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Manaus - AM
1993
INSTITUTO N A C I O ~ LDE PESQUISAS DA A ~ Z Ô N I A
FUNDAÇÃO ~ I V E R S I D A D EDO AMAZONAS
SINOPSE
Foram realizados testes para avaliar a ação residual da
deltametrina FW e do DDT, utilizando-se os tecidos ráfia e
sarrapilha como paredes para barracas construidas no ~rquipélagodo
Maruanum e em garimpos no Estada do Amapá. Os resultados
P evidenciaram o efeito repulsivo dos- dois inseticidas e a ação
residual mais prolongada da deltametrina FW em relação ao DDT.
Também foi verificado que a ráfia se mostrou um material favorável
para a ação dos inseticidas, incrementando as taxas de mortalidade
dos anofelinos, causadas pelos dois produtos testados. Este tecido
é indicado para a construção das barracas dos garimpeiros e
moradias provisbrias.
iii
DEDICATORIA
A meus p a i s José Viana e Maria Nazareth.
AGRADECIMENTOS
Comissão examinadora:
RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XXV
SUMMARY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xxvii
~.INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2 . MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1. ÁREA DE ESTUDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2. INSETICIDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3. SUPERF~CIEDETESTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4. BARRACAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.1. ARQUIPÉLAGO DO MARUANUM . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.2. GARIMPOS . . . . . 33
2.5. ATIVIDADES NA ÁREA EXPERIMENTAL . . . . . . . . 33
2.5.1. -bENSIDADE ANOFÉLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.5.1.1. CAPTURA INTRADOMICILIAR DE DOZE HORAS . . . . . . . 35
2.5.1.2. CAPTURA PERIDOMICILIAR E INTRADOMICILIAR DE QUATRO
HORAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.5.1.3. ÍNDICE DE MOSQUITOS POR HOMEM/HORA . . . 36
2.5.1.4. CÁLCULO DA REDuÇÃo PERCENTUAL (R) DA POPULAÇÃO DE
ANOFELINOS . . . . . .. . .. .. . .. .. ;.. .. .. . .. .. 37
2.5.2. PROVA BIOLÓGICA DE PAREDE 37
2.6. ATIVIDADES NAS AREAS DE GARIMPO
2.6.1. PROVA BIOL~GICADE PAREDE . . .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. 39
~.~.ANÁLISEESTATÍSTICA
2.7.1. ANÁLISE DE VARIÂNCIA
. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 3942
42
2.7.2. ANÁLISE DE CORRELAÇÃO LOGbLINEAR
2.7.3. ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA . .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .. .. 43
.
3 RESULTADOS . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 43
3.1. DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
45
45
3.2. ATIVIDADES NA ~ E EXPERIMENTAL
A
3.2.1. COLETAS INTRADOMICILIARES DE DOZE HORAS
. . . .. . . . 45 45
3.2.2. CAPTURA PERIDOMICILIAR E INTRADOMICILIAR DE QUATRO
HORAS . . . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 67
3.2.3. PROVA BIOLÓGICA DE PAREDE 82
3.3. ATIVIDADES NAS ÁREAS DE GARIMPOS
3.3.1. PROVA BIOLOGICA DE PAREDE . . .
. .. .. .. .. .. .. .
. .
. .
. .
. .
. 99
99
~.DISCUSSAO .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 122
~.CONCLUS~ES
.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . 135 140
LISTA DE TABELAS
TRATAMENTO, com x ~ ( ~ .
linear, para a associação - ESPÉCIE x
=)470 750........
TABELA 0 3 . Total de mosquitos colecionados em doze horas
50
xiv
TABELA 2 1 a . Coeficientes estimados segundo o modelo log-
linear para a associação TRATAMENTO X
MODALIDADE, com x2@,= 215,955 ........
TABELA 2 2 . Total de Anopheles spp capturado em cada
tratamento, após 180 dias de coleta .....
TABELA 2 2 a . Coeficientes estimados segundo o modelo log-
linear, para a associação ESPÉCIE x
TRATAMENTO, com x2«,= 221,312 ........
TABELA 2 3 . Total de Anopheles spp capturado por espécie,
em cada modalidade, ap6s 180 dias de
coleta...................
TABELA 2 3 a . Coeficientes estimados segundo o modelo
iog-linear, para a associação ESPÉCIE x
........
MODALIDADE, com x~~ = 493.,632
TABELA 2 4 . Total capturado por espécie, em cada horário,
após 180 dias de captura ..........
TABELA 2 4 a . Coeficientes estimados segundo o modelo
log-linear, para a associação HORÁRIO X
ESPÉCIE, com x2(@ = 153,530.........
TABELA 2 5 . Índice de mosquitos por homem/hora para a
captura peri e intradomiciliar de quatro
horas, de 60 a 180 dias após o tratamento ..
TABELA 2 6 . Análise de variância para os resultados das
capturas peri e intradomiciliares por
tratamento nos quatro perlodos de coleta ..
TABELA 2 7 . Analise de variância para cada intexação das
modalidades dentro dos tratamentos .....
TABELA 2 8 . Parâmetros significativos, segundo o modelo
log-linear, para as coletas peri e
intradomiciliares (efeitos principais) ...
TABELA 2 9 . Mortalidade observada nas provas biológicas
de parede realizadas com Anopheles spp, no
Maruanum (A?) , em superf lcies de ráf ia e dd
sarrapilha, no período de julho a dezembroí'de
1989....................
XV
TABELA 30. Captura mensal de anofelinos para as provas
biológicas de parede realizadas no Maruanum
(AP) .................... 84
TABELA 31. Distribuição das espécies de Anopheles nas
barracas controle, para as provas biológicas
de parede no Maruanum ............ 84
TABELA 32. Mortalidade observada nas provas biológicas
de parede, realizadas no Maruanum. Resultados
por grupos de cone no substrato ráfia .... 88
TABELA 33. Mortalidade observada nas provas biológicas
de parede, realizadas no Maruanum. Resultados
por grupos de cone no substrato sarrapilha . 89
TABELA 34. Coeficientes preditos por análise de
regressão logistica para o Maruanum, após 3 0
minutos de exposição dos anofelinos aos
inseticidas. ................ 89
TABELA 35. Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das variáveis em estudo com cada
inseticida testado, para o Maruanum, 3 0
minutos após a exposição de Anopheles spp aos
inseticidas. ................ 90
TABELA 36. Coeficientes preditos por análise de
regressão logística para o Maruanum, 24 horas
após o período de repouso, considerando-se a
mortalidade total . . . . . . . . . . . . . . . .91
TABELA 37. Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das variáveis em estudo com cada
inseticida, para o Maruanum, 24 horas após o
periodo de repouso . . . . . . . . . . . . . . .91
TABELA 38. Resultados da análise de regressão das provas
biológicas de parede, realizadas no Maruanum
(AP), no substrato ráfia .......... 95
TABELA 39. Resultados da análise de regressão das provas
biológicas de parede, realizadas no Maruanum
(AP), no substrato sarrapilha ........ 95
xvi
TABELA 4 0 . Taxas de mortalidade preditas pela análise de
regressão loglstica para o efeito da interação.
ESPÉCIE X INSETICIDA, no Maruanum . . . . 97
TABELA 4 1 . Resultados das provas biológicas de parede
realizadas com Anopheles spp em garimpos do
Estado do Amapá . . . . . . . . . . . . . . 100
TABELA 4 2 . Captura mensal de anofelinos para as provas
biológikas deparede realizactas emgarimpos do
Estado do Amapá . . . . . . . . . . . . . . . 100
TABELA 4 3 . Mortalidade observad'a em cada.face nas
barracas de ráfia (cones controle) nos
garimposMandiocalI/Gaivota (deltametrinaFW)
e Mandiocal II/Vicente (DDT), no Estado dg
Amapá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
TABELA 4 4 . Mortalidade observada em cada face nas
barracas de ráfia nos garimpos Mandiocal
IIGaivota (deltametrina FW) e Mandioca1
II/Vicente (DDT), no Estada do Amapá . . . . 108
TABELA 4 5 .. Mortalidade observada em cada face nas
barracas de sprrapilha (cones controle) nos
garimpos Fofoca II/Village Antonio
(deltametrina FW) e Fofoca I/Jornal (DDT) . 109
TABELA 4 6 . Mortalidade observada em cada face nas
barracas de sarrapilha nos garimpos Fofoca
II/Village Ant8nio (deltametrina FW) e Fofoca
I/Jornal(DDT) . . . . . . . . . . . . . . . 109
TABELA 4 7 . Coeficientes preditos pela análise de
regressão logistica para as áreas .de garimpo,
após 30 minutos de exposição dos anofelinos
aos inseticidas . . . . . . . . . . . . . . . . .110
TABELA 4 8 . Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das yariáveis em estudo com cada
inseticida, para as áreas de garimpo, após 30
minutos de exposição dos ariofelinos aos
inseticidas ................. 111
xvii
TABELA 4 9 . Coeficientes preditos por análise de
regressão logística para 24 horas após o
período de repouso . . . . . . . . . . . . . 111
TABELA 5 0 . Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das variáveis em estudo com cada
inseticida, para as áreas de garimpo, 24 horas
após o período de repouso . . . . . . . . . . 112
TABELA 5 1 . Resultados da andlise de regressão da prova
biológica de parede, realizada em garimpos no
Estado do Amapá, no substrato ráfia . . . . . 116
TABELA 5 2 . Resultados da análise de regressão da prova
biológica de parede, realizada em garimpos do
Estado do Amapá, no substrato sarrapilha .. 116
TABELA 5 3 . Efeito da interaçáo ESPÉCIE X INSETICIDA
predito pela análise de regressão logística
para os garimpos no Estado do Amapá ..... 118
QUADRO 01. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de ráfia
tratada com deltametrina FW nas provas
biológicas de parede no Maruanum ...... 86
QUADRO 02. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de rbfia tratada
com DDT nas provas biológicas de parede no
Maruanum .................. 86
QUADRO 03. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de sarrapilha
tratada com deltametrina FW nas provas
biológicas de parede no Maruanum ...... 87
QUADRO 0 1 . Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de sarrapilha
tratada com DDT nas provas biológicas de
parede no Maruanum ............. 87
QUADRO 05. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de ráfia tratadas com deltametrina FW
nos garimpos Mandioca1 I/Gaivota ..... ..I02
QUADRO 06. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de ráfia
tratadas com deltametrina FW nos garimpos
~andiocalI/Gaivota . . . . . . . . . . . . . 102
QUADRO 07. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de ráfia tratadas com DDT nos
garimpos Mandioca1 II/Vicente . . . . . . . . 104
QUADRO 0 8 . Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de ráfia
tratadas com DDT nos garimpos Mandiocal
II/Vicente . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
xix
QUADRO 09. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de sarrapilha tratadas com
deltamktrina FWnos garimpos Fofoca II/Village
A n t 6 n i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 5
QUADRO 10. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de sarrapilha
tratadas com deltametrina FW nos garimpos
Fofoca II/Village Antonio ......... ..I05
QUADRO 11. Percentual de mortalidade das
-
espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de sarrapilha tratadas com DDT nos
garimpos Fofoca I/Jornal ........... 106
QUADRO 12. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de sarrapilha
tratadas com DDT nos garimpos Fofoca
I/Jornal .................. 106
FIGURA 01. Mapa do Estado do Amapá com a localização das
áreas de estudo ...............
FIGURA .
02(a e b) Aspecto de um llbaixãoll típico dos
garimpos do Amapá .............
FIGURA 03a, Barracas de ráfia do Maruanum, ainda em fase
de construção ...............
.....
03b. Barraca de sarrapilha do Maruanum
FIGURA 04. Esquema da área experimental com a locali-
zação das barracas .............
FIGURA ....
05a. Barraca de ráfia em área de garimpo
05b. Barraca de sarrapilha em área de garimpo ..
FIGURA 06. Esquema da distribuição dos cones para as
provas biológicas de parede do Maruanum ..
FIGURA 07. Prova biológica de parede em uma barraca de
sarrapilha em área de garimpo ,......
FIGURA 08. Percentual de anofelinos capturados em cada
barraca nas semanas anterior e posterior ao
tratamento .................
FIGURA 09. Percentual de captura intradomiciliar de
Anopheles spp nas semanas anterior e
posterior ao tratamento ..........
FIGURA 10. Captura por espécie nas semanas anterior e
posterior ao tratamento ..........
FIGURA 11. Percentual de captura intradomiciliar de
espécies de Anopheles nas semanas anterior e
posterior ao tratamento. ..........
FIGüRA 12, Percentual de captura intradomiciliar de
Anopheles spp de 60 a 180 dias após o
tratamento .................
FIGURA 13a. Percentual de captura de Anopheles spp no
homem de 60 a 180 dias após o tratamento ..
xxi
13b. Percentual de captura de Anopheles spp na
parede de 60 a 180 dias após o tratamento .
FIGURA 1 4 . Percentual de captura peri e intradomiciliar
de anofelinos de 6 0 a 180 dias após o
tratamento.
l 4 a . Barracas de rgfia ........-....
14b. Barracas de sarrapilha ...........
FIGURA 15. Percentual de captura peri e intradomiciliar
de anofelinos, de 60 a 180 dias após o
tratamento ................
FIGURA 16. Capturas intradomiciliares de Anopheles spp
de 60 a 180 dias após tratamento ......
FIGURA 17. Percentual de captura de espécies de
Anopheles para as provas biológicas de parede
noMaruanum .............,..
FIGURA 18. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logística a partir das
provas biológicas de parede no Maruanum ..
FIGURA 19. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica para cada subs-
trato, a partir das provas biolbgicas de
parede no Maruanum .............
FIGURS 20. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica a partir das pro-
vas biológicas de parede no Maruanum ....
FIGURA 21. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logística a partir das pro-
vas bidlógicas de parede no Maruanum, por
grupodecone ...............
FIGüRA 22- Comparação entre os percentuais de mortali-
dade de Anopheles spp observados e preditos
por regressão a partir das provas biológicas
de parede no Maruanum ...........
xxii
FIGURA 23, Taxas preditas por regressão logistica a
partir das provas biológicas de parede no
Maruanum, para a interação ESPÉCIE X
INSETICIDA.................
FIGURA 24. Percentual de captura de espécies de
Anopheles para as provas biológicas de parede
nos garimpos ................
FIGURA 25. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão Iogistica a partir das
provas biológicas de parede nos garimpos ..
FIGURA 26. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica par-a cada subs-
trato, a partir das prgvas biológicas de
parede nos garimpos ............
FIGURA 27. Taxas de mortalidade de Anophel'es spp predi-
tas por regressão lagistica a partir das
provas biológicas de parede nos garimpos ..
FIGURA 28. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica para cada face,
a partir das provas biológicas de parede nos
garimpos .................
FIGURA 29. Comparação entre os percentuais de mortali-
dade de Anopheles spp observados e preditos
por regressão a partir das provas biológicas
de parede nos garimpos ............
FIGURA 30. Taxas preditas por regressão logística a par-
tir das provas biológicas de parede nos
garimpos para a interação ESPÉCIE x
INSETICIDA .................
FIGURA 31. Comparação entre as taxas médias de mortali-
dade de Anopheles spp causada pelos dois
tratamentos nas duas áreas de testes ....
xxiii
FIGURA 32. Comparação entre as taxas médias de mortali-
dade de Anopheles spp nas duas superfícies
usadas para teste nas duas áreas de
experimento . . . . . . . . . . . . . . . . 121
FIGURA 33. Comparação entre as taxas médias de mortali-
dade mensais de Anopheles spp para DDT e
deltametrina flowable durante todo o perfodo
de teste . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
xxiv
Foram realizados testes para medir a ação residual
da deltametrina FW em comparação com o DDT em uma área
experimental (Maruanum) e em garimpos do Estado do Amapá,
sendo analisados os parâmetros (1) capacidade residual
dos inseticidas (medida pela prova biológica de parede),
(2) interação dos inseticidas com os substratos ráfia
(tecido de fibra sintética) e sarrapilha (tecido de
juta) , (3) ação dos tratamentos no controle da densidade
anofélica (medida por coletas intradomiciliares de doze
horas e peri e intradomiciliares de quatro horas), (4)
resposta das espécies quanto à probabilidade de serem
mais ou menos sensiveis à ação dos inseticidas e (5)
aspectos comportamentais de A n o p h e l e s . Os resultados
evidenciaram que os inseticidas provocaram um impacto
sobre as populações de anofelinos, notado principalmente
na semana imediatamente posterior à aplicação dos mesmos.
Os Indices de redução percentual (R), a densidade
anofélica no intra e no peridomicílio, bem como os
coeficientes de correlação da interação DIAS X
INSETICIDA, indicaram o efeito repulsivo de deltametrina
FW e DDT, de forma mais acentuada para a primeira.
Considerando as espécies, os dados das coletas de quatro
e de doze horas demonstraram o efeito repulsivo dos dois
tratamentos para A. d a r l i n g i . O carateres de antropofilia
e endofilia de A. d a r l i n g i ficaram evidenciados a partir
dos coeficientes de correlação ESPECIE X MODALIDADE
(homem/parede e intra/peridomicIlio). As provas
biológicas de parede realizadas nas duas áreas de estudo
mostraram a ação residual elevada de deltametrina FW, que
se estendeu por um perlodo de até 240 dias após o
tratamento. Os testes no Maruanum mostraram que a ação
residual é mais elevada na porção superior da parede do
que na inferior, pois a mesma está mais sujeita às
intempéries. Nos garimpos, as medidas de mortalidade,
considerando a face exposta ao sol no momento do teste
(face A) e a face oposta a esta (face B) , evidenciaram um
incremento da mortalidade dos anofelinos na face B para
os dois inseticidas. 0s testes estatlsticos para a
interação ESPÉCIE X INSETICIDA, efetuados a partir das
provas biológicas das duas áreas, indicaram maior
sensibilidade das espécies à deltametrina FW. A
mortalidade foi mais elevada no tecido ráfia do que na
sarrapilha, denotando constituir-se aquela em um
excelente substrato, adequado para a construção das
habitações (barracas) nos garimpos.
Residual action experiments were carried out of
deltamethrin FW compared with DDT in an experimental area
(Maruanum) and goldmining areas of Amapá. state, analysing
the following parameters: (1) insecticide residual
capacity (measured by the biological assays on walls);
(2) insecticide interactions with raffia (a sinthetic
fiber tissue) and tvsarrapilhall (jute tissue) substracts;
(3) treatment action on anopheline density control
(measured by twelve hours in indoors and four hours
outdoors and indoors collections); (4) sensibility
response to insecticide action and (5) Anopheles
behaviour aspects. The results show that the insecticides
provoked impact on the anopheline population, especially
noted in the week immediately after to its application.
The percent reduction (R) rates, the anopheline densities
indoors and outdoors, as well as the DAYS X INSECTICIDES
interation correlation coefficients, indicated the
deltamethrin FW and DDT repulsive effect, being more
accentuated way for deltamethrin FW. Considering the
species, the four and twelve hours collecting data
demonstrated a repulsive treatment for A. d a r l i n g i . The
A . d a r l i n g i antropophily and endophily characters were
shown for the SPECIES X MODALITY (man/wall and
in/outdoors) correlation coefficients. The biological
wall assay realized in the two studied areas showed the
high deltamethrin FW residual action, extended over a
period of 240 days after treatrnent. In Mhruanum the
experiments showed a more accentuated residual action on
the superior portion of the wall, than on the inferior,
as the latter is more exposed to the weather conditions.
The mortality measurements at the goldmining areas,
considering the side exposed to the sun ("face AIf) and
the opposite side ("face Bw) at the moment of the
experiment, showed a anophelines mortality increasing on
side B for the two insecticides. The SPECIES X
INSECTICIDES interaction statistical tests attained from
both of the biological assays areas, indicated a higher
mortality ocurring on the raffia better than on the
"sarrapilhaW, showing that raffia is an excellent
material for the construction of the goldmining area
residences (huts) .
A malária, enfermidade que afeta a humanidade desde
épocas muito remotas, continua sendo um dos graves problg
mas de sadde pdblica mundial, atingindo principalmente os
paises emvias de desenvolvimento, trazendo-lhes inúmeros
prejulzos sócio-econômicos. Atualmente está entre as prin
cipais doenças devastadoras de ocorrência mundial (WHO,
1986; OPAS, 1986; COOSEMANS, 1991; HENDERSON, 1991).
Segundo dados estatlsticos da Organização Mundial da
-
Sadde OMS, cerca de 40 % da população do planeta (apro-
ximadamente dois bilhões de pessoas) vivem em áreas que
ainda mostram algum risco de se contrair a malária - em
torno de 100 países e territórios (PHAO/WHO, 1991). No
entanto, o complexo homem/parasito/vetor permanece
estável sob condições naturais. Alterações que provoquem
o desequilíbrio de qualquer um desses elementos, por
exemplo, as intervenções ambientais, de ocorrência
freqüente, levam amodificações na incidência da malária.
Este aspecto, já foi discutido por diferentes autores,
como BOYD (1949); MEIRA et a l l i (1980); MORAN (1981);
.
TADEI et a l l i (1983, 1988)
Na amazonia brasileira, especialmente na década de
80, grandes empreendimentos foram instalados (usinas
hidrelétricas, grandes rodovias, pólos de colonização,
atividades garimpeiras, dentreoutros), introduzindo for-
tes intervenções ambientaia e prbvocando intenso desequi-
libriono complexohomem/parasito/vetor. Emconseqiiência,
a malária passou a ter altos índices de prevalência e a
região, desde 1980, vem mostrando cerca de 96 % a 99 %
dos casos de malária do Brasil.
Considerando-se as medidas de combate à malária, em
1969 a OMS decidiu revisar a estratégia do programa de
erradicação; recomendando sua adaptação às c~ndiçõeslo-
cais de transmissão, levando em conta os fatores sócio-
econômicos e culturais de cada localidade. Contudo, não
é descartada a erradicação como objetivo final
.
(COOSEMANS, 1991) Nesta mesma ótica, a Fundação Nacional
de Saúde - FNS em seu mais recente documento sobre a
malária na Amazônia, propõe transformar o atual programa
de erradicação em controle, buscando a erradicação a
longo prazo. Da mesma maneira que a OMS, as atividades
são propostas de uma forma integrada às instituições de
saúde, outros setores governamentais, instituições de
direito privado e à comunidade em geral (FNS, 1990).
Nesta nova postura, as medidas de controle são
determinadas de acordo com os fatores de risco
específicos de cada área. A proposta enfatiza a
necessidade de se considerar a causa primária dessa
-
enfermidade o vetor, para a determinação das medidas de
controle. Neste contexto, também são considerados os
parâmetros entomológicos para a determinação de medidas
integradas de controle (TADEI, 1991).
Os programas de controle da malária da OMS estão
apoiados, principalmente, nas ações combinadas de métodos
contra o vetor e contra os parasitas (FORATTINI, 1962;
.
WHO, 1975a,b; HAWORTH, 1989) Na luta contra os transmis-
sores da malária, para proteger o homem e evitar a inocu-
lação dos plasmódio's, a principal intervenção tem sido a
pulverização intradomiciliar do DDT. Esta atividade apre-
sentou excelentes resultados nos anos 60, reduzindo o
impacto tia malária em vários países, na década de 70, con
tudo, iniciou-se o registro de novos focos em áreas ante-
riormente consideradas praticamente controladas. Dentre
as causas deste fato, foram detectadas razões técnicas e
econômicas, além dos focos de resistência dos anofelinos
(WHO, 1986; TAUIL, 1992).
0s organoclorados começaram a ser utilizados ap6s a
descoberta das propriedades inseticidas do DDT em 1939,
por Paul Müller e colaboradores. O PDT foi testado inici-
almente como um acaricida, estendendo-se seu emprego ao
combate ãs pragas agricolas, aos vetores de doenças, e ou
tros. Esse produto foi sintetizado pela primeira vez por
Othmar Zeidler, quimico alemão, no ano de 1874, em
Strasbourg. O DDT também é conhecido por dicofana ("dico-
phaneN) e clorofenotana (mchlorophenotana~).O produto
técnico é praticamente estável à luz solar e é constituí-
do de 63 % a 77 % do seu componente inseticida, o isômero
p,pt-DDT - [1,1,l-tricloro-2,2-bis-(paraclorofeni1)-
-
etano], contendo também o isômero o,pl-DD$ (l,l,l-tri-
cloro-2-orto-clorofenil-2-para-clorofenil-etano). Este
inseticida apresenta grande solubilidade em gorduras,
insolubilidade em solventes aquosos, baixa reatividade
biológica e lenta biotransformação, passando, no organis-
mo, para os metabblitos: p,pl-DDD; p,pl-DDE e p,pl-DDA e
o,pl-DDD; o,pl-DDE e o,pl-DDA (ALMEIDA, 1972; BARRETO,
1975; COOSEMANS, 1991) .
Devido o uso intenso do DDT desde 1942, a "era dos
pesticidas orgânicos" passou a ser conhecida por "era do
DDTtl.Este, assim como o aldrin, o dieldrin e outros orga
noclorados, migram lentamente no solo, sendo muito persig
tentes. A maior critica atribuída aos seus usos é exata-
mente o fato de deixarem residuos do próprio produto ou
de seus metabólitos, no meio ambiente. Assim, no final
das cadeias tróficas, milhares de ppm de produtos tóxicos
ficam acumulados nos tecidos adiposos de muitos animais.
Tais residuos podem causar alterações fisiológicas de
efeitos graves e até mesmo mortais. Normalmente, encon-
tra-se, com mais freqüência, residuos de organoclorados
no solo, sendo o DDT e o dieldrin os mais comuns. 0s insg
ticidas de outros grupos se degradam mais rapidamente e
muito dificilmente podem ser medidos vários meses após
sua aplicação (BARRETO, 1975; PHAO/WHO, 1989).
Varios efeitos adversos de ordem ecológica são atri-
buídos ao DDT e seus metabólitos, devido a contaminação
de amplas áreas. Esses produtos j6 foram detectados em
organismos marinhos, inclusive em pingüins da Antártida.
O DDT é também bastante tóxico para peixes, por outro
lado, o aumento da temperatura da água diminui a toxici-
dade do DDT para esses animais (PHAO/WHO, 1989) , Isto
sugere que a bioacumulação pode ocorrer por um período
mais longo em águas tropicais, sem os sinais correspon-
dentes de mortandade de peixes, porém outros seres mais
sensiveis podem ser afetados prejudicialmente.
Um problema ainda mais complexo que a toxicidade é
a acumulação de residuos dos pesticidas em organismos
aqu6ticos. Ao entrar em contato com a água, o produto é
absorvido pelo plâncton, vegetação aquática e peixes. O
pesticida pode ser assimilado diretamente da água circun-
dante através do corpo ou ser acumulado através dos ali-
mentos (BARRETO, 1975). O DDT e seus metabólitos podem
diminuir a taxa de reprodução das aves, através do enfra-
quecimento e morte de seus embriões. Contudo, por estarem
as aves no final da cadeia alimentar, h6 concentração pro
gressiva desses compostos no organismo. Aplicações fre-
qüentes de organoclorados acumulam-se no solo, contami-
nando também as raizes e os tubérculos utilizados como
alimento (ALMEIDA, 1972; BARRETO, 1975; PHAO/WHO, 1989).
Vários são os fatores que influenciam o armazena-
mento dos organoclorados nos animais e no homem, como: o
próprio composto, a intensidade e a duração da exposição,
a eficiência da absorção, a espécie animal, a idade, o
sexo, o estado nutricional e a integridade dos órgãos,
principalmente fígado e rins (HAYES, 1965).
Os resíduos do DDT atingem o homem por várias vias,
sendo a principal a alimentação. Devido estar no final da
cadeia alimentar, o homem recebe e acumula os residuos
que se encontram acumulados nos vegetais e animais.
Intimeros estudos vêm sendo feitos objetivando conhe-
cer os efeitos da exposição prolongada (denominada efei-
tos crônicos) aos praguicidas sobre o organismo humano.
Por outro lado, raramente se faz referência a efeitos de
toxicidade por DDT no homem e, grande parte desses efei-
tos foram atribuidos por extrapolação do que ocorre nos
experimentos com animais em laboratório, expostos inten-
cionalmente ao DDT. Foi comprovado em animais de labora-
tório o aparecimento de tumores, sendo alguns malignos,
principalmente no fígado, tamb6mverificou-se leucocitose
e leucemia, notadamente nas Gltimas gerações, e diminui-
ção da vida média. Esse fato sugere um risco de carcino-
genicidade em relação aos animais e talvez ao homem.
Embora tente-se correlacionar o acúmulo de DDT e tumores
carcinógenos de est8mag0, pele e mama no homem, observa-
ções epidemiológicas, contudo, não confirmarain a ocorrên-
cia desses tumores relacionados à exposição ao DDT
(ALMEIDA, 1972; BARRETO, 1975; PHAO/WHO, 1989).
A avaliação da influência do DDT sobre o estado de
saGde do homem indica casos de irritação cutânea e ocular
pelos pós, em trabalhadores de fábricas de DDT; registros
de anormalidades hepáticas e do sistema nervoso; sintomas
de hepatite tóxica em trabalhadores expostos a organoclo-
rados, inclusive ao DDT; casos de neurite periférica;
transtornos hepáticos crônicos; intoxicação aguda em
estudos experimentais e acidentais (ALMEIDA, 1972).
Estudos para avaliar o nível de DDT acumulado no
tecido adiposo de homens e mulheres evidenciaram que há
acúmulo de quantidades mais elevadas de DDT no tecido
adiposo do homem, do que na mulher. Esses níveis aumentam
com a idade e o acúmulo é menor em pessoas que não comem
carne. Também verificou-se que não h& muita diferença no
armazenamento de DDT em pessoas que habitam próximo à
áreas tratadas, em relação a outras de áreas distantes.
No caso de exposição pr~fissional,o armazenamento ocorre
em níveis mais altos de acordo com a intensidade da expo-
sição ao DDT (HAYES et alli, 1958; ALMEIDA, 1972;
WASSERMANN et alli, 1972).
A exposição prolongada ao DDT pode levar à modifi-
cação nos sistemas enzimáticos. H6 registros de diminui-
ção da atividade da desidrogenase lática e da glicose-6-
fosfato desidrogenase pela ação do DDT. Este também esti-
mula a conversão de esteróides a metabólitos polares e
induz a síntese das enzimas microssômicas hepáticas, o
que, supõe-se, seja a causa da degradação mais rápida dos
inseticidas fosforados, no caso de trabalhadores expostos
simultâneamente a inseticidas organofosforados e ao DDT.
É importante a detecção da concentração do DDT no sangue,
pois esta tende a corresponder ao teor deste inseticida,
não metabolizado, no cérebro, o que é diretamente propor-
cional & gravidade dos sinais clínicos de envenenamento
por DDT. Experimentos para avaliar a relação entre a
concentração média de DDT na gordura e a concentração
média no soro sanguíneo, evidenciaram que aquela é cerca
de 300 vezes maior do que a no sangue (ALMEIDA, 1972).
O DDT e o DDD já foram usados com fins terapêuticas
em casos de icterícia não hemolítica familiar não conju-
gada, Síndrome de Cushing e carcinoma da suprarenal
(CUETO & BROWN, 1958; BERGENSTAL & MOSTOFI, 1960; HUTTER
& KAYHOE, 1966; SOUTHERN et alli, 1966; THOMPSON et alli,
1969).
Pesquisas realizadas em vários países, têm detecta-
do, com freqüência, residuos de DDT em alimentos. No Bra-
sil, em amostras de feijão e farinha de mandioca proceden
tes dos Estados de Goiás, Par6 e Bahia, foram detectados
os isômeros p,pt-DDT e o,pt-DDT e o metabólito p,pt-DDE.
A contaminação por esses produtos atingiu 100 % das amos-
tras de feijão e 92 % das de farinha de mandioca
(BARRETO, 1975). ALBERT & RENDÓN-VON OSTEN (1988) encon-
traram resíduos de praguicidas organoclorados em ovos e
queijos, no México. Em ovos foram encontrados com maior
freqüência, epóxido de heptacloro, p,pt-DDT e p,pl-DDE.
Em queijos, os produtos mais frequentes foram dieldrin e
p,pt-DDE. Na ColGmbia, foram determinadas por VARGAS MEL0
& VALLEJO R. (1990) as concentrações de inseticidas orga-
noçlorados em leite humano e bovino. Em todas as amostras
dos dois tipos de leite, foram encontradas concentrações
altas de DDT total; em 35 % das amostras de leite humano
e em 45 % das de leite fresco de vaca, detectaram lindano
(r-HCH) e em percentuais menores, foram identificados
dieldrin, epóxido de heptacloro (metabólito do
heptacloro) e transnonacloro (metabólito do clordano).
A contaminação ambienta1 por inseticidas organoc$o-
rados já atingiu altos niveis obrigando o estabelecimento
de uma legislação especial na maioria dos países desenvol
vidos, que restringiram sua aplicação às campanhas de
saúde pública. No Canadá e na Dinamarca, porém, é proi-
bida qualquer utilização do DDT (BARRETO, 1975). No Bra-
sil, o uso do DDT está regulamentado pela Portaria nQ.
10, de 08 de março de 1985, da Secretaria Nacional de Vi-
gilância Sanitária - SNVS, do Ministério da Saúde, res-
tringindo sua aplicação às campanhas de saúde ptiblica,
sob a responsabilidade exclusiva da SUCAM, atualmente Fun
dação Nacional da Saúde. O emprego do DDT pela FNS esta
sujeito às recomendações apresentadas no manual tlPraguici
das em Saúde PGblicattdo Centro de Documentação do Minis-
tério da Saúde, 1982. H6também uma Portaria do Ministé-
rio da Agricultura (portaria nQ. 329/85) que proibe o uso
desse inseticida para fins agricolas (PHAO/WHO, 1989).
O DDT, quando empregado em campanhas de sadde púbii-
ca, causa danos mlnimos em relação aos resultantes de sua
utilização na prática agrlcola e florestal. Naquela situ-
ação, é aplicado apenas em borrifação residual no inte-
rior das casas, e o contatp direto com o meio ambiente se
dá através da quantidade que se deposita no piso e nas
partes próximas à casa borrifada, durante a lavagem do
material de aplicação e durante o processo de pesagem e
embalagem das cargas do inseticida. Estima-se que o depó-
sito fora das casas, em áreas rurais, sob estas condi-
ções, seja cerca de 10 gramas, para uma população média
de 100 habitantes/km2.
Um aspecto de fundamental importância no controle de
enfermidadestransmitidas por insetos, trata-se da susce-
tibilidade das espécies vetoras aos inseticidas. O DDT
provocou o desenvolvimento de resistência em muitas
delas, como foi observado em Cuba em larvas de Culex
quinquefasciatus, criadas em laboratório (NAVARRO ORTEGA
et alli, 1986) e em mosquitos adultos, na Costa do Mar-
fim, onde várias raças foram testadas, havendo resistên-
cia também a organofosforados e à deltametrina (MAGNIN et
.
alli, 1988) RAWLINGS et alli (1985) observaram a presen-
ça de Anopheles culicifacies DDT-resistente no Sri Lanka,
suscetivei a outros inseticidas, HERATH et aili (1988),
comprovaram a presença de resistência em A. culicifacies
no Sri Lanka, assim como em A. subpictus, sendo ambas
suscetiveis à deltametrina,
Desde que o DDT e outros inseticidas passaram a ser
utilizados em programas de erradicação da malária, tem-se
observado o controle do vetor com sucesso em diferentes
partes do mundo. Entretanto, em algumas localidades da
Ásia e da América Latina, onde a malária esteve próxima
da erradicação, foram registradas evidências de seu
ressurgimento (WHO, 1986; OPAS, 1986). A continua apli-
cação dos inseticidas, em larga escala, levou as espécies
de Anopheles a desenvolverem resistência aos diferentes
inseticidas, em diversas localidades do mundo. O primeiro
caso foi observado em 1951, com A. sacharovi, na Grécia.
A OMS, em 1958, listou 18 espécies resistentes ao DDT em
todo o mundo (BROWN, 1986). De 1964 a 1969 foram regis-
t r a d a ~sete espécies resistentes somente na região orien-
tal, nove, na região paleártica e oito na região neotro-
pical, sendo muitasmulti-resistentes a outros organoclo-
.
rados e a organofosforados (GARRET-JONES & PAL, 1969) h
1973 a literatura mostra 15 espécies resistentes ao DDT
e 12 espécies com resistência iiitermediária ou tolerancia
ao mesmo (BROWN h PAL, 1973). Em 1986 o número é muito
maior, sendo registradas 56 espécies resistentes ao DDT
e a um ou mais inseticidas (BROWN, 1986). A. darlingi, o
principalvetor na região amazônica, era considerado sus-
cetivel ao DDT pela OMS em 1980 e, em 1986 já figurava na
lista de resistentes, com registros de alguns casos na
Colômbia (OLIVEIRA FILHO, 1992). O primeiro caso confir-
mado de resistência fisiológica de A. darlingi ao DDT,
foi registrado em populações do nordeste da Colômbia, na
área de Quibdo, em 1988 (SUAREZ et alli, 1990).
No Brasil, entre 1945 e 1946, o DDT passou a ser uti
lizado em tratamentos residuais intradomiciliares e, em
1959, foi incorporado ao programa oficial de controle da
malaria, com aplicações intradomiciliares e semestrais,
pelo Serviço Nacional de Malária. A primeira localidade
brasileira a ser dedetizada foi Breves, no Estado do
Pará, em 1945 (BUSTAMANTE, 1957; DEANE, 1986). A aplica-
ção do DDT se estendeu gradativamente para áreas do Norte
e Nordeste do pals, até se completar, em 1968, a cober-
tura total das áreas de transmissão. Segundo os dados
estat~sticos, os tesultados favoráveis da aplicação do
DDT permitiram a mudança das primeiras áreas da fase de
ataque para a fase de consolidação onde, em 1965, pelo
menos 6,7 milhões de habitantes estavam em áreas livres
da malária (FNS, informação verbal).
Em decorrência das diferenças regionais, a eficácia
do uso dos inseticidas residuais intradomiciliares não
apresentou os mesmos resultados no contfole da malária em
todo o pals. Embora havendo redução dq prevalência em
algumas regiões brasileiras, este fato não foi verda-
deiro para a Amazônia. Nesta região, em algumas áreas, a
estrutura das habitações representa um problema para a
aplicação do DDT, devido as paredes serem parciais ou até
inexistentes, e até mesmo construídas de folhas vegetais.
Além desses fatores limitantes da eficbcia do
inseticida, o hábito da população de permanecer no peri-
domicílio, no período crepuscular, contribui para a trang
missão extradomiciliar da doença. Na Amazônia, enfrenta-
se também problemas de ordem técnico-administrativa, que
muitas vezes atrasam a regular aplicação semestral do
inseticida. Como fatores determinantes da ineficiência
dos inseticidas no controle da malária, podemos listar os
fatores técnico-administrativos, o tipo de habitação, os
hbbitos da população e, ainda, considerar o comportamento
dos vetores (FERREIRA, 1964; TADEI, 1991).
Foram observadas, por FERREIRA & AZAMBUJA (1955)
modificações de comportamento, para A. (Kerteszia)
cruzi, em populações do Sul do pais. Para A. darlingi, os
dados de mudança de comportamento foram verificados por
HAYES & CHARLWOOD (1980) em populações da Rodovia BR-174
-
(Manaus Boa Vista) e .parapopulações de Rondônia (muni-
cipio de Ariquemes) por TADEI (1987).
H6 registros de casos de tolerância de A. albitarsis
ao DDT, no Èstado do Cear6 e de resistência
intermedibria, no Estado do Mato Grosso (RACHOU et alli,
1960a). A. aquasalis apresentou resistência intermediária
ao DDT e resistência ao dieldrin/HCH, no Estado do Pará
(RACHOU et alli, 1960b). Resistência intermediária ao
DDT, foi observada no Estado de São Paulo para A. galvoi
em 1964 e A. rondoni em 1966 (BROWN L PAL, 1973; BROWN,
1986).
Assim sendo, torna-sê relevante a utilização de insg
ticidas alternativos que possam substituir o DDT, em
decorrência de vdrios aspectos: (1) elevado número de anq
felinos resistentes ao mesmo (56, dos quais 13 são impor-
tantes vetores da malária) ; (2) o DDT provoca resistência
também nos demais artrópodes; (3) tem sua ação sobre um
grande número de parasitos, provocando o aparecimento de
cepas resistentes; (4) experimentos em laboratório e v i d e ~
ciaram a sua alta toxicidade sobre os mamíferos; (5)
doses elevadas de tratamento por kg/ha são utilizadas;
(6) persistência exageradamente longa no meio-ambiente,
(4 a 30 anos) e (7) o DDT pode levar à resistência
cruzada a outros inseticidas (BROWN- & PAL, 1973;
RONGSRIYAM & BUSVINE, 1975; TESSIER, 1983a; OPPENOORTH,
1984; HALLIDAY & GEORGHIOU, 1985; BROWN, 1986; DARTIGUES,
1987; LINES, 1988; MILLER, 1988; OMS, 1988).
Dentre os inseticidas alternativos, surgiu a classe
dos piretróides, originariamente extraídos das flores de
crisântemo. Posteriormente, foram sintetizadas
substâncias análogas às piretrinas naturais, tais como
aletrina, bioaletrina, permetrina, cipermetrina,
lambdacialotrina e deltametrina. Em relação a esta
Última, trata-se de um piretróide fotoestável, insolúvel
em água. A deltametrina e&& constituída exclusivamente
pelo isômero "D-cisM , que é o estereo-isômero mais ativo
de uma série de oito quimicamente possíveis. A sua
toxicidade é praticamente inexistente face às baixas
doses que são utilizadas, sendo classificada pela OMS
como "produto não suscetXve1 de induzir riscos de
intoxicação aguda em condições normais de utilizaçãom
(TESSIER, 1983b; WHO, 1986; DARTIGUES, 1987; PYRETmOID
INSECTICIDES, 1988; ZERBA, 1988).
Com a finalidade de descobrir a ação da deltametrina
sobre o meio ambiente, experimentos foram realizados para
conhecer o efeito sobre animais vertebrados e invertebra-
dos de vários grupos, no solo e na água. Estes trabalhos,
realizados sobre a degradação da deltametrina nos solos,
mostram que neste produto, com doses muito reduzidas de
utilização por hectare, a biodegradação ocorre completa-
mente e não há risco de acumular-se com o tempo. Em con-
dições aeróbicas, 5 0 , O O % da degradação ocorre de 11 a 19
dias (LHOSTE & L'HOTELLIER, 1983).
Embora seja tóxica para alguns organismos, como crus
táceos, batráquios e peixes, há uma limitação ^dessa toxi-
cidade em decorrência de um efeito repelente, de natureza
não muito bem conhecida. A intoxicação apresenta um cará-
ter reversível, os animais, assim que exibem sinais de in
toxicação, fogem da área tratada, recuperando-se em lo-
cais isentos do inseticida. Se a deltametrina atingir a
água, a destruição da fauna aquática será passageira e li
mitada no espaço e no tempo, havendo fixação no lodo an-
tes da decomposição. A concentração da deltametrina, como
a de outros piretróides, decresce na água segundo uma fun
ção exponencial do tempo. No homem, existem registros de
irritação da pele e de mucosa provocadas pela
deltametrina e lambdacialotrina (LHOSTE & LIHOTELLIER,
1983).
Uma vasta literatura foi acumulada sobre os testes
realizados para a avaliação da deltametrina, em diferen-
tes lugares do mundo. Para tanto, foram utilizadas várias
espécies de Anopheles, em que diferentes parâmetros ento-
mológicos foram analisados. Dentre eles ressaltamos (1)
níveis de endofilia e exofilia; (2) preferências alimen-
tares; (3) percentual de fêmeas nulíparas e onlparas pre-
sentes na população; (4) índice de esporozoítos e (5) pa-
drões comportamentais.
Vários métodos foram aplicados para testar a ação
inseticida da deltametrina sobre as espécies de
Anopheles, sendo que um desses métodos é a prova de sus-
cetibilidade com papéis filtro. Objetivando estudar a moE
talidade de uma linhagem em função da dose de deltametri-
na, experimentos foram feitos nas Filipinas com A.
mangyanus, A. flavirostris, A. litoralis e Aedes aegypti ,
submetidos à concentrações diferentes de deltametrina. A.
mangyanus foi o anofelino mais suscetivel e A. litoralis
pareceu ser o menos suscetivel. A. aegypti revelou
possuir maior tolerância a este inseticida do que as
espécies de anofelinos (MALARIA ERADICATION SERVICE OF
PHILIPPINES, 1980 apud DARTIGUES, 1987). Na Guatemala,
com a mesma finalidade, foi empregada uma linhagem de A.
albimanus resistente ao DDT, ao dieldrin, ao clorfoxim e
ao propoxur. Esta linhagem, mesmo sendo resistente aos
inseticidas clorados e fosforados, permaneceu suscetível
à deltametrina ( C A S T ~ A Z LOPES,
A 1980).
Em 1979 na Guatemala, foi avaliada a mortalidade da
linhagem Senarate de A. albimanus (suscetivel) em função
do tempo, com as concentrações de 0,015 % e 0,025 %,
obtendo-se excelentes resultados em até 24 minutos
.
(CAST-AZA LOPES, 1980) A. balabacensis, na China, em
1981, foi submetida ao contato com uma concentração de
0,005 %, morrendo 96,7 % dos individuos em 60 minutos
(GUANDONG PROVINCIAL INSTITUTE OF PARASITIC DISEASE, 1982
.
apud DARTIGUES, 1987) PINTO ARCA, trabalhando com A.
nuneztovari, na Venezuela, mostrou mortalidade total a
0,025 % em exposição de 24 minutos (DARTIGUES, 1987).
Seguindo-se o método padrão da OMS (WHO, 1975a;b),
provas biológicas de parede foram aplicadas avaliando-se
diferentes parâmetros em vários continentes, como segue.
A relação entre o efeito residual da deltametrina
e o tipo de superflcie tratada foi estudada nas Filipinas
utilizando-se deltametrina na formulação pó molhável (PM)
a 10 mg/m2 aplicada nas superfícies: sawali liso (bambu
de lado liso), sawali rugoso (bambu de lado rugoso),
madeira, nipa (folhas de coqueiro trançadas) e cogón
obtendo-se 100,O % de mortalidade em A. flavirostris, por
até seis meses (MALARIA ERADICATION SERVICE OF
PHILIPPINES, 1979 apud DARTIGUES, 1987). Na Guatemala,
CASTMAZA LOPES ( 1980) observou para a linhagem Tecojate
de A. albimanus (resistente a vários inseticidas) 100 %
de mortalidade em superflcie de madeira e 47,O % em blo-
cos de cimento, 167 dias após o tratamento, empregando
deltametrina PM 25 mg/m2. A partir desse período houve um
aumento progressivo da mortalidade nos blocos de cimento,
observada ates 231 dias após o tratamento.
Em experimentos realizados na Nicarãgua, várias
superfícies foram tratadas com K-Othrine na formulação
concentrado emulsionável (CE) 25 mg/m2, e medidas foram
efetuadas por até 21 semanas. Constataram que os mate-
riais mais favoráveis para a deltametrina são, na seqüên-
cia, papel, madeira não pintada e plástico. 0s resultados
foram muito variáveis em madeira pintada e pedra pintada
ou não (SNEM NICARAGUA, 1981 apud DARTIGUES, 1987). Tes-
tes sobre superfícies de adobe e cimento efetuados no
Congo, em 1981, mostraram valores de 88,O % de mortalida-
de para A. gambiae, com K-Othrine PM 25 mg/m2 (BITSINDOU,
1982 apud DARTIGUES, 1987). Na China, em 1982, foi apli-
cado K-Othrine CE a 10 mg/m2 em aglomerado, em cana e em
tijolos de argila. Foram obtidos valores de mortalidade
de 100,O %, aos 273 dias após o tratamento, para o primei
ro e 94,O %, para o segundo. Para os tijolos, o percen-
tua1 foi muito baixo, alcançando 3,3 %, após 22 dias.
No Mali, com o mesmo objetivo, foram testados mosqui
teiros de perca1 e de tule impregnados por imersão com
deltametrina CE 8 mg/m2, causando 100,O % de mortalidade
em A. gambiae e A. funestus, por cinco meses após o trata
mento (DIALLO, 1982 apud DARTIGUES, 1987). LI ZUZI et
alli (1987), na China, testou o efeito residual comparan-
do mosquiteiros tratados com deltametrina e com DDT, uti-
lizando A. dirus. Nos primeiros, aos 544 dias após a apli
cação, a mortalidade foi ainda muito elevada - 98,3 %.
Porém, para os mosquiteiros impregnados com o DDT, aos 70
dias, a mortalidade já havia alcançado valores de 29,3 %.
Em superfícies de sawali liso e rugoso, madeira,
nipa e cogón, foram feitas aplicações de deltametrina PM
em quatro concentrações nas Filipinas, para estudar a re-
lação entre o efeito residual da deltametrina e a dose de
aplicação, testando-se A. flaviqostris. Com 10 mg/m2, 20
mg/m2 e 30 mg/m2 obteve-se 100,o % de mortalidade por um
período de seis meses. Os resultados foram muito inferio-
res com 5 mg/m2 (MALARIA ERADICATION SERVICE OF
PHILIPPINES, 1979 apud DARTIGUES, 1987). Concentrações de
25 mg/m2, 50 mg/m2 e 100 mg/m2 foram aplicadas sobre blo-
cos de cimento para medir a mortalidade em A. albimanus.
Aos 195 dias, a mortalidade alcançou 90,O %, para 100
mg/m2 e 70,O % para as demais. Aos 231 dias, foi de apro-
ximadamente 90,O % para as três concentrações empregadas.
Embora não haja sido efetuada nenhuma prova especifi
camente para estudar a relação entre o efeito residual da
deltametrina e o tipo de formulação, a análise e compara-
ção de vários experimentos com outros objetivos, indicam
as formulações suspensão concentrada ou ~ f l o w a b l e (FW)
~
e p6 molhável (PM) para aplicações residuais (DARTIGUES,
1987).
A aplicação de tratamentos sucessivos causa um
efeito cumulativo do inseticida como é verificado em
experimentos realizados na Nigéria por RISHIKESH et
alli(1978, 1979) com aplicações residuais de deltametrina
PM a 50 mg/m2 em superflcies de barro e de adobe (dois
tratamentos com três meses de intervalo), testando-se a
mortalidade de A. gambiae. O primeiro tratamento causou
mortalidade de aproximadamente 98,O % a 75,O %, em super-
fícies de barro, e de 100,O % a 82,O %, no adobe. Ap6s o
segundo tratamento, os valores foram de 99,O % a 100,O %
e 99,O % a 97,O %, respectivamente.
Na Guatemala, em 1981 e 1982, foram feitas quatro
aplicações residuais sucessivas (25 mg/m2) com seis meses
de intervalo sobre superfícies de madeira, troncos de pai
meira e paredes de folhas de palmeira trançadas e blocos
de cimento. Foi observado um efeito cumulativo da delta-
metrina, nas diferentes superfícies, à medida que foram
feitas novas aplicações. Os testes de mortalidade com A.
gambiae, mostraram índices maiores a partir da segunda
prova (SNEM GUATEMALA, 1984 apud D A R T I ~ E S ,1987).
A utilização dos piretróides em saúde pública já
demanda cerca de quatro décadas. Todavia, os piretróides
fotoestáveis, vêm sendo utilizados desde a década de 70.
Igualmente ao ocorrido com outrog inseticidas, também já
existem registros de espécies resistentes aos mesmos,
A possibilidade de haver resistência cruzada delta-
metrina/DDT em anofelinos foi estudada na Guatemala, na
Venezuela e na Índia. CASTMAZA LOPES (1980), na Guate-
mala, submeteu a linhagem Tecojate de A. albimanus à
prova de suscetibilfdade à d-eltametrina e os resultados
foram do mesmo nlvel da linhagem Senarate, suscekXvel a
todos os inseticidas. Salienta-se que a cepa Tecojate é
resistente a organoclorados, a organofosforados e a
carbamatos. Na Venezuela testes com A. albitarsis
resistente ao DDT, evidenciaram 97,O % de mortalidade aos
24 minutos, alcançando ' 100,O % aos 96 minutos, m a n d o
submetidos ao contato com 0,025 % de K-Othrine (PINTO
ARCA, 1983 apud DARTIGUES, l987). Experimentos com duas
linhagens de A. emilianus tglerantes ao DDT, mostraram
que essa espécie é suscetível à deltametrina quando
exposto a 0,025 % do produto, havendo /00,0 % de
mortalidade em 96 e 192 minutos, para cada uma das
linhagens (PINTO ARCA, 1985 apud DARTIGUES, 1987).
Provas realizadas na fndia com A. culicifacies, mul-
tiresistente ao DDT, ao dieldrin, ao HCH e ao malation,
evidenciaram mortalidade de 100,O %, quando exposto a
0,025 % de K-Othrine, durante 60 minutos (NATIONAL
MALARIA ERADICATION PROGRAMME, 1984 apud DARTIGUES,
1987).
MALCOLM (1988) relatou dez espécies de anofelinos
resistentes aos piretróides em todo o mundo, no entanto,
não se pode avaliar a significância desses resultados
devido os testes haverem sido executados em temperaturas
acima de 31° C. No entanto, para A. albimanus e A.
sacharovi, foi detectada uma forte evidência de resistên-
cia a piretróides em campo, porém, esses casos surgiram
em áreas onde houve um intenso uso de inseticidas na
agricultura.
Para saber se a deltametrina causa alterações de
comportamento em Anopheles spp, foram aplicados vários
métodos para avaliar a ocorrência de efeito repulsivo
e/ou irritante, alterações nas densidades peridomicili-
ares e/ou intradomiciliares e a existência de um meca-
nismo de fuga.
Em Burkina-Faço experimentos foram efetuados com A.
gambiae, A. funestus e A. nili, empregando-se armadilhas-
janelas e armadilhas do tipo "verandastlpor COOSEMANS &
.
SALES (1977) Foi aplicada deltametrina PM 25 mg/m2 em
pulverização residual intradomiciliar. O efeito repulsivo
foi medido em armadilhas-janelas, calculando-se a relação
entre o número de fêmeas que entram nas casas tratadas e
o número que entra nas casas controle. Foram obtidos indi
ces que revelam que entram menos mosquitos nas casas tra-
tadas. As armadilhas Itverandasttforam empregadas para ava
liar o efeito irritante, sendo utilizado para comparação
fenitrotiom PM 25 mg/m2, um inseticida organofosforado,
por cinco meses após a aplicação dos inseticidas. O efei-
to de fuga aumentou em função do tempo, sendo que no quin
to mês foi maior do que no primeiro. Foram encontradas
nas verandas 34,O % a 45,O % das fêmeas capturadas nos
controles; 5,O % a 37,O % nas casas tratadas com fenitro-
tiom e 68,O % a 88,O %, rias casas tratadas com deltame-
trina. Outro teste foi realizado com A. funestus, em ca-
sas tratadas com 50 mg/m2 de deltametrina. À zero hora f~
ram liberadas nessas habitações fêmeas ingurgitadas captg
radas na véspera. No mesmo dia, recapturou-se de 21,O %
a 68,O % dos insetos distribuídos nas paredes, nos tetos
e nas "verandas". Nas casas tratadas, 93 ,O % e 77,3 % dos
mosquitos recapturados foram encontrados nas llverandasff,
enquanto que nos controles, apenas 1,5 % e 7,5 % dos
recapturados o foram nas armadilhas.
Duas espécies antropófilas e endófilas, A. qambiae
e A. funestus, foram empregadas para testes na Nigéria,
em casas tratadas com 50 mg/m2 de deltametrina PM, em
duas aplicações com seis meses de intervalo. Para medir
a densidade intradomiciliar, foram feitas pulverizações
a base de piretro a cada duas semanas em três meses de
trabalho. Foram encontradas densidades baixas nos contro-
les em 1977 e 1978. Após a borrifação do inseticida, as
duas espécies quase desapareceram, suas densidades nos
controles variaram de 0,72 a 2,16, diminuindo nas casas
tratadas para 0,01 a 0,07. Armadilhas-janelas £oram uti-
lizadas para verificar o efeito de fuga em residências
onde a deltametrina foi aplicada na dose de 50 mg/m2. Em
1977 foram encontradas nas casas tratadas de 1,9 a 5,5
vezes mais A. gambiae e de 2,O a 2,6 vezes mais A.
funestus, nas armadilhas. A mortalidade média encontrada
sugeria que as fêmeas não permaneceram em contato com o
inseticida por período suficiente para causar mortalidade
em 24 horas (16,9 % - controle; 32,5 % - habitações tra-
tadas). Observou-se uma diminuição do percentual de fê-
meas ingurgitadas nas armadilhas das casas tratadas
(RISHIKESH et alli, 1978; 1979).
Na Guatemala, C A S T ~ A Z ALOPES (1980), utilizou arma-
dilhas-colombianas em casas borrifadas com deltametrina
PM 50 mg/m2, para verificar possíveis alterações no com-
portamento endófilo de A. albimanus. De hora em hora, de
19h30 até às 6h30, foram computadas as fêmeas pousadas no
interior ou no exterior do mosquiteiro. Antes do trata-
mento, na captura para limpeza, foram encontrados 28 indi
víduos, 26 fêmeas foram evadidas (nQ de fêmeas150 soltas)
e 09 fêmeas tentaram entrar nas habitações. Ao final
encontrou-se 62 indivíduos no interior das casas. Após o
tratamento, na captura para limpeza e ao final da prova,
não foi encontrado nenhum anofelino, a evasão foi de 48
fêmeas e somente quatro tentaram entrar. Em 1979, em pro-
vas realizadas em dois departamentos diferentes, com a
mesma dose do inseticida, a densidade foi medida por cap-
turas manuais de 20 a 24 horas. Em um departamento, nos
controles, foram coletadas 3 fêmeaslhora, contra nenhuma
encontrada nas casas tratadas. No outro departamento, a
densidade foi de 12,2 fêmeaslhora nos controles e de 1,l
fêmealhora nas residências tratadas. Capturas manuais
feitas intra e peridomiciliarmente em 1981, evidenciaram
densidades de 2,5 fêmeas/casas controles e de 0,3 fê-
meas/casastratadas, em condições intradomiciliares; peri
domiciliarmente foram de 4,43 fêmeaslcasa e de 0,97 fê-
meas/casa, nos controles e residências tratadas, respec-
tivamente ( C A S T ~ A Z A LOPES, 1981).
No Sudão, a deltametrina foi empregada a 50 mg/m2 e
25 mg/m2, em dois povoados cada. As densidades intradomi-
ciliares diminuíram de maneira importante, visto que três
meses após o tratamento não foi encontrado nenhum A.
a r a b i e n s i s nos quatro povoados tratados. Nos controles,
essa densidade era de 18 fêmeas/aposento (HARIDI, 1983
apud DARTIGUES, 1987).
Outros testes foram efetuados com armadilha-colom-
biana, na Guatemala, com deltametrina a 25 mg/m2, para
avaliar o comportamento das fêmeas de A. albimanus em
jejum e ingurgitadas. As medidas foram realizadas de
18h00 às 6h00. Nas horas ímpares, computou-se os indivi-
duos pousados no exterior, determinou-se o estado fisiolg
gico (ingurgitados ou em jejum), liberando-se, posterioy
mente, no interior das casas as fêmeas em jejum. Nos hora
rios pares, foram capturados os espécimes pousados no
interior dos mosquiteiros, determinou-se o estado fisioló
gico, guardando-os por 24 horas para avaliação da mortali
dade. O comportamento de saída de A. albimanus ingurgita-
do pareceu idêntico para as casas tratadas ou não. As fê-
meas em jejum, porém, saíram das habitações tratadas mais
rapidamente. Desde a primeira hora de coleta, 48,O % j6
haviam saido dessas habitações, o que ocorreu para os con
troles, aproximadamente, depois de três horas. Foi avali-
ada a taxa de conversão jejum/ingurgitados, resultando em
54,5 % - tratadas e 23,6 % - controles, bem como a morta-
lidade dos insetos: 16,O % - tratadas e 5 , O % - controles
( C A S T ~ ~ A ZLOPES,
A .
1980)
Com deltametrina PM 25 mg/m2 utilizada em aplicações
residuais intradomiciliares, no Congo, foram registradas
as densidades médias anofélicas intradomiciliares de A.
gambiae, A. moucheti, A. hancocki e A. paludis, durante
três meses antes do tratamento. Após este, em 20 medidas
ef etuadas em 140 casas, apenas três A. gambiae foram cap-
turados. Nas casas tratadas, antes da aplicação, 43,O %
de A. gambiae estavam ingurgitadas e 28,O %, grávidas e
47,O % e 31,O % de A. moucheti estavam ingurgitadas e gra
vidas, respectivamente. Após o tratamento houve redução
desses percentuais, para 27,O % e 11,o % -A. gambiae, e
para 2 0,O % e O %- A. moucheti , ingurgitadas e grávidas,
respectivamente (BITSINDOU, 1982 apud DARTIGUES, 1987).
A avaliação de mosquiteiros impregnados no controle
da malária, efetuada em vários países dd Ásia e da Áfri-
ca, demonstrou a eficência dessa medida. DARTIGUES (1987)
relata dados obtidos na China em 1983, por LI ZUZI, com
A. sinensis, eni que mosquiteiros impregnados com deltame-
trina a 25 mg/m2, mostraram alta mortalidade até dois
anos após o tratamento (81,O % e 96,4 %, para mosquitei-
ros abertos - espaço de 50 cm até o solo - e fechados,
respectivamente) .
LI ZUZI et alli (1985 apud DARTIGUES, 1987) compara-
ram a ação dos tratamentos intradomiciliares com DDT e o
uso de mosquiteiros impregnados com deltametrina a 15
mg/m2 sobre as populações de A. sinensis e de A. dirus.
Foram feitas medidas de densidade intra e peridomicilia-
res e verificou-se que a diminuição causada pela ação da
deltametrina foi muito mais importante do que com os tra-
tamentos intradomiciliares com o DDT. Os mosquiteiros im-
pregnados, abertos ou fechados, agem como uma armadilha
especifica para os anofelinos vetores, garantindo uma
mortalidade de quase 1 0 0 ~ 0%.
CARNEVALE (1990), em experimentos com A. gambiae em
Burkina Faso, utilizando mosquiteiros impregnados com del
tametrina em várias doses, obteve reduções na taxa de a16
mentação na ordem de 32,O % a 56,O %. No Congo, este mes-
mo autor, utilizou doses de 6,25 mg/m2, 12,5 mg/m2 e 25
mg/m2, em mosquiteiros danificados (presença de buracos)
cuja área de dano variou entre 0,5 2 , 1,O % e 2,O % e
verificou que até mesmo em concentrações mais baixas
(6,25 mg/m2), a deltametrina apresentava uma ação consi-
derável sobre a taxa de alimentação dos anofelinos, se o
número de orifícios no mosquiteiro fosse pequeno.
Outros autores também realizaram experimentos em que
mosquiteiros impregnados com deltametrina, apresentaram
eficiência no controle das populações de anofelinos. Den-
tre estes, pode-se listar M Q U E et alli (1984), LI ZUZI
et alii (1987), CARNEVALE et alli (1988), LU BAO LfN
(1988); LI ZUZI et alli (1989).
A alteração da capacidade vetorial de Anopheles spp
mediante a ação da deltametrina, foi avaliada com base em
três parâmetros: (1) grau de intensidade homem/vetor (nú-
mero médio de picadas que um homem recebe por noite em
condições normais) ; (2) percentual de anofelinos infecta-
dos que apresentam esporozoitos em suas glândulas saliva-
res e (3) taxa de parturidade (percentual de fêmeas nulí-
paras ou paridas em uma população), este índice mede a
idade fisiológica de uma populaqão, portanto, indireta-
mente, sua capacidade vetorial.
O efeito da deltametrina no contato homem/vetor foi
medido baseando-se na metodologia descrita pela OMS (WHO,
1975,), utilizando-se iscas humanas. Na Nigéria, foi
empregada deltametrina PM 50 mg/m2, em duas pulverizações
intradomiciliares com intervalo de seis meses, para de te^
minar o grau de contato de populações de A. gambiae e A.
funestas. Em 1977, não pode ser evidenciado nenhum efeito
do inseticida sobre este parâmetro, uma vez que foram
obtidos poucos dados (RISHIKESH et alli, 1978). Em 1978,
foram registradas reduções da ordem de 95,0 % no número
de picadas/homem/noite, intradomiciliarmente (RISHIKESH
et alli, 1979). Nas Filipinas, uma única aplicação de
deltametrina a 10 mg/m2, diminuiu o número de A.
flavirostris quase a zero, no interior das residências,
por até seis meses após o tratamento. Em volta das casas
tratadas, de duas a nove vezes menos capturas foram
efetuadas em relação aos controles (MALARIA ERADICATION
SERVICE OF PHILIPPINES, 1980 apud DARTIGUES, 1987) .
C A S T ~ A Z A LOPES (1981), em medidas efetuadas peri
e intradomiciliarmente com A. albimanus, em casas con-
troles e tratadas com deltametrina 50 mg/m2, observou que
37,O % das capturas nos controles ocorreram intradomici-
liarmente e 63,O % no peridomicllio, enquanto que, nas
casas tratadas, 32,O % o foram no interior das casas e
68,O % no exterior. O comportamento endo/exó£ilo não foi
afetado de maneira fundamental e as populações intra e
peridomiciliares diminuíram proporcionalmente.
No Congo, foram realizados dois tratamentos com del-
tametrina 25 mg/m2, com quatro meses de intervalo, avali-
ando-se seu efeito sobre o grau de contato das populações
de A. gambiae, A. funestus e A. moucheti com o homem.
Após o primeiro tratamento, o ntímero de picadaslho-
mem/noite oscilou entre 27 e 116 nos controles e entre 11
e 29 nas casas tratadas. Após a segunda.aplicaqão, este
valor, para os controles, foi de aproximadamente 30 a 120
e nas habitações tratadas, de 18 a 30 (BITSINDOU, 1982
apud DARTIGUES, 1987). Foram efetuadas capturas sistemá-
ticas peri e intradomiciliares de A. albimanus, na Guate
mala, durante dois anos, analisando-se o efeito de delta-
metrina 25 mg/m2 em quatro aplicações com quatro meses de
intervalo entre cada uma delas. Nos controles, em média,
houve 16,5 picadas/homem/noite, com um pico de 165,5 em
junho de 1981, no peridomicllio. Nas casas tratadas, o
ntímero de picadas foi de 1 a S/homem/noite; em junho de
1981 houve 5 picadas/homem/noite.
Outro parâmetro de iníportância no controle da malá-
ria, trata-se da avaliação do percentual de anofelinos
que apresentam esporozoítos nas glândulas salivares e,
assim, capazes de transmitir a malária humana.
Na Nigéria, com A. gambiae e A. funestus, comparan-
do-se os índices antes do tratamento nas áreas controle
(1,5 % e 2,4 % para A. gambiae e A. funestus, respectiva-
mente) e tratada (2,O % e 2,3 %, respectivamente), veri-
ficou-se que na área não tratada, o percentual permaneceu
relativamente estável (1,9 % e 5,l %) reduzindo para O %,
na brea em que foi aplicada deltametrina a 50 mg/m2
.
(RISHIKESH et alli, 1979) No Congo, estudos com essas
mesmas espécies, mostraram que os índices de esporozoítos
nas glândulas salivares, após o segundo tratamento com
deltametrina a 25 mg/m2, com quatro meses de intervalo,
alcançou O % a 1,O %, mesmo quando na área não tratada
este indice alcançou cerca de 9,O %.
Dados de estudos em que populações naturais foram
analisadas, considerando-se os percentuais de fêmeas nulí
paras e oníparas, indicam a atuação da deltametrina, altg
rando a taxa de ocorrência dessas fêmeas.
Foi avaliada a taxa de nuliparidade (percentual de
fêmeas nuliparas) em populações de A. gambiae e de A.
funestus na Nigéria, capturadas no exterior e no interior
de casas tratadas com deltametrina 50 mg/m2. Antes do tra
tamento, essa taxa era de 39,6 % para A. gambiae e de
39,O % para A. funestus, nas casas tratadas e de 37,9 %
e 33,5 % nos controles, respectivamente. Após o trata-
mento, houve um aumento significativo do percentual de
fêmeas nulíparas de A. funestus - 88,6 % e um ligeiro
-
aumento para A. gambiae 56,2 %. Nos controles foram ob-
tidos valores de 42,6 % e 40,9 %, respectivamente
(RISHIKESH et alli, 1979).
A taxa de nuliparidade de A. flavirostris foi avali-
ada por um periodo de cinco meses após a aplicação de
deltametrina 10 mg/m2 em um povoado inteiro nas Filipi-
nas. Aos quatro e cinco meses, nas casas tratadas, houve
100,O % de nuliparidade, nesse mesmo periodo, os percen-
tuais nos controles foram de 100,O % a cerca de 45,O %.
Do primeiro ao terceiro mês após o tratamento, nos contrg
les, a taxa de nuliparidade esteve entre 20,O % e 30,O %,
enquanto que, nas habitações borrifadas comdeltametrina,
variou entre 60,O % e 90,Q % (MALARIA ERADICATION SERVICE
.
OF PHILIPPINES , 1980,, apud DARTIGUES , 1987) No Congo,
após duas aplicações intradomiciliares a 25 mgl2 com qua-
tro meses de intervalo, houve um aumento de fêmeas nulípa
ras na população de A. gambiae, de cerca de 20,O % para
40,O % (BITSINDOU, 1982 apud DARTIGUES, 1987).
Assim, considerando-se a necessidade de se obter
informações acerca da atuação dos piretróides sobre as
espécies de Anopheles da região amazônica, neste projeto
foi avaliada a ação da deltametrina em comparação com o
DDT, como um inseticida alternativo nas campanhas de
controle da malária. Os garimpos representam uma das
áreas de maior exposição à malária na região amazônica,
em função das estruturas das moradias. Frequentemente
formam-segrandes aglomerados dehabitações desordenadas,
praticamente impedindo a efetivação das medidas de
controle, que objetivam reduzir o contato homem/vetor.
Neste contexto, é de fundamental importância a implemen--
tação de uma medida que restrinja a exposição do homem ao
anofelino. Para tanto, foram construldas barracas para
testar os tecidos ráfia (fibra sintética) e sarrapilha
( juta natural) como uma superf lcie letal aos anof ellnos,
considerando que esses materiais são utilizados pelos
garimpeiros na construção de suas habitações. Os dife-
rentes testes foram realizados no Estado do Amapá, com os
dois substratos e ambos os inseticidas e objetivaram
analisar os parâmetros (1) a capacidade residual dos
inseticidas, por meio das provas biológicas de parede;
(2) a interação dos inseticidas e dos substratos; (3) a
ação dos tratamentos no controle da densidade anofélica;
(4) a resposta das espécies quanto à probabilidade de
serem mais ou menos sensfveis à ação dos inseticidas
utilizados.
2. MATERIAL E MÉTODOS
INSETICIDAS
2.4. BARRACAS
2.4.2. GARIMPOS
r..
$,V\
&f
J,.-<
-(
.
23
B
FIGURA 05 A - Barraca de ráfia em área de garimpo.
E, X Ta
R ( % de redução) =
Ea ,X T,
FIGURA 0 6 - Esquema d a d i s t r i b u í ç á o d o s c o n e s p a r a a s p r o v a s
b i o l ó g i c a s d e p a r e d e do Naruanum.
FIGURA 07 - Prova biológicade parede em uma barraca de
sarrapilha em área de garimpo.
evitar o contato dos anofelinos com o inseticida durante
a exposição, foi colocada uma folha de papel sulfite
branco entre esses cones e a parede. O procedimento com
os mortos e com os sobreviventes foi o mesmo tomado no
Arquipelago do Maruanum.
Devido 8s dificuldades de acesso que surgiram no
decorrer do experimento, as atividades obedeceram ao
seguinte cronograma de trabalho: de 30 a 90 dias as
provas foram aplicadas nos garimpos Mandioca1 I e I1 e
Fofoca I e 11. De 120 a 240 dias após a aplicação, nos
demais garimpos.
% -
de mortalidade no tratamento B de mortalidade no controle X 100
-
100 % de mortalidade no controle
RAFIA SARRAPILHA
SEPUWA TOTAL
3O
-- ............................
NTERI
.....
I / POSTERIOR
C0 FW DDT C0 FW DDT
Ráfia Sarrapil ha
F I G U R A 08 Percentual de anotelinos capturados
em cada barraca nas semanas anterior
e posterior cio tratamento
/I a~osterioi: anterior I
TOTAL 2246 2746 2975 '7967 2506 1432 1446 5384 13351
128,191 134,471 C37,341 C59,6ií) f46,f 51 126,601 [26,861 C40,33)
( ) = % em relação ao t o t a l da barraca. 11 = % êm ;elacão ao t o t a t da Semana. C) = X em relação aos 13351.
mosquitos capturados nas duas semanas. FW = deltametrina flowable 5 %.
Tabela 04. Total de mosquitos colecionados em dor6 horas de captura, nas barracas de s a r r a p i l h a do Maruanun.
TOTAL 2854 3047 3441 9342 2796 1479 18a9 6084 15426
130,551 132,621 136,831 C60,56) 145,961 t24,31] 129,731 C39,44),
-
ESPÉCIES
HORÁRIO A. darlingi A. albitarsis A. braziliensis TOTAL
TOTAL 11 5.395.132,910
TOTAL 5 1.779.943,334
Os coeficientes obtidos pela anblise de correlação
para cada parâmetro que compõe o modelo, estão
representados na tabela 09. Para ItSEMANAt1,ou seja,
periodo sem tratamento e periodo com tratamento, os
coeficientes indicam um decllnio na captura de uma semana
a outra, quando houve a aplicação dos inseticidas
(interação positiva com semana anterior e negativa com
.
semana posterior) Para tlTRATAMENTOn,houve uma maior
tendência para captura de mosquitos nas barracas controle
e tratadas com DDT, a correlação foi negativa para
deltametrina FW. No periodo considerado (junho de 1989) ,
verifica-se a predominância de A. darlingi com
coeficiente positivo para a mesma e negativo para as
demais espécies. Quanto ao t l ~ ~ R Á Ros ~ ~coeficientes
w,
indicam o periodo de 19h00 às 22h00 como o de maior
atividade para os anofelinos.
A interação ESPÉCIE X TRATAMENTO, somando-se as duas
semanas (tabela 02a.), se mostrou significativa, sendo A.
darlingi a única espécie com associação positiva com
deltametrina FW e negativa com DDT. Tanto A. albitarsis
como A. braziliensis apresentaram coeficientes negativos
para deltametrina e positivos para DDT.
Foi significativa, também, a associação de ESPÉCIE
com HORÁRIO, conforme é apresentado na tabela 05a. A.
darlingi apresentou associação positiva (picos de ativi-
dade) no periodo de 18h00 às 19h00; 21h00 às 24h00 e de
lho0 às 2hOO. Para A. albitarsis os coeficientes foram
positivos de 18h00 às 20h00, de 2,3hOQ às 24h00 e de 5h00
às 6h00. Para A. braziliensis, a Única espécie com ativi-
dade por toda madrugada, como indicam os coeficientes,
houve associação positiva nos harários de 20h00 às 21h00,
22h00 às 23h00, Oh00 à lho0 e de 2h00 às 6h00.
Tabela 09. Parâmetros significativos, segundo o modelo log-linear,
para as coletas de doze horas realizadas na semana anterior e pos-
terior ao tratamento (efeitos principais).
PARÂMETRO COEFICIENTES INTERVALO A 9 5 % X2(c.~.)
DE CONFIANÇA
SEMANA 1 . 1 9 3 ,846(,)
Anterior + 0,1233 (+ 0,0287 - + 0,2178)
ã' Posterior - 0,1233
TRATAMENTO 152,074@)
Cbntrole + O , 0512 (- 0,0825 - + 0,1849)
FW - O , 0607 (- 0,1242 - + 0,1432)
DDT + 0,0095
ESPÉCIE 2 . 3 4 6 , 030@)
A. dar1ingi + O*, 2064 (+ 0,0727 - + 0,3400)
- ( - 0,2687 - - 0,0012)
A. albitarsis
A. braziliensis - 0,1349
0,0715
HORÁRIO 1 . 0 1 0 ,75OU,,
18 - 19 - O , 0957 (- O,4O94 - + 0,2181)
19 - 20 + 0,2515 (- 0,0618 - +0,5647)
20 - 21 + 0,0459 (- 0,2676 - + 0,3594)
21 - 22 + 0,1124 (- 0,2010 - + 0,4258)
22 - 23 - 0,0324 (- 0,3460 - + 0,2812)
23 - 24 + 0,0578 (- 0,2557 - +0,3712)
0 - 1 - O , 0834 (- 0,4013 - + 0,2265)
1 - 2 + 0,0470 (- 0,2664 - + 0,-3605)
2 - 3 - 0,1242 (- 0,4381 - + 0,1896)
3 - 4 - 0,0434 (- 0,3571 - + 0,2702)
4 - 5 - 0,0913 (- 0,4050 - + 0,2225)
5 - 6 - 0,04Q2
W V = de1 t m t r ina f Icxllsble 5 %
RAFIA SARRAPILHA
DIAS TOTAL
APOS
TRATAMENTO CONTROLE FU DDT CONTROLE FU DDT
w I I I
- .............-............ -- ....-......... _
. ................ ...... -- . ...... .........
o tratamento
capturas (%)
Tabela 11. Total capturado por espécie, aos 6 0 , 90, 120 e 180 dias após o tratamento, nas barracas com paredes
de r á f i a .
60 90 120 180
ESPÉCIES TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
MES MES MES MES
CONTR. FU DDT CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT
TOTAL 840 573 811 2224 447 200 324 971 557 182 427 1166 208 105 104 417
e' CONTR. = Controle. FW = deltarnetrina flowable 5 %.
TOTAL 1586 963 969 3518 688 422 429 1539 249 151 98 488 97 51 77 225
CONTR. = Controle. FW = deltametrina flowable 5 %.
BLOCOS 3 1.400.992,583
TRATAMENTOS (T) 3 502.530,25 167.510,083 5,06 3,86
RESÍDUO (a) 9 297.881,584 33.097,954
(PARCELAS) (15) 2.201.404,417
TOTAL 47 3.606.969.75
A análise de correlação para o modelo captura de 12
horas aos 60, 90, 120 e 180 dias (tabela 16), evidencia
correlação positiva para A. braziliensis, para a modalidade
Ivparedeme para o período de 60 dias após tratamento. Para
o Gnico coeficiente negativò foi o de
deltametrina CE.
Na tabela 17 estão os coeficientes para a interação
TRATAMENTO X INSETICIDA. Observa-se que de 60 a 120 dias
somente houve associação positiva com "controlen. Aos 180
dias houve associação positiva com todos os inseticidas e
negativa apenas para wcontroleu.
A interação ESPÉCIE X MODALIDADE (tabela 18) mostrou
que apenas A. darlingi apresentou correlação positiva com
nhomemv, enquanto que para as outras espécies, os coefi-
cientes foram positivos com "paredew. Em relação aos tra-
tamentos (tabela 19), houve associação positiva de A.
darlinqi com controle e deltametrina CE, sendo negativa para
os tratamentos deltametrina FW e DDT. A. albitarsis
apresentou correlação positiva com controles, deltametrina
FW e DDT e, gs coeficientes de A. braziliensis mostraram
associação positiva com deltametrina FW e DDT.
Tabela 16. Efeitos principais para o modelo log-linear das coletas de :
DDT 2978
(88,551
CE 603 261
(69,791 (.3Ot21)
TOTAL 7879 1727
[82to21 [17,981
FW = deltametrina flowable 5 %. CE = deltametrina
concentrado emulsionável 2,5 %.
( ) = % em relação ao total capturado por tra-
tamento.
[I = % em relação a 9606 anofelinos capturados.
V
CONTROLE FW DDT CE
intradomicilio peridomicílio
FW - deltametrina flowable
CE - deltametrina concentrado ernulslonável
- . -~
l5
Percentual de captura peri e intradomi-
ciliar de anofeliks, de 60 a 180 dias
após O tratamento
Tabela 22. Total de Anopheles spp capturado em cada tratamento,
após 180 dias de coleta.
I TRATAMENTO
ESPÉCIES CONTROLE FW DDT CE TOTAL
A. dar1 ingi 598 816 604 268 2286
(26,16) (35,70) (26,42.) (11,72) [23,80]
A. albitarsis 180 300 587 67 1134
(15,871 (26,461 (51,761 ( 5,91) [11,81]
A. braziliensis 1478 2007 2172 529 6186
(23,891 (32,441 (35,111 ( 8,551 [64,401
W =d e l t m t r i n a f IcmbIe 5 % CE = d e l t m t r i n a concentrado m l s i o n á v e l 2,9/a
O = % mrelação ao t o t a l capturado por espécie. [ I = % mrelação aos 9.606
anofel inos capturados no t o t a l .
CONTROLE FW DDT CE
A. darlingi + O, 0474 - 0,0108 - 0,1314 + O, 0948
A. albitarsis - 0,0780 + O,U302 + O, 1075 - O, 0597
A. braziliensis + 0,03.06 - 0,0194 + 0,0239 - 0,0351
W V = d e l t m t r i n a f l m b l e 5 % CE = d e l t m t r i n a concentrado enilsionável
2,5 %
Tero capturado
1400 / I DAR
ERA -- A darllngr, A L E = A a l b i t a r s l s
A b r a z l l l e n s i s - - - _ - _- -
MODALIDADE
ESPÉCIES PERI INTRA TOTAL
A. darlingi 1478 808 2286
(64,651 (35,351
A. a l b i t a r s i s 1031 103 1134
(90192) ( 910s.)
A. b r a z i l i e n s i s 5370 816 6186
. . ,
(86.811 (13.19)
. . *
PERI INTRA
A. d a r l i n g i - 0,1577 + 0,1577
A. a l b i t a r s i s + 0,0734 - 0,0734
A. b r a z i l i e n s i s -f 0,0843 - 0,0843
Para todas as espécies, os horários de maior captura
foi o mesmo, ou seja, de 19h00 as 20h00. No intervalo de
20h00 às 21h00, foi coletado 21,00 % de cada espécie,
entretanto, no primeiro horário (18h00 às 19h00), A.
darlingi foi a espécie menos frequente, considerando-se
o percentual, triplicando o número encontrado para o se-
gundo horário para as demais espécies, valores menores f~
ram encontrados no periodo de 21h00 às 22h00 (tabela 24) .
Em relação à média de mosquitos por homem/hora em
cada barraca (tabela 255 , constata-se resposta dif eren-
ciada da mesmas. Para a deltametrina FW observou-se que
após 60 dias os valores do intradomicilio tornam-se redu-
zidos, de forma mais acentuada aos 180 dias, cor responde^
do a uma diferença de 82,21 % em relação ao peridomi-
cilio. Para o DDT, neste mesmo período, a diferença foi
de 79,65 %. Considerando-se a atuação dos dois inseti-
cidas aos 60 dias, verifica-se que para a deltametrina
tem-se o valor muito próximo ao observadq aos 186 dias
.
(82,22 % ) Para o DDT, esse valor aos 60 dias foi de
92,71 %, acusando portanto uma redução de 13,06 %.
Para uma comparação mais acurada dos dados obtidos
foi realizada uma análise de variância eni parcelas subdi-
vididas, considerando-se como lltratamentoswos insetici-
das empregados e os controles, distribuindo-se os resul-
tados das capturas nas duas modalidades (peri e intradomi
cílio) em quatro blocos equivalentes a cada uma das amos-
tragens realizadas nos meses de coleta. 0s resultados da
análise de variância observados na tabela 26, evidencia-
ram que ao nlvel de 5 % de significância, admite-se dife-
rença entre a s tratamentos, pois o F calculado (12,16)
foi superior ao tabelado (F3;9;5 46 = 3 ,86). O mesmo foi
(F,,, = 108,71 ; F1;12;5
observado para llmodalidadesll 46 = 4,75)
TOTAL 31 2.544.504,88
. -.
. . - ,. = 4 r 75
Fltns
TRATAMENTO 1 = controle, TRATAMENTO 2 = deltametrina FW 5 %,
TRATAMENTO 3 = DDT, TRATAMENTO 4 = deltametrina CE 2,s %.
ESPÉCIE 4252',248@)
A. darlingi - 0,0177 ( - 0,1159 - + 0,0805)
A. albitarsis
A. braziliensis - 0,3042 ( - 0,4046 - - 0,2038)
+ 0,3219
NÚMERO
DIAS DE MSWITOS RAFIA SARRAPILHA
APÓS TESTADOS
TRATAMENTO POR BARRACA
FW DDT CE FW ODT
Total 375 356 (94,93) 319 (85,07) 180 (48,001 309 ( 8 ~ ~ 4 0 )275 (73,331
capturas (%)
4 rin
30 60 Q0 120 180
dias aoós tratamento
esp6cles
A. darlingi 0 A , albjtarsis A. braziliensis
A, nuneztovari A. triannulatus IA peryassui
.
ESPÉCIES*
DIAS TOTAL
APOS
TRATAMENTO 1 2 3 4 5 6
Tabela 31. Distribuicão das espécies de Anopheies nas barracas controle, para as provas .biológicas
de parede no Maruanun.
u 1 = R. daflingi 4 = A. nrtn~zfova~i
2 = A. afbifarsis 5 = A . friannuiaflro
3 = A. braziliensis 6 = A . peryassui I=%G, de rortosi
.H!! testado
I;iiQ. de mortos/
HQ. testado
deltametrina FW DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO cones cones
inferior superior inferior superior
deltametrina FU DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO cones cones
inferior superior inferior superior
30 26 43 30 45
(86,67) (95,56) (100,OO) (100,OO)
60 30 45 24 42
(100,OO) (100,OO) (80,OO) (93,33)
90 17 41 30 45
(56,671 (91,111 (100,OO) (100,OO)
120 17 36 19 13
(56,671 (80,OO) (63,331 (28,891
180 22 32 15 12
(73.33) (71,Il) (50,001 (26,67)
TOTAL 112 197 118 157
174,671 187,563 178,671 169,781
( ) = percentual em relação ao t o t a l de mosquitos testados nos
cones; 30, no cone i n f e r i o r e 45, no superior. C I = Percentual
em relação a 150 mosquitos testados no cone i n f e r i o r e 225, no
superior.
PARÂMETROS DDT. FW
médias O,12 2,77
Sarrapilha 0,07
parede
Ráf ia 0,16
30 0,21
Dias 60 0,15
90 Q,11
120 0,08
180 0,05
Cone INF
SUP O, 09 3,39
W V = d e l t m t r i n a flonable 5 % IW = inferior, a t é 60 a n d e a l t u r a .
9UP = superior, de 60 u n a 120 un.
T a b e l a 3 6 . Coeficientes preditos por analise de regressão logíç-
tica para o Maruanum, 24 horas após o periodo de repouso, conside-
rando-se a mortalidade total.
i
Termo Coeficientes Erro Padrão L R k.1.)
Sarrapilha 2,48
parede
Ráf ia 6,74
Dias
DDT
i- .-.deltãmetrina FW
F I Q ~ R 18.
A Taxas de mortalidade de Anopheles spp
preditas por regressao logistica
a partir das provas biológicas de parede
no Maruanum
( # mortos : 1 vivo)
100 t
1
- .x- DDT -+deltarnetrlna FW
1
0.0 1 sarrapllha
r8fla sarrapllha
aP68 30 rnlnutos
r6fla
total ap6s 24 horas
PerfOdo de tempo ap6s exposlcao
V." I
3060Q0120 180 306090120 180
dias após tratamento
ap6s 30 minutos total 8 ~ 6 s24 horas
I
0.01 Iinferlor superior inferlor superior
ap6s 30 minutos total apõs 2 4 horas
- - --- .-*---- -
..-. . .... .L.....
....... ....
---. ...
1.*.--.-......L..,;
i.. ..
, .. r
X' taxas
ESPECIES
FW DDT ÇU DDT
FW = deltametrina flowable 5 X.
espécies
A. albitarsis ....................,6.
A. darlingi 5.54
A. braziliensi
4.23
A. peryassui 3.81
A. t r i a n n u l a t u
3.17
tratamento
. . . . .
esp6cles
A darling~ n A. b r a z i l ~ e n s i mA. nuneztovarl
A, a l b ~ t a r s ~ s
A. t r i a n n u l a t u m A. peryassui A. a p i c i m a c u l ~A. oswaldo~
I
I
60 /* e 0
i3
25
12, BB'A
03
8 -
-
8
- -
38
10,m
e3
le
/ 240
119
1 5.26%
81
I1a 0
8
0
8
89
8
0
- -
ia8
3,334
01
96 08 67 07 02 1188
TOTAL 13,54X 8 8,9& 0 8 10,56%
I 13 8 86 8 8 19
Qnadro 86. Percential de mortalidade das e s ècies de Anopheles testadas nas barracas ae rãria tratadas
coa de1t u e t r i n a Fii nos garimpos Handiocal bbaivot a.
BIAS ESPECIES E
SOTaLs
AI6S
1
a
I
t
PIIITAHEHTO 1 2 I 3 4 6 7
98
-
28
l60Iew'
113
1043, W%
44
1W,W'
83
lW,$%!!
02
l W , ~
8 - - lW,~.
13 44 03 82 98
98
68
li
188,W. lW.sB%
71
188,
83
160,W !
8 -
.
8 - - l ~ , W98. .
li 71 03
13 03 66
98 ll,WB,: il,BB/. 95,45X 96,56X
13 03 63 Bi 87
98
88 B - 8 - 82 8
- -
i3 - - 78,8&.
120 78,4iX
69 - 8
8 69
98
86 8 - Bl 81
0
82
59, e0"
8 - 34,67X
18EI 45,35%
39 - 18(8,tB"
01 8 01 - 41
147 e4 35 102 82 8 - 98
248 85.11X 198,Oe. 82,86X 58, W! 1W,W% - 83,90X
48 29 81 02 76
273 '25 217 18 66 81 5416
TOTAL 73,26% 100,8g% 95,85X 77,78% 83,33x 188,W! 81,99%
453
288 25 203 14 85 Bi 1
x i = A. darfingi 4 = A. nunez f w a r i
2 = A. albifarsis 6 = A. peryassu i convenção utilizada
3 = A. brsz i i iens i5 7 = A . apicinacula
./;H!?. de nostos/
H!?, testado para os quadros 05 e
06.
Nos garimpos Mandioca1 II/Vicente - DDT/ráfia (quadro 07),
a mortalidade no controle oscilou entre 10,OO % (30, 60 e 120
dias) e 16,67 % (240 dias), sendo A. braziliensis a espécie com.
percentual mais elevado de .
mortalidade (16,67 % ) A
mortalidade nos cones de exposição (quadro 08) foi mais elevada
aos 30 dias (91,36 % - mensal e 25,OO % - total de mortos) e
menor aos 240 dias (22,67 % - .
9,64 % ) A mortalidade por espécies
no total apresentou a seguinte ordem: A. nuneztovari (64,86 % ) ,
A. darlingi (64,31 % ) , A. albitarsis (57,14 % ) , A. braziliensis
.
(52,78 % ) e A. peryassui (31,82 % ) Somente foram capturados três
A. triannulatus e dois A. apicimadula,
No quadro 09 (Controle/deltametrina FWlsarrapilha - Fofoca
II/Village Antônio), vemos que A. darlingi foi a espécie que
alcançou maior percentual de mortalidade (25,OO % ) e que esta
variou de O %, aos 90 dias a 13,33 % (28,57 % dos mortos) aos 30
dias. O contato direto com o inseticida (qiladro 10) levou a uma
variação na mortalidade mensal de 23,8 % aos 180 dias a 97,53 %
aos 60 dias, correspondendo respectivamente a 8,20 % e 27,76 % de
317 mortos nessa barraca.
Para a barraca de sarrapilha tratada com DDT (Fofoca
I/Jornal) os resultados do cone controle constam no quadro 11 e
os dos cones de exposição no quadro 12. No controle, o menor
nivel de mortalidade mensal ocorreu aos 90 e 120 dias, quando
todos os anofelinos testados sobreviveram. O nivel mais alto
ocorreu aos 180 dias com 13,33 % de mortalidade (40,OO dos 10
anofelinos mortos). A. nuneztovari teve um percentual de 9,80 %
em relação aos 51 exemplares testados. Nos cones expostos, A.
braziliensis foi a espécie que mais sofreu a ação inseticida
(73,33 % ) , seguida por A. nuneztovari (62,58 % ) e A. darlingi
(24,35 % ) . As outras três espécies expostas aos inseticidas- A.
albitarsis, A. triannulatus e A. peryassui , foram pouco
frequentes com 05, 01 e 11 exemplares cada uma. O maior
percentual de mortalidade foi constatado aos 30 dias (92,59 %)e
o menor, aos 90 dias (12,22 % ) .
Quadro 07. Fercentnal -de mortalidade das espècies .de Anopheles testadas nos controles
para as barracas de rafia tratadas com DPT nos garimpos flandiocal IIíUicente.
/ 1I TOTAL
I
PIAS I ESPE'CI EIU
R16S
TIfiTRflEHTO 1 2 3 6 , I,
38
23
13.W
I0 - - 02
B
0
- - 85
e
30
IB,WA
03 0 0 e3
L
60
04
0
e3
0
06
16,67%
17
11,76X
0
- 30
10.W. I
1 0 0 01 02 e3 I
27 0 - 102
0
01
0
0
- -
30
13.33%
90 14,81%
84 - 1 0 0 84
120
22
10.31
a1
te
e2
- -lu i 02
8
0
02
-
-
0
02
- -
38
30
10, Bg/;
e3
I
240
16
31.25%
BQ
95
10
/ -
B
-I
109
I 0
e
9I
r- e
-
(
BS
0
e
0
30
i
16,67%
e4
95 l
I
1 TOIRL
121
19
85 22
el
12
0
0
188
12,22%
22
Quadro00. oercentaal.de wortaljdade das espécies de Anophefes testadas nas barracas de r a i a tratadas c08
B11 nos garimpos flandiocal I I/Uicente.
DIAS ESPÈCIESZ 1
APBS TOTftLH
TIMAHEHTO 1 2 3 4 5 6 7
72 ice - 10 0 - @6 0 - 90
-
30 92.67%
66 1 - - 83.33%85 91,36%83
E 1 = A. darfingi 5 = A. f~iannuiatus
-
2 = A. albifarsis 6 = A. peryassui convenção utilizada pa
3 = A . b r a z i l iensis 7 = A . apicinacuia
./;no.H!!,
4 = A . nunez f oyar i de mortos/
testado
ra os quadros 07 e 08,
xx Percentiais corrigidos pela foraula de AIBOI1
Qiadro.09, Bercentual de mortalidade das espécies de Anopheles testadas nirs controles para as barracas de
sarrapilla tratadas com deltaráetrina FUI nos gar~eposFofoca I I N ~ l l a g eBntGnio.
. --
' DIAS ES?ECIESE
R?õS TDTBL
TPATBHEHTO 1
i8 2
1 3
! 4 5 6 I 8
38
03
0 - -
84
25, tB"
23
13,W.
8 -
-
8 - -
8 - -
38
13,33X
03 84
i 8 Qi
I 07
8
e
8 - -
8 -
-i
123
13,m
a
8
- -r - -
8 - -
30
i81w1
83
Quadro 18. Percentaal de irrortalidade das eslbcies ae irnophe{es. testadas-nas barracas de sarra-
pilba tratadas com deltmetrina FUI nos garimpos Fúfoca IíUi llage Bnt8nro.
/ IIAS
BPõS
ESPEC I ESX
TOTAL=
TAATBNEHTO 1 I 2 3 4 5 6 I
! 8
- 1 77 8 f98
I lBB,&Q1 - 1 79,49% 1
i
- Ii
1
84 62 I -i 74 1
1 69
20
95.0W
.6
- iM~w,sDLsl
/L69 8 , 4 8 % ie
1
1
- -
8
- '1i 97.531
1
19 88
65
8 198
88
65;8&r
85
199,BD~ / @ - -
85
68, Bír1
ia
-
-
- 1 66,672
03 68
9s 52 65 1
i 77 u - le - 13 B - le - 98
128 41,56%
32 -I
I
- 66,67X
02 -1 - 38,87%
34
I
1I ia - '89 66
.I O*
189 /69 34.78%
I
24 - 8
8
8
81 8
jPIDiwl
62
190 23,81%
26
46 B
- 38 89 ie - 83 Ise
34,52%
2416 55, %&L
22 - 31,58i/,
12
li,i l X
81 - 8
8 35
t
T OTBL
295
53,22% /sl@%.se<
157 #
ls5 36,36%
28
176
75,57%
133
a2
8
91
81
28,57%
a2
540
55,22X
317
TIflTLliEHTO 1 2 3 t 4 6
1 38
06
0
0
81
1 0
Q
02
8 j2'
01
14.2S%
#
- -. .
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38
3,33%
81
1
1118 0l 186 151 104 180
I TOTAL 4.24 8 8 1 9,8& 8 5.56%
I 85 8 0 I 85 8 10
Paalro 12. Percentaal l e ~ o r t a l i d a d edas es ècies de Anopheles testadas nas Barracas de sarra-
pilha tratadas com PIIT nos gari@posFofoca I/~Ornai. -
I
PIIS I ESPCCIESX
Ilrõs TOTI
1lITAtIEHT0 1 1 I 2 3 4 5 I 6 I
12 62 8 - 18 - 198 92,59'/. J
38 91.67% 95,164
i I1 18 59 84
1
8 174 0 98
68 '1 33,331
95
-
-
81
56.76%
42 .
L
-
- 49.99x
48
87 I0 - 18 - 0l 8
- e2 98
L
99 12,64
11 - - I
8
0 - 8
9
12,224
11
186 - 02 198
- 8
128 13,95X
12 -0 - 8 - 8
8
13.33%
12
180
76
31.58%
8 Bl
8
12
8.33%
8 - 81
8
98
16.67%
24 B 81 0 25
24.354
84
85
88.W
64
15
73.334
11
165
62,58%
iM2
81
i1 8
0
111
8
549
33'52%
201
deltametrina FU DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B FACE A FACE B
TOTAL 09 1O 11 11
[10,001 c11,111 [12,221 t12,221
( ) = Percentuais calculadòs em reiação a 15 maqquitos em cada
face. [ 1 = percentuais calculados em relação a 90 mosquitos
em cada face.
deltametrina FU DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B FACE A FACE B
deltametrina FW DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B FACE A FACE B
TOTAL 06 08 06 04
1 6,67l 1 8,891 16,671 14,443
( ) = Percentuais calculados em relação a 15 mosquitos em cada
face. t I = Percentuais calculados em relação a 90 mosquitos em
cada face.
deltametrina FW DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B' FACE A FACE B
ÉC
Termo Coeficientes Erro padrão L R* .,,
(ins=~W,
dias) 0,008 0,004 14 I 69 (1,
0.0 1
após 30 minutos total após 24 horas
período de tempo após exposiçao
( # mortos : 1 vivo)
10
1
i
-i+
controle X- DDT
0.01 I
sarrapllha r8fla sarrapllha reifie
após 30 minutos total apbs 2 4 horas
0.01 L
t *cOntrO1e
.-x-DDT +deltametrlna FW
I
I
30 60 00 120 180 24030 60 00 120 180 240
número de dias ap6s tratamento
ap6s 30 minutos total após 24 horas
( # mortos : 1 vivo)
1o
43- controle .-X.- DDT -f+de1 tametrlna FW
I
O.' kace A Face B Face Face i
3
após 30 minutos totaPap6S 24 horas
período de tempo após exposiçao
% TAXAS
ESPÉCIES
FW DDT FW DDT
FW = deltametrina flowable 5 %.
espécies
A. a l b i t a r s i
A . nuneztova 2.29
A. b r a z i l i e n s i 2.1 9
A, darlingi 0.73
.3
A. p e r y a s s
0.38
0.1 6
tratamento
A. t r i a n n u ~ a t u 0.34
/ D e l t a r n e t r i n a FW
0.1 4 1 O DDT
nP de mortos: 1 vivo
I
0.1 1
DDT Deltametrine FW DDT Deltametrlna FW
-
qoituoa
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-+ laa
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(MIA L :*OtJOU #)
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Os piretróides fotoestáveis surgiram na década de 70
e, desde então, uma extensa literatura sobre as ativida-
des qufmicas e biológicas desses compostos vem sendo
acumulada.
Similaridades existentes entre DDT e piretróides
como neurotoxicidade, produzindo lesões nas terminações
dos nervos motores de vários insetos; coeficiente de
temperatura negativo; efeito killing e knockdown
resultantes da ação contra os canais de sódio dos
sistemas nervosos central e periférico, entre outras,
poderiam levar à resistência cruzada a esses dois
inseticidas (MALCOLM, 1988; ZERBA, 19881,.
A existência de resistência cruzada entre DDT e
piretróides para culicideos é um tema a ser considerado
para o controle de mosquitos vetores de enfermidades. ~h
se tratando do gênero Anopheles, foram estudadas espécies
com altos nfveis de resistência ao DDT sem resistência
cruzada a piretróides, como em A. culicifacies e A.
stephensi, em A. gambiae há pouca ou nenhuma correlação
entre resistência ao DDT e tolerância a piretróides
(MALCOLM,1988). Testes efetuados com A. albitarsis e A.
emilianus, espécies resistentes ao DDT e com A. albimanus
e A. culicifacies, resistente também ao DDT, a outros
organoclorados e organofosforados, mostraram 100,OO % de
suscetibilidade à deltametrina (DARTIGUES, 1987). Contudo
há indicações de que A. albimanus, na Guatemala, apre-
senta resistência cruzada a fenitrotión e deltametrina
(BEACH et alli, 1989) .
Se a resistência de algumas espécies ao DDT pode ou
não causar também resistência aos piretróides (resis-
tência cruzada), é uma questão que necessita ainda de
experimentos outros para poder ser af irmada.de forma mais
conclusiva (MALCOLM, 1988; MILLER, 1988).
A utilização dos piretróides para o controle de
pragas agricolas causa preocupação pois o uso intensivo
de inseticidas nesse sentido, pode levar ao surgimento de
resistência nas espécies de interesse em saúde pública e
veterinária. Devem ser consideradas as necessidades
agrícolas e das campanhas de saúde, uma vez que dois
pontos fogem ao nosso controle: o comportamento dos
mosquitos e sua capacidade de desenvolver um amplo
espectro de resistência (HERVE, 1983; MILLER, 1988;
QUÉLENNEC, 1988; ZERBA, 19883.
As inúmeras vantagens apresentadas pelos pire-
tróides, tais como (1) sua seletividade, (2) alta toxici-
dade aos insetos, (3) relativa ausência de efeitos crô-
nicos, (4) coeficiente de segurança muito mais elevado em
relação ao DDT, no caso da deltametrina (DDT = 67; delta-
metrina = 5.400) e (5) baixa persistência no solo ( < 0,1,
em anos); tornam a deltametrina um excelente produto
alternativo ao DDT em campanhas de controle da malária.
O tratamento de mosquiteiros e de cortinas com deltame-
trina tem se revelado um método promissor de controle a
ser utilizado no lugar da borrifação residual tradi-
cional, como é demonstrado por PORT & BOREHAM (1982),
RANQUE et a l l i (1984), XAVIER & LIMA (1986), MAJOR1 et
a l l i (1987), LI ZUZI et ã l l i (1987), CARNNALE &
DESFONTAINE (1987), LU BAO LIN (1988), CARNEVALE et a l l i
(1988), WHO (1989), ROZENDAAL (1989), ROZEND,ML & CURTIS
(1989), LI ZUZI et a l l i (1989), CARNEVALE (1990'). Sua
eficiência como inseticida possibilita ainda, reduções
-
acentuadas nas doses por hectare (organoclorados 0,5 a
3,O kg/ha; piretróides - 0,OI a 0,2 Kg/ha).
Os programas de controle da malária em todo o mundo
encontram-se diante de três grandes problemas: o aumento
progressivo dos custos, a crescente resistência dos
vetores aos inseticidas e a urgente necessidade de se
testar novas classes de inseticidas alternativos,
considerando que as perspectivas para a utilização de uma
vacina ainda demandam algum tempo (WHITE, 1991).
É óbvio que os efeitos dos inseticidas, a natureza
do vetor estudado e as circunstâncias do meio variam de
uma zona endêmica para outra. Portanto, é imprescindível
efetuar múltiplos ensaios e avaliar os parâmetras que se
relacionam com o comportamento do vetor,
Neste trabalho foram analisados os efeitos dos dois
inseticidas testados (deltametrina e DDT), sendo conside-
radas a ação residual dos produtos, sua interação com os
substratos e as tendências comportamentais dos mosquitos.
Quando consideramos os dados das provas biológicas
de parede, realizadas nas barracas experimentais do
Maruanum, os coeficientes obtidos com a análise de
regressão logística para o modelo aos 30 minutos
mostraram que deltametrina FW teve o efeito de incre-
mentar, em grande magnitude, a mortalidade sobre o DDT,
assim como a ráfia sobre a sarrapilha (figuras 18 e 19).
A atividade dos inseticidas diminuiu a uma taxa de 0.01
por dia (tabela 34, figura 20).
A inexistência de interações no modelo demonstra que
o comportamento dos efeitos de PAREDE e DIAS não foi difg
rente entre os inseticidas (figuras 19 e 20). Também não
se observou efeito de CONE na mortalidade aos 30 minutos.
O modelo de regressão da mortalidade total após 24
horas é mais complexo que o de 30 minutos, possivelmente
pelo maior número de fatores que influenciam a morta-
lidade medida depois deste intervalo de tempo.
Distintamente do madelo aos 30 minutos, o coe£icien-
te de INSETICIDA = FW na mortalidade após 24 horas foi
negativo, indicando uma contribuição negativa desse
inseticida no tempo 0. Mas o coeficiente da interação INS
= FW X DIAS foi positivo e de magnitude semelhante ao do
coeficiente de DIAS. Isto indica que a superioridade da
deltametrina FW só se manifestou algum tempo após a
aplicação. Essa hipótese também foi formulada po,r
DARTIGUES (1987) que sugere a possibilidade de haver uma
não disponibilidade da deltametrina nos substratos
tratados por um determinado perlodo, seguida por uma
lenta liberação do produto.
Igualmente, o coeficiente negativo de RÁFIA e posi-
tivo de RAF x DIAS, indica que a ráfia foi superior à
sarrapilha depois de algum tempo da aplicação. Nos dois
primeiros ,meses a mortalidade na sarrapilha foi mais
elevada que a observada para a ráfia (13,26 e 9,25/FW e
26,52 e 11,11/DDT - sarrapilha'e 8,21 e 7,73/FW e 16,41
e 9,28/DDT - ráfia). Uma iriterpretação para esses dados
pode ser explicada com base no fato de que superflcies de
origem vegetal são bons suportes para a deltametrina,
conforme ressaltado por DARTIGUES (1987). A sarrapilha
porém, se deteriora mais rapidamente que a ráfia, influen
ciando provavelmente a ação dos inseticidas.
0s inseticidas foram avaliados também quanto a sua
localização nas paredes, considerando-se as partes supe-
rior e inferior, medindo-se a ação residual pela altura
do cone. Este parâmetro, denominado CONE, só se manif-es-
tou na parede ráfia, com superioridade do cone mais alto
(tabela 36, figura 21). Este fato provavelmente está rela
cionado às intempéries que atuam mais na porção inferior
das paredes das barracas. Este mesmo efeito não foi obsex
vado na sarrapilha, em decorrência deste material se detg
riorar rapidamente, tanto na porção inferior como na
superior da parede.
Diferentemente dos resultados após 30 minutos
(momento no qual a deltametrina apresenta todo seu poten-
cial), na mortalidade após 24 horas, a superioridade da
deltametrina dependeu do tempo, com maiores efeitos
residuais que determinam.amplas diferenças com .o DDT aos
180 dias (tabelas 35 e 37, figura 20). Porém, até os 60
dias, o DDT se mostrou superior à deltametrina, Inver-
tendo-se esta situação após este periodo.
Para as provas nos garimpos, assim como no Maruanum
para o modelo aos 30 minutos, o efeito da deltametrina FW
é positivo, indicando maior taxa de mortalidade deste
inseticida no tempo 0, e pelo valor positivo da interação
com PAREDE, em qualquer tipo de substrato. Diferenciando
do Maruanum, o efeito de RÁFIA foi negativo, com um
componente positivo muito grande na interação FW x RÁFIA.
Este resultado indica que a ráfia não foi um bom
substrato para o DDT, mas o foi para a deltametrina FW,
incrementando a taxa de mortalidade deste inseticida. O
coeficiente de regressão para a variável DIAS foi
negativo e de maior magnitude do que na prova biológica
do Maruanum. Aparentemente, a diminuição da atividade dos
inseticidas foi mais rápida nos garimpos, com uma
diferença importante a favor da deltametrina, que
apresentou um coeficiente de interação positivo com o
tempo, indicando uma taxa de decréscimo de atividade
menor do que a do DDT. Nesta análise, também ao contrário
do Maruanum, houve uma interação significativa de PAREDE
X TEMPO, indicada pelo coeficiente positivo do substrato
ráfia, o que revela um melhor efeito residual neste
substrato, particularmente para a deltametrina (tabela
47). 0s coeficientes preditos por regressão para os
garimpos, cujas medidas se estenderam até 240 dias após
o tratamento, evidenciaram que a deltametrina FW
apresenta, neste periodo, ação residual aproximadamente
três vezes superior ao DD.T, tanto na ráfia como na
sarrapilha.
A taxa de mortalidade do parâmetro FACE (estudado
apenas nos garimpos), mostrou diferença significativa
entre as faces A e B, havendo um pequeno incremento na
taxa de mortalidade da face B, nos dois substratos. Este
resultado decorre, provavelmente, do fato de que a luz
solar incide diretamente na face A, no momento do teste,
tendo interferência na temperatura. Segundo a literatura,
os inseticidas apresentam menor eficiência à medida que
a temperatura se eleva (MALCOLM, 1988). Também foi
constatado que não há interação particular do efeito FACE
com nenhum dos dois inseticidas (tabelas 47 e 48, figura
28).
O estudo do modelo 24 horas considerou ainda a
mortalidade nas barracas controle. Nas outras análises,
Maruanum (30 minutos e 24 horas) e garimpos após 30
minutos, não se observou mortalidade no controle, não
sendo necessário incluir os dados destas barracas. Nestes
casos, a mortalidade pode ser considerada como devida
exclusivamente à ação dos inseticidas, interagindo com
outros fatores. Nos garimpos, após .24 horas, o controle
foi considerado como o nível basal (e não o DDT como nas
outras análises), com dois coeficientes de regressão para
inseticida, um para o DDT e outro para a deltametrina.
Deste modo foi possível estimar o efeito particular dos
inseticidas (corrigido pela mortalidade do controle).
A taxa média neste modelo é negativa devido ela
medir a taxa de mortalidade do controle, que é muito
5
inferior à dos inseticidas. 0s efeitos dos inseticidas
E foram positivos, com magnitude maior da deltametrina, o
que, diferenciando da mortalidade total no Elaruanum,
revela maior eficiência da deltametrina ao longo do tempo
(inclusive no tempo 0) e nos dois substratos. O coefi-
ciente de RÁFIA, como. efeito principal, foi positivo,
assim como os componentes de interação dos dois inseti-
cidas com a ráf ia. Este resultado revela que nos garimpos
a ráfia incrementou a taxa de mortalidade em todos os
tratamentos, especialmente a deltametrina. Com relação ao
efeito do tempo após o tratamento, os Cinicos coeficientes
significativos nestes dados foram os relacionados às
interações com os inseticidas. Portanto, o controle não
sofreu efeito do tempo, com taxa de mortalidade cons-
tante, e a atividade dos inseticidas declinou com o
passar do tempo com taxas aproximadamente iguais (tabela
49, figuras 25 a 28).
Deve ser ressaltada a diferença entre o aumento das
taxas de mortalidade com 30 minutos e total entre
Maruanum e garimpos. No Maruanum, pode-se dizer que houve
um componente de interação positivo entre o inseticida
DDT e o horário (30 minutos e total), o que significa uma
grande superioridade média da deltametrina FW após 30
minutos e uma drástica redução desta diferença após 24
horas. Nos garimpos, as diferenças entre as taxas de
mortalidade médias do DDT e deltametrina FW não foram
muito alteradas pelo horário de computo da mortalidade.
O incremento mais significativo (interação positiva) foi
a da mortalidade no controle.
A comparação da taxa média de ação dos dois inseti-
cidas testados nas duas áreas em que se dese,nvolveram os
experimentos (figura 31) permite verificar que a ação da
deltametrina FW é superior à do DDT nas duas áreas e a
mortalidade no Maruanum é maior do que a dos garimpos.
Comparando-se a interação INSETICIDA X SUBSTRATO (figura
32) verificamos novamente que a atividade dos inseticidas
é superior no substrato ráfia. Observamos também que a
mortalidade no controle dos garimpos é superior na ráfia.
O efeito dos inseticidas ao longo do tempo no Maruanum e
nos garimpos est% demonstrado na figura 3.3. No Maruanum,
inicialmente a ação do DDT é superior à da deltametrina
FW (de 30 e 60 dias), o que não ocorre nos garimpos onde
a deltainetrina FW é sempre mais eficiente. O DDT perdeu
rapidamente sua ação nas duas áreas, o que foi mais
evidente no Maruanum, onde há uma tedução abrupta da
mortalidade causada por esse inseticida. No Maruanum, as
taxas obtidas para todas as interaçóes foram superiores
às dos garimpos.
As medidas de densidade anofélica realizadas nas bay
racas experimentais do Maruanum mostraram uma redução sig
nif icativa (tabelas 07 e 09) do número de anofelinos cap-
turados nas barracas tratadas em relação aos controles,
logo após a borrifação. O valor da redução percentual (R)
observado nas barracas de deltametrina FW foi de 46,74 %
para a ráfia e de 49,55 % para a sarrapilha; para o DDT,
na ráf ia o valor foi de 43,53 % e 53,66 % para a sarrdpi-
lha. Índices de reduções (R) também foram verificados por
ROBERTS 61 ALECRIM (1991) estudando o comportamento de A.
darlingi em residências borrifadas com DDT, em áreas do
rio Ituxi (Amazonas), obtendo o valor de aprbximadamente
96,O % em relação aos controles. No Suriname, com esta
mesma espécie, HUDSON (1984) observou reduções de apenas
20,3 % em casas tratadas com DDT. ROZENDAAL et alli
(1989) trabalhando também com populações de A, darlingi
e casa tratadas com DDT, no Suriname, relatam reduções em
torno de 32,O %, quanto 5 entrada de anofelinos no domi-
cílio e de 43,6 %, quanto à alimentação.
A redução da densidade em decorrência dos tratamen-
tos foi avaliada também pelo Indice de anofelinos por ho-
.
mem/hora (tabela 06) Considerando-se a média geral, o va
lor se modificou de 48,08 anofelinos na primeira semana
para 31,86 na segunda, correspondendo a uma redução de
33,73 %. Para as espécies individualment~,o maior valor
foi observado para A. darlingi (36,97 % ) , valor este
próximo ao verificado para R. braziliensis (35,94 % ) .
Quando são considerados os tratamentos, os dados
indicam diferenças significativas entre eles (tabelas 14
e 15) e constata-se incidência menor de. anofelinos na&
barracas tratadas (tabela 17). Este fato ocorreu até os
120 dias, havendo inversão dos índices nas medidas
realizadas aos 180 dias após o tratamento. Quando é
considerado o comportamento das espécies em relação aos
inseticidas, os coeficientes resultantes da análise de
correlação (tabela 19) indicam a tendência de A. darlingi
evitar as barracas borrifadas com deltametrina FW e DDT,
o que não ocorreu com A. albitarsis, que não diferenciou
as barracas controle e tratadas, e o comportamento foi o
oposto para A. braziliensis, cujo coeficiente foi
negativo para o controle.
A tendência dos anofelinos evitarem as barracas
tratadas pode ser também observada quando consideramos os
dados das tabelas 27 e 21a. A análise de variância para
a interação das modalidades peridomicílio e intradomi-
cílio, dentro dos tratamentos (tabela 27), evidenciou
diferenças significativas entre as modalidades para cada
tratamento. Quando esses dados são associados aos coefi-
cientes estimados pelo modelo log-linear para essa mesma
interação (tabela 21a), verificamos associação positiva
com o peridomicílio nas barracas tratadas com deltame-
trina FW e DDT, sugerindo a existência do efeito repul-
sivo desses produtos, o que não foi constatado para
deltametrina CE. Esta última, conforme indicam os resul-
tados deste trabalho e os relatos de DARTIGUES (1987),
não se trata de uma formulação eficiente no controle dos
anofelinos, em aplicações intradomiciliares residuais.
0s dados relatados indicam a tendência do comporta-
mento das espécies frente aos inseticidas utilizados nos
experimentos que, até certo ponto, podem ser interpre-
tados como um efeito repulsivo e/ou irritante sobre as
mesmas. Considerando-se os dados de outros autores,
efeito repulsivo e/ou irritante dos inseticidas foram
constatados em A. albfmanus, A. flavirostris, A.
funestus, A. gambiae, A. mangyanus e A. nili por
COOSEMANS & SALES (1977), RISHIKESH et alli (1978, 1979),
C A S T ~ ~ A Z LA O P ~ Z (1980) e ROSARIO & CATANGUI (s/d), em
populações da Nigéria, Congo, Sudão, Burkina-Faso,
Filipinas e da Guatemala, utilizando a deltametrina em
comparação com a permetrina, azametifós e fenitrotión.
131
Foi verificado um número menor de anofelinos entrando em
cabanas tratadas do que nas não tratadas, com um efeito
repulsivo mais acentuado para a deltametrina, reduzindo
as densidades intradomiciliares até quase zero. Efeito
repulsivo para o DDT é relatado por ROBERTS & ALECRIM
(1991) para populações de A. darlingi do rio Ituxí, em
que foi estudado o comportamento desta espécie.
No entanto, a literatura sobre estes aspectos é
muito extensa, existindo registros de mudanças comporta-
mentais dos anofelinos, os quais penetram nas residên-
cias, passando pelo repasto sanguíneo, sem ter contato
com o inseticida. Para as espécies brasileiras, existem
dados para A. (Kerteszia) cruzi no sul do pais (BROWN &
PAL, 1973) e para A. darlingi em populações da BR-174
(HAYES & CHARLWOOD, 1980) e para populações do municipio
de Ariquemes - Rondônia (TADEI, 1987; TADEI & SANTOS,
1987).
Ainda, em decorrência dos inseticidas, essas
mudanças de comportamento se refletem também quanto ao
caráter de endofilia e exofilia das espécies. Existem
dados na literatura que assinalam mudanças do comporta-
mento desses dois parâmetros nas populações de Anopheles.
No sudeste da Ásia, A. minimus tornou-se predominante-
mente exófilo após o uso intenso de DDT em borrifações
residuais, embora a espécie fosse conhecida como sendo
endófila. Para A. arabiensis e A. gambiae, em consequên-
cia do emprego de organofosforados e carbamatos, houve
seleção de populações com hábitos exófilos, dificultando
o controle da malária na África Ocidental com o DDT, pois
diminuiu o contato com o produto. Nesta mesma ótica, em
estudos feitos com A. culicifacies (Sri Lanka e Paquis-
tão) e A. stephensi (Paquistão), foram registradas mudan-
ças comportamentais dos adultos, em que foi observada a
saída imediata dos anofelinos após o repasto, permanecen-
do nas paredes externas até o amanhecer, não se expondo
à ação do inseticida durante à noite (RAWLINGS, 1985).
O mesmo se constata quando são consideradas popula-
ções de anofelinos da América do Sul. A. nuneztovari
mostra diferenças quanto à endofilia e exofilia em sua
área de ocorrência. "Diferentes estudos sobre exo e endo-
filia de A. nuneztovari evidenciaram que a malária
refratária na Venezuela decorre da acentuada exofilia
demonstrada pela espgcie. Em conseqüência desse comporta-
mento, este fato é apontado na região como causa prin-
cipal da ineficiência dos inseticidas residuais borrifa-
dos no interior das residênciasM (TADEI et alli, 1993).
O caráter exofilia é assinalado também para populações de
A. darlingi da Amazônia por DEANE et alli (1948);
LOURENÇO DE OLIVEIRA et alli ( 1989) , OLIVEIRA-FERREIRA et
alli (1988), MCGREEVY et alli (1989) e TADEI et alli
(1993).
Os dados deste trabalho, para os parâmetros exofilia
e endofilia, evidenciaram o caráter endófilo de A.
darlingi, conforme indicam os percentuais de captura e os
coeficientes estimados para a associação ESPÉCIE X
MODALIDADE (tabelas 23 e 23a). Enquanto essa espécie
mostrou 35,35 % de freqüência no intradomicílio, A.
albitarsis e A. braziliensis apresentaram os percentuais
de 9,08% e 13,19 %, respectivamente. A literatura assi-
nala vários registros do caráter endófi10 de A. darlingi,
desde os clássicos trabalhos de DEANE e colaboradores na
Amazônia (DEANE et alli, 1948). Embora haja maior inci-
dência de A. darlingi no intradomicilio, conforme mencio-
nado acima, esta mesma espécie evitou as barracas trata-
das com deltametrina FW e DDT, não identificando a delta-
metrina CE (tabela 22a). O comportamento foi oposto para
A. albitarsis, que mostrou associação positiva com as
barracas tratadas (deltametrina FW e DDT) . A.
braziliensis apresentou a tendência de evitar as barracas
borrifadas com deltametrina.
Um outro ponto a ser ressaltado quanto a A.
darlingi, considerando os dados obtidos neste trabalho,
trata-se do caráter antropófilo da espécie. Conforme indi
caram os dados da análise de correlação log-linear para
a interação ESPÉCIE X MODALIDADE (tabela 18), cujas cole-
tas foram realizadas no homem e na parede, constatou-se
associação positiva para o homem. Para A. albitarsis e A.
braziliensis, a associação foi positiva para a parede.
Estes resultados estão de acordo com a literatura que
assinala o caráter antropófilo de A. darlingi (DEANE et
alli, 1948; ARRUDA et alli , 1986; LOURENÇO DE OLIVEIRA et
alli, 1989; TADEI et alli, 1993; entre outros).
0s registros relativos à atividade de picar das
espécies, obtidos nas coletas peri e intradomiciliares de
quatro horas, evidençiaram que o pico de maior atividade,
em termos percentuais, ocorre entre 19h00 e 2Oh00 para as
três espécies. Os dados da associação HORÁRIO X ESPÉCIE
mostraram que A. darlingi mantem atividade após este
período, o que não ocorre com A. albitarsis, que
apresentou coeficientes positivos para os dois primeiros
horários. A. braziliensis mostrou padrão alternado, com
índices positivos para o primeiro e terceiro horários.
Esses dados do pico de maior atividade estão de acordo
com os obtidos por TADEI et alli (1983), que também
verificaram para as duas primeiras espécies, na
hidrelétrica de Tucurui, o horário de maior atividade
entre 19h00 e 2Oh00. Quando consideramos os dados de doze
horas, verificamos que as três espécies mostraram ativi-
dade contínua durante toda a noite. Estes dados contras-
tam com os descritos na literatura que citam A. darlingi
como a espécie que apresenta este padrão e as demais
mostram atividade apenas nas primeiras horas da noite e,
às vezes, um pequeno pico ao amanhecer. No entanto, estes
resultados estão de acordo com o descrito por TADEI et
alli (1988), que consideram que a atividade de picar é um
parâmetro com múltiplos fatores interferindo, identifi-
cando padrões que se manifestam em ambiente natural e em
áreas ecologicamente alteradas. Neste caso, o Maruanum é
uma região com lagos com certa proximidade da área do
experimento e, nesta situação, uma atividade de picar
contínua das espécies é esperada.
A análise de regressão logística possibilitou
identificar que existe maior nível de mortalidade das
espécies em relação à deltametrina dos que em relação ao
DDT (figuras 23 e 30) , bem como a ocorrência de diferen-
tes respostas das mesmas aos produtos testados. Tanto no
Maruanum como nos garimpos, A. albitarsis apresentou o
maior nivel de mortalidade e A. braziliensis mostrou o
mesmo nível em ambas as areas. A. darlingi foi a segunda
espécie mais senslvel no Maruanum e nos garimpos foi
deslocada para a quarta posição. Mudança acentuada foi
verificada para A. nuneztovari que foi a última espécie
no Maruanum e a segunda mais sensível nos garimpos. Estes
dados não podem ser interpretadas como uma medida da
resistência das espécies aos inseticidas, mas como um
fator indicativo da suscetibilidade das mesmas frente aos
produtos usados. O comportamento diferencial das espécies
necessita ser analisado com testes específicos para
conclusóes maiores m a n t o a este aspecto.
Assim sendo, os resultados deste trabalho, em que
múltiplos parâmetros foram avaliados, evidenciaram o
desempenho elevado da deltametrina FW em relação ao DDT,
quanto inseticida residual, denotando uma forma
alternativa para as campanhas de controle da malária.
Além disso, os dados mostraram também que a rdfia se
constitui em um substrato adequado para a constrUção das
barracas nos garimpos e nos Pblos de Colonização,
considerando-se que a atividade dos dois inseticidas se
mantém elevada por um período mais longo do que na
sarrapilha, de forma mais evidente para a deltametrina.
Os inseticidas provocaram um impacto sobre as populações
de anofelinos, notado principalmente na semana imediata-
mente posterior à aplicação dos inseticidas, reduzindo a
captura em todas as barracas tratadas. Esta redução se
refletiu nas três espécies mais freqüentes na área: A.
darlinqi, A. albitarsis e A. braziliensis. A redução per-
centual (R) para a barraca de ráfia tratada com deltame-
trina FW (K-Othrine Flow SC-50) correspondeu a 46,74 % e
para a tratada com DDT, 43,56 %. Nas barracas de sarrapi-
lha, a redução foi de 49,55 % para deltametrina FW e de
53,66 % para o DDT. Esta medida pode ser calculada ape-
nas para as reduções da primeira para a segunda semana,
em função da metodologia.
%.
c. i ERRATA
7 L