunda.
Em todo caso, a informação é

AULA 1 – Introdução à Álgebra 30


127

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E quanto, afinal, vale o 𝑥? Pois bem, não sei.
Só sabemos que ele está à esquerda de −2, ou seja, é menor que −2.
Graficamente, representamos os possíveis valores de 𝑥 hachurando a reta dos reais na região da
possibilidade demarcada pela inequação. Valores inclusos pelo sinal de igual na inequação são representados
por uma bolinha preenchida, enquanto os valores excluídos pela ausência do sinal de igual, por uma bolinha
não preenchida.

Mais um exemplo peculiar.


1 1
<
𝑥 5
Nesse exemplo, trabalhamos com o inverso de um número, também chamado de oposto
multiplicativo, ou ainda, de inverso multiplicativo.
Se temos qualquer número real 𝑎, o seu inverso é 1/𝑎. Assim, o inverso de 5 é 1/5, o inverso de 8 é
1/8 e assim por diante.
Bem, podemos pensar que, já que podemos fazer a mesma operação em ambos os membros da
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desigualdade, podemos apenas inverter os membros e a nossa inequação fica resolvida.


Bem, essa operação de inversão é válida, diretamente, nas equações, desde que o denominador de
cada uma das expressões não seja nulo.
Assim, se tivéssemos
1 1
=
𝑥 5
poderíamos escrever, diretamente, o inverso de cada membro da equação:
𝑥=5
No entanto, há uma particularidade nessa operação quando estamos tratando de inequações, veja.
Partamos de uma inequação reconhecidamente verdadeira:
2<3
Não há dúvidas de que 2 é menor que 3, então, podemos usar essa inequação como ponto de partida
para nosso raciocínio.
Vamos, então, inverter ambos os membros e ver a que chegamos:
1 1
2 3
Preencha a lacuna entre as frações com um sinal de maior ou de menor.
1 1
>
2 3

AULA 1 – Introdução à Álgebra 31


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Se pensarmos em comida, ao dividirmos uma pizza para 2 pessoas, cada uma come mais do que se
dividíssemos a mesma pizza para 3 pessoas, não é mesmo?
Então, ao fazermos a passagem de inversão em ambos os membros de uma inequação, o sinal de
desigualdade é invetido, do mesmo modo que vimos quando dividimos ou multiplicamos ambos os membros
por um número negativo.
Assim, temos:
2<3
1 1
>
2 3
Apliquemos, então, esse mesmo raciocínio para resolver nosso exemplo proposto há pouco:
1 1
<
𝑥 5
𝑥>5
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Ao multiplicar ou dividir ambos os membros de uma inequação, inverta a desigualdade.


Ao inverter ambos os membros de uma inequação, inverta a desigualdade.

4.2. Inequação simultânea


Podemos, alternativamente, utilizar duas inequações simultâneas para simbolizar um intervalo.
As inequações
𝑥>2
{
𝑥 ≤ 10
A presença dessa chave indica um sistema. Por enquanto, guaredemos que a chave indica que ambas
as inequações devem valer simultaneamente. Veremos mais sobre sistemas nas aulas futuras.
Desse modo, temos, em conjunto, todos os números reais entre 2 e 10, excluindo-se o 2 e incluindo-
se o 10.
Podemos representar essa situação das seguintes formas:
Com apenas uma inequação:
𝑥>2
{
𝑥 ≤ 10
é o mesmo que
2 < 𝑥 ≤ 10
ou, ainda, graficamente

AULA 1 – Introdução à Álgebra 32


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Além da representação, podemos, também, resolver inequações simultâneas algebricamente,
acompanhe:
3𝑥 − 1 𝑥+1
≤2+𝑥 <
9 3
3𝑥 − 1 𝑥+1
9∙ ≤ 9 ∙ (2 + 𝑥) < 9 ∙
9 3
3𝑥 − 1 ≤ 18 + 9𝑥 < 3(𝑥 + 1)
3𝑥 − 1 − 3𝑥 ≤ 18 + 9𝑥 − 3𝑥 < 3𝑥 + 3 − 3𝑥
−1 < 18 + 6𝑥 < 3
−1 − 18 ≤ 18 + 6𝑥 − 18 < 3 − 18
−19 ≤ 6𝑥 < −15
−19 6𝑥 −15
≤ <
6 6 6
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19 5
− ≤𝑥<−
6 2
Cuja representação gráfica é

Também podemos pensar na inequação


3𝑥 − 1 𝑥+1
≤2+𝑥 <
9 3
como uma comparação entre três funções; 𝑓(𝑥), 𝑔(𝑥)𝑒 ℎ(𝑥).
Assim definidas:
3𝑥 − 1
𝑓(𝑥) =
9
𝑔(𝑥) = 2 + 𝑥
𝑥+1
ℎ(𝑥) =
3

AULA 1 – Introdução à Álgebra 33


127

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Dessa forma, a desigualdade se torna
3𝑥 − 1 𝑥+1
≤2+𝑥 <
9 3
𝑓(𝑥) ≤ 𝑔(𝑥) < ℎ(𝑥)
Agora ainda não é o momento de fazermos gráficos, no entanto, se já tivermos o gráfico pronto,
podemos interpretar essa pergunta como: quando a altura do gráfico de 𝑔(𝑥) está entre 𝑓(𝑥) e ℎ(𝑥)?
Se fizermos os gráficos das três funções no mesmo plano cartesiano, veremos claramente que esses
valores são exatamente os da nossa resposta algébrica.
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Nesse caso, resolver a inequação de forma algébrica seria mais prático que desenhar os três gráficos.
No entanto, há casos em que um esboço do gráfico ajuda muito na resolução. Isso acontece frequentemente
com as inequações do segundo grau, que veremos na próxima aula.

5. Noções intuitivas sobre Funções


Funções significam, literalmente, que uma variável depende de outra. Como no caso do salário,
discutido no início da aula, a remuneração depende das vendas. Retomando o exemplo, temos:
𝑆(𝑛) = 1 000 + 500. 𝑛
Como representação algébrica em que 𝑆 representa a remuneração mensal, 𝑛 o número de vendas,
1 000 a parte fixa do salário e 500 o coeficiente das vendas, a comissão.
Por praticidade, na maioria dos casos, simplificamos a notação, sem perda de generalidade. Dessa
forma, nomeamos:
𝑆(𝑛) = 1 000 + 500. 𝑛
𝑆 = 1 000 + 500. 𝑛

Variável dependente Variável independente

AULA 1 – Introdução à Álgebra 34


127

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Quando estudamos funções sem o contexto, é praxe simbolizarmos a variável dependente por 𝑦 e a
independente por 𝑥.
Reescrevendo a fórmula dos rendimentos, mas em termos mais genéricos, teremos:
𝑦 = 500𝑥 + 1 000
Com essa função, podemos descobrir quais são todos os salários para todas as vendas possíveis. Basta
informar a venda que informamos o salário.
E o contrário também é verdade, ao se informar um salário, pode-se inferir diretamente qual foi a
venda correspondente.
No entanto, essa é apenas uma representação para a situação desse salário particular, está longe de
ser a única.
Vamos explorar algumas dessas representações?
Poderíamos, ao invés de escrever uma função, escrever um texto. Aliás, foi o primeiro modo usado
para expor a situação do salário na aula, não foi? Somente após o entendimento textual é que passamos à
representação por meio de uma função.
A representação textual, apresentada no início da aula, foi:
Você trabalha em uma loja de aparelhos de som e seu salário é composto por um salário fixo de R$ 1
000,00 somado à comissão de R$ 500,00 a cada aparelho vendido no mês.
É uma representação válida e muito usada em contratos, inclusive de trabalho.
Ainda seria perfeitamente possível passar a mesma informação por meio de uma tabela, veja:
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Salário Base # Vendas Comissão por venda Salário total

1 000 0 500 1 000

1 000 1 500 1 500

1 000 2 500 2 000

1 000 3 500 2 500

1 000 4 500 3 000

1 000 5 500 3 500

1 000 6 500 4 000

1 000 7 500 4 500

E assim por diante.


Não é a melhor representação, pois apresenta uma certa dificuldade em inferir rapidamente quais
são os salários em todos os casos, mas é plenamente plausível.
Outra opção para a mesma representação é o gráfico.
Como temos duas variáveis, a dependente 𝑦 e a independente 𝑥, podemos fazer dois eixos e
representar os salários por meio de pontos no plano cartesiano.
Veja.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 35


127

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Nesse gráfico, usamos a configuração padrão para os eixos:

Eixo Horizontal Vertical

variável 𝑥 𝑦
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nomenclatura abcissas ordenadas

Nessa representação percebemos características da função muito rapidamente, daí a grande


aplicabilidade desse tipo de representação.
A palavra variável vem do latim e tem seu significado atrelado à ideia de diversidade, alteração, ser
diferente, variar. Assim, podemos entender que não há uma resposta única para uma função.
Em nosso curso, daremos ênfase em dois tipos de representação para as funções: a representação
algébrica e os gráficos.
Como exemplo usamos uma função do primeiro grau, uma variável dependente em igualdade a uma
equação do primeiro grau. Esse é um tipo, mas há inúmeras variações de função. Estudaremos adiante alguns
tipos especiais de funções, a saber: as funções de primeiro grau, de segundo grau, modulares, compostas e
inversas. Os demais tipos, pertinentes ao escopo do vestibular, veremos durante o curso dentro dos temas
específicos.

6. Conjuntos
Um conjunto, também chamado de coleção, é uma reunião de elementos que apresentam
determinada propriedade em comum.
Entre um elemento e um conjunto, existe a relação de pertinência, onde o elemento 𝑥 pode ou não
pertencer ao conjunto 𝐴. As notações usadas para a relação de pertinência são:
𝑥 ∈ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴
𝑥 ∉ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝑛ã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴

AULA 1 – Introdução à Álgebra 36


127

CPF 41999250826
Para definir um conjunto qualquer, precisamos determinar uma regra que permita julgar se um
elemento pertence ou não à coleção.
Segunda-feira é um elemento que não pertence ao conjunto dos meses do ano, enquanto o retângulo
é um elemento que pertence ao conjunto dos quadriláteros.
Podemos simbolizar os conjuntos de várias maneiras, vejamos algumas possibilidades.
Pensemos no conjunto de todos os números inteiros positivos e menores que 4, denominado
conjunto A. Seus elementos são, conforme descrição: 1, 2 e 3.
Podemos simbolizar essa mesma informação usando uma linguagem mais visual, onde uma linha
fechada delimita os elementos do conjunto:

Essa notação é chamada de Diagrama de Venn-Euler e é muito útil para trabalhar visualmente com
vários conjuntos simultaneamente, veremos isso logo adiante.
Outra maneira interessante é fazer uso da álgebra, veja:
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𝐴 = {𝑥 ∈ ℕ∗ /𝑥 < 4} ⇒ 𝐿ê − 𝑠𝑒: 𝑥 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜𝑠 𝑁𝑎𝑡𝑢𝑟𝑎𝑖𝑠 𝑛ã𝑜 𝑛𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 𝑥 é 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 4.

6.1. Aplicação dos diagramas de Venn-Euler

CAI NA PROVA

5. (Unicamp/2017)

Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 5 pessoas e o livro B foi lido por 4 pessoas.

Podemos afirmar corretamente que, nesse grupo,


a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.

b) nenhuma pessoa leu os dois livros.

c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.

d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.


Comentários
O enunciado nos traz várias informações importantes para a resolução:
O total de pessoas no grupo é de 10 pessoas

AULA 1 – Introdução à Álgebra 37


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Essas pessoas estão divididas em dois grupos principais: pessoas que leram o livro A e
pessoas que leram o livro B.
O número de pessoas em cada conjunto.
A rigor, poderíamos pensar em um terceiro grupo, o de pessoas que, porventura, não leram livro
algum. No entanto, é mais prático pensarmos apenas em dois conjuntos, A e B, e colocarmos as pessoas
que não leram livro algum fora desses conjuntos.
Dessa forma, vamos representar esses dados na forma de diagrama.
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A priori, somente com as informações dadas, não conseguimos colocar com exatidão os valores
fornecidos, ficando em aberto a posição das pessoas no diagrama.
Como a questão não solicita alocar as pessoas no diagrama e sim julgar as alternativas e assinalar
a correta (única), analisaremos alternativa a alternativa, sempre procurando encontrar um meio para
prová-la falsa. A que não for possível provar falsa, será nosso gabarito. Sigamos.
a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.
Obedecendo ao enunciado, é possível dispormos as pessoas da seguinte forma:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 38


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Atenção: essa não é a única maneira de dispor as pessoas nos conjuntos, mas é, certamente, uma
maneira possível, visto que não infringe nenhuma regra do enunciado.
Dessa forma, teríamos total concordância com o enunciado e não teríamos pessoa alguma na
intersecção, ou seja, não podemos afirmar com certeza que há alguém na região de leitura dos dois
livros, A e B, simultaneamente.
Alternativa falsa, passemos à próxima.
b) nenhuma pessoa leu os dois livros.
Novamente, tentemos provar a alternativa como falsa.
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Todos os dados do enunciado satisfeitos e, ainda assim, há a possibilidade de alguém ter lido os
dois livros, portanto, alternativa falsa.
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
Analisando os dois primeiros diagramas, percebemos que, quanto mais pessoas lerem os dois
livros, também mais pessoas ficariam sem ler livro algum, veja o que acontece com os números quando
aumentamos sistematicamente o número de pessoas na intersecção:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 39


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A sequência de diagramas evidencia o fato de que, se temos 10 pessoas no grupo e 5 leram um


tipo de livro e 4, outro, temos, necessariamente, pelo menos uma pessoa que não leu livro algum.
Alternativa correta e nosso gabarito.
Achemos, então, o erro da próxima alternativa.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 40


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d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.
Essa alternativa diz exatamente o contrário da anterior, se é verdadeiro que há alguém que não
leu pelo menos um dos livros (conclusão da alternativa anterior), não podemos ter todas as pessoas lendo
pelo menos um livro.
Gabarito: d)

6.2. Conjuntos numéricos


Lembra-se de que definimos o conjunto como sendo: uma reunião de elementos que apresentam
determinada propriedade em comum?
Pois é, os conjuntos numéricos se enquadram perfeitamente nessa definição, só que, dessa vez, as
propriedades são numéricas.
Uma característica do conhecimento humano é a de ser dividido em partes para melhor
entendimento e, ao estudar os números, faremos exatamente isso.
Obviamente, se você chegou até esse ponto da aula, já teve contato com números e tem uma ideia,
mesmo que intuitiva, do que eles são.
O que faremos aqui é uma análise dos tipos de números que precisaremos para seguir no estudo da
matemática e essa divisão é feita exatamente em cima dessas propriedades que definem os elementos dos
conjuntos.
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6.2.1. Números Naturais ℕ


Pensando historicamente, é muito mais provável que as primeiras contagens tenham sido feitas
usando números inteiros e positivos. Sem esse conceito, é improvável que ideias como a de frações ou a de
números negativos pudessem ser formuladas de forma prática.
Desse modo, é didaticamente interessante começarmos nossos estudos sobre conjuntos numéricos
com esse tipo de conjunto, os números inteiros e positivos.
Para escrever na forma de conjuntos, os inteiros positivos são números do tipo {1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.
Não poderíamos escrever todos os números nessa condição, exatamente por isso a definição dos
elementos de um conjunto é importante e as reticências ao final são o sinal de que o conjunto se estende
com elementos dessa condição indefinidamente.
Você deve ter percebido que não incluímos, nesse conjunto, o zero. Oras, a ideia era colocar os
números inteiros positivos. O zero é um número inteiro, mas não é positivo (nem negativo na verdade), por
isso não foi incluído.
Aliás, demorou um tempo até que a humanidade formalizasse como número o zero. Ele só apareceu
séculos após a ideia de contagem.
Com o advento do zero, podemos inserir um conjunto novo, com uma nova característica: Os
números inteiros e não negativos, o que incluiria o zero no conjunto anterior, resultando
{0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.
Chamamos a esse conjunto de Números naturais, simbolizado pela letra ℕ.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 41


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Assim, definimos nosso primeiro conjunto na matemática, o conjunto dos números naturais:
ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }
Uma observação interessante. Para nós, o início do estudo dos números é justamente o conjunto dos
naturais e, caso queiramos nos referir somente aos números positivos, ditos estritamente positivos, basta-
nos colocar um asterisco para simbolizar essa exclusão:
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, … }

6.2.2. Números Inteiros ℤ


Após a consolidação dos números naturais, veio o advento do oposto de um número (também
chamado de simétrico de um número), ou seja, os números negativos.
Dessa forma, o oposto de 5 é −5, o oposto de 10 é −10 e assim por diante.
Professor, e o oposto de zero?
Excelente pergunta, o oposto de zero é ele mesmo, por isso não é comum escrevermos −0, apesar
de não ser um erro.
Se quisermos expressar um conjunto que contenha todos os números naturais e seus opostos,
teremos o conjunto dos inteiros, representado por ℤ:
ℤ = {… − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3 … }
Perceba que o conjunto ℤ tem reticências em ambas as extremidades, significando que ele segue
indefinidamente tanto para o lado negativo quanto para o lado positivo. Isso decorre diretamente do fato
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de que cada número natural, exceto o zero, tem um oposto diferente dele mesmo. Se há infinitos números
naturais positivos, é de se esperar que haja, também, infinitos números negativos.

6.2.3. Números Racionais ℚ


Após a utilização dos números inteiros se tornar rotineira, começaram a aparecer problemas que
esses números não podiam resolver, por exemplo:
Se uma família de 4 membros possui 6 galinhas, quantas galinhas correspondem a cada membro da
família?
Perceba que a ideia de fração ainda não existe e aí surge uma necessidade numérica diferente.
Eis o nascimento dos números “quebrados”!
Números fracionários simbolizam exatamente uma divisão que não é necessariamente exata e sua
simbologia moderna é:
𝑎
𝑜𝑢 𝑎⁄𝑏 𝑜𝑢 𝑎 ÷ 𝑏
𝑏
Essa fração, também chamada de quociente ou razão, conta com um número natural no numerador
(a parte de cima da fração, 𝑎) e outro número natural no denominador (a parte de baixo da fração, 𝑏).
Todos os números, sejam positivos ou negativos, que podem ser representados dessa forma são
chamados de números racionais (de razão, divisão), ainda que o denominador 𝒃 seja 1.
Simbolizamos o conjunto dos racionais por ℚ, de quociente, assim:
7 3 2
ℚ = {… − 5, − , − , 0, , 6, … }
3 2 5

AULA 1 – Introdução à Álgebra 42


127

CPF 41999250826
Mas professor, estou vendo alguns números inteiros ali, ó!
Calma, eles também podem ser escritos na forma de fração, por isso estão ali. Um número racional,
quando o seu denominador é 1, também é inteiro, veja:
10
= 10
1
Aliás, podemos também incluir a notação decimal, não é necessário que tenhamos apenas a
expressão do número na forma fracionária.
13
̅̅̅̅
= 0, 13
99
3
= 0,75
4
2
= 0,4
5
7
− = −2, 3̅
3
Assim, os números racionais incluem, também, todos os inteiros e, por consequência, todos os
naturais.
Note que, aqui, alguns números têm um número de casas decimais limitado, enquanto outros
apresentam dízimas periódicas. Quando a dízima é periódica, ela resulta de uma fração, guarde isso!

6.2.4. Números Irracionais 𝕀


CPF 41999250826

Avançando mais um pouco no tempo, surgiram alguns problemas que mesmo os números
fracionários não resolviam, como a razão entre o raio de uma circunferência e seu comprimento, a diagonal
de um quadrado e seu lado, entre tantos outros.
Surgiram números especiais cujos valores não se deixavam exprimir por meio de frações. Com certeza
você já deve ter visto alguns deles: √2, 𝜋, Φ, e, entre tantos outros. Essa classificação de números passou a
ser conhecida como os números irracionais, visto que não são expressos por razões (quocientes).
Professor, mas quanto valem esses números na forma decimal?
Tecnicamente seria impossível escrever seus valores de forma completa, visto que eles apresentam
um número de casas decimais infinitos e não sequenciais, exatamente por isso não conseguimos expressá-
los na forma de fração.
No entanto, podemos apresentar uma aproximação de seus valores:
√2 = 1,4142135623 …
𝜋 = 3,14159265359 …
Φ = 1,61803398875 …
e = 2,81828182846 …
Perceba que esse novo conjunto, o dos números irracionais, não engloba o anterior. Quando um
número pertence aos racionais, não pode pertencer aos irracionais e vice versa.
O conjunto dos irracionais é simbolizado por 𝕀:
𝕀 = {… − √2, Φ, e, 𝜋, √10 … }

AULA 1 – Introdução à Álgebra 43


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CPF 41999250826
Não se preocupe com esses números caso não os tenha visto antes, daremos ênfase a cada um deles
no decorrer do curso. Por ora, basta saber que esses números não têm seus valores expressos por meio de
frações e suas dízimas não são periódicas.
Todos os números vistos aqui têm uma característica, expressam diretamente quantidades do mundo
real, uma diagonal, um tamanho, uma circunferência, etc.
Até por esse motivo, podemos definir um conjunto que seja a soma de todos esses conjuntos citados,
o conjunto dos números reais, simbolizado por ℝ. Assim:
ℝ = {ℚ + 𝕀}

6.2.5. Números Complexos ℂ


Há, também, um conjunto que não exprime exatamente uma quantidade no mundo real, mas que é
muito útil ao resolver problemas mais complexos nas ciências. Trata-se dos números imaginários, cujo
conjunto numérico que os contém é chamado conjunto dos complexos e é simbolizado pela letra ℂ.
A base dos números imaginários é a raiz quadrada da unidade negativa, o que é impossível de ser
calculada dentro dos números reais.
Essa base imaginária é dada por 𝑖 = √−1.
Um número complexo é formado de duas partes, uma real e uma imaginária e é comum vermos
representações desses números como (2; 5) 𝑜𝑢 (2 + 5𝑖).
Teremos aulas específicas sobre esse conjunto, então deixarei os detalhes para esse momento, ok?
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Para ficar mais claro, veja como se relacionam esses conjuntos em um diagrama de Venn-Euler que
estudamos anteriormente.

Utilizaremos muitas vezes esses conceitos, portanto, não siga sem os compreender, combinado?

AULA 1 – Introdução à Álgebra 44


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6.2.6. Múltiplos de um número
Lembra-se das tabuadas?
Aqui elas serão muito, muito úteis.
Imagine que eu queira contar, mas apenas de dois em dois, iniciando do próprio dois, como seria essa
contagem?
Exatamente, {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 … }
Podemos notar que são todos os números pares. Mesmo que não escrevamos todos os elementos
desse conjunto, você possivelmente afirmará que 1001 não pertence a ele.
Pois bem, esses números são exatamente os múltiplos de dois.
Para encontrar os múltiplos de um número, basta iniciarmos a contagem por ele e seguirmos
contando com passos exatamente do tamanho do número inicial.
Se quisermos construir os múltiplos de 3, iniciamos com o 3 e seguimos de 3 em 3:
{3, 6, 9, 12, 15, 18 … }.
Percebeu que são exatamente os números da tabuada? Mas não se limitam a ela, visto que
estudamos poucos múltiplos nas tabuadas. Essa relação de multiplicidade é, como nos conjuntos numéricos
vistos anteriormente, infinita.
A essa altura, você já não deve ter dificuldade em construir os múltiplos de um número qualquer, não
é?
Apenas como exercício, quais seriam os múltiplos de 5, 17, 102 e de um número desconhecido 𝑛?
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Simples, esses múltiplos são:


𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 5 = {5, 10, 15, 20, 25 … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 17 = {17, 34, 51, 68, … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 102 = {102, 204, 306, 408 … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑛 = {𝑛, 2𝑛, 3𝑛, 4𝑛, 5𝑛, 6𝑛 … }
Esse conceito, apesar de simples, nos é a base para o próximo passo.

6.2.7. Números Primos


Primo significa primeiro, o primeiro de vários elementos.
Assim, voltemos à contagem que fizemos anteriormente quando estávamos a estabelecer os
múltiplos de um número. Porém, agora, faremos em sequência, a partir do 2, e com uma regra adicional:
nenhum número pode ser reescrito; se já apareceu em alguma listagem, não pode aparecer novamente.
Comecemos.
2 ⇒ {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 … }
3 ⇒ {3, 9, 15, 21 … }
Aqui os números 6, 12, 18 não apareceram na listagem do 3, pois já haviam sido escritos na listagem
do 2, ok?
Continue comigo.
O 4 não pode iniciar uma listagem, pois já consta na listagem do 2.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 45


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O 5 pode, então sigamos.
5 ⇒ {5, 25, 35, 55 … }
Novamente, os números 10, 15, 20, 30, 40, 45, 50 não configuraram na listagem do 5, pois já haviam
sido listados em listagens anteriores.
O 6 não pode iniciar listagem.
7 ⇒ {7, 49 … }
8, 9 𝑒 10 não podem iniciar listagem...
11 ⇒ {11, 121 … }
Pois bem, vamos escrever todas as listagens que fizemos até agora.
2 ⇒ {2, 4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20, 22 … }
3 ⇒ {3, 9, 15, 21 … }
5 ⇒ {5, 25, 35, 55 … }
7 ⇒ {7, 49 … }
11 ⇒ {11, 121 … }
Os números passíveis de iniciarem esse tipo de lista vão ficando mais escassos enquanto
preenchemos novas e novas listas e, ainda hoje, não sabemos todos os números com essa característica.
Aos números colocados como primeiros nas listas, até aqui 2, 3, 5, 7 𝑒 11, damos os números de
primos, pois são os primeiros a serem listados.
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Aos demais, os que não puderam iniciar lista alguma, chamamos de números compostos.
Mas professor, 1 não é primo?
Excelente pergunta, caro pupilo!
Pensemos...
Caso o 1 seja considerado primo, perceba que sua lista seria:
1 ⇒ {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14 … }
Dessa forma, não poderíamos iniciar outras listas, o que acabaria com a nossa brincadeira e não
teríamos quaisquer outros primos exceto o 1. Exatamente por esse motivo, o 1 não é considerado primo.
E o zero, professor?
Pois é, a lista do zero seria ainda mais pitoresca que a do 1, veja:
0 ⇒ {0, 0, 0, 0, 0, 0, 0, 0 … }
Assim, o zero também não é um número primo, pois não gera números múltiplos de zero, ou ainda,
compostos.

6.2.8. Mínimo Múltiplo Comum - MMC


Como já conhecemos os múltiplos de um número, podemos ampliar essa análise para quando temos
dois ou mais números.
Quais seriam os múltiplos dos números, digamos, 6, 8 e 12?
Simples, sigamos como fizemos anteriormente:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 46


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CPF 41999250826
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 12 = {12, 24, 36, 48, 60, 72, 84 … }
Perceba que há, nesses múltiplos, alguns números que são comuns a 6, 8 e 12:
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 12 = {12, 24, 36, 48, 60, 72, 84 … }
Existem muitos números que são múltiplos comuns a estes três números, 6, 8 e 12, e todos eles são
múltiplos de 24.
Dessa forma, é muito comum que, ao precisarmos de múltiplos comuns a um conjunto de números,
opte-se pelo menor múltiplo comum, por praticidade.
Assim, dentre os múltiplos comuns a 6, 8 e 12, percebemos que o mínimo deles é 24 e simbolizamos
essa informação da seguinte forma:
𝑀𝑀𝐶(6, 8, 12) = 24
Há maneiras mais práticas para calcularmos o MMC entre dois ou mais números, por exemplo, a
fatoração simultânea, você deve se lembrar dela da época da escola.
Escrevemos os números que queremos saber qual é o MMC e utilizamos os números primos, do
menor para o maior, para irmos “fatorando” os números.
Acompanhe.
CPF 41999250826

6 8 12 2

3 4 6 2

3 2 3 2

3 1 3 3

1 1 1 2³. 3 = 24

𝑀𝑀𝐶(6, 8, 12) = 23 . 3 = 8.3 = 24


Nesse exemplo, utilizamos 3 números, mas podemos calcular o 𝑀𝑀𝐶 entre quantos números
precisarmos.
Utilizamos muito o 𝑀𝑀𝐶 para somar frações, e frações aparecerão bastante em nosso curso.

6.2.9. Divisores de um número


Para os divisores de um número, pensamos em quantas partes podemos dividi-lo sem que
obtenhamos um resultado não inteiro. Vejamos alguns exemplos.
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 6 ⇒ {1, 2, 3, 6}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 10 ⇒ {1, 2, 5, 10}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 11 ⇒ {1, 11}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 200 ⇒ {1, 2, 4, 5, 8, 10, 20, 25, 40, 50, 100, 200}

AULA 1 – Introdução à Álgebra 47


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O conjunto dos divisores de um número não é infinito, como o conjunto dos múltiplos.
Números primos só têm dois números em seu conjunto de divisores, eles mesmos e o número 1.

6.2.10. Máximo Divisor Comum - MDC


Para calcular o Máximo Divisor Comum – MDC entre dois ou mais números, podemos pensar,
inicialmente, no método da listagem, abordado anteriormente.
Vamos calcular, digamos, o MDC entre 20 e 30, ou seja, 𝑀𝐷𝐶(20,30).
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 20 ⇒ {1, 2, 4, 5, 10, 20}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 30 ⇒ {1, 2, 3, 5, 6,10, 15, 30}
Quais seriam os divisores comuns entre 20 e 30?
Simples, basta olhar nas listagens de seus divisores.
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𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 20 ⇒ {1, 2, 4, 5, 10, 20}


𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 30 ⇒ {1, 2, 3, 5, 6,10, 15, 30}
Assim, podemos dizer que o maior divisor comum a 20 e 30, é 10, ou 𝑀𝐷𝐶(20,30) = 10.
Alternativamente, podemos trabalhar com a fatoração para encontrar o 𝑀𝐷𝐶 entre números. Veja.

20 2 30 2

10 2 15 3

5 5 5 5

1 2². 5 1 2.3.5

Para encontrar o 𝑀𝐷𝐶(20,30), basta multiplicarmos os primos que se repetem em todas as


fatorações, com seus menores expoentes:
𝑀𝐷𝐶(20,30) = 2.5 = 10
O 𝑀𝐷𝐶 é uma ferramenta muito útil em certos tipos de problemas de divisão e voltaremos a esse
assunto em breve.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 48


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Fórmulas, demonstrações e comentários

Produtos notáveis
Os produtos notáveis recebem esse nome porque são, produtos muito frequentes em nosso caminho
pela matemática.
A palavra produto vem do verbo latino produco, que significa liderar, levar adiante, estender. Nesse
contexto, entenderemos, a partir de agora, produto como o ato de multiplicar expressões matemáticas.
Esse capítulo tem a função não de provar todos os produtos possíveis, mas de trazer alguns dos
produtos que usaremos com muita frequência durante nossa jornada.
Assim, mesmo que não memorize todos os passos que veremos nas próximas páginas, é interessante
entender o que está acontecendo, ok?
Vamos lá.

Quadrado da soma
Vamos fazer a expansão do quadrado da soma e ver a que expressão chegamos.
(𝑎 + 𝑏)2
(𝑎 + 𝑏) ⋅ (𝑎 + 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2
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𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
Portanto, a forma expandida para o quadrado da soma é 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 , o que nos dá a equivalência
de expressões:
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 + 𝑏)2

Quadrado da diferença
Façamos o mesmo com o quadrado da diferença.
(𝑎 − 𝑏)2
(𝑎 − 𝑏) ⋅ (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 − 𝑎𝑏 − 𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
Portanto,
𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)2

AULA 1 – Introdução à Álgebra 49


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Produto da soma pela diferença
Aqui, a única diferença é que temos um produto de dois fatores diferentes, mas procederemos da
mesma maneira.
(𝑎 + 𝑏) ⋅ (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 − 𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑎2 − 𝑏 2
Portanto,
𝑎2 − 𝑏 2 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎 + 𝑏)

Diferença de dois cubos


Esses fatores podem ser estranhos agora, mas, ao estudarmos os polinômios, eles ficarão mais
amigáveis. Por enquanto, vamos desenvolver o produto.
(𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )
𝑎3 + 𝑎2 𝑏 + 𝑎𝑏 2 − 𝑎2 𝑏 − 𝑎𝑏 2 − 𝑏 3
𝑎3 − 𝑏 3
Portanto,
𝑎3 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 )
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Cubo da soma
Já, para o cubo da soma, vamos utilizar o resultado que já conseguimos com o quadrado da soma,
ok? Vamos para o desenvolvimento.
(𝑎 + 𝑏)3
(𝑎 + 𝑏)2 ⋅ (𝑎 + 𝑏)
(𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 ) ⋅ (𝑎 + 𝑏)
𝑎3 + 𝑎2 𝑏 + 2𝑎2 𝑏 + 2𝑎𝑏 2 + 𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
Portanto,
𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3

Cubo da diferença
O cubo da diferença é muito similar ao cubo da soma. Similar, mas não igual, veja.
(𝑎 − 𝑏)3
(𝑎 − 𝑏)2 ⋅ (𝑎 − 𝑏)
(𝑎2 − 2𝑎𝑏 + 𝑏 2 ) ⋅ (𝑎 − 𝑏)
𝑎3 − 𝑎2 𝑏 − 2𝑎2 𝑏 + 2𝑎𝑏 2 + 𝑎𝑏 2 − 𝑏 3
𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3

AULA 1 – Introdução à Álgebra 50


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Portanto,
𝑎3 − 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 − 𝑏 3 = (𝑎 − 𝑏)3

o sinal de negativo (– ) é alternado entre as parcelas.

Potência de um binômio
Esse resultado não é imediato, mas é muito interessante.
Perceba o padrão a que chegamos, quando analisamos as potências de um binômio. Inicialmente, da
soma.
(𝑎 + 𝑏)0 = 1
(𝑎 + 𝑏)1 = 𝑎 + 𝑏
(𝑎 + 𝑏)2 = 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
(𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2

Vamos evidenciar os coeficientes numéricos.
(𝑎 + 𝑏)0 = 1
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(𝑎 + 𝑏)1 = 1 ⋅ 𝑎 + 1 ⋅ 𝑏
(𝑎 + 𝑏)2 = 1 ⋅ 𝑎2 + 2 ⋅ 𝑎𝑏 + 1 ⋅ 𝑏 2
(𝑎 + 𝑏)3 = 1 ⋅ 𝑎3 + 3 ⋅ 𝑎2 𝑏 + 3 ⋅ 𝑎𝑏 2 + 1 ⋅ 𝑏 3

Se seguirmos essa sequencia numérica, construímos um triângulo muito especial, o Triângulo de
Pascal.
C0
L0 1 C1
L1 1 1 C2
L2 1 2 1 C3
L3 1 3 3 1 C4
L4 1 4 6 4 1 C5
L5 1 5 10 10 5 1 C6
L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .

AULA 1 – Introdução à Álgebra 51


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Esse triângulo é construído com a seguinte lógica:
➢ iniciamos com o número 1 no primeiro vértice;
➢ na próxima linha, teremos um número a mais que na linha anterior; e,
➢ o número de cada posição é igual ao número imediatamente acima, somado ao da esquerda.
Nesse triângulo numérico, o Triângulo de Pascal, cada número pode ser referido pelo seu endereço,
que é dado com relação à linha e à coluna que ele ocupa.
Atenção, nesse contexto, começamos a contar da linha e da coluna zero, ok?
Assim, cada elemento pode ser indicado pelo seu endereço, no que chamamos de número binomial
(binomial porque apresenta dois valores, o da linha e o da coluna do número).
4 4
Por exemplo, o número binomial ( ) = 6, pois o número ( ) está na quarta linha e segunda coluna
2 2
do Triângulo de Pascal.
C0
L0 1 C1
L1 1 1 C2
L2 1 2 1 C3
L3 1 3 3 1 C4
L4 1 4 6 4 1 C5
L5 1 5 10 10 5 1 C6
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L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .

Pois bem, retornemos à representação das potências dos binômios, objeto da nossa discussão,
correto?
(𝑎 + 𝑏)0 = 1
(𝑎 + 𝑏)1 = 1 ⋅ 𝑎 + 1 ⋅ 𝑏
(𝑎 + 𝑏)2 = 1 ⋅ 𝑎2 + 2 ⋅ 𝑎𝑏 + 1 ⋅ 𝑏 2
(𝑎 + 𝑏)3 = 1 ⋅ 𝑎3 + 3 ⋅ 𝑎2 𝑏 + 3 ⋅ 𝑎𝑏 2 + 1 ⋅ 𝑏 3

Reescrevendo os coeficientes numéricos com seus correspondentes números binomiais, temos:

(𝑎 + 𝑏)0 = (0)
0
(𝑎 + 𝑏)1 = (1) ⋅ 𝑎 + (1) ⋅ 𝑏
0 1
(𝑎 + 𝑏)2 = (2) ⋅ 𝑎2 + (2) ⋅ 𝑎𝑏 + (2) ⋅ 𝑏 2
0 1 2
(𝑎 + 𝑏)3 = (3) ⋅ 𝑎3 + (3) ⋅ 𝑎2 𝑏 + (3) ⋅ 𝑎𝑏 2 + (3) ⋅ 𝑏 3
0 1 2 3

AULA 1 – Introdução à Álgebra 52


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Percebeu o padrão?
Agora, podemos escrever praticamente qualquer potência inteira de binômio, apenas pegando os
coeficientes da linha correspondente do Triângulo de Pascal, sem ter que fazer toda a distribuição!
Em termos gerais, temos:
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
(𝑎 + 𝑏)𝑛 = ( ) 𝑎𝑛 + ( ) 𝑎𝑛−1 𝑏1 + ( ) 𝑎𝑛−2 𝑏 2 + ⋯ + ( ) 𝑎𝑛−𝑘 𝑏 𝑘 + ⋯ + ( ) 𝑏 𝑛
0 1 2 𝑘 n
E o raciocínio pode ser replicado para a potência interia de um binômio de subtração, basta-nos
alternar os sinais, como já havíamos percebido anteriormente.
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
(𝑎 − 𝑏)𝑛 = ( ) 𝑎𝑛 − ( ) 𝑎𝑛−1 𝑏1 + ( ) 𝑎𝑛−2 𝑏 2 − ⋯ ( ) 𝑎𝑛−𝑘 𝑏 𝑘 + ⋯ ± ( ) 𝑏 𝑛
0 1 2 𝑘 n
Perceba que não sabemos se o último termo receberá o sinal positivo ou negativo, a depender se
temos um número par ou ímpar na potência que estamos desenvolvendo, ok?
Além disso, essa fórmula pode nos ser útil caso precisemos de um termo isolado no meio do
desenvolvimento, sem precisar desenvolver todo o produto.
Voltaremos a esse tipo de problema durante o curso, não fique apreensivo.

Fatoração polinomial
Na aula de polinômios, veremos com mais detalhes essa fatoração. No entanto, como ela é
extremamente comum, vamos apenas citá-la.
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ )
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Nessa fatoração, 𝑥′ e 𝑥′′ representam, como já vimos, as raízes da equação 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0. Dessa


forma, sempre podemos fatorar uma expressão de segundo grau sabendo as raízes da equação
correspondente.
Vamos colocar isso à prova?
Peguemos o exemplo:
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0
∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1
5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5 −1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Se a fatoração estiver correta, podemos reescrever a expressão da seguinte maneira:
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ ).
Sabemos que o coeficiente 𝑎 é o valor numérico que multiplica o termo quadrático 𝑥 2 , ou seja, nesse
caso, 𝑎 = 1. Além disso, temos, por Bhaskara, 𝑥 ′ = 3 e 𝑥 ′′ = 2, portanto:
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥 ′′ )
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 1 ⋅ (𝑥 − 3)(𝑥 − 2)
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = (𝑥 − 3)(𝑥 − 2)
Assim, a forma fatorada de 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 é (𝑥 − 3)(𝑥 − 2).
Mas será que essas expressões são, realmente, equivalentes?

AULA 1 – Introdução à Álgebra 53


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Vamos distribuir esse produto e verificar agora mesmo!
(𝑥 − 3)(𝑥 − 2)
𝑥 2 − 2𝑥 − 3𝑥 + 3 ⋅ 2
𝑥2 − 5 + 6
Ou seja, realmente, as duas expressões são equivalente e onde tivermos 𝑥 2 − 5 + 6, podemos
escrever, no lugar, sua expressão equivalente, fatorada, (𝑥 − 3)(𝑥 − 2).
E o contrário também vale, onde tivermos (𝑥 − 3)(𝑥 − 2), podemos substituir por 𝑥 2 − 5 + 6.
Agora, sobre decidir quando é mais apropriado escrevermos na forma fatorada ou na forma
expandida, só a experiência dirá, pois isso depende do momento em que estamos no desenvolvimento.
Agora é hora de praticar.
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AULA 1 – Introdução à Álgebra 54


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7. Questões de vestibulares anteriores
1. (FUVEST/2019)

Em uma família, o número de irmãs de cada filha é igual à metade do número de irmãos. Cada filho tem o
mesmo número de irmãos e irmãs.

O número total de filhos e filhas da família é

𝒂) 𝟒.

𝒃) 𝟓.

𝒄) 𝟕.

𝒅) 𝟏𝟎.

𝒆) 𝟏𝟓.

2. (FUVEST/2018)

Maria quer comprar uma TV que está sendo vendida por 𝑹$ 𝟏. 𝟓𝟎𝟎, 𝟎𝟎 à vista ou em 𝟑 parcelas mensais
sem juros de 𝑹$ 𝟓𝟎𝟎, 𝟎𝟎. O dinheiro que Maria reservou para essa compra não é suficiente para pagar
à vista, mas descobriu que o banco oferece uma aplicação financeira que rende 𝟏% ao mês. Após fazer
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os cálculos, Maria concluiu que, se pagar a primeira parcela e, no mesmo dia, aplicar a quantia restante,
conseguirá pagar as duas parcelas que faltam sem ter que colocar nem tirar um centavo sequer.
Quanto Maria reservou para essa compra, em reais?

𝒂) 𝟏𝟒𝟓𝟎, 𝟐𝟎.

𝒃) 𝟏𝟒𝟖𝟎, 𝟐𝟎.

𝒄) 𝟏𝟒𝟖𝟓, 𝟐𝟎.

𝒅) 𝟏𝟒𝟗𝟓, 𝟐𝟎.

𝒆) 𝟏𝟒𝟗𝟎, 𝟐𝟎.

3. (UECE/2020)

O resultado da multiplicação 𝟐𝟓 × 𝟏𝟓 × 𝟗 × 𝟓, 𝟒 × 𝟑, 𝟐𝟒 é igual a

𝒂) 𝟑𝟗

𝒃) 𝟑𝟏𝟏

𝒄) 𝟑𝟏𝟎

𝒅) 𝟑𝟏𝟐

4. (Unicamp/2019)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 55


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A representação decimal de certo número inteiro positivo tem dois algarismos. Se o triplo da soma desses
algarismos é igual ao próprio número, então o produto dos algarismos é igual a

a) 𝟏𝟎.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟒.

d) 𝟏𝟔.

5. (Fepar/2019)

O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras matemáticas de que se tem registro.
Consiste em 84 problemas matemáticos resolvidos pelos métodos adotados no Egito Antigo, época em
que foi escrito. Acredita-se que esse papiro foi usado como material didático na época. São 5,36 metros
de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14 folhas, escrito em cor preta, com partes
importantes destacadas em vermelho.

Os problemas buscavam resolver situações do cotidiano da época, como preço do pão, armazenamento
do trigo, alimentação do gado, além de problemas mais abstratos e algébricos, que podem ser
comparados atualmente à resolução de equações. O que hoje tratamos como a incógnita "x", na época,
era nomeado por um termo sinônimo da palavra montão".
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Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta parte, todos
juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?

Considere o texto e avalie as sentenças que se seguem.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 56


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( ) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.

( ) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.

( ) A equação que descreve o problema do papiro é


𝒙
𝒙+ = 𝟏𝟓
𝟒
( ) Uma equação equivalente a situação é
𝒙 + 𝟒𝒙 𝟔𝟎
=
𝟒 𝟒
( ) Um "montão" é 12.

6. (UECE/2019-2)

Se o número natural 𝒑 possui exatamente três divisores positivos e satisfaz a desigualdade 𝟏𝟎𝟎 < 𝒑 <
𝟏𝟓𝟎, então, o número 𝒒 = 𝟑(√𝒑) cumpre a condição

𝒂) 𝟐𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟏.

𝒃) 𝟑𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟗.

𝒄) 𝟐𝟎 < 𝒒 < 𝟐𝟓.


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𝒅) 𝟑𝟏 < 𝒒 < 𝟑𝟓.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 57


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7. (UECE/2019-1)

Considere a soma dos números inteiros ímpares positivos agrupados do seguinte modo:

𝟏 + (𝟑 + 𝟓) + (𝟕 + 𝟗 + 𝟏𝟏) + (𝟏𝟑 + 𝟏𝟓 + 𝟏𝟕 + 𝟏𝟗) + (𝟐𝟏 + 𝟐𝟑 + 𝟐𝟓 + 𝟐𝟕


+ 𝟐𝟗) + . . . ..
O grupo de ordem 𝒏 é formado pela soma de 𝒏 inteiros positivos ímpares e consecutivos. Assim, pode-se
afirmar corretamente que a soma dos números que compõem o décimo primeiro grupo é igual a

𝒂) 𝟏𝟐𝟐𝟑.

𝒃) 𝟏𝟑𝟑𝟏.

𝒄) 𝟏𝟏𝟏𝟑.

𝒅) 𝟏𝟒𝟑𝟏.

8. (Fuvest/2018)

Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática, português e inglês num concurso, 20 obtiveram
nota mínima para aprovação nas três disciplinas. Além disso, sabe-se que:

I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;

II. 16 não obtiveram nota mínima em português;


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III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;

IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em português;

V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;

VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês;

VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.

A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi

a) 44.

b) 46

c) 47

d) 48

e) 49

AULA 1 – Introdução à Álgebra 58


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9. (Unicamp/2018)

Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre esses três números, a quantidade
de números ímpares é igual a

a) 𝟎 ou 𝟏.

b) 𝟏 ou 𝟐.

c) 𝟐 ou 𝟑.

d) 𝟏 ou 𝟑.

10. (Mackenzie/2018)

Em uma pesquisa com 120 pessoas, verificou-se que

65 assistem ao noticiário A

45 assistem ao noticiário B

42 assistem ao noticiário C

20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B

25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C


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15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C

8 assistem aos três noticiários

Então, o número de pessoas que assistem somente a um noticiário é

a) 7 b) 8 c) 14 d) 28 e) 56

11. (Mackenzie /2018)

O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu sucessor é igual a 8, é

a) 5

b) 4

c) −3

d) 3

e) 2

AULA 1 – Introdução à Álgebra 59


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12. (Unesp/2018)

Renata escolhe aleatoriamente um número real de −𝟒 a 𝟐 e diferente de zero, denotando-o por 𝒙. Na reta
𝟐−𝒙
real, o intervalo numérico que necessariamente contém o número é
𝒙
a)

b)

c)

d)

e)

13. (Unicamp/2017)

Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 𝟓 pessoas e o livro B foi lido por 𝟒 pessoas.
Podemos afirmar corretamente que, nesse grupo,

a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.

b) nenhuma pessoa leu os dois livros.

c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
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d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.

14. (Fuvest/2017)

Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são equivalentes se a soma dos divisores
positivos de a coincide com a soma dos divisores positivos de b.

Constituem dois inteiros positivos equivalentes:

a) 8 e 9.

b) 9 e 11.

c) 10 e 12.

d) 15 e 20.

e) 16 e 25.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 60


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15. (Unesp/2016)

Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao final do primeiro mês no imóvel,
de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de aluguel. Rafael alugou um imóvel nessa imobiliária
e pagou 𝑹$ 𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎 ao final do primeiro mês. No período de um ano de ocupação do imóvel, ele
contabilizou gastos totais de 𝑹𝑺 𝟔. 𝟗𝟓𝟎, 𝟎𝟎 com a locação do imóvel.

Na situação descrita, a taxa paga foi de

a) 𝑹$𝟒𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

b) 𝑹$𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

c) 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎.

d) 𝑹$𝟑𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

e) 𝑹$𝟓𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

16. (Fuvest/2016)

A igualdade correta para quaisquer 𝒂 e 𝒃, números reais maiores do que zero, é


𝟑
𝒂) √𝒂𝟑 + 𝒃𝟑 = 𝒂 + 𝒃
𝟏 𝟏
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𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) 𝟐 =𝒂−𝒃
𝒂 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐

AULA 1 – Introdução à Álgebra 61


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17. (UERJ/2015.2)

O segmento 𝑿𝒀, indicado na reta numérica abaixo, está dividido em dez segmentos congruentes pelos
pontos 𝑨, 𝑩, 𝑪, 𝑫, 𝑬, 𝑭, 𝑮, 𝑯 e 𝑰.

𝟏 𝟑
Admita que 𝑿 e 𝒀 representem, respectivamente, os números e 𝟐. O ponto 𝑫 representa o seguinte
𝟔
número:
𝟏
𝒂)
𝟓
𝟖
𝒃)
𝟏𝟓
𝟏𝟕
𝒄)
𝟑𝟎
𝟕
𝒅)
𝟏𝟎

18. (Unicamp/2015)

Prazeres, benefícios, malefícios, lucros cercam o mundo dos refrigerantes. Recentemente, um grande
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fabricante nacional anunciou que havia reduzido em 𝟏𝟑 mil toneladas o uso de açúcar na fabricação
de seus refrigerantes, mas não informou em quanto tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um de seus
refrigerantes informa que 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝒍 do produto contêm 𝟐𝟏 𝒈 de açúcar. Utilizando apenas o açúcar
"economizado" pelo referido fabricante seria possível fabricar, aproximadamente.

a) 𝟏𝟐𝟒 milhões de litros de refrigerante.

b) 𝟐, 𝟔𝟎 bilhões de litros de refrigerante.

c) 𝟏. 𝟑𝟔𝟓 milhões de litros de refrigerante.

d) 𝟐𝟕𝟑 milhões de litros de refrigerante.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 62


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19. (Unicamp/2015)

Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por ripas de madeira. As figuras abaixo
apresentam uma vista parcial da cerca, bem como os detalhes das ligações entre as ripas, nos quais os
parafusos são representados por círculos brancos. Note que cada ripa está presa á cerca por dois
parafusos em cada extremidade.

Os parafusos usados na cerca são vendidos em caixas com 𝟔𝟎 unidades. O número mínimo de caixas
necessárias para construir uma cerca com 𝟏𝟎𝟎 𝒎 de comprimento é

a) 𝟏𝟑.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟓.
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d) 𝟏𝟒.

20. (Fuvest/2015)

Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser pagas usando o bilhete único. A tarifa
é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus ou metrô/trem) e de R$4,65 para uma viagem de
integração (ônibus e metrô/trem). Um usuário vai recarregar seu bilhete único, que está com um saldo
de R$12,50. O menor valor de recarga para o qual seria possível zerar o saldo do bilhete após algumas
utilizações é

a) R$0,85

b) R$1,15

c) R$1,45

d) R$2,50

e) R$2,80

AULA 1 – Introdução à Álgebra 63


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21. (Unicamp/2014)

Um investidor dispõe de 𝑹$ 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎 por mês para adquirir o maior número possível de ações de certa
empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação era 𝑹$ 𝟗, 𝟎𝟎. No segundo mês houve uma
desvalorização e esse preço caiu para 𝑹$ 𝟕, 𝟎𝟎. No terceiro mês, com o preço unitário das ações a
𝑹$ 𝟖, 𝟎𝟎, o investidor resolveu vender o total de ações que possuía. Sabendo que só é permitida a
negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir que com a compra e venda de ações o
investidor teve

a) lucro de 𝑹$ 𝟔, 𝟎𝟎.

b) nem lucro nem prejuízo.

c) prejuízo de 𝑹$ 𝟔. 𝟎𝟎.

d) lucro de 𝑹𝑺 𝟔, 𝟓𝟎.

22. (Fuvest/2014)

O número real 𝒙, que satisfaz 𝟑 < 𝒙 < 𝟒, tem uma expansão decimal na qual os 𝟗𝟗𝟗. 𝟗𝟗𝟗 primeiros
dígitos à direita da vírgula são iguais a 𝟑. Os 𝟏. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟏 dígitos seguintes são iguais a 𝟐 e os restantes
são iguais a zero.

Considere as seguintes afirmações:


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I. 𝒙 é irracional.
𝟏𝟎
𝐈𝐈. 𝒙 ≥
𝟑
III. 𝒙. 𝟏𝟎𝟐.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 é um inteiro par

Então,

a) nenhuma das três afirmações é verdadeira

b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras

c) apenas a afirmação I é verdadeira

d) apenas a afirmação II é verdadeira

e) apenas a afirmação III é verdadeira

AULA 1 – Introdução à Álgebra 64


127

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23. (Fuvest/2013)

As propriedades aritméticas e as relativas à noção de ordem desempenham um importante papel no


estudo dos números reais. Nesse contexto, qual das afirmações abaixo é correta?

a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.

b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.

c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝒂𝟐 = 𝒂.


d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que 𝟏⁄𝒃 < 𝟏⁄𝒂.

e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.

24. (UFU/2011.2)

A produção industrial caracteriza-se por um crescente domínio da natureza, no entanto, não é mais
possível negligenciar as mazelas e a depredação ecológica que acompanham o formidável avanço das
forças produtivas. Nesse contexto, amplia-se a necessidade de mão de obra qualificada. Suponha que
o exame de ingresso em um curso de Tecnólogo de Produção Industrial preveja a realização de uma
prova valendo 𝟏𝟐𝟎 pontos. Serão aprovados candidatos que obtiveram nota maior ou igual a 𝟗𝟎
pontos, sendo que o candidato obtém 𝟏 ponto a cada questão respondida corretamente e que, a cada
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cinco questões com respostas incorretas ou não respondidas, anula-se uma questão correta.

De acordo com essas informações, para ser considerado aprovado, o número mínimo de questões que um
candidato deverá acertar deverá ser

𝒂) primo

𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗

𝒄) par

𝒅) um quadrado perfeito

AULA 1 – Introdução à Álgebra 65


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25. (Unicamp/2011)

Quarenta pessoas em excursão pernoitam em um hotel.

Somados, os homens despendem 𝑹$ 𝟐. 𝟒𝟎𝟎, 𝟎𝟎. O grupo de mulheres gasta a mesma quantia, embora
cada uma tenha pago 𝑹𝑺 𝟔𝟒, 𝟎𝟎 a menos que cada homem.

Denotando por 𝒙 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse problema e permite
encontrar tal valor é

a) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)(𝟒𝟎 − 𝒙).

b) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙)𝒙.

c) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙) (𝟒𝟎 − 𝒙).

d) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)𝒙.

26. (UEA/2011)

Os números reais 𝒑 e 𝒒 são as raízes da equação 𝟏𝟓𝒙𝟐 − 𝟏𝟏𝒙 + 𝟐 = 𝟎. Nesse caso,


𝟏 𝟏
+
𝒑 𝒒
vale
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𝟏𝟏
𝒂)
𝟐
𝟖
𝒃)
𝟕
𝟖
𝒄)
𝟏𝟏
𝟏𝟏
𝒅)
𝟏𝟓
𝟐
𝒆)
𝟏𝟏

AULA 1 – Introdução à Álgebra 66


127

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27. (Fuvest/2010)

Leia a charge e responda.

a) Que motivo levou Mafalda a pedir para ir ao banheiro?

b) Enuncie e resolva o problema matemático apresentado à Mafalda.

28. (Fuvest/2008)

Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro dia de 2007 foi segunda-feira, o
próximo ano a começar também em uma segunda-feira será

a) 2012
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b) 2014

c) 2016

d) 2018

e) 2020

29. (Fuvest/2007)

Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145 blocos de tipo Y. Esses blocos têm as
seguintes características: todos são cilindros retos, o bloco X tem 120 cm de altura e o bloco Y tem 150
cm de altura.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 67


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A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada coluna deve ser
construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem ter a mesma altura. Com o
material disponível, o número máximo de colunas que podem ser construídas é de

a) 55

b) 56

c) 57

d) 58

e) 59

30. (Fuvest/2005)

O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para que a soma seja o quadrado de um
número inteiro positivo é

a) 37

b) 36

c) 35

d) 34
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e) 33

31. (Unesp/2004)

Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de 𝑹$ 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎, mais 𝑹$ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 por hora, para
animar uma festa. Daniel, na mesma função, cobra uma taxa fixa de RS 55,00, mais 𝑹$ 𝟑𝟓, 𝟎𝟎 por hora.
O tempo máximo de duração de uma festa, para que a contratação de Daniel não fique mais cara que
a de Carlos, é:

a) 𝟔 horas.

b) 𝟓 horas.

c) 𝟒 horas.

d) 𝟑 horas.

e) 𝟐 horas.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 68


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32. (Fuvest/2003)

Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e dois reais. O prêmio
foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que cada um recebeu, em reais, foi:

a) 3.009.006,00

b) 3.090.006,50

c) 3.090.006,00

d) 3.090.006,50

e) 3.900.060,50

33. (Fuvest/2003)

As soluções da equação
𝒙−𝒂 𝒙+𝒂 𝟐(𝒂𝟒 + 𝟏)
+ =
𝒙 + 𝒂 𝒙 − 𝒂 𝒂𝟐 (𝒙𝟐 − 𝒂𝟐 )
onde 𝒂 ≠ 𝟎, são:
𝒂 𝒂
𝒂) − 𝒆
𝟐 𝟒
𝒂 𝒂
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𝒃) − 𝒆
𝟒 𝟒
𝟏 𝟏
𝒄) − 𝒆
𝟐𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒅) − 𝒆
𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒆) − 𝒆
𝒂 𝒂

AULA 1 – Introdução à Álgebra 69


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34. (Unesp/2003)

Por hipótese, considere

𝒂 = 𝒃
Multiplique ambos os membros por 𝒂

𝒂² = 𝒂𝒃
Subtraia de ambos os membros 𝒃²

𝒂² − 𝒃² = 𝒂𝒃 − 𝒃²
Fatore os termos de ambos os membros

(𝒂 + 𝒃)(𝒂 − 𝒃) = 𝒃(𝒂 − 𝒃)
Simplifique os fatores comuns

(𝒂 + 𝒃) = 𝒃
Use a hipótese que 𝒂 = 𝒃

𝟐𝒃 = 𝒃
Simplifique a equação e obtenha

𝟐 = 𝟏
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A explicação para isto é:

a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.

b) a hipótese não pode ser feita, pois como 𝟐 = 𝟏, 𝒂 deveria ser (𝒃 + 𝟏).

c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.

d) na fatoração, faltou um termo igual a −𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.

e) na fatoração, faltou um termo igual a +𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.

35. (Fuvest/2002)

Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com lado de mesma medida inteira, em
centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5 m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados
da sala, devendo ser utilizadas somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das
lajotas?

AULA 1 – Introdução à Álgebra 70


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36. (Fuvest/2000)

Se x e y são dois números inteiros, estritamente positivos e consecutivos, qual dos números abaixo é
necessariamente um inteiro ímpar?

a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚

b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚

c) 𝒙𝒚 + 𝟏

d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐

e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏

37. (Fuvest/1999)

Dados dois números reais a e b que satisfazem as desigualdades 𝟏 ≤ 𝒂 ≤ 𝟐 e 𝟑 ≤ 𝒃 ≤ 𝟓, pode-se afirmar


que
𝒂 𝟐
𝒂) ≤
𝒃 𝟓
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟐
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𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤ 𝟓
𝟐 𝒃

38. (Fuvest/1999)

Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre, completou os primeiros 300 metros em 3
minutos e 51 segundos. Se este nadador mantiver a mesma velocidade média os últimos 100 metros,
completará a prova em

a) 4 minutos e 51 segundos.

b) 5 minutos e 8 segundos.

c) 5 minutos e 28 segundos.

d) 5 minutos e 49 segundos.

e) 6 minutos e 3 segundos.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 71


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39. (Fuvest/1999)

Se a equação 𝟖𝒙𝟑 + 𝒌𝒙𝟐 − 𝟏𝟖𝒙 + 𝟗 = 𝟎 tem raízes reais 𝒂 e −𝒂, então o valor de 𝒌 é:
𝟗
𝒂)
𝟒
𝒃) 𝟐
𝟗
𝒄)
𝟖
𝒅) − 𝟐

𝒆) − 𝟒

40. (Fuvest/1997)

O menor número natural 𝒏, diferente de zero, que torna o produto de 3888 por 𝒏 um cubo perfeito é

a) 6

b) 12

c) 15

d) 18
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e) 24

AULA 1 – Introdução à Álgebra 72


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8. Gabarito das questões de vestibulares anteriores
1. C 21. A
2. C 22. E
3. C 23. E
4. C 24. B
5. V-F-V-V-V 25. C
6. D 26. A
7. B 27. 291
8. E 28. D
9. D 29. E
10. E 30. A
11. D 31. D
12. A 32. A
13. C 33. E
14. E 34. C
15. D 35. 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100.
16. E 36. C
17. D 37. C
18. A 38. B
19. D 39. E
20. B 40. B
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AULA 1 – Introdução à Álgebra 73


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9. Questões de vestibulares anteriores resolvidas e comentadas
1. (FUVEST/2019)

Em uma família, o número de irmãs de cada filha é igual à metade do número de irmãos. Cada filho tem o
mesmo número de irmãos e irmãs.

O número total de filhos e filhas da família é

𝒂) 𝟒.

𝒃) 𝟓.

𝒄) 𝟕.

𝒅) 𝟏𝟎.

𝒆) 𝟏𝟓.
Comentários
Para maior clareza na resolução, tomemos ℎ como o número de filhos (homens) e 𝑚 como o número
de filhas (mulheres).
Se você é homem em uma família que tem, digamos, 4 filhos homens (incluindo você), quantos
irmãos você tem?
Se são 4 filhos homens e você é um deles, você tem 4 − 1 irmãos, ou seja, 3 irmãos, pois você não é
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considerado irmão de si mesmo.


O mesmo não acontece para o número de irmãs de um homem. Se os pais têm 5 filhas, cada filho
tem 5 irmãs.
Usaremos essa mesma lógica para escrever as equações que traduzem a situação descrita no
enunciado.

...o número de irmãs de cada filha é igual à metade do número de irmãos...


1
𝑚−1= ⋅ℎ
2
Cada filho tem o mesmo número de irmãos e irmãs.
ℎ−1=𝑚
Traduzidos os dados para a forma de equações, temos, no problema, duas equações e duas
incógnitas, portanto, um sistema.
1
𝑚−1= ⋅ℎ
2
ℎ−1=𝑚
{
Como 𝑚 já está isolado na segunda equação, vamos utilizar essa oportunidade e substituir 𝑚 por ℎ −
1 na primeira equação.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 74


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1 1 2ℎ − 4 = ℎ 2ℎ − ℎ = 4 ℎ=4
𝑚−1= ⋅ℎ ℎ−1−1 = ⋅ℎ
2 2
⇒ ⇒{ ⇒{ ⇒{
ℎ−1=𝑚 ℎ−1=𝑚 ℎ−1=𝑚 ℎ−1=𝑚 ℎ−1=𝑚
{ {
Substituindo ℎ = 4 na segunda equação.
ℎ=4 ℎ=4 ℎ=4
{ ⇒{ ⇒{
ℎ−1=𝑚 4−1=𝑚 3=𝑚

Assim, o casal tem ℎ = 4 ⇒ quatro filhos e 3 = 𝑚 ⇒ três filhas, totalizando 4 + 3 = 7 filhos e filhas.
Gabarito: c)

2. (FUVEST/2018)

Maria quer comprar uma TV que está sendo vendida por 𝑹$ 𝟏. 𝟓𝟎𝟎, 𝟎𝟎 à vista ou em 𝟑 parcelas mensais
sem juros de 𝑹$ 𝟓𝟎𝟎, 𝟎𝟎. O dinheiro que Maria reservou para essa compra não é suficiente para pagar
à vista, mas descobriu que o banco oferece uma aplicação financeira que rende 𝟏% ao mês. Após fazer
os cálculos, Maria concluiu que, se pagar a primeira parcela e, no mesmo dia, aplicar a quantia restante,
conseguirá pagar as duas parcelas que faltam sem ter que colocar nem tirar um centavo sequer.
Quanto Maria reservou para essa compra, em reais?

𝒂) 𝟏. 𝟒𝟓𝟎, 𝟐𝟎
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𝒃) 𝟏. 𝟒𝟖𝟎, 𝟐𝟎

𝒄) 𝟏. 𝟒𝟖𝟓, 𝟐𝟎

𝒅) 𝟏. 𝟒𝟗𝟓, 𝟐𝟎

𝒆) 𝟏. 𝟒𝟗𝟎, 𝟐𝟎
Comentários
Sendo 𝑑1 a quantidade de dinheiro que Maria tem, após o primeiro mês, com rendimento de 1% ao
mês, ela terá:
1,01. 𝑑1 = 500
500
𝑑1 = ≅ 495,05
1,01
Para pagar a parcela de 500 que vencerá no segundo mês, ela terá um rendimento de (1,01)², então:
(1,01. 𝑑2). 1,01 = 500
(1,01)2 . 𝑑2 = 500
500
𝑑2 = ≅ 490,15
(1,01)2
Então a quantia que Maria guardou para os dois meses seguintes é dada, pela soma 𝑑1 + 𝑑2
𝑑1 + 𝑑2 = 495,05 + 490,15
𝑑1 + 𝑑2 = 985,20
O total que Maria reservou para a compra, com a entrada de R$500,00 é:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 75


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985,20 + 500 = 1485,20
Gabarito: c)
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AULA 1 – Introdução à Álgebra 76


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3. (UECE/2020)

O resultado da multiplicação 𝟐𝟓 × 𝟏𝟓 × 𝟗 × 𝟓, 𝟒 × 𝟑, 𝟐𝟒 é igual a

𝒂) 𝟑𝟗

𝒃) 𝟑𝟏𝟏

𝒄) 𝟑𝟏𝟎

𝒅) 𝟑𝟏𝟐
Comentários
A primeira coisa que temos que notar nessa etapa, é que podemos seguir vários caminhos diferentes
para resolver a questão.
Uma breve análise das alternativas nos permite perceber que a banca percorreu o caminho da
fatoração, então, mãos à obra.
Primeira atividade: fatorar tudo o que pudermos e, para os decimais, transformar em frações.
Assim, nossa expressão será transformada da seguinte maneira:
25 × 15 × 9 × 5,4 × 3,24
54 324
25 × 15 × 9 × ×
10 100
2 × 33 22 × 34
52 × 3 × 5 × 32 × ×
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2 × 5 22 × 52
Simplificando, temos:
2 × 33 22 × 34
52 × 3 × 5 × 32 × ×
2 × 5 22 × 52
2
33 34
3×3 × ×
1 1
3 × 3 × 3 × 34
2 3

310
Nota: algumas bancas ainda usam o símbolo × para indicar a multiplicação explícita. Em nosso curso,
utilizaremos, o símbolo ⋅ para indicar essa operação, visto que evita a confusão com a letra 𝑥, além de ser
mais frequente nas bancas de vestibular, ok?
Nessa notação, nossa pergunta seria reescrita da seguinte maneira:
25 ⋅ 15 ⋅ 9 ⋅ 5,4 ⋅ 3,24
mas sem mudança de sentido com relação à expressão original.
Gabarito: c)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 77


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4. (Unicamp/2019)

A representação decimal de certo número inteiro positivo tem dois algarismos. Se o triplo da soma desses
algarismos é igual ao próprio número, então o produto dos algarismos é igual a

a) 𝟏𝟎.

b) 𝟏𝟐.

c) 𝟏𝟒.

d) 𝟏𝟔.
Comentários
Nosso sistema de numeração é decimal e posicional. O valor de um algarismo depende de em qual
posição ele está na escrita.

Alguns exemplos:

23 → 2 dezenas e 3 unicades → 2 · 10 + 3
521 → 5 centenas, 2 dezenas e 1 unicade → 5 · 100 + 2 · 10 + 1

Assim, um número de dois algarismos escrito da forma 𝑎𝑏 (não é 𝑎 vezes 𝑏, é só a posição mesmo)
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deve ser representado da mesma forma:

𝑎𝑏 → a dezenas e b unidades → 𝑎 · 10 + 𝑏

Tomemos, então, o número inteiro positivo como 𝑛 = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏, onde 𝑎 representa o algarismo das
dezenas; e 𝑏, o das unidades.
Reescrevendo parte do enunciado como equação, temos:
“... o triplo da soma desses algarismos é igual ao próprio número...”
3(𝑎 + 𝑏) = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏
3𝑎 + 3𝑏 = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏
2𝑏 = 7𝑎
2𝑏
=𝑎
7
Como 𝑎 e 𝑏 são, necessariamente, inteiros e positivos, temos que 𝑏 deve ser múltiplo de 7, pois 𝑎 é
inteiro.
Como 0 < 𝑏 < 9, afinal, estamos falando de dígitos de um número, o único valor possível para 𝑏 é 7,
o que retorna 𝑎 = 2. Assim, temos 𝑎 ⋅ 𝑏 = 2 ⋅ 7 = 14.
Gabarito: c)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 78


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5. (Fepar/2019)

O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras matemáticas de que se tem registro.
Consiste em 84 problemas matemáticos resolvidos pelos métodos adotados no Egito Antigo, época em
que foi escrito. Acredita-se que esse papiro foi usado como material didático na época. São 5,36 metros
de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14 folhas, escrito em cor preta, com partes
importantes destacadas em vermelho.

Os problemas buscavam resolver situações do cotidiano da época, como preço do pão, armazenamento
do trigo, alimentação do gado, além de problemas mais abstratos e algébricos, que podem ser
comparados atualmente à resolução de equações. O que hoje tratamos como a incógnita "x", na época,
era nomeado por um termo sinônimo da palavra montão".

Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta parte, todos
juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?
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Considere o texto e avalie as sentenças que se seguem.

( ) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.

( ) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.

( ) A equação que descreve o problema do papiro é


𝒙
𝒙+ = 𝟏𝟓
𝟒
( ) Uma equação equivalente a situação é
𝒙 + 𝟒𝒙 𝟔𝟎
=
𝟒 𝟒
( ) Um "montão" é 12.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 79


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Comentários
Para essa questão, vamos interpretar e resolver todo o problema e julgar as alternativas ao final.
A questão traz o enunciado: um montão e sua quarta parte, todos juntos são 15. Diga-me quanto é
esse montão?
Chamando “um montão” de 𝑥, temos que sua quarta parte é 𝑥⁄4.
A informação de que a soma do montão com sua quarta parte, todos juntos são 15 equivale à
equação:
𝑥
𝑥 + = 15
4
Agora, precisamos descobrir o valor do 𝒙. Para a soma de frações, já sabe, MMC.
Atenção, podemos calcular o MMC para apenas um dos membros ou para toda a equação; ambos os
métodos estão corretos. Optaremos por tirar o MMC para os dois membros por antecipação à quarta
afirmação da questão, que coloca ambos os membros da equação com o mesmo denominador.
𝑥
𝑥 + = 15
4
𝑥 + 4𝑥 60
=
4 4
Multiplicando ambos os termos da equação por 4,
𝑥 + 4𝑥 = 60
5𝑥 = 60
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Dividindo ambos os termos por 5,


5𝑥 = 60
5𝑥 60
=
5 5
𝑥 = 12
Agora sim, podemos julgar as alternativas.
(V) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.
Correto, de acordo com a definição vista nessa mesma aula.
(F) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.
A equação correspondente é do primeiro grau, não do segundo.
(V) A equação que descreve o problema do papiro é
𝑥
𝑥 + = 15
4
Absolutamente correto, a resolução traz exatamente a mesma equação.
(V) Uma equação equivalente a situação é
𝑥 + 4𝑥 60
=
4 4
Correto novamente, como vimos na resolução.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 80


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(V) Um "montão" é 12.
Também correto, nossa resolução trouxe 𝑥 = 12 como solução da equação.
Gabarito: V-F-V-V-V

6. (UECE/2019-2)

Se o número natural 𝒑 possui exatamente três divisores positivos e satisfaz a desigualdade 𝟏𝟎𝟎 < 𝒑 <
𝟏𝟓𝟎, então, o número 𝒒 = 𝟑(√𝒑) cumpre a condição

𝒂) 𝟐𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟏.

𝒃) 𝟑𝟓 < 𝒒 < 𝟑𝟗.

𝒄) 𝟐𝟎 < 𝒒 < 𝟐𝟓.

𝒅) 𝟑𝟏 < 𝒒 < 𝟑𝟓.


Comentários
Como 𝑝 tem apenas 3 divisores positivos, podemos assumir que ele deve ser um quadrado perfeito
e, ainda, de um número primo.
Dessa forma, garantimos que ele só será divisível por ele mesmo, pelo primo que o compõe e por 1.
Já que 𝑝 está entre 100 e 150, o único primo ao quadrado que pode servir como base é o 11.
𝑝 = 112 = 121
Portanto:
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𝑞 = 3√121 = 3 ⋅ 11 = 33
Gabarito: d)

7. (UECE/2019-1)

Considere a soma dos números inteiros ímpares positivos agrupados do seguinte modo:

𝟏 + (𝟑 + 𝟓) + (𝟕 + 𝟗 + 𝟏𝟏) + (𝟏𝟑 + 𝟏𝟓 + 𝟏𝟕 + 𝟏𝟗) + (𝟐𝟏 + 𝟐𝟑 + 𝟐𝟓 + 𝟐𝟕


+ 𝟐𝟗) + . . . ..
O grupo de ordem 𝒏 é formado pela soma de 𝒏 inteiros positivos ímpares e consecutivos. Assim, pode-se
afirmar corretamente que a soma dos números que compõem o décimo primeiro grupo é igual a

𝒂) 𝟏𝟐𝟐𝟑.

𝒃) 𝟏𝟑𝟑𝟏.

𝒄) 𝟏𝟏𝟏𝟑.

𝒅) 𝟏𝟒𝟑𝟏.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 81


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Comentários
Como estamos interessados na soma de cada grupo, vamos calcular cada soma dessas para ver se há
algum padrão que possamos usar.
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 1 → 1
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2 → 3 + 5 = 8
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3 → 7 + 9 + 11 = 27
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4 → 13 + 15 + 17 + 19 = 64
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 5 → 21 + 23 + 25 + 27 + 29 = 125

Percebeu algum padrão nesses grupos? Todas essas somas resultam em um cubo perfeito, veja:
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 1 → 1 = 13
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 2 → 3 + 5 = 8 = 23
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 3 → 7 + 9 + 11 = 27 = 33
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 4 → 13 + 15 + 17 + 19 = 64 = 43
𝐺𝑟𝑢𝑝𝑜 5 → 21 + 23 + 25 + 27 + 29 = 125 = 53
Desse modo, podemos extrapolar que o décimo primeiro grupo terá a soma equivalente a 113 =
1331.
Gabarito: b)
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8. (Fuvest/2018)

Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática, português e inglês num concurso, 20 obtiveram
nota mínima para aprovação nas três disciplinas. Além disso, sabe-se que:

I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;

II. 16 não obtiveram nota mínima em português;

III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;

IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em português;

V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;

VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês;

VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.

A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi

a) 44.

b) 46

c) 47

d) 48
e) 49

AULA 1 – Introdução à Álgebra 82


127

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Comentários
Com o enunciado, percebemos que há várias informações acerca dos alunos. Uma maneira muito
interessante para organizar essas informações é a utilização dos diagramas de Venn-Euler, por tratar os
dados de maneira visual.
Inicialmente, façamos um diagrama com o número de conjuntos pretendido:

Nesse contexto, consideraremos o conjunto “Matemática” como o conjunto dos alunos que não
obtiveram nota mínima em Matemática, aplicando o mesmo raciocínio para Português e para Inglês.
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Sendo assim, a região em cinza a seguir representa os alunos que não obtiveram nota mínima nas
três disciplinas simultaneamente, ou seja, em Matemática, em Português e em Inglês.

Para evitar contabilização duplicada, é indicado começarmos justamente por essa intersecção. Como
o exercício nos diz:
VII. 2 não obtiveram nota mínima em português, matemática e inglês.
Começaremos justamente colocando essa informação no diagrama.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 83


127

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Nosso próximo passo é extremamente importante e dele depende todo o decorrer de nossa
resolução.
A região hachurada na próxima figura representa as pessoas que não obtiveram nota mínima em
Português e em Inglês, veja:
CPF 41999250826

Perceba o que o exercício nos informa exatamente sobre essa região:


VI. 7 não obtiveram nota mínima em português e em inglês;
Aqui há uma tendência a colocar os 7 na área que falta, porém já há a anotação de 2 pessoas nessa
região, portanto, podemos apenas acrescentar 5 para que, na região toda, haja as 7 pessoas informadas,
concorda?

AULA 1 – Introdução à Álgebra 84


127

CPF 41999250826
Veja como fica:

Agora que você já pegou o jeito, vamos completar as informações faltantes em sequência, sempre
com o mesmo raciocínio:
V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;
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AULA 1 – Introdução à Álgebra 85


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IV. 5 não obtiveram nota mínima em matemática e em português;

III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;


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AULA 1 – Introdução à Álgebra 86


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II. 16 não obtiveram nota mínima em português;

I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;


CPF 41999250826

Muita calma agora. Apesar de termos inserido todas as informações de I a VII no diagrama, há uma
informação crucial no enunciado e que ainda não foi inserida, veja:
“Dentre os candidatos que fizeram proas de matemática, português e inglês num concurso, 20
obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas.”
Mas professor, em qual desses conjuntos colocaremos esses 20 alunos?
Veja bem, no início do nosso exercício definimos que entrariam nesses conjuntos (Matemática,
Português e Inglês) os alunos que não conseguiram nota mínima para aprovação.
Se o enunciado nos informa que 20 alunos conseguiram a nota mínima, eles não podem ser inseridos
em nenhum desses 3 conjuntos, então ficarão de fora mesmo.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 87


127

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Agora sim, temos todos os dados para resolvermos praticamente qualquer questão acerca dessas
informações.
Voltando ao enunciado, retomemos:
“A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi”
Aqui a questão está solicitando o que chamamos de “conjunto universo”, ou seja, a soma de todos
CPF 41999250826

os elementos de dentro e de fora de nossa delimitação.


Alguns livros didáticos fazem essa representação gráfica com uma delimitação maior contendo os 3
conjuntos, veja:

Essa delimitação do conjunto universo não nos é crucial para a resolução, bastando entender que há
apenas dois tipos de pessoas que participaram do concurso: as que não conseguiram nota mínima (dentro
das delimitações Matemática, Português e Inglês) e as que conseguiram (as 20 pessoas fora desses 3
conjuntos).

AULA 1 – Introdução à Álgebra 88


127

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Enfim, conseguimos nossa resposta. O número N de pessoas que participaram do concurso é dado
por:
𝑁 = 8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 + 20 = 49
Ou seja, nossa alternativa e).
Aprofundando um pouco mais. Com o diagrama feito, poderíamos pensar em muitos tipos de
perguntas e gostaria de explorar algumas delas com você.
Olhando nosso último diagrama, responda:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em pelo menos duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?
Vejamos as respostas:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
8 + 6 + 4 = 18
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
3+1+5 =9
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em pelo menos duas disciplinas?
3 + 1 + 5 + 8 + 6 + 4 = 27
CPF 41999250826

Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?


8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 = 29
Agora sim, estamos prontos para seguir.
Gabarito: e)

9. (Unicamp/2018)

Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre esses três números, a quantidade
de números ímpares é igual a

a) 𝟎 ou 𝟏.

b) 𝟏 ou 𝟐.

c) 𝟐 ou 𝟑.

d) 𝟏 ou 𝟑.
Comentários
Chamando 𝑝 um número par e 𝑖 um número ímpar, temos as seguintes possibilidades:

𝑝+𝑝+𝑝 =𝑝 𝑝+𝑝+𝑖 =𝑖 𝑝+𝑖+𝑖 =𝑝 𝑖+𝑖+𝑖 =𝑖

Como o enunciado disse que o resultado é um número ímpar, temos apenas duas possibilidades: ou
apenas uma parcela da soma é formada por número ímpar ou as três parcelas da soma são números ímpares.
Gabarito: d)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 89


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10. (Mackenzie/2018)

Em uma pesquisa com 120 pessoas, verificou-se que

65 assistem ao noticiário A

45 assistem ao noticiário B

42 assistem ao noticiário C

20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B

25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C

15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C

8 assistem aos três noticiários

Então, o número de pessoas que assistem somente a um noticiário é

a) 7

b) 8

c) 14
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d) 28

e) 56
Comentários
Para esses exercícios de conjuntos, lembre-se do diagrama de Venn-Euler e de seu preenchimento
preferencial a partir da intersecção dos 3 conjuntos.
A informação a ser preenchida inicialmente é a de que 8 assistem aos três noticiários e deve ser
colocada logo na intersecção do diagrama.
As informações em sequência são as intersecções de dois em dois dos conjuntos, e são
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C
15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C
É vital aqui que você lembre que esses números não vão escritos diretamente, pois dentro deles estão
contados os 8 que já assistem aos 3 noticiários e é preciso subtraí-los de cada um destes.
E, finalmente, as informações restantes, de cada conjunto individualmente:
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
Também, lembrando de fazer as devidas subtrações.
Seguindo as orientações dadas em aula, o diagrama de Venn-Euler para o problema proposto é:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 90


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CPF 41999250826
Agora estamos aptos a responder o que for necessário acerca desses dados.
O enunciado solicitou o número de pessoas que assistem somente a um noticiário.
CPF 41999250826

Consultando o diagrama, vemos que as pessoas que assistem somente ao noticiário A somam 28
pessoas; as que assistem somente ao noticiário B, 18 e as que assistem somente ao noticiário C, 10.
Dessa forma, o número 𝑛 de pessoas solicitado é dado por:
𝑛 = 28 + 18 + 10 = 56
Gabarito: e)

11. (Mackenzie/2018)
O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu sucessor é igual a 8, é

a) 5

b) 4

c) −3

d) 3

e) 2
Comentários
Para chegar à solução, precisamos, antes, escrever a equação que representa o problema.
Podemos representar o antecessor de um número por 𝑥 − 1 e o sucessor por 𝑥 + 1. O problema
afirma que o produto do antecessor pelo sucessor é 8, então:
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
O que é a equação correspondente ao problema.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 91


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CPF 41999250826
Vamos, então, à sua resolução.
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
Ao invés de distribuir o produto, podemos pensar nos produtos notáveis, especificamente no produto
da soma pela diferença:
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
𝑥 2 − 12 = 8
𝑥2 = 8 + 1
𝑥2 = 9
𝑥 = ±√9
𝑥 = ±3
Como o enunciado pede apenas a solução inteira e positiva, nossa resposta é 3.
Gabarito: d)

12. (Unesp/2018)

Renata escolhe aleatoriamente um número real de −𝟒 a 𝟐 e diferente de zero, denotando-o por 𝒙. Na reta
𝟐−𝒙
real, o intervalo numérico que necessariamente contém o número é
𝒙
a)
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b)

c)

d)

e)
Comentários
Do enunciado, escolhemos o número 𝑥 entre 4 e 2, ou seja: −4 < 𝑥 < 2
2−𝑥
Para conseguir induzir a expressão 𝑥 , dada no enunciado, façamos o inverso de cada termo
multiplicado por 2. Mas cuidado, ao invertermos a inequação, precisamos inverter os sinais de desigualdade.
2 2
− >
4 𝑥
2 2 2 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
− > >+ → 𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 →
4 𝑥 2 𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çã𝑜 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎 2 2
{ 𝑥 > +2

AULA 1 – Introdução à Álgebra 92


127

CPF 41999250826
2 2 2 2
− > >+
4 𝑥 𝑥 2
2 2
−0,5 > >1
𝑥 𝑥
2 2
−0,5 − 1 > −1 −1>1−1
𝑥 𝑥
2 2
−1,5 > −1 −1>0
𝑥 𝑥
2−𝑥 2−𝑥
−1,5 > >0
𝑥 𝑥
Gabarito: a)

13. (Unicamp/2017)

Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 𝟓 pessoas e o livro B foi lido por 𝟒 pessoas.
Podemos afirmar corretamente que, nesse grupo,
a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.

b) nenhuma pessoa leu os dois livros.

c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
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d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.


Comentários
Se o grupo conta com 10 pessoas, 5 pessoas leram o livro 𝐴 e 4, o livro 𝐵, temos 9 pessoas lendo
algum livro, deixando possibilidade para que, pelo menos uma, não tenha lido livro algum.
Exercício resolvido em detalhes na teoria, seção 6.1.
Gabarito: c)

14. (Fuvest/2017)

Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são equivalentes se a soma dos divisores
positivos de a coincide com a soma dos divisores positivos de b.

Constituem dois inteiros positivos equivalentes:

a) 8 e 9. b) 9 e 11. c) 10 e 12. d) 15 e 20. e) 16 e 25.


Comentários
Muito bem. Antes de analisarmos as alternativas, faz-se necessário entender o que o enunciado diz.
A título de esclarecimento, peguemos dois números, digamos 6 e 10. Para saber se eles são
equivalentes, façamos o proposto pelo enunciado, somemos seus divisores. Acompanhe:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 93


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CPF 41999250826
Número Divisores Soma

6 1, 2, 3 𝑒 6 1 + 2 + 3 + 6 = 12

10 1, 2, 5 𝑒 10 1 + 2 + 5 + 10 = 18

Portanto, pelos dados do enunciado, os números 6 e 10 não são equivalentes.


Para uma análise mais ampla, façamos o mesmo com todos os números citados nas alternativas:

Número Divisores Soma

8 1, 2, 4 𝑒 8 1 + 2 + 4 + 8 = 15

9 1, 3 𝑒 9 1 + 3 + 9 = 13

10 1, 2, 5 𝑒 10 1 + 2 + 5 + 10 = 18

11 1 𝑒 11 1 + 11 = 12

12 1, 2, 3, 4, 6 𝑒 12 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28

15 1, 3, 5 𝑒 15 1 + 3 + 5 + 15 = 24

16 1, 2, 4, 8 𝑒 16 1 + 2 + 4 + 8 + 16 = 31

20 1, 2, 4, 5, 10 𝑒 20 1 + 2 + 4 + 5 + 10 + 20 = 42
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25 1, 5 𝑒 25 1 + 5 + 25 = 31

Perceba que apenas os números 16 e 25 apresentam somas iguais, indicando a alternativa e) como
nosso gabarito!

Você não precisaria saber o que são os números equivalentes. É muito comum um exercício trazer
uma definição “nova” para você e, dando informações suficientes, solicitando alguma atividade que exija
adaptação de seus conhecimentos. Não se desespere com termos diferentes e conceitos novos, a prova dará
informações suficientes nessas situações.
Gabarito: e)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 94


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15. (Unesp/2016)

Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao final do primeiro mês no imóvel,
de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de aluguel. Rafael alugou um imóvel nessa imobiliária
e pagou 𝑹$ 𝟗𝟎𝟎, 𝟎𝟎 ao final do primeiro mês. No período de um ano de ocupação do imóvel, ele
contabilizou gastos totais de 𝑹𝑺 𝟔. 𝟗𝟓𝟎, 𝟎𝟎 com a locação do imóvel.

Na situação descrita, a taxa paga foi de

a) 𝑹$𝟒𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

b) 𝑹$𝟐𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

c) 𝑹$ 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎.

d) 𝑹$𝟑𝟓𝟎, 𝟎𝟎.

e) 𝑹$𝟓𝟓𝟎, 𝟎𝟎.
Comentários
No primeiro mês, Rafael pagou:
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 = 900
Nos outros meses, só o aluguel, ou seja:
𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 = 900
CPF 41999250826

𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 = 900 − 𝑡𝑎𝑥𝑎


Rafael pagou, em um ano, 1 vez o 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎 e 11 vezes só o 𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙, contabilizando
R$6.950,00. Assim, podemos escrever a equação equivalente a seguir:
1 ⋅ (𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙 + 𝑡𝑎𝑥𝑎) + 11 ⋅ (𝑎𝑙𝑢𝑔𝑢𝑒𝑙) = 6.950
1 ⋅ (900) + 11 ⋅ (900 − 𝑡𝑎𝑥𝑎) = 6.950
Chamemos a taxa de 𝑥 e, em seguida, resolvamos a equação.
1 ⋅ 900 + 11 ⋅ (900 − 𝑥) = 6.950
900 + 9900 − 11𝑥 = 6.950
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
3.850 = 11𝑥
350 = 𝑥
Desse modo, nossa taxa é de 𝑅$350,00.
Gabarito: d)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 95


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CPF 41999250826
16. (Fuvest/2016)

A igualdade correta para quaisquer 𝒂 e 𝒃, números reais maiores do que zero, é


𝟑
𝒂) √𝒂𝟑 + 𝒃𝟑 = 𝒂 + 𝒃
𝟏 𝟏
𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) 𝟐 =𝒂−𝒃
𝒂 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐
Comentários
Mais uma questão que, para resolvê-la, precisamos analisar alternativa a alternativa.
Podemos perceber que teremos que “provar” certas propriedades por meio de equações e há,
basicamente, três meios para se provar uma igualdade 𝐴 = 𝐵: podemos sair de 𝐴 e chegar em 𝐵, sair de 𝐵
e chegar em 𝐴 ou ainda sair da própria igualdade 𝐴 = 𝐵 e chegar a uma igualdade irrefutavelmente
verdadeira (ou falsa, para provar que a igualdade não é válida).
Mãos à obra!
𝟑
𝒂) √𝒂𝟑 + 𝒃𝟑 = 𝒂 + 𝒃
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Nessa igualdade, optaremos pela terceira das possibilidades apresentadas, saindo da igualdade
original e tentando chegar a uma igualdade irrefutavelmente válida ou inválida.
3
√𝑎3 + 𝑏 3 = 𝑎 + 𝑏
3 3
( √𝑎3 + 𝑏 3 ) = (𝑎 + 𝑏)3

𝑎3 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏)3
Se você se lembra dos produtos notáveis apresentados no início da aula, já deve ter percebido que a
igualdade não é válida, pois o desenvolvimento do cubo da soma não é a soma dos cubos, veja:
𝑎3 + 𝑏 3 ≠ (𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3. 𝑎2 𝑏 + 3. 𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
Portanto a alternativa a) é falsa, vamos para a próxima.
𝟏 𝟏
𝒃) =−
𝒂√𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 𝒃
Novamente, partamos da igualdade completa.
1 1
=−
𝑎√𝑎2 + 𝑏 2 𝑏
Rearranjando os termos, cientes de que 𝑎 e 𝑏 não são nulos, temos:
𝑏
= √𝑎2 + 𝑏 2

𝑎
Ao olhar a igualdade, sabendo que 𝑎 e 𝑏 são maiores do que zero, portanto positivos, podemos
perceber que a fração apresentada no primeiro termo da equação será sempre negativa e um resultado
negativo nunca poderia ser resultado de a extração de uma raiz quadrada no domínio dos números reais.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 96


127

CPF 41999250826
Novamente, alternativa falsa.
𝟐
𝒄) (√𝒂 − √𝒃) = 𝒂 − 𝒃
Para essa alternativa, vamos sair do primeiro membro e tentar chegar ao segundo para verificar a
validade da afirmação.
2 2 2
(√𝑎 − √𝑏) = √𝑎 − 2√𝑎. √𝑏 + √𝑏 = 𝑎 − 2√𝑎. √𝑏 + 𝑏
Como a expressão a que chegamos não é equivalente ao segundo termo da equação apresentada,
classificamos, também, essa alternativa como falsa.
𝟏 𝟏 𝟏
𝒅) = +
𝒂+𝒃 𝒂 𝒃
Para a análise dessa alternativa, saiamos do segundo membro da equação para tentar chegar ao
primeiro.
1 1
+
𝑎 𝑏
Para soma de frações, MMC:
1 1 𝑏+𝑎
+ =
𝑎 𝑏 𝑎𝑏
Novamente, chegamos a uma expressão não equivalente à informada na igualdade. Alternativa
também falsa.
Sem mais alternativas, não nos resta escolha além de assinalar a alternativa e) como nosso gabarito,
CPF 41999250826

mas, a título de exercício, vamos analisá-la também para atestar sua validade.
𝒂𝟑 − 𝒃𝟑
𝒆) =𝒂−𝒃
𝒂𝟐 + 𝒂𝒃 + 𝒃𝟐
Nessa alternativa, vamos partir da expressão apresentada no primeiro termo e verificar se ela é
equivalente ao segundo termo.
𝑎3 − 𝑏 3
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2
Como vimos nos produtos notáveis apresentados no início, podemos fatorar a expressão 𝑎3 − 𝑏 3 .
𝑎3 − 𝑏 3 (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 3 )
= = (𝑎 − 𝑏)
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 2 (𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏 3 )
Exatamente o que nossa alternativa afirmou.
Gabarito: e)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 97


127

CPF 41999250826
17. (UERJ/2015.2)

O segmento 𝑿𝒀, indicado na reta numérica abaixo, está dividido em dez segmentos congruentes pelos
pontos 𝑨, 𝑩, 𝑪, 𝑫, 𝑬, 𝑭, 𝑮, 𝑯 e 𝑰.

𝟏 𝟑
Admita que 𝑿 e 𝒀 representem, respectivamente, os números e 𝟐. O ponto 𝑫 representa o seguinte
𝟔
número:
𝟏
𝒂)
𝟓
𝟖
𝒃)
𝟏𝟓
𝟏𝟕
𝒄)
𝟑𝟎
𝟕
𝒅)
𝟏𝟎
Comentários
A distância 𝑍 entre 𝑌 e 𝑋 é dada pela diferença entre esses dois números, ou seja:
Z=Y−X
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3 1
Z= −
2 6
9−1
Z=
6
8 4
Z= =
6 3
Perceba que essa distância não é entre cada letra indicada, e, sim, entre 𝑋 e 𝑌.
Como temos, entre 𝑋 e 𝑌, 10 intervalos iguais, podemos descobrir a distância 𝑑 entre cada letra
simplesmente dividindo 𝐷 por 10.
𝑍
𝑑=
10
4
𝑑= 3
10
4 1
𝑑= ⋅
3 10
4 2
𝑑= =
30 15
O ponto 𝐷 está 4 unidades 𝑑 à direita de 𝑋, então, podemos dizer que o ponto 𝐷 representa o
número:
𝐷 =𝑋+4⋅𝑑
1 2
𝐷= +4⋅
6 15

AULA 1 – Introdução à Álgebra 98


127

CPF 41999250826
1 8
𝐷= +
6 15
5 + 16
𝐷=
30
21 7
𝐷= =
30 10
Quem diria, o ponto 𝐷 está na alternativa d). Que coisa, não?
Gabarito: d)

18. (Unicamp/2015)

Prazeres, benefícios, malefícios, lucros cercam o mundo dos refrigerantes. Recentemente, um grande
fabricante nacional anunciou que havia reduzido em 𝟏𝟑 mil toneladas o uso de açúcar na fabricação
de seus refrigerantes, mas não informou em quanto tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um de seus
refrigerantes informa que 𝟐𝟎𝟎 𝒎𝒍 do produto contêm 𝟐𝟏 𝒈 de açúcar. Utilizando apenas o açúcar
"economizado" pelo referido fabricante seria possível fabricar, aproximadamente.

a) 𝟏𝟐𝟒 milhões de litros de refrigerante.


b) 𝟐, 𝟔𝟎 bilhões de litros de refrigerante.

c) 𝟏. 𝟑𝟔𝟓 milhões de litros de refrigerante.

d) 𝟐𝟕𝟑 milhões de litros de refrigerante.


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Comentários
O número 𝑛 de refrigerantes de 200 𝑚𝑙, contendo 21 𝑔 de açúcar por unidade, é:
200 𝑚𝑙
13.000.000 𝑘𝑔 13.000.000.000 𝑔 ⋅ ( 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ) 13.000.000.000 ⋅ 200 𝑚𝑙
= = =
21 𝑔 21 𝑔 21
( ) ( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
200 𝑚𝑙
( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
= 123.809.523.810 𝑚𝑙 = 123.809.523,810 𝑙 ≅ 124 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
Gabarito: a)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 99


127

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19. (Unicamp/2015)

Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por ripas de madeira. As figuras abaixo
apresentam uma vista parcial da cerca, bem como os detalhes das ligações entre as ripas, nos quais os
parafusos são representados por círculos brancos. Note que cada ripa está presa á cerca por dois
parafusos em cada extremidade.

Os parafusos usados na cerca são vendidos em caixas com 𝟔𝟎 unidades. O número mínimo de caixas
necessárias para construir uma cerca com 𝟏𝟎𝟎 𝒎 de comprimento é
a) 𝟏𝟑.

b) 𝟏𝟐.
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c) 𝟏𝟓.

d) 𝟏𝟒.
Comentários
A menor cerca possível necessita de 5 ripas e tem 2 metros de comprimento. A cada 2 metros
adicionais, temos que adicionar 4 ripas.
Assim, como precisamos de uma cerca de 100 metros, precisamos de (5 + 4 + 4 + ⋯ + 4) ripas, ou
seja, (5 + 49 ⋅ 4) ripas.
Como cada ripa utiliza 4 parafusos (dois em cada extremidade), temos o número de parafusos dado
por 4 ⋅ (5 + 49 ⋅ 4).
O enunciado informou que cada caixa de parafuso tem 60 unidades, portanto, precisaremos de um
número 𝑛 de caixas dado por:
4 ⋅ (5 + 49 ⋅ 4) 20 + 784 804
𝑛= = = = 13,4 ∴ 𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎𝑟𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 14 𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠.
60 60 60
Gabarito: d)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 100


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20. (Fuvest/2015)

Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser pagas usando o bilhete único. A tarifa
é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus ou metrô/trem) e de R$4,65 para uma viagem de
integração (ônibus e metrô/trem). Um usuário vai recarregar seu bilhete único, que está com um saldo
de R$12,50. O menor valor de recarga para o qual seria possível zerar o saldo do bilhete após algumas
utilizações é

a) R$0,85

b) R$1,15

c) R$1,45

d) R$2,50

e) R$2,80
Comentários
Para essa análise, podemos trabalhar com a proposta de exaustão, pois são poucas possibilidades.
Imaginemos, inicialmente, que a pessoa utilize apenas bilhetes para viagens simples, ou seja, de
R$3,00 cada. Assim, para que o valor seja superior aos R$12,50 já presentes no bilhete único, teríamos o
mínimo de 5 viagens:
3 + 3 + 3 + 3 + 3 = 15 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,50
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Caso a pessoa utilize apenas uma viagem de integração, teríamos:


3 + 3 + 3 + 4,65 = 13,65 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,15
Caso a pessoa utilize duas viagens de integração:
3 + 3 + 4,65 + 4,65 = 15,30 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,80
Caso a pessoa utilize três viagens de integração:
4,65 + 4,65 + 4,65 = 13,95 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,45
Caso a pessoa utilize mais viagens do que as citadas, o valor ultrapassaria sempre mais do que os
depósitos excedentes calculados.
Dentre as opções, o menor valor a ser depositado deve ser de R$1,15, ou seja, alternativa b).
Mas professor, não tem uma fórmula para resolver esse tipo de exercício?
Pois é, não tem. E isso é muito comum nas provas.
Como no exercício anterior, devemos utilizar os conhecimentos básicos adquiridos nos ensinos
fundamental e médio para resolver as situações-problema propostas.
Com a prática adquirida nos exercícios das aulas você será mais do que capaz de escapar dessas
armadilhas. Por isto nossas aulas contam com tantos exercícios resolvidos detalhadamente: para
proporcionar a você a experiência necessária para fazer uma excelente prova!
Não negligencie a parte de prática, ok? É aqui que você consolida seu conhecimento!
Vamos adiante.
Gabarito: b)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 101


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21. (Unicamp/2014)

Um investidor dispõe de 𝑹$ 𝟐𝟎𝟎, 𝟎𝟎 por mês para adquirir o maior número possível de ações de certa
empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação era 𝑹$ 𝟗, 𝟎𝟎. No segundo mês houve uma
desvalorização e esse preço caiu para 𝑹$ 𝟕, 𝟎𝟎. No terceiro mês, com o preço unitário das ações a
𝑹$ 𝟖, 𝟎𝟎, o investidor resolveu vender o total de ações que possuía. Sabendo que só é permitida a
negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir que com a compra e venda de ações o
investidor teve

a) lucro de 𝑹$ 𝟔, 𝟎𝟎.

b) nem lucro nem prejuízo.

c) prejuízo de 𝑹$ 𝟔. 𝟎𝟎.

d) lucro de 𝑹𝑺 𝟔, 𝟓𝟎.
Comentários
200
1º mês: Compra de = 22 ações ao custo 𝐶1 de 22 ⋅ 𝑅$ 9 = 𝑅$ 198
9
200
2º mês: Compra de = 28 ações ao custo 𝐶2 de 28 ⋅ 𝑅$ 7 = 𝑅$ 196
7
3º mês: Venda de 22 + 28 = 50 ações ao valor 𝑉 de 50 ⋅ 𝑅$ 8 = 𝑅$ 400
Assim, o lucro 𝐿 é dado por 𝐿 = 𝑅$ 400 − 𝑅$ 198 − 𝑅$ 196 = 𝑅$ 6.
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Gabarito: a)

22. (Fuvest/2014)

O número real x, que satisfaz 3 < x < 4, tem uma expansão decimal na qual os 999.999 primeiros dígitos à
direita da vírgula são iguais a 3. Os 1.000.001 dígitos seguintes são iguais a 2 e os restantes são iguais
a zero.
Considere as seguintes afirmações:

𝑰. 𝒙 é 𝒊𝒓𝒓𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍.
𝟏𝟎
𝑰𝑰. 𝒙 ≥
𝟑
𝑰𝑰𝑰. 𝒙. 𝟏𝟎𝟐.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎 é 𝒖𝒎 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒑𝒂𝒓
Então,

a) nenhuma das três afirmações é verdadeira

b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras

c) apenas a afirmação I é verdadeira

d) apenas a afirmação II é verdadeira

e) apenas a afirmação III é verdadeira

AULA 1 – Introdução à Álgebra 102


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Comentários
Muito bem. Antes de julgar as afirmações, vamos explicitar nosso número x:
𝑥 = 3,3333 … 33 2222 … 22 0000 …
Obviamente, respeitados os números de casas decimais fornecidos de 999.999 casas decimais com o
algarismo 3, de 1.000.001 casas decimais com o algarismo 2 e de todas as seguintes com o algarismo 0.
Assim, vejamos as afirmações.

𝑰. 𝒙 é 𝒊𝒓𝒓𝒂𝒄𝒊𝒐𝒏𝒂𝒍.
Como 𝑥 tem um número finito de casas decimais diferentes de zero, nesse caso 999.999 +
1.000.001 = 2.000.000, 𝑥 é racional, tornando a afirmativa falsa.

𝑰𝑰. 𝒙 ≥ 𝟏𝟎/𝟑
10
𝑥≥
3
10
3,3333 … 33 2222 … 22 0000 … ≥
3
3,3333 … 33 2222 … 22 0000 … ≥ 3,3333 … 33 3333 … 33 3333 …
O que é falso.

𝑰𝑰𝑰. 𝒙. 𝟏𝟎^𝟐. 𝟎𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 é 𝒖𝒎 𝒊𝒏𝒕𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒑𝒂𝒓


Quando multiplicamos um número por uma potência positiva de dez, acabamos por transpor a vírgula
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para a direita um número de casas decimais igual à potência de dez multiplicada.


Sendo assim, nesse caso, ao multiplicarmos um número por 102.000.000 , levamos a vírgula para a
direita dois milhões de casas.
Se o nosso número 𝑥 tem exatamente dois milhões de casas diferentes de zero após a vírgula, ao
multiplicarmos esse número por 102.000.000 , ele se tornará um inteiro, pois todas as casas restantes após a
vírgula serão iguais a zero.
Desse modo, afirmativa verdadeira.
Gabarito: e)

23. (Fuvest/2013)

As propriedades aritméticas e as relativas à noção de ordem desempenham um importante papel no


estudo dos números reais. Nesse contexto, qual das afirmações abaixo é correta?

a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.

b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.

c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝒂𝟐 = 𝒂.


d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que 𝟏⁄𝒃 < 𝟏⁄𝒂.

e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 103


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Comentários
a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝒂 + 𝒃 = √𝒂 + √𝒃.
Como comentado anteriormente, nem a potenciação nem a radiciação podem ser desmembradas
em somas ou subtrações. Para provar a afirmação como falsa, basta apresentarmos um contraexemplo:
√1 + 1 = √1 + √1
√2 = 1 + 1
√2 = 2
O que é absurdo, ou seja, a alternativa a) é falsa.

b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝒂𝟐 − 𝒃𝟐 = 𝟎, é verdadeiro que 𝒂 = 𝒃.


Ao desenvolver, tomemos cuidado com os sinais envolvidos:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
𝑎2 = 𝑏 2
√𝑎2 = √𝑏 2
±𝑎 = ±𝑏
𝑎 = ±𝑏
Ou seja, alternativa falsa.
Em nossa próxima aula, veremos com mais profundidade o que vem a ser a expressão √𝑎2 .
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Alternativamente, podemos pensar também em um contraexemplo como fizemos na alternativa


anterior:
𝑎2 − 𝑏 2 = 0
𝑎2 = 𝑏 2
Peguemos os valores de 𝑎 = 1 e 𝑏 = −1.
(1)2 = (−1)2
1=1
E, apesar de termos 𝑎2 − 𝑏 2 = 0 temos, claramente, 𝑎 ≠ 𝑏, tornando a alternativa também falsa.

c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝒂𝟐 = 𝒂.


Aqui há o mesmo erro apresentado na alternativa b). Perceba que para 𝑎 = −1 a equação não se
sustenta:
√𝑎 2 = 𝑎
√(−1)2 = −1
Lembre-se da “tia” da escola: “Primeiro os parênteses!”.
√1 = −1
1 = −1
Como chegamos a um absurdo com 𝑎 = −1, não podemos afirmar que a equação é verdadeira
“qualquer que seja o número real 𝑎”.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 104


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Atenção: É plenamente possível encontrarmos algum 𝑎 que satisfaça a equação, o que não se pode
afirmar é que a equação vale para todo 𝑎, ok?
Como a alternativa fala em “qualquer que seja o número 𝑎”, não há escolha a não ser classificá-la
como falsa.
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝒂 < 𝒃, é verdadeiro que 𝟏⁄𝒃 < 𝟏⁄𝒂.
Vamos para mais um contraexemplo. Assumamos 𝑎 = −1 e 𝑏 = 1. Para esses valores, tem-se como
verdadeira a primeira parte 𝑎 < 𝑏, pois −1 < 1.
Vejamos se a segunda parte se sustenta:
1 1
<
𝑏 𝑎
1 1
<
1 −1
1 < −1
Outro absurdo.

e) Qualquer que seja o número real a, com 𝟎 < 𝒂 < 𝟏, é verdadeiro que 𝒂𝟐 ≤ √𝒂.
Analisemos com calma.
Sabemos que, para todo 0 < 𝑎 < 1, 𝑎2 < 𝑎.
Se você não tomou isso como automático, pense no exemplo da pizza. Se alguém come metade da
metade de uma pizza, come menos que a metade, veja:
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1 1 1
. <
2 2 2
1 2 1
( ) <
2 2
1 1
<
4 2
Desse modo, e como 0 < 𝑎 < 1, podemos dizer:
0<𝑎<1
Multiplicando todos os termos por 𝑎:
0 < 𝑎2 < 𝑎
Extraindo a raiz quadrada de todos os termos:

√0 < √𝑎2 < √𝑎


Como sabemos que 𝑎 é positivo, √𝑎2 = 𝑎, então:
0 < 𝑎 < √𝑎
Perceba o que conseguimos ao unir duas das informações obtidas:
0 < 𝑎2 < 𝑎
0 < 𝑎 < √𝑎
Unindo essas duas informações em uma única inequação, temos:
0 < 𝑎 2 < 𝑎 < √𝑎

AULA 1 – Introdução à Álgebra 105


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A afirmativa e) diz que
𝑎 2 ≤ √𝑎
O que está de acordo com nossa conclusão.
Gabarito: e)

24. (UFU/2011.2)

A produção industrial caracteriza-se por um crescente domínio da natureza, no entanto, não é mais
possível negligenciar as mazelas e a depredação ecológica que acompanham o formidável avanço das
forças produtivas. Nesse contexto, amplia-se a necessidade de mão de obra qualificada. Suponha que
o exame de ingresso em um curso de Tecnólogo de Produção Industrial preveja a realização de uma
prova valendo 𝟏𝟐𝟎 pontos. Serão aprovados candidatos que obtiveram nota maior ou igual a 𝟗𝟎
pontos, sendo que o candidato obtém 𝟏 ponto a cada questão respondida corretamente e que, a cada
cinco questões com respostas incorretas ou não respondidas, anula-se uma questão correta.

De acordo com essas informações, para ser considerado aprovado, o número mínimo de questões que um
candidato deverá acertar deverá ser

𝒂) primo

𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗

𝒄) par
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𝒅) um quadrado perfeito
Comentários
Vamos definir o número que questões certas como 𝑐 e erradas como 𝑒 = 120 − 𝑐. Assim
𝑒
𝑐 ∙ 1 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 − ∙ 1 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 ≥ 90 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜𝑠
5
(120 − 𝑐)
𝑐∙1− ∙ 1 ≥ 90
5
(120 − 𝑐)
𝑐− ≥ 90
5
Multiplicando ambos os membros da desigualdade por 5, temos:
5 ⋅ 𝑐 − (120 − 𝑐) ≥ 90 ⋅ 5
5 ⋅ 𝑐 − 120 + 𝑐 ≥ 450
6𝑐 − 120 ≥ 450
Somando 120 de ambos os membros.
6𝑐 ≥ 570
Dividindo ambos os membros por 6.
𝑐 ≥ 95
Ou seja, o mínimo de questões a serem acertadas no exame é 95.
Vamos, então, analisar as alternativas.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 106


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𝒂) primo
Fatorando o 95, temos
95 = 5 ⋅ 19
Portanto, 95 é um número composto, não primo.

𝒃) múltiplo de 𝟏𝟗
Como vimos na fatoração anterior, 95 = 5 ⋅ 19, portanto, sim, múltiplo de 19, o que faz desta
alternativa, nosso gabarito.

𝒄) par
95 é um número ímpar.

𝒅) um quadrado perfeito
Como vimos, 95 = 5 ⋅ 19, portanto, não é um quadrado perfeito.
Gabarito: b)

25. (Unicamp/2011)

Quarenta pessoas em excursão pernoitam em um hotel.

Somados, os homens despendem 𝑹$ 𝟐. 𝟒𝟎𝟎, 𝟎𝟎. O grupo de mulheres gasta a mesma quantia, embora
cada uma tenha pago 𝑹𝑺 𝟔𝟒, 𝟎𝟎 a menos que cada homem.
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Denotando por 𝒙 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse problema e permite
encontrar tal valor é

a) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)(𝟒𝟎 − 𝒙).

b) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙)𝒙.

c) 𝟐𝟒𝟎𝟎𝒙 = (𝟐𝟒𝟎𝟎 − 𝟔𝟒𝒙) (𝟒𝟎 − 𝒙).

d) 𝟐𝟒𝟎𝟎(𝟒𝟎 − 𝒙) = (𝟐𝟒𝟎𝟎 + 𝟔𝟒𝒙)𝒙.


Comentários

n° de pessoas n° de homens n° de mulheres Gasto homem Gasto mulher

2400 2400
40 𝑥 40 − 𝑥 − 64
𝑥 𝑥
Pelo enunciado, podemos dizer que
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 ⋅ 𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟 = 2400
2400
(40 − 𝑥) ⋅ ( − 64) = 2400
𝑥
2400 − 64𝑥
(40 − 𝑥) ⋅ ( ) = 2400
𝑥
(40 − 𝑥) ⋅ (2400 − 64𝑥) = 2400 ⋅ 𝑥
Gabarito: c)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 107


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26. (UEA/2011)

Os números reais 𝒑 e 𝒒 são as raízes da equação 𝟏𝟓𝒙𝟐 − 𝟏𝟏𝒙 + 𝟐 = 𝟎. Nesse caso,


𝟏 𝟏
+
𝒑 𝒒
vale
𝟏𝟏
𝒂)
𝟐
𝟖
𝒃)
𝟕
𝟖
𝒄)
𝟏𝟏
𝟏𝟏
𝒅)
𝟏𝟓
𝟐
𝒆)
𝟏𝟏
Comentários
Vamos calcular as raízes da equação pedida.
15𝑥 2 − 11𝑥 + 2 = 0
∆= 𝑏 2 − 4 ∙ 𝑎 ∙ 𝑐 = (−11)2 − 4 ∙ 15 ∙ 2 = 121 − 120 = 1
CPF 41999250826

11 + 1 12 2
𝑥′ = p = = =
−b ± √∆ −(−11) ± √1 30 30 5
𝑥= = =
2⋅𝑎 2 ⋅ 15 11 − 1 10 1
𝑥 ′′ = q = = =
{ 30 30 3
Com esses dados, calculemos o valor da expressão pedida:
1 1
+
𝑝 𝑞

1 1
+
2 1
5 3

5 3
+
2 1

5+6
2

11
2
Gabarito: a)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 108


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27. (Fuvest/2010)

Leia a charge e responda.

a) Que motivo levou Mafalda a pedir para ir ao banheiro?

b) Enuncie e resolva o problema matemático apresentado à Mafalda.


Comentários
Ok, essa questão não é inteiramente matemática, ainda assim é uma questão interessante.
Vejamos:
a) Que motivo levou Mafalda a pedir para ir ao banheiro?
Analisando a tirinha, Mafalda foi ao banheiro para lidar com sua frustração de não conseguir resolver
o problema proposto na aula.
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b) Enuncie e resolva o problema matemático apresentado à Mafalda.


Sem dar a mesma desculpa de Mafalda, vamos traduzir o enunciado em linguagem matemática.
Primeiro, limpemos o texto. A tirinha traz as seguintes informações:
“O toneleiro passou 218 litros de um barril de vinho para 𝑔 garrafas de 75 centilitros.”
Ah, professor, está melhorando! Pelo menos agora não foi 𝑥...
Pois é, usemos, para variar, 𝑔 para simbolizar o número de garrafas necessárias à situação proposta.
Mas não se acostume, viu? Ainda sou fã do 𝑥...
Vamos lá.
Aqui nós precisaremos de um conhecimento sobre nomenclatura. O prefixo centi é usado para
quando queremos a centésima parte de algo, exatamente o que acontece com o centímetro (que é a
centésima parte do metro). Se preferir, pode pensar no centi como sendo a divisão por cem, ou,
alternativamente, como a multiplicação de algo por 10−2 .
Assim, 75 centilitros nada mais é do que 75⁄100 litros, ou 0,75 litros.
Dessa forma, enunciemos nossa pergunta:
Qual é o número 𝑔 de garrafas necessárias para conter todos os 218 litros?
218
𝑔=
0,75
𝑔 = 290, 6̅

AULA 1 – Introdução à Álgebra 109


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Uma observação é necessária antes de darmos nossa resposta. É razoável imaginar que todas as
garrafas sejam iguais e que não se possa pegar 0, 6̅ garrafas. Dessa forma, uma resposta mais razoável é
utilizarmos 291 garrafas.
Perceba que se a pergunta tivesse sido diferente, por exemplo:
Quantas garrafas podem ser completamente preenchidas com o que há no tonel?
Nossa resposta seria 290, pois o que sobraria, 0, 6̅ garrafas, não chega a ser uma garrafa
completamente preenchida.
Essa situação é muito comum em vestibulares. Fique atento ao perguntarem sobre leitos de hospital,
lugares no cinema ou teatro, quantidade de caixas e embalagens... Não podemos contar com frações desses
itens, então é necessário adequar a resposta numérica obtida na resolução da equação à situação particular
de cada exercício.
Fique de olho.
Gabarito: 291

28. (Fuvest/2008)

Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro dia de 2007 foi segunda-feira, o
próximo ano a começar também em uma segunda-feira será

a) 2012

b) 2014
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c) 2016d) 2018

e) 2020
Comentários
Mais um exemplo de exercício sem referência a uma fórmula pronta. Vejamos o que sabemos acerca
do assunto.
Você já deve ter percebido que seu aniversário, a cada ano que passa, “adianta” um dia na semana a
cada ano comum e dois dias a cada ano bissexto.
Não percebeu?
Então vamos verificar esse fato matematicamente. Acompanhe.
Uma semana tem 7 dias, um ano comum tem 365 dias e um ano bissexto tem 366 dias.
Vamos tentar relacionar esses números.
Qual é o número múltiplo de 7 mais próximo de 365?
Se você fizer a conta manualmente, verá que, a divisão de 365 por 7 deixa resto 1, o que significa que
364 é o múltiplo de 7 mais próximo de 365.
Exatamente por isso, por 365 ser uma unidade à frente de um múltiplo de 7, que seu aniversário
“anda” um dia da semana por ano.
Perceba que no ano bissexto, seu aniversário (ou qualquer dia de referência), andará dois dias ao
invés de um, pois 366 está 2 unidades à frente de um múltiplo de 7.
Além disso, precisamos saber quais são os anos bissextos para conseguir uma dedução válida no
exercício.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 110


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A divisão de 2007 por 4 deixa resto 3, ou seja, 2007 está 3 anos à frente de um ano bissexto,
ou um ano antes de outro, se preferir.
Vamos fazer uma relação dos anos bissextos, sequencialmente, e dos dias da semana que cada um
“avança” na semana quando de sua passagem.
Ano Bissexto Avança na semana Primeiro dia
2007 Não 1 dia Segunda-feira
2008 Sim 2 dias Terça-feira
2009 Não 1 dia Quinta-feira
2010 Não 1 dia Sexta-feira
2011 Não 1 dia Sábado
2012 Sim 2 dias Domingo
2013 Não 1 dia Terça-feira
2014 Não 1 dia Quarta-feira
2015 Não 1 dia Quinta-feira
2016 Sim 2 dias Sexta-feira
2017 Não 1 dia Domingo
2018 Não 1 dia Segunda-feira
2019 Não 1 dia Terça-feira
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Dessa forma, percebemos que o próximo ano a ter seu primeiro dia em uma segunda-feira, após
2007, será 2018.
Gabarito: d)

29. (Fuvest/2007)

Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145 blocos de tipo Y. Esses blocos têm as
seguintes características: todos são cilindros retos, o bloco X tem 120 cm de altura e o bloco Y tem 150
cm de altura.

A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada coluna deve ser
construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem ter a mesma altura. Com o
material disponível, o número máximo de colunas que podem ser construídas é de

AULA 1 – Introdução à Álgebra 111


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a) 55

b) 56

c) 57

d) 58

e) 59
Comentários
O enunciado apresenta várias informações. Para maior clareza, vamos dispor essas informações de
forma mais clara.

Tipo de Bloco X Y

Quantidade 117 145

Altura do bloco (cm) 120 150

Como temos que fazer sempre colunas de mesma altura, independentemente de serem feitas com
os blocos X ou Y, precisamos achar a altura que encaixe um número inteiro de blocos, tanto X quanto Y.
A ferramenta para esse cálculo é o Mínimo Múltiplo Comum, nesse caso entre 120 e 150 que são as
alturas dos dois tipos de bloco. Fatorando 120 e 150 simultaneamente, chegamos a 𝑀𝑀𝐶(120; 150) =
600, que representa a altura.
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De posse do valor da altura, precisamos saber quantos blocos vão em cada coluna e quantas colunas
de cada tipo conseguimos fazer. Para facilitar o entendimento, ampliemos nossa tabela inicial com esses
dados.

Tipo de Bloco X Y

Quantidade 117 145

Altura do bloco (cm) 120 150

Altura da coluna (cm) 600 600

600 600
Blocos por coluna =5 =4
120 150
117 145
Quantidade de colunas ≅ 23 ≅ 36
5 4

Perceba que as divisões 117⁄5 e 145⁄4 não são exatas. Diferentemente dos exercícios anteriores,
aqui a aproximação foi para baixo. A pergunta se refere a quantas colunas conseguimos fazer e, ao sobrar
blocos insuficientes para fazer uma coluna, não podemos considerar uma coluna feita, portanto,
desconsideramos o resto das divisões e consideramos apenas as colunas inteiras.
Esse discernimento é muito importante ao interpretar o exercício e fornecer a resposta correta.
Voltando ao cálculo, percebemos, pela tabela, que conseguimos 23 colunas com os blocos do tipo X
e 36 colunas com os blocos do tipo Y, totalizando 59 colunas completas.
Gabarito: e)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 112


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30. (Fuvest/2005)

O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para que a soma seja o quadrado de um
número inteiro positivo é

a) 37

b) 36

c) 35

d) 34

e) 33
Comentários
Excelente enunciado para praticar a tradução do Português para o “matematiquês”.
Chamando o número solicitado de 𝑥 e o quadrado de um número inteiro positivo de 𝑦 2 com 𝑦 ∈ ℕ
(total falta de criatividade, eu sei... pode-se usar quaisquer letras para incógnitas no lugar dos tradicionais 𝑥
e 𝑦, ok?), temos:
987 + 𝑥 = 𝑦 2
Analise comigo quais são os números quadrados de inteiros positivos:
1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, … , 900, 961, 1024, 1089, 1156 …
Como queremos um número que somado a 987 dê um quadrado perfeito, o quadrado deve,
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obrigatoriamente, ser superior a 987, assim nossas opções são resumidas a:


1024, 1089, 1156 …
Mas o exercício pediu o menor 𝑥 possível, então nossa escolha deve ser o menor quadrado perfeito
maior que 987, ou seja, 1024.
Perceba que 𝑦 2 = 1024, pois 𝑦 2 está simbolizando nosso quadrado de um número inteiro positivo,
ok?
Agora podemos, finalmente, escrever a equação referente ao problema:
987 + 𝑥 = 1024
Subtraindo 987 de ambos os termos da equação, temos:
𝑥 = 1024 − 987
𝑥 = 37
Gabarito: a)

AULA 1 – Introdução à Álgebra 113


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31. (Unesp/2004)

Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de 𝑹$ 𝟏𝟎𝟎, 𝟎𝟎, mais 𝑹$ 𝟐𝟎, 𝟎𝟎 por hora, para
animar uma festa. Daniel, na mesma função, cobra uma taxa fixa de RS 55,00, mais 𝑹$ 𝟑𝟓, 𝟎𝟎 por hora.
O tempo máximo de duração de uma festa, para que a contratação de Daniel não fique mais cara que
a de Carlos, é:

a) 𝟔 horas.

b) 𝟓 horas.

c) 𝟒 horas.

d) 𝟑 horas.

e) 𝟐 horas.
Comentários
Queremos que o Custo de animação de Daniel não seja maior que o custo de animação de Carlos.
E o que significa não ser maior?
Significa ser igual ou menor.
Chamando 𝐶 o custo total de animação de Carlos para uma festa de ℎ horas e 𝐷 o custo total de
Daniel para uma festa de mesma duração, temos, pela condição do enunciado:
𝐷≤𝐶
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55 + 35ℎ ≤ 100 + 20ℎ


15ℎ ≤ 45
ℎ≤3
Assim, se o tempo de duração da festa for de até 3 horas, o Custo de animação de Daniel não será
maior que o custo de animação de Carlos.
Gabarito: d)

32. (Fuvest/2003)

Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e dois reais. O prêmio
foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que cada um recebeu, em reais, foi:

a) 3.009.006,00

b) 3.090.006,50

c) 3.090.006,00

d) 3.090.006,50

e) 3.900.060,50

AULA 1 – Introdução à Álgebra 114


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Comentários
Aqui temos uma rara pergunta direta. Basta dividir o prêmio pelo número de amigos.
Além da possibilidade de fazer a divisão manualmente, você pode fazer o cálculo mental, caso queira.
Acompanhe uma sugestão para o cálculo mental.
Os sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e dois reais. Vamos,
então, dividir por partes:
Vinte e um milhões divididos em partes iguais para sete amigos resultam em sete milhões.
Sessenta e três mil divididos em partes iguais para sete amigos resultam em nove mil.
Quarenta e dois reais divididos em partes iguais para sete amigos resultam e seis reais.
Assim, nosso resultado deve ser: sete milhões, nove mil e seis reais; R$3.009.006,00.
Aqui a opção foi pela escrita e não pela notação simbólica justamente por simbolizar o pensamento.
Tome muito cuidado com os cálculos mentais, pois podem levar a armadilhas. Essa questão foi bem direta,
com números múltiplos de sete em uma divisão por sete; isso não acontece sempre.
Gabarito: a)

33. (Fuvest/2003)
As soluções da equação
𝒙−𝒂 𝒙+𝒂 𝟐(𝒂𝟒 + 𝟏)
+ =
𝒙 + 𝒂 𝒙 − 𝒂 𝒂𝟐 (𝒙𝟐 − 𝒂𝟐 )
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onde 𝒂 ≠ 𝟎, são:
𝒂 𝒂
𝒂) − 𝒆
𝟐 𝟒
𝒂 𝒂
𝒃) − 𝒆
𝟒 𝟒
𝟏 𝟏
𝒄) − 𝒆
𝟐𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒅) − 𝒆
𝒂 𝟐𝒂
𝟏 𝟏
𝒆) − 𝒆
𝒂 𝒂
Comentários
Uma questão um pouco mais técnica.
Perceba que a questão trata 𝑥 como variável e 𝑎 como constante, o que fica evidenciado ao
analisarmos as respostas contendo o termo 𝑎.
Assim, vamos resolver a equação em termos de 𝑥 e consideraremos o termo 𝑎 como constante.
Dessa forma, temos:
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2(𝑎4 + 1)
+ = 2 2
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )

AULA 1 – Introdução à Álgebra 115


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Como temos uma soma de frações, a primeira coisa é fazer o MMC entre os denominadores.
Podemos fazer o MMC entre todos os termos da equação ou apenas dos termos do primeiro membro.
Optaremos aqui pela segunda opção.
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2(𝑎4 + 1)
+ = 2 2
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑥 + 𝑎)2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
Vamos desenvolver e simplificar o numerador da primeira fração.
(𝑥 − 𝑎)2 + (𝑥 + 𝑎)2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
𝑥 2 − 2𝑎𝑥 + 𝑎2 + 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
2𝑥 2 + 2𝑎2 2(𝑎4 + 1)
=
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎2 (𝑥 2 − 𝑎2 )
Colocando 2 em evidência no numerador e desenvolvendo o produto do denominador (lembre-se
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dos produtos notáveis!), ambos do primeiro termo da equação, e simplificando:


2(𝑥 2 + 𝑎2 ) 2(𝑎4 + 1)
= 2 2
(𝑥 2 − 𝑎2 ) 𝑎 (𝑥 − 𝑎2 )
2(𝑥 2 + 𝑎2 ) 𝟐(𝑎4 + 1)
=
(𝒙𝟐 − 𝒂𝟐 ) 𝑎2 (𝒙𝟐 − 𝒂𝟐 )
Aqui, temos que fazer a ressalva de 𝑥 ≠ ±𝑎, ou corremos o risco de dividirmos por zero e chegarmos
a uma resposta inválida. Desse ponto em diante, nossas respostas não podem admitir 𝑥 = ±𝑎, tudo bem?
Continuemos simplificando...
(𝑥 2 + 𝑎2 ) (𝑎4 + 1)
=
1 𝑎2
𝑎4 + 1
𝑥 2 + 𝑎2 =
𝑎2
2
𝑎4 + 1
𝑥 = 2
− 𝑎2
𝑎
Mais uma fração, portanto, mais um MMC.
𝑎4 + 1
𝑥2 = − 𝑎2
𝑎2
𝒂𝟒 + 1 − 𝒂𝟒
𝑥2 =
𝑎2
1
𝑥2 = 2
𝑎

AULA 1 – Introdução à Álgebra 116


127

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1
√𝑥 2 = √
𝑎2

1
𝑥 = ±√
𝑎2
1
𝑥=±
𝑎
Criando um pouco de suspense: analisaremos com mais detalhes na próxima aula o que acontece
com √𝑥 2 .
É de extrema importância que você perceba o que foi feito aqui. Como a parte algébrica foi um pouco
extensa, é fácil se perder.
O exercício nos pediu para resolver uma equação, o que, você sabe, gera a necessidade de uma
resposta, ou seja, quais são os valores que satisfazem a condição inicial dada.
O exercício deixou claro, por meio das alternativas, que 𝑥 é a variável a ser descoberta e que 𝑎 é um
termo fixo, que, inclusive, pode aparecer em nossa resposta como se um número fosse. E de fato apareceu.
Sendo assim, nossa resposta para os possíveis valores de 𝑥 é:
1
𝑥=±
𝑎
Nota: ± não quer dizer, em matemática, “mais ou menos” no sentido popular de
“aproximadamente”. Aqui esse símbolo comunica exatamente a possibilidade dupla do sinal, ou seja, ambas
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as possibilidades estão ali.


Uma forma mais explícita de escrevermos nosso resultado é:
1 1
𝑥=− 𝑜𝑢 𝑥 = +
𝑎 𝑎
Gabarito: e)

34. (Unesp/2003)
Por hipótese, considere

𝒂 = 𝒃
Multiplique ambos os membros por 𝒂

𝒂² = 𝒂𝒃
Subtraia de ambos os membros 𝒃²

𝒂² − 𝒃² = 𝒂𝒃 − 𝒃²
Fatore os termos de ambos os membros

(𝒂 + 𝒃)(𝒂 − 𝒃) = 𝒃(𝒂 − 𝒃)
Simplifique os fatores comuns

(𝒂 + 𝒃) = 𝒃

AULA 1 – Introdução à Álgebra 117


127

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Use a hipótese que 𝒂 = 𝒃

𝟐𝒃 = 𝒃
Simplifique a equação e obtenha

𝟐 = 𝟏
A explicação para isto é:

a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.

b) a hipótese não pode ser feita, pois como 𝟐 = 𝟏, 𝒂 deveria ser (𝒃 + 𝟏).

c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.

d) na fatoração, faltou um termo igual a −𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.

e) na fatoração, faltou um termo igual a +𝟐𝒂𝒃 no membro esquerdo.


Comentários
O erro está na simplificação dos fatores comuns. Como 𝑎 é igual a 𝑏 (equação inicial), temos que
(𝑎 − 𝑏) = 0 e, ao dividir ambos os termos da equação por (𝑎 − 𝑏), o autor acabou por dividir por zero, o
que não é possível.
Gabarito: c)

35. (Fuvest/2002)
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Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com lado de mesma medida inteira, em
centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5 m. Os lados das lajotas devem ser paralelos aos lados
da sala, devendo ser utilizadas somente lajotas inteiras. Quais são os possíveis valores do lado das
lajotas?
Comentários
Muito bem. É mais comum nesse tipo de exercício a pergunta sobre o maior tamanho possível, o que
seria dado pelo Máximo Divisor Comum entre 200 cm e 500 cm 𝑀𝐷𝐶(200,500) (o exercício informou em
metros, mas pediu que fossem calculados os lados da lajota quadrada em centímetros).
Nesse problema a pergunta se referiu aos possíveis valores para o lado das lajotas. Muita atenção,
quando se pergunta quais são os “possíveis” valores, não se está perguntando sobre “alguns” valores e sim
sobre “todos” os valores!
Comecemos com a análise dos divisores comuns entre 200 e 500.

Número Divisores

200 1, 2, 4, 5, 8, 10, 20, 25, 40, 50, 100, 200

500 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100, 125, 250, 500

Como queremos todos os possíveis valores para uma lajota quadrada, perceba que precisamos de
um valor para o lado da lajota que permita um número inteiro de lajotas tanto no lado de 5 metros quanto

AULA 1 – Introdução à Álgebra 118


127

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no de 2 metros da sala. Dessa forma, qualquer número que seja divisor de ambos os números (5 m = 500 cm
e 2 m = 200 cm) simultaneamente, representa uma possibilidade.
Assim, todos os possíveis valores inteiros para os lados das lajotas, em centímetros, são: 1, 2, 4, 5, 10,
20, 25, 50 e 100.
Gabarito: 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100.

36. (Fuvest/2000)

Se x e y são dois números inteiros, estritamente positivos e consecutivos, qual dos números abaixo é
necessariamente um inteiro ímpar?

a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚

b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚

c) 𝒙𝒚 + 𝟏

d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐

e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
Comentários
Antes de iniciarmos a análise das alternativas, é importante notar que se temos dois números
consecutivos e estritamente positivos, um deles é par e o outro, ímpar. Além disso, a expressão
“estritamente positivos” exclui o zero das possibilidades.
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Atenção: de 𝑥 e 𝑦, não sabemos quem é par e quem é ímpar.


Considerações feitas, vamos às análises

a) 𝟐𝒙 + 𝟑𝒚
Dessa soma, a parcela 2𝑥 é, com certeza, par, independente de 𝑥, pois o dobro de algo é sempre par.
Já não temos tanta certeza sobre a parcela 3𝑦, que pode ser tanto par (caso 𝑦 seja par) quanto ímpar (caso
𝑦 seja ímpar).
Assim, não se pode ter certeza de que a soma seja par ou ímpar como quer o enunciado.

b) 𝟑𝒙 + 𝟐𝒚
Exatamente o mesmo caso da alternativa a), a parcela 3𝑥 pode ser tanto par quanto ímpar, a
depender do valor de 𝑥 ser par ou ímpar.

c) 𝒙𝒚 + 𝟏
O produto 𝑥𝑦 é, com certeza, par, pois temos a multiplicação de um número par e outro ímpar,
independente de qual é qual (são dois números consecutivos, lembra? Com certeza um par e outro ímpar).
Sendo assim, o produto 𝑥𝑦 par somado a 1 resulta em um número ímpar e esse é nosso gabarito!

d) 𝟐𝒙𝒚 + 𝟐
O produto 𝑥𝑦 é, como já vimos na alternativa anterior, par. O dobro desse produto, 2𝑥𝑦, continua a
ser par e, a soma de um número par a 2, resulta, novamente, em um número par.
O exercício pede a expressão que resulta em um número ímpar, então essa alternativa não obedece
ao critério solicitado.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 119


127

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e) 𝒙 + 𝒚 + 𝟏
Essa é sutil. Perceba que temos, obrigatoriamente, um número par e um número ímpar entre 𝑥 e 𝑦.
Se somarmos 1 ao número ímpar, seja 𝑥 ou 𝑦, teremos um número par que, somado ao outro par,
soma par novamente, não atendendo à solicitação do enunciado de resultar em um número ímpar.
Gabarito: c)

37. (Fuvest/1999)

Dados dois números reais a e b que satisfazem as desigualdades 𝟏 ≤ 𝒂 ≤ 𝟐 e 𝟑 ≤ 𝒃 ≤ 𝟓, pode-se afirmar


que
𝒂 𝟐
𝒂) ≤
𝒃 𝟓
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟐
𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤ 𝟓
𝟐 𝒃
Comentários
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Analisemos cada uma das alternativas.


𝒂 𝟐
𝒂) ≤
𝒃 𝟓
Para que essa desigualdade seja sempre verdadeira, analisaremos o pior caso possível, ou seja,
quando a fração 𝑎⁄𝑏 é a maior possível. Se mesmo com a maior fração possível ela ainda for menor ou igual
a 2⁄5, a desigualdade será verdadeira para quaisquer outros valores nos intervalos dados.
Para que a fração 𝑎⁄𝑏 seja a maior possível, queremos o maior denominador possível, ou seja, o maior
𝑎 possível, e o menor denominador, o menor valor de 𝑏.
Dos intervalos dados no enunciado, vemos que o maior valor para 𝑎 é 𝑎 = 2 e o menor valor para 𝑏
é 𝑏 = 3. Assim, a desigualdade, em sua condição extrema, é dada ppor:
𝑎 2

𝑏 5
2 2

3 5
0, 6̅ ≤ 0,4
O que, claramente, é falso.
𝒂 𝟐
𝒃) ≥
𝒃 𝟑
Aqui o raciocínio é similar, porém invertido.
Se queremos a fração 𝑎⁄𝑏 maior que algo, a pior situação possível é a menor dessas frações e esse
caso se dá com o menor 𝑎 e o maior 𝑏 possíveis, ou seja, 𝑎 = 1 e 𝑏 = 5.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 120


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𝑎 2

𝑏 3
1 2

5 3
3 10

15 15
0,2 ≥ 0, 6̅
Qualquer que seja sua notação favorita, percebe-se claramente a falsidade da inequação.
𝟏 𝒂 𝟐
𝒄) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟑
Nessa alternativa, faremos duas comparações, uma para 1⁄5 ≤ 𝑎⁄𝑏 e outra para 𝑎⁄𝑏 ≤ 2⁄3. Apenas
para o caso de ambas serem verdadeiras, a alternativa será aceitável.
Lembre-se: para 𝑎⁄𝑏 maior que algo, usaremos a menor fração possível, ou seja, 𝑎⁄𝑏 = 1⁄5;
enquanto para 𝑎⁄𝑏 menor que algo, usaremos a maior fração possível, 𝑎⁄𝑏 = 2⁄3.
1 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 3
1 𝑎 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 3
1 1 2 2
≤ ≤
5 5 3 3
CPF 41999250826

𝑉 𝑉
Como, em ambas, temos ≤, ambas são verdadeiras, ou seja, a alternativa c) é o nosso gabarito!
Vejamos o motivo de as restantes serem falsas...
𝟏 𝒂 𝟏
𝒅) ≤ ≤
𝟓 𝒃 𝟐
Mesmo raciocínio e condições anteriores:
1 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 2
1 𝑎 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 2
1 1 2 1
≤ ≤
5 5 3 2
𝑉 𝐹
Como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.

AULA 1 – Introdução à Álgebra 121


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𝟑 𝒂
𝒆) ≤ ≤𝟓
𝟐 𝒃
3 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏
3 𝑎 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏 𝑏
3 1 2
≤ ≤5
2 5 3
𝐹 𝑉
Novamente, como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.
Gabarito: c)

38. (Fuvest/1999)

Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre, completou os primeiros 300 metros em 3
minutos e 51 segundos. Se este nadador mantiver a mesma velocidade média os últimos 100 metros,
completará a prova em

a) 4 minutos e 51 segundos.

b) 5 minutos e 8 segundos.

c) 5 minutos e 28 segundos.
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d) 5 minutos e 49 segundos.

e) 6 minutos e 3 segundos.
Comentários
Novamente, aqui temos uma situação-problema que pode ser resolvida de diversas maneiras,
inclusive com a fórmula a posição do Movimento Uniforme MU que você já deve ter estudado nas aulas de
Física.
Daremos ênfase aqui em uma resolução dedutiva, sem a utilização da fórmula do MU. Caso seja de
seu interesse, resolva-a também pela fórmula, assim você aproveita para revisar o conteúdo!
Vamos lá.
Pelo enunciado, o nadador deverá chegar à marca dos 400 metros, mas ainda está na marca dos 300
metros com um tempo de 3 minutos e 51 segundos.
Muito bem.
Se ele já nadou 300 metros, faltam 100 metros.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos, deve nadar 100 metros em um terço desse
tempo, ou seja, 1 minuto e 17 segundos, já que a suposição do exercício é a de que ele mantenha a mesma
velocidade média.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos e ainda faltam 100 metros, nos quais ele deve
gastar mais 1 minuto e 17 segundos, seu tempo total será igual à soma de 3 minutos e 51 segundos a 1
minuto e 17 segundos.
Façamos essa soma com cuidado:

AULA 1 – Introdução à Álgebra 122


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𝑀𝑖𝑛𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜𝑠

3 51
+
1 17

4 68

Tome cuidado: nossa resposta seria, se em uma base decimal, 4 minutos e 68 segundos. No entanto,
sabemos que não contamos os segundos de um minuto de 100 em 100 e sim de 60 em 60.
Professor, como faço então?
Simples.
Os 68 segundos indicados na soma são, na verdade, 1 minuto e 8 segundos; esse minuto extra é
somado à resposta já obtida de 4 minutos, totalizando 5 minutos e 8 segundos.
Gabarito: b)

39. (Fuvest/1999)

Se a equação 𝟖𝒙𝟑 + 𝒌𝒙𝟐 − 𝟏𝟖𝒙 + 𝟗 = 𝟎 tem raízes reais 𝒂 e −𝒂, então o valor de 𝒌 é:
𝟗
𝒂)
𝟒
𝒃) 𝟐
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𝟗
𝒄)
𝟖
𝒅) − 𝟐

𝒆) − 𝟒
Comentários
Muito bem. Nessa equação, sabemos que tanto 𝑎 quanto −𝑎 são raízes. Sejamos obedientes e
façamos as duas substituições de maneira separada:
Substituindo 𝑥 por 𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = 0
Substituindo 𝑥 por −𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8(−𝑎)3 + 𝑘(−𝑎)2 − 18(−𝑎) + 9 = 0
−8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9 = 0
Como as duas substituições têm como resultado 0, podemos dizer que ambas têm o mesmo valor
numérico, ou seja, podemos igualá-las.
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = −8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9

AULA 1 – Introdução à Álgebra 123


127

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Simplificando:
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = −8𝑎3 + 𝑘𝑎2 + 18𝑎 + 9
8𝑎3 + 𝒌𝒂𝟐 − 18𝑎 + 𝟗 + 8𝑎3 − 𝒌𝒂𝟐 − 18𝑎 − 𝟗 = 0
16𝑎3 − 36𝑎 = 0
Colocando 4𝑎 em evidência.
16𝑎3 − 36𝑎 = 0
4𝑎(4𝑎2 − 9) = 0
Como temos uma multiplicação de três termos esse produto é igual a zero, temos, obrigatoriamente,
um deles iguais a zero. Analisemos as possibilidades:
4=0 𝑎=0 4𝑎2 − 9 = 0
𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙 uma possibilidade 4𝑎2 − 9 = 0
4𝑎2 = 9
𝑎2 = 9⁄4

𝑎 = ±√9⁄4

𝑎 = ± 3⁄2
duas possibilidades
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Perceba que, aqui, conseguimos 3 possibilidades para o valor de 𝑎, mas a questão nos solicitou o
valor de 𝑘, não de 𝑎.
Apesar de o valor de 𝑎 nos ajudar a alcançar o valor solicitado, de 𝑘, ainda não chegamos à resposta.
Para conseguir o valor de 𝑘, como já conseguimos os valores de 𝑎, que são, na verdade, raízes da
equação, vamos fazer uma nova substituição para calcular o valor solicitado. Acompanhe.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 0:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8. 03 + 𝑘. 02 − 18.0 + 9 = 0
9=0
𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
Não sendo suficiente para calcular o valor de 𝑘 com essa substituição, avancemos para a próxima
substituição possível.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 3⁄2:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
3 3 3 2 3
8. ( ) + 𝑘. ( ) − 18. ( ) + 9 = 0
2 2 2
27 9 3
8. + 𝑘. − 18. + 9 = 0
8 4 2
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4

AULA 1 – Introdução à Álgebra 124


127

CPF 41999250826
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
𝑘. + 9 = 0
4
9
𝑘. = −9
4
9. 4
𝑘=−
9
𝑘 = −4
Como o enunciado disse que as raízes reais de 8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0 são 𝑎 e −𝑎, caso
substituamos o valor de 𝑎 = −3/2, conseguiremos exatamente o mesmo valor de 𝑘 = −4.
Gabarito: e)

40. (Fuvest/1997)

O menor número natural 𝒏, diferente de zero, que torna o produto de 3888 por 𝒏 um cubo perfeito é

a) 6

b) 12

c) 15

d) 18
CPF 41999250826

e) 24
Comentários
Novamente, traduzamos o texto em linguagem matemática:
Produto de 3888 por 𝑛 → 3888. 𝑛
Um cubo perfeito → 𝑦 3 , com 𝑦 ∈ ℕ.
Agora a equação completa:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
Aqui temos uma proposta ligeiramente diferente do que fizemos no exercício 04, apesar da
proximidade dos enunciados.
Nesse caso, fatoremos o 3888=24 . 35 = 23 . 21 . 33 . 32 .
Mas professor, por que você separou em mais de um fator de 2 e mais de um fator de 3?
Simples, jovem padawan, separamos assim para explicitar a potência de três, já que estamos
procurando justamente um cubo perfeito, lembra?
Voltemos à nossa equação principal:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
24 . 35 . 𝑛 = 𝑦 3
23 . 21 . 33 . 32 . 𝑛 = 𝑦 3
Percebe que há termos cuja potência não são múltiplas de 3?

AULA 1 – Introdução à Álgebra 125


127

CPF 41999250826
Para que tenhamos um cubo perfeito, seria interessante que todas as potências fossem múltiplas de
3 e como o enunciado pede o menor 𝑛 possível, faremos com os menores fatores possíveis.
23 . 21 . 22 . 33 . 32 . 31 = 𝑦 3
Perceba que substituímos o fator 𝑛 por 22 . 31 , deixando, assim, as potências todas múltiplas de 3 e
com as menores inserções possíveis, veja:
23 . 23 . 33 . 33 = 𝑦 3
O exercício solicitou o menor 𝑛 a ser multiplicado por 3888. Percebemos no desenvolvimento que a
menor inserção foi possível quando 𝑛 = 22 . 31 , ou seja, 𝑛 = 4.3 = 12, o que nos faz escolher a alternativa
b) como correta.
Perceba que, com a mesma situação, poderíamos ter muitas outras questões, como:
Qual é o cubo formado? (𝑦 3 = 3888.12 = 46656)
O cubo formado tem qual base? (𝑦 3 = 3888.12 = 46656 → 𝑦 = 36)
Ressalto a importância de, após os cálculos, retornar ao enunciado e responder exatamente o que foi
perguntado, sobretudo em questões abertas. Fique de olho!
Gabarito: b)
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10. Considerações finais
Ufa!
Passamos boas horas juntos.
Muitos dos assuntos dessa aula serão recorrentes por todo o curso. Mesmo sendo a nossa aula inicial,
esses assuntos são muito importantes e devem receber a sua devida atenção.
Agora é revisar e ir para a próxima aula, pois há muito mais pela frente.
Novamente, se surgirem dúvidas (e é natural que elas surjam), utilize o fórum de dúvidas no site do
Estratégia.
Grande abraço e bons estudos.
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