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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA

FUNDAÇÁO UNIVERSIDADE DO AMAZONAS

Etienne Therese Salgado Cavalcantc

Dissertação apresentada à Coordenação do Programa


de Pós-Graduação em Biologia Tropical e Recursos
Naturais do Convênio Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia / Fundação Universidade do Amazonas como
parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em
Ciências Biológicas. Área de Concentração em
Entomologia.

Manaus - AM
1993
INSTITUTO N A C I O ~ LDE PESQUISAS DA A ~ Z Ô N I A
FUNDAÇÃO ~ I V E R S I D A D EDO AMAZONAS

ETIENNE THERESE SmGAbO CAVALCANTE


Orientador: Dr. wanderli Pedro Tadei

Dissertação apresentada B Coordenação do Programa de P6s-


Graduação em Biologia Tropical e Recursos Naturais do Convênio
INSTITUTO N A C I O N A L D E P E S Q U I S A S D A
AMAZÔNIAJFUNDAÇAOUNIVERSIDADE DO AMAZONAS
como parte dos requisitos .para obtenção do titulo de Mestre em
Ciências Biológicas, h de Concentração, Entomologia.
SALGADO CAVALCANTE, E. T. (1993). Avaliaçãd da deltametrina para
o controle da malária em áreas de garimpo." Dissertação de
b Mestrado. PPG-BTRN,INPA/FUA. 154p. il.
4

Palavras chaves: inseticida; deltametrina; DDT; controle wimico;


prova biológica de parede; ação residual; rá@a@ sarrapilha;
garimpos; malária; exofilia; endofilia; Anopheles; Arnapá.

SINOPSE
Foram realizados testes para avaliar a ação residual da
deltametrina FW e do DDT, utilizando-se os tecidos ráfia e
sarrapilha como paredes para barracas construidas no ~rquipélagodo
Maruanum e em garimpos no Estada do Amapá. Os resultados
P evidenciaram o efeito repulsivo dos- dois inseticidas e a ação
residual mais prolongada da deltametrina FW em relação ao DDT.
Também foi verificado que a ráfia se mostrou um material favorável
para a ação dos inseticidas, incrementando as taxas de mortalidade
dos anofelinos, causadas pelos dois produtos testados. Este tecido
é indicado para a construção das barracas dos garimpeiros e
moradias provisbrias.

iii
DEDICATORIA
A meus p a i s José Viana e Maria Nazareth.
AGRADECIMENTOS

A ~ u i m i oProdutos Quimicos Comércio e Indústria S . A .


À Fundação Nacional da Saúde - Regional do Amapá.
À Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Ciência e
-
Tecnologia do Estado do Amazonas.
À Coordenaçbo de Pesquisas em Ciências da Saúde do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia.
TERMO DE APROVAÇÃO

Comissão examinadora:

Dr. Wanderli Pedro Tadei, Manaus, Brasil (orientador).


.................................
Dr. Paulo Friadrich Buhrnheim, Manaus, Brasil.
. . . . . . . . . . . . . . L . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Dr. Eloy ~uillermoCastellón Bermudez, Manaus, Brasil.


.................................
Dr. Claudio Ruy Vasconcelos da Fonseca, Manaus, Brasil.
.................................
Dr. Victor Py-Daniel, Manaus, Brasil.
LISTA DE TABELAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . xiii-xviii
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
.. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .xxi-xxiv
X~X-xx

RESUMO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XXV
SUMMARY . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xxvii
~.INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2 . MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.1. ÁREA DE ESTUDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2. INSETICIDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3. SUPERF~CIEDETESTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4. BARRACAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.1. ARQUIPÉLAGO DO MARUANUM . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4.2. GARIMPOS . . . . . 33
2.5. ATIVIDADES NA ÁREA EXPERIMENTAL . . . . . . . . 33
2.5.1. -bENSIDADE ANOFÉLICA . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.5.1.1. CAPTURA INTRADOMICILIAR DE DOZE HORAS . . . . . . . 35
2.5.1.2. CAPTURA PERIDOMICILIAR E INTRADOMICILIAR DE QUATRO
HORAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.5.1.3. ÍNDICE DE MOSQUITOS POR HOMEM/HORA . . . 36
2.5.1.4. CÁLCULO DA REDuÇÃo PERCENTUAL (R) DA POPULAÇÃO DE
ANOFELINOS . . . . . .. . .. .. . .. .. ;.. .. .. . .. .. 37
2.5.2. PROVA BIOLÓGICA DE PAREDE 37
2.6. ATIVIDADES NAS AREAS DE GARIMPO
2.6.1. PROVA BIOL~GICADE PAREDE . . .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. 39
~.~.ANÁLISEESTATÍSTICA
2.7.1. ANÁLISE DE VARIÂNCIA
. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 3942
42
2.7.2. ANÁLISE DE CORRELAÇÃO LOGbLINEAR
2.7.3. ANÁLISE DE REGRESSÃO LOGÍSTICA . .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
. .. .. 43
.
3 RESULTADOS . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 43
3.1. DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
45
45
3.2. ATIVIDADES NA ~ E EXPERIMENTAL
A
3.2.1. COLETAS INTRADOMICILIARES DE DOZE HORAS
. . . .. . . . 45 45
3.2.2. CAPTURA PERIDOMICILIAR E INTRADOMICILIAR DE QUATRO
HORAS . . . . . . . . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 67
3.2.3. PROVA BIOLÓGICA DE PAREDE 82
3.3. ATIVIDADES NAS ÁREAS DE GARIMPOS
3.3.1. PROVA BIOLOGICA DE PAREDE . . .
. .. .. .. .. .. .. .
. .
. .
. .
. .
. 99
99
~.DISCUSSAO .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 122
~.CONCLUS~ES
.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . 135 140
LISTA DE TABELAS

TABELA 01. ~ o t a lde anofelinos colecionados nas barracas


experimentais do Maruanum, em doze horas de
captura,. nas semanas anterior e posterior ao
tratamento ................. .46
TABELA 02. Captura total de anofêlinos, ap6s duas sema-
.
nas de coleta, considerando-se as espécies 50
TABELA O2a. Coeficientes estimados segundo o modelo log-

TRATAMENTO, com x ~ ( ~ .
linear, para a associação - ESPÉCIE x
=)470 750........
TABELA 0 3 . Total de mosquitos colecionados em doze horas
50

de captura, nas barracas de ráfia no


Maruanum .................. 52
TABELA 0 1 . Total de mosquitos colecionados em doze horas
de captura, nas barracas de sarrapilha no
Maruanum .................. 52
TABELA 0 5 . Distribuição das espécies de anofelinos em
cada horário de captura (total colecionado nas
duas semanas) ................ 53
TABELA 05a. Coeficientes estimados se,gundo o modelo
log-linear para a associação HORÁRIO X
ESPÉCIE, com xZPa= 456,854 ....... 54
TABELA 0 6 . Índice de mosquitos por homemihora para as
semanas anterior e posterior ao tratamento .
54
TBBELA 0 7 . Análise de variancia para os dados
apresentados na tabela 01 .......... 55
TABELA 0 8 . Análise de variânçia para os dados da tabela
01, considerando-se a semana posterior ao
tratamento ................. 55
TABELB 0 9 . Parâmetros significativos, segundo o modelo
log-llnear, para as coletas de doze horas
realizadas fig semana anterior e posterior ao
tratamento (efeitos principais) ........ 57
xiii
TABELA10. Total de anofelinos colecionados nas barracas
experimentais do Maruanum, em doze horas de
coleta, de agosto a dezembro de 1989 .... 58
TABELA 11. Total capturado por espécie, aos 60, 90, 120
e 180 dias após o tratamento, nas barracas com
paredes de ráfia .............. 61
TABELA 1 2 , Total capturado por espécie, aos 60, 90, 120
e 180 dias após o tratamento, nas barracas com
paredes de sarrapilha ........... 62
TABELA 1 3 . Índice de mosquitos por homem/hora para a
captura intradomiciliar de doze horas, de 60
a 180 dias após o tratamento ........ 62
TABELA 1 4 . Análise de variância para os dados de captura
em doze horas, por tratamento e substrato .. 63
TABELA 1 5 . Análise de variância para os dados de captura
por espécie em cada tratamento, de 60 a 180
dias após o tratamento ........... 63
TABELA 1 6 . Efeitos principais para o modelo log-linear
das coletas de doze horas, aos 60, 90, 120 e
180 dias . . . . . . . . . . . . . . . . . ..65
TABELA 1 7 . Coeficientes resultantes da análise
logaritmica linear para a interação DIAS APÓS
TRATAMENTO X INSETICIDA, com x~~ = 702,510 . .65
TABELA 18. Coeficientes resultantes da analise
iogarítmica linear para a interação ESPÉCIE x
MODALIDADE, com x2(6)= 37,130 . . . . 66
TABELA 1 9 . Coeficientes resultantes da análise
logaritmica linear para a interação TRATAMENTO
x ESPÉCIE, Com x2(6)= 362,670 . . . 66
TABELA 2 0 . Captura total de anofelinos em cada barraca
experimental ................ 68
TABELA 2 1 . Total de anofelinos capturados em cada
modalidade, após 180 dias de coleta,
considerando o tratamento .......... 71

xiv
TABELA 2 1 a . Coeficientes estimados segundo o modelo log-
linear para a associação TRATAMENTO X
MODALIDADE, com x2@,= 215,955 ........
TABELA 2 2 . Total de Anopheles spp capturado em cada
tratamento, após 180 dias de coleta .....
TABELA 2 2 a . Coeficientes estimados segundo o modelo log-
linear, para a associação ESPÉCIE x
TRATAMENTO, com x2«,= 221,312 ........
TABELA 2 3 . Total de Anopheles spp capturado por espécie,
em cada modalidade, ap6s 180 dias de
coleta...................
TABELA 2 3 a . Coeficientes estimados segundo o modelo
iog-linear, para a associação ESPÉCIE x
........
MODALIDADE, com x~~ = 493.,632
TABELA 2 4 . Total capturado por espécie, em cada horário,
após 180 dias de captura ..........
TABELA 2 4 a . Coeficientes estimados segundo o modelo
log-linear, para a associação HORÁRIO X
ESPÉCIE, com x2(@ = 153,530.........
TABELA 2 5 . Índice de mosquitos por homem/hora para a
captura peri e intradomiciliar de quatro
horas, de 60 a 180 dias após o tratamento ..
TABELA 2 6 . Análise de variância para os resultados das
capturas peri e intradomiciliares por
tratamento nos quatro perlodos de coleta ..
TABELA 2 7 . Analise de variância para cada intexação das
modalidades dentro dos tratamentos .....
TABELA 2 8 . Parâmetros significativos, segundo o modelo
log-linear, para as coletas peri e
intradomiciliares (efeitos principais) ...
TABELA 2 9 . Mortalidade observada nas provas biológicas
de parede realizadas com Anopheles spp, no
Maruanum (A?) , em superf lcies de ráf ia e dd
sarrapilha, no período de julho a dezembroí'de
1989....................
XV
TABELA 30. Captura mensal de anofelinos para as provas
biológicas de parede realizadas no Maruanum
(AP) .................... 84
TABELA 31. Distribuição das espécies de Anopheles nas
barracas controle, para as provas biológicas
de parede no Maruanum ............ 84
TABELA 32. Mortalidade observada nas provas biológicas
de parede, realizadas no Maruanum. Resultados
por grupos de cone no substrato ráfia .... 88
TABELA 33. Mortalidade observada nas provas biológicas
de parede, realizadas no Maruanum. Resultados
por grupos de cone no substrato sarrapilha . 89
TABELA 34. Coeficientes preditos por análise de
regressão logistica para o Maruanum, após 3 0
minutos de exposição dos anofelinos aos
inseticidas. ................ 89
TABELA 35. Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das variáveis em estudo com cada
inseticida testado, para o Maruanum, 3 0
minutos após a exposição de Anopheles spp aos
inseticidas. ................ 90
TABELA 36. Coeficientes preditos por análise de
regressão logística para o Maruanum, 24 horas
após o período de repouso, considerando-se a
mortalidade total . . . . . . . . . . . . . . . .91
TABELA 37. Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das variáveis em estudo com cada
inseticida, para o Maruanum, 24 horas após o
periodo de repouso . . . . . . . . . . . . . . .91
TABELA 38. Resultados da análise de regressão das provas
biológicas de parede, realizadas no Maruanum
(AP), no substrato ráfia .......... 95
TABELA 39. Resultados da análise de regressão das provas
biológicas de parede, realizadas no Maruanum
(AP), no substrato sarrapilha ........ 95
xvi
TABELA 4 0 . Taxas de mortalidade preditas pela análise de
regressão loglstica para o efeito da interação.
ESPÉCIE X INSETICIDA, no Maruanum . . . . 97
TABELA 4 1 . Resultados das provas biológicas de parede
realizadas com Anopheles spp em garimpos do
Estado do Amapá . . . . . . . . . . . . . . 100
TABELA 4 2 . Captura mensal de anofelinos para as provas
biológikas deparede realizactas emgarimpos do
Estado do Amapá . . . . . . . . . . . . . . . 100
TABELA 4 3 . Mortalidade observad'a em cada.face nas
barracas de ráfia (cones controle) nos
garimposMandiocalI/Gaivota (deltametrinaFW)
e Mandiocal II/Vicente (DDT), no Estado dg
Amapá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
TABELA 4 4 . Mortalidade observada em cada face nas
barracas de ráfia nos garimpos Mandiocal
IIGaivota (deltametrina FW) e Mandioca1
II/Vicente (DDT), no Estada do Amapá . . . . 108
TABELA 4 5 .. Mortalidade observada em cada face nas
barracas de sprrapilha (cones controle) nos
garimpos Fofoca II/Village Antonio
(deltametrina FW) e Fofoca I/Jornal (DDT) . 109
TABELA 4 6 . Mortalidade observada em cada face nas
barracas de sarrapilha nos garimpos Fofoca
II/Village Ant8nio (deltametrina FW) e Fofoca
I/Jornal(DDT) . . . . . . . . . . . . . . . 109
TABELA 4 7 . Coeficientes preditos pela análise de
regressão logistica para as áreas .de garimpo,
após 30 minutos de exposição dos anofelinos
aos inseticidas . . . . . . . . . . . . . . . . .110
TABELA 4 8 . Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das yariáveis em estudo com cada
inseticida, para as áreas de garimpo, após 30
minutos de exposição dos ariofelinos aos
inseticidas ................. 111
xvii
TABELA 4 9 . Coeficientes preditos por análise de
regressão logística para 24 horas após o
período de repouso . . . . . . . . . . . . . 111
TABELA 5 0 . Taxas de mortalidade preditas para as
combinações das variáveis em estudo com cada
inseticida, para as áreas de garimpo, 24 horas
após o período de repouso . . . . . . . . . . 112
TABELA 5 1 . Resultados da andlise de regressão da prova
biológica de parede, realizada em garimpos no
Estado do Amapá, no substrato ráfia . . . . . 116
TABELA 5 2 . Resultados da análise de regressão da prova
biológica de parede, realizada em garimpos do
Estado do Amapá, no substrato sarrapilha .. 116
TABELA 5 3 . Efeito da interaçáo ESPÉCIE X INSETICIDA
predito pela análise de regressão logística
para os garimpos no Estado do Amapá ..... 118
QUADRO 01. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de ráfia
tratada com deltametrina FW nas provas
biológicas de parede no Maruanum ...... 86
QUADRO 02. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de rbfia tratada
com DDT nas provas biológicas de parede no
Maruanum .................. 86
QUADRO 03. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de sarrapilha
tratada com deltametrina FW nas provas
biológicas de parede no Maruanum ...... 87
QUADRO 0 1 . Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas na barraca de sarrapilha
tratada com DDT nas provas biológicas de
parede no Maruanum ............. 87
QUADRO 05. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de ráfia tratadas com deltametrina FW
nos garimpos Mandioca1 I/Gaivota ..... ..I02
QUADRO 06. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de ráfia
tratadas com deltametrina FW nos garimpos
~andiocalI/Gaivota . . . . . . . . . . . . . 102
QUADRO 07. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de ráfia tratadas com DDT nos
garimpos Mandioca1 II/Vicente . . . . . . . . 104
QUADRO 0 8 . Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de ráfia
tratadas com DDT nos garimpos Mandiocal
II/Vicente . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
xix
QUADRO 09. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de sarrapilha tratadas com
deltamktrina FWnos garimpos Fofoca II/Village
A n t 6 n i o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 0 5
QUADRO 10. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de sarrapilha
tratadas com deltametrina FW nos garimpos
Fofoca II/Village Antonio ......... ..I05
QUADRO 11. Percentual de mortalidade das
-
espécies de
Anopheles testadas nos controles para as
barracas de sarrapilha tratadas com DDT nos
garimpos Fofoca I/Jornal ........... 106
QUADRO 12. Percentual de mortalidade das espécies de
Anopheles testadas nas barracas de sarrapilha
tratadas com DDT nos garimpos Fofoca
I/Jornal .................. 106
FIGURA 01. Mapa do Estado do Amapá com a localização das
áreas de estudo ...............
FIGURA .
02(a e b) Aspecto de um llbaixãoll típico dos
garimpos do Amapá .............
FIGURA 03a, Barracas de ráfia do Maruanum, ainda em fase
de construção ...............
.....
03b. Barraca de sarrapilha do Maruanum
FIGURA 04. Esquema da área experimental com a locali-
zação das barracas .............
FIGURA ....
05a. Barraca de ráfia em área de garimpo
05b. Barraca de sarrapilha em área de garimpo ..
FIGURA 06. Esquema da distribuição dos cones para as
provas biológicas de parede do Maruanum ..
FIGURA 07. Prova biológica de parede em uma barraca de
sarrapilha em área de garimpo ,......
FIGURA 08. Percentual de anofelinos capturados em cada
barraca nas semanas anterior e posterior ao
tratamento .................
FIGURA 09. Percentual de captura intradomiciliar de
Anopheles spp nas semanas anterior e
posterior ao tratamento ..........
FIGURA 10. Captura por espécie nas semanas anterior e
posterior ao tratamento ..........
FIGURA 11. Percentual de captura intradomiciliar de
espécies de Anopheles nas semanas anterior e
posterior ao tratamento. ..........
FIGüRA 12, Percentual de captura intradomiciliar de
Anopheles spp de 60 a 180 dias após o
tratamento .................
FIGURA 13a. Percentual de captura de Anopheles spp no
homem de 60 a 180 dias após o tratamento ..
xxi
13b. Percentual de captura de Anopheles spp na
parede de 60 a 180 dias após o tratamento .
FIGURA 1 4 . Percentual de captura peri e intradomiciliar
de anofelinos de 6 0 a 180 dias após o
tratamento.
l 4 a . Barracas de rgfia ........-....
14b. Barracas de sarrapilha ...........
FIGURA 15. Percentual de captura peri e intradomiciliar
de anofelinos, de 60 a 180 dias após o
tratamento ................
FIGURA 16. Capturas intradomiciliares de Anopheles spp
de 60 a 180 dias após tratamento ......
FIGURA 17. Percentual de captura de espécies de
Anopheles para as provas biológicas de parede
noMaruanum .............,..
FIGURA 18. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logística a partir das
provas biológicas de parede no Maruanum ..
FIGURA 19. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica para cada subs-
trato, a partir das provas biolbgicas de
parede no Maruanum .............
FIGURS 20. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica a partir das pro-
vas biológicas de parede no Maruanum ....
FIGURA 21. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logística a partir das pro-
vas bidlógicas de parede no Maruanum, por
grupodecone ...............
FIGüRA 22- Comparação entre os percentuais de mortali-
dade de Anopheles spp observados e preditos
por regressão a partir das provas biológicas
de parede no Maruanum ...........
xxii
FIGURA 23, Taxas preditas por regressão logistica a
partir das provas biológicas de parede no
Maruanum, para a interação ESPÉCIE X
INSETICIDA.................
FIGURA 24. Percentual de captura de espécies de
Anopheles para as provas biológicas de parede
nos garimpos ................
FIGURA 25. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão Iogistica a partir das
provas biológicas de parede nos garimpos ..
FIGURA 26. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica par-a cada subs-
trato, a partir das prgvas biológicas de
parede nos garimpos ............
FIGURA 27. Taxas de mortalidade de Anophel'es spp predi-
tas por regressão lagistica a partir das
provas biológicas de parede nos garimpos ..
FIGURA 28. Taxas de mortalidade de Anopheles spp predi-
tas por regressão logistica para cada face,
a partir das provas biológicas de parede nos
garimpos .................
FIGURA 29. Comparação entre os percentuais de mortali-
dade de Anopheles spp observados e preditos
por regressão a partir das provas biológicas
de parede nos garimpos ............
FIGURA 30. Taxas preditas por regressão logística a par-
tir das provas biológicas de parede nos
garimpos para a interação ESPÉCIE x
INSETICIDA .................
FIGURA 31. Comparação entre as taxas médias de mortali-
dade de Anopheles spp causada pelos dois
tratamentos nas duas áreas de testes ....

xxiii
FIGURA 32. Comparação entre as taxas médias de mortali-
dade de Anopheles spp nas duas superfícies
usadas para teste nas duas áreas de
experimento . . . . . . . . . . . . . . . . 121
FIGURA 33. Comparação entre as taxas médias de mortali-
dade mensais de Anopheles spp para DDT e
deltametrina flowable durante todo o perfodo
de teste . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

xxiv
Foram realizados testes para medir a ação residual
da deltametrina FW em comparação com o DDT em uma área
experimental (Maruanum) e em garimpos do Estado do Amapá,
sendo analisados os parâmetros (1) capacidade residual
dos inseticidas (medida pela prova biológica de parede),
(2) interação dos inseticidas com os substratos ráfia
(tecido de fibra sintética) e sarrapilha (tecido de
juta) , (3) ação dos tratamentos no controle da densidade
anofélica (medida por coletas intradomiciliares de doze
horas e peri e intradomiciliares de quatro horas), (4)
resposta das espécies quanto à probabilidade de serem
mais ou menos sensiveis à ação dos inseticidas e (5)
aspectos comportamentais de A n o p h e l e s . Os resultados
evidenciaram que os inseticidas provocaram um impacto
sobre as populações de anofelinos, notado principalmente
na semana imediatamente posterior à aplicação dos mesmos.
Os Indices de redução percentual (R), a densidade
anofélica no intra e no peridomicílio, bem como os
coeficientes de correlação da interação DIAS X
INSETICIDA, indicaram o efeito repulsivo de deltametrina
FW e DDT, de forma mais acentuada para a primeira.
Considerando as espécies, os dados das coletas de quatro
e de doze horas demonstraram o efeito repulsivo dos dois
tratamentos para A. d a r l i n g i . O carateres de antropofilia
e endofilia de A. d a r l i n g i ficaram evidenciados a partir
dos coeficientes de correlação ESPECIE X MODALIDADE
(homem/parede e intra/peridomicIlio). As provas
biológicas de parede realizadas nas duas áreas de estudo
mostraram a ação residual elevada de deltametrina FW, que
se estendeu por um perlodo de até 240 dias após o
tratamento. Os testes no Maruanum mostraram que a ação
residual é mais elevada na porção superior da parede do
que na inferior, pois a mesma está mais sujeita às
intempéries. Nos garimpos, as medidas de mortalidade,
considerando a face exposta ao sol no momento do teste
(face A) e a face oposta a esta (face B) , evidenciaram um
incremento da mortalidade dos anofelinos na face B para
os dois inseticidas. 0s testes estatlsticos para a
interação ESPÉCIE X INSETICIDA, efetuados a partir das
provas biológicas das duas áreas, indicaram maior
sensibilidade das espécies à deltametrina FW. A
mortalidade foi mais elevada no tecido ráfia do que na
sarrapilha, denotando constituir-se aquela em um
excelente substrato, adequado para a construção das
habitações (barracas) nos garimpos.
Residual action experiments were carried out of
deltamethrin FW compared with DDT in an experimental area
(Maruanum) and goldmining areas of Amapá. state, analysing
the following parameters: (1) insecticide residual
capacity (measured by the biological assays on walls);
(2) insecticide interactions with raffia (a sinthetic
fiber tissue) and tvsarrapilhall (jute tissue) substracts;
(3) treatment action on anopheline density control
(measured by twelve hours in indoors and four hours
outdoors and indoors collections); (4) sensibility
response to insecticide action and (5) Anopheles
behaviour aspects. The results show that the insecticides
provoked impact on the anopheline population, especially
noted in the week immediately after to its application.
The percent reduction (R) rates, the anopheline densities
indoors and outdoors, as well as the DAYS X INSECTICIDES
interation correlation coefficients, indicated the
deltamethrin FW and DDT repulsive effect, being more
accentuated way for deltamethrin FW. Considering the
species, the four and twelve hours collecting data
demonstrated a repulsive treatment for A. d a r l i n g i . The
A . d a r l i n g i antropophily and endophily characters were
shown for the SPECIES X MODALITY (man/wall and
in/outdoors) correlation coefficients. The biological
wall assay realized in the two studied areas showed the
high deltamethrin FW residual action, extended over a
period of 240 days after treatrnent. In Mhruanum the
experiments showed a more accentuated residual action on
the superior portion of the wall, than on the inferior,
as the latter is more exposed to the weather conditions.
The mortality measurements at the goldmining areas,
considering the side exposed to the sun ("face AIf) and
the opposite side ("face Bw) at the moment of the
experiment, showed a anophelines mortality increasing on
side B for the two insecticides. The SPECIES X
INSECTICIDES interaction statistical tests attained from
both of the biological assays areas, indicated a higher
mortality ocurring on the raffia better than on the
"sarrapilhaW, showing that raffia is an excellent
material for the construction of the goldmining area
residences (huts) .
A malária, enfermidade que afeta a humanidade desde
épocas muito remotas, continua sendo um dos graves problg
mas de sadde pdblica mundial, atingindo principalmente os
paises emvias de desenvolvimento, trazendo-lhes inúmeros
prejulzos sócio-econômicos. Atualmente está entre as prin
cipais doenças devastadoras de ocorrência mundial (WHO,
1986; OPAS, 1986; COOSEMANS, 1991; HENDERSON, 1991).
Segundo dados estatlsticos da Organização Mundial da
-
Sadde OMS, cerca de 40 % da população do planeta (apro-
ximadamente dois bilhões de pessoas) vivem em áreas que
ainda mostram algum risco de se contrair a malária - em
torno de 100 países e territórios (PHAO/WHO, 1991). No
entanto, o complexo homem/parasito/vetor permanece
estável sob condições naturais. Alterações que provoquem
o desequilíbrio de qualquer um desses elementos, por
exemplo, as intervenções ambientais, de ocorrência
freqüente, levam amodificações na incidência da malária.
Este aspecto, já foi discutido por diferentes autores,
como BOYD (1949); MEIRA et a l l i (1980); MORAN (1981);
.
TADEI et a l l i (1983, 1988)
Na amazonia brasileira, especialmente na década de
80, grandes empreendimentos foram instalados (usinas
hidrelétricas, grandes rodovias, pólos de colonização,
atividades garimpeiras, dentreoutros), introduzindo for-
tes intervenções ambientaia e prbvocando intenso desequi-
libriono complexohomem/parasito/vetor. Emconseqiiência,
a malária passou a ter altos índices de prevalência e a
região, desde 1980, vem mostrando cerca de 96 % a 99 %
dos casos de malária do Brasil.
Considerando-se as medidas de combate à malária, em
1969 a OMS decidiu revisar a estratégia do programa de
erradicação; recomendando sua adaptação às c~ndiçõeslo-
cais de transmissão, levando em conta os fatores sócio-
econômicos e culturais de cada localidade. Contudo, não
é descartada a erradicação como objetivo final
.
(COOSEMANS, 1991) Nesta mesma ótica, a Fundação Nacional
de Saúde - FNS em seu mais recente documento sobre a
malária na Amazônia, propõe transformar o atual programa
de erradicação em controle, buscando a erradicação a
longo prazo. Da mesma maneira que a OMS, as atividades
são propostas de uma forma integrada às instituições de
saúde, outros setores governamentais, instituições de
direito privado e à comunidade em geral (FNS, 1990).
Nesta nova postura, as medidas de controle são
determinadas de acordo com os fatores de risco
específicos de cada área. A proposta enfatiza a
necessidade de se considerar a causa primária dessa
-
enfermidade o vetor, para a determinação das medidas de
controle. Neste contexto, também são considerados os
parâmetros entomológicos para a determinação de medidas
integradas de controle (TADEI, 1991).
Os programas de controle da malária da OMS estão
apoiados, principalmente, nas ações combinadas de métodos
contra o vetor e contra os parasitas (FORATTINI, 1962;
.
WHO, 1975a,b; HAWORTH, 1989) Na luta contra os transmis-
sores da malária, para proteger o homem e evitar a inocu-
lação dos plasmódio's, a principal intervenção tem sido a
pulverização intradomiciliar do DDT. Esta atividade apre-
sentou excelentes resultados nos anos 60, reduzindo o
impacto tia malária em vários países, na década de 70, con
tudo, iniciou-se o registro de novos focos em áreas ante-
riormente consideradas praticamente controladas. Dentre
as causas deste fato, foram detectadas razões técnicas e
econômicas, além dos focos de resistência dos anofelinos
(WHO, 1986; TAUIL, 1992).
0s organoclorados começaram a ser utilizados ap6s a
descoberta das propriedades inseticidas do DDT em 1939,
por Paul Müller e colaboradores. O PDT foi testado inici-
almente como um acaricida, estendendo-se seu emprego ao
combate ãs pragas agricolas, aos vetores de doenças, e ou
tros. Esse produto foi sintetizado pela primeira vez por
Othmar Zeidler, quimico alemão, no ano de 1874, em
Strasbourg. O DDT também é conhecido por dicofana ("dico-
phaneN) e clorofenotana (mchlorophenotana~).O produto
técnico é praticamente estável à luz solar e é constituí-
do de 63 % a 77 % do seu componente inseticida, o isômero
p,pt-DDT - [1,1,l-tricloro-2,2-bis-(paraclorofeni1)-
-
etano], contendo também o isômero o,pl-DD$ (l,l,l-tri-
cloro-2-orto-clorofenil-2-para-clorofenil-etano). Este
inseticida apresenta grande solubilidade em gorduras,
insolubilidade em solventes aquosos, baixa reatividade
biológica e lenta biotransformação, passando, no organis-
mo, para os metabblitos: p,pl-DDD; p,pl-DDE e p,pl-DDA e
o,pl-DDD; o,pl-DDE e o,pl-DDA (ALMEIDA, 1972; BARRETO,
1975; COOSEMANS, 1991) .
Devido o uso intenso do DDT desde 1942, a "era dos
pesticidas orgânicos" passou a ser conhecida por "era do
DDTtl.Este, assim como o aldrin, o dieldrin e outros orga
noclorados, migram lentamente no solo, sendo muito persig
tentes. A maior critica atribuída aos seus usos é exata-
mente o fato de deixarem residuos do próprio produto ou
de seus metabólitos, no meio ambiente. Assim, no final
das cadeias tróficas, milhares de ppm de produtos tóxicos
ficam acumulados nos tecidos adiposos de muitos animais.
Tais residuos podem causar alterações fisiológicas de
efeitos graves e até mesmo mortais. Normalmente, encon-
tra-se, com mais freqüência, residuos de organoclorados
no solo, sendo o DDT e o dieldrin os mais comuns. 0s insg
ticidas de outros grupos se degradam mais rapidamente e
muito dificilmente podem ser medidos vários meses após
sua aplicação (BARRETO, 1975; PHAO/WHO, 1989).
Varios efeitos adversos de ordem ecológica são atri-
buídos ao DDT e seus metabólitos, devido a contaminação
de amplas áreas. Esses produtos j6 foram detectados em
organismos marinhos, inclusive em pingüins da Antártida.
O DDT é também bastante tóxico para peixes, por outro
lado, o aumento da temperatura da água diminui a toxici-
dade do DDT para esses animais (PHAO/WHO, 1989) , Isto
sugere que a bioacumulação pode ocorrer por um período
mais longo em águas tropicais, sem os sinais correspon-
dentes de mortandade de peixes, porém outros seres mais
sensiveis podem ser afetados prejudicialmente.
Um problema ainda mais complexo que a toxicidade é
a acumulação de residuos dos pesticidas em organismos
aqu6ticos. Ao entrar em contato com a água, o produto é
absorvido pelo plâncton, vegetação aquática e peixes. O
pesticida pode ser assimilado diretamente da água circun-
dante através do corpo ou ser acumulado através dos ali-
mentos (BARRETO, 1975). O DDT e seus metabólitos podem
diminuir a taxa de reprodução das aves, através do enfra-
quecimento e morte de seus embriões. Contudo, por estarem
as aves no final da cadeia alimentar, h6 concentração pro
gressiva desses compostos no organismo. Aplicações fre-
qüentes de organoclorados acumulam-se no solo, contami-
nando também as raizes e os tubérculos utilizados como
alimento (ALMEIDA, 1972; BARRETO, 1975; PHAO/WHO, 1989).
Vários são os fatores que influenciam o armazena-
mento dos organoclorados nos animais e no homem, como: o
próprio composto, a intensidade e a duração da exposição,
a eficiência da absorção, a espécie animal, a idade, o
sexo, o estado nutricional e a integridade dos órgãos,
principalmente fígado e rins (HAYES, 1965).
Os resíduos do DDT atingem o homem por várias vias,
sendo a principal a alimentação. Devido estar no final da
cadeia alimentar, o homem recebe e acumula os residuos
que se encontram acumulados nos vegetais e animais.
Intimeros estudos vêm sendo feitos objetivando conhe-
cer os efeitos da exposição prolongada (denominada efei-
tos crônicos) aos praguicidas sobre o organismo humano.
Por outro lado, raramente se faz referência a efeitos de
toxicidade por DDT no homem e, grande parte desses efei-
tos foram atribuidos por extrapolação do que ocorre nos
experimentos com animais em laboratório, expostos inten-
cionalmente ao DDT. Foi comprovado em animais de labora-
tório o aparecimento de tumores, sendo alguns malignos,
principalmente no fígado, tamb6mverificou-se leucocitose
e leucemia, notadamente nas Gltimas gerações, e diminui-
ção da vida média. Esse fato sugere um risco de carcino-
genicidade em relação aos animais e talvez ao homem.
Embora tente-se correlacionar o acúmulo de DDT e tumores
carcinógenos de est8mag0, pele e mama no homem, observa-
ções epidemiológicas, contudo, não confirmarain a ocorrên-
cia desses tumores relacionados à exposição ao DDT
(ALMEIDA, 1972; BARRETO, 1975; PHAO/WHO, 1989).
A avaliação da influência do DDT sobre o estado de
saGde do homem indica casos de irritação cutânea e ocular
pelos pós, em trabalhadores de fábricas de DDT; registros
de anormalidades hepáticas e do sistema nervoso; sintomas
de hepatite tóxica em trabalhadores expostos a organoclo-
rados, inclusive ao DDT; casos de neurite periférica;
transtornos hepáticos crônicos; intoxicação aguda em
estudos experimentais e acidentais (ALMEIDA, 1972).
Estudos para avaliar o nível de DDT acumulado no
tecido adiposo de homens e mulheres evidenciaram que há
acúmulo de quantidades mais elevadas de DDT no tecido
adiposo do homem, do que na mulher. Esses níveis aumentam
com a idade e o acúmulo é menor em pessoas que não comem
carne. Também verificou-se que não h& muita diferença no
armazenamento de DDT em pessoas que habitam próximo à
áreas tratadas, em relação a outras de áreas distantes.
No caso de exposição pr~fissional,o armazenamento ocorre
em níveis mais altos de acordo com a intensidade da expo-
sição ao DDT (HAYES et alli, 1958; ALMEIDA, 1972;
WASSERMANN et alli, 1972).
A exposição prolongada ao DDT pode levar à modifi-
cação nos sistemas enzimáticos. H6 registros de diminui-
ção da atividade da desidrogenase lática e da glicose-6-
fosfato desidrogenase pela ação do DDT. Este também esti-
mula a conversão de esteróides a metabólitos polares e
induz a síntese das enzimas microssômicas hepáticas, o
que, supõe-se, seja a causa da degradação mais rápida dos
inseticidas fosforados, no caso de trabalhadores expostos
simultâneamente a inseticidas organofosforados e ao DDT.
É importante a detecção da concentração do DDT no sangue,
pois esta tende a corresponder ao teor deste inseticida,
não metabolizado, no cérebro, o que é diretamente propor-
cional & gravidade dos sinais clínicos de envenenamento
por DDT. Experimentos para avaliar a relação entre a
concentração média de DDT na gordura e a concentração
média no soro sanguíneo, evidenciaram que aquela é cerca
de 300 vezes maior do que a no sangue (ALMEIDA, 1972).
O DDT e o DDD já foram usados com fins terapêuticas
em casos de icterícia não hemolítica familiar não conju-
gada, Síndrome de Cushing e carcinoma da suprarenal
(CUETO & BROWN, 1958; BERGENSTAL & MOSTOFI, 1960; HUTTER
& KAYHOE, 1966; SOUTHERN et alli, 1966; THOMPSON et alli,
1969).
Pesquisas realizadas em vários países, têm detecta-
do, com freqüência, residuos de DDT em alimentos. No Bra-
sil, em amostras de feijão e farinha de mandioca proceden
tes dos Estados de Goiás, Par6 e Bahia, foram detectados
os isômeros p,pt-DDT e o,pt-DDT e o metabólito p,pt-DDE.
A contaminação por esses produtos atingiu 100 % das amos-
tras de feijão e 92 % das de farinha de mandioca
(BARRETO, 1975). ALBERT & RENDÓN-VON OSTEN (1988) encon-
traram resíduos de praguicidas organoclorados em ovos e
queijos, no México. Em ovos foram encontrados com maior
freqüência, epóxido de heptacloro, p,pt-DDT e p,pl-DDE.
Em queijos, os produtos mais frequentes foram dieldrin e
p,pt-DDE. Na ColGmbia, foram determinadas por VARGAS MEL0
& VALLEJO R. (1990) as concentrações de inseticidas orga-
noçlorados em leite humano e bovino. Em todas as amostras
dos dois tipos de leite, foram encontradas concentrações
altas de DDT total; em 35 % das amostras de leite humano
e em 45 % das de leite fresco de vaca, detectaram lindano
(r-HCH) e em percentuais menores, foram identificados
dieldrin, epóxido de heptacloro (metabólito do
heptacloro) e transnonacloro (metabólito do clordano).
A contaminação ambienta1 por inseticidas organoc$o-
rados já atingiu altos niveis obrigando o estabelecimento
de uma legislação especial na maioria dos países desenvol
vidos, que restringiram sua aplicação às campanhas de
saúde pública. No Canadá e na Dinamarca, porém, é proi-
bida qualquer utilização do DDT (BARRETO, 1975). No Bra-
sil, o uso do DDT está regulamentado pela Portaria nQ.
10, de 08 de março de 1985, da Secretaria Nacional de Vi-
gilância Sanitária - SNVS, do Ministério da Saúde, res-
tringindo sua aplicação às campanhas de saúde ptiblica,
sob a responsabilidade exclusiva da SUCAM, atualmente Fun
dação Nacional da Saúde. O emprego do DDT pela FNS esta
sujeito às recomendações apresentadas no manual tlPraguici
das em Saúde PGblicattdo Centro de Documentação do Minis-
tério da Saúde, 1982. H6também uma Portaria do Ministé-
rio da Agricultura (portaria nQ. 329/85) que proibe o uso
desse inseticida para fins agricolas (PHAO/WHO, 1989).
O DDT, quando empregado em campanhas de sadde púbii-
ca, causa danos mlnimos em relação aos resultantes de sua
utilização na prática agrlcola e florestal. Naquela situ-
ação, é aplicado apenas em borrifação residual no inte-
rior das casas, e o contatp direto com o meio ambiente se
dá através da quantidade que se deposita no piso e nas
partes próximas à casa borrifada, durante a lavagem do
material de aplicação e durante o processo de pesagem e
embalagem das cargas do inseticida. Estima-se que o depó-
sito fora das casas, em áreas rurais, sob estas condi-
ções, seja cerca de 10 gramas, para uma população média
de 100 habitantes/km2.
Um aspecto de fundamental importância no controle de
enfermidadestransmitidas por insetos, trata-se da susce-
tibilidade das espécies vetoras aos inseticidas. O DDT
provocou o desenvolvimento de resistência em muitas
delas, como foi observado em Cuba em larvas de Culex
quinquefasciatus, criadas em laboratório (NAVARRO ORTEGA
et alli, 1986) e em mosquitos adultos, na Costa do Mar-
fim, onde várias raças foram testadas, havendo resistên-
cia também a organofosforados e à deltametrina (MAGNIN et
.
alli, 1988) RAWLINGS et alli (1985) observaram a presen-
ça de Anopheles culicifacies DDT-resistente no Sri Lanka,
suscetivei a outros inseticidas, HERATH et aili (1988),
comprovaram a presença de resistência em A. culicifacies
no Sri Lanka, assim como em A. subpictus, sendo ambas
suscetiveis à deltametrina,
Desde que o DDT e outros inseticidas passaram a ser
utilizados em programas de erradicação da malária, tem-se
observado o controle do vetor com sucesso em diferentes
partes do mundo. Entretanto, em algumas localidades da
Ásia e da América Latina, onde a malária esteve próxima
da erradicação, foram registradas evidências de seu
ressurgimento (WHO, 1986; OPAS, 1986). A continua apli-
cação dos inseticidas, em larga escala, levou as espécies
de Anopheles a desenvolverem resistência aos diferentes
inseticidas, em diversas localidades do mundo. O primeiro
caso foi observado em 1951, com A. sacharovi, na Grécia.
A OMS, em 1958, listou 18 espécies resistentes ao DDT em
todo o mundo (BROWN, 1986). De 1964 a 1969 foram regis-
t r a d a ~sete espécies resistentes somente na região orien-
tal, nove, na região paleártica e oito na região neotro-
pical, sendo muitasmulti-resistentes a outros organoclo-
.
rados e a organofosforados (GARRET-JONES & PAL, 1969) h
1973 a literatura mostra 15 espécies resistentes ao DDT
e 12 espécies com resistência iiitermediária ou tolerancia
ao mesmo (BROWN h PAL, 1973). Em 1986 o número é muito
maior, sendo registradas 56 espécies resistentes ao DDT
e a um ou mais inseticidas (BROWN, 1986). A. darlingi, o
principalvetor na região amazônica, era considerado sus-
cetivel ao DDT pela OMS em 1980 e, em 1986 já figurava na
lista de resistentes, com registros de alguns casos na
Colômbia (OLIVEIRA FILHO, 1992). O primeiro caso confir-
mado de resistência fisiológica de A. darlingi ao DDT,
foi registrado em populações do nordeste da Colômbia, na
área de Quibdo, em 1988 (SUAREZ et alli, 1990).
No Brasil, entre 1945 e 1946, o DDT passou a ser uti
lizado em tratamentos residuais intradomiciliares e, em
1959, foi incorporado ao programa oficial de controle da
malaria, com aplicações intradomiciliares e semestrais,
pelo Serviço Nacional de Malária. A primeira localidade
brasileira a ser dedetizada foi Breves, no Estado do
Pará, em 1945 (BUSTAMANTE, 1957; DEANE, 1986). A aplica-
ção do DDT se estendeu gradativamente para áreas do Norte
e Nordeste do pals, até se completar, em 1968, a cober-
tura total das áreas de transmissão. Segundo os dados
estat~sticos, os tesultados favoráveis da aplicação do
DDT permitiram a mudança das primeiras áreas da fase de
ataque para a fase de consolidação onde, em 1965, pelo
menos 6,7 milhões de habitantes estavam em áreas livres
da malária (FNS, informação verbal).
Em decorrência das diferenças regionais, a eficácia
do uso dos inseticidas residuais intradomiciliares não
apresentou os mesmos resultados no contfole da malária em
todo o pals. Embora havendo redução dq prevalência em
algumas regiões brasileiras, este fato não foi verda-
deiro para a Amazônia. Nesta região, em algumas áreas, a
estrutura das habitações representa um problema para a
aplicação do DDT, devido as paredes serem parciais ou até
inexistentes, e até mesmo construídas de folhas vegetais.
Além desses fatores limitantes da eficbcia do
inseticida, o hábito da população de permanecer no peri-
domicílio, no período crepuscular, contribui para a trang
missão extradomiciliar da doença. Na Amazônia, enfrenta-
se também problemas de ordem técnico-administrativa, que
muitas vezes atrasam a regular aplicação semestral do
inseticida. Como fatores determinantes da ineficiência
dos inseticidas no controle da malária, podemos listar os
fatores técnico-administrativos, o tipo de habitação, os
hbbitos da população e, ainda, considerar o comportamento
dos vetores (FERREIRA, 1964; TADEI, 1991).
Foram observadas, por FERREIRA & AZAMBUJA (1955)
modificações de comportamento, para A. (Kerteszia)
cruzi, em populações do Sul do pais. Para A. darlingi, os
dados de mudança de comportamento foram verificados por
HAYES & CHARLWOOD (1980) em populações da Rodovia BR-174
-
(Manaus Boa Vista) e .parapopulações de Rondônia (muni-
cipio de Ariquemes) por TADEI (1987).
H6 registros de casos de tolerância de A. albitarsis
ao DDT, no Èstado do Cear6 e de resistência
intermedibria, no Estado do Mato Grosso (RACHOU et alli,
1960a). A. aquasalis apresentou resistência intermediária
ao DDT e resistência ao dieldrin/HCH, no Estado do Pará
(RACHOU et alli, 1960b). Resistência intermediária ao
DDT, foi observada no Estado de São Paulo para A. galvoi
em 1964 e A. rondoni em 1966 (BROWN L PAL, 1973; BROWN,
1986).
Assim sendo, torna-sê relevante a utilização de insg
ticidas alternativos que possam substituir o DDT, em
decorrência de vdrios aspectos: (1) elevado número de anq
felinos resistentes ao mesmo (56, dos quais 13 são impor-
tantes vetores da malária) ; (2) o DDT provoca resistência
também nos demais artrópodes; (3) tem sua ação sobre um
grande número de parasitos, provocando o aparecimento de
cepas resistentes; (4) experimentos em laboratório e v i d e ~
ciaram a sua alta toxicidade sobre os mamíferos; (5)
doses elevadas de tratamento por kg/ha são utilizadas;
(6) persistência exageradamente longa no meio-ambiente,
(4 a 30 anos) e (7) o DDT pode levar à resistência
cruzada a outros inseticidas (BROWN- & PAL, 1973;
RONGSRIYAM & BUSVINE, 1975; TESSIER, 1983a; OPPENOORTH,
1984; HALLIDAY & GEORGHIOU, 1985; BROWN, 1986; DARTIGUES,
1987; LINES, 1988; MILLER, 1988; OMS, 1988).
Dentre os inseticidas alternativos, surgiu a classe
dos piretróides, originariamente extraídos das flores de
crisântemo. Posteriormente, foram sintetizadas
substâncias análogas às piretrinas naturais, tais como
aletrina, bioaletrina, permetrina, cipermetrina,
lambdacialotrina e deltametrina. Em relação a esta
Última, trata-se de um piretróide fotoestável, insolúvel
em água. A deltametrina e&& constituída exclusivamente
pelo isômero "D-cisM , que é o estereo-isômero mais ativo
de uma série de oito quimicamente possíveis. A sua
toxicidade é praticamente inexistente face às baixas
doses que são utilizadas, sendo classificada pela OMS
como "produto não suscetXve1 de induzir riscos de
intoxicação aguda em condições normais de utilizaçãom
(TESSIER, 1983b; WHO, 1986; DARTIGUES, 1987; PYRETmOID
INSECTICIDES, 1988; ZERBA, 1988).
Com a finalidade de descobrir a ação da deltametrina
sobre o meio ambiente, experimentos foram realizados para
conhecer o efeito sobre animais vertebrados e invertebra-
dos de vários grupos, no solo e na água. Estes trabalhos,
realizados sobre a degradação da deltametrina nos solos,
mostram que neste produto, com doses muito reduzidas de
utilização por hectare, a biodegradação ocorre completa-
mente e não há risco de acumular-se com o tempo. Em con-
dições aeróbicas, 5 0 , O O % da degradação ocorre de 11 a 19
dias (LHOSTE & L'HOTELLIER, 1983).
Embora seja tóxica para alguns organismos, como crus
táceos, batráquios e peixes, há uma limitação ^dessa toxi-
cidade em decorrência de um efeito repelente, de natureza
não muito bem conhecida. A intoxicação apresenta um cará-
ter reversível, os animais, assim que exibem sinais de in
toxicação, fogem da área tratada, recuperando-se em lo-
cais isentos do inseticida. Se a deltametrina atingir a
água, a destruição da fauna aquática será passageira e li
mitada no espaço e no tempo, havendo fixação no lodo an-
tes da decomposição. A concentração da deltametrina, como
a de outros piretróides, decresce na água segundo uma fun
ção exponencial do tempo. No homem, existem registros de
irritação da pele e de mucosa provocadas pela
deltametrina e lambdacialotrina (LHOSTE & LIHOTELLIER,
1983).
Uma vasta literatura foi acumulada sobre os testes
realizados para a avaliação da deltametrina, em diferen-
tes lugares do mundo. Para tanto, foram utilizadas várias
espécies de Anopheles, em que diferentes parâmetros ento-
mológicos foram analisados. Dentre eles ressaltamos (1)
níveis de endofilia e exofilia; (2) preferências alimen-
tares; (3) percentual de fêmeas nulíparas e onlparas pre-
sentes na população; (4) índice de esporozoítos e (5) pa-
drões comportamentais.
Vários métodos foram aplicados para testar a ação
inseticida da deltametrina sobre as espécies de
Anopheles, sendo que um desses métodos é a prova de sus-
cetibilidade com papéis filtro. Objetivando estudar a moE
talidade de uma linhagem em função da dose de deltametri-
na, experimentos foram feitos nas Filipinas com A.
mangyanus, A. flavirostris, A. litoralis e Aedes aegypti ,
submetidos à concentrações diferentes de deltametrina. A.
mangyanus foi o anofelino mais suscetivel e A. litoralis
pareceu ser o menos suscetivel. A. aegypti revelou
possuir maior tolerância a este inseticida do que as
espécies de anofelinos (MALARIA ERADICATION SERVICE OF
PHILIPPINES, 1980 apud DARTIGUES, 1987). Na Guatemala,
com a mesma finalidade, foi empregada uma linhagem de A.
albimanus resistente ao DDT, ao dieldrin, ao clorfoxim e
ao propoxur. Esta linhagem, mesmo sendo resistente aos
inseticidas clorados e fosforados, permaneceu suscetível
à deltametrina ( C A S T ~ A Z LOPES,
A 1980).
Em 1979 na Guatemala, foi avaliada a mortalidade da
linhagem Senarate de A. albimanus (suscetivel) em função
do tempo, com as concentrações de 0,015 % e 0,025 %,
obtendo-se excelentes resultados em até 24 minutos
.
(CAST-AZA LOPES, 1980) A. balabacensis, na China, em
1981, foi submetida ao contato com uma concentração de
0,005 %, morrendo 96,7 % dos individuos em 60 minutos
(GUANDONG PROVINCIAL INSTITUTE OF PARASITIC DISEASE, 1982
.
apud DARTIGUES, 1987) PINTO ARCA, trabalhando com A.
nuneztovari, na Venezuela, mostrou mortalidade total a
0,025 % em exposição de 24 minutos (DARTIGUES, 1987).
Seguindo-se o método padrão da OMS (WHO, 1975a;b),
provas biológicas de parede foram aplicadas avaliando-se
diferentes parâmetros em vários continentes, como segue.
A relação entre o efeito residual da deltametrina
e o tipo de superflcie tratada foi estudada nas Filipinas
utilizando-se deltametrina na formulação pó molhável (PM)
a 10 mg/m2 aplicada nas superfícies: sawali liso (bambu
de lado liso), sawali rugoso (bambu de lado rugoso),
madeira, nipa (folhas de coqueiro trançadas) e cogón
obtendo-se 100,O % de mortalidade em A. flavirostris, por
até seis meses (MALARIA ERADICATION SERVICE OF
PHILIPPINES, 1979 apud DARTIGUES, 1987). Na Guatemala,
CASTMAZA LOPES ( 1980) observou para a linhagem Tecojate
de A. albimanus (resistente a vários inseticidas) 100 %
de mortalidade em superflcie de madeira e 47,O % em blo-
cos de cimento, 167 dias após o tratamento, empregando
deltametrina PM 25 mg/m2. A partir desse período houve um
aumento progressivo da mortalidade nos blocos de cimento,
observada ates 231 dias após o tratamento.
Em experimentos realizados na Nicarãgua, várias
superfícies foram tratadas com K-Othrine na formulação
concentrado emulsionável (CE) 25 mg/m2, e medidas foram
efetuadas por até 21 semanas. Constataram que os mate-
riais mais favoráveis para a deltametrina são, na seqüên-
cia, papel, madeira não pintada e plástico. 0s resultados
foram muito variáveis em madeira pintada e pedra pintada
ou não (SNEM NICARAGUA, 1981 apud DARTIGUES, 1987). Tes-
tes sobre superfícies de adobe e cimento efetuados no
Congo, em 1981, mostraram valores de 88,O % de mortalida-
de para A. gambiae, com K-Othrine PM 25 mg/m2 (BITSINDOU,
1982 apud DARTIGUES, 1987). Na China, em 1982, foi apli-
cado K-Othrine CE a 10 mg/m2 em aglomerado, em cana e em
tijolos de argila. Foram obtidos valores de mortalidade
de 100,O %, aos 273 dias após o tratamento, para o primei
ro e 94,O %, para o segundo. Para os tijolos, o percen-
tua1 foi muito baixo, alcançando 3,3 %, após 22 dias.
No Mali, com o mesmo objetivo, foram testados mosqui
teiros de perca1 e de tule impregnados por imersão com
deltametrina CE 8 mg/m2, causando 100,O % de mortalidade
em A. gambiae e A. funestus, por cinco meses após o trata
mento (DIALLO, 1982 apud DARTIGUES, 1987). LI ZUZI et
alli (1987), na China, testou o efeito residual comparan-
do mosquiteiros tratados com deltametrina e com DDT, uti-
lizando A. dirus. Nos primeiros, aos 544 dias após a apli
cação, a mortalidade foi ainda muito elevada - 98,3 %.
Porém, para os mosquiteiros impregnados com o DDT, aos 70
dias, a mortalidade já havia alcançado valores de 29,3 %.
Em superfícies de sawali liso e rugoso, madeira,
nipa e cogón, foram feitas aplicações de deltametrina PM
em quatro concentrações nas Filipinas, para estudar a re-
lação entre o efeito residual da deltametrina e a dose de
aplicação, testando-se A. flaviqostris. Com 10 mg/m2, 20
mg/m2 e 30 mg/m2 obteve-se 100,o % de mortalidade por um
período de seis meses. Os resultados foram muito inferio-
res com 5 mg/m2 (MALARIA ERADICATION SERVICE OF
PHILIPPINES, 1979 apud DARTIGUES, 1987). Concentrações de
25 mg/m2, 50 mg/m2 e 100 mg/m2 foram aplicadas sobre blo-
cos de cimento para medir a mortalidade em A. albimanus.
Aos 195 dias, a mortalidade alcançou 90,O %, para 100
mg/m2 e 70,O % para as demais. Aos 231 dias, foi de apro-
ximadamente 90,O % para as três concentrações empregadas.
Embora não haja sido efetuada nenhuma prova especifi
camente para estudar a relação entre o efeito residual da
deltametrina e o tipo de formulação, a análise e compara-
ção de vários experimentos com outros objetivos, indicam
as formulações suspensão concentrada ou ~ f l o w a b l e (FW)
~
e p6 molhável (PM) para aplicações residuais (DARTIGUES,
1987).
A aplicação de tratamentos sucessivos causa um
efeito cumulativo do inseticida como é verificado em
experimentos realizados na Nigéria por RISHIKESH et
alli(1978, 1979) com aplicações residuais de deltametrina
PM a 50 mg/m2 em superflcies de barro e de adobe (dois
tratamentos com três meses de intervalo), testando-se a
mortalidade de A. gambiae. O primeiro tratamento causou
mortalidade de aproximadamente 98,O % a 75,O %, em super-
fícies de barro, e de 100,O % a 82,O %, no adobe. Ap6s o
segundo tratamento, os valores foram de 99,O % a 100,O %
e 99,O % a 97,O %, respectivamente.
Na Guatemala, em 1981 e 1982, foram feitas quatro
aplicações residuais sucessivas (25 mg/m2) com seis meses
de intervalo sobre superfícies de madeira, troncos de pai
meira e paredes de folhas de palmeira trançadas e blocos
de cimento. Foi observado um efeito cumulativo da delta-
metrina, nas diferentes superfícies, à medida que foram
feitas novas aplicações. Os testes de mortalidade com A.
gambiae, mostraram índices maiores a partir da segunda
prova (SNEM GUATEMALA, 1984 apud D A R T I ~ E S ,1987).
A utilização dos piretróides em saúde pública já
demanda cerca de quatro décadas. Todavia, os piretróides
fotoestáveis, vêm sendo utilizados desde a década de 70.
Igualmente ao ocorrido com outrog inseticidas, também já
existem registros de espécies resistentes aos mesmos,
A possibilidade de haver resistência cruzada delta-
metrina/DDT em anofelinos foi estudada na Guatemala, na
Venezuela e na Índia. CASTMAZA LOPES (1980), na Guate-
mala, submeteu a linhagem Tecojate de A. albimanus à
prova de suscetibilfdade à d-eltametrina e os resultados
foram do mesmo nlvel da linhagem Senarate, suscekXvel a
todos os inseticidas. Salienta-se que a cepa Tecojate é
resistente a organoclorados, a organofosforados e a
carbamatos. Na Venezuela testes com A. albitarsis
resistente ao DDT, evidenciaram 97,O % de mortalidade aos
24 minutos, alcançando ' 100,O % aos 96 minutos, m a n d o
submetidos ao contato com 0,025 % de K-Othrine (PINTO
ARCA, 1983 apud DARTIGUES, l987). Experimentos com duas
linhagens de A. emilianus tglerantes ao DDT, mostraram
que essa espécie é suscetível à deltametrina quando
exposto a 0,025 % do produto, havendo /00,0 % de
mortalidade em 96 e 192 minutos, para cada uma das
linhagens (PINTO ARCA, 1985 apud DARTIGUES, 1987).
Provas realizadas na fndia com A. culicifacies, mul-
tiresistente ao DDT, ao dieldrin, ao HCH e ao malation,
evidenciaram mortalidade de 100,O %, quando exposto a
0,025 % de K-Othrine, durante 60 minutos (NATIONAL
MALARIA ERADICATION PROGRAMME, 1984 apud DARTIGUES,
1987).
MALCOLM (1988) relatou dez espécies de anofelinos
resistentes aos piretróides em todo o mundo, no entanto,
não se pode avaliar a significância desses resultados
devido os testes haverem sido executados em temperaturas
acima de 31° C. No entanto, para A. albimanus e A.
sacharovi, foi detectada uma forte evidência de resistên-
cia a piretróides em campo, porém, esses casos surgiram
em áreas onde houve um intenso uso de inseticidas na
agricultura.
Para saber se a deltametrina causa alterações de
comportamento em Anopheles spp, foram aplicados vários
métodos para avaliar a ocorrência de efeito repulsivo
e/ou irritante, alterações nas densidades peridomicili-
ares e/ou intradomiciliares e a existência de um meca-
nismo de fuga.
Em Burkina-Faço experimentos foram efetuados com A.
gambiae, A. funestus e A. nili, empregando-se armadilhas-
janelas e armadilhas do tipo "verandastlpor COOSEMANS &
.
SALES (1977) Foi aplicada deltametrina PM 25 mg/m2 em
pulverização residual intradomiciliar. O efeito repulsivo
foi medido em armadilhas-janelas, calculando-se a relação
entre o número de fêmeas que entram nas casas tratadas e
o número que entra nas casas controle. Foram obtidos indi
ces que revelam que entram menos mosquitos nas casas tra-
tadas. As armadilhas Itverandasttforam empregadas para ava
liar o efeito irritante, sendo utilizado para comparação
fenitrotiom PM 25 mg/m2, um inseticida organofosforado,
por cinco meses após a aplicação dos inseticidas. O efei-
to de fuga aumentou em função do tempo, sendo que no quin
to mês foi maior do que no primeiro. Foram encontradas
nas verandas 34,O % a 45,O % das fêmeas capturadas nos
controles; 5,O % a 37,O % nas casas tratadas com fenitro-
tiom e 68,O % a 88,O %, rias casas tratadas com deltame-
trina. Outro teste foi realizado com A. funestus, em ca-
sas tratadas com 50 mg/m2 de deltametrina. À zero hora f~
ram liberadas nessas habitações fêmeas ingurgitadas captg
radas na véspera. No mesmo dia, recapturou-se de 21,O %
a 68,O % dos insetos distribuídos nas paredes, nos tetos
e nas "verandas". Nas casas tratadas, 93 ,O % e 77,3 % dos
mosquitos recapturados foram encontrados nas llverandasff,
enquanto que nos controles, apenas 1,5 % e 7,5 % dos
recapturados o foram nas armadilhas.
Duas espécies antropófilas e endófilas, A. qambiae
e A. funestus, foram empregadas para testes na Nigéria,
em casas tratadas com 50 mg/m2 de deltametrina PM, em
duas aplicações com seis meses de intervalo. Para medir
a densidade intradomiciliar, foram feitas pulverizações
a base de piretro a cada duas semanas em três meses de
trabalho. Foram encontradas densidades baixas nos contro-
les em 1977 e 1978. Após a borrifação do inseticida, as
duas espécies quase desapareceram, suas densidades nos
controles variaram de 0,72 a 2,16, diminuindo nas casas
tratadas para 0,01 a 0,07. Armadilhas-janelas £oram uti-
lizadas para verificar o efeito de fuga em residências
onde a deltametrina foi aplicada na dose de 50 mg/m2. Em
1977 foram encontradas nas casas tratadas de 1,9 a 5,5
vezes mais A. gambiae e de 2,O a 2,6 vezes mais A.
funestus, nas armadilhas. A mortalidade média encontrada
sugeria que as fêmeas não permaneceram em contato com o
inseticida por período suficiente para causar mortalidade
em 24 horas (16,9 % - controle; 32,5 % - habitações tra-
tadas). Observou-se uma diminuição do percentual de fê-
meas ingurgitadas nas armadilhas das casas tratadas
(RISHIKESH et alli, 1978; 1979).
Na Guatemala, C A S T ~ A Z ALOPES (1980), utilizou arma-
dilhas-colombianas em casas borrifadas com deltametrina
PM 50 mg/m2, para verificar possíveis alterações no com-
portamento endófilo de A. albimanus. De hora em hora, de
19h30 até às 6h30, foram computadas as fêmeas pousadas no
interior ou no exterior do mosquiteiro. Antes do trata-
mento, na captura para limpeza, foram encontrados 28 indi
víduos, 26 fêmeas foram evadidas (nQ de fêmeas150 soltas)
e 09 fêmeas tentaram entrar nas habitações. Ao final
encontrou-se 62 indivíduos no interior das casas. Após o
tratamento, na captura para limpeza e ao final da prova,
não foi encontrado nenhum anofelino, a evasão foi de 48
fêmeas e somente quatro tentaram entrar. Em 1979, em pro-
vas realizadas em dois departamentos diferentes, com a
mesma dose do inseticida, a densidade foi medida por cap-
turas manuais de 20 a 24 horas. Em um departamento, nos
controles, foram coletadas 3 fêmeaslhora, contra nenhuma
encontrada nas casas tratadas. No outro departamento, a
densidade foi de 12,2 fêmeaslhora nos controles e de 1,l
fêmealhora nas residências tratadas. Capturas manuais
feitas intra e peridomiciliarmente em 1981, evidenciaram
densidades de 2,5 fêmeas/casas controles e de 0,3 fê-
meas/casastratadas, em condições intradomiciliares; peri
domiciliarmente foram de 4,43 fêmeaslcasa e de 0,97 fê-
meas/casa, nos controles e residências tratadas, respec-
tivamente ( C A S T ~ A Z A LOPES, 1981).
No Sudão, a deltametrina foi empregada a 50 mg/m2 e
25 mg/m2, em dois povoados cada. As densidades intradomi-
ciliares diminuíram de maneira importante, visto que três
meses após o tratamento não foi encontrado nenhum A.
a r a b i e n s i s nos quatro povoados tratados. Nos controles,
essa densidade era de 18 fêmeas/aposento (HARIDI, 1983
apud DARTIGUES, 1987).
Outros testes foram efetuados com armadilha-colom-
biana, na Guatemala, com deltametrina a 25 mg/m2, para
avaliar o comportamento das fêmeas de A. albimanus em
jejum e ingurgitadas. As medidas foram realizadas de
18h00 às 6h00. Nas horas ímpares, computou-se os indivi-
duos pousados no exterior, determinou-se o estado fisiolg
gico (ingurgitados ou em jejum), liberando-se, posterioy
mente, no interior das casas as fêmeas em jejum. Nos hora
rios pares, foram capturados os espécimes pousados no
interior dos mosquiteiros, determinou-se o estado fisioló
gico, guardando-os por 24 horas para avaliação da mortali
dade. O comportamento de saída de A. albimanus ingurgita-
do pareceu idêntico para as casas tratadas ou não. As fê-
meas em jejum, porém, saíram das habitações tratadas mais
rapidamente. Desde a primeira hora de coleta, 48,O % j6
haviam saido dessas habitações, o que ocorreu para os con
troles, aproximadamente, depois de três horas. Foi avali-
ada a taxa de conversão jejum/ingurgitados, resultando em
54,5 % - tratadas e 23,6 % - controles, bem como a morta-
lidade dos insetos: 16,O % - tratadas e 5 , O % - controles
( C A S T ~ ~ A ZLOPES,
A .
1980)
Com deltametrina PM 25 mg/m2 utilizada em aplicações
residuais intradomiciliares, no Congo, foram registradas
as densidades médias anofélicas intradomiciliares de A.
gambiae, A. moucheti, A. hancocki e A. paludis, durante
três meses antes do tratamento. Após este, em 20 medidas
ef etuadas em 140 casas, apenas três A. gambiae foram cap-
turados. Nas casas tratadas, antes da aplicação, 43,O %
de A. gambiae estavam ingurgitadas e 28,O %, grávidas e
47,O % e 31,O % de A. moucheti estavam ingurgitadas e gra
vidas, respectivamente. Após o tratamento houve redução
desses percentuais, para 27,O % e 11,o % -A. gambiae, e
para 2 0,O % e O %- A. moucheti , ingurgitadas e grávidas,
respectivamente (BITSINDOU, 1982 apud DARTIGUES, 1987).
A avaliação de mosquiteiros impregnados no controle
da malária, efetuada em vários países dd Ásia e da Áfri-
ca, demonstrou a eficência dessa medida. DARTIGUES (1987)
relata dados obtidos na China em 1983, por LI ZUZI, com
A. sinensis, eni que mosquiteiros impregnados com deltame-
trina a 25 mg/m2, mostraram alta mortalidade até dois
anos após o tratamento (81,O % e 96,4 %, para mosquitei-
ros abertos - espaço de 50 cm até o solo - e fechados,
respectivamente) .
LI ZUZI et alli (1985 apud DARTIGUES, 1987) compara-
ram a ação dos tratamentos intradomiciliares com DDT e o
uso de mosquiteiros impregnados com deltametrina a 15
mg/m2 sobre as populações de A. sinensis e de A. dirus.
Foram feitas medidas de densidade intra e peridomicilia-
res e verificou-se que a diminuição causada pela ação da
deltametrina foi muito mais importante do que com os tra-
tamentos intradomiciliares com o DDT. Os mosquiteiros im-
pregnados, abertos ou fechados, agem como uma armadilha
especifica para os anofelinos vetores, garantindo uma
mortalidade de quase 1 0 0 ~ 0%.
CARNEVALE (1990), em experimentos com A. gambiae em
Burkina Faso, utilizando mosquiteiros impregnados com del
tametrina em várias doses, obteve reduções na taxa de a16
mentação na ordem de 32,O % a 56,O %. No Congo, este mes-
mo autor, utilizou doses de 6,25 mg/m2, 12,5 mg/m2 e 25
mg/m2, em mosquiteiros danificados (presença de buracos)
cuja área de dano variou entre 0,5 2 , 1,O % e 2,O % e
verificou que até mesmo em concentrações mais baixas
(6,25 mg/m2), a deltametrina apresentava uma ação consi-
derável sobre a taxa de alimentação dos anofelinos, se o
número de orifícios no mosquiteiro fosse pequeno.
Outros autores também realizaram experimentos em que
mosquiteiros impregnados com deltametrina, apresentaram
eficiência no controle das populações de anofelinos. Den-
tre estes, pode-se listar M Q U E et alli (1984), LI ZUZI
et alii (1987), CARNEVALE et alli (1988), LU BAO LfN
(1988); LI ZUZI et alli (1989).
A alteração da capacidade vetorial de Anopheles spp
mediante a ação da deltametrina, foi avaliada com base em
três parâmetros: (1) grau de intensidade homem/vetor (nú-
mero médio de picadas que um homem recebe por noite em
condições normais) ; (2) percentual de anofelinos infecta-
dos que apresentam esporozoitos em suas glândulas saliva-
res e (3) taxa de parturidade (percentual de fêmeas nulí-
paras ou paridas em uma população), este índice mede a
idade fisiológica de uma populaqão, portanto, indireta-
mente, sua capacidade vetorial.
O efeito da deltametrina no contato homem/vetor foi
medido baseando-se na metodologia descrita pela OMS (WHO,
1975,), utilizando-se iscas humanas. Na Nigéria, foi
empregada deltametrina PM 50 mg/m2, em duas pulverizações
intradomiciliares com intervalo de seis meses, para de te^
minar o grau de contato de populações de A. gambiae e A.
funestas. Em 1977, não pode ser evidenciado nenhum efeito
do inseticida sobre este parâmetro, uma vez que foram
obtidos poucos dados (RISHIKESH et alli, 1978). Em 1978,
foram registradas reduções da ordem de 95,0 % no número
de picadas/homem/noite, intradomiciliarmente (RISHIKESH
et alli, 1979). Nas Filipinas, uma única aplicação de
deltametrina a 10 mg/m2, diminuiu o número de A.
flavirostris quase a zero, no interior das residências,
por até seis meses após o tratamento. Em volta das casas
tratadas, de duas a nove vezes menos capturas foram
efetuadas em relação aos controles (MALARIA ERADICATION
SERVICE OF PHILIPPINES, 1980 apud DARTIGUES, 1987) .
C A S T ~ A Z A LOPES (1981), em medidas efetuadas peri
e intradomiciliarmente com A. albimanus, em casas con-
troles e tratadas com deltametrina 50 mg/m2, observou que
37,O % das capturas nos controles ocorreram intradomici-
liarmente e 63,O % no peridomicllio, enquanto que, nas
casas tratadas, 32,O % o foram no interior das casas e
68,O % no exterior. O comportamento endo/exó£ilo não foi
afetado de maneira fundamental e as populações intra e
peridomiciliares diminuíram proporcionalmente.
No Congo, foram realizados dois tratamentos com del-
tametrina 25 mg/m2, com quatro meses de intervalo, avali-
ando-se seu efeito sobre o grau de contato das populações
de A. gambiae, A. funestus e A. moucheti com o homem.
Após o primeiro tratamento, o ntímero de picadaslho-
mem/noite oscilou entre 27 e 116 nos controles e entre 11
e 29 nas casas tratadas. Após a segunda.aplicaqão, este
valor, para os controles, foi de aproximadamente 30 a 120
e nas habitações tratadas, de 18 a 30 (BITSINDOU, 1982
apud DARTIGUES, 1987). Foram efetuadas capturas sistemá-
ticas peri e intradomiciliares de A. albimanus, na Guate
mala, durante dois anos, analisando-se o efeito de delta-
metrina 25 mg/m2 em quatro aplicações com quatro meses de
intervalo entre cada uma delas. Nos controles, em média,
houve 16,5 picadas/homem/noite, com um pico de 165,5 em
junho de 1981, no peridomicllio. Nas casas tratadas, o
ntímero de picadas foi de 1 a S/homem/noite; em junho de
1981 houve 5 picadas/homem/noite.
Outro parâmetro de iníportância no controle da malá-
ria, trata-se da avaliação do percentual de anofelinos
que apresentam esporozoítos nas glândulas salivares e,
assim, capazes de transmitir a malária humana.
Na Nigéria, com A. gambiae e A. funestus, comparan-
do-se os índices antes do tratamento nas áreas controle
(1,5 % e 2,4 % para A. gambiae e A. funestus, respectiva-
mente) e tratada (2,O % e 2,3 %, respectivamente), veri-
ficou-se que na área não tratada, o percentual permaneceu
relativamente estável (1,9 % e 5,l %) reduzindo para O %,
na brea em que foi aplicada deltametrina a 50 mg/m2
.
(RISHIKESH et alli, 1979) No Congo, estudos com essas
mesmas espécies, mostraram que os índices de esporozoítos
nas glândulas salivares, após o segundo tratamento com
deltametrina a 25 mg/m2, com quatro meses de intervalo,
alcançou O % a 1,O %, mesmo quando na área não tratada
este indice alcançou cerca de 9,O %.
Dados de estudos em que populações naturais foram
analisadas, considerando-se os percentuais de fêmeas nulí
paras e oníparas, indicam a atuação da deltametrina, altg
rando a taxa de ocorrência dessas fêmeas.
Foi avaliada a taxa de nuliparidade (percentual de
fêmeas nuliparas) em populações de A. gambiae e de A.
funestus na Nigéria, capturadas no exterior e no interior
de casas tratadas com deltametrina 50 mg/m2. Antes do tra
tamento, essa taxa era de 39,6 % para A. gambiae e de
39,O % para A. funestus, nas casas tratadas e de 37,9 %
e 33,5 % nos controles, respectivamente. Após o trata-
mento, houve um aumento significativo do percentual de
fêmeas nulíparas de A. funestus - 88,6 % e um ligeiro
-
aumento para A. gambiae 56,2 %. Nos controles foram ob-
tidos valores de 42,6 % e 40,9 %, respectivamente
(RISHIKESH et alli, 1979).
A taxa de nuliparidade de A. flavirostris foi avali-
ada por um periodo de cinco meses após a aplicação de
deltametrina 10 mg/m2 em um povoado inteiro nas Filipi-
nas. Aos quatro e cinco meses, nas casas tratadas, houve
100,O % de nuliparidade, nesse mesmo periodo, os percen-
tuais nos controles foram de 100,O % a cerca de 45,O %.
Do primeiro ao terceiro mês após o tratamento, nos contrg
les, a taxa de nuliparidade esteve entre 20,O % e 30,O %,
enquanto que, nas habitações borrifadas comdeltametrina,
variou entre 60,O % e 90,Q % (MALARIA ERADICATION SERVICE
.
OF PHILIPPINES , 1980,, apud DARTIGUES , 1987) No Congo,
após duas aplicações intradomiciliares a 25 mgl2 com qua-
tro meses de intervalo, houve um aumento de fêmeas nulípa
ras na população de A. gambiae, de cerca de 20,O % para
40,O % (BITSINDOU, 1982 apud DARTIGUES, 1987).
Assim, considerando-se a necessidade de se obter
informações acerca da atuação dos piretróides sobre as
espécies de Anopheles da região amazônica, neste projeto
foi avaliada a ação da deltametrina em comparação com o
DDT, como um inseticida alternativo nas campanhas de
controle da malária. Os garimpos representam uma das
áreas de maior exposição à malária na região amazônica,
em função das estruturas das moradias. Frequentemente
formam-segrandes aglomerados dehabitações desordenadas,
praticamente impedindo a efetivação das medidas de
controle, que objetivam reduzir o contato homem/vetor.
Neste contexto, é de fundamental importância a implemen--
tação de uma medida que restrinja a exposição do homem ao
anofelino. Para tanto, foram construldas barracas para
testar os tecidos ráfia (fibra sintética) e sarrapilha
( juta natural) como uma superf lcie letal aos anof ellnos,
considerando que esses materiais são utilizados pelos
garimpeiros na construção de suas habitações. Os dife-
rentes testes foram realizados no Estado do Amapá, com os
dois substratos e ambos os inseticidas e objetivaram
analisar os parâmetros (1) a capacidade residual dos
inseticidas, por meio das provas biológicas de parede;
(2) a interação dos inseticidas e dos substratos; (3) a
ação dos tratamentos no controle da densidade anofélica;
(4) a resposta das espécies quanto à probabilidade de
serem mais ou menos sensfveis à ação dos inseticidas
utilizados.
2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

As áreas estudadas no projeto foram a Comunidade do


CarmO no Arquipélago do Maruanum (denominada área experi-
mental) e diferentes garimpos do Amapá. Estas áreas estão
situadas entre O 0 e 2 O de latitude Norte e 51° e 53O de
longitude Oeste (Figura 1). O Estado do Amapá possui cli-
ma tropical úmido (tipo Am da classificação de Koppen),
caracterizado por temperaturas médias elevadas (acima de
25" C), amplitudes térmicas anuais pequenas, menores
inclusive que a variação entre o dia e a noite, alta umi-
dade relativa do ar (acima de 80,00 % ) e índices pluviomg
tricos igualmente elevados, superiores a 2.500 mm anuais.
A vegetação tipica do Amapá t5 Floresta Equatorial e cam-
pos do tipo cerrado, encontrando-se áreas de manguezais.
O Arquipélago do Maruanum está situado no ~unicipio
de Macapá a noroeste da capital Macapá, em região de
cerrado. Esta área foi escolhida devido a densidade
anofélica ser relativamente alta, permitindo analisar os
parâmetros entomológicos programados para a avaliação dos
inseticidas.
Para controlar a malária nessa região, £oram
realizadas aplicações de DDT de 1965 a 1986 e de 1988 a
1990, e de deltametrina, a partir de 1987 (FNS,
informação verbal).
Para os estudos nos garimpos, as seguintes localida-
des foram selecionadas: Village Antônio, Gaivota, Vicente
e Jornal, estabelecidos no Município de Macapá, cujo ac-
so à capital é feito pela BR- 120. Também foram escolhi-
dos os garimpos Mandioca1 1 e I1 e Fofoca I e 11, situa-
dos no Municipio do Amapá, sendo o acesso a Macapá pela
. BR-156. Todos estão localizados em região de cerrado.
FIGURA 0 1 - Mapa do E s t a d o do Amapã
com a l o c a l i z a ç ã o d a s 4
r e a s de e s t u d o .
Os garimpos do Amapá caracterizam-se por serem
relativamente estáveis, não apresentando o alto nlvel de
migração humana, comum em outros estados da região
amazônica, como Rondônia e Pará. Estes garimpos
apresentam os baixões (locais de exploração aurifera)
naturalmente limitando as atividades de exploração,
reduzindo a migração humana (figura 02).
O controle da malária nesses garimpos obedeceu ao
seguinte esquema de aplicação semestral de inseticidas:
- Villaae AntGnio: DDT, de 1966 a 1985;
deltametrina, a partir 1986.
- Gaivota: DDT, de 1980 a 1985;
deltametrina, a partir de 1986.
- Vicente: DDT, de 1980 a 1985;
deltametrina, a partir de 1986.
- Jornal: DDT, de 1963 a 1985;
deltametrina, a partir de 1986.
- Mandioca1 2 e 11: DDT, a partir do final de 1989.
- Fofoca 2 2 u:
deltametrina, desde o final de 1989.

INSETICIDAS

Conformemencionado, foram testados o DDT (Diclorodi


feniltricloroetano) e a deltametrina' ( (IR,3R) - (2,2 -
Dibromovinil) - -
2,2 dimetilciclopropano carboxilato de
(S) - Alfa -
Ciano -
Fenoxibenzil). O DbT foi utilizado
na formulação pó molhável (PM) 75 %, na dose de dois gra-
mas de ingrediente ativo por metro quadrado. A deltametri
na foi empregada nas formulações suspensão concentrada e
concentrado emulsionável. Para a primeira formulação, foi

' Até 1980 era conhec i da por D e c m t r i na e recebe os segu i nt es


m s de código: N€C 161 (Nationa1 Research and D e v e l o p n t
Counc i l 1 ; OJ6 1988 (Organi zação Mind i a I da SaOde) e Fü-22.974
(Roussel -üc l af 1 .
FIGURA 02 (A e B) - Aspectosde um l8baixãow tipico dos
garimpos do ~ m a ~ á .
utilizado o produto K-Othrine Flow SC 502 (Deltamethrin
5 % ) na dose de 25 mg i.a./m2, na diluição de 125 m1/10
litros de água e, para a segunda formulaçáo, K-Othrine CE
25 (Deltamethrin 2,5 % ) na dose de 25 mg i.a./m2, na
diluição de 250 ml/lO litros de ãgua.

2.3. SUPERF(CIE DE TESTE

Os tecidos rbfia (fibra sintética) e s u r a p i l h a


(juta) foram utilizados nas barracas, tanto na área expe-
rimental como nos garimpos. Ressalta-se que o primeiro é
amplamente utilizado pelos garimpeiros na construção de
suas moradias provisbrias e o segundo é empregado no
processamento de extração de ouro de aluvião.

2.4. BARRACAS

2.4.1. ARQUIPÉLAGO DO MARUANUM

Foram montadas sete barracas mearnao 2,40 m X 2 m X


1,50 m, semelhantes ãs utilizadas pelos garimpeiros, com
os substratos estabelecidos e a cobertura feita de lona
preta (figura 03). Estas barracas não eram habitadas e a
distancia minima entre elas foi de aproximadamente 100
metros. As sete barracas foram distribufdas na área con-
forme o esquema da figura 04 e do seguinte modo quanto
aos substratos e impregnação pelos inseticidas:
a)Barracas çontrole
Duas barracas, uma de ráfia e outra de sarra-
pilha, que serviram para comparações com as
demais, livres de impregnação com inseticida.

* inseticida cedido pela a i m i o Prad. mim. Gan. Ind. S.A.


FIGURA 03 A - Barracas de r k i a no Maruanum, ainda em
fase de .constrtqGo.
FIGURA 03 B - Barracas de sarapilha no Maruanum.
BARRACAO
(SEDE
SOCIAL 1
b)Barracas im~reanadascom DDT
Duas barracas, uma de cada substrato, impreg-
nadas com DDT PM 75%, na dose de 2g/m2.
c)Barracas imnreanadas com K-Othrine
Uma barraca de sarrapilha e uma de ráfia foram
impregnadas com K-Othrine Flow SC 50, na dose
de 25 mg i. a. / m2 e outra, também de ráfia, com
K-Othrine CE 25, na dose de 25 mg i.a./m2.

2.4.2. GARIMPOS

Nos garimpos, as paredes das barracas dos garimpei-


ros foram substituSdas por ráfia ou por sarrapilha e tra-
tadas com DDT PM 75 % ou K-Othrine Flow SC 50 (figura
05).
Nestas áreas, as barracas foram assim distribuidas
quanto ao material empregado para suas construções e
impregnação pelos inseticidas:
- Mandioca1 IIGaivota: ráfia/DDT PM 75 %, na dose
de 2 g i.a./m2
- Mandioca1 IIIVicente: ráfia/K-Othrine Flow SC 50,
na dose de 25 mg i.a./m2.
- Fofoca IIVillaae Antonio: sarrapilha/DDT PM 75 %,
na dose de 2g i.a./m2.
- Fofoca IIIJornal: sarrapilha/K-Othrine Flow SC
50, na dose de 25 mg i.a./m2.

2.5. ATIVIDADES NA ÁREA EXPERIMENTAL

2.5.1. DENSIDADE ANOFÉLICA

Essas medidas foram tomadas por meio de capturas


peridomiciliares e intradomiciliares com isca humana e/ou
nas paredes, registrando-se os dados de hora em hora.
+.,,yT'.y?.:b
*
i.',, .> . Y
.b
"\-,. &:,:..,+7.j
$.: . l , :.'.*A*
ali-

r..
$,V\
&f
J,.-<
-(

.
23

B
FIGURA 05 A - Barraca de ráfia em área de garimpo.

FIGURA 05 B - Barraca de sarrapilha em área de garimpo.


2.5.1 .I.CAPTURA INTRADOMICILIAR DE DOZE HORAS

As capturas foram exclusivamente intradomiciliares,


no período de agosto a dezembro de 1989, objetivando
conhecer a atividade das diferentes espécies de
Anopheles, desde as 18h00 até o amanhecer. Em horários
alternados, pelo período de uma hora, procedeu-se a
coleta em isca humana e na parede, empregando-se um
aspirador entomológico manual.
Para cada barraca haviam duas caixas térmicas de
poliestireno correspondentes aos turnos de trabalho (de
18h00 às 24h00 e de Oh00 às 6h00), para transporte dos
mosquitos capturados. Estes foram colocados em copos de
coleta de 500 ml, com a identificação da data, barraca,
horário e modalidade de captura. Esses copos são parafi-
nados e cobertos com tela de algodão. Esta é mantida pre-
sa ao copo por meio de uma liga de borracha. No centro da
tela há um orifício para passagem do aspirador, permitin-
do colocar ou retirar os insetos. Ap6s a captura, os ano-
felinos foram mortas com clorofórmio e embalados em papel
alumínio mantendo-se a identificação da procedência.
Na semana anterior à aplicação dos inseticidas, e
na semana imediatamente posterior, a captura foi feita em
cinco dias consecutivos.
Obedecendo a um cronograma de trabalho, foram feitas
novas coletas nos períodos de 60, 90, 120 e 180 dias após
à aplicação, com dois dias consecutivos de coleta em cada
mês. Após este período as atividades foram interrompidas
pois algumas barracas foram avariadas.

2.5.1.2. CAPTURA PERIDOMICILIAR E INTRADOMICILIAR DE QUATRO


HORAS

Esta atividade ocorreu no período de 18h00 às 22h00,


abrangendo o pico de atividade dos anofelinos, nos meses
de agosto, setembro, o u t u b r ~e dezembro de 1989.
A coleta foi efetuada èm isca humana, utilizando-se
o aspirador entomológico manual. Em cada barraca insta-
lou-se dois coletores, um dentro e outro fora da mesma.
Ao final de cada hora de coleta (as 19h00, 20h00 e 21hQ0)
essa localização era invertida. Os mosquitos capturados
foram acondicionados em copos parafinados (descritos antg
riormente) , um para cada horário e modali8ade, e transpor
tados em caixas térmicas de poliestireno. Foram utiliza-
das duas dessas caixas por barraca, individualizando as
modalidades do experimento, a fim de não misturar os
espécimes capturados.
Posteriormente, os mosquitos foram mortos com
clorofórmio e embalados conforme èxplicação anterior.

2.5.1.3. ~NDICEDE MOSQUITOS POR HOMEMIHORA

Calculado a partir das coletas intradomiciliares de


doze horas e peri e intradomiciliares de quatro hofãs,
usando a seguinte fórmula:
MH = n
h X c

Mi = índ i ce de rmsqu i tos por h m / hor a


n = núriero t o t a l de rmsgu i tos capturados
c = núriero de coletores
h = t o t a l de horas de trabalho
2.5.1.4. CÁLCULO DA REDUCÃO PERCENTUAL (R) DA POPULAÇÃO DE
ANOFELINOS

Essa medida é obtida a partir dos dados das capturas


de doze horas, utilizando-se a fórmula -(HUDSON, 1984):

E, X Ta
R ( % de redução) =
Ea ,X T,

E = barraca experimental. a = antes do t r a t m n t o .


T = barraca controle. d = após o t r a t m n t o .

2.5.2. PROVA B I O L ~ G I C ADE PAREDE

Empregou-se o método padrão da OMS para a realiza-


ção das provas biológicas de parede (OMS, 1975). Estas
provas foram aplicadas de julho a dezembro de 1989.
0s espécimes a serem testados foram coletados com au
xilio de um aspirador entomológico manual, entre 18h00 e
20h00, em um curral de gado bubalino (Sitio Santa Luzia) ,
situado cerca de um quilômetro de distância da área expe-
rimental. Somente as fêmeas ingurgitadas foram captura-
das, sendo acondicionadas em lotes de 25 individuos nos
copos de coleta. Esses copos foram acondicionados em uma
caixa térmica de poliestireno, exclusiva para captura, CQ
bertos com papel filtro umedecido com água e transporta-
dos para a área de trabalho, onde permaneceram em repouso
até a manhã seguinte, no momento de execução do teste.
O material básico para esta prova foi o do estojo
fornecido pela OMS para este fim, a saber: 12 cones plás-
ticos transparentes de 60 mm de comprimento, 90 mm no
maior diâmetro interno e 25 mrn no menor, com a abertura
localizada na base menor, medindo 10 mm de diâmetro. Dois
rolos de 5 m de fita gomada impermeável verde (para iden-
tificar os controles) e dois rolos de 5 m de fita gomada
impermeável vermelha (para os cones de exposição aos insg
ticidas) , 20 pregos de aço, dois pacotes de fita de espu-
ma de borracha de 10 m de comprimento, 15 mm de largura
e 4 mm de espessura.
0s aspiradores plásticos pertencentes a este estojo
não foram utilizados, mas sim outros fabri-cadossob enco-
menda. Estes aspiradores são de dois tipos diferentes,
reto e curvo, feitos de vidro transparente. O do tipo re-
to mede 210 mm de comprimento e 09 mm de diâmetro inter-
no. O aspirador curvo tem 360 mm de comprimento e apresen
ta uma inclinação em uma das extremidades, o diâmetro in-
terno é também de 09 mm. Em uma das extremidades é adapta
da uma tela met6lica no seu interior, para impedir a pas-
sagem dos anofelinos, sendo ajustado a um tubo flexível
de borracha de 500 mm de comprimento. A este tubo é encai
xado um bocal de vidro para facilitar a aspiração e
captura.
Os insetos foram colocados em grupos de 15 exempla-
res em cones plásticos transparentes e mantidos em conta-
to forçado por meio destes cones com as superfícies tra-
tadas. O tempo de exposição foi de 30 minutos, após o
qual foi registrada a mortalidade. Os sobreviventes foram
mantidos em copos parafinados, correspondendo um para ca-
da cone, identificando-se a barraca e cone, por um perí-
odo de repouso de 24 horas, quando a mortalidade é nova-
mente anotada. 0s mosquitos mortos foram embalados em pa-
pel alumlnio, identificando-se a procedência (barraca e
cone) e o horário da morte. 0s espécimes que sobreviveram
após as 24 horas de repouso, foram mortos com clorofór-
mio, embalados do modo descrito e identificados como
wsobreviventesN.
Em cada barraca impregnada com os inseticidas foram
aplicados cinco cones na vertical conforme esquema da
figura 06. Como suporte empregou-se uma peça de madeira
colocada externamente às barracas, da altura das mesmas
e largura proporcional ao diâmetro da base dos cones. O
primeiro cone foi exposta a 30 centimetros do solo,
mantendo-se este intervalo até o quarto cone, sendo o
último posto numa distância de 20 centímetros do ante-
rior. Nas barracas controle foi testado um cone para cada
barraca do mesmo substrato. Os sobreviventes ap-ós 30
minutos de aplicação do teste foram acondicionados em
três caixas térmicas de poliestireno (uma para os con-
troles, uma para as barracas impregnadas com K-Othrine
Flow SC 50 e outra para as barracas cxim DDT PM 75 % ) e os
copos cobertos com papel toalha umedecido com água. A
temperatura ambiente, máxima e mínima, e a umidade
relativa do ar foram registradas no decorrer do
experimento.

2.6. ATIVIDADES NAS ÁREAS DE GARIMPO

Esta prova foi realizada em duas faces distintas:


face A (voltada para o leste, face sol) e face B (voltada
para o oeste, face sombra) entre 7h00 e 8h00. Obedecendo
a padronização da OMS foram aplicados três cones em posi-
ção inclinada, ordenados da esquerda para a direita, com
a exposição de 15 mosquitos cada. O primeiro cone a 50
centimetros do solo, e os demais obedecendo a distância
de 50 centímetros na inclinação. Assim como no Acquipé-
lago do Maruanum, os cones foram fixados em uma peça de
madeira colocada externa'mente à barraca (figura 07).
Em cada face utilizou-se um cone controle e, para
DETALHE 1
7

FIGURA 0 6 - Esquema d a d i s t r i b u í ç á o d o s c o n e s p a r a a s p r o v a s
b i o l ó g i c a s d e p a r e d e do Naruanum.
FIGURA 07 - Prova biológicade parede em uma barraca de
sarrapilha em área de garimpo.
evitar o contato dos anofelinos com o inseticida durante
a exposição, foi colocada uma folha de papel sulfite
branco entre esses cones e a parede. O procedimento com
os mortos e com os sobreviventes foi o mesmo tomado no
Arquipelago do Maruanum.
Devido 8s dificuldades de acesso que surgiram no
decorrer do experimento, as atividades obedeceram ao
seguinte cronograma de trabalho: de 30 a 90 dias as
provas foram aplicadas nos garimpos Mandioca1 I e I1 e
Fofoca I e 11. De 120 a 240 dias após a aplicação, nos
demais garimpos.

Para corrigir os resultados das provas biológicas


das duas áreas, quando houver mortalidade de 5 % a 20 %
nos controles, será empregada a Fbrmula de Abbott:

% -
de mortalidade no tratamento B de mortalidade no controle X 100
-
100 % de mortalidade no controle

Considerando que os dados resultantes das provas de


quatro e de doze horas têm distribuição normal e
apresentam homocedasticidade (situação implícita de que
as k populações têm a mesma variância õ2), foi realizada
uma análise de variância para os parâmetros que compõem
os modelos dessas provas. Esses parâmetros foram:
* semana (período de cinco dias consecutivos anterior ao
tratamento e periodo de cinco dias consecutivos
imediatamente posterior)
* dias (número de dias ap6s tratamento)
* tratamentos (deltametrina FW, DDT e controle)
* espécies (A. darlingi, A. albitarsis e A.
braziliensis)
* parede (ráfia e sarrapilha)
* modalidade (peri e intradomicilio ou homem e parede).
2.7.2. ANALISE DE CORRELAÇÃO LOG-LINEAR

Para. os dados das coletas peri e intradomiciliares


de quatro horas e intradomiciliares de doze horas, após
a realização da análise de variância, também foi efetuada
uma análise de correlação (109-linear baseada em modelos
hierárquicos), para verificar como as variáveis em
questão (as mesmas estudadas com análise de variância) se
correlacionam, ou seja, quais as variáveis que influen-
ciaram as coletas, a força existente entre os correlacio-
namentos e sua tendência de variação conjunta.
Para realizar esta análise, empregou-se o programa
SPSS/PC+, versão 2.0, Copyright SPSS inc. 1984, 1985,
1986, 1987.

Os dados resultantes das provas biolbgicas de parede


foram tabulados em forma de registros individuais, onde
cada um desses registros especifica o número de vezes que
a varibvel resposta (morte ou vivo) aconteceu nas
condiçees especificadas pelas variáveis concomitantes:
* parede (ráfia ou sarrapilha)
* inseticida (deltametrina FW, DDT e controle)
* dias (namero de dias apbs o tratamento)
* cone (grupo de cones, inferior = cone 1 + cone 2 e
superior = cone 3 + cone 4 + cone 5)
* face (face A, voltada para o leste e face B, voltada
para oeste)
* espécie (A. darlingi, A. albitarsis, A. braziliensis,
A. nuneztovari, A. triannulatus, A. peryassui, A.
oswaldoi e A. apicimacula)
* horário (30 minutos após a exposição e 24 horas após o
periodo de repouso)

Desta maneira, pode ser definida uma análise da taxa


de mortalidade (i# mosquitos mortos : 1 vivo) em forma de
uma regressão linear. Para esta análise, foram definidos
os modelos mais parcimoniosos (aqueles que explicam os
resultados com um namero minimo de variáveis concomi-
tantes) para os resultados obtidos aos 30 minutos após a
exposição e 24 horas após a retirada dos mosquitos dos
cones, considerada mortalidade total, ou seja, a soma dos
valores obtidos aos 30 minutos e 24 horas após o periodo
de repouso, tanto para o Maruanum como para os garimpos.
Para representar as variáveis foram utilizadas as
seguintes notações: INS = FW - inseticida = deltametrina
Flowable; INS = DDT - inseticida = DDT; PAR = RAF -
parede = ráfia; DIAS - n h e r o de dias após o tratamento;
-
FW X DIAS interação de deltametrina Flowable com DIAS;
DIAS X INS = DDT - associação de DDT com DIAS; INS = FW
X DIAS -
interação de deltametrina Flowable com o efeito
de DIAS; RAF X DIAS - interação da parede de ráfia com
DIAS; RAF X CONE - interação do substrato rafia com os
grupos de cones; INS = FW X PAR = RAF - interação de
deltametrina Flowable com a parede de ráfia; PAR = RAF X
INS = DDT -
interação da parede de ráfia com o DDT; e
FACE -
efeito de FACE.
Esta análise foi realizada com o pacote estatístico
EGRET (Epidemiological Graphics, Estimation and Testing
package. ANALYSIS MODULE (PECAN), versão 0.24.13;
EPIXACT, versão 0.01) Copyright 1985 - 1988, SERC and
CYTEL .
3. RESULTADOS

3.1. DIVERSIDADE DE ESPÉCIES

Nos experimentos realizados no perlodo de junho de


1989 a junho de 1991, foi colecionado um total de 54.456
exemplares, dos quais, 1.875 para as provas biológicas de
parede aplicadas no Maruanum, 2.400 para as provas
biológicas de parede realizadas nos garimpos, 40.575 nas
coletas intradomiciliares de doze horas (28.777, nas duas
primeiras semanas e 11.798, nos meses seguintes) e 9.606
nas capturas peri e intradomiciliares de quatro horas.
Foram encontradas oito espécies de Anopheles
pertencentes aos subgêneros Anopheles Meigen, 1818 (uma
espécie) , Arribalzagia Theobald, 1903 (uma espécie) e
Nyssorhynchus Blanchard, 1902 (seis espécies), sendo o
dltimo com o maior número de espécies, a saber:
Anopheles (Anopheles) peryassui Dyar & Knab, 1908
Anopheles (Arribalzagia) apicimacula Dyar & Knab, 1906
Anopheles (Nyssorhynchus) albitarsis Lynch - Arribálga, 1878
Anopheles (Nyssorhynchus) braziliensis (Chagas, 1907)
Anopheles (Nyssorhynchus) darlingi R o o t , 1927
Anopheles (Nyssorhynchus) nuneztovari Gabaldbn, 1940
Anopheles (Nyssorhynchus) oswaldoi (Peryasaú, 1922)
Anopheles (Nyssorhynchus) triannulatus (Neiva & Pinto, 1922)

3.2. ATIVIDADES NA ÁREA EXPERIMENTAL

3.2.1. COLETAS INTRADOMICILIARES DE DOZE HORAS

Os dados de densidade anofglica (tabela 01), obtidos


nas barracas do Maruanum, cujas medidas foram feitas uma
semana antes da aplicação dos inseticidas e na semana
posterior, mostraram reduções acentuadas do percentualde
anofelinas colecionados antes e após otratamento. Antes
Tebcla 01. Total de anofelinos colecionados nas barracas experimentais do Maruanun, em
doze horas de captura, nas semanas anterior e posterior ao tratamento.

RAFIA SARRAPILHA
SEPUWA TOTAL

Controle FU DDT Controle FU DDT

anterior 2246 2746 2975 2854 3047 3441 17309


(12,981 (15886) (17,19) (16,49) (17,M)) (19,881 (60,15)
posterior 2506 1432 1446 2796 1479 1809 11468
(21.85) (12,491 (12,61) (24,38) (12,90) (15,77) (39,85)

TOTAL 4752 4178 4421 5650 4526 5250 28777


(16,51) (14,52) (15,M) (19,63) (15,73) (18,24)
( ) = Percentuel em relaçãlo ao t o t a l capturado na@) semana(s).
FW = deltametrina flouable 5 X .
Na semana anterior manteve-se a identificação das barracas pelos ncnies dos inseticidas,
considerando-se que elas ainda não estavam borrifadas.

deste, foram capturados 60,15 % (17.309) dos mosquitos,


havendo uma redução para 39,85 % (11.468) na semana
seguinte, quando j 5 havia inseticida. Quando comparamos
os controles com as barracas tratadas, notamos que, na
primeira semana, nas barracas escolhidas para controle,
o percentual de captura foi menor do que nas que
posteriormente seriam borrifadas com os inseticidas. Após
o tratamento, a captura nos controles foi maior (próximo
ao dobro) do que foi colecionado nas demais barracas
(figura 08). A redução da captura em cada modalidade
(homem e parede) é observada na figura 09.
De 28.777 espécimes colecionados na semana anterior
e na semana posterior ao tratamento (figura 10) , 47,05 %
foram A. darlingi, 25,23 %, A. albitarsis e 27,72 % A.
braziliensis. Na semana anterior foram coletados 8.305 A.
darlingi, 4.141 A. albitarsis e 4.863 A. braziliensis,
correspondendo a 47,98 %, 23,92 % e 28,lO %,
respectivamente, para um total de 17.309 anofelinos. Dos
11.468 indivíduos capturados na segunda semana, 5.234
(45,64 % ) foram A. darlingi, 3.119 (27,20 % ) , A.
albitarsis e 3.115 (27,16 % ) , A. braziliensis.
captura (%)

..- ............... ........

3O
-- ............................

NTERI
.....

I / POSTERIOR
C0 FW DDT C0 FW DDT
Ráfia Sarrapil ha
F I G U R A 08 Percentual de anotelinos capturados
em cada barraca nas semanas anterior
e posterior cio tratamento

capfuras (46) Fw. = deltametrina flowabte


n I

/I a~osterioi: anterior I

Controle FW DDT Controle FW D DT


Homem Parede
F I G U R A 09. Percentual de captura intradomiciliar de
Anopheles s p p nas semanas anterior e
posterior ao tratamento
DAR
aenr: DAR

4863 SEMANA POSTERIOR


SEMANA ANTERIOR
DAR - A. derllngl ALB -A. a l b l t a r s i s
E R A = A. b r a z l l i e n s l s

FIGURA 10. Captura por esp6cie nas semanas


anterior e posterior ao tratamento
O número de anofelinos capturado em cada tratamento,
considerando-se as espécies é observado na tabela 02.
Verifica-se que A. darlingi e A. braziliensis foram
capturados em maior quantidade nos controles e A.
albitarsis nas barracas com DDT. Na figura 11 estão reprg
sentadas as coletas em cada semana, observando a diferen-
ça entre os percentuais em cada espécie e tratamento.
Nas barracas de ráfia (tabela 03) foram capturados
59,67 % (7.967) e 40,33 % (5,384) anofelhos, em relação
ao total colecionado, para a primeira e segunda semana
respectivamente. Para as barracas de sarrapilha (tabela
04), coletou-se 60,56 % (9.342) e 39,44 % (6.084) na sema
na anterior e posterior, respectivamente. Em geral, a
quantidade de mosquitos capturados diminuiu na segunda
semana nas barracas tratadas, nos dois substratos, em
todas as espécies. A. albitarsis, porém, apresentou uma
pequena diminuição (557 para 545 mosquitos) na barraca de
ráfia borrifada com DDT.
Considerando-se a captura por horário nas duas sema-
nas conjuntamente (tabela 05), verifica-se uma maior quan
tidade de mosquitos entre 19h00 e 20h00 (3.661 espécimes,
correspondendo a 12,72 % do total colecionado), sendo es-
tes também os maiores valores para as coletas nas pare-
des. O menor número de mosquitos capturados nas paredes
ocorreu entre 5h00 e 6h00 (2.150 individuos, 7,47 % do t o
tal). Considerando-se somente coleta em isca humana,
observa-se que esta foi mais elevada entre 20h00 e 21h00
(2.617 anof elinos, 9,09 % ) , o h ~ r á r i ode menor captura
foi entre 2h00 e 3h00 (1.924 espécimes, 6,69 0 ) .
A redução percentual (R) da população de anofelinos
em cada barraca tratada, da primeira para a segunda sema-
na, mostrou um valor R de 46,74 % para a barraca de ráfia
tratada com deltametrina (K-Othrine Flow SC-50) e de
43,56 % para a barraca com DDT. Nas barracas de sarrapi-
lha, a redução foi de 49,55 % para deltametrina e de
Tabela 02. Captura total de anofelinos, após duas semanas de
coleta, considerando-se as espécies.
TRATAMENTO
ESPÉCIES CONTROLE FW DDT TOTAL

A. darlingi 5234 3955 4350 13539


(38,661 (29 121) (32,13) [47,051
A. albitarsis 1920 2554 2786 7260
(26145) (35,18) (38,371 [25123I
A. braziliensis 3248 2195 2535 7978
(40171) , (27151) (31177) [27,721
FW=deltãretrina flanable 5 % ( ) =%en relação ao total capturado por
espéc i e .
[ I,= % en re l acão aos 28.777 anofe l i nos capturados nas duas s m n a s .

Tabela 02a. coeficientes estimados segundo o modelo log-ling "

ar, para a associação ESPÉCIE x TRATAMENTO, com x ~ =( ~


470,750; p < O1O1.
ESPÉCIES CONTROLE FW DDT
A. darlingi + 0,0484 + 0,0919 - O, 1403
A. albitarsis - 0,0496 - 0,0219 + 0,0715
A. braziliensis + O, 0012 - 0,0700 + O, 0688
W V = de1 t m t r ina f Ianable 5 %
capturas (%)

80 f posterior (11468) anterior (17309) I

dar alb bra dar alb bra dar alb bra


Controle deltametrina flowable DDT
dar - A. darlingi. alb - A . albltarsis. bra - A . braziliensis

FIOURA 11 percentual de captura intradorniciiiar de


espécies de Anopheles nas semanas
anterior e posteri6r ao tratamento
Tabela 03. Total de mosquitos colecionados em doze horas de captura, nas barracas de r á f i a do Maruanun.

semana a n t e r i o r total semana p o s t e r i o r total


ESPÉCI ES semana semana TOTAL

Controle FU DOT Controle FU OOT

TOTAL 2246 2746 2975 '7967 2506 1432 1446 5384 13351
128,191 134,471 C37,341 C59,6ií) f46,f 51 126,601 [26,861 C40,33)
( ) = % em relação ao t o t a l da barraca. 11 = % êm ;elacão ao t o t a t da Semana. C) = X em relação aos 13351.
mosquitos capturados nas duas semanas. FW = deltametrina flowable 5 %.

Tabela 04. Total de mosquitos colecionados em dor6 horas de captura, nas barracas de s a r r a p i l h a do Maruanun.

semana anterior total semana posterior total


ESPÉCIES semana semana TOTAL

Controle FU OOT Confrole FU DdT

TOTAL 2854 3047 3441 9342 2796 1479 18a9 6084 15426
130,551 132,621 136,831 C60,56) 145,961 t24,31] 129,731 C39,44),

( ) = % em relação ao t o t a l da barraca. 11 = % em relação ao t o t a l da semana. C) = % em relação aos 15426


mosquitos capturados nas duas semanas. FW = deltametrina f lowable 5 51.
Tabela 05. Distribuição das espécies de anofelinos em cada horário
de captura (total colecionado nas duas semanas).

-
ESPÉCIES
HORÁRIO A. darlingi A. albitarsis A. braziliensis TOTAL

(42,281 (22,601 (35,121 [ 7,471


O =%en relação ao total coletado por horário. [I =%a relação aos 28777
anofelinos colecionados no total das duas s m n a s .
Tabela 05a. Coeficientes estimados segundo o modelo log-li-
near para a associação HORÁRIO X ESP~CIE,com x~~~ =
456,854; p < 0,Ol.
HORÁRIO A. d a r l i n g i A. a l b i t a r s i s A. b r a z i l i e n s i s

53,66 % para a tratada com DDT.


Na primeira semana o índice de mosquitos por ho-
memlhora foi de 48,08 anofelinos em média e 31,86 anofe-
linos na semana posterior ao tratamento. Na tabela 06 es-
tão representados os dados por espéci.e, considerando-se
as duas semanas conjuntamente.

Tabela 06. Índice de mosquitos por


homem/hora para as semanas anterior
e posterior ao tratamento.

ESPÉCIE SBVWW S8VPN4


m l m m l m
A. darlingi &,I4 29!08
A. a l b i t a r s i s B,oI 17,33
A. b r a z i l i e n s i s 27.02 17.31
0s dados resultantes das coletas neste período foram
comparados através de análise de variância. Inicialmente
foram comparadas as duas semanas, sem considerar a sepa-
ração em substratos etratamentos, utilizando-se o modelo
para duas classificaçóes sem repetição. Na tabela 07 es-
tão os resultados da análise e o valor de F calculado
(11,14), indica haver grande diferença entre as duas
semanas, devido este ser superior ao F tabelado a 5 %
(4,96) e 1 % (10,04) de significância.

Tabela 0 7 . Análise de variância para os dados apresentados na


tabela 01.
C.V. G.L. S.Q. Q.M. F Fa

TOTAL 11 5.395.132,910

Após essa verificação, estudou-se a relação existen-


te entre os tratamentos e os substratos na segunda semana
(tabela 08), a fim de se comparar o efeito dos insetici-
das. A grande diferença de magnitude entre F calculado
(61,04) e F tabelado (19,OO), para os tratamentos, indica
a existência de diferenças no comportamento destes,
embora não tenha havido diferenças entre os substratos.

Tabela 0 8 . Análise de variância para os dados da tabela


01. considerando-se a semana ~osteriorao tratamento.
C.V. G.L. S .Q. Q.M. F Fcv

TOTAL 5 1.779.943,334
Os coeficientes obtidos pela anblise de correlação
para cada parâmetro que compõe o modelo, estão
representados na tabela 09. Para ItSEMANAt1,ou seja,
periodo sem tratamento e periodo com tratamento, os
coeficientes indicam um decllnio na captura de uma semana
a outra, quando houve a aplicação dos inseticidas
(interação positiva com semana anterior e negativa com
.
semana posterior) Para tlTRATAMENTOn,houve uma maior
tendência para captura de mosquitos nas barracas controle
e tratadas com DDT, a correlação foi negativa para
deltametrina FW. No periodo considerado (junho de 1989) ,
verifica-se a predominância de A. darlingi com
coeficiente positivo para a mesma e negativo para as
demais espécies. Quanto ao t l ~ ~ R Á Ros ~ ~coeficientes
w,
indicam o periodo de 19h00 às 22h00 como o de maior
atividade para os anofelinos.
A interação ESPÉCIE X TRATAMENTO, somando-se as duas
semanas (tabela 02a.), se mostrou significativa, sendo A.
darlingi a única espécie com associação positiva com
deltametrina FW e negativa com DDT. Tanto A. albitarsis
como A. braziliensis apresentaram coeficientes negativos
para deltametrina e positivos para DDT.
Foi significativa, também, a associação de ESPÉCIE
com HORÁRIO, conforme é apresentado na tabela 05a. A.
darlingi apresentou associação positiva (picos de ativi-
dade) no periodo de 18h00 às 19h00; 21h00 às 24h00 e de
lho0 às 2hOO. Para A. albitarsis os coeficientes foram
positivos de 18h00 às 20h00, de 2,3hOQ às 24h00 e de 5h00
às 6h00. Para A. braziliensis, a Única espécie com ativi-
dade por toda madrugada, como indicam os coeficientes,
houve associação positiva nos harários de 20h00 às 21h00,
22h00 às 23h00, Oh00 à lho0 e de 2h00 às 6h00.
Tabela 09. Parâmetros significativos, segundo o modelo log-linear,
para as coletas de doze horas realizadas na semana anterior e pos-
terior ao tratamento (efeitos principais).
PARÂMETRO COEFICIENTES INTERVALO A 9 5 % X2(c.~.)
DE CONFIANÇA
SEMANA 1 . 1 9 3 ,846(,)
Anterior + 0,1233 (+ 0,0287 - + 0,2178)
ã' Posterior - 0,1233

TRATAMENTO 152,074@)
Cbntrole + O , 0512 (- 0,0825 - + 0,1849)
FW - O , 0607 (- 0,1242 - + 0,1432)
DDT + 0,0095

ESPÉCIE 2 . 3 4 6 , 030@)
A. dar1ingi + O*, 2064 (+ 0,0727 - + 0,3400)
- ( - 0,2687 - - 0,0012)
A. albitarsis
A. braziliensis - 0,1349
0,0715

HORÁRIO 1 . 0 1 0 ,75OU,,
18 - 19 - O , 0957 (- O,4O94 - + 0,2181)
19 - 20 + 0,2515 (- 0,0618 - +0,5647)
20 - 21 + 0,0459 (- 0,2676 - + 0,3594)
21 - 22 + 0,1124 (- 0,2010 - + 0,4258)
22 - 23 - 0,0324 (- 0,3460 - + 0,2812)
23 - 24 + 0,0578 (- 0,2557 - +0,3712)
0 - 1 - O , 0834 (- 0,4013 - + 0,2265)
1 - 2 + 0,0470 (- 0,2664 - + 0,-3605)
2 - 3 - 0,1242 (- 0,4381 - + 0,1896)
3 - 4 - 0,0434 (- 0,3571 - + 0,2702)
4 - 5 - 0,0913 (- 0,4050 - + 0,2225)
5 - 6 - 0,04Q2
W V = de1 t m t r ina f Icxllsble 5 %

Na tabela 1 0 estão resumidos os dados das capturas


efetuadas aos 6 0 , 9 0 , 1 2 0 e 1 8 0 dias após a aplicação dos
inseticidas. Verifica-se que em todos os meses, a captura
nos controles foi maior do que nas barracas tratadas. Dos
1 0 . 5 5 8 anofelinos coletados no total, 5 4 , 3 9 % o foram aos
6 0 dias, 2 3 , 7 7 % aos 9 0 dias, 1 5 , 7 6 % aos 1 2 0 dias e 6 , 0 8
% aos 1 8 0 dias.
Tabela 10. Total de anofelinos colecionados nas barracas experimentais do
Maruanum, em doze horas de coleta, de agosto a dezembro de 1989.

RAFIA SARRAPILHA
DIAS TOTAL
APOS
TRATAMENTO CONTROLE FU DDT CONTROLE FU DDT

TOTAL 2052 1060 1666 2620 1587 157ã 10558

Nos meses subseqüentes à aplicação foi colecionado


um total de 10.558 anofelinos, dos quais 1.888 (17,88 1%)
foram A. darlingi; 2.597 (24,60 '%) , A. albitarsis e 6.073
(57,52 % ) , A. braziliensis. Aos 60 diiis após o tratamentb
foram coletados 1.127 A. darlingi, 1.853 A. albitarsis e
2.762 A. braziliensis, correspondendo respectivamente a
19,63 %, 32,27 % e 48,lO % para um total de 5.742 anofeli
nos. Para um total de 2.510 anofelinos capturados aos 90
dias, 323 (12,87 % ) foram A. darlingi; 639 (25,46 % ) fo-
ram A. albitarsis e 1.548 (61,67 % ) , A. braziliensis. Aos
120 dias, 309 (18,57 % ) espécimes foram A. darlingi, 66
(3,97 % ) ; A. albitarsis e 1.289 (77,46 % ) foram A.
braziliensis. De 642 exemplares colecionadas aos 180
dias, 129 (20,09 % ) foram A. darlingi, 39 (6,07 % ) , A.
albitarsis e 474 (73,83 % ) , A. braziliensis (figura 12) .
A distribuição do total de anofelinos colecionados
nos diferentes horários consta nas figuras 13a e b. A
captura em isca humana (figura 13a.), evidencia que no
horário de 20h00 às 21h00 e de 22h00 às 23h00 foram cap-
turados mais exemplares aos 6 0 dias. AOS 90 dias, nesses
mesmos horários e também de 18h00 às 19h00 houve maior
freqüência dos mosquitos. Aos 120 e 180 dias, a coleta
foi maior nos dois primeiros horários, diminuindo grada-
tivamente até às 5h00, sendo os valores muito próximos,
o que foi mais notado aos 180 ,dias.
capturas (%)

w I I I

A . darlingi A. albitersls A . brazillensis

dias ap6s tratamento


tiso
g0 ,2(, 180

FIGURA 12. Percentual de captura intradomiciliar de


Anopheles spp de 60 a 180 dias após o
tratamento
capturas (%)

- .............-............ -- ....-......... _
. ................ ...... -- . ...... .........

18-19 20-21 22-23 0-1 2-3 4-5


HORARIO DE CAPTURA
FIGURA 13a. Percentualde captura de AnOph818S spp - -

no homem de 60 a 180 dias após ....

o tratamento

capturas (%)

19-20 21-22 23-24 1-2 3-4 5 -6


HORARIO DE CAPTURA
FIGURA 1ab.Percentual de captura de Anopheles spp
na parede de 60 a 180 dias ap6s
o tratamento
0s dados relativos à parede (figura 13b.) mostram
também valores mais elevados de captura nos dois primei-
ros horários (19h00 às 20h00 e 21h00 às 22h00) para os
quatro meses de teste. Assim como para o homem, o número
capturado é muito próximo em cada horário aos 120 e 180
dias. Nesses mesmos meses, principalmente no último,
a coleta no homem e nas paredes foi muito semelhante,
praticamente não havendo diferença entre essas duas moda-
lidades seis meses após o tratamento.
A tabela 11 apresenta os resultados das capturas por
espécie nas barracas do substrato ráfia. Em todos os me-
ses, a captura nos controles foi maior do que nas barra-
cas tratadas e A. braziliensis foi a espécie predominan
te. A. albitarsis foi a espécie menos frequente em todas
as barracas aos 60 e 120 dias, e também aos 180 dias nas
barracas controle e tratada com deltametrina FW 5 %.

Tabela 11. Total capturado por espécie, aos 6 0 , 90, 120 e 180 dias após o tratamento, nas barracas com paredes
de r á f i a .

60 90 120 180
ESPÉCIES TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
MES MES MES MES
CONTR. FU DDT CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT

A. dmiingi 249 176 184 609 51 18 8 77 125 45 60 230 48 25 05 78


* L a~ffmsis
L brazüinuis
135
456
164 166 465
233 461 1150
52
344
56 53
126 263
161
733
02
430
91 03
136 364
06
930
06
154
09
71
17
82
32
307

TOTAL 840 573 811 2224 447 200 324 971 557 182 427 1166 208 105 104 417
e' CONTR. = Controle. FW = deltarnetrina flowable 5 %.

Nas barracas de sarrapllha (tabela 12) A.


braziliensis foi a espécie predominante nos quatro meses
de coleta em todas as barracas, exceto na barraca borri-
fada com deltametrina FW aos 60 dias, quando A.
albitarsis foi mais numerosa. A. darlingi foi a espécie
mais frequente nas três barracas aos 60 dias, nas barra-
cas tratadas aos 90 dias e na barraca com DDT aos 120
dias. A captura nos controles foi maior do que nas barra-
cas tratadas em todos os meses.
Tabela 12. Total capturado por espécie, aos 60, 90, 120 e 180 dias apás o tratamento, nas barrbcas com paredes
de sarrapilha.
60 90 120 180
ESPÉCIES TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
MES MES = MES MES
CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT CONTR. FW DDT

TOTAL 1586 963 969 3518 688 422 429 1539 249 151 98 488 97 51 77 225
CONTR. = Controle. FW = deltametrina flowable 5 %.

Aos 60 dias, foram capturados 93/21 anofelinos/ho-


mem/hora, caindo a média horária para 40,67 anofelinos
aos 90 dias; 29/42! aos 120 dias e 14,88, aos 180 dias
após o tratamento (tabela 13). Para A. darlingi, a média
horária reduziu de 20,92, aos 60 dias, para 3,04, aos
180.

Tabela 13. Índice de mosquitos por homem/hora


para a captura intradomiciliar de doze horas de
60 a 180 dias a ~ ó so tratamento.

A. darlingi 502 120 202 73


A. albitarsis 588 265 39 27
A. braziliensis 1147 591 475 257

TOTAL 2237 976 706 357


TOTAL HOMEM/HORA 93,21 40,67 29,42 14,88
TOTAL A. &ungl/HORA 20f92 5,OO 8,42 3.f 0 4

0s dados da análise de variância (tabela 14) consi-


derando as paredes e os tratamentos (inseticidas e coa
troles), mostraram que não há diferença significativa
entre ráfia e sarrapilha, no que se refere às coletas.
N.a tabela 15 encontram-se os resultados da análise
de variância, onde foram estudados os efeitos dos trata-
mentos, o comportamento das espécies e a interação entre
esses parâmetros.
Tabela 14. Análise de variâricia para os dados de captura em doze
horas, por tratamento e substrato.

C.V. G.L. S .Q. Q.M. F F, ,


BLCUE 3 2.430.647,167
TIWT- (T) 2 271.024,083 135.512,042 10,92 5,14
R€SíIlD (a) 6 74.469,583 12.411,597
(PpRcEM) (11) (2.776.140,833)

Tabela 15. Análise de variância para os dados de captura por espécie


em cada tratamento, de 60 a 180 dias após o tratamento.
C.V G.L. S.Q. Q.M. F Fr a

BLOCOS 3 1.400.992,583
TRATAMENTOS (T) 3 502.530,25 167.510,083 5,06 3,86
RESÍDUO (a) 9 297.881,584 33.097,954
(PARCELAS) (15) 2.201.404,417

TOTAL 47 3.606.969.75
A análise de correlação para o modelo captura de 12
horas aos 60, 90, 120 e 180 dias (tabela 16), evidencia
correlação positiva para A. braziliensis, para a modalidade
Ivparedeme para o período de 60 dias após tratamento. Para
o Gnico coeficiente negativò foi o de
deltametrina CE.
Na tabela 17 estão os coeficientes para a interação
TRATAMENTO X INSETICIDA. Observa-se que de 60 a 120 dias
somente houve associação positiva com "controlen. Aos 180
dias houve associação positiva com todos os inseticidas e
negativa apenas para wcontroleu.
A interação ESPÉCIE X MODALIDADE (tabela 18) mostrou
que apenas A. darlingi apresentou correlação positiva com
nhomemv, enquanto que para as outras espécies, os coefi-
cientes foram positivos com "paredew. Em relação aos tra-
tamentos (tabela 19), houve associação positiva de A.
darlinqi com controle e deltametrina CE, sendo negativa para
os tratamentos deltametrina FW e DDT. A. albitarsis
apresentou correlação positiva com controles, deltametrina
FW e DDT e, gs coeficientes de A. braziliensis mostraram
associação positiva com deltametrina FW e DDT.
Tabela 16. Efeitos principais para o modelo log-linear das coletas de :

doze horas, aos 60, 90, 120 e 180 dias.


PARÂMETRO COEFICIENTE INiER@üDA 95 % x2(o.~.)
.E03FIPNÇA
ESPÉCIE 3 167 ,173e)
A. dar1i n g i -0,1623 (- 0,3336 - + 0,0089)
A. albitarsis - 0,3202 (- 0,4940 - - 0,1465)
A. braziliensis + 0,4825
MODALIDADE 893 436(1)
Homem - 0,0932 (- 0,2145 - + 0,0281)
Parede + 0,0932
TRATAMENTO 2 182 483,
Controle + O,3637 (+ 0,1572 - + 0,5701)
deltametrina FW + 0,0967 ( - 0,1109 - + 0,3042)
DDT + 0,0951 ( - 0,1125 - + 0,3027)
deltametrina CE - 0,5555

DIAS APÓS 5 *443,0800)


~T~ + 1,1355 (+ 0,9427 - + 1 ,3282)
60 - 0,3795 ( - 0,6042 - - 0,1548)
90 - 0,5936 ( - 0,8187 - - 0,3684)
120 - 0,1624
180
Todos significativos a p c 0,Ol.

Tabela 17. Coeficientes resultantes da anglise logarítmica


linear para a int,eração DIAS APÓS TRATAMENTO X INSETICIDA,
com x2(,, = 702,510, p C 0,Ol.
DIAS
APÓS TRATAMENTO
TRATAMENTO
CONTROLE FW DDT CE

180 - 1,0852 + 0,3909 + 0,2673 i-0,4270


FW= d e l t m t r i n a f l a w b l e 5 % CE = d e l t m t r i n a concentrado erulsionável
Tabela 18. Coeficientes resultantes da análise logarit-
mica linear para a interação ESPÉCIE X MODAL,IDADE, com
x2@ = 37,130; p < 0,Ol.
MODALIDADE
ESPÉCIES HOMEM PAREDE

A. darlingi + 0,0738 - 0,0738


A. albitarsis - O, 0575 + 0,Ò575

A. braziliensis - O., 0163 + O, 0163

Tabela 19. Coeficientes resultantes da análise logaritmica linear


para a interação TRATAMENTO X ESPÉCIE, com,x2, = 362,670; p < 0,Ol.
TRATAMENTO
ESPÉCIES CONTROLE FW DDT CE
A. dar1ingi + O, 1608 0,2626 - O, 1805 -
+ 0,2823
P
A. albitarsis + O, 1455 + 0,0245 + 0,0711 0,2411 -
i6-
A. braziliensis - 0,3063 + 0,2381 + O, 1094 0,0412+ -
FW = deltametrina flowable 5 %.CE = deltametrina concentrado
emulsionável 2,5 %.
3.2.2. CAPTURA PERIDOMICILIAR E INTRADOMICILIAR DE QUATRO HORAS

Os dados gerais resultantes da captura peri e intra-


domiciliar em quatro horas de trabalho, representados na
tabela 20, mostram que, cerca de 50,OO % dos anofelinos
foram coletados aos 60 dias após o tratamento, havendo um
certo equillbrio nos outros meses. A barraca de sarrapi-
lha tratada com deltametrina FW 5 % (K-Othrine Flow SC-
50) apresentou sempre mais anofelinos, do que a de ráf ia,
com percentuais variando, aproximadamente de 58,OO % a
68,OO % em relação ao total capturado mensalmente neste
tratamento. Na barraca de ráfia, a coleta foi de 22,OO %
a 42,OO %. Para o DDT, de 60 a 120 dias, a captura na rá-
fia foi superior a realizada na sarrapilha (aproximada-
mente 53,OO % a 64,OO % -ráfia e 36,OO % a 47,00 % -
sarrapilha). Aos 180 dias essa relação foi de 26,OO % -
ráf ia e 74,OO % - sarrapilha. No controle de ráf ia, somen
te no primeiro mês a coleta foi superior a da sarrapilha
(64,OO % e 36,OO % ) , nos meses seguintes, oscilou de
31,OO % a 49,OO % para a primeira e de 51,OO % a 69,OO %
para a segunda. Em geral, nas barracas de sarrapilha fo-
ram coletados mais exemplares do que nas de ráfia (consi
derando-se as duas superflcies conjuntamente).
Para as barracas tratadas com deltametrina FW, ver1
fica-se uma equivalência no primeiro e no Último mês. Po-
rém, do primeiro para o segundo mês o decréscimo foi mais
acentuado para o substrato ráfia (62,27 % para 14,50 % )
e do primeiro para o segundo e deste para o terceiro mês,
para a sarrapilha (de 60,55 % para 23,40 % e deste percen
.
tua1 para 8,52 % ) A barraca de ráf ia borrifada com del-
tametrina CE (K-Othrine CE 25), de 60 para 90 dias,
apresentou uma redução de aproximadamente 50,OO % no ntimg
ro de anofelinos capturados, havendo um aumento desses
valores nos dois meses seguintes. Nas barracas onde o DDT
68

Tabela 20. Captura total de anofelinos em cada barraca experimen-


tal.
DIAS APÓS l R 4 T m
l R 4 T m PARBX 60 90 120 180 TUTAL
RÁF IA 434 224 340 111 1109
(39,131 (20,201 (30,601 (10,011 [49,151
aNTlUE 163,821 149,231 {44,391 131,271

Ei"FwPILH9 246 231 426 244 1147


(21,451 (20,141 (37,141 (21,271 [50,841
136,181 150,771 155,611 168,731

RÁFIA 614 143 132 97 986


(62,271 (14,501 (13,391 ( 9,841 [31,571
W 132 ,181 122,241 142,041 ,
13 7 601

SW3PILl-A 1294 500 182 161 2137


(60,551 (23,401 8,521 ( 7,531 E68,431
167,821 177,761 157,961 162,401

RÁF IA 1220 253 258 139 1870


(65,241 (13,531 (13,801 ( J,431 [55,61I
UT 162,761 (64,051 153 o91 125,841

SWW'ILH9 724 142 228 399 1493


(48,491 (9,511 (15,271 (26,721 144,391
137,241 (35,951 146,911 174,161

C€ RÁFIA 276 142 205 241 864

(51,841 (17,081 (17,911 (13,171


W V = d e I t m t r i n a flonable 5 % C € = d e I t m t r i n a concentrado m l s i o n á v e l 2,5?/0.
( 1 = % e n relacão ao total capturado encada barraca. [ I =%em relacão ao total
capturado por t r a t m n t o . 11 =%mrelação ao total por, t r a t m n t o , m cada rrês
de coleta. = % en relacão ao total por substrato. RAFIA* = sen CE.
foi borrifado, a distribuição dos anofelinos foidiferen-
te para os dois substratos, sendo similar apenas aos 120
dias. Na ráfia, aos 180 dias, considerando-se o percen-
tual, houve a menor captura de todo o teste, entretanto,
na barraca construída com sarrapilha, foi encontrado o
percentual mais elevado do período.
Na figura 14 (a e b) encontramos a representação da
captura nas duas modalidades em cada barraca, ao longo
dos meses de coleta. Verifica-se que, independentemente
da densidade, os percentuais no peridomicllio são sempre
superiores aos do intradomicilio, tanto para o controle
como para as barracas tratadas, nos dois substratos.
O valor total encontrado em cada modalidade da prova
por tratamento está representado na tabela 21. Observa-
ndo-se os percentuais, nota-se que os controles e delta-
metrina CE mostraram semelhança de coleta (aproximada-
mente 70,OO % e 30,OO % - CE e 71,OO % e 29,OO % -
controles), ocorrendo o mesmo quando comparados deltame-
trina flowable e DDT, respectivamente, 86,00 %/14,00 % e
89,OO %/11,00 % (figura 15).
De 9.606 anofelinos capturados ao final do experimen
to, 23,80 % foram A. darlingi, 11,81 %, A . albitarsis e
.
64,40 %, A. braziliensis (tabela 22) h cada tratamento
(incluindo o controle), A. braziliensis correspondeu a
mais de 60,OO % da captura. A. darlingi foi equivalente
a percentuais de 26,OO % a 5J,00 % (valores aproximados)
e A. albitarsis, 8,00 % a 10,00 % para controles, deltamg
trina FW e deltametrina CE. Para o DDT, A. darlingi foi
equivalente a 18,OO % e A. albitarsis 17,OO % (figura
16).
As três espécies estudadas foram coletadas com maior
freqüência no peridomicílio, porém, em relação às demais,
A. darlingi foi en~~ontrada com maior freqüência dentro da
barraca (64,65 % - exterior e 35,35 % - interior) (tabela
23).
capturas (%) BARRACAS DE RAFIA

eri intra peri intra peri intra peri intra


CBNTROLE FW DDT CE
FIGURA 14a. FW = deltametrlna flowable
CE = de1tametrina concentrado
ernulsionável.

capturas (%) BARRACAS DE SARRAPILHA

peri intra peri intra peri intra


CONTROLE FW DDT
FIGURA 14b. Petcentual de captura peri e intradomi-
ciliar de anofelinos de 60 a 18b dias
após o tratamento
Tabela 21. Total de anofelinos capturados em cada
modalidade, após 180 dias de coleta, considerando
o tratamento.
TRATAMENTO PERIDOMICÍLIO INTRADOMIC~LIO
CONTROLE 1609
(71,32)

DDT 2978
(88,551
CE 603 261
(69,791 (.3Ot21)
TOTAL 7879 1727
[82to21 [17,981
FW = deltametrina flowable 5 %. CE = deltametrina
concentrado emulsionável 2,5 %.
( ) = % em relação ao total capturado por tra-
tamento.
[I = % em relação a 9606 anofelinos capturados.

Tabela 21a. Coeficientes estimdos segundo


o d e l o log-linear para a associacão TR9-
T m X MWLIDaU, c m $,,,
= 215,955;
p < 0,Ol.
PERI INTRA
CONTROLE - 0,0722 + 0,0722

DDT + 0,0794 - 0,0794


CE - 0,0846 + 0,0846
FW= d e l t m t r ina f I w b I e 5 %
C€ =deItanetrina concentrado m l s i o n á v e l 2 , 5 %
PERI = per idmicíl io. INiR4 = int radmicíl io.
'O0 o
capturas (%)

V
CONTROLE FW DDT CE

intradomicilio peridomicílio
FW - deltametrina flowable
CE - deltametrina concentrado ernulslonável
- . -~
l5
Percentual de captura peri e intradomi-
ciliar de anofeliks, de 60 a 180 dias
após O tratamento
Tabela 22. Total de Anopheles spp capturado em cada tratamento,
após 180 dias de coleta.
I TRATAMENTO
ESPÉCIES CONTROLE FW DDT CE TOTAL
A. dar1 ingi 598 816 604 268 2286
(26,16) (35,70) (26,42.) (11,72) [23,80]
A. albitarsis 180 300 587 67 1134
(15,871 (26,461 (51,761 ( 5,91) [11,81]
A. braziliensis 1478 2007 2172 529 6186
(23,891 (32,441 (35,111 ( 8,551 [64,401
W =d e l t m t r i n a f IcmbIe 5 % CE = d e l t m t r i n a concentrado m l s i o n á v e l 2,9/a
O = % mrelação ao t o t a l capturado por espécie. [ I = % mrelação aos 9.606
anofel inos capturados no t o t a l .

Tabela 22a. Coeficientes estimados segundo o modelo log-linear,


para a associação ESPÉCIE X TRATAMENTO, com x2(,, = 221,312;
?3 < 0,Ol.

CONTROLE FW DDT CE
A. darlingi + O, 0474 - 0,0108 - 0,1314 + O, 0948
A. albitarsis - 0,0780 + O,U302 + O, 1075 - O, 0597
A. braziliensis + 0,03.06 - 0,0194 + 0,0239 - 0,0351
W V = d e l t m t r i n a f l m b l e 5 % CE = d e l t m t r i n a concentrado enilsionável
2,5 %
Tero capturado

1400 / I DAR
ERA -- A darllngr, A L E = A a l b i t a r s l s
A b r a z l l l e n s i s - - - _ - _- -

DAR ' BRA DAR BRA DXR BRA DAR BRA


controle FW DDT CE
F W = deltametrina flowable
CE = deltarnetrina concentrado emulsionavel

FIQURA i 6 Capturas i'ntradomicil'iares de Anòpheles


spp de 60 a 180 dias apcis o tratamento
Tabela 23. Total de Anopheles spp capturado por esp&
cie, em cada modalidade, a ~ ó s180 dias de coleta.
- - --- - ---

MODALIDADE
ESPÉCIES PERI INTRA TOTAL
A. darlingi 1478 808 2286
(64,651 (35,351
A. a l b i t a r s i s 1031 103 1134
(90192) ( 910s.)
A. b r a z i l i e n s i s 5370 816 6186
. . ,
(86.811 (13.19)
. . *

O = % mrelação ao total capturado por espécie.


PWI = per idanicíl io. INTR4 =~int r a d h i c í l io-.

Tabela 23a. Coeficientes estimados segundo o


modelo log-linear, para a associação E S P ~ C I E
X MODALIDADE, com x ~ =~ 493,632;
, p 0,Ol.

PERI INTRA
A. d a r l i n g i - 0,1577 + 0,1577
A. a l b i t a r s i s + 0,0734 - 0,0734
A. b r a z i l i e n s i s -f 0,0843 - 0,0843
Para todas as espécies, os horários de maior captura
foi o mesmo, ou seja, de 19h00 as 20h00. No intervalo de
20h00 às 21h00, foi coletado 21,00 % de cada espécie,
entretanto, no primeiro horário (18h00 às 19h00), A.
darlingi foi a espécie menos frequente, considerando-se
o percentual, triplicando o número encontrado para o se-
gundo horário para as demais espécies, valores menores f~
ram encontrados no periodo de 21h00 às 22h00 (tabela 24) .
Em relação à média de mosquitos por homem/hora em
cada barraca (tabela 255 , constata-se resposta dif eren-
ciada da mesmas. Para a deltametrina FW observou-se que
após 60 dias os valores do intradomicilio tornam-se redu-
zidos, de forma mais acentuada aos 180 dias, cor responde^
do a uma diferença de 82,21 % em relação ao peridomi-
cilio. Para o DDT, neste mesmo período, a diferença foi
de 79,65 %. Considerando-se a atuação dos dois inseti-
cidas aos 60 dias, verifica-se que para a deltametrina
tem-se o valor muito próximo ao observadq aos 186 dias
.
(82,22 % ) Para o DDT, esse valor aos 60 dias foi de
92,71 %, acusando portanto uma redução de 13,06 %.
Para uma comparação mais acurada dos dados obtidos
foi realizada uma análise de variância eni parcelas subdi-
vididas, considerando-se como lltratamentoswos insetici-
das empregados e os controles, distribuindo-se os resul-
tados das capturas nas duas modalidades (peri e intradomi
cílio) em quatro blocos equivalentes a cada uma das amos-
tragens realizadas nos meses de coleta. 0s resultados da
análise de variância observados na tabela 26, evidencia-
ram que ao nlvel de 5 % de significância, admite-se dife-
rença entre a s tratamentos, pois o F calculado (12,16)
foi superior ao tabelado (F3;9;5 46 = 3 ,86). O mesmo foi
(F,,, = 108,71 ; F1;12;5
observado para llmodalidadesll 46 = 4,75)

e para a interação llmodalidadesX tratamentost1 (Fcdc. -


-
= 3,49)
12,98; F3;12;5s
Tabela 24. Total capturado por espécie, em cada horário, após
180 dias de captura.

HORÁRIO A. darlingi A. a l b i t a r s i s A. b r a z i l i e n s i s TOTAL


18 - 19 346 274 1755 2375
(15,141 (24,161 (28,371 [24,721

21 - 22 424 178 1152 1754


(18,551 (15,701 (18,621 [18,261
TOTAL 2286 1134 6186 9606

O = Percentual an relação a captura por espécie. [ I = Percentual en rela-


ção aos 9606 anofelinos capturados no t o t a l .

Tabela 24a. Coeficientes estimados segundo o modelo


iog-linear, para a associação HORÁRIO x ESPÉCIE,
com x2@) = 153,530; p c O,OI.

A. darlingi A. albitarsis A. braziliensis


Tabela 25. Índice de mosquitos por homem/hora para a captura peri e in

PWI = per idanicíl io. lNiR4 = intradanicíl io.

Tabela 26. Análise de variância para os resultados das capturas peri


e intradaniciliares por trat-nto nos quatro períodos de coleta.
C.V. G.L. S.Q. Q.M. F
B m 3 210.667,13
TFUKTNWRX (T) 3 478.765,13 159,588,3767 12,16
FESÍlXl (a) 9 118.133,62 13.125,9578
(PPRCIEM) (15) (807.565,88)
(M)
~ I D 6 o E s 1 1.182.722,005 1.182.722,005 108,71
I ~ C Ã O M X T 3 423,663,245 141.221,0817 12,98
RESílXl (b) 12 130.553,75 10.879,4792
Assim, como a interação foi significativa, indicando
que os tratamentos têm comportamento diferente em relação
às modalidades, torna-se necessário avaliar o efeito da
modalidade em cada tratamento separadamente. Os resulta-
dos desta análise evidenciaram que apenas o "tratamento
CEtlnão foi significativo (F,, = 1,34 ; F = 4,75) ,;,,;,,
Na .
tabela 27, constata-se a magnitude da diferença nos v a l ~
res de F entre os tratamentos 1 (controles), 2 (deltame-
trina FW) e 3 (DDT) .

Tabela 2 7 . Análise .de variância para cadà interação das


modalidades dentro dos tratamentos.
C.V. G.L. S.Q. Q.M. F
BLOCOS 3 210.667,13
TRATAMENTOS (T) 3 478.765,13 159.588,3767 12,16
RESÍDUO (a) 9 118.133,62 13.125,9578
(PARCELAS) i15 (807.565,88)
MODAUDADEX TRATAMENTO 1 1
MODAUDADEX TRATAMENTO 2 1
MODAUDADEX TRATAMENTO 3 1
MODAUDADEX TRATAMENTO 4 1
RESÍDUO ( b ) 12

TOTAL 31 2.544.504,88
. -.
. . - ,. = 4 r 75
Fltns
TRATAMENTO 1 = controle, TRATAMENTO 2 = deltametrina FW 5 %,
TRATAMENTO 3 = DDT, TRATAMENTO 4 = deltametrina CE 2,s %.

A análise de correlação permitiu verificar quais os


parâmetros significativos para o modelo, onde são estuda-
dos os parametros: número de dias após o tratamento
(DIAS), espécie (ESPÉCIE), inseticidas e controle (TRATA-
MENTO), modalidade de captura (MODALIDADE) e horário de
coleta (HoRÁRIO). Os coeficientes dos efeitos principais
- todos significativos, encontram-se na tabela 28.
Tabela 28. Pargmetros significativos, segundo o modelo log-linear,
para as coletas peri e intradomiciliares (efeitos principais).
PARÂMETRO COEFICIENTES INTERVALO DE x2(a.=.)
CONFIANCA 95 %
DIAS ~ 9 6 ~ 2.821, 180,)
l l W T M + 0,1984 (+ 0,0782 - + 0,3186)
60
90
-- 0,1352
0,0638
( - 0,2569
( - 0,1243
- - 0,0134)
- + 0,1167)
120 - 0,0594
189

ESPÉCIE 4252',248@)
A. darlingi - 0,0177 ( - 0,1159 - + 0,0805)
A. albitarsis
A. braziliensis - 0,3042 ( - 0,4046 - - 0,2038)
+ 0,3219

MB4Ll[3pDE 4266 640(,)


Per idanicll i o + 0,2345 (+ 0,1648 - + 0,3043)
Int radanicfl io - 0,2345

2OhOO - 22hOO - 0,0520 +


4 - 0,1734- - 0,0694)
2Ih00 - 22h00 - 0,1421
F W = d e I t m t r i n a f I m b l e 5 % CE.,=deItmtrina concentrado m l s i o n á v e l 2,9)/a
0s coeficientes estimados para a associação
TRATAMENTO X MODALIDADE (tabela 21a) indicam que os mos-
quitos tendem a diminuir a freqüência no interior das
barracas tratadas com deltametrina FW e DDT, havendo
associação negativa com esta modalidade para os -dois
tratamentos e positiva com controle. A tabela 22a,
evidencia que A. darlingi tende a ser mais freqüente nas
barracas controle e tratada com deltametrina CE. A.
braziliensis apresentou associação positiva com controle
e DDT e A. albitarsis foi indiferente ao tratamento, como
indicam os coeficientes (associação positiva com deltame-
trina FW e DDT).
Na tabela 23a estão representados os coeficientes
para a interação ESPÉCIE x MODALIDADE. Verificamos que,
das três espécies estudadas, A. darlingi foi a única a
apresentar associação positiva com o intradomicilio.
Em relação aos horários de captura (tabela 24a), os
coeficientes permitem observar que A. darlingi é mais
frequente a partir de 19h00, A. albitarsis nos horários
iniciais (de 18h00 às 20h00) e que A. braziliensis não
obedeceu a um padrão.
3.2.3. PROVA BIOLÓGICA DE PAREDE

Na área do Maruanum (tabela 29), para as provas bio-


lógicas de parede, foram empregados 1.875 anofelinos no
total, sendo 1.500 para as barracas tratadas e 375 para
os controles. Durante todo o período de teste, não houve
mortalidade nos controles. A deltametrina na formulação
concentrado emulsionável (CE), apresentou baixa ação resi
dual, não causando mortalidade aos 180 dias, embora até
60 dias após a aplicação apresentasse valores elevados de
mortalidade (100,OO % -30 dias e 74,67 %- .
60 dias) Aos
120 dias, mostrou efeito próximo ao do DDT (41,33 % - del
tametrina CE; 45,33 % -DDT/ráfia e 42,67 % -DDT/sarrapi
lha), perdendo totalmente sua ação nos dois meses seguin-
tes. Deltametrina FW mostrou percentudis elevados em am-
bos os substratos, os valores mais baixos foram 90,67 %,
nas barracas de ráf ia e 70,67 %, nas de sarrapilha. O DDT
apresentou valores menores que a deltametrina FW, sendo
45,33 % e 36/00 % os percentuais mais baixos de mortali-
dade nas paredes de ráfia e sarrapilha, respectivamente.
Foram utilizadas seis espécies de Anopheles nos
testes (figura 17) : A. braziliensis, An. darlingi, A n .
albitarsis, An. nuneztovari, An. triannulatus e A.
peryassui, correspondendo, respectivamente, apercentuais
de 45,28 %, 30,51 %, 11,79 %, 8,80 %, 2,03 % e 1,60 % da
captura total. A. darlingi foi a espécie predominante aos
30 dias após o tratamento (julho de 1989), equivalendo a
70,40 % da captura mensal. Nas demais provas, A.
braziliensis foi a espécie mais coletada, contribuindo
\.

com 42,67 %, 62,93 %, 66,67 % 41,87 % das capturas


realizadas aos 60, 90, 120 e 180-dias (tabela 30).
A distribuição dessas espécies nas barracas controle
de cada substrato está representada na tabela 31,
ressalta-se que não houve mortalidade nas mesmas.
T a k l a 29. Mortalidade observada nas provas biolbgices de parede realitadas com AnoDheles spp, no M a m a m
(AP), em superffcies de r 6 f i a e de sarrapilha, no pertodo de julho a dezembro de 1989.

NÚMERO
DIAS DE MSWITOS RAFIA SARRAPILHA
APÓS TESTADOS
TRATAMENTO POR BARRACA
FW DDT CE FW ODT

Total 375 356 (94,93) 319 (85,07) 180 (48,001 309 ( 8 ~ ~ 4 0 )275 (73,331

A mortalidade f o i negativa em todos os controles. ( ) = Percentual de mortalidade.


FW = deltemetrina flowable 5 X. CE = deltametrina concentrado emilsion6vel 2,5 X.

capturas (%)
4 rin

30 60 Q0 120 180
dias aoós tratamento

esp6cles
A. darlingi 0 A , albjtarsis A. braziliensis
A, nuneztovari A. triannulatus IA peryassui
.

l7 Percentual de captura de espbcies de


Anopheles para as provas biológicas
de parede no Maruanum
Tebela 30. Captura mensal de anofei inos para as provas
biológicas de parede realizadas no Maruanuri (AP).

ESPÉCIES*
DIAS TOTAL
APOS
TRATAMENTO 1 2 3 4 5 6

TOTAL 572 221 849 165 38 .30 1875


* ' i = A. darlingi. 2 = A. albitarsis. 3 = A. braziliensis.
4 = A. nuneztovari. 5 = A. triannulatus. 6 = A. peryarsui.

Tabela 31. Distribuicão das espécies de Anopheies nas barracas controle, para as provas .biológicas
de parede no Maruanun.

DIAS RÁFIA SARRAPI LHA


APOS TOTAL TOTAL
TRATAMENTO
1 2 3 4 5 6 * 1 2 3 4 5 6 *

TOTAL 81 22 86 18 10 08 225 36 16 75' 21 O1 O1 150

*1 = A. darlingi. 2 = A..albitam's. 3 = A. bmziliensis. 4 = A, nuneztovari. 5 = A. nimulatus. 6 = A. peryassui.


A.distribuição das espécies em cada barraca, com a
respectiva mortalidade, está representada nos quadros 01,
02, 03 e 04. A. braziliensis, nas barracas de ráfia tra-ta
das com deltametrina FW (quadro Ol), foi a espécie que
apresentou maior percentual de mortalidade (96,32' % ) em
relação ao número testado. A. nuneztovari foi a espécie
que menos morreu (88,46 % ) , isso se não considerarmos A.
triannulatus e A. peryassui, presentes em pequena
quantidade - quatro indivíduos cada uma-; A. albigarsis e
A. darlingi apresentaram elevado nível de mortalidade,
96,OO % e 94,53 %, respectivamente. Para a barraca de
ráfia borrifada com DDT (quadro 02), observa-se uma
diferença nessa ordem, A. albitarsis foi a espécie que
mgis sofreu a ação do DDT, com 97,83 % de mortalidade,
seguida por A. darlingi (90,OO % ) e A. nuneztovari (8-1,82
% ) . A. braziliensis foi a espécie que mostrou menor
mortalidade (78,84 % ) ; as demais espécies apresentaram
baixa freqüência.
Nas barracas de sarrapilha, a ordem de mortalidade
foi a mesma para ambos os iriseticidas, oú seja, A.
albitarsis, A. darlingi, A. braziliensis e A.
nuneztovari . Na barraca tratada com deltametrina 6W
(quadro 03) os percentuais foram de 96,97 %, 86,81 %,
8 1,46 % e 68,OO % , respectivamente. Na barraca de DDT, na
mesma ordem de espécies, os valores foram bem mais baixos
do que nas demais barracas - 88,89 %, 84,25 %, 68,99 %
e 25,00 % (quadro 04).
Os resultados também foram divididos por grupos de
cones para verificar se o efeito do inseticida sofre
influência da altura no substrato. Assim, classificou-se
os dados em dois grupos: CONE INFERIOR (corresponde aos
dois primeiros cones e a uma altura de até 60 centímetros
a partir do solo) e CONE BUPERIOR (corresponde aos três
últimos cones e a uma altura de 60 a 120 centlmetros).
Para as barracas de ráfia (tabela'32), observamos
Qaadro 81. Percential de rortal idade das - estecies de Aiophef PS testadas na barraca de r i f i a
tratada ~omdeltaretrina FW nas provas biologicas de parede no Haraanar.
1 PIBS
i eles
ITBBTBHEHTO
I1 1 1
ESFECIES*
2 3 4 5 1 6

u 1 = R. daflingi 4 = A. nrtn~zfova~i
2 = A. afbifarsis 5 = A . friannuiaflro
3 = A. braziliensis 6 = A . peryassui I=%G, de rortosi
.H!! testado

Qiadro.02. Bercential de rortalidade das-eppkies de Aoopheles testadas na barraca


de rafia tratada com P l T nas provas biologicas de parede no Harranir.

* 12 == A.A . darf ingi


albitafsis
4
5
=
=
A. nonrnfovari
R . trianfiuíafus
con=w%
3 = A . b f a z i l iensis 6 = A . perysssui utilizada
H% testado
Quadro #.
Percentual de mortalidade das espécies de Anupheies testadas na barraca
de sarrapilia tratada com deltametrina FU, nas provas biologicas de parede no Ua-
r.anun.
BIAS ESPÉCIESE
APóS !
TBATAHEHTO 1 I 2 I 3 i 4 I 5 6
I 56 11 88 8
- 9
- 8
- I
1 38 89.29% 188.W 188,Wx
! 58 1 11 88 - 1 -
18 21 33 02 81 08
68 188.8BL lWb,BB/. 188,WL i W , ~ lBB,M& 1W,W
10 21 33 82 81 08
11 8
- 54 87 81 02
98 54.55L 81.58% 85.7lx 1W.W. 58,BBi.
06 - 44 06 81 81
06 8 54 14 61 0
128 83,335! - 75 ,93X 58, WL 8 -
05 - 41 07 8 -I
I
08 91 27 29 18 8
188 1B8,0@h
08 H
0 65.52% 1 79.37%
19 1 19
80.Wx
93
1
-
-1 1
I
TOTAL
91
86.81%
79
133
I
178
96197%321 81n46%143
158
68.9&r
34
113
76.92%
18
18
1 99.iH&
BP
1
I 1I I

I;iiQ. de mortos/
HQ. testado

Quadro 04. Percentaal de iortalidade das esgècies de A.aupheles testadas na barraca


de sarrapilfra tratada com BDT, nas provas biologicas de parede no Uarnanum:

E 1 = A . dar1 ingi 4 = A . ncr/lezfovari


2 = A . albifarsis 5 = A . fr/annulafus Conven-
3 = A . braz i f iens i s 6 = A . per~assui
;rH!. de iaortos/ -
ção uti
H!?. testado
lizada
para os
quadms
Tebela 32. Mortalidade observada nas'provas b i o l ó g i c a s de parede,
realizadas no Maruanun.Resultados por grupos de cones no substrato
r 6 f ia.

deltametrina FW DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO cones cones
inferior superior inferior superior

TOTAL 137 219 108 21 1


191,331 197,331 172,001 [93,781
( ) = percentual em relação ao t o t a l de mosquitos testados nos
cones; 30 no cone i n f e r i o r e 45, no superior. 1 I = Percentual
em relação a 150 mosquitos testados no cone i n f e r i o r e 225, no
superior .

que a mortalidade nos cones superiores mostra valores


mais elevados do que nos inferiores, tanto em valores
absolutos, como também quando comparamos o percentual de
mortalidade em relação ao total testado no próprio grupo
de cone. A Única exceção ocorreu aos 120 dias na barraca
tratada com deltametrina FW. Os dados das barracas de
sarrapilha estão representados na tabela 33 e mostram
também que a mortalidade nos cones superiores é mais
elevada do que nos inferiores. Porém, essa situação foi
invertida aos 120 e 180 dias para o DDT e aos 180 para a
deltametrina FW.
O melhor modelo representativo (mais parcimonioso)
dos dados das provas biológicas de parede no Maruanum
após 30 minutos de exposição dos anofelinos aos
inseticidas, está composto pelos coeficientes
representados na tabela 34. Com esses coeficientes foram
T h L a 33. Mortal idade observada nas prova bfológicas de parede,
realizadas no Maruamm. Resultados por grupos de cones no
substrato sarrapilha.

deltametrina FU DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO cones cones
inferior superior inferior superior

30 26 43 30 45
(86,67) (95,56) (100,OO) (100,OO)
60 30 45 24 42
(100,OO) (100,OO) (80,OO) (93,33)
90 17 41 30 45
(56,671 (91,111 (100,OO) (100,OO)
120 17 36 19 13
(56,671 (80,OO) (63,331 (28,891
180 22 32 15 12
(73.33) (71,Il) (50,001 (26,67)
TOTAL 112 197 118 157
174,671 187,563 178,671 169,781
( ) = percentual em relação ao t o t a l de mosquitos testados nos
cones; 30, no cone i n f e r i o r e 45, no superior. C I = Percentual
em relação a 150 mosquitos testados no cone i n f e r i o r e 225, no
superior.

Tabela 34. Coeficientes preditos por análise de regressão logística para o


Wruanun, após 30 minutos de exposicão dos anofelinos aos inseticidas.
Te rrrp Coeficientes Erro padrão L.R. (
, ,,
P -1,750 O, 185
/3( ins=AN) 3,445 0,161
711.69+,,,
B(par-1 0,851 O, 146
34,09 (I,
B (dias) -0,010 57,m
0,001
+ ün todas as tabelas, o p r irrei ro L.R. representa a signi f icânciál'tanto
do parâmtro c m dos coeficientes de inseticida.
preditas as taxas de mortalidade para cada combinação de
alguma variável com inseticida (tabela 35).
O modelo mais parcimonioso escolhido para
representar os dados da mortalidade total após 24 horas
de repouso, ou seja, a soma da mortalidade aos 30 minutos
e às 24 horas, encontra-se na tabela 36.
As taxas individuais de DDT e deltametrina FW,
influenciadas por uma variável apenas (tabela 37) são
observadas nas figuras 18, 19, 20 e 21, onde são
comparadas as taxas preditas para 30 minutos e total.

Tabela 3 5 . Taxas de mortalidade preditas para as combina-


ções das variáveis em estudo com cada inseticida testado,
para o Maruanum, 30 minutos após a exposição de Anopheles
SDD aos inseticidas.

PARÂMETROS DDT. FW
médias O,12 2,77

Sarrapilha 0,07
parede
Ráf ia 0,16

30 0,21
Dias 60 0,15
90 Q,11
120 0,08
180 0,05

Cone INF
SUP O, 09 3,39
W V = d e l t m t r i n a flonable 5 % IW = inferior, a t é 60 a n d e a l t u r a .
9UP = superior, de 60 u n a 120 un.
T a b e l a 3 6 . Coeficientes preditos por analise de regressão logíç-
tica para o Maruanum, 24 horas após o periodo de repouso, conside-
rando-se a mortalidade total.

i
Termo Coeficientes Erro Padrão L R k.1.)

I-1 4,148 0,325

B (dias) -0,029 0,002 150 129,1)


B(FW X dias) 0,017 0,003 22 r
D(RAF X dias) 0,010 0,003 11 r 52(1)
B(RAF X cone) 1,697 0,288 22 ,39m -?

+tintodas as tabelas, o primeiro L.R. representa a significância tanto do parâ-


m t r o v, e m dos coeficientes de inseticida.

T a b e l a 3 7 . Taxas de mortalidade preditas para as combina-


ções das variáveis em estudo com cada inseticida, para o
Maruanum, 24 horas após o periodo de repouso.
DDT FW
médias 3,81 7,61

Sarrapilha 2,48
parede
Ráf ia 6,74

Dias

Cone INF 3,09 4,90


SUP 4,45 11,57
RN= de1 tamtr ina f IahabIe 5 %
Na figura 18 observa-se que a deltametrina FW teve o
efeito de incrementar em grande magnitude a mortalidade
sobre o DDT. Aos 30 minutos, contudo, a deltametrina apre-
sentou todo seu potencial, enquanto que para o DDT, sua ação
é maior às 24 horas. Comparando-se o efeito da ráfia com o
da sarrapilha (figura 19), observa-se que a primeira superfl
cie também causou um incremento na mortalidade produzida pe-
los dois tratamentos. Verifica-se também que aos 30 minutos
a ação da deltametrina FW foi superior, e ap6s 24 horas, a
mortalidade produzida pelo DDT aproxima-se daquela. Quando
considera-se a influência do número de dias após o tratamen-
t a sobre o efeito inseticida dos produtos, percebe-se a supg
rioridade da ação da deltametrina FW aos 30 minutos, porém,
o comportamento do efeito "diasm não foi diferente entre os
inseticidas, cujas atividades diminulram a uma taxa de 0,01
por dia. Às 24 horas, ou melhor, analisando-se a mortalidade
total, o DDT apresentou valores de mortalidade mais elevados
até os 60 dias, quando começa a perder rapidamente sua ativi
dade. Os coeficientes demonstram quetaatividade da deltame-
trina FW se manifesta depois de algum tempo da aplicação,
.
perdendo seu efeito mais lentamente (iigura 20) Verif ican-
do-se a influência da altura no substrato (medida pelos gru-
pos de cones) na atividade dos tratamentos (figura 21) , cons
tata-se que a mortalidade é mais elevada nos cones mais al-
tos (60 cm a 120 cm) para os dois inseticidas, à exceção de
DDT aos 30 minutos, onde os valores mais altos foram encon-
.
trados no ItconeINFtt Não se observou o efeito! de "conettaos
30 minutos.
Com base nesses resultados foram preditas as taxas e
a mortalidade esperada para os dois inseticidas em cada
substrato ao longo do tempo. 0s cálculos foram efetuados
para um período de 3 0 a 240 dias após o tratamento e estão
representados nas tabelas 38 e 39. Esse procedimento permi-
tiu estabelecer comparações dos dados da área experimental
com os garimpos.
f # mortos : 1 vivo1

após 30 minutos total após 24 hor-as


período de tempo após expósisiçao

DDT
i- .-.deltãmetrina FW

F I Q ~ R 18.
A Taxas de mortalidade de Anopheles spp
preditas por regressao logistica
a partir das provas biológicas de parede
no Maruanum
( # mortos : 1 vivo)
100 t
1
- .x- DDT -+deltarnetrlna FW

1
0.0 1 sarrapllha
r8fla sarrapllha
aP68 30 rnlnutos
r6fla
total ap6s 24 horas
PerfOdo de tempo ap6s exposlcao

FIQURA 1s. Taxas de mortalidade de Anopheles spp


preditas por regressao logl8tica para
cada substrato, a partir das provas
biológica8 de parede no Maruanum
( # mortos : 1 vivo)
100 t I
..x...ooT +deltametrlna FW
25,79
X

V." I
3060Q0120 180 306090120 180
dias após tratamento
ap6s 30 minutos total 8 ~ 6 s24 horas

FIQURA 20. Taxas de mortalidade de Anopheles spp


preditas por regressa0 logística
a partir das provas biolõgicas de parede
no Maruanum
( # morto8 : 1 vivo)
100
I
I ..X-..DDT -9- deltametrlna FW

I
0.01 Iinferlor superior inferlor superior
ap6s 30 minutos total apõs 2 4 horas

FIQURA 21. Taxas de mortalidade de Anopheks spp


preditas por regressa0 logistica
a partir das provas biol6gicas de parede
no Maruanum, por grupo de cone
T e k l a 3ü. Resultados da a n á l i s e de regressão das provas b i o l ó g i c a s de parede,
realizadas no Maruanun (AP), no substrato r 6 f i a .

Taxas X #*demortos #**demortos


DIAS
APOS
TRATAMENTO FW DDT FW DDT FW DDT FW DDT

FW = deltecnetrina flowable 5 X . #* = número de mortos p r e d i t o para 75 anofelinos


por barraca. #** = núnero de mortos p r e d i t o para 90 anofelinos por barraca.

Tebela 39. Resultados da a n á l i s e de regressão das provas b i o l ó g i c a s de parede,


de parede, realizadas no Hanianun (AP), no substrato sarrapilha.

Taxas X #* de mortos #** de mortos


DIAS
APOS
TRATAMENTO FW DDT FU DDT FW DDT FU DDT

fU = d e l t m t r i n a flowable 5 X. #* = núnero de mortos p r e d i t o para 75 anofelinos


por barraca. W* = número de mortos p r e d i t o para 90 anofelinos por barraca.
A predição para as barracas de ráfia encontra-se na
tabela 38. Observa-se uma lenta diminuição no efeito da
deltametrina FW, ao contrário do que ocorre com o
DDT. Este, apesar de causar mortalidade mais elevada do
que a deltametrina FW nos dois primeiros meses, perde
rapidamente seu potencial.
Na tabela 39 estão os resultados da predição para as
barracas de sarrapilha de 30 a 240 dias. Tanto para a
deltametrina FW como para o DDT, a mortalidade até 60
dias é muito elevada, maior do que nas paredes de ráfia.
A diminuição da atividade inseticida dos dois produtos
ocorre mais rapidamente neste substrato, sendo muito
maior para o DDT.
A comparação entre os percentuais de mortalidade
preditos e observados de cada barraca é encontrada na
figura 22. Constam as provas de 30, 60, 90, 120 e 180
dias, sendo possível observar o comportamento da
deltametrina FW e do DDT nos substratos empregados.
Constata-se redução abrupta do potencial do DDT ao longo
do tempo, em especial na sarrapilha. A deltametrina, ao
contrário, apresenta uma redução gradativa de sua ação.
A deltametrina FW nas paredes de ráfia aos 180 dias, tem
atividade superior do que o DDT aos 120 dias -
mortalidade observada e aos 90 dias - mortalidade
prevista. Na sarrapilha, aos 180 dias é superior ao DDT
aos 120 dias - mortalidade observada e prevista.
Na tabela 40 constam os resultados da análise de
regressão para a interação ESPÉCIE X INSETICIDA, e a
comparação da taxa predita para cada espécie está
representada na figura 23. Para os dois inseticidas
(deltametrina FW e DDT), observa-se uma mesma seqüência
quanto à ordem de espécies mais sensíveis à ação desses
produtos.
m t a i a s o (8)
im
,.'
-------.
-----7.

- - --- .-*---- -
..-. . .... .L.....
....... ....
---. ...
1.*.--.-......L..,;
i.. ..
, .. r

.--. . . . '.......... --. -. \*.. :


U) ----C rn .'r-I---
,. ...
--- .......... .-..... 2 ........ .--. 2 .-................
; *.- .- &."-2.
, ----.,,

10. --.-i ............................ ,o .............. -'----'--""- ..... ........


.-...de -I- .-O..dL -.W.
O'
w m c Q Q 0 m $ m c Q l I o w
ains aote traimanto aias aote tratar)pnto

FIGURA 22. Compar~~ao.,gntre 0s percentuais dê mortalidade


de Anopheies spp oDservados e preditos por
regressa0 a partir das provas biológicas de
Parede no Maruanum

T e k l a 40. Taxas de mortalidade preditas pela anhlise


de regressão loglstica para o efeito da interaçáo E S P ~
CIE X INSETICIDA no Maruanun.

X' taxas
ESPECIES
FW DDT ÇU DDT

FW = deltametrina flowable 5 X.
espécies

A. albitarsis ....................,6.

A. darlingi 5.54

A. braziliensi
4.23

A. peryassui 3.81

A. t r i a n n u l a t u
3.17

tratamento
. . . . .

A. nuneztovari 1-82 . : : deltametrina F W


DDT

nQde mortos: 1 vivo


figura 23. Taxas preditas por regressa0
- logistica h

a partir das provas biológicas de parede


no Maruanum, para a interaçao
ESPECIE X INSETICIDA
3.3. ATIVIDADES NAS ÁREAS DE GARIMPOS

3.3.1. PROVA BIOLÓGICA DE PAREDE

Para as provas biológicas de parede nos garimpos


(tabela 41), constatou-se maior atividade inseticida no
tecido ráfia e atividade superior da deltametrina em rela
ção ao DDT. 0s percentuais de mortalidade foram altos até
os 60 dias após o tratamento, a partir daí, as diferenças
entre as duas superfícies e os inseticidas aumentaram. Ou
seja, a mortalidade na ráfia se tornou mais elevada em
relação à sarrapilha, e a mortalidade causada pela delta-
metrina FW, mais elevada que a do DDT. 0s percentuais de
mortalidade variaram para a deltametrina de 34,67 % a
100,OO %, na ráfia e de 23,81 % a 97,53 %, na sarrapilha.
Enquanto que, para o DDT, foi de 22,67 % a 91,36 % e
12,22 % a 92,59 %, nos dois substratos. Nos garimpos foi
constatado um certo nível de mortalidade nos controles,
sendo necessário, em alguns casos, corrigir os percentu-
ais de mortalidade pela Fórmula de Abbott. Considerando
todo o experimento, foram empregados 2.400 anofelinos,
sendo 1.800 em superfícies tratadas e 600 nos controles.
Para as provas biológicas dos garimpos os anofelinos
foram coletados no Sítio Santa Luzia, no Maruanum, sendo
encontradas oito espécies de Anopheles (tabela 42 e
figura 24) : A. darlinqi , A. nuneztovari , A. braziliensis,
A. albitarsis, A. peryassuí, A. triannulatus, A.
apicimacula e A. oswaldoi, correspondendo respectivamente
aos seguintes percentuais, em relação aos 2.880 captura-
dos no total: 58,72 %, 19,62 %, 16,53 %, 2,33 %, 2,29 %,
0,38 %, 0,10 % e 0,03 %. A. nuneztovari foi a espécie
predominante aos 30 e 60 dias após o tratamento, ou seja,
39,17 % e 50,63 % da captura mensal (480 fêmeas), respec-
tivamente. A partir do terceiro mês, A. darlinqi foi a
Tabela 41. Resultados das provas b i o l ó g i c a s de parede realizadas com Anopheles spp, em gariinpos do Estado do Amapá.

NÚMERO RÁFIA SARRAPILHA


DEMOSQUITOS
DIAS TESTADOS
APOS POR BARRACA Mandioca1 I / Gaivota Mandioca1 I 1 / Vicente Fofoca I / V i l l a s e Antônio ~ o f o c aI 1 / Jornal
TRATAMENTO <INSETICIDA/
CONTROLE)
FU CONTROLE DDT CONTROLE FW CONTROLE DDT CONTROLE

TOTAL 540/180 453 (81,99) 19 332(56,12) 22 317 (55,221 14 201 (32,331 13

FU = deltametrina flowable 5 %..( 1 = Percentual c o r r i g i d o pela Fórmula de Abbott.

Tabela 42. Captura mensal de anofelinos pata as provas b i o l ó g i c a s


de parede realizadas em garimpos do Estado do Amapá.

DIAS ESPÉCI ES*


APÓS TOTAL
TRATAMENTO

TOTAL 1691 67 476 565 11 66 03 01 2880

*1 = A. dnriingi. 2 = A. albitarsis. 3 = A. braziliensis.


4 = A. nuneztovari. 5 = A. triannutatus. 6 = A. peryassui
7 = A. apicimacula. 8 = A. oswaldoi
capturas (%)

30 6O 90 120 180 240


dias apos tratamento

esp6cles
A darling~ n A. b r a z i l ~ e n s i mA. nuneztovarl
A, a l b ~ t a r s ~ s
A. t r i a n n u l a t u m A. peryassui A. a p i c i m a c u l ~A. oswaldo~

F I G U R A 24Percentual de captura de espécies de


Anopheles para as provas biológicas
de parede nos garimpos

espécie mais frequente, correspondendo a 69,79 % 90 dias, a -


90,OO % - 120 dias, a 83,96 % - 180 dias e a 54,79 % 240 dias. -
Na barraca de ráfia tratada com deltarnetrina FW (Mandio-
cal I/Gaivota), a mortalidade no cone controle (quadro 05) va-
riou entre 3,33 % (aos 90 e 240 dias) e 20,00 % (aos 120 dias).
De cinco espécies testadas houve morte apehas em A. darlingi
(13,54 % de 9.6 testadas) e em A. braziliensis (8,96 % 67) - .
Quanto aos mosquitos expostos (quadra 061, A. albitarsis foi quem
mais sofreu a ação inseticida (100,OQ ) seguida de A.
braziliensis (95,85 %), A. nuneztõvari (77,78 % ) e A. darlingi
.
(73,26 % ) A. peryassui e A. apicimacula, embora com percentuais
elevados de mortalidade, foram pouco freqüentes. A Q 30
~ e 60 dias
houve 100,OO % de mortalidade em relação aQS 90 anofelinos
testados mensalmente, o menor n5vel de mortalidade ocotreu aos
180 dias, 45,56 % de 90 expostos aos inseticidas.
Qaaaro 85. Fercentaal de aort-a!idade das espécies de Anqpheies testados nos con:
troler ara as barracas de rafia tratadas com aeltanetrina Fii rios gariapos iYandi-
oca1 ~lgaivota.
' 11IAS ESIÈCIESX
AFiS TOTAL
IBASAHEHTO I i 2 3' 4 6
i1 03 14 8 - 02 I 38
I 38 9,W 8 14,29% - 0 18,BBi:
I 81 8 02 0 03

I
I
60 /* e 0
i3
25
12, BB'A
03
8 -
-
8
- -
38
10,m
e3

le
/ 240
119
1 5.26%
81
I1a 0
8
0
8
89
8
0
- -
ia8
3,334
01
96 08 67 07 02 1188
TOTAL 13,54X 8 8,9& 0 8 10,56%
I 13 8 86 8 8 19

* 21 == A.A . dari ingi


albifarsis
4
6
=
=
A . ~unezf#ar i
A . peryassui
3 = A . b r a z i i iensis

Qnadro 86. Percential de mortalidade das e s ècies de Anopheles testadas nas barracas ae rãria tratadas
coa de1t u e t r i n a Fii nos garimpos Handiocal bbaivot a.
BIAS ESPECIES E
SOTaLs
AI6S
1
a
I
t
PIIITAHEHTO 1 2 I 3 4 6 7
98
-
28
l60Iew'
113
1043, W%
44
1W,W'
83
lW,$%!!
02
l W , ~
8 - - lW,~.
13 44 03 82 98
98
68
li
188,W. lW.sB%
71
188,
83
160,W !
8 -
.
8 - - l ~ , W98. .
li 71 03
13 03 66
98 ll,WB,: il,BB/. 95,45X 96,56X
13 03 63 Bi 87
98
88 B - 8 - 82 8
- -
i3 - - 78,8&.
120 78,4iX
69 - 8
8 69
98
86 8 - Bl 81
0
82
59, e0"
8 - 34,67X
18EI 45,35%
39 - 18(8,tB"
01 8 01 - 41
147 e4 35 102 82 8 - 98
248 85.11X 198,Oe. 82,86X 58, W! 1W,W% - 83,90X
48 29 81 02 76
273 '25 217 18 66 81 5416
TOTAL 73,26% 100,8g% 95,85X 77,78% 83,33x 188,W! 81,99%
453
288 25 203 14 85 Bi 1
x i = A. darfingi 4 = A. nunez f w a r i
2 = A. albifarsis 6 = A. peryassu i convenção utilizada
3 = A. brsz i i iens i5 7 = A . apicinacula
./;H!?. de nostos/
H!?, testado para os quadros 05 e
06.
Nos garimpos Mandioca1 II/Vicente - DDT/ráfia (quadro 07),
a mortalidade no controle oscilou entre 10,OO % (30, 60 e 120
dias) e 16,67 % (240 dias), sendo A. braziliensis a espécie com.
percentual mais elevado de .
mortalidade (16,67 % ) A
mortalidade nos cones de exposição (quadro 08) foi mais elevada
aos 30 dias (91,36 % - mensal e 25,OO % - total de mortos) e
menor aos 240 dias (22,67 % - .
9,64 % ) A mortalidade por espécies
no total apresentou a seguinte ordem: A. nuneztovari (64,86 % ) ,
A. darlingi (64,31 % ) , A. albitarsis (57,14 % ) , A. braziliensis
.
(52,78 % ) e A. peryassui (31,82 % ) Somente foram capturados três
A. triannulatus e dois A. apicimadula,
No quadro 09 (Controle/deltametrina FWlsarrapilha - Fofoca
II/Village Antônio), vemos que A. darlingi foi a espécie que
alcançou maior percentual de mortalidade (25,OO % ) e que esta
variou de O %, aos 90 dias a 13,33 % (28,57 % dos mortos) aos 30
dias. O contato direto com o inseticida (qiladro 10) levou a uma
variação na mortalidade mensal de 23,8 % aos 180 dias a 97,53 %
aos 60 dias, correspondendo respectivamente a 8,20 % e 27,76 % de
317 mortos nessa barraca.
Para a barraca de sarrapilha tratada com DDT (Fofoca
I/Jornal) os resultados do cone controle constam no quadro 11 e
os dos cones de exposição no quadro 12. No controle, o menor
nivel de mortalidade mensal ocorreu aos 90 e 120 dias, quando
todos os anofelinos testados sobreviveram. O nivel mais alto
ocorreu aos 180 dias com 13,33 % de mortalidade (40,OO dos 10
anofelinos mortos). A. nuneztovari teve um percentual de 9,80 %
em relação aos 51 exemplares testados. Nos cones expostos, A.
braziliensis foi a espécie que mais sofreu a ação inseticida
(73,33 % ) , seguida por A. nuneztovari (62,58 % ) e A. darlingi
(24,35 % ) . As outras três espécies expostas aos inseticidas- A.
albitarsis, A. triannulatus e A. peryassui , foram pouco
frequentes com 05, 01 e 11 exemplares cada uma. O maior
percentual de mortalidade foi constatado aos 30 dias (92,59 %)e
o menor, aos 90 dias (12,22 % ) .
Quadro 07. Fercentnal -de mortalidade das espècies .de Anopheles testadas nos controles
para as barracas de rafia tratadas com DPT nos garimpos flandiocal IIíUicente.

/ 1I TOTAL
I
PIAS I ESPE'CI EIU
R16S
TIfiTRflEHTO 1 2 3 6 , I,
38
23
13.W
I0 - - 02
B
0
- - 85
e
30
IB,WA
03 0 0 e3
L

60
04
0
e3
0
06
16,67%
17
11,76X
0
- 30
10.W. I
1 0 0 01 02 e3 I
27 0 - 102
0
01
0
0
- -
30
13.33%
90 14,81%
84 - 1 0 0 84

120

22
10.31
a1
te

e2
- -lu i 02
8
0

02
-
-
0

02
- -
38

30
10, Bg/;
e3

180 18.18X 0 0 0 0 13,33%

I
240
16
31.25%
BQ

95
10
/ -
B

-I
109
I 0
e

9I
r- e

-
(
BS
0
e

0
30

i
16,67%
e4

95 l
I
1 TOIRL
121
19
85 22
el
12
0
0
188
12,22%
22

1 = A . darl ingi 4 = A . nunezfwaui


2 = A. afbifa~sis 6 = R . peryassui
3 = A. braztf lensis

Quadro00. oercentaal.de wortaljdade das espécies de Anophefes testadas nas barracas de r a i a tratadas c08
B11 nos garimpos flandiocal I I/Uicente.
DIAS ESPÈCIESZ 1
APBS TOTftLH
TIMAHEHTO 1 2 3 4 5 6 7
72 ice - 10 0 - @6 0 - 90
-
30 92.67%
66 1 - - 83.33%85 91,36%83

E 1 = A. darfingi 5 = A. f~iannuiatus
-
2 = A. albifarsis 6 = A. peryassui convenção utilizada pa
3 = A . b r a z i l iensis 7 = A . apicinacuia
./;no.H!!,
4 = A . nunez f oyar i de mortos/
testado
ra os quadros 07 e 08,
xx Percentiais corrigidos pela foraula de AIBOI1
Qiadro.09, Bercentual de mortalidade das espécies de Anopheles testadas nirs controles para as barracas de
sarrapilla tratadas com deltaráetrina FUI nos gar~eposFofoca I I N ~ l l a g eBntGnio.
. --
' DIAS ES?ECIESE
R?õS TDTBL
TPATBHEHTO 1
i8 2
1 3
! 4 5 6 I 8

38
03
0 - -
84
25, tB"
23
13,W.
8 -
-
8 - -
8 - -
38
13,33X
03 84
i 8 Qi

I 07
8
e
8 - -
8 -
-i
123
13,m
a
8
- -r - -
8 - -
30
i81w1
83

x ;= A. darli~gi 5 ' = A . friannulafus


2 = A. aibifarsis 6 = A . pery$ssui
3 = A. brazil iensis 8 =. 4 . dplctaaculd
4= A. nunez fçivar i

Quadro 18. Percentaal de irrortalidade das eslbcies ae irnophe{es. testadas-nas barracas de sarra-
pilba tratadas com deltmetrina FUI nos garimpos Fúfoca IíUi llage Bnt8nro.
/ IIAS
BPõS
ESPEC I ESX
TOTAL=
TAATBNEHTO 1 I 2 3 4 5 6 I
! 8
- 1 77 8 f98
I lBB,&Q1 - 1 79,49% 1
i
- Ii
1
84 62 I -i 74 1

1 69
20
95.0W
.6
- iM~w,sDLsl
/L69 8 , 4 8 % ie
1
1
- -
8
- '1i 97.531

1
19 88
65
8 198
88
65;8&r
85
199,BD~ / @ - -
85
68, Bír1
ia
-
-
- 1 66,672
03 68
9s 52 65 1
i 77 u - le - 13 B - le - 98
128 41,56%
32 -I
I
- 66,67X
02 -1 - 38,87%
34
I
1I ia - '89 66
.I O*
189 /69 34.78%
I
24 - 8
8
8
81 8
jPIDiwl
62
190 23,81%
26
46 B
- 38 89 ie - 83 Ise
34,52%
2416 55, %&L
22 - 31,58i/,
12
li,i l X
81 - 8
8 35
t

T OTBL
295
53,22% /sl@%.se<
157 #
ls5 36,36%
28
176
75,57%
133
a2
8
91
81
28,57%
a2
540
55,22X
317

E1 = A . darl.ingi 4 = A . nunez fovar i


2 = A . alblfafsis 5 = A . frian.ulafus Convenção utiliza
3 = A . brazll iensis. 6 = A . peryassui dapara-quadros
~ c ~ a@
m Percentmais corrigido$ pela Sdrwnla dé Bbbott . o .R O ~ ~ O S /
H9. 'testado 09 e. 10..
Qaalro 11. Percentral l e raqrtalidade das espécies de Anupheies testadas nas controles
para as barracas de sarrapilha tratadas coa BBT nos gariinpos Fofoca I/Jornal.
31RS ESFÈCIES %

TIflTLliEHTO 1 2 3 t 4 6

1 38
06
0
0
81
1 0
Q
02
8 j2'
01
14.2S%
#
- -. .
38

1 -1
irw
0
81
118
1 11,11%
e2
0
- - i3'
1

6.67% I
82
I
I

i 2 l - 12' 1,114
81
i
1 iOl 0
B
ie3 8
B
I
'01
0
8
38
3,33%
81
1
1118 0l 186 151 104 180
I TOTAL 4.24 8 8 1 9,8& 8 5.56%
I 85 8 0 I 85 8 10

Paalro 12. Percentaal l e ~ o r t a l i d a d edas es ècies de Anopheles testadas nas Barracas de sarra-
pilha tratadas com PIIT nos gari@posFofoca I/~Ornai. -
I
PIIS I ESPCCIESX
Ilrõs TOTI
1lITAtIEHT0 1 1 I 2 3 4 5 I 6 I
12 62 8 - 18 - 198 92,59'/. J
38 91.67% 95,164
i I1 18 59 84

1
8 174 0 98
68 '1 33,331
95
-
-
81
56.76%
42 .
L
-
- 49.99x
48

87 I0 - 18 - 0l 8
- e2 98

L
99 12,64
11 - - I
8
0 - 8
9
12,224
11
186 - 02 198
- 8
128 13,95X
12 -0 - 8 - 8
8
13.33%
12

180
76
31.58%
8 Bl
8
12
8.33%
8 - 81
8
98
16.67%
24 B 81 0 25

249 16' 39,4321


21
8
-
-
92
0
8
112
8
lil
81
8
Q
86
8
8
98
28.68%
21

24.354
84
85
88.W
64
15
73.334
11
165
62,58%
iM2
81
i1 8
0
111
8
549
33'52%
201

E 1 = C). darlingi 4 = A. n u n ~ fzw a r i


2 = A. afbifafsis 5 = A . friannulafus ~ormmx& u t i i i a
3 = A . braziliensis 6 = A . peryassui da para os &
=lercentrais corrigidos pela fõrtiala de ABIOT'Z H9. testado
W9. de mortos
Nas provas biológicas de parede dos garimpos, a face da
barraca (face leste - A e face oeste - B) constitui uma nova
variável estudada. Para análise, os dados de cada grupo de três
cones foram agrupados na face correspondente. Novamente, as
análises foram separadas em mortalidade após 30 minutos de
exposição e mortalidade total 24 horas ap6s o teste.
Para os controles das barracas de ráfia (tabela 43), a
mortalidade total foi um pouco mais elevada na face B (11,ll % ) ,
para deltametrina FW, do que na face A (10,OO % ) , alternando ao
longo dos meses. Para os controles da barraca com DDT, a
mortalidade foi igual em ambas as faces. Nos cones de exposição
(tabela 44), na barraca tratada com deltametrina FW, a
mortalidade foi sempre superior à da face A (considerando a
mortalidade total: FACE B - 92,22 % e FACE A - 75,56 % ) . Na
barraca com DDT, aos 60, 90 e 240 dias, a mortalidade na face A
foi superior à da face B. Porém, considerando a mortalidade
total, a face B foi superior (64,44 % ) à face .A (58,52 % ) .
Na tabela 45 estão os resultados das medidas por face nos
controles das barracas de sarrapilha. Nos cdntroles da barraca
tratada com deltametrina FW, considerando-se a mortalidade total,
a face B foi superior à face A, respectivamente 8,89 % e 6,67 %
de mortalidade. Para os controles do DDT, na face A morreram 6,67
% anofelinos, contra 4,44 % da face B. Durante os meses de
provas, houve uma alternância quanto à face que apresentava maior
nível de mortalidade. Nos cones de exposição (tabela 46), para a
deltametrina FW, a mortalidade na face A foi superior à da face
B aos 30 dias (face A -
88,89 %, face B - 75,56 % ) e aos 60 dias
(face A - 100,OO %, face B - 95,56 % ) . No final do experimento
houve 64,44 % de mortalidade na face B e 52,96 %, na face A. Para
o DDT, a face A foi superior à face B aos 90 dias (face A - 13,33
%, face B - 11,ll % ) e aos 120 dias (face A - 20,OO 8 , face B -
6,67 % ) No total a mortalidade na face B foi de 37,78 % e na face
A de 36,67 %.
Tabela 43. Mortalidade observada em cada face nas barracas de
- -
r á f i a cones c o n t r o l e nos garimpos Mandioca1 I/Gaivota (Del-
tametrina FU) e Mandioca1 II/Vicente (DDT) no Estado do Amapá.

deltametrina FU DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B FACE A FACE B

TOTAL 09 1O 11 11
[10,001 c11,111 [12,221 t12,221
( ) = Percentuais calculadòs em reiação a 15 maqquitos em cada
face. [ 1 = percentuais calculados em relação a 90 mosquitos
em cada face.

Tabela 44. Mortalidade observada em cada face nas barracas de


r 6 f i a nos garimpos Mandioca1 I/Gaivota (deltametrina FU) e Ma!
d i o c a l II/Vicente (DDT), no Estado do Amapá.

deltametrina FU DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B FACE A FACE B

TOTAL 204 249 158 174


t75,561 192,221 158,521 [64,443
( ) = Percentuais calculados em relação a 45 mosquitos testados
em cada face. C 1 = Percentuais calculados em relação a 270 mos-
q u i t o s testados no t o t a l em cada face.
Tabela 45. Mortalidade observada em cada face nas barracas de
sarrapi lha -
cones c o n t r o l e -
nos garimpos Fofoca II / V i 1lage
Antônio (deltametrina FW) e Fofoca I / J o r n a l (DDT).

deltametrina FW DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B FACE A FACE B

TOTAL 06 08 06 04
1 6,67l 1 8,891 16,671 14,443
( ) = Percentuais calculados em relação a 15 mosquitos em cada
face. t I = Percentuais calculados em relação a 90 mosquitos em
cada face.

Tebela 46. Mortalidade observada em cada face nas barracas de


sarrapi l h a nos garimpos Fofoca II / V i l l a g e Antônio (deltametrina
FW) e Fofoca I / J o r n a l (DDT).

deltametrina FW DDT
DIAS
APOS
TRATAMENTO FACE A FACE B' FACE A FACE B

TOTAL 143 174 99 102


152,961 164,441 136,673 137,781

( ) = Percentuais calculados em relação a 45 mosquitos testados


em cada face. C I = Percentuais calculados em relação a 270 mas
q u i t a s testados no t o t e l enl cada face.
O melhor modelo (mais parcimonioso) para representar
os dados das provas biológicas de parede dos garimpos aos
30 minutos após a aplicação do teste estaria composto
pelos coeficientes representados na tabela 47.
Três interações foram consideradas como importantes
e um efeito principal (face) foi adicionado ao modelo.
As taxas esperadas de mortalidade para o DDT e
deltametrina FW, cakculadas com modelos inseticida e uma
variável concomitante, para a mortalidade aos 30 minutos
nos garimpos, encontram-se na tabela 48.
O modelo definido para a mortalidade após 24 horas
nos garimpos é encontrado na tabela 49.
As taxas de mdrtalidade esperadas, calculadas sobre
modelos baseados nas interações dos efeitos inseticidas
X variável concomitante podem ser observadas na tabela 50
e nas figuras 25, 26, 27 e 28, oW3e são comparadas com as
taxas obtidas para o modelo "30 minutosn.

Tabela 47. Coeficientes preditos pela análise de regressão logls-


tica para as áreas de garimpo, após 30 minutos de exposição
b
dos anofelinos aos inseticidas.

ÉC
Termo Coeficientes Erro padrão L R* .,,

p (dias) -0 ,049, -0,004 584,51 (1,

(ins=~W,
dias) 0,008 0,004 14 I 69 (1,

0(dias,par=RAF) O',022 0,003 39I 9-2(1)


@ (face) 0,311 0,129 5191 (1)
+O pr irrei ro L.R. representa a signi f icância tanto do p a r h t r o p , caro dos
coeficientes de inseticida,
Tabela 48. Taxas de mortalidade preditas para as combinações
das variáveis em estudo com cada inseticida, para as áreas de
garimpos, após 30 minutos de exposição dos anofelinos aos
inseticidas.
P
DDT FW
médias
Sarrapilha 0,194
parede
Ráf ia O, 09,9
30
Dias 60
90
120
180
240
Face A 0,129 0,552

Tabela 49. Coeficientes preditoç por análise de regressão loglg


s
tica para 24 horas após o perxodo de repouso.
Efeito Coeficiente Erro padrão .L R QJ..)
Y

I.1 -2,639 0,304

P(dias X ins=FW) -0,012 0,002 332 ,15,


+ O pr imi ro L.R. representa a s igni f icância tanto do parSrret ro ,!I, caro
dos coef i c i entes de i nset i c ida.
Tabela 50. Taxas de mortalidade preditas para as combinações das
variáveis em estudo com cada inseticida, para as áreas de garim
po, 24 horas após o periodo de repouso.
r
Controle DDT FW
i
médias O, 099 0,974 2,484

Sarrapilha 0,071 0,592 1,422


parede
Ráf ia 0, 128 1,595 5,208
30 0,099 2,808 7,908
Dias 60 0,099 1,956 5,618
90 0,099 1,362 3,990
12 0 0,099 0,949 2,834
180 0,099 0,460 1,430
240 0,099 0,224 0,717
Face A 0,097 0,908 1,797
B 0,100 1,045 3,614
W V = de1 t m t r ina f IanabIe 5 %

Na figura 25 observa-se as diferenças entre as taxas


de mortalidade dos tratamentos. Embora havendo
mortalidade nos controles, esta foi mlnima, como se
verifica pela distância entre gsta e a dos inseticidas.
Deltametrina FW causou um incremento na mortalidade
superior ao DDT, seu efeito foi notado principalmente aos
30 minutos, quando apresentou todo seu potencial. O DDT
apresenta todo seu potencial após 24 horas, embora sua
ação seja menor que a da deltametrina. Comparando-se o
efeito das "paredesu (figura 26), verifica-se que houve
um incremento da mortalidade no substrato ráfia em todos
os inseticidas, em especial a deltametrina, quando se
observa a mortalidade total. Aos 30 minutos, porém, para
I # mortos : 1 vivo)

0.0 1
após 30 minutos total após 24 horas
período de tempo após exposiçao

-'-.controle .+..-DDT +deltametrlna F W

FIGURA 26. Taxas de mortalidade de Anopheles spp


preditas por regressao logística
a partir das provas biológicas de parede
nos garimpos

( # mortos : 1 vivo)
10
1

i
-i+
controle X- DDT

0.01 I
sarrapllha r8fla sarrapllha reifie
após 30 minutos total apbs 2 4 horas

FIQURA 26. Taxas de mortalidade de Anopheles SPP


preditas por regressao logística para
cada substrato, a partir das provas
.biológicas de parede nos garimpos
o DDT, houve superioridade da sarrapilha. O efeito de
"diasv (figura 27) foi o mesmo para os dois inseticidas,
cujas atividades diminuíram a uma taxa de 0,049 por dia.
Aqui, os valores do DDT foram sempre inferiores aos da
deltarnetrina. Aos 30 minutos, inclusive, perdeu sua ação
de forma mais intensa que o piretróide. Nos controles a
mortalidade foi estável, permanecendo a uma taxa de 0,099
por dia. Esta mortalidade só foi registrada após 24 horas
de repouso. As taxas para o efeito "faceH, encontradas na
figura 28, foram muito próximas aos 30 minutos, havendo
um incremento da mortalidade na FACE B em relação à FACE
A, notada principalmente para a deltametrina FW, quando
se compara a mortalidade total. Nos controles as taxas
foram praticamente as mesmas.
Com esses coeficientes e taxas foram preditas as
taxas de mortalidade esperada para os dois inseticidas e
substratos, em condições de garimpo, por um período de 30
a 240 dias após o tratamento. A predição para as barracas
de ráfia consta na tabela 51. Observa-se que a mortali-
dade para a deltametrina FW permaneceu em nlveis elevados
até oito meses após a aplicação dos inseticidas. Após 150
dias o DDT começou a apresentar baixa atividade.
Nas barracas de sarrapilha (tabela 52), a ação de
ambos inseticidas é reduzida e a deltametrina começa a
perder sua atividade aos 150 dias, o que acontece para o
DDT já aos 60 dias.
Na figura 29 estão repreSentadas as comparaçúes en-
tre os percentuais de mortalidade observados (corrigidos
pela Fórmula de Abbott) e preditos pela análise de regres
são logistica para as barracas de ráfia e de sarrapilha
de 30 a 240 dias após o tratamento. Observa-se que a
mortalidade causada pela deltametrina FW na ráfia aos 120
dias est6 próxima a desse mesmo inseticida na sarrapilha
aos 30 dias. O mesmo acontece com a mortalidade causada
pelo DDT aos 120 e 180 dias na ráfia e 30 e 90 dias na
( # mortos : 1 vivo)
10
7,908 \

0.01 L
t *cOntrO1e
.-x-DDT +deltametrlna FW
I
I
30 60 00 120 180 24030 60 00 120 180 240
número de dias ap6s tratamento
ap6s 30 minutos total após 24 horas

FIQURA 27. Taxas de mortalidade de Anopheles spp


preditas por regressao logística
a partir das provas biolbgicas de parede
nos garimpos

( # mortos : 1 vivo)
1o
43- controle .-X.- DDT -f+de1 tametrlna FW

I
O.' kace A Face B Face Face i
3
após 30 minutos totaPap6S 24 horas
período de tempo após exposiçao

FICIURA 28. Taxas de mortalidade de Anopheles spp


preditas por regressao logística
a partir das provas biológicas de parede
nos garimpos
Tabele 51. Resultados da análise de regressão da prova b i o l ó g i c a de parede, realizada
em garimpos do Estado do Amapá, no substrato' r á f i a .

taxas % Pdemortos #**demortos


DIAS
APOS
TRATAMENTO FU DDT FU DDT FU DDT FU DDT

FU = deltametrina f l o u a b l e 5 X . #* = n h e r o de mortos p r e d i t o para 90 anofelinos


por barraca. P* = n h e r o de mortos predito'para 75 anofelinos por barraca.

Tabela 52. Resultados da a n á l i s e de regressão da prova b i o l ó g i c a de parede, realizada


em garimpos do Estado do Amapá, no substrato sarrapilha,

taxas % W* de.mortos P* de mortos


DIAS
APOS
TRATAMENTO FU DDT FU DDT FU DDT FU DDT

FW = deltametrina flowàble 5 %.#* = &ne;o dk mortos m e d i t o para 90 a n o f e l i n o i


por barraca. P* = núnero de mortos p r e d í t o para 75 anofelinos' por barraca.

sarrapilha. A menor mortalidade predita para a deltametrina, aos


240 dias foi práxima a do DDT, no mesmo substrqto aos 120 dias, e
a mortalidade observada para o primeiro inseticida, também aos 240
dias foi a mesma do DDT aos 60 dias. Aos 240 dias, deltametrina FW,
na sarrapilha, causou apenas 28,06 % de, mortalidade (predição)
medida superior à do DDT aos 180 dias. Considerando-se a
mortalidade observada, o menor petcentual para deltametrina FW foi
23.,81 % aos 180 dias, superior à do DDT aos 90 dias.
FIQURA 29. Comparagao entre os percentuais de mortalidade de
Anopheles spp observados e preditos por regressa0 a
partirdas provas -b.iol6gicas
-.---
de __--------
parede. no8 garimpos
Na tabela 53 e figura 30 são observadas as taxas de
mortalidade preditas para a interação ESPÉCIE X
INSETICIDA.
Constata-se que as três espécies mais sensíveis à
ação de ambos os inseticidas foram na sequência A.
albitarsis, A. nuneztovari e A. braziliensis, porém de
forma mais acentuada à deltametrina. Ressalta-se também
as taxas de mortalidade muito próximas de A. nuneztovari
e A. braziliensis para os dois produtos. A. darlingi
ocupou a quarta posição nos testes de interação ESRÉCIE
X INSETICIDA.

Tabela 53. Efeito da interaçso espécie X inseticida prg


dito pela analise de regressão logística, para o a garim
pos no Estado do Amapá.

% TAXAS
ESPÉCIES
FW DDT FW DDT

A. albitarsis 79,42 61,39 3,86 1,59


A. nuneztovari 69,60 48,45 2,29 O, 94
A. braziliensis 68,65 47,37 2,19 O, 90
A. dar1ingi 42,20 23,08 0,73 0,30
A. peryassui 27,54 13,79 0,38 0,16
A. triannulatus 25,37 12,28 O ,34 0,14

FW = deltametrina flowable 5 %.
espécies

A. a l b i t a r s i

A . nuneztova 2.29

A. b r a z i l i e n s i 2.1 9

A, darlingi 0.73
.3

A. p e r y a s s
0.38
0.1 6
tratamento

A. t r i a n n u ~ a t u 0.34
/ D e l t a r n e t r i n a FW
0.1 4 1 O DDT

nP de mortos: 1 vivo

FIGURA 30. T a x a s p r e d i t a s p o r regressa0 logística a


p a r t i r d a s p r o v a s biológicas de p a r e d e
nos g a r i m p o s p a r a a i n t e r a ç a o
ESPECIE X INSETICIDA I
Comparando-se os resultados das provas biológicas de
parede dos garimpos e da área experimental, observa-se
que as taxas médias deltametrina FW são superiores às do
.
DDT nas duas áreas (figura 31) Porém, no Maruanum, a
mortalidade para os dois tratamentos foi superior à
obtida nos garimpos. Quanto às superflcies, constata-se
que a ráfia causou um incremento da atividade dos
inseticidas em relação à sarrapilha (figura 32).
As taxas de mortalidade mensais (efeito "dias") ,
representadas na figura 33, mostram para o DDT, no
Maruanum, uma diminuição abrupta de seu potencial, embora
até- 60 dias fosse superior à deltametrina. Esta perde seu
potencial de forma gradativa, permanecendo superior ao
DDT. Nos garimpos, a diminuição da ação foi mais
gradativa do que no Manianum, sendo que a mortalidade
nesta área foi sempre superior. O comportamento da
deltametrina FW foi semelhante nas duas áreas, não ocor-
rendo o mesmo com o DDT. A mortalidade nos controles foi
negativa no Maruanum e mlnima e estgvel nos garimpos.

I
0.1 1
DDT Deltametrine FW DDT Deltametrlna FW

FIQURA si. Comparaçao entre as taxas mbdias de


mortalidade'de Ampheles spp causadas
pelos dois tratamentos nas dua8 Areas
de testes
elsea e p 0p0!led o opoa eauornp
elqomog ru!~ae~lioalea e laa o ~ o d
ddo ee/@C/dOUVep S!B8UQuiepPplI8~JOUi
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Os piretróides fotoestáveis surgiram na década de 70
e, desde então, uma extensa literatura sobre as ativida-
des qufmicas e biológicas desses compostos vem sendo
acumulada.
Similaridades existentes entre DDT e piretróides
como neurotoxicidade, produzindo lesões nas terminações
dos nervos motores de vários insetos; coeficiente de
temperatura negativo; efeito killing e knockdown
resultantes da ação contra os canais de sódio dos
sistemas nervosos central e periférico, entre outras,
poderiam levar à resistência cruzada a esses dois
inseticidas (MALCOLM, 1988; ZERBA, 19881,.
A existência de resistência cruzada entre DDT e
piretróides para culicideos é um tema a ser considerado
para o controle de mosquitos vetores de enfermidades. ~h
se tratando do gênero Anopheles, foram estudadas espécies
com altos nfveis de resistência ao DDT sem resistência
cruzada a piretróides, como em A. culicifacies e A.
stephensi, em A. gambiae há pouca ou nenhuma correlação
entre resistência ao DDT e tolerância a piretróides
(MALCOLM,1988). Testes efetuados com A. albitarsis e A.
emilianus, espécies resistentes ao DDT e com A. albimanus
e A. culicifacies, resistente também ao DDT, a outros
organoclorados e organofosforados, mostraram 100,OO % de
suscetibilidade à deltametrina (DARTIGUES, 1987). Contudo
há indicações de que A. albimanus, na Guatemala, apre-
senta resistência cruzada a fenitrotión e deltametrina
(BEACH et alli, 1989) .
Se a resistência de algumas espécies ao DDT pode ou
não causar também resistência aos piretróides (resis-
tência cruzada), é uma questão que necessita ainda de
experimentos outros para poder ser af irmada.de forma mais
conclusiva (MALCOLM, 1988; MILLER, 1988).
A utilização dos piretróides para o controle de
pragas agricolas causa preocupação pois o uso intensivo
de inseticidas nesse sentido, pode levar ao surgimento de
resistência nas espécies de interesse em saúde pública e
veterinária. Devem ser consideradas as necessidades
agrícolas e das campanhas de saúde, uma vez que dois
pontos fogem ao nosso controle: o comportamento dos
mosquitos e sua capacidade de desenvolver um amplo
espectro de resistência (HERVE, 1983; MILLER, 1988;
QUÉLENNEC, 1988; ZERBA, 19883.
As inúmeras vantagens apresentadas pelos pire-
tróides, tais como (1) sua seletividade, (2) alta toxici-
dade aos insetos, (3) relativa ausência de efeitos crô-
nicos, (4) coeficiente de segurança muito mais elevado em
relação ao DDT, no caso da deltametrina (DDT = 67; delta-
metrina = 5.400) e (5) baixa persistência no solo ( < 0,1,
em anos); tornam a deltametrina um excelente produto
alternativo ao DDT em campanhas de controle da malária.
O tratamento de mosquiteiros e de cortinas com deltame-
trina tem se revelado um método promissor de controle a
ser utilizado no lugar da borrifação residual tradi-
cional, como é demonstrado por PORT & BOREHAM (1982),
RANQUE et a l l i (1984), XAVIER & LIMA (1986), MAJOR1 et
a l l i (1987), LI ZUZI et ã l l i (1987), CARNNALE &
DESFONTAINE (1987), LU BAO LIN (1988), CARNEVALE et a l l i
(1988), WHO (1989), ROZENDAAL (1989), ROZEND,ML & CURTIS
(1989), LI ZUZI et a l l i (1989), CARNEVALE (1990'). Sua
eficiência como inseticida possibilita ainda, reduções
-
acentuadas nas doses por hectare (organoclorados 0,5 a
3,O kg/ha; piretróides - 0,OI a 0,2 Kg/ha).
Os programas de controle da malária em todo o mundo
encontram-se diante de três grandes problemas: o aumento
progressivo dos custos, a crescente resistência dos
vetores aos inseticidas e a urgente necessidade de se
testar novas classes de inseticidas alternativos,
considerando que as perspectivas para a utilização de uma
vacina ainda demandam algum tempo (WHITE, 1991).
É óbvio que os efeitos dos inseticidas, a natureza
do vetor estudado e as circunstâncias do meio variam de
uma zona endêmica para outra. Portanto, é imprescindível
efetuar múltiplos ensaios e avaliar os parâmetras que se
relacionam com o comportamento do vetor,
Neste trabalho foram analisados os efeitos dos dois
inseticidas testados (deltametrina e DDT), sendo conside-
radas a ação residual dos produtos, sua interação com os
substratos e as tendências comportamentais dos mosquitos.
Quando consideramos os dados das provas biológicas
de parede, realizadas nas barracas experimentais do
Maruanum, os coeficientes obtidos com a análise de
regressão logística para o modelo aos 30 minutos
mostraram que deltametrina FW teve o efeito de incre-
mentar, em grande magnitude, a mortalidade sobre o DDT,
assim como a ráfia sobre a sarrapilha (figuras 18 e 19).
A atividade dos inseticidas diminuiu a uma taxa de 0.01
por dia (tabela 34, figura 20).
A inexistência de interações no modelo demonstra que
o comportamento dos efeitos de PAREDE e DIAS não foi difg
rente entre os inseticidas (figuras 19 e 20). Também não
se observou efeito de CONE na mortalidade aos 30 minutos.
O modelo de regressão da mortalidade total após 24
horas é mais complexo que o de 30 minutos, possivelmente
pelo maior número de fatores que influenciam a morta-
lidade medida depois deste intervalo de tempo.
Distintamente do madelo aos 30 minutos, o coe£icien-
te de INSETICIDA = FW na mortalidade após 24 horas foi
negativo, indicando uma contribuição negativa desse
inseticida no tempo 0. Mas o coeficiente da interação INS
= FW X DIAS foi positivo e de magnitude semelhante ao do
coeficiente de DIAS. Isto indica que a superioridade da
deltametrina FW só se manifestou algum tempo após a
aplicação. Essa hipótese também foi formulada po,r
DARTIGUES (1987) que sugere a possibilidade de haver uma
não disponibilidade da deltametrina nos substratos
tratados por um determinado perlodo, seguida por uma
lenta liberação do produto.
Igualmente, o coeficiente negativo de RÁFIA e posi-
tivo de RAF x DIAS, indica que a ráfia foi superior à
sarrapilha depois de algum tempo da aplicação. Nos dois
primeiros ,meses a mortalidade na sarrapilha foi mais
elevada que a observada para a ráfia (13,26 e 9,25/FW e
26,52 e 11,11/DDT - sarrapilha'e 8,21 e 7,73/FW e 16,41
e 9,28/DDT - ráfia). Uma iriterpretação para esses dados
pode ser explicada com base no fato de que superflcies de
origem vegetal são bons suportes para a deltametrina,
conforme ressaltado por DARTIGUES (1987). A sarrapilha
porém, se deteriora mais rapidamente que a ráfia, influen
ciando provavelmente a ação dos inseticidas.
0s inseticidas foram avaliados também quanto a sua
localização nas paredes, considerando-se as partes supe-
rior e inferior, medindo-se a ação residual pela altura
do cone. Este parâmetro, denominado CONE, só se manif-es-
tou na parede ráfia, com superioridade do cone mais alto
(tabela 36, figura 21). Este fato provavelmente está rela
cionado às intempéries que atuam mais na porção inferior
das paredes das barracas. Este mesmo efeito não foi obsex
vado na sarrapilha, em decorrência deste material se detg
riorar rapidamente, tanto na porção inferior como na
superior da parede.
Diferentemente dos resultados após 30 minutos
(momento no qual a deltametrina apresenta todo seu poten-
cial), na mortalidade após 24 horas, a superioridade da
deltametrina dependeu do tempo, com maiores efeitos
residuais que determinam.amplas diferenças com .o DDT aos
180 dias (tabelas 35 e 37, figura 20). Porém, até os 60
dias, o DDT se mostrou superior à deltametrina, Inver-
tendo-se esta situação após este periodo.
Para as provas nos garimpos, assim como no Maruanum
para o modelo aos 30 minutos, o efeito da deltametrina FW
é positivo, indicando maior taxa de mortalidade deste
inseticida no tempo 0, e pelo valor positivo da interação
com PAREDE, em qualquer tipo de substrato. Diferenciando
do Maruanum, o efeito de RÁFIA foi negativo, com um
componente positivo muito grande na interação FW x RÁFIA.
Este resultado indica que a ráfia não foi um bom
substrato para o DDT, mas o foi para a deltametrina FW,
incrementando a taxa de mortalidade deste inseticida. O
coeficiente de regressão para a variável DIAS foi
negativo e de maior magnitude do que na prova biológica
do Maruanum. Aparentemente, a diminuição da atividade dos
inseticidas foi mais rápida nos garimpos, com uma
diferença importante a favor da deltametrina, que
apresentou um coeficiente de interação positivo com o
tempo, indicando uma taxa de decréscimo de atividade
menor do que a do DDT. Nesta análise, também ao contrário
do Maruanum, houve uma interação significativa de PAREDE
X TEMPO, indicada pelo coeficiente positivo do substrato
ráfia, o que revela um melhor efeito residual neste
substrato, particularmente para a deltametrina (tabela
47). 0s coeficientes preditos por regressão para os
garimpos, cujas medidas se estenderam até 240 dias após
o tratamento, evidenciaram que a deltametrina FW
apresenta, neste periodo, ação residual aproximadamente
três vezes superior ao DD.T, tanto na ráfia como na
sarrapilha.
A taxa de mortalidade do parâmetro FACE (estudado
apenas nos garimpos), mostrou diferença significativa
entre as faces A e B, havendo um pequeno incremento na
taxa de mortalidade da face B, nos dois substratos. Este
resultado decorre, provavelmente, do fato de que a luz
solar incide diretamente na face A, no momento do teste,
tendo interferência na temperatura. Segundo a literatura,
os inseticidas apresentam menor eficiência à medida que
a temperatura se eleva (MALCOLM, 1988). Também foi
constatado que não há interação particular do efeito FACE
com nenhum dos dois inseticidas (tabelas 47 e 48, figura
28).
O estudo do modelo 24 horas considerou ainda a
mortalidade nas barracas controle. Nas outras análises,
Maruanum (30 minutos e 24 horas) e garimpos após 30
minutos, não se observou mortalidade no controle, não
sendo necessário incluir os dados destas barracas. Nestes
casos, a mortalidade pode ser considerada como devida
exclusivamente à ação dos inseticidas, interagindo com
outros fatores. Nos garimpos, após .24 horas, o controle
foi considerado como o nível basal (e não o DDT como nas
outras análises), com dois coeficientes de regressão para
inseticida, um para o DDT e outro para a deltametrina.
Deste modo foi possível estimar o efeito particular dos
inseticidas (corrigido pela mortalidade do controle).
A taxa média neste modelo é negativa devido ela
medir a taxa de mortalidade do controle, que é muito
5
inferior à dos inseticidas. 0s efeitos dos inseticidas
E foram positivos, com magnitude maior da deltametrina, o
que, diferenciando da mortalidade total no Elaruanum,
revela maior eficiência da deltametrina ao longo do tempo
(inclusive no tempo 0) e nos dois substratos. O coefi-
ciente de RÁFIA, como. efeito principal, foi positivo,
assim como os componentes de interação dos dois inseti-
cidas com a ráf ia. Este resultado revela que nos garimpos
a ráfia incrementou a taxa de mortalidade em todos os
tratamentos, especialmente a deltametrina. Com relação ao
efeito do tempo após o tratamento, os Cinicos coeficientes
significativos nestes dados foram os relacionados às
interações com os inseticidas. Portanto, o controle não
sofreu efeito do tempo, com taxa de mortalidade cons-
tante, e a atividade dos inseticidas declinou com o
passar do tempo com taxas aproximadamente iguais (tabela
49, figuras 25 a 28).
Deve ser ressaltada a diferença entre o aumento das
taxas de mortalidade com 30 minutos e total entre
Maruanum e garimpos. No Maruanum, pode-se dizer que houve
um componente de interação positivo entre o inseticida
DDT e o horário (30 minutos e total), o que significa uma
grande superioridade média da deltametrina FW após 30
minutos e uma drástica redução desta diferença após 24
horas. Nos garimpos, as diferenças entre as taxas de
mortalidade médias do DDT e deltametrina FW não foram
muito alteradas pelo horário de computo da mortalidade.
O incremento mais significativo (interação positiva) foi
a da mortalidade no controle.
A comparação da taxa média de ação dos dois inseti-
cidas testados nas duas áreas em que se dese,nvolveram os
experimentos (figura 31) permite verificar que a ação da
deltametrina FW é superior à do DDT nas duas áreas e a
mortalidade no Maruanum é maior do que a dos garimpos.
Comparando-se a interação INSETICIDA X SUBSTRATO (figura
32) verificamos novamente que a atividade dos inseticidas
é superior no substrato ráfia. Observamos também que a
mortalidade no controle dos garimpos é superior na ráfia.
O efeito dos inseticidas ao longo do tempo no Maruanum e
nos garimpos est% demonstrado na figura 3.3. No Maruanum,
inicialmente a ação do DDT é superior à da deltametrina
FW (de 30 e 60 dias), o que não ocorre nos garimpos onde
a deltainetrina FW é sempre mais eficiente. O DDT perdeu
rapidamente sua ação nas duas áreas, o que foi mais
evidente no Maruanum, onde há uma tedução abrupta da
mortalidade causada por esse inseticida. No Maruanum, as
taxas obtidas para todas as interaçóes foram superiores
às dos garimpos.
As medidas de densidade anofélica realizadas nas bay
racas experimentais do Maruanum mostraram uma redução sig
nif icativa (tabelas 07 e 09) do número de anofelinos cap-
turados nas barracas tratadas em relação aos controles,
logo após a borrifação. O valor da redução percentual (R)
observado nas barracas de deltametrina FW foi de 46,74 %
para a ráfia e de 49,55 % para a sarrapilha; para o DDT,
na ráf ia o valor foi de 43,53 % e 53,66 % para a sarrdpi-
lha. Índices de reduções (R) também foram verificados por
ROBERTS 61 ALECRIM (1991) estudando o comportamento de A.
darlingi em residências borrifadas com DDT, em áreas do
rio Ituxi (Amazonas), obtendo o valor de aprbximadamente
96,O % em relação aos controles. No Suriname, com esta
mesma espécie, HUDSON (1984) observou reduções de apenas
20,3 % em casas tratadas com DDT. ROZENDAAL et alli
(1989) trabalhando também com populações de A, darlingi
e casa tratadas com DDT, no Suriname, relatam reduções em
torno de 32,O %, quanto 5 entrada de anofelinos no domi-
cílio e de 43,6 %, quanto à alimentação.
A redução da densidade em decorrência dos tratamen-
tos foi avaliada também pelo Indice de anofelinos por ho-
.
mem/hora (tabela 06) Considerando-se a média geral, o va
lor se modificou de 48,08 anofelinos na primeira semana
para 31,86 na segunda, correspondendo a uma redução de
33,73 %. Para as espécies individualment~,o maior valor
foi observado para A. darlingi (36,97 % ) , valor este
próximo ao verificado para R. braziliensis (35,94 % ) .
Quando são considerados os tratamentos, os dados
indicam diferenças significativas entre eles (tabelas 14
e 15) e constata-se incidência menor de. anofelinos na&
barracas tratadas (tabela 17). Este fato ocorreu até os
120 dias, havendo inversão dos índices nas medidas
realizadas aos 180 dias após o tratamento. Quando é
considerado o comportamento das espécies em relação aos
inseticidas, os coeficientes resultantes da análise de
correlação (tabela 19) indicam a tendência de A. darlingi
evitar as barracas borrifadas com deltametrina FW e DDT,
o que não ocorreu com A. albitarsis, que não diferenciou
as barracas controle e tratadas, e o comportamento foi o
oposto para A. braziliensis, cujo coeficiente foi
negativo para o controle.
A tendência dos anofelinos evitarem as barracas
tratadas pode ser também observada quando consideramos os
dados das tabelas 27 e 21a. A análise de variância para
a interação das modalidades peridomicílio e intradomi-
cílio, dentro dos tratamentos (tabela 27), evidenciou
diferenças significativas entre as modalidades para cada
tratamento. Quando esses dados são associados aos coefi-
cientes estimados pelo modelo log-linear para essa mesma
interação (tabela 21a), verificamos associação positiva
com o peridomicílio nas barracas tratadas com deltame-
trina FW e DDT, sugerindo a existência do efeito repul-
sivo desses produtos, o que não foi constatado para
deltametrina CE. Esta última, conforme indicam os resul-
tados deste trabalho e os relatos de DARTIGUES (1987),
não se trata de uma formulação eficiente no controle dos
anofelinos, em aplicações intradomiciliares residuais.
0s dados relatados indicam a tendência do comporta-
mento das espécies frente aos inseticidas utilizados nos
experimentos que, até certo ponto, podem ser interpre-
tados como um efeito repulsivo e/ou irritante sobre as
mesmas. Considerando-se os dados de outros autores,
efeito repulsivo e/ou irritante dos inseticidas foram
constatados em A. albfmanus, A. flavirostris, A.
funestus, A. gambiae, A. mangyanus e A. nili por
COOSEMANS & SALES (1977), RISHIKESH et alli (1978, 1979),
C A S T ~ ~ A Z LA O P ~ Z (1980) e ROSARIO & CATANGUI (s/d), em
populações da Nigéria, Congo, Sudão, Burkina-Faso,
Filipinas e da Guatemala, utilizando a deltametrina em
comparação com a permetrina, azametifós e fenitrotión.
131
Foi verificado um número menor de anofelinos entrando em
cabanas tratadas do que nas não tratadas, com um efeito
repulsivo mais acentuado para a deltametrina, reduzindo
as densidades intradomiciliares até quase zero. Efeito
repulsivo para o DDT é relatado por ROBERTS & ALECRIM
(1991) para populações de A. darlingi do rio Ituxí, em
que foi estudado o comportamento desta espécie.
No entanto, a literatura sobre estes aspectos é
muito extensa, existindo registros de mudanças comporta-
mentais dos anofelinos, os quais penetram nas residên-
cias, passando pelo repasto sanguíneo, sem ter contato
com o inseticida. Para as espécies brasileiras, existem
dados para A. (Kerteszia) cruzi no sul do pais (BROWN &
PAL, 1973) e para A. darlingi em populações da BR-174
(HAYES & CHARLWOOD, 1980) e para populações do municipio
de Ariquemes - Rondônia (TADEI, 1987; TADEI & SANTOS,
1987).
Ainda, em decorrência dos inseticidas, essas
mudanças de comportamento se refletem também quanto ao
caráter de endofilia e exofilia das espécies. Existem
dados na literatura que assinalam mudanças do comporta-
mento desses dois parâmetros nas populações de Anopheles.
No sudeste da Ásia, A. minimus tornou-se predominante-
mente exófilo após o uso intenso de DDT em borrifações
residuais, embora a espécie fosse conhecida como sendo
endófila. Para A. arabiensis e A. gambiae, em consequên-
cia do emprego de organofosforados e carbamatos, houve
seleção de populações com hábitos exófilos, dificultando
o controle da malária na África Ocidental com o DDT, pois
diminuiu o contato com o produto. Nesta mesma ótica, em
estudos feitos com A. culicifacies (Sri Lanka e Paquis-
tão) e A. stephensi (Paquistão), foram registradas mudan-
ças comportamentais dos adultos, em que foi observada a
saída imediata dos anofelinos após o repasto, permanecen-
do nas paredes externas até o amanhecer, não se expondo
à ação do inseticida durante à noite (RAWLINGS, 1985).
O mesmo se constata quando são consideradas popula-
ções de anofelinos da América do Sul. A. nuneztovari
mostra diferenças quanto à endofilia e exofilia em sua
área de ocorrência. "Diferentes estudos sobre exo e endo-
filia de A. nuneztovari evidenciaram que a malária
refratária na Venezuela decorre da acentuada exofilia
demonstrada pela espgcie. Em conseqüência desse comporta-
mento, este fato é apontado na região como causa prin-
cipal da ineficiência dos inseticidas residuais borrifa-
dos no interior das residênciasM (TADEI et alli, 1993).
O caráter exofilia é assinalado também para populações de
A. darlingi da Amazônia por DEANE et alli (1948);
LOURENÇO DE OLIVEIRA et alli ( 1989) , OLIVEIRA-FERREIRA et
alli (1988), MCGREEVY et alli (1989) e TADEI et alli
(1993).
Os dados deste trabalho, para os parâmetros exofilia
e endofilia, evidenciaram o caráter endófilo de A.
darlingi, conforme indicam os percentuais de captura e os
coeficientes estimados para a associação ESPÉCIE X
MODALIDADE (tabelas 23 e 23a). Enquanto essa espécie
mostrou 35,35 % de freqüência no intradomicílio, A.
albitarsis e A. braziliensis apresentaram os percentuais
de 9,08% e 13,19 %, respectivamente. A literatura assi-
nala vários registros do caráter endófi10 de A. darlingi,
desde os clássicos trabalhos de DEANE e colaboradores na
Amazônia (DEANE et alli, 1948). Embora haja maior inci-
dência de A. darlingi no intradomicilio, conforme mencio-
nado acima, esta mesma espécie evitou as barracas trata-
das com deltametrina FW e DDT, não identificando a delta-
metrina CE (tabela 22a). O comportamento foi oposto para
A. albitarsis, que mostrou associação positiva com as
barracas tratadas (deltametrina FW e DDT) . A.
braziliensis apresentou a tendência de evitar as barracas
borrifadas com deltametrina.
Um outro ponto a ser ressaltado quanto a A.
darlingi, considerando os dados obtidos neste trabalho,
trata-se do caráter antropófilo da espécie. Conforme indi
caram os dados da análise de correlação log-linear para
a interação ESPÉCIE X MODALIDADE (tabela 18), cujas cole-
tas foram realizadas no homem e na parede, constatou-se
associação positiva para o homem. Para A. albitarsis e A.
braziliensis, a associação foi positiva para a parede.
Estes resultados estão de acordo com a literatura que
assinala o caráter antropófilo de A. darlingi (DEANE et
alli, 1948; ARRUDA et alli , 1986; LOURENÇO DE OLIVEIRA et
alli, 1989; TADEI et alli, 1993; entre outros).
0s registros relativos à atividade de picar das
espécies, obtidos nas coletas peri e intradomiciliares de
quatro horas, evidençiaram que o pico de maior atividade,
em termos percentuais, ocorre entre 19h00 e 2Oh00 para as
três espécies. Os dados da associação HORÁRIO X ESPÉCIE
mostraram que A. darlingi mantem atividade após este
período, o que não ocorre com A. albitarsis, que
apresentou coeficientes positivos para os dois primeiros
horários. A. braziliensis mostrou padrão alternado, com
índices positivos para o primeiro e terceiro horários.
Esses dados do pico de maior atividade estão de acordo
com os obtidos por TADEI et alli (1983), que também
verificaram para as duas primeiras espécies, na
hidrelétrica de Tucurui, o horário de maior atividade
entre 19h00 e 2Oh00. Quando consideramos os dados de doze
horas, verificamos que as três espécies mostraram ativi-
dade contínua durante toda a noite. Estes dados contras-
tam com os descritos na literatura que citam A. darlingi
como a espécie que apresenta este padrão e as demais
mostram atividade apenas nas primeiras horas da noite e,
às vezes, um pequeno pico ao amanhecer. No entanto, estes
resultados estão de acordo com o descrito por TADEI et
alli (1988), que consideram que a atividade de picar é um
parâmetro com múltiplos fatores interferindo, identifi-
cando padrões que se manifestam em ambiente natural e em
áreas ecologicamente alteradas. Neste caso, o Maruanum é
uma região com lagos com certa proximidade da área do
experimento e, nesta situação, uma atividade de picar
contínua das espécies é esperada.
A análise de regressão logística possibilitou
identificar que existe maior nível de mortalidade das
espécies em relação à deltametrina dos que em relação ao
DDT (figuras 23 e 30) , bem como a ocorrência de diferen-
tes respostas das mesmas aos produtos testados. Tanto no
Maruanum como nos garimpos, A. albitarsis apresentou o
maior nivel de mortalidade e A. braziliensis mostrou o
mesmo nível em ambas as areas. A. darlingi foi a segunda
espécie mais senslvel no Maruanum e nos garimpos foi
deslocada para a quarta posição. Mudança acentuada foi
verificada para A. nuneztovari que foi a última espécie
no Maruanum e a segunda mais sensível nos garimpos. Estes
dados não podem ser interpretadas como uma medida da
resistência das espécies aos inseticidas, mas como um
fator indicativo da suscetibilidade das mesmas frente aos
produtos usados. O comportamento diferencial das espécies
necessita ser analisado com testes específicos para
conclusóes maiores m a n t o a este aspecto.
Assim sendo, os resultados deste trabalho, em que
múltiplos parâmetros foram avaliados, evidenciaram o
desempenho elevado da deltametrina FW em relação ao DDT,
quanto inseticida residual, denotando uma forma
alternativa para as campanhas de controle da malária.
Além disso, os dados mostraram também que a rdfia se
constitui em um substrato adequado para a constrUção das
barracas nos garimpos e nos Pblos de Colonização,
considerando-se que a atividade dos dois inseticidas se
mantém elevada por um período mais longo do que na
sarrapilha, de forma mais evidente para a deltametrina.
Os inseticidas provocaram um impacto sobre as populações
de anofelinos, notado principalmente na semana imediata-
mente posterior à aplicação dos inseticidas, reduzindo a
captura em todas as barracas tratadas. Esta redução se
refletiu nas três espécies mais freqüentes na área: A.
darlinqi, A. albitarsis e A. braziliensis. A redução per-
centual (R) para a barraca de ráfia tratada com deltame-
trina FW (K-Othrine Flow SC-50) correspondeu a 46,74 % e
para a tratada com DDT, 43,56 %. Nas barracas de sarrapi-
lha, a redução foi de 49,55 % para deltametrina FW e de
53,66 % para o DDT. Esta medida pode ser calculada ape-
nas para as reduções da primeira para a segunda semana,
em função da metodologia.

2. Considerando-se o índice de mosquitos por homem/hora, nas


duas primeiras semanas, constata-se que houve redução de
48,08 para 31,86, da semana anterior ao tratamento para
a posterior. Em relação às espécies, o maior indice de
redução ocorreu para A. darlinqi (36,97 % ) , sendo muito
próximo do observado para A. braziliensis (35,94 % ) . A.
albitarsis apresentou o menor percentual de redução, ou
.
seja, 24,68 % Esta medida pode ser calculada apenas para
as reduções da primeira para a segunda semana, em função
da metodologia.

3. 0s coeficientes de correlação log-linear para a interação


DIAS X INSETICIDA indicaram o efeito repulsivo dos
inseticidas deltametrina FW, deltametrina CE (K-Othrine
CE SC-25) e DDT, que se estendeu até os 120 dias para as
coletas de doze horas.
4. O efeito repulsivo dos inseticidas deltametrina FW e DDT
também foi evidenciado pelas coletas peri e intradomici-
liares de quatro horas, em que foi constatada maior
frequência no peridomicílio para esses dois tratamentos
e uma frequência maior no intradomicllio para o controle
e deltarnetrina CE.

5. Tanto para as coletas de doze horas como para as de


quatro horas, ficou evidenciado o efeito repulsivo de
deltametrina FW e DDT para A. darlingi. Para A.
albitarsis esse efeito não ocorreu. As diferenças dos
coeficientes desta espécie e de A. braziliensis, entre os
dois testes, se devem provavelmente à metodologia
utilizada na coleta.

6. Considerando-se a incidência dastrês espécies, verifica-


se que A. darlingi foi registrada de 60 a 180 dias em
freqüências próximas, enquanto que para A. albitarsis
houve diminuição da frequência, principalmente aos 120 e
180 dias. A incidência de A. braziliensis aumentou ao
longo do tempo, sendo a espécie mais abundante em todo o
período de teste, a partir de 60 dias.

7. As capturas de doze e de quatro horas evidenciaram que o


pico de maior atividade das espécies ocorre no periodo
entre 19h00 e 20h00, e que as três espécies mostraram um
padrão contínuo de atividade.

8. O cargter antropófilo de A. darlinqi foi evidenciado pela


interaçáo ESPÉCIE X MODALIDADE, pois apenas A. darlinqi
apresentou coeficiente positivo para o homem, enquanto
que para as outras espécies (A. albitarsis e A.
braziliensis) o coeficiente foi negativo para esta mesma
modalidade.
9. Considerando o caráter endofilia, este parâmetro ficou
evidenciado para A. darlingi a partir das coletas de
quatro horas, que mostraram maior freqüência desta
espécie no intradomicílio, em comparação com A.
albitarsis e A. braziliensis. Os coeficientes de
correlação log-linear estimado para a associação ESPÉCIE
X MODALIDADE, também confirmaram esta tendência.

10. As provas biológicas de parede realizadas na área


experimental, evidenciaram a baixa ação residual de
deltametrina CE, embora até 60 dias após o tratamento,
causasse percentuais elevados de mortalidade.

11. A análise de regressão logística evidenciou taxas de


mortalidade média elevadas para deltametrina FW nas
barracas do Maruanum, tanto após 30 minutos de exposição,
como para a mortalidade total, em uma proporção duas
vezes superior às taxas do DDT. Para as provas biológicas
dos garimpos, também se mostrou superior ao DDT, porém
com uma diferença menor entre os dois tratamentos.

12. Considerando-se os tecidos utilizados para a construção


das barracas, a análise estatística demonstrou a
superioridade da ráfia em relaqão à sarrapilha, para os
dois horários de registro da mortalidade. Para os
garimpos, essa diferença também se manifestou, porém,
para o DDT aos 30 minutos, a mortalidade na barraca de
sarrapilha foi superior à da r%fia.

13. A análise objetivando avaliar a interferência da altura


na parede sobre a ação residual, medida no Maruanum pela
localização dos cones nas barracas, evidenciou a
superioridade do cone mais alto em associação positiva
com RÁFIA. Foi aventada a hipótese de que a ação das
intempéries ocorre mais intensamente na porção inferior
das paredes das barracas. Este mesmo efeito ,..nãofoi
constatado na sarrapilha devido este tecido se deteriorar
rapidamente.

14. As medidas de mortalkdade nas faces A e -B, observadas nos


P garimpos evidenciaram diferenças significativas entre as
mesmas, havendo um incremento da mortalidade na face B,
sem haver associação particular com'os dois inseticidas.
Foi aventada a hipótese da interferência dos raios
solares, que incidem diretamente na face A no momento de
execução doteste, provavelmente aumentando atemperatura
e reduzindo a mortalidade nesta face.

15. A análise de regressão logistica para a interação ESPÉCIE


X INSETICIDA, efetuada para os dados das provas bioló-
gicas do Maruanum e dos garimpos, indicaram para as duas
áreas maior sensibilidade das espécies a deltametrina.
Todavia, a diferença entre a mortalidade causada pela
deltametrina FW e DDT nos garimpos, é menor do que aquela
observada no Maruanum.

16. Ainda quanto a interação ESPÉCIE X INSETICIDA, as várias


espécies responderam de forma diferenciada aos dois
tratamentos, havendo urna sisqüência de acordq com os
Indices encontrados. A. albitarsis foi a espécie mais
senslvel aos inseticidas, tanto no Maruanum como nos
garimpos. A. darlingi, que no Maruanum foi a segunda
espécie mais senslvel, nos garimpos foi a quarta. A.
nuneztovari foi a que menos respondeu aos inseticidas no
Maruanum, mas nos garimpos foi a segunda mais sensível.
A. braziliensis apresentou o mesmo nivel nas duas
localidades.
17. A ação residual dos inseticidas nas provas biológicas no
Maruanum, demonstrou a superioridade acentuada da
deltametrina FW, aos 3 0 minutos, em relação ao DDT,
durante todo o período do teste. Considerando a
mortalidade total apõs 24 horas, o DDT causou mortalidade
superior nos dois substratos testados até os 60 dias. A
partir desse perlodo a deltametrina causou maior
mortalidade, entretanto, houve para o DDT uma diminuição
acentuada até os 180 dias. Para deltametrina FW, no
entanto, esta redução é muito menor, mantendo nlveis mais
elevados que o DDT aos 180 dias.

18. Os dados deste trabalho permitiram constatar a maior ação


residual da deltametrina, causando mortalidade mais
elevada que o DDT, por até 240 dias após o tratamento. A
análise de regressão mostrou percentuais de mortalidade
para a deltametrina, nas duas superflcies, cerca de três
vezes superiores do que os preditos para o DDT, aos 240
dias. No entanto, os resultados observados nos garimpos,
evidenciaram valores aproximadamente quatro vezes mais
elevados do que os obtidos para o DDT, para o mesmo
período nas paredes de ráfia. Nas paredes de sarrapilha,
essa diferença foi menor, embora a ação residual da
deltametrina continuasse superior à 'do DDT. Em comparação
aos resultados do Maruanum, nos garimpos os dois
tratamentos sofreram uma diminuição mais intensa de sua
atividade, embora as taxas de mortalidade da deltametrina
FW sejam sempre maiores que as do DDT.
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%.
c. i ERRATA
7 L

onde se lê leia-se página parágrafo linha

ÍNDICE DE QUADROS LISTA DE QUADROS xix 1


ÍNDICE DE FIGURAS LISTA DE FIGURAS X X ~ 1
An. darlingi A. darlingi 82 2 2
An. albitarsis A. albitarsis 82 2 2 'q
An. nuneztovari A. nuneztovari 82 2 3
An. triannuiatus A. triannulatus 82 2 3

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