Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
São Paulo
2006
Débora Mei Shen
São Paulo
2006
FICHA CATALOGRÁFICA
Nowadays, natural gas is one of the most popular sources of energy used in the
world. However, its participation in the Brazilian energetic matrix is still very small,
since the transport infrastructure is still deficit, depending significantly on the use of
a pipeline system little ramified and linked. Moreover, the great dependency on few
natural gas suppliers still generates insecurity in the home market, mainly after the
recent crisis involving Bolivia. In such a way, new technologies related to the
diversification of the transport forms and suppliers of natural gas are being strongly
researched. In this context, this project discusses the liquefied natural gas (LNG)
technology, presenting a technical feasibility study for a thermodinamical cycle to
liquefy natural gas in small scale. This cycle, by using the energy generated in the
pressure degradation during the process of custody transfer, becomes less dependant
of external energy sources, or even auto-sufficient from the energetic view.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................1
2 O GÁS NATURAL..........................................................................................2
3 BENEFÍCIOS DA UTILIZAÇÃO DO GÁS NATURAL ..............................4
3.1 BENEFÍCIOS AMBIENTAIS ............................................................................4
3.1.1 Emissões de Dióxido de Carbono (CO2) ................................................4
3.1.2 Emissões de Enxofre (S).........................................................................5
3.1.3 Emissões de Óxidos de nitrogênio (NOX) ...............................................5
3.2 BENEFÍCIOS ECONÔMICOS ...........................................................................6
4 A CADEIA DO GÁS NATURAL ...................................................................7
4.1 EXPLORAÇÃO .............................................................................................7
4.2 EXPLOTAÇÃO .............................................................................................8
4.3 PRODUÇÃO.................................................................................................8
4.4 PROCESSAMENTO .......................................................................................8
4.5 TRANSPORTE, DISTRIBUIÇÃO E ARMAZENAMENTO ......................................9
4.5.1 Gasodutos............................................................................................10
4.5.2 Gás natural comprimido ......................................................................10
4.5.3 Gás natural liquefeito..........................................................................11
4.6 USOS FINAIS ............................................................................................11
5 MOTIVAÇÃO...............................................................................................13
5.1 PANORAMA DA INFRA-ESTRUTURA DO SETOR DE GÁS NATURAL ...............14
6 HISTÓRICO DO GÁS NATURAL LIQUEFEITO ....................................19
6.1 PRIMEIRO PERÍODO: A DÉCADA DE 1960. .................................................19
6.2 SEGUNDO PERÍODO: A DÉCADA DE 1970. .................................................20
6.3 TERCEIRO PERÍODO: A DÉCADA DE 1980..................................................20
6.4 QUARTO PERÍODO: A DÉCADA DE 1990....................................................21
7 COMÉRCIO INTERNACIONAL DE GÁS NATURAL LIQUEFEITO ...22
8 A CADEIA PRODUTIVA DO GÁS NATURAL LIQUEFEITO ...............27
8.1 UNIDADE DE LIQUEFAÇÃO ........................................................................27
8.2 TANQUE DE ARMAZENAGEM.....................................................................28
8.3 TERMINAL DE REGASEIFICAÇÃO ................................................................28
9 CICLOS TERMODINÂMICOS DE PRODUÇÃO DE GNL .....................30
9.1 OS CICLOS CLÁSSICOS DE LIQUEFAÇÃO ....................................................30
9.1.1 O ciclo termodinâmico ideal................................................................30
9.1.2 Sistema Linde-Hampson simples..........................................................31
9.1.3 Sistema Linde-Hampson com pré-resfriamento....................................32
9.1.4 Sistema Linde de dupla pressão ...........................................................33
9.1.5 Sistema em cascata..............................................................................34
9.1.6 Sistema Claude ....................................................................................34
9.1.7 Sistemas Claude modificados...............................................................35
9.2 ALGUNS CICLOS COMERCIAIS DE LARGA ESCALA “BASE LOAD”...............36
9.2.1 Sistemas em cascata otimizado (Phillips).............................................37
9.2.2 Sistemas em cascata com refrigerante misto Statoil/Linde (MFCP) .....37
9.2.3 Sistema C3MR TM (APCI)...................................................................39
9.2.4 Sistema Shell DMR ..............................................................................40
9.2.5 Sistema Axens Liquefin TM..................................................................40
9.3 ALGUNS CICLOS COMERCIAIS DE PEQUENA ESCALA E DE “PEAK SHAVING”
41
9.3.1 Sistema Black and Veatch PRICO........................................................41
9.3.2 Sistema GTI.........................................................................................42
9.3.3 Sistema com dois ciclos independentes de expansão (ABB)..................43
9.3.4 Sistema Kryopak EXP..........................................................................44
9.3.5 Sistema Kryopak PCMR ......................................................................46
9.3.6 Sistema Idaho ......................................................................................47
9.3.7 Sistema de tubo de vórtices..................................................................47
9.4 OUTROS SISTEMAS....................................................................................48
9.5 COMPARAÇÃO DE CONSUMOS ENERGÉTICOS DE DIVERSOS PROCESSOS DE
LIQUEFAÇÃO DE GÁS NATURAL ...........................................................................49
10 PROCESSOS “LETDOWN”........................................................................50
10.1 OBTENÇÃO DE GNL DIRETO .....................................................................51
11 O CICLO DE LIQUEFAÇÃO ANALISADO..............................................52
11.1 DESCRIÇÃO DO CICLO ..............................................................................52
11.2 EQUAÇÕES DE MODELAGEM E BALANÇO ..................................................53
12 ANÁLISE 1 – 100% METANO....................................................................56
12.1 OBTENÇÃO DE GNL DIRETO .....................................................................56
12.2 RESULTADOS............................................................................................57
13 ANÁLISE 2 – MISTURA MULTICOMPONENTE....................................60
13.1 OBTENÇÃO DE GNL DIRETO .....................................................................60
13.2 RESULTADOS............................................................................................62
14 COMPARAÇÃO ENTRE AS ANÁLISES...................................................66
15 CONCLUSÕES .............................................................................................67
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Gás natural associado ...............................................................................2
Figura 2 – Gás natural não associado ........................................................................2
Figura 3 – Comparativo da emissão de CO2 (kg) ......................................................5
Figura 4 – Comparativo da emissão relativa de SO2. .................................................5
Figura 5 – Comparativo da emissão relativa de NOx .................................................6
Figura 6 – A cadeia do gás natural (CTGAS, 2006)...................................................7
Figura 7 – Representação de uma UPGN ..................................................................9
Figura 8 – Usos do gás natural (2004) .....................................................................12
Figura 9 – Matriz energética mundial (BEN, 2005) .................................................13
Figura 10 – Matriz energética brasileira (BEN, 2005) .............................................13
Figura 11 – Evolução das vendas de gás natural no Brasil (Petrobrás, 2004) ...........14
Figura 12 – Rede de gasodutos de transporte – América Latina ...............................16
Figura 13 – GNC aplicado ao "gasoduto virtual".....................................................16
Figura 14 – Aplicação do GNC ...............................................................................17
Figura 15 – O conceito de GNL distribuído – Gás Local .........................................17
Figura 16 – Comércio internacional de gás natural. .................................................24
Figura 17 – A cadeia produtiva do gás natural liquefeito .........................................27
Figura 18 – Esquema de uma unidade de liquefação................................................28
Figura 19 – Esquema de um terminal de regaseificação...........................................29
Figura 20 – O ciclo termodinâmico de liquefação idealizado...................................30
Figura 21 – Sistema Linde-Hampson simples..........................................................31
Figura 22 – Sistema Linde-Hampson com pré-refrigeração .....................................32
Figura 23 – Sistema Linde de dupla pressão............................................................33
Figura 24 – Sistema em cascata...............................................................................34
Figura 25 – Sistema Claude de liquefação ...............................................................35
Figura 26 – Sistema Kapitza ...................................................................................36
Figura 27 – Sistema Heylandt. ................................................................................36
Figura 28 – Sistema Claude de dupla pressão. .........................................................36
Figura 29 – Diagrama simplificado do processo em cascata otimizado ....................37
Figura 30 – Diagrama do sistema MFCP. ................................................................38
Figura 31 – Diagrama do sistema C3MRTM. ..........................................................39
Figura 32 – Diagrama do processo Liquefin ............................................................41
Figura 33 – Diagrama do sistema PRICO................................................................42
Figura 34 – Diagrama simplificado do processo GTI...............................................43
Figura 35 – Diagrama do processo de liquefação desenvolvido pela ABB. ..............44
Figura 36 – Diagrama simplificado do sistema Kryopak EXP. ................................45
Figura 37 – Diagrama simplificado do processo Kryopak PCMR............................46
Figura 38 – Diagrama simplificado do processo Idaho ............................................47
Figura 39 – Processo "letdown" ..............................................................................50
Figura 40 – Ciclo analisado.....................................................................................55
Figura 41 – Diagrama temperatura-entropia (T-s)....................................................56
Figura 42 – Diagrama temperatura-entalpia (T-h)....................................................56
Figura 43 – Influência do valor da pressão do gasoduto de distribuição...................58
Figura 44 – Influência do valor do COP do ciclo de refrigeração.............................59
Figura 45 – Curvas de entropia-temperatura, para pressões de 10 e 0,1 MPa. ..........61
Figura 46 – Curvas de entalpia-temperatura, para pressões de 100 e 0,1 MPa..........62
Figura 47 – Influência do COP do ciclo de refrigeração nos resultados....................64
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO
2 O GÁS NATURAL
O gás natural, quando comparado aos demais combustíveis fósseis utilizados em larga
escala em todo o mundo, apresenta diversas vantagens, tanto ambientais, quanto econômicas.
Como exemplo, segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos, a eficiência
do gás natural, da fonte até seu consumo final, é de aproximadamente 91%. Isto significa que,
de cada 10 unidades de energia extraídas do solo, aproximadamente nove são utilizadas.
Comparativamente, outras fontes de energia, como petróleo, carvão, nuclear e hidrelétrica,
devido à degradação de energia existente nos processos de extração, produção e distribuição,
têm uma eficiência de aproximadamente 29%.
Os principais benefícios da utilização do gás natural estão apresentados nas subseções
a seguir.
Quando comparado aos demais combustíveis fósseis, o gás natural mostra-se como um
combustível muito menos poluente. Devido à sua composição, a quantidade de material
particulado, óxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio
(NOX) gerada durante sua combustão é extremamente pequena. Ainda, quando comparado aos
demais combustíveis, o gás natural emite uma quantidade muito menor de dióxido de carbono
(CO2) durante o seu processo de combustão, contribuindo para reduzir significativamente o
problema do aquecimento global relacionado ao efeito estufa. No entanto, a contribuição do
metano nesta questão não pode ser desprezada, embora os volumes lançados atualmente na
atmosfera não provoquem impactos ambientais significativos.
120
100
80
60
40
20
0
Linita Carvão Óleo 1%S Gasolina Gás
Natural
6
5
4
3
2
1
0
Carvão Óleo 1%S Gasolina Gás Natural
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
Carvão Óleo 1%S Gasolina Gás Natural
Além dos benefícios ambientais já citados anteriormente, o gás natural pode provocar
melhorias em diversos processos industriais, já que a probabilidade de formação de ácidos é
reduzida, e conseqüentemente a taxa de corrosão de equipamentos e instalações. Desta forma,
aumenta-se a vida útil e reduz-se o gasto com manutenção e substituição de equipamentos.
Ainda, o gás natural dispensa ou reduz a necessidade de tratamento dos gases de combustão
antes de sua liberação para a atmosfera, além de dispensar também o gasto com estoque de
combustível no interior da indústria, uma vez que, hoje em dia, é entregue no consumidor
final através de gasodutos. Desta forma, o consumidor paga apenas pela quantidade de gás
utilizada, evitando gastos com manutenção de infra-estrutura para estoque de combustível.
Ainda, o gás natural apresenta um elevado rendimento energético, configurando-se
como um ótimo substituto para os demais combustíveis fósseis em quase todas as suas
aplicações.
7
A cadeia do gás natural engloba todas as etapas pelas quais o gás passa, desde a
extração do poço até sua utilização pelo consumidor final. Esta cadeia é costumeiramente
dividida em dois grandes elos:
• Upstream – envolve as etapas desde a extração do poço até a entrega do gás às
empresas distribuidoras, nos pontos conhecidos por city gates.
• Downstream – envolve a entrega do gás natural pelas empresas distribuidoras ao
consumidor final, bem como suas formas de utilização.
Na Figura 6 (CTGAS, 2006), é apresentado um fluxo das principais etapas da cadeia
do gás natural, que serão explicadas brevemente a seguir.
4.1 Exploração
4.2 Explotação
4.3 Produção
4.4 Processamento
finais, a pressão de gás é reduzida ainda mais, alcançando valores da ordem 100 kPa, ou
inferiores.
A distribuição é feita por gasodutos de menor porte ou carretas e trens de GNC/GNL,
que podem transportar o gás até o cliente final ou até uma derivação da rede de gasodutos de
distribuição. Neste último caso, onde o GNC e o GNL são empregados para transportar o gás
até uma rede de distribuição e esta rede encarrega-se de entregar o gás para os consumidores
finais, estas tecnologias são denominadas “gasodutos virtuais”.
O armazenamento do gás natural, comum em países de clima frio, é feito geralmente
sob a forma de GNL. Quando há uma capacidade ociosa do gasoduto (geralmente nos meses
de verão), o gás natural é liquefeito e armazenado, sendo utilizado então quando há um pico
na demanda de gás natural (meses de inverno) que não poderá ser suprida pela capacidade do
gasoduto. Esta forma de utilização do gás natural liquefeito é comumente chamada
“peakshaving”. No Brasil, existem perspectivas de utilização desta tecnologia para suprir a
demanda de usinas termoelétricas movidas a gás, que entram em operação somente em
determinadas épocas do ano, quando as hidrelétricas não conseguem suprir todo o sistema.
4.5.1 Gasodutos
Atualmente, no Brasil, os gasodutos têm se constituído na solução mais utilizada para
transporte/distribuição do gás natural. Dentro da cadeia produtiva do gás natural, costuma-se
diferenciar os gasodutos utilizados para transporte e os gasodutos utilizados para distribuição.
Os gasodutos de transporte, geralmente, possuem dimensões maiores e operam a pressões
mais elevadas que os gasodutos de distribuição, transportando, portanto, uma maior
quantidade de gás natural. Estes gasodutos levam o gás natural dos centros produtores aos
grandes centros consumidores, percorrendo grandes distâncias.
Os gasodutos de transporte operam em uma faixa de pressões que varia de 5 a 10 MPa.
Interligados aos gasodutos de transporte, existem os gasodutos de distribuição, que têm um
raio de ação mais local ou regional. Estes últimos, por sua vez, costumam operar entre 3,5 e
0,1 MPa, podendo, algumas vezes, operar a pressões inferiores, principalmente quando
ligados a consumidores residenciais.
• Uso industrial: engloba todas as aplicações do gás natural nos ramos da indústria,
definidos no Balanço Energético Nacional, quais sejam: alimentos e bebidas, cimento,
cerâmica, têxtil, ferro gusa e aço, ferro-ligas, mineração/pelotização, química, não-
ferrosos, papel e celulose e outras indústrias. Neste bloco de aplicações, destacam-se o
uso do gás natural como combustível para geração de força motriz, para aquecimento
direto, calor de processo, climatização de ambientes, como matéria prima na indústria
petroquímica ou como redutor siderúrgico.
• Uso Comercial: concentra-se basicamente no aquecimento de água, condicionamento
de ambientes, fornos de panificadoras, lavanderias em instalações comerciais ou
hospitalares e para cocção em restaurantes e hotéis.
• Uso residencial: cocção de alimentos, aquecimento ambiental (que representa um
significativo mercado de gás em países de clima frio), refrigeração e iluminação em
locais onde não há disponibilidade de energia elétrica.
• Uso automotivo (GNV): combustível veicular de carros de passeio, vans e ônibus
urbanos. Envolve também as atividades de instalações de reabastecimento nos postos
de serviço ou estações de compressão.
• Geração de energia: queima do gás em motores e turbinas para acionamento de
geradores elétricos e da utilização dos efluentes térmicos das máquinas para geração
de vapor, o que caracteriza os sistemas de cogeração.
13
5 MOTIVAÇÃO
PETRÓLEO
ENERGIA BIOMASSA * BIOMASSA * 38%
HIDRÁULICA 11% 29%
URÂNIO PETRÓLEO
2%
6% 36%
* Biomassa inclui lenha, carvão vegetal, produtos da cana, energia solar, eólica, geotérmica, etc. * Biomassa inclui lenha, carvão vegetal, produtos da cana, energia solar, eólica, geotérmica, etc.
Figura 9 – Matriz energética mundial (BEN, 2005) Figura 10 – Matriz energética brasileira (BEN, 2005)
No Brasil, as reservas totais de gás natural (soma das reservas prováveis e reservas
provadas) da Petrobrás são de aproximadamente 313 bilhões de m³, o que seria suficiente para
suprir o atual consumo do país por 20 anos. No entanto, tais reservas estão concentradas na
região Sudeste, na Bacia de Campos, Santos e na região norte, na bacia dos rios Solimões &
Amazonas. Além das reservas nacionais existentes, o Brasil importa também gás boliviano,
através do Gasoduto Bolívia-Brasil, inaugurado em 1999, para atender aos estados da região
Sul e Sudeste. Do exposto, pode-se observar que o país é muito dependente de poucas fontes
de abastecimento, o que tem gerado atualmente uma grande insegurança quanto à questão de
estabilidade de fornecimento.
Na Figura 12 (CTGAS, 2006), apresenta-se a malha de gasodutos existente na
América Latina. Atualmente o Brasil conta aproximadamente com 10.000 km de gasodutos de
transporte e com pouco mais de 11.000 km de redes de distribuição. Porém, observando-se o
mapa apresentado, nota-se que a interligação entre as redes de gasodutos de transporte é
extremamente precária, o que limita ainda mais a capacidade de abastecimento, uma vez que
os sistemas são isolados.
15
Da mesma forma que a tecnologia do GNC pode ser aplicada à expansão do gasoduto
virtual, existe um forte interesse em projetos que envolvam a aplicação do GNL com a mesma
finalidade. Um destes projetos, denominado Gás Local (Figura 15, PETROBRAS), é fruto da
iniciativa de duas empresas (Petrobrás e White Martins), na cidade de Paulínia, em São Paulo.
Segundo o Portal Gás e Energia, este projeto possui capacidade para liquefazer cerca de 380
mil m³/dia de gás, com a utilização de um sistema de liquefação norte-americano. Configura-
se, portanto, como uma planta de pequeno porte, que atende a distribuidoras, indústrias e
postos de GNV em São Paulo, Paraná, Goiás e Brasília. Dessa forma, com o investimento da
ordem de US$ 50 milhões feito, estes consumidores passarão a depender um pouco menos da
estrutura da rede de gasodutos existente no país.
energética das demais formas de transporte/distribuição de gás natural (Tabela 2). Além disso,
a liquefação do gás natural permite estoca-lo e transporta-lo sob forma condensada em
condições técnico-economicamente viáveis.
kg de GN__
Forma de Armazenamento
m³ de produto
Gás natural (CNTP: 101,325 kPa e 21,1°C) 0,722
Gás natural comprimido (25 MPa) 173
Gás natural liquefeito (-165°C) 450
Desta forma, desta seção em diante, dar-se-á um maior enfoque ao gás natural
liquefeito, seu histórico, seu mercado e sua forma de produção.
19
Segundo Lom (1974), Ryan e outros (2001) e Dominion Gas Transmission (2004), o
processo de liquefação do gás natural teve seu início no século XIX, quando Michael Faraday,
realizou alguns experimentos sobre a liquefação de diferentes tipos de gases, incluindo o gás
natural. Em 1895, Carl Von Linde desenvolveu na Alemanha a primeira planta de liquefação
de ar de forma contínua, na qual se baseiam quase todos os processos industriais modernos de
liquefação. A partir de então, houve uma grande evolução nas tecnologias envolvidas neste
processo, visando principalmente aumentar as capacidades das instalações, melhorar os
rendimentos térmicos dos ciclos, e ao mesmo tempo simplificá-los, tornando-os mais
flexíveis. Para discutir-se a evolução dos processos de liquefação de gás natural, pode-se
dividir a história em quatro períodos distintos, apresentados a seguir.
Na década de 1970, foi inaugurada a planta Marsa el-Brega, na Líbia, com quatro trens
de produção com capacidade de 750.000 toneladas/ano. Essa planta foi a primeira a utilizar
um ciclo de refrigerante misto com apenas um estágio, conhecido como PRICO, menos
eficiente, porém muito mais simples que o ciclo em cascata. Este ciclo foi desenvolvido pela
Air Products & Chemicals Internacional Inc. (APCI), com o objetivo de reduzir o número de
compressores e de trocadores de calor utilizados. Isso foi possível, uma vez que,
diferentemente do ciclo em cascata, que utiliza três ciclos de refrigeração integrados, o
PRICO utiliza apenas um ciclo e um refrigerante misto (metano, etano, propano, etc.) que
possui uma composição específica para que o líquido refrigerante possa evaporar numa
temperatura próxima ao ponto de liquefação do gás natural.
Em novembro de 1972, entrou em operação a planta em Skikda, na Argélia, utilizando
o ciclo PRICO. Possuía três trens de produção com capacidade para 1 milhão de
toneladas/ano cada um, um aumento de 25% em relação ao tamanho dos trens de Marsa el-
Brega.
Apenas um mês antes, havia sido inaugurada a Brunei Liquefied Natural Gas; BLNG,
a maior planta já construída até então, com cinco trens de produção de mais de 1 milhão de
toneladas/ano, sendo sua capacidade total de 5,5 milhões de toneladas/ano. Esta planta
utilizava um ciclo à base de propano pré-aquecido e um refrigerante misto (C3-MR), também
desenvolvido pela APCI. Este ciclo possuía uma eficiência térmica de aproximadamente 90%,
uma drástica melhoria em relação aos outros ciclos de refrigerante misto.
Em 1977, a Indonésia entrou para o grupo de países exportadores de GNL, com a
inauguração de dois trens de produção em Bontang, cada um com capacidade para 2 milhões
de toneladas/ano. Um ano depois, em Arun, entrou em operação uma planta que utilizava
uma turbina a gás de eixo duplo, e uma versão levemente modificada do ciclo C3-MR. Após
10 anos, esta era a primeira planta a utilizar turbinas a gás, desde que a planta de Kenai foi
construída.
Após este período, versões do processo de liquefação C3-MR passaram a dominar a
indústria, com apenas duas exceções: a planta de Skikda e a planta de Trindade. As turbinas a
gás também a passaram a dominar a indústria, prevalecendo sobre as turbinas a vapor.
petróleo. Apenas duas plantas foram construídas neste período: a MLNG Satu, na Malásia; e a
NWS (The Australian Northwest Shelf Project), na Austrália; enquanto que dois terminais de
recepção de GNL nos Estados Unidos foram desativados. Todos os outros crescimentos
ocorridos durante esta década foram apenas expansões das plantas existentes: Arzew, 1981;
Skikda, 1981; Bontang, 1983; e Arun, 1983 e 1986.
A principal inovação tecnológica deste período foi a utilização do ar para resfriamento,
procedimento empregado em NWS, uma vez que as restrições ambientais não permitiam a
utilização da água para tal finalidade. No entanto, após ter sido testado em NWS, esse
processo passou a ser utilizado também em outros locais, tanto por motivos ambientais quanto
econômicos.
Um dos maiores desafios a ser vencido na década de 1990 era reduzir custos,
maximizando a transmissão de potência das turbinas para os compressores e aumentar o
tamanho dos trens de produção. Com a expansão da planta MLNG, na Malásia, em 1995, foi
dado um grande passo para vencer este desafio. Esta planta foi a primeira a utilizar uma
turbina a gás de 80-MW (GE Frame 7), no lugar de quatro turbinas de 28 MW (Frame 5). A
“Frame” 7 era responsável por acionar o ciclo de refrigerante misto, enquanto que a “Frame”
6 movia o ciclo de propano pré-resfriado. Com a utilização das “Frame 7”, houve uma
redução de 15 a 25% no custo unitário ($/MW) e uma redução de 10 a 15% no consumo de
combustível.
Em 1999, após aproximadamente 20 anos sem nenhuma planta construída na costa do
Oceano Atlântico, iniciou-se a construção de uma planta na Nigéria e uma planta em Trindade
(Atlantic LNG, ALNG). Este último evento, combinado com o aumento na demanda de gás
natural pelos Estados Unidos, particularmente pra produção de eletricidade, e com o aumento
do preço do gás natural no mercado, resultou num interesse renovado do mercado americano
em GNL. Assim, os dois terminais de recepção que haviam sido abandonados em 1979, foram
reativados.
22
Woodside Offshore
Austrália NWS Australian LNG 1 4,2 2004
Petroleum
Brunei Lumut 1 Brunei LNG 5 7,2 1972
Indonésia Arun, Fase 1 PT Arun NGL 3 2 1978
Indonésia Arun, Fase 1 PT Arun NGL 2 4 1983
Indonésia Arun, Fase 1 PT Arun NGL 1 2 1986
Bontang A-H
Indonésia PT Badak NGL 8 22,59 1977-1999
(Kalimantan)
Malásia Bintulu MLNG 1 Petronas, Shell, Mitsubishi 3 8,1 1983
Petronas, Shell, Mitsubishi,
Malásia Bintulu MLNG 2 (Dua) 3 7,8 1994
Sarawak
Bintulu MLNG 3 Petronas, Shell, Mitsubishi,
Malásia 2 6,8 2003
(Tiga). Sarawak
Omã OLNG (Qualhat) Oman LNG 2 6,6 2000
Qatar Qatargas 1 T1-T3 Qatargas 3 8,6 1994
Qatar Rasgas 1 (Ras Laffan) Rasgas 2 6,6 1999
Rasgas 2 (Ras Laffan)
Qatar Rasgas 1 4,7 2004
T1
Emirados ADGAS (Das Island I
ADGAS 3 5,6 1977-1994
Árabes & II)
Estados
Kenai ConocoPhillips 1 1,5 1969
Unidos
Trinidad e
Atlantic LNG Atlantic LNG 1 3,3 1999
Tobago
Trinidad e
Atlantic LNG T2 & T3 Atlantic LNG 2 6,6 2002-2003
Tobago
No capítulo 4, considera-se o gás natural liquefeito como um dos elos da cadeia do gás
natural. Neste capítulo, no entanto, será dado um enfoque maior às etapas da cadeia produtiva
do gás natural liquefeito (Figura 17), desde sua liquefação até sua regaseificação para
utilização final.
Como apresentado no capítulo 4, o gás natural, antes de ser liquefeito, também deve
passar pela etapa de pré-tratamento e remoção de contaminantes outros componentes, na
chamada UPGN. Dessa forma, evita-se o congelamento de substâncias durante o processo de
liquefação, como água e dióxido de carbono, o que prejudicaria muito o processo, uma vez
que válvulas, trocadores de calor e diversos outros componentes do ciclo de liquefação seriam
bloqueados ou danificados. Após ser pré-tratado, o gás pode seguir diretamente da UPGN
para a unidade de liquefação ou ser transportado por gasodutos até a mesma.
Os terminais para desembarque do gás situam-se junto aos centros de consumo. Seus
principais elementos são os tanques de estocagem e os regaseificadores, além dos
equipamentos complementares, conforme mostra a Figura 19.
Segundo GASNET, no caso de terminais de regaseificação destinados a receber GNL
importado, a capacidade dos tanques de estocagem pode ser um pouco superior a carga de um
navio (caso da Espanha, com 160 mil m³ de armazenagem, para navios de 135 mil m3), ou
muito superior, quando o terminal propõe-se a servir de balanceador de picos de consumo e
estoque estratégico. Neste último caso está o terminal de Sodegaura, na baía de Tóquio, capaz
de armazenar 2,7 milhões m³, vinte vezes a carga de um navio padrão.
29
Os regaseificadores podem usar água do mar para reaquecer o GNL, ou vapor quando
há uma termelétrica nos arredores, como é muito freqüente. Neste caso, a expansão do gás ao
se vaporizar poderá acionar turbinas, capazes de adicionar alguma potência à termelétrica. Há
ainda uma possibilidade de usar o frio liberado na regaseificação para indústria de alimentos.
Na realidade, sabe-se que é impossível construir um ciclo ideal como o indicado. Isto
se deve ao fato de que a pressão do estado 2, na saída do compressor, seria extremamente
elevada, não existindo ainda uma tecnologia que permita que esta pressão seja alcançada.
31
Além disso, o ciclo termodinâmico ideal exige que os processos reversíveis, o que não é
fisicamente possível.
Como se observa na Figura 23, neste ciclo, o gás é primeiramente comprimido a uma
pressão intermediária e, posteriormente, a uma pressão mais elevada após adicionar o fluxo de
retorno. O gás de alta pressão atravessa o trocador de calor e é expandido a uma pressão
intermediária (ponto 5), onde parte do gás é liquefeita. O líquido saturado e o vapor são
separados; o vapor é retornado ao segundo compressor (fluxo de retorno), passando pelo
trocador de calor enquanto o líquido é expandido.
34
calor. Aproximadamente 80% deste vapor é então desviado do fluxo principal, expandido
através de uma turbina e reintegrado ao fluxo de gás que está retornando no segundo trocador
de calor no ponto 8. O fluxo principal de vapor continua através do segundo e terceiro
trocadores de calor e é finalmente expandido através de uma válvula (processo 5-6),
liquefazendo-se parcialmente. O vapor saturado restante é então recirculado através dos
trocadores de calor para resfriar o fluido que está entrando no processo.
A válvula é ainda necessária já que, em um sistema real, o expansor não pode trabalhar
com uma quantidade grande de líquidos, em função das suas limitações mecânicas (erosão das
pás). Além disso, caso se formem líquidos no interior do cilindro de um equipamento de
expansão, uma alta tensão atuaria na estrutura, aumentando as chances de falha do
mecanismo.
Em alguns sistemas, a energia obtida no expansor é utilizada para comprimir parte do
fluido a ser liquefeito; no entanto, em sistemas de pequena escala, esta energia é dissipada.
ser liquefeitas. Já os chamados ciclos “peak shave” são utilizados para liquefazer gás e
armazená-lo, ou então transportá-lo, sob a forma de gasoduto virtual.
Nesta seção são discutidos os ciclos de larga escala e na seção seguinte, os de pequena
escala.
Nesta seção são apresentados alguns ciclos comerciais de pequena escala e os de “peak
shaving”. Existe uma certa diferença entre os dois tipos. As plantas de “peak shaving”
geralmente entram em operação para suprir demanda de gás natural “fora do pico”, isto é, o
gás natural é armazenado na sua forma liquefeita, armazenado, revaporizado e entregue à
linha de distribuição em períodos de alta demanda. No caso das pequenas plantas, o gás
natural é liquefeito para atender mercados descentralizados de gás, por exemplo. Estes são os
ciclos de liquefação de maior interesse desse trabalho.
novamente pelo trocador de calor, este fluido é comprimido. Dessa forma, o refrigerante a
baixa pressão troca calor tanto com o gás natural que deve ser liquefeito quanto com o próprio
refrigerante a alta pressão. Um diagrama do processo é mostrado na Figura 34. Como
vantagens desse sistema, pode-se mencionar o uso de compressores normalmente utilizados
na indústria de refrigeração, com acionamento elétrico, como na figura, ou por meio de um
motor de combustão interna movido a gás natural. O protótipo atual em estudo pelo GTI
produz 250 gal/dia de GNL.
então direcionado para os trocadores de calor, resfriando o gás de processo, e saindo destes a
uma temperatura de 29°C. Posteriormente, o refrigerante é comprimido a uma pressão de 315
psi, elevando sua temperatura a 60°C, sendo finalmente resfriado antes de entrar no
compressor que elevará sua pressão a 1000 psi.
No ciclo de nitrogênio, nitrogênio (1200 psi e 32°C) é resfriado a uma temperatura de
aproximadamente -90°C, sendo então expandido a 200 psi, o que reduz sua temperatura a -
180°C. O nitrogênio é direcionado a caixa de liquefação, onde liquefaz o gás de processo, e é
aquecido a 27°C. O refrigerante é então comprimido a 280 psi, o que eleva ainda mais sua
temperatura (alcançando 74°C). Analogamente ao ciclo de metano, o gás é resfriado antes de
ser finalmente comprimido a 1200 psi.
Este processo necessita ainda de uma pequena unidade de geração de nitrogênio para
fornecer o gás ao sistema e repor o gás perdido através de eventuais vazamentos nos
equipamentos.
Como exemplo, uma planta produzindo uma média de 0,5 milhão de tpa de GNL
apresenta um consumo específico de 16,1 kW/ton-dia.
produto final do processo de “flashing”. Isto significa que nenhuma refrigeração mecânica é
utilizada, como ocorre comumente em outros sistemas que empregam refrigerantes mistos, o
que simplifica bastante o processo. Neste sistema, trabalho e refrigeração são extraídos
através de processos de expansão. A refrigeração é utilizada para auxiliar o processo de
liquefação do gás natural e o trabalho extraído é utilizado para recomprimir parcialmente o
gás refrigerante.
Termodinamicamente, este ciclo é tão eficiente como o mais avançado dos ciclos de
refrigeração que empregam mistura de refrigerantes RM. Atualmente, as eficiências térmicas
dos equipamentos compressores/ expansores podem ultrapassar 85%, o que representa um
importante fator para continuar a insistir na utilização desta tecnologia no mercado de GNL.
Este processo tem como principais vantagens:
• É um processo extremamente simples, se comparado a outros processos que utilizam
refrigerantes mistos.
• É adaptável a diferentes composições do gás de insumo, sem perda de eficiência da
planta, já que o ciclo de refrigeração deve operar com o propósito de produzir GNL e
atender a demanda existente.
• O fluido refrigerante está sempre na forma gasosa, o que elimina a dificuldade
existente quando se trabalha com gases e líquidos.
• Não há a necessidade de pré-misturar o fluido refrigerante.
• Todos os equipamentos empregados são largamente empregados atualmente na
indústria de óleo e gás.
Este processo possui uma capacidade de 125 toneladas por dia (tpd) por unidade
produtora e um consumo específico de 15,5 kW/ton-dia. É indicado para plantas de pequena
escala.
especificações técnicas: pressão mínima de trabalho de 3,5 MPa; vazão de gás na faixa de
2000 – 7000 m3/h; produção de 500 kg/h de GNL; peso total da planta de 3700 kg e área total
ocupada de 6 m2. Dados operacionais confirmaram a capacidade operacional da planta,
porém o processo produtivo deve ser interrompido esporadicamente para limpeza. As
vantagens desse sistema são: energia a custo zero (usa a pressão do gasoduto), simplicidade e
baixo investimento de capital. Entre as desvantagens, pode-se citar um baixo rendimento de
produção de GNL (2 a 4 %), o GNL produzido não atinge padrões estabelecidos (na Rússia);
requer manutenção constante e tempos de parada freqüentes.
Com relação a esse princípio de funcionamento, o coordenador deste projeto
desenvolveu um protótipo bastante elementar para produção de ar frio (Polisel e Simões-
Moreira, 2005). O princípio de funcionamento do tubo de vórtices consiste na injeção de ar
comprimido na forma perpendicular ao tubo, sendo que essa corrente de ar é separada, saindo
pelas duas extremidades do tubo: a extremidade “fria” e a “quente”. Embora o princípio tenha
sido testado apenas com ar, baseado na experiência russa poderia se analisar o sistema para
gás natural em um protótipo mais apropriado para as pressões e temperaturas envolvidas.
eficiência de 2 a 2,5 a mais que o sistema baseado no estrangulamento do gás em alta pressão.
Esse sistema pode ser de pequena, média ou grande escala. A empresa Linde AG da
Alemanha também desenvolveu um sistema de liquefação usando essa tecnologia.
Consumo de Energia
Processo Aplicação
[kW/ton-dia GNL]
Sistema Kryopak EXP® 15.5 Pequena escala
Sistema Kryopak PCMR® 13.0 Pequena e grande escala
Sistema Axens LiquefinTM * Grande escala
Sistema C3MRTM (APCI) 12.2 Grande escala
Sistema em cascata otimizado
14.1 Grande escala
(Phillips)
Sistema Black and Veath PRICO® 16.8 Pequena e grande escala
Sistema Shell DMR 12.5 Grande escala
Sistema com dois ciclos
* Pequena escala
independentes de expansão (ABB)
Sistema em cascata com refrigerante
* Grande escala
misto Statoil/Linde (MFCP)
Sistema GTI * Pequena escala
Sistema com turbo-expansor e pré-
13.5 Pequena escala
resfriamento com propano
Sistema com dois turbo-expansores 16.5 Pequena escala
Sistema com dois turbo-expansores e
13.0 Pequena escala
pré-resfriamento
Sistema de Ranque-Hilsh ou tubo de
0.0 Pequena escala
vórtices
*Dados não disponíveis.
50
10 PROCESSOS “LETDOWN”
• Pressão da linha de distribuição Ö entre 0,5 e 3,5 MPa, variando 0,5 em 0,5 MPa;
• Pressão de armazenamento do GNL Ö 0,1 MPa;
• Rendimento isoentrópico do expansor: ηexp = 85%;
• Rendimento isoentrópico do compressor: ηcomp = 80%;
• Não há perda de pressão no interior do trocador de calor, isto é, a pressão no estado
2 é igual à pressãon o estado 3.
h 2 = h 1 − ηS ⋅ (h 1 − h 2S ) (1)
54
WE = h1 − h 2 (2)
Deve-se notar que a temperatura T3 – na saída do trocador de calor – deve ser maior
que a temperatura de vaporização do fluido de trabalho do ciclo de refrigeração. Desta forma,
fica evidente que fluido utilizado no ciclo de refrigeração será também um fluido criogênico,
como por exemplo, o nitrogênio.
Para definir o estado 5, na entrada do gasoduto de distribuição, foi estimada uma
temperatura na qual a probabilidade de formação de gelo na rede de distribuição seria quase
nula. Desta forma, pode-se então calcular o calor necessário para condicionar a fração (1-f) de
gás natural que não é liquefeito, chamado Qreq1, através da Eq. (4).
Q req1 = (1 − f) ⋅ (h 5 −h 2 ) (4)
Além disso, é também necessário fornecer calor e elevar a pressão do gás natural que
retorna do tanque de armazenamento, utilizando para tanto a Eq. (5).
Q req2 = f ⋅ x ⋅ (h 5 − h 4 ) (5)
Deve-se mencionar, ainda, que todas as equações acima foram obtidas ao considerar a
hipótese de que a massa total de trabalho neste ciclo é de 1 kg de gás natural. Assim sendo,
todos os valores encontrados para trabalho e calor têm como unidade [kJ/kg total de gás
55
Em uma primeira análise, adota-se uma composição simplificada para o gás natural,
visando familiarizar-se com os conceitos e facilitar a verificação dos resultados. Uma vez que
o gás natural, de maneira geral, é composto por uma grande fração de metano, utiliza-se a
hipótese de que este é composto, então, somente por metano.
12.2 Resultados
-20
150
-40
-60
100
-80
-100
50
-120
0 -140
10000 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000
120
1,0
100
0,8
80
0,6
60
0,4
40
0,2
20
0,0 0
10000 7500 5000 2500
Pressão de distribuição [kPa]
Nesta seção, deseja-se verificar se o ciclo proposto é capaz de trabalhar com uma
composição real de gás natural, na qual existem diversos componentes com comportamentos
distintos, e produzir o gás natural liquefeito.
Para tanto, é adotada uma composição de mistura multicomponente simplificada, cujas
propriedades são muito próximas às propriedades do gás natural real. Esta composição,
apresentada na Tabela 10, é muito utilizada atualmente para fornecer estimativas de poder
calorífico, densidade e etc. com excelente aproximação.
Expansão Isentrópica
2
P = 0,1 MPa
1
0
Estado Estado
final Expansão isentrópica inicial
Entropia (kJ/kg.K)
-1
-2
Faixa de
condensação
-3 do metano
-4
Temperatura mínima
para o início da
-5 condensação
P = 10 MPa
-6
-170 -150 -130 -110 -90 -70 -50 -30 -10 10 30
Temperatura (°C)
Estrangulamento Adiabático
200
Estrangulamento
100 adiabático
Estado
final
0
-100 Estado
inicial
-200 P = 0,1 MPa
Entalpia (kJ/kg.K)
-300
-400
Faixa de
-500
condensação
do metano
-600
Temperatura
-700
mínima para o
início da
-800
P = 10 MPa
-900
-170 -150 -130 -110 -90 -70 -50 -30 -10 10 30
Temperatura (°C)
13.2 Resultados
Os principais resultados obtidos nesta simulação estão indicados nas Tabelas 12, 13 e
14. Para cada valor de pressão de distribuição, o ciclo foi simulado variando os valores do
coeficiente de desempenho do ciclo de refrigeração entre 2 e 4.
Da mesma forma que na seção anterior, observa-se na Figura 47 que a fração f, para
um mesmo valor de COP, diminui conforme a pressão de distribuição aumenta, uma vez que
diminui também a quantidade de energia liberada no processo de rebaixamento de pressão.
Além disso, quando se considera uma mesma pressão de distribuição, a fração f de GNL
produzida aumenta conforme aumenta o COP do ciclo de refrigeração, já que o rendimento do
ciclo aumenta.
Da análise dos resultados obtidos, pode-se perceber também que o calor requerido
total não varia linearmente com a fração de GNL obtida ou com a pressão de distribuição,
uma vez que é função tanto da diferença de entalpias quanto da quantidade de gás natural que
deverá ser retornada ao gasoduto de distribuição.
Na Tabela 14, são apresentadas as propriedades dos estados termodinâmicos indicados
na Figura 40. Tais propriedades foram obtidas através de simulações no software EES,
considerando pressões de distribuição variando entre 3,5 MPa e 0,5 MPa, faixa de trabalho da
rede de gasodutos da Comgás, uma das empresas concessionárias de distribuição do estado de
São Paulo. Como desejado, o titulo do estado 4, na entrada do tanque de armazenamento, é
baixo, para que a quantidade de gás natural liquefeito produzida seja elevada.
64
1,0
150
0,9
Calor requerido [kJ/kg total]
130 0,8
Fração f de GNL
0,7
110
0,6
90 0,5
0,4
70
0,3
50 0,2
3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
Pressão de distribuição [kPa]
2 0 0,00 0,00 2,00 90,16 7,84 3500 -41,5 -67,85 -110,47 1,00
3500 3 0 91,99 8,01 94,00 6,00 0,00 3500 -150,6 -67,85 -788,1 0,03
4 0 91,21 8,79 18,58 81,42 0,01 100 -163,0 -125,6 -788,1 0,11
65
66
15 CONCLUSÕES
Devido às recentes crises envolvendo o fornecimento de gás natural, está sendo dado
um grande enfoque às tecnologias relacionadas a formas alternativas de transporte do gás
natural, como o gás natural liquefeito (GNL) e o gás natural comprimido (GNC). Sob a forma
de GNL ou GNC, o gás natural pode ser então armazenado e transportado através de carretas,
trens ou navios, da estação de liquefação/compressão até o mercado consumidor, dispensando
a utilização de gasodutos. Desta forma, pode-se diversificar então as possíveis fontes de
fornecimento de gás natural, tornando o Brasil menos dependente de alguns poucos
fornecedores, como a Bolívia. Além disso, estas formas de transporte do gás natural,
chamadas “gasodutos virtuais”, quando relacionadas ao mercado interno, são uma das formas
mais eficientes para suprir regiões com baixas ou médias demandas, que não justificam o
elevado investimento em gasodutos. No entanto, devido às vantagens apresentadas pelo gás
natural liquefeito, este trabalho deu maior enfoque a esta tecnologia e às formas de obtenção
de GNL.
Foram realizadas duas análises do processo de liquefação, considerando composições
distintas. A primeira análise, mais simplificada, considera que o gás natural é composto
somente por metano e permite verificar a influência global de diversos parâmetros do sistema
na quantidade final de gás natural liquefeito que pode ser produzida. A segunda análise, por
sua vez, ao considerar uma mistura multicomponente, permite verificar o comportamento das
substâncias durante o processo de liquefação e sua influência na quantidade de GNL que pode
ser produzida.
Desta forma, primeiramente, concluiu-se que o chamado GNL-direto, que poderia ser
obtido através de uma expansão simples em um turbo-expansor, entre dois níveis de pressão
distintos, não é tecnicamente viável. Isto significa dizer que, para as duas análises realizadas,
não é possível obter GNL somente pela expansão isentrópica. Com base nesta informação, foi
elaborada uma configuração para um ciclo de liquefação de pequena escala, que aproveita
então a energia gerada no turbo-expansor durante o processo de rebaixamento de pressão para
movimentar um ciclo de refrigeração. Tal processo de aproveitamento de energia é atualmente
denominado “let-down”.
Em uma primeira análise da viabilidade técnica do ciclo de liquefação proposto, pode-
se concluir que é possível liquefazer todo o gás natural que é expandido no turbo-expansor,
caso este seja composto somente por metano (CH4). No entanto, isto exige que o fluido de
trabalho do ciclo de refrigeração seja capaz de trabalhar a temperaturas cada vez menores,
68
REFERÊNCIAS
LOM, W. L. Liquefied natural gas. Applied Science Publishers LTD, London, 1974.
LUSAS CIVIL & STRUCTURAL. Disponível em: <http://www.lusas.com>. Acesso em:
15/04/2006.
NATURALGAS.ORG. Disponível em: <http://www.naturalgas.org>. Acesso em:
15/04/2006.
PETROBRÁS. Disponível em: <http://www.petrobras.com.br>. Acesso em: 28/01/2006.
POLISEL, R. A. e SIMÕES-MOREIRA, 2005. Experimental Study of a Vortex Tube,
submetido ao 18th International Congress of Mechanical Engineering – COBEM 2005,
Minas Gerais, ABCM – Associação Brasileira de Ciências e Engenharia Mecânica.
PORTAL BR. Disponível em: <http://www.br.com.br>. Acesso em: 28/01/2006.
POSITIVE ENERGY. Disponível em: <http://www.positive-energy.co.nz>. Acesso em:
28/01/2006.
POULALLION, P. Manual do gás natural. Coleção José Ermírio de Moraes, 1986.
SALOF, 2004. What LNG processes are available. Disponível em:
<http://www.salofcompanies.com/html/kryopak/>. Acesso em: 05/01/2005.
TARIQ, S., 2004. LNG Technology Selection. Disponível em <http://www.fwc.com/
publications/tech_papers2/files/TariqLNG.pdf>. Acesso em: 29/11/2005.
UNIVERSIA. Disponível em: <http://www.universia.com.br>. Acesso em: 28/01/2006.
VEJA. Edição 1995, Ano 39, nº18. 10 de Maio de 2006. Editora Abril.
WHITE MARTINS. Disponível em: <http://www.whitemartins.com.br>. Acesso em:
28/01/2006.
ANEXOS
" R$='methane'
{DADOS DE ENTRADA:
TM – temperatura de mistura [C]
TORV – temperatura de orvalho – na verdade o programa calcula este valor [C]
N – número de componentes
N$[i] – nome dos componentes
IC[i] – indicativo se houve condensação para aquela fase em particular (IC=0 => não houve condensação)
PSAT[i] – pressão de saturação da fase i
DADOS DE SAIDA:
XE[i] – frações molares dos componentes da fase líquida de saída – se houver condensação
YE[i] – frações molares dos componentes da fase vapor de saída – se houver condensação
– terá o mesmo valor da entrada se não houver condensação}
PROCEDURE ORV(TORV;N;N$[1..N];Z[1..N];PM:IC[1..N];PSAT[1..N])
TL[1]=-200 "Temperaturas-limite da faixa de validade das equações"
TL[2]=-182
TL[3]=-182
I=0
REPEAT
I=I+1
IC[I]=0
TC[I]=T_CRIT(N$[I])
IF(TORV<TC[I]) THEN
IF (TORV<TL[I]) THEN
P1=P_SAT(N$[I];T=TL[I])
P2=P_SAT(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TORV-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
ELSE
PSAT[I]=P_SAT(N$[I];T=TORV)
ENDIF
IC[I]=1 "houve condensação"
ELSE
PSAT[I]=1E-8
ENDIF
IF (PSAT[I]>Z[I]*PM) THEN
PSAT[I]=1E-8
IC[I]=0
ENDIF
until (I=N)
END
PROCEDURE EQUIL(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];V;Z[1..N]:K[1..N];S;ICC[1..N])
TL[1]=-200 "Temperaturas-limite da faixa de validade das equações"
TL[2]=-182
TL[3]=-182
I=0
S=0
IF (TM<TORV) THEN
REPEAT
I=I+1
TC[I]=T_CRIT(N$[I])
IF(TM<TC[I]) THEN
IF(TM<TL[I]) THEN
P1=P_SAT(N$[I];T=TL[I])
P2=P_SAT(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TM-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
K[I]=PSAT[I]/PM
ELSE
PSAT[I]=P_SAT(N$[I];T=TM)
K[I]=PSAT[I]/PM
ENDIF
ICC[I]=1 "houve condensação"
IF(PSAT[I]>Z[I]*PM) THEN
ICC[I]=0 "não houve condensação"
K[I]=1
ENDIF
ELSE
ICC[I]=0 "não houve condensação"
K[I]=1
ENDIF
S=S+Z[I]*K[I]/(ICC[I]+V*(K[I]-ICC[I]))
UNTIL (I=N)
ELSE
REPEAT
I=I+1
ICC[I]=0 "não houve condensação"
K[I]=1
S=V
UNTIL (I=N)
ENDIF
END
PROCEDURE ENT(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Y[1..N]:hvapor[1..N];hliq[1..N];ICH[1..N])
{Calcula a entalpia dos componentes na base mássica}
COND=1
I=0
TL[1]=-200 "Temperaturas-limite da faixa de validade das equações"
TL[2]=-182
TL[3]=-182
IF (TM<TORV) THEN
COND=1
ELSE
COND=0
ENDIF
REPEAT
I=I+1
SUPER[I]=0
TC[I]=T_CRIT(N$[I])
IF(TM<TC[I]) THEN
IF(TM<TL[I]) THEN
P1=P_SAT(N$[I];T=TL[I])
P2=P_SAT(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TM-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
c_pL=(enthalpy(N$[I];x=0;T=(TL[I]+10))-enthalpy(N$[I];x=0;T=TL[I]))/10
hliq[I]=enthalpy(N$[I];x=0;T=TL[I])+c_pL*(TM-TL[I])
c_pv=(enthalpy(N$[I];x=1;T=(TL[I]+10))-enthalpy(N$[I];x=1;T=TL[I]))/10
hvapor[I]=enthalpy(N$[I];x=1;T=TL[I])+c_pv*(TM-TL[I])
ICH[I]=1
ELSE
PSAT[I]=P_SAT(N$[I];T=TM)
hliq[I]=enthalpy(N$[I]; x=0;T=TM)
hvapor[I]=enthalpy(N$[I];x=1;T=TM)
ICH[I]=1
ENDIF
IF(Y[I]*PM<=PSAT[I]) THEN
SUPER[I]=1
ELSE
IF(COND=0) THEN
SUPER[I]=1
ENDIF
ENDIF
ELSE
SUPER[I]=1
ENDIF
IF(SUPER[I]=1) THEN
Pparc[I]=Y[I]*PM
IF (Pparc[I]<P_SAT(N$[I];T=TL[I])) THEN
Pparc[I]=0,99*P_SAT(N$[I];T=TL[I])
ENDIF
IF (TM<TL[I]) THEN
c_pv=(enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I]+10)-enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I]))/10
hvapor[I]=enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I])+c_pv*(TM-TL[I])
ELSE
hvapor[I]=enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TM)
ENDIF
hliq[I]=0
ICH[I]=0 "não houve condensação"
ENDIF
UNTIL (I=N)
END
PROCEDURE ENTR(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Y[1..N]:Svapor[1..N];Sliq[1..N];ICS[1..N])
{calcula a entropia dos componentes na base mássica}
I=0
TL[1]=-200 "Temperaturas-limite da faixa de validade das equações"
TL[2]=-182
TL[3]=-182
IF (TM<TORV) THEN
COND=1
ELSE
COND=0
ENDIF
REPEAT
I=I+1
SUPER[I]=0
TC[I]=T_CRIT(N$[I])
IF(TM<TC[I]) THEN
IF(TM<TL[I]) THEN
P1=P_SAT(N$[I];T=TL[I])
P2=P_SAT(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TM-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
ds_L=(entropy(N$[I];x=0;T=(TL[I]+10))-entropy(N$[I];x=0;T=TL[I]))/10
Sliq[I]=entropy(N$[I];x=0;T=TL[I])+ds_L*(TM-TL[I])
ds_V=(entropy(N$[I];x=1;T=(TL[I]+10))-entropy(N$[I];x=1;T=TL[I]))/10
Svapor[I]=entropy(N$[I];x=1;T=TL[I])+ds_V*(TM-TL[I])
ICS[I]=1
ELSE
PSAT[I]=P_SAT(N$[I];T=TM)
Svapor[I]=entropy(N$[I];x=1;T=TM)
Sliq[I]=entropy(N$[I];x=0;T=TM)
ICS[I]=1
ENDIF
IF(Y[I]*PM<=PSAT[I]) THEN
SUPER[I]=1
ELSE
IF(COND=0) THEN
SUPER[I]=1
ENDIF
ENDIF
ELSE
SUPER[I]=1
ENDIF
IF(SUPER[I]=1) THEN
Pparc[I]=Y[I]*PM
IF (Pparc[I] < P_SAT(N$[I];T=TL[I])) THEN
Pparc[I]=0,99*P_SAT(N$[I];T=TL[I])
ENDIF
IF (TM<TL[I]) THEN
ds_V=(entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=(TL[I]+10))-entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I]))/10
Svapor[I]=entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I])+ds_V*(TM-TL[I])
ELSE
Svapor[I]=entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=TM)
ENDIF
Sliq[I]=0
ICS[I]=0 "não houve condensação"
ENDIF
UNTIL (I=N)
END
PM1=5000 "kPa"
TM1=25 "°C"
"A partir deste ponto, calcula-se o equilíbrio para a temperatura de mistura, dado que esse valor seja menor
temperatura de orvalho calculada acima"
CALL ORV(TORV1;N;N$[1..N];Z[1..N];PM1:IC1[1..N];PSAT1[1..N])
" Os dados que saem da subrotina chamada acima são para a temp. de orvalho!!! "
Duplicate J=1;N
X1[J]=Z[J]*PM1*IC1[J]/PSAT1[J] "critério de equilíbrio de fases"
END
1=SUM((X1[J]*IC1[J]);J=1;N) "consistência"
S1=1
CALL EQUIL(PM1;TORV1;TM1;N;N$[1..N];V1;Z[1..N]:K1[1..N];S1;ICC1[1..N])
Duplicate J=1;N
YE1[J]=Z[J]*K1[J]/(ICC1[J]+V1*(K1[J]-ICC1[J]))"ver equ. 10.29)"
XE1[J]=YE1[J]*ICC1[J]/K1[J]
END
" Cálculo das massas molares totais das fases vapor e líquida"
MTL1=SUM(XE1[I]*M[I];I=1;N)+1E-15
MTV1=SUM(YE1[I]*M[I];I=1;N)
q1_molar=(M_M-MTL1)/(MTV1-MTL1)
q1=q1_molar*MTV1/M_M