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AUTORIA:
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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Gestão Da Tecnologia E Inovação
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.
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A presentação
O módulo de Gestão da Tecnologia e Inovação tem como objetivo levá-lo (la) a perceber o
processo de inovação tecnológica como um dos principais elementos de pressão competitiva
no quadro da economia mundial contemporânea e a compreender os diferentes processos
de inovação, percebendo a complexidade inerente ao gerenciamento da inovação nas
organizações.
Sua Educadora,
Claudia Amigo
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O bjetivo
Dar a conhecer o significado prático da inovação e o modo como ela participa/contribui para
a criação de empresas: empreendedorismo;
E menta
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aspectos organizacionais e de recursos humanos em empresas inovadoras; estratégias de
escolha tecnológica.
S obre o Autor
Cláudia Amigo:
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S UMÁRIO
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 9
Por que Inovar? .................................................................................................. 9
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 14
Novas Técnicas de Gestão .............................................................................. 14
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 20
Papel da Tecnologia no Processo da Evolução Humana ............................... 20
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 26
Explicando a Evolução do Conceito de Inovação Tecnológica ....................... 26
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 31
Inovação Tecnológica: fator propulsor do crescimento ................................... 31
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 36
Inovação: um novo campo de estudo .............................................................. 36
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 41
Mercado e Inovação ......................................................................................... 41
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 47
Tecnologia: Componentes ............................................................................... 47
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 53
Gestão da Tecnologia na Organização Empresarial ....................................... 53
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 57
Gestão da Inovação Tecnológica .................................................................... 57
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 63
Inovação e Empreendedorismo ....................................................................... 63
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 68
Quem é o Agente da Inovação? ...................................................................... 68
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UNIDADE 13 ....................................................................................................... 72
Fontes de Oportunidades de Inovação ............................................................ 72
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 78
Gestão de Inovação É a Mesma Coisa que Gestão do Conhecimento? ........ 78
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 83
Ciclo de Inovação ............................................................................................. 83
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 89
Classificação das Inovações ............................................................................ 89
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 95
Como é o Processo de Inovação Tecnológica? .............................................. 95
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 98
Modelos do Processo de Inovação .................................................................. 98
UNIDADE 19 ..................................................................................................... 101
Processos de Inovação modelos .................................................................. 101
UNIDADE 20 ..................................................................................................... 106
Sistema Nacional de Inovação ...................................................................... 106
UNIDADE 21 ..................................................................................................... 112
Instrumentos Governamentais de Apoio à Inovação ..................................... 112
UNIDADE 22 ..................................................................................................... 116
A Academia .................................................................................................... 116
UNIDADE 23 ..................................................................................................... 120
Vantagens da Relação: Universidade e Empresa ......................................... 120
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 124
A Empresa ...................................................................................................... 124
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 129
Entidades Não Governamentais .................................................................... 129
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 132
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O Papel do Administrador: foco gerente inovador e competitivo .................. 132
UNIDADE 27 ..................................................................................................... 136
Administrador com Consciência Inovadora ................................................... 136
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 139
Impacto das Estruturas Organizacionais em Organizações Inovadoras ...... 139
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 145
Aspectos Relevantes para Gestão de Equilíbrio ........................................... 145
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 150
Ligando a Estratégia aos Negócios ............................................................... 150
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 157
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................ 175
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U NIDADE 1
Objetivo: Abordar, de maneira geral, o tema inovação.
As companhias têm feito de tudo para aumentar seu lucro em meio a cenários tão
competitivos: reengenharia, downsizing, corte de pessoal, melhora na eficiência, controle de
qualidade. Ainda assim, olham para o horizonte e sempre conseguem enxergar um
concorrente lá na frente, a quilômetros de distância. Surge, então, a seguinte questão: Como
o concorrente pode estar na dianteira da competição se você já aplicou todos os modernos
processos de gestão e utiliza as tecnologias mais avançadas no mercado? Provavelmente
porque a empresa concorrente inova mais do que a sua.
Uma das definições de inovação é: uma nova ideia aliada a sua implementação, objetivando
a consecução de um fim desejado. A inovação só ocorre quando chega ao meio produtivo.
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Esta dificuldade em atrelarmos nossa criatividade aos nossos negócios é, em parte, também
constatada ao analisarmos o padrão da produção científica brasileira - trabalhos em
simpósios, congressos e publicações especializadas -, que cresceu significativamente na
última década atingindo um patamar relevante, em nível mundial. Enquanto o número de
patentes geradas é extremamente reduzido.
Fonte: Revista veja – Set/2008. O Brasil tem a décima economia, mas ocupa o vigésimo
primeiro lugar no ranking mundial de patentes. Os brasileiros publicam 2% dos artigos
científicos do mundo, mas registram apenas 0,2% das patentes.
Os números de patentes obtidas nos outros países emergentes mostram-se maiores que o
nosso como pode ser visto no gráfico acima. Segundo Fagerberg (1998), existe uma
correlação entre o PIB per capita de um país e o seu número de patentes. Desta forma, tem-
se no número de patentes, um indicador de desenvolvimento de um país. Assim, a inovação
tecnológica é condição essencial para estimular o progresso econômico de um país e
garantir a competitividade de suas empresas.
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Segundo Leite (2005), há uma diferença significativa entre as grandes empresas
multinacionais e as brasileiras. Não adianta tentarmos copiar modelos, métodos de gerencia-
mento e marketing dessas grandes corporações. O ambiente de negócios, a cultura, o nível
de recursos e nossas características sociotecnológicas são muito distintos. Certamente
incorreríamos, mais uma vez, no erro da cópia.
Ainda segundo Leite, devemos explorar mais as vantagens competitivas que apresentamos
em alguns setores. O mundo moderno é cheio de dicotomias e paradoxos. Hoje, está em
moda o "natural", justamente para fazer frente ao desenvolvimento desenfreado e ao
artificialismo tecnológico. A Ioga, a medicina natural, a homeopatia e a alimentação natural
ganham força e mercado. Temos a mais rica biodiversidade do planeta, 22% de todas as
espécies existentes, a maior floresta tropical e a maior planície alagada do mundo, o
Pantanal. Por outro lado, não temos, ainda, marcas internacionais fortes de produtos
fitoterápicos. A Natura se destacar com a linha "Natura Ekos", uma iniciativa digna de
aplausos. E o ecoturismo? Estamos perdendo para a Costa Rica! Deveríamos ser o maior
exportador mundial de biodiesel? Não estamos negligenciando a energia solar? Nosso
potencial hidroviário não está sendo subutilizado? Que tal exportarmos Capoeira e Forró?
A tabela abaixo mostra razões econômicas e tecnológicas para inovar. São elas:
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Razões Tecnológicas para Inovar:
Desenvolver novos produtos e serviços;
Alterar ou melhorar os métodos de produção existentes;
Melhorar o desempenho de técnicas existentes;
Imitar os líderes em inovação;
Adaptar as tecnologias desenvolvidas por outros para atender às necessidades da empresa.
Inovações Brasileiras
Este módulo tem como um dos propósitos contribuir com informações para a mudança deste
quadro. Há uma urgência em alterarmos nossa rota. O governo, as empresas e o meio
acadêmico se sentem insatisfeitos e incomodados com o status quo. Entretanto, existe
dificuldade para que estes agentes alinhem esforços para iniciar um ciclo virtuoso que resulte
em inovações, gerando riqueza para a nossa sociedade. Por outro lado, há casos brasileiros
de sucesso, como a já citada Embraer e a Petrobrás, que é líder mundial de produção de
petróleo em águas profundas, graças às tecnologias desenvolvidas em seu Centro de P&D -
Cenpes. Não devemos esquecer na área de serviços, a GOL Linhas Aéreas que, com uma
gestão inovadora e adotando uma política de preços mais baixos e redução de custos, logo
alcançou a terceira posição entre as maiores companhias do país.
Dica: para quem quer aprofundar os estudos em gestão da tecnologia e inovação fica a
indicação, logo nesta primeira unidade, dos livros intitulados: “Inovação Organizacional e
Tecnológica” dos autores Daniel Augusto Moreira e Ana Carolina S. Queiroz e o livro “Gestão
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da Tecnologia e Inovação” dos autores João Roberto Loureiro de Mattos e Leonam dos
Santos Guimarães. Estes são os livros que formam a base do nosso módulo.
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U NIDADE 2
Objetivo: Descrever sobre as novas técnicas de gestão.
Na unidade anterior abordamos aspectos gerais da inovação. Nesta unidade vamos fazer
uma breve introdução sobre as novas técnicas de gestão que inclui a inovação, mas também
descreve sobre as outras técnicas: ciência e tecnologia, nova economia do conhecimento e
competitividade segundo Mattos e Guimarães (2005).
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importância do conhecimento e de sua gestão para o desenvolvimento econômico de um
país.
A figura abaixo mostra que a inovação ocorre com o conhecimento e vice-versa, e que o
progresso técnico e acumulação de conhecimento implicam em produtividade e crescimento.
INOVAÇÃO CONHECIMENTO
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A tecnologia é normalmente produzida e levada a sua plena utilização, pelo setor produtivo,
por meio de um sistemático encadeamento de atividades de pesquisa, desenvolvimento
experimental e engenharia (PD&E).
Vale ressaltar novamente que o homem ao longo de sua história sempre procurou dominar a
natureza para colocá-la a seu serviço, tendo, para tanto, que produzir tecnologia.
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Na produção de tecnologia, utiliza-se o estoque mundial de conhecimentos disponíveis. Os
insumos básicos para a produção de tecnologia são conhecimentos; ideias que podem
originar de três fontes principais: do mercado, do exercício da produção e dos avanços da
ciência e da própria tecnologia.
3. Inovação – É ter uma ideia que seus concorrentes ainda não tiveram e implantá-la
com sucesso. A inovação tem que fazer parte da estratégia das empresas: seu foco é
o desempenho econômico e a criação de valor.
Uma maneira de escrever a inovação é explicar o que ela não é. Vejamos alguns exemplos:
Para apreciar a diferença entre abrir mais uma loja de hambúrgueres e realmente promover a
inovação, consideremos o que fez o McDonald´s. Ele padronizou o produto, concebeu
procedimentos culinários inteiramente novos e treinou meticulosamente seus funcionários,
dando, assim, aos clientes algo que nunca tinham tido: hambúrgueres de alta qualidade,
servido com extrema rapidez, em um ambiente higiênico. O McDonald´s não apenas criou
um novo produto, mas toda uma nova categoria de mercado. Isso foi uma inovação de
primeiríssima ordem.
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4. Competitividade - É definida como a capacidade da empresa formular e implementar
estratégias concorrenciais que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma
duradoura, uma posição sustentável no mercado baseado na dinâmica do processo
de concorrência (Ferraz, 1996).
Processo Competitivo
Tecnologia Inovação
Competitividade
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Por esta razão, as grandes evoluções
da humanidade ocorrem no formato
de ondas, como sugere Alvin Toffler
em seu livro “A terceira onda”. Novas
soluções são assimiladas inicialmente
sob forma de inovações sutis, que
vão sendo incorporadas ao dia a dia.
Isso permite a assimilação de
inovações crescentemente
revolucionárias, até que seja atingido
um estágio - topo da onda – no qual
se vence o antigo, tornando-o
ultrapassado, e se assimila completamente a nova solução. Figura (Mattos e Guimarães,
2005).
Assista a entrevista de Jô Soares com Waldez Ludwig disponível nos links abaixo:
1. http://www.youtube.com/watch?v=Wtnn69-oQ8E
2. http://www.youtube.com/watch?v=mmWODyD6_XE&feature=related
3. http://www.youtube.com/watch?v=9wewvBwcsQ8&feature=related
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U NIDADE 3
Objetivo: Apresentar a relação da inovação e tecnologia, bem como descrever o papel da
tecnologia no processo de evolução humana através das ondas de Shumpeter.
O processo evolutivo pelo qual a humanidade passa inclui a compreensão dos fenômenos
naturais e sociais. Apoiados nessa compreensão foram inventados artefatos e instrumentos
que, consequentemente, têm contribuído para a melhoria da qualidade de vida. O
conhecimento, criando novas formas de fazer de maneira reproduzível, define a tecnologia.
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A figura acima identifica cinco ondas onde a 1ª onda é dominada pela introdução de uso de
força da água, têxteis e (final do século XVIII); A 2ª onda é denominada pelo uso do vapor e
do aço (meados do século XIX); A 3ª onda vem caracterizada pelo advento da eletricidade,
novos produtos químicos e motor de combustão interna (na virada para o século XX); A 4ª
onda é caracterizada pela produção em massa, petróleo, eletrônica e aviação (meados do
Século XX), e a 5ª onda é caracterizada pelo aparecimento de inovações e de rápido
crescimento tecnológico é a que estamos testemunhando, e que começou há,
aproximadamente, 10 anos.
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disruptivas, ou seja, dão origem a uma nova geração de produtos e serviços, substituindo os
produtos e serviços convencionais.
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mente os aspectos básicos do paradigma técnico-econômico que antes era baseado no
estilo Fordista:
Fazendo uma análise dos termos listados acima, identificamos que eles são resultado da
acumulação de conhecimentos nas ciências fundamentais e aplicadas, tratadas de maneira
interdisciplinar. Neste sentido, podemos observar também uma mudança na concepção de
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ciência: no lugar das ciências especializadas e bastante isoladas, cria-se uma “rede” de
ciências caracterizada por uma forte integração e interação, interdesenvolvimento e sinergia.
Por exemplo, o prêmio Nobel de Física no ano de 2000 que foi concedido para trabalhos na
área de micro e optoeletrônica, fundamentais para a tecnologia da informação. O prêmio foi
para a invenção e o desenvolvimento do circuito integrado, conhecido como chip, e para a
criação de heteroestruturas formadas por camadas de semicondutores compostos. Esses
novos materiais possibilitaram a fabricação de transistores
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Vá até a pasta Material Complementar e acesse o arquivo Cirque du Soleil. Leia o artigo e
veja uma Inovação voltada ao entretenimento.
Você poderá ver uma parte do espetáculo, basta acessar na pasta Vídeo, o arquivo: Tema
ALEGRIA.
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U NIDADE 4
Objetivo: Mostrar a evolução do conceito de inovação tecnológica e suas novas abordagens.
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bem. A introdução do telefone celular, por exemplo, enquadra-se nessa categoria de
inovação;
Introdução de um novo método de produção, ou seja, um método ainda não testado
em determinada área da indústria e que tenha sido gerado a partir de uma nova
descoberta científica; ou ainda um novo método de tratamento comercial de um
commodity. Como exemplo, podemos citar a robotização das linhas de montagem da
indústria automobilística;
Abertura de um novo mercado, no qual uma área específica da indústria ainda não
tenha penetrado, independentemente do fato de o mercado já existir ou não. O
lançamento de uma linha de cosméticos voltada ao público masculino exemplifica
esse tipo de inovação;
A conquista de uma nova fonte de matéria-prima ou de bens parcialmente
manufaturados, independentemente do fato de essa fonte ou esse bem já existir ou
não. Podemos citar como exemplo, a utilização do plástico na confecção de sandálias;
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o aparecimento de uma nova estrutura de organização em um setor, como a criação
de uma posição de monopólio ou a quebra de um monopólio existente. O setor de
supermercados constitui um exemplo disso, passando de uma estrutura fragmentada
para uma estrutura oligopolizada.
Alguns críticos de Schumpeter afirmam que o autor faz uma conceituação muito abrangente
de inovação, uma vez que está relacionada aos aspectos técnicos, mercadológicos e
organizacionais. Para Dosi (1988), a inovação está essencialmente relacionada à
descoberta, à experimentação, ao desenvolvimento, à imitação e à adoção de novos
produtos, novos processos de produção e novos arranjos organizacionais. Dessa definição
decorrem cinco fatos ou propriedades que auxiliam a compreensão do processo
contemporâneo de inovação:
a inovação pressupõe certa dose de incerteza, uma vez que os resultados do esforço
de criação dificilmente podem ser conhecidos de antemão. Tal incerteza envolve não
só a falta de informação sobre a ocorrência de eventos conhecidos, mas
principalmente a existência de problemas técnico-econômicos de solução
desconhecida. Além disso, é impossível prever as consequências das ações;
basicamente a partir do século XX, as novas oportunidades tecnológicas estão cada
vez mais se baseando nos avanços obtidos pelo conhecimento científico;
o aumento da complexidade envolvendo as atividades de inovação tem favorecido a
organização formal (laboratórios de P&D em empresas, universidades, institutos
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governamentais, etc.), em vez do "agente individual". Como consequência, obtém-se
maior integração entre os diversos sujeitos envolvidos no processo;
uma parte significativa de inovação tem surgido com o learning-by-doing e o learning-
by-using. Pessoas e organizações, especialmente empresas, podem aprender como
usar, melhorar ou produzir coisas realizando atividades informais, como reuniões com
clientes, solução de problemas práticos, redução de obstáculos na produção, etc.;
a mudança tecnológica não pode ser descrita simplesmente como uma reação às
mudanças nas condições do mercado. Ela é mais um fator que surge da experiência
obtida pelas empresas, organizações e até mesmo países. Em outras palavras, a
inovação tecnológica é uma atividade acumulativa.
Ainda segundo Adreassi, outro ponto importante é a dimensão do impacto causado pela
inovação. Quando Schumpeter se refere à inovação, ele está, na verdade, falando de
inovações radicais, ou seja, aquelas que produzem um grande impacto econômico ou
mercadológico. O autor deixa em segundo plano as inovações de ordem incremental, isto é,
os aprimoramentos técnicos de base contínua, que também são importantes para se
entender o processo inovativo. Contudo, a influência de Schumpeter é tão grande que seu
modelo acabou sendo utilizado para a análise de toda atividade inovativa, seja ela de ordem
radical ou incremental.
Pela teoria evolucionária, a mudança técnica e a estrutura de mercado devem ser entendidas
como mutuamente interativas, afetando-se uma à outra. A inovação é uma escolha não
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inteiramente conhecida, podendo ou não dar certo. Nesse ambiente de incerteza e
diversidade, as empresas utilizam suas rotinas ou "trajetórias naturais". Tais rotinas são, na
verdade, as técnicas de produção, os procedimentos para escolha de insumos e produtos, as
regras de preço, as políticas de P&D, entre outras atividades. As firmas que possuírem as
melhores rotinas em seu ambiente tenderão a prosperar e a crescer mais que as demais.
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U NIDADE 5
Objetivo: Mostrar a inovação tecnológica como fator propulsor do crescimento, e como está a
inovação tecnológica no Brasil.
A relação entre tecnologia e crescimento como elemento de estudo não é algo novo. Assim
como Shumpeter visto na unidade anterior, outros economistas também contribuíram com
estudos voltados a relação entre a tecnologia e o crescimento, no entanto, foi só a partir dos
anos 1960 que apareceram alguns trabalhos com uma base mais empírica e comparativa
entre diversos países.
Vale lembrar, novamente, o destaque do trabalho clássico de Fagerberg (1988), onde o autor
analisou o PIB per capita, os gastos em P&D, como percentual do PIB e o número de
patentes externas, por bilhão de dólares exportado, de 24 países. O resultado mostrou que
os países tecnologicamente mais avançados, nos itens "gastos em P&D" e "número de
patentes", são também os economicamente mais avançados, segundo a variável "PIB per
capita".
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não existiam recursos humanos e materiais para a criação do know-how nacional. Assim, tal
know-how foi adquirido por meio de acordos de assistência técnica, licenças e do emprego
de técnicos estrangeiros. Porém, a fim de garantir uma otimização da tecnologia importada,
foi necessária a criação de uma equipe de P&D; tal equipe fez os ajustes para a adaptação
da tecnologia adquirida no exterior. Em algumas empresas, notadamente as estatais do ramo
de energia, telecomunicações e petróleo, as equipes de P&D evoluíram e conseguiram ser
reconhecidas por seu alto nível de inovação.
Porém, no restante dos setores, o investimento em P&D começou a ocorrer apenas após a
abertura de mercado, no início da década de 1990, conforme relata Israel Vargas, ex-ministro
da Ciência e Tecnologia no período:
Até há poucos anos, dona de um mercado cativo, embora limitado, a preocupação com a
tecnologia não passava de uma decisão sobre qual equipamento comprar. Não havia
necessidade de aperfeiçoarem-se processos e produtos [ ... ]. Mas isto está mudando a olhos
vistos.
Com relação ao papel do estado no processo, foi só a partir do final da década de 1960,
mais especificamente com a instituição do Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED),
em 1968, que o governo passou a se preocupar, de forma mais explícita, com o
desenvolvimento científico e tecnológico. Criou planos e políticas específicos para a área,
agências de fomento e bancos de investimentos, conforme analisado por Stal (1997).
Entretanto, a autora salienta que, desde os anos 1970 até os dias atuais, ficam evidentes as
contradições existentes entre a política explícita de C&T e a política econômica vigente,
causando uma precariedade nas articulações entre empresa, governo e universidade.
Um típico exemplo dessa contradição é a Lei nº 8.661/93, que regula os incentivos fiscais
para a capacitação tecnológica das empresas. Após apenas quatro anos de implantação,
quando as empresas estavam efetivamente começando a utilizá-Ia, os incentivos sofreram
cortes e sua aplicação nas empresas foi prejudicada. Só recentemente, em 2006, 13 anos
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depois de promulgada a Lei nº 8.661, uma nova lei foi elaborada para incentivar a inovação
tecnológica empresarial, concedendo incentivos às empresas que investem em P&D.
Pode-se perceber que P&D exerce papel fundamental no desenvolvimento econômico dos
países. Porém, P&D deve ser considerada uma condição necessária, mas não suficiente.
Demais variáveis acabam influenciando, como a forma de utilizar os gastos em P&D, o
impacto dos investimentos (se são ou não acompanhados de mudanças sociais), a adoção
de políticas econômicas e de P&D, compatíveis entre si, o relacionamento articulado entre
empresa, governo e universidade, entre outras.
Note que fazendo uma comparação entre 2005 e 2006 podemos observar:
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dos indicadores de Inovação (2º lugar), Eficiência de Mercado (2º lugar), Educação
Superior e Treinamento (5º lugar) e Sofisticação Empresarial (8º lugar);
A Suíça passa a ocupar a liderança do indicador, fruto do equilíbrio entre os diversos
pilares e variáveis, destacando-se nos investimentos significativos em Inovação (3º
lugar) e na Sofisticação do Ambiente Empresarial (3º lugar);
O Brasil depara-se com grandes problemas em diversas áreas, apresentando queda
de nove posições no ranking (de 57º para 66º). Destaca-se o péssimo posicionamento
no pilar Macroeconomia (114º lugar) e Instituições (91º lugar), equilibradas apenas por
posições muito boas nos pilares Sofisticação Empresarial (38º lugar) e Inovação (38º
lugar).
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U NIDADE 6
Objetivo: Descrever a importância da inovação como campo de estudo.
Após a leitura do texto que descreve a aula de despedida do Prof. Weber, na unidade
anterior, fica ainda mais claro a necessidade de investirmos tanto em conhecimentos na área
tecnológica como em conhecimentos neste novo campo de estudo, a inovação. Segundo
Moreira e Queiroz (2007), os estudos de inovação, particularmente nas duas últimas
décadas, ganharam forte impulso e se constituíram em um complexo campo de pesquisa,
com muitas ramificações e especializações, no qual apontam muitas certezas acumuladas e
também muitas dúvidas ainda por responder.
As dúvidas começam pelo conceito de inovação. Embora haja um forte consenso no sentido
de que a inovação está relacionada a "algo novo" (Slappendel, 1996), existe considerável
desacordo sobre o que pode ser considerado "novo" (Johannessen, Olsen e Lumpkin, 2001),
abrindo espaço para conceituações divergentes.
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relacionadas aos esforços inovadores? Existem estratégias de pesquisa reconhecidas que se
apliquem a modelos de estudo particulares? E assim por diante. Mais uma certeza existe; a
inovação é um elemento importante tanto para sociedade quanto para as organizações.
A vantagem competitiva pode advir do tamanho da empresa ou de seus ativos, mas, sem
dúvida, a habilidade para mobilizar conhecimento, tecnologia e experiência para criar
produtos, processos ou serviços está contando cada vez mais.
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Onde podemos Inovar?
A inovação pode ocorrer no: design, produto, processo de produção, serviço agregado ao
produto, modo de comercialização, serviço prestado ao cliente, na técnica de marketing, na
gestão da cadeia de valor, na relação com fornecedores e clientes. É essencial que a
inovação atenda a uma necessidade ou desejo do consumidor, de modo, a efetivamente criar
valor.
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Faça uma reflexão acerca da figura abaixo. Qual seria o tipo de Inovação? Justifique.
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Existe um Filme chamado “Na Roda da Fortuna”, com Tim Robbins e Paul Newman que
conta de maneira divertida a história da invenção do BAMBOLÊ. Só disponível em locadoras
de vídeo.
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U NIDADE 7
Objetivo: Mostrar a variedade de conceitos, de vários autores, em relação a INOVAÇÃO.
Mercado e Inovação
O mercado atual é caracterizado por uma alta competitividade, excesso de informação, alta
instabilidade, curto ciclo de vida de produtos e concorrência acirrada, fazendo com que as
empresas, para obter êxito, tenham que desenvolver a capacidade de inovar, gerando novos
produtos e serviços, a um preço menor, com melhor qualidade e a uma velocidade maior que
seus concorrentes. As empresas precisam atender, simultaneamente, às demandas por
eficiência, qualidade, flexibilidade e agilidade, através da aplicação de novas tecnologias.
Os produtos ficam rapidamente obsoletos e existe uma avidez por novidades e novas
tecnologias. Nonaka (apud Leite, 2005), afirma que neste cenário conturbado só as
"empresas geradoras de conhecimento" (knowledge-creating companies) têm garantida a
sua existência, pois o seu negócio é a inovação contínua.
Há uma diferença significativa entre essas gerações, pois viveram experiências cognitivas
bem distintas, o que estimula o desenvolvimento de modelos mentais diferenciados, ou seja,
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são seres humanos com expectativas, desejos e hábitos diversos. Hoje, a criança e o jovem
de uma classe social favorecida lidam com uma série de brinquedos e produtos de
entretenimento de alta intensidade tecnológica. Não há a mínima chance de um menino da
classe média ou rica se interessar mais pelo carrinho de rolimã ou pela bola de gude, como
eu fazia. Os jogos de computador e o Playstation fazem parte da vida dele. Os integrantes
desta nova geração vão se tornar adultos desejosos e, por que não dizer, "viciados" em
consumir produtos de alta tecnologia.
O que é Inovação?
Introdução ao conceito
Essa pergunta não admite uma resposta tão direta quanto seria de se desejar, mesmo
porque, não existe uma definição única, totalmente aceita por todos. Como foi comentado
anteriormente, a ideia de inovação incorpora ideias de novidade e de mudança, e esses
elementos acabam por aparecer em praticamente qualquer uma das dezenas de definições
surgidas nos últimos 30 ou 40 anos.
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Na verdade, a inovação pode preceder e causar a mudança social ou ser desenvolvida em
resposta a necessidades criadas pela mudança social, segundo Zaltman, Duncan e Holbek,
(apud Moreira, Queiroz, 2007). Existe uma interação contínua e dinâmica entre novas ideias,
práticas e produtos, de um lado, e a estrutura e a função social, de outro. As inovações
podem criar mudança social, e a subsequente mudança social pode trazer inovações
adicionais que podem reagir sobre as estruturas e/ ou funções alteradas que as fizeram
existir ou influenciam outros aspectos da organização.
O termo inovação é também usado para descrever somente o processo em que uma
inovação existente torna-se parte do estado cognitivo e repertório comportamental de um
adotante. A inovação, nesse sentido, é a adoção de uma mudança que é nova para a
organização e seu ambiente relevante. Trata-se da introdução em uma situação aplicada,
com sucesso, de meios ou fins que são novos à situação. No primeiro sentido, a organização
ou o indivíduo podem ser inovadores sem adotar; no segundo, podem ser inovadores sem
ser inventivos.
Finalmente, o terceiro uso do termo refere-se àquela ideia, prática ou artefato material que foi
inventado ou é visto como novo; independentemente de sua adoção ou não adoção. A
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ênfase aqui está na descrição de por que alguma coisa é nova, enquanto a invenção e a
adoção envolvem processos. Essa visão descreve atributos e dimensões.
Para os próprios autores, "a inovação é qualquer ideia, prática ou artefato material percebido
como novo pela unidade de adoção relevante, a qual pode ser uma pessoa, uma
organização, um setor industrial, uma região, etc." (Zaltman, Duncan e Holbek, 1973).
Para Johannessen, Olsen e Lumpkin (apud Moreira e Queiroz, 2007), o caráter de "novo"
existente em qualquer inovação pode ser analisado em três dimensões: O que significa algo
ser "novo"? Quão "novo" esse algo precisa ser para ser considerado uma inovação? Esse
algo deve ser "novo" para quem?
Uma das mais importantes consequências do significado de "novo" está nas medidas mais
usadas de inovação. De forma geral, a inovação é medida de formas indiretas, e não
exatamente pelo que seja "novo" (em um produto, processo ou serviço, por exemplo).
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Vá até a Pasta Atividades Dissertativas e abra o arquivo Caso 3M. O artigo mostra como
funciona uma das empresas mais inovadoras do mundo. Em seguida responda as questões:
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U NIDADE 8
Objetivo: Conceituar tecnologia e descrever as caratcterísticas das tecnologias primárias –
produto, processo e informação.
Tecnologia: componentes
Podemos aplicar este conceito, de maneira bem simples, no artigo “Banana e Bananada”,
sobre a aula de despedida na unidade 5. Naquele caso específico temos a vovó como a
pessoa que tem o Know-how, o conhecimento; as instalações físicas podemos considerar o
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fogão e os procedimentos são as regras e técnicas para operar a matéria-prima e o fogão até
transformar a banana em bananada.
Sabemos que a tecnologia está presente nas organizações. Dentro de uma organização, as
tecnologias se refletem naquilo que as pessoas estão trabalhando e no que elas estão
usando para fazer esse trabalho. Sendo assim, vamos descrever sobre as três tecnologias
primárias: produto, processo e informação.
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2) Sobre GESTÃO: A gestão de uma empresa está intimamente associada a todos os
três aspectos da tecnologia, já que em qualquer empresa fazemos uso ou criamos
tecnologia.
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Já a Tecnologia de Informação é aplicada tanto para o banco como para os clientes.
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necessidades podem efetivamente ser produzidos e entregues aos clientes. Tendo
necessidade de projeto e a implantação de sistemas para apoiar a instalação e
manutenção do produto com os usuários pós-venda.
C Processos e
O
N Instrumentos
H
P
E
R
C
O
I Tecnologia Fabricação
Projeto do D
M
E
Produto u
T
N
O
T
O
S Materiais
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de processo são específicas a sua área de atuação, enquanto outras são de uso
universal, como aquelas empregadas na cadeia de suprimentos;
3) TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) – são utilizadas para
adquirir dados operacionais internos e externos à empresa. Esses dados são
utilizados na produção de informações e na geração de conhecimentos, de modo que
as organizações possam tomar decisões, eficientes e efetivas. Esses dados,
informação e conhecimentos, devem ser transmitidos para outras pessoas e
processos, dentro e fora da empresa.
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U NIDADE 9
Objetivo: Conceituar gestão da tecnologia no contexto empresarial detalhando aspectos
quanto ao uso e criação destas tecnologias nas organizações
Segundo Kupfer & Hasenclever (apud Mattos e Guimarães, 2005), as empresas precisam
adaptar suas estruturas organizacionais de tal forma que lhes permitam introduzir, da melhor
maneira possível, as suas estratégias tecnológicas. Como organismos vivos, as empresas
recebem e exercem influência do ambiente no qual habitam, logo, é através da inserção das
inovações tecnológicas que elas influenciam e transformam seu ambiente produtivo.
Isto significa que o gestor deve identificar possibilidades tecnológicas através da P&D,
selecionando as tecnologias a serem obtidas tanto de fontes internas quanto externas,
prosseguindo, então, pelo sucesso em sua implementação como novos produtos, processos
e serviços. Vários são os papéis da tecnologia, no desempenho empresarial:
A tabela mostra que, quanto ao USO de tecnologia podemos ter: Tecnologias: Dinâmicas e
Estabilizadas. Se Dinâmicas deve-se gerenciar a resposta a esta nova tecnologia, se
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Estabilizada deve-se potencializar o uso da tecnologia existente. Já em relação à CRIAÇÃO
de Tecnologia temos que: as Tecnologias Dinâmicas devem ser gerenciadas com o intuito de
criar e comercializar produtos e processos decorrentes destas novas tecnologias. Em
Tecnologias Estabilizadas o gerenciamento tem o mesmo intuito, só que de tecnologias já
disponíveis. Mattos e Guimarães (2005).
De um modo geral, tais empresas usam o estado da arte existente, de modo a gerar
tecnologia sem propriamente executar qualquer pesquisa. Assim, as empresas têm
necessidade de identificar, no organograma organizacional, a posição estratégica mais
adequada para um “departamento” de Gestão Tecnológica, com autonomia estabelecida e
ampla visão empreendedora, com ligação linear à alta direção e às demais funções
gerenciais básicas.
Mais uma vez recorre-se a Longo (1984), para lembrar que a principal causa de fracasso nas
indústrias que lidam com tecnologia “tem como origem o fato de que, a maioria de seu
pessoal desconhece que trabalha numa fábrica e pensa que está a serviço de um
laboratório”. A simples atividade de P&D isolada não é garantia de que a tecnologia
desenvolvida seja transferida para o sistema produtivo; a tecnologia gerada, ou aperfeiçoada,
por uma atividade de P&D, exige diversos graus de elaboração até sua efetiva inserção
numa atividade produtiva, englobando tanto a “produção” da tecnologia como a sua
comercialização.
Vá até a pasta Atividades Dissertativas e abra o arquivo Caso APPLE e sobre o I-Phone
APPLE. Depois da leitura, reflita: Porque uma empresa tão criativa não consegue obter lucro
de suas inovações? Faça uma comparação entre a empresa Apple e 3M.
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U NIDADE 10
Objetivo: Continuar o estudo sobre gestão da tecnologia, contextualizando a tecnologia como
mercadoria.
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A equação apresentada mostra que a linha divisória entre as duas – invenção e
comercialização – não é claramente definida. O estudo da geração de uma ideia ou invenção
está relacionado ao processo de P&D e a comercialização está, principalmente, voltada a
temas como marketing de novos produtos e processos.
Como exemplo temos um produto da empresa APPLE. O I-Pod surgiu como uma solução
portátil e com capacidade de armazenamento para resolver o problema dos usuários que
para ouvir músicas sempre tinham que carregar vários CD´s. Para a criação deste produto
inovador foi necessário tanto de P&D, quanto de marketing.
Tecnologia: Mercadoria?
A tecnologia é uma mercadoria. Ela é produzida, tem proprietário (porque mantém privilégios
de patente), é vendida, trocada, cedida e até mesmo copiada, falsificada, roubada e
contrabandeada. Os centros de pesquisas tecnológicas podem ser entendidos como
“fábricas de tecnologia”.
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portanto, um valioso e imprescindível instrumento para que a invenção e a criação
industrializável se tornem um investimento rentável.
Patente é a codificação de uma inovação, visto que uma inovação é um conjunto de novas
informações. A matéria-prima básica de uma patente é a informação.
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implícita - cada uma delas agrega um valor custo do produto, isto é, em cada etapa
do desenvolvimento ou da produção há uma parcela do custo que corresponde às
tecnologias até então incorporadas.
Na empresa produtora de bens e serviços será a gerência sistemática e proativa integral dos
fatores e funções geradoras de novos conhecimentos, desde o momento inicial da
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formulação de um plano de desenvolvimento até a otimização da participação da empresa no
mercado. Nos centros de P&D e universidades será o desenvolvimento de uma capacidade
de comercialização dos conhecimentos gerados e sua adequada gerência.
Independente do lado em que o gestor da tecnologia e inovação esteja; seu papel será
sempre o de fazer com que oferta e demanda se encontrem de forma adequada e eficiente.
Agora, você deverá ir até a pasta atividades para abrir às atividades do arquivo ATIVIDADE1
correspondentes as unidades de 1 a 10.
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Como estudo complementar é interessante:
Fazer a leitura do artigo “Patentes – Segurança para Crescer”, disponível na pasta: Material
Complementar.
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U NIDADE 11
Objetivo: Descrever a relação entre inovação e empreendedorismo.
Inovação e Empreendedorismo
Ainda em relação ao conceito de invenção, temos que: é algo que se apresenta na forma de
planos, fórmulas, modelos, protótipos, descrições e outros meios de registrar ideias. Mas
nem toda invenção se transforma em inovação, pois esta só se efetiva se for implementada e
aceita pelo mercado, mas nada garante que a invenção seja um sucesso. Desse modo, a
inovação é um elemento central da economia, e a invenção, se não for levada à prática é
irrelevante, do ponto de vista econômico.
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De modo que, só haverá inovação se não faltar nenhum termo na segunda parte da
equação.
Há diversos tipos de inovação (produto, processo ou serviço) e a sua classificação é que irá
descrevê-la como radicais (novo paradigma tecnológico) e/ou incrementais (representam
melhoramentos em produtos e processos), o que será detalhado na unidade 16.
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Isso acarretaria a troca dos principais clientes atuais por outros no futuro, bem como
provocaria impactos na cadeia de suprimentos, alterando o modo da empresa criar valor para
o consumidor.
Como exemplo, temos a pressão sofrida pela Kodak com a troca de tecnologia, onde a
máquina fotográfica que utilizava filme foi substituída pela máquina digital, provocando o
fechamento das fábricas que produziam filmes coloridos. A Kodak teve que se adaptar a esta
ruptura tecnológica e se reestruturar. Uma das formas foi aumentar a venda de papel, tinta,
acessórios, revelação e outros serviços digitais. Podemos citar mais dois outros exemplos de
mercados que foram substituídos: a máquina de escrever que foi substituída pelo
computador e a fralda de pano pelas fraldas descartáveis.
Dornelas (2005) diferencia os dois termos do seguinte modo: uma ideia pode ser considera-
da apenas o primeiro passo em direção à construção de um empreendimento, e existem
inúmeras delas surgindo todos os dias. Entretanto, só haverá criação de valor se esta for
transformada em oportunidade, ou seja, se houver dados concretos sobre quem são os
clientes potenciais, qual é a situação de mercado, quais são os concorrentes, etc., que
viabilizem a transformação dessa ideia em negócio ou em produto.
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Consistentemente, para Musika (2001), oportunidade é algo que, se for transformado em
produto e oferecido por uma empresa ao mercado, resultará em lucro financeiro. Outra
característica importante apresentada pelo autor é que há um fator de percepção que
distingue uma oportunidade de outra, ou seja, elas não são iguais para todos. Um
empreendedor pode não perceber ou não considerar oportunidade uma situação de
mercado, enquanto outro sim. Por fim, o autor vincula oportunidades à criação de valor, tanto
por diferenciação quanto por custos baixos.
Quanto às fontes de ideias, para novos negócios, podemos citar: descobertas tecnológicas,
acontecimentos econômicos, mudanças demográficas e de estilos de vida, mudanças
governamentais, descobertas de recursos e até calamidades. Além disso, nas unidades 13 e
14 serão detalhadas as fontes de oportunidades descritas por Peter Drucker.
a) produto novo, o que se traduz em nova tecnologia para solucionar problemas antigos;
b) produto existente, mas ainda não comercializado em determinado segmento de
mercado;
c) aprimoramento fundamentado em estratégias do tipo "eu também", mas que agrega
atributos superiores aos da concorrência.
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atenção, o que pode ser feito mediante a elaboração de um plano de negócios, ferramenta
extremamente valiosa para que o empreendedor, que deseja iniciar ou expandir um negócio,
extraia o máximo das oportunidades que lhe apresentam.
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U NIDADE 12
Objetivo: Identificar onde estão as oportunidades de inovar.
O conceito de "empresa ampliada", termo criado pela Chrysler, consiste em integrar ao time
de inovadores de uma organização: seus fornecedores, clientes e parceiros. No atual
contexto, torna-se necessário não apenas gerenciar o conhecimento, mas, sobretudo gerá-lo
e impulsionar a inovação organizacional através da sinergia e complementaridade dos
recursos tecnológicos, financeiros e humanos - conhecimentos e talentos - de todos os
participantes diretos e indiretos da empresa ampliada, gerindo estrategicamente a rede de
colaboradores internos e externos. É fundamental, portanto, que as empresas incorporem a
gestão estratégica do capital humano em seu repertório de práticas administrativas, para que
possam desenvolver seu potencial inovador e atuar competitivamente no mercado.
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Conforme aborda Leite (2005, existem determinadas áreas e funções, dentro de uma
empresa, que exigem o atendimento a procedimentos programados e padrões bem
definidos, que devem ser seguidos rigorosamente, até por motivo de segurança. Na sala de
controle de uma refinaria ou na cabine de comando de um avião, não desejamos operadores
e pilotos inovadores e altamente criativos. A inovação tem a sua hora! Para este tipo de
atividade, novos procedimentos são testados exaustivamente, através de simuladores, antes
de serem introduzidos no meio produtivo.
Peter Drucker, o mais venerado de todos os profissionais da cultura gerencial, declara que a
inovação é, sim, um trabalho de verdade que pode e deve ser gerida como qualquer outra
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atividade da empresa, ou seja, a inovação é o trabalho de saber, e não de fazer. Mas isso
não significa que seja igual a outras atividades da empresa. Detalhes na unidade 13.
Drucker argumenta que a maioria das ideias inovadoras nos negócios deriva metodicamente
de sete áreas de oportunidade. Algumas residem em empresas ou setores de atividades
específicos e outras em tendências sociais ou demográficas. Um executivo perspicaz deve
assegurar que sua organização tenha um foco claro sobre todas as sete. Uma vez
identificada uma oportunidade atraente, é preciso um salto de imaginação para chegar à
resposta certa - a uma “inspiração funcional”.
Adiantando uma pequena parte do assunto que será abordado nas próximas unidades,
temos que: inovação é função específica do empreendedorismo, seja numa empresa em
atividade, numa instituição de serviço público ou um negócio aberto por indivíduo na cozinha
de casa. É o meio pelo qual o empreendedor cria novos recursos geradores de riqueza ou
dota recursos existentes de um maior potencial de geração de riqueza.
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O papel do gestor em empresas inovadoras é relevante. Qual a diferença entre um gestor em
empresas tradicionais e um gestor em empresas inovadoras?
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U NIDADE 13
Objetivo Identificar onde estão as oportunidades de inovar, sugeridas por Peter Drucker.
Agora vamos descrever as sete fontes de oportunidade para as organizações que buscam a
inovação - relacionadas por Peter Drucker. Quatro delas podem ser encontradas dentro da
própria empresa, ou pelo menos no âmbito do setor de que a empresa faz parte, as outras
três vêm do mundo exterior resultante de qualquer pessoa que se dê o trabalho de olhar.
Todas as setes são sintomas de mudança, relacionadas em ordem de dificuldade e incerteza
crescente.
Exemplo de uma inovação que pode ser originária tanto do ambiente interno quanto externo:
A senha que pegamos na fila do banco. Pode ter originado de pessoas que trabalham no
banco (interno) ou de pessoas que enfrentavam filas de banco (externo).
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por médicos, existia um único passo “antiquado” que era o corte de um ligamento. Os
cirurgiões haviam aprendido a cortar o ligamento com total sucesso, mas o
procedimento era tão diferente do resto da operação, e tão incompatível com ela, que
esses profissionais muitas vezes o temiam. Era incongruente e tal incongruência deu
origem a uma fonte de oportunidade: um laboratório criou uma enzima que dissolvia o
ligamento sem cortes. O laboratório ganhou com a inovação um monopólio mundial.
Agora vamos falar das três fontes de oportunidades inovadoras originárias do ambiente
externo:
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5. MUDANÇAS DEMOGRÁFICAS: das fontes externas de oportunidades de inovação, o
fator demográfico é o mais confiável. São as mudanças relativas à população, como
por exemplo: crescimento, faixa etária, poder de compra, nível educacional,
concentração demográfica, movimentos migratórios, etc.
Dizer que o copo está metade cheio ou metade vazio serve para descrever o mesmo
fenômeno, mas com significados muitos diferentes. Mudar a percepção de um
administrador de meio cheio para meio vazio abre grandes oportunidades de
inovação.
Exemplo: Na década de 80 a saúde do americano teve uma melhora num ritmo inédito
– seja medido pela taxa de mortalidade de recém-nascidos, pela taxa de sobrevivência
dos muitos velhos; pela ocorrência de câncer, pelas taxas de cura do câncer ou por
outros fatores. Apesar disso, a hipocondria coletiva assolava o país. Nunca houve
tanta preocupação ou receio com a saúde. De repente, tudo parece dar câncer ou
causar males cardíacos degenerativos ou perda prematura de memória. O copo está
nitidamente metade vazio.
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Em vez de celebrar o grande avanço na saúde, os americanos parecem frisar a
grande distância que ainda os separa da imortalidade. Essa visão das coisas abriu
várias oportunidades para inovação: mercados para novas revistas de saúde, para
programas de exercícios e equipamentos de corrida, e para toda sorte de alimento
saudável. Entre as empresas novas nos EUA, a que cresceu com mais rapidez foi
uma fabricante de equipamentos para exercício físico.
Uma mudança de percepção não altera os fatos. Muda, contudo, seu significado
rapidamente.
Peter Drucker diz: “o que determina se alguém vê um copo meio cheio ou meio vazio é
o estado de espírito e não os fatos, e uma mudança no estado de espírito muitas
vezes foge à quantificação. Mas não é algo exótico. É concreto. Pode ser definido.
Pode ser testado. E pode ser explorado em busca de oportunidades de inovação”.
Dois fatos são relevantes dentro do conhecimento novo como fonte de inovação:
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Mais detalhes no livro: Inovação e espírito empreendedor: Práticas e Princípios. Peter
Drucker, São Paulo: Thomson Pioneira, 1998.
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U NIDADE 14
Objetivo: Mostrar a relação entre gestão da inovação e gestão do conhecimento.
Outro ponto a destacar é o processo de inovação, que é complexo, e é influenciado por fa-
tores internos e externos da empresa. O sucesso depende do cenário socioeconômico, de
aspectos de mercado e do ambiente interno da empresa, tais como:
Situação macroeconômica;
Contexto social;
Sistema educacional;
Políticas públicas;
Setor produtivo;
Capacitação;
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Tipo de produto - tempo de vida do produto; nível de concorrência; nível de
diferenciação;
Posicionamento no mercado;
Facilidade de parcerias;
Recursos disponíveis;
Base tecnológica;
Modelo de gestão - aceitação do risco, sistema de recompensa e punição;
Clima organizacional.
Para finalizar, podemos dizer que uma dada invenção não pode ser prevista, mas os
gestores devem criar um ambiente, metodologias, estrutura e convívio pessoal, adequados e
que favoreçam a inovação.
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levemente às superfícies, ou seja, a “cola não colava” conforme o propósito inicial da
pesquisa. Para não perder totalmente o que havia produzido, esse pesquisador, Spencer
Silver, espalhou a notícia pela companhia, em busca de alguém que se interessasse pelo
invento. (Simantob, Lippi, 2003).
Enquanto isso, um químico da 3M chamado Art Fry participava do coral da igreja da cidade e
deparava sempre com um incômodo problema: quando se sentava em sua cadeira no coro,
percebia que as pequenas tiras de papel utilizadas para marcar os livros de cânticos sempre
caiam no chão. Mas também sabia da dificuldade de fixá-Ias, pois qualquer tipo de cola ou
adesivo existente danificaria a superfície do papel quando as tiras fossem removidas.
O resultado foi simplesmente espetacular: mais de 90% das pessoas que receberam
as amostras manifestaram a intenção de comprar o produto. Em 1980, o Post-it foi
lançado nos Estados Unidos e, em cinco anos, tornou-se a maior descoberta da 3M
depois da fita Durex, criada, então, há mais de 50 anos. Os blocos hoje são
produzidos em mais de 25 tamanhos, cerca de 50 formatos (inclusive em papel
reciclado) e 50 cores. Representam, atualmente, mais de US$ 400 milhões de
faturamento mundial para a companhia.
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Um século de inovações - A definição básica da 3M para inovação é simples e direta:
"novas ideias mais ações que produzem resultados". Talvez por isso, centenas e
centenas de concorrentes menores correm o tempo todo atrás de suas criações.
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Caso queira estudar detalhadamente um caso de inovação, temos como sugestão o livro:
“Inovação – o combustível do futuro” do autor Luiz Fernando Leite. A partir do capítulo 8 ele
escreve casos brasileiros de inovação, exemplo: Petrobrás.
como a Petrobrás, através do seu sistema tecnológico, enfrentou desafios da área produtiva
que se impuseram ao seu negócio. Esses casos estão relacionados ao aumento de produção
de petróleo em território nacional e á busca da autosuficiência no suprimento desta
importante fonte de energia e seus derivados.
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U NIDADE 15
Objetivo: Descrever sobre as classificações das atividades inovativas e o ciclo de inovação.
Ciclo de Inovação
Segundo Mattos e Guimarães, a inovação tecnológica é o processo pelo qual uma ideia ou
invenção é transposta para a economia, ou seja, ela percorre o trajeto que vai desde essa
ideia, fazendo uso de tecnologia existente ou buscada para tanto, até criar o novo produto,
processo ou serviço e colocá-lo em disponibilidade para o consumo ou uso. A utilização
completa o processo, pela introdução do produto ou serviço na economia, até que ele seja
suplantado por outro, oriundo do ciclo que vai substituí-lo.
Tigre (2006) apresenta quatro fases distintas do processo de difusão de uma tecnologia
segundo o modelo em forma de S. À primeira é a introdução do novo produto, serviço ou
processo, em que um número pequeno de empresas adota a tecnologia. Nessa fase, há uma
grande incerteza quanto aos resultados da inovação. À medida que o inovador pioneiro tem
sucesso e ocorre uma melhoria progressiva do desempenho da tecnologia, ela entra na fase
de crescimento.
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O processo de difusão se acelera a medida que o conhecimento acumulado aumenta e o
desempenho tecnológico melhora. Sucessivas inovações incrementais são realizadas
visando a melhorar a performance e o design do produto, assim como investimentos para
aumentar a escala do processo. Na fase de maturação, as vendas começam a se estabilizar,
as inovações incrementais tornam-se menos frequentes e os processos produtivos se tornam
mais padronizados. Na fase de declínio, alguns usuários deixam de usar a tecnologia em
função do surgimento de outras inovações.
Ainda segundo Tigre, a trajetória de uma tecnologia não segue necessariamente o padrão
em S. Algumas passam diretamente do crescimento ao declínio, pulando a fase da
maturidade. Esse parece ser o caso do aparelho de fax apresentado a seguir.
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Ciclo de Vida do Fax.
A tecnologia do fax constitui um bom exemplo das diferentes fases do ciclo de vida das
inovações. O sistema foi introduzido nos anos 80, causando grande impacto nas
telecomunicações, na medida em que possibilitava a transmissão de textos e imagens por
via telefônica com grande vantagem em relação à tecnologia telex utilizada até então para a
transmissão de textos.
O sucesso foi imediato, permitindo um rápido crescimento das vendas até a primeira metade
da década de 1990, quando o fax entrou em seu período de maturação. A partir de então, o
advento da internet e a rápida difusão do uso do e-mail tornaram o produto obsoleto,
levando-o à fase de declínio. O fax não deixou de existir, mas hoje seu uso se limita ao nicho
de mercado da transmissão de documentos não digitalizados que precisem exibir
assinaturas e carimbos. (TIGRE, 2006).
Segundo Andreassi (2007), apesar dos diversos enfoques teóricos relativos à inovação tec-
nológica, certa dificuldade acaba surgindo quando se aplicam tais conceitos à realidade
cotidiana das empresas. Afinal, examinando o processo produtivo de uma empresa, o que
pode ser considerado realmente uma atividade inovativa? Como padronizar procedimentos a
fim de se ter mecanismos de mensuração equivalentes entre os diversos países, setores de
atividade econômica e empresas?
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Tentando responder a essas questões, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) começou a desenvolver, no início da década de 1960, um sistema
padrão para avaliação em P&D. Isso deu origem, em 1963, ao Manual Frascati. A partir da
troca de experiências entre os países-membros da OCDE, o Manual foi sendo atualizado em
diversas edições subsequentes, abrangendo não somente os padrões para a mensuração da
P&D, como também para várias atividades científicas e tecnológicas. A definição do que
pode ou não ser considerado P&D, largamente utilizada hoje em dia, tem suas origens no
Manual Frascati.
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Aquisição de tecnologia tangível: aquisição de máquinas e equipamentos tecnológicos
conectados com as inovações de produto e processo introduzidas pela empresa;
Design: atividades relativas à definição de procedimentos, especificações técnicas e
aspectos operacionais necessários à produção do novo objeto ou introdução do novo
processo. O design artístico também é considerado uma atividade inovativa quando
diretamente relacionado ao novo produto ou processo (ou seja, design meramente
estético não é considerado atividade inovativa).
Pode-se perceber que a P&D não é a única fonte geradora de tecnologia empresarial. As
empresas também avançam tecnologicamente por meio de vários outros tipos de
aprendizagem, design, engenharia reversa e imitação. Além disso, licenças e contratos de
colaboração permitem que as empresas inovem com base em tecnologia gerada por outras
empresas.
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Qual a diferença entre “Inovação Tecnológica” e “Atividades Inovativas”?
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U NIDADE 16
Objetivo: Mostrar alguns tipos de classificação das inovações tecnológicas.
Cada uma das classificações depende da perspectiva do usuário e, dessa forma, são úteis
para descrever a inovação em circunstâncias diferentes. Uma inovação em particular pode
ser classificada em diferentes categorias, dependendo da perspectiva de análise adotada.
Por exemplo, a “lente de contato” comparada aos óculos pode ser classificada tanto na
perspectiva da organização como na perspectiva do cliente.
Mattos e Guimarães chamam a classificação de inovação mais BÁSICA àquela que prevê a
existência de inovações radicais, incrementais e fundamentais. São elas:
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tornando “obsoleta” a que era anteriormente empregada e, às vezes, exige o
desenvolvimento de novos canais de marketing.
3. Inovação Fundamental – ocorre quando o impacto da inovação for de tal natureza que
possibilita o desenvolvimento de muitas outras inovações.
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4. Inovação de produto: resulta em produto novo ou melhorado. Um exemplo desse tipo
de inovação poderia ser um tipo de lâmina de barbear mais afiada e mais durável que
as disponíveis no mercado;
5. Inovação de Processo: acontece quando os processos de produção são alterados de
forma que reduza os custos ou melhore a qualidade de um produto existente, ou
quando são especificamente desenvolvidos novos processos para produzir um
produto novo ou melhorado.
A distinção entre esses três últimos tipos de inovação nem sempre é clara e depende da
perspectiva. Para o cliente do banco, os caixas eletrônicos representam uma inovação de
serviço; para o banco, representam uma inovação de processo; para o fabricante do
equipamento, representam uma inovação de produto.
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funcionamento do produto foram alterados. Agora o usuário precisa saber limpar,
manipular as lentes. Também é para o cliente uma inovação de produto, já que é um
produto novo.
Outras Classificações
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Complementando o exemplo da LENTE DE CONTATO, ainda na perspectiva da
Organização, podemos classificar também como uma inovação sistêmica já que ela só
ocorreu com as inovações relacionadas. Por exemplo, líquido especial para lente, porta lente.
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Como você classificaria o Jornal Eletrônico na perspectiva da organização e na perspectiva
do usuário?
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U NIDADE 17
Objetivo: Descrever sobre a importância de organizar-se para a inovação e o seu processo.
A inovação, em geral, é um processo caótico que envolve toda cadeia produtiva. Temos de
criar o que não sabemos; o processo é complexo e incerto. A ideia original evolui passando
pelo estágio de concepção e explicitação, sendo enriquecida através da coleta de dados,
troca de informações, verificação do estado da arte e pesquisas bibliográficas.
Essa ideia pode ter sua gênese na busca do atendimento de uma demanda evidente do
mercado ou por uma nova oferta de conhecimento (market pull ou science push), bem como
atender a demandas não explicitadas, gerando novos mercados. Uma vez refinada, a ideia
passa ao estágio de experimentação preliminar e depois evolui para a pesquisa, objetivando
testar a sua viabilidade técnica. Neste caminho, sofre influências, desvios e retro-
alimentações, agrega novas informações do marketing, da produção, de parceiros e outros,
normalmente afastando-se da ideia original. Neste ponto, o projeto costuma ser pré-avaliado
quanto a sua exequibilidade.
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Demonstrando bom retorno econômico, o projeto entra na fase de concretização. Se for
desenvolvimento de novo processo produtivo, inicia-se com o projeto de engenharia básica e
detalhamento, compra de equipamentos, construção de nova unidade fabril, pré-operação e
partida da unidade. Se for de desenvolvimento de produto: projeto de engenharia para
adaptação do meio produtivo; criação de padrão de processo e produto; fase de pré-
comercialização; teste de lançamento no mercado; e comercialização do produto
(distribuição e vendas).
O processo de inovação se aproxima mais do modelo descrito por Kline (que será analisado
na unidade 19), que enfatiza as interações entre as diferentes fases do processo, não
havendo limites rígidos entre os elementos da cadeia de inovação. Este pode incorporar
agentes externos, como clientes, fornecedores e parceiros, além de informações
mercadológicas atualizadas.
Segundo Leite (2005), organizar-se para a inovação é muito mais que gerenciar novas
ideias. O desafio é criar deliberadamente espaços e momentos em que a criatividade possa
aflorar. Sobretudo ter tempo para pensar nos nossos problemas, desafios e sonhos. É
promover reuniões para:
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Há uma ideia cristalizada de que o ser humano só é criativo quando ocorre uma necessidade
extrema, quando está sob pressão de um grande problema. Obviamente, temos
necessidades e obrigações, mas também temos desejos, sonhos e ideais. Há ameaças que
nos empurram, mas também oportunidades que nos seduzem. Em geral, o que nos estimula
a "pensar fora da caixinha" são esses aspectos volitivos.
“Inovação que dá resultado”. É uma palestra que apresenta casos brasileiros de sucesso.
Por exemplo, o caso GE e o caso Embraer.
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U NIDADE 18
Objetivo: Mostrar os modelos de processo de inovação e suas características.
Muitos modelos foram desenvolvidos para descrever o processo de inovação, entre eles
temos: Modelo Linear; Modelo Linear Reverso; Modelo 3ª Geração; Modelo Kline; Modelo
Funil.
O mais antigo, e também o mais simples é o modelo denominado linear. O modelo linear é
um modelo ideal, nem sempre seguido na ordem e na forma completa. Na realidade, as
fases constitutivas da inovação tecnológica são altamente interativas, com fluxos e refluxos
em ambas as direções, impulsionadas pelas forças do mercado, que são: a oferta ou
oportunidades e a demanda ou necessidades e que podem partir de qualquer dos
participantes do processo.
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P&D – é todo trabalho criativo empreendido em bases sistemáticas com o objetivo de
aumentar o estoque de conhecimento, incluindo os conhecimentos sobre o ser humano, a
cultura e a sociedade, bem como o uso desses conhecimentos para projetar novas
aplicações.
O modelo linear conforme descrito acima é criticável por não descrever a verdadeira
interação entre os processos envolvidos na inovação real.
Alguns novos produtos são baseados em conhecimentos empíricos, não sendo resultante de
pesquisa científica. Ex., A lâmpada incandescente é um exemplo do modelo linear.
Com base na definição do objetivo, Edison percorreu as fases citadas até chegar à
lâmpada com filamento de carbono;
Anos depois a GE desenvolveu nova lâmpada com filamento de tungstênio, uma
notável evolução sobre a anterior e sobre a emergente lâmpada alemã, com filamento
de tântalo.
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Outros casos tiveram êxito a partir do conhecimento empírico e de demoradas
experimentações, prescindindo de bases científicas e tecnológicas.
Seu processo foi concebido no início da década de 1930, e seu inventor não
prosseguiu em seu aperfeiçoamento devido à falta de possibilidade técnica e
econômica.
Somente em 1942 foi obtida a patente, e em 1945 uma organização de P&D sem fins
lucrativos e uma pequena empresa, se associaram para completar o ciclo da
inovação, culminando com o equipamento comercializado.
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U NIDADE 19
Objetivo: Descrever detalhadamente os modelos de processo de inovação que podem ser
adotados, em oganizações com características inovadoras.
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O primeiro modelo está correto desde que os fatores tempo e lugar não sejam
considerados, pois as inovações sempre vão se beneficiar da acumulação de
conhecimentos gerados pelas pesquisas científicas. A ideia que esse modelo
expressa é a de que os conhecimentos tecnológicos são precedidos por
conhecimentos científicos, o que é verdadeiro para que tecnologias modernas.
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4) MODELO DE KLINE: PRINCIPAIS CONEXÕES - Desenvolver um modelo
semelhante, porém enfatizando as interações entre as diferentes fases do processo.
De acordo com a figura, na base está a cadeia da inovação.
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Neste modelo:
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Retorne a Unidade 17 e compare os modelos com processos de inovação e veja os aspectos
positivos e negativos.
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U NIDADE 20
Objetivo: Mostrar como o Sistema Nacional de Inovação é aplicado, como um estratégia,
para estimular a inovação
Segundo Leite (2005), em outubro de 1979, o então presidente americano Jimmy Carter
promoveu uma revisão da política de inovação industrial com o objetivo de melhorar a
produtividade e estimular a criação de empregos para trabalhadores americanos, criando um
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comitê com 150 representantes seniores dos setores: industrial, público, sindical-trabalhista,
científico-tecnológico e academia. Esse comitê delineou um programa de incentivo à
inovação industrial, que foi encaminhado ao Congresso Americano.
Ainda segundo Leite, os países desenvolvidos, como EUA, Japão, França e Alemanha,
historicamente investem cerca de 2,3% a 2,7% do PIB em P&D. No Brasil, temos investido
aproximadamente 1,1% nos últimos anos. Este investimento precisa crescer, pois, para
conferir competitividade ao nosso parque empresarial, é preciso criar a capacidade de
desenvolver internamente inovações tecnológicas, bem como selecionar, absorver, adaptar e
aprimorar as tecnologias importadas.
Um Sistema Nacional de Inovação efetiva tem em seu centro o setor produtivo - a empresa -
pois esta é a aplicadora da inovação. Veja a figura a seguir, Leite (2005):
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Governo
Políticas de C&T
Laborat. e Instit. de P&D governamentais
Setor Produtivo
Laboratórios e centros de P&D privados
Empresas de Engenharia
Empresas Industriais e de Serviços
Academia
Escolas Técnicas
Universidades Entidades Não Governamentais
Instituto de Pesquisas Associações de Classes
ONGs
Sistemas maduros – capazes de manter o país na (ou perto da) fronteira tecnológica
internacional. Exemplos: Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Inglaterra e Itália;
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Sistemas intermediários – basicamente voltados à difusão da inovação, com forte
capacidade de absorver avanços gerados em sistemas maduros. Exemplos: Suécia,
Holanda, Dinamarca, Suíça, Coréia de Sul e Taiwan;
Sistemas incompletos – infraestrutura tecnológica mínima e não convertida em
efetivos sistemas de inovação. Exemplos: Brasil, Argentina, México e Índia.
O Papel do Governo
O governo deve prover recursos de forma continuada e ter um sistema efetivo de fomento ao
desenvolvimento científico e tecnológico, contribuindo com:
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medidas de ordem econômica que reduzam custos da implementação de inovações
no meio produtivo e de lançamento de novos produtos.
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Na próxima unidade descreveremos sobre alguns instrumentos que estão cumprindo
efetivamente a sua função.
Antes de dar continuidade aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 21
Objetivo: Abordar alguns dos instrumentos governamentais de apoio a inovação.
Vamos avaliar alguns instrumentos que podem vir a facilitar a inovação. Alguns desses já
estão cumprindo efetivamente a sua função.
A Lei 8.661/93 prevê a dedução do Imposto de Renda com P&D próprio ou contratado em
4%. Este percentual é acanhado, pois inclui também o dispêndio com o Programa de
Alimentação do Trabalhador (PAT). Países que priorizam o desenvolvimento tecnológico,
como o Canadá e a Coréia, limitam o abatimento de IR em 50% e 30%, respectivamente.
Outro problema é que nossa economia é instável.
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agentes de desenvolvimento, objetivando a dinamização do processo de inovação. Tem
desempenhado um papel importante na concepção, planejamento e operação de redes de
pesquisa básica e pré-competitiva, bem como na expansão e modernização da infraestrutura
pública de pesquisa.
No relacionamento com as empresas, atua como qualquer agente financeiro, cobrando juros
de mercado e exigindo garantias em excesso. Outro aspecto é que não há nenhuma
contribuição da FINEP em capital de risco. Seria interessante existir pelo menos para áreas
estratégicas e prioritárias. A transferência de recursos públicos para·o meio produtivo é
proibida por lei, mas esta poderia ser excepcionada para estimular a inovação.
O governo americano aplica cerca de US$ 75 bilhões por ano em P&D. Destes,
aproximadamente US$ 43 bilhões vão diretamente para empresas através de consórcios
com empresas ou institutos privados de pesquisa, que são obrigados a entrar com uma
contrapartida para o desenvolvimento de projetos que resultem na geração de um produto
tecnológico ou bem tangível. Parte deste montante recebe o destino de fomentar empresas
nascentes de base tecnológica, pois as agências governamentais de fomento a P&D são
obrigadas a reservar 2,5% de seu orçamento para as mesmas.
Os Fundos Setoriais criados pelo nosso governo, que visam a impulsionar o desenvolvimento
de tecnologia por meio de projetos cooperativos entre universidades, centros de pesquisas e
empresas, trouxeram recursos significativos para as universidades e centros de pesquisa
sem fins lucrativos, resultando em reforço essencial para as atividades de pesquisa.
c) Financiamento de Empreendimentos
d) Apoio a Exportação
No entanto, há quem advoga que o futuro pertence às pequenas empresas por sua
flexibilidade e agilidade em se reconfigurarem para atender às flutuações de demanda do
mercado e captar ganhos simultâneos de economia de escala e escopo.
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possam inovar e exportar, no mercado globalizado é de grande ajuda. Um modo de crescer
nosso parque empresarial é exportar, gerando maiores recursos para investir em melhorias
de processos e em inovação, criando um ciclo virtuoso para a empresa, tornando-a mais
forte e competitiva.
Finalizando esta unidade, é importante descrever que diante deste cenário, há necessidade
de se aplicarem metodologias e ferramentas de gestão do conhecimento para priorizar
atividades, unir competências, trocar experiências, eliminar duplicação, não reinventar a
roda, etc.
É importante que esta lei estabeleça uma nova cultura e ganhe prioridade dentro da agenda
política e econômica do país, por mais imperfeições que contenha, pois, como todo
instrumento de política pública, deve ser regulamentada e aprimorada. De qualquer modo,
este foi um passo na direção correta e esperamos sua continuidade e progresso.
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U NIDADE 22
Objetivo: Destacar a importância da cooperação da universidade e empresas no processo de
inovação tecnológica.
A Academia
No Brasil, diferentemente dos países líderes em tecnologia, a maioria das atividades de P&D
não é realizada pelas empresas, mas nas universidades. Outro problema é que a integração
universidade-empresa é pequena, fazendo com que a pesquisa não esteja atrelada ao mer-
cado, não havendo um foco empresarial, o que dificulta a inclusão de ciência e tecnologia no
meio produtivo. Fonte: Leite (2005)
EUA
JAPÃO
ALEMANHA
FRANÇA
INGLATERRA
COREIA
CANADA
BRASIL
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 116
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INDUSTRIA GOVERNO UNIVERSIDADE
A propósito, enumerando algumas características socioeconômicas comuns aos países
desenvolvidos, temos:
Por outro lado, a academia voltou-se para a pesquisa fundamental, produzindo artigos
científicos na busca de um reconhecimento internacional, esquecendo de apoiar a empresa
nacional na criação de soluções inovadoras para a plena exploração de nosso potencial
econômico e de nossa vocação empresarial. Infelizmente, perdurou por muito tempo um
sentimento um tanto arcaico no ambiente universitário de que estavam se vendendo quando
desenvolviam tecnologia para uma empresa.
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Devido a este legado do passado, o meio acadêmico criou certa aversão a tudo que está
relacionado ao mercado e à geração de lucro. Como uma elite social, a academia optou por
se ocupar com assuntos mais nobres, como a ciência, a arte e a filosofia. Buscando uma
solução, o nosso dilema é que vivemos num país com grandes carências, e se a nossa elite
intelectual, que é mais capaz, não se envolver com a criação de riqueza, o nosso futuro
como uma nação soberana está em risco.
Agora temos:
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efetivamente desenvolver suas atividades; caso contrário, será uma ação ineficaz e
ele tenderá a ser absorvido em atividades regulares de produção.
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U NIDADE 23
Objetivo: Abordar as vantagens e desvantagens da relação universidade e empresa.
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melhoria da qualidade da pesquisa industrial;
redução de risco e divisão/otimização de custos de pesquisas (consórcios de pesquisa
pré-competitiva);
possibilidade de atrair bons profissionais (alunos de pós-graduação);
aumento da competitividade via inovações tecnológicas;
melhoria de imagem e prestígio.
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Dificuldades da relação universidade e empresa
Há benefícios tangíveis para ambos os atores, embora haja empecilhos. Entre estes,
podemos citar:
Mais uma vez, é importante lembrar o que já falamos anteriormente: o processo de inovação
excede em muito as atividades de P&D, devendo permear toda a cadeia produtiva da
empresa, abrangendo inclusive atores externos como fornecedores e clientes. É na busca de
soluções para os problemas empresariais que a maioria das inovações é gerada.
Você também pode conhecer o novo CENPES – Centro de P&D da Petrobrás. Para isso é
necessário que você entre no www.youtube.com e assista, em vídeo, NOVO CENPES. Veja
os investimentos da empresa.
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U NIDADE 24
Objetivo: Abordar as empresas governamentais e não governamentais em ambientes de
inovação
A Empresa
Em 2000 a Revista Parcerias Estratégicas publicou que há 963 mil cientistas e engenheiros
na atividade de P&D nos EUA, sendo que 80% destes trabalham nas empresas. No caso
brasileiro, o número total de pesquisadores é de aproximadamente 80 mil, estando somente
11% em empresas, correspondendo a menos de 9 mil. Segundo a projeção de especialistas,
apenas 750 destes têm doutoramento, o que equivale à média anual de doutores contratados
por empresas na Inglaterra. Entretanto, não pára de crescer o número de doutores formados
no nosso país. Em 2003, o Brasil formou 8.094 novos doutores, número 18,3% maior do que
o alcançado em 2002 publicado na folha de São Paulo 04 de julho de 2004.
Nos EUA, o dispêndio total com P&D chega a mais de US$ 270 bilhões por ano, sendo que
aproximadamente US$ 195 bilhões são gastos pelas empresas, o que corresponde a 71%.
Além disso, mais da metade do dispêndio governamental, que é cerca de US$ 75 bilhões por
ano, é aplicada diretamente nas empresas.
No Brasil, até então, não existiam recursos governamentais alocados diretamente nas
empresas. A Lei da Inovação oficializa a possibilidade de encomenda de projetos
estratégicos e de interesse para o país diretamente das empresas capacitadas do setor
produtivo.
Os dados relativos à aplicação em P&D pelas empresas brasileiras são um tanto imprecisos,
mas os números mais otimistas se referem à aproximadamente US$ 3 bilhões ao ano. Este
número tem crescido substancialmente nos últimos anos, mas mesmo assim é modesto para
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uma sociedade que está se modernizando e se tornando "tecnolo"- dependente, conforme
chama o autor Leite. Isso significa que, se não revertermos à situação atual, cada vez mais
estaremos comprando tecnologia do exterior, pagando royalties e licenciamentos e
importando novos produtos de alto valor agregado. A propósito, o país pagou, em 2001, mais
de US$ 3 bilhões por licenciamentos das patentes e tecnologias, serviços técnicos e
aquisição de software de que nossas empresas precisam para poder competir.
No caso de um projeto de inovação, que evolui de uma ideia original até a introdução de um
novo produto ou serviço no mercado, há uma trajetória bem mais incerta. Necessita de um
trabalho de equipe mais refinado, em que as interfaces são um tanto indefinidas e fluidas,
cada etapa do mesmo não estando marcada por um evento concreto e acabado com os seus
parâmetros de qualidade bem especificados. Por conseguinte, o time do projeto tem que
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interagir muito, e em diversos momentos, algumas redundâncias e duplicações são
requeridas.
Isso não significa que esse tipo de projeto não deva ser acompanhado e controlado e que
não existam etapas planejáveis e previsíveis. A inovação pode e deve ser organizada como
um processo sistemático. Entretanto, temos de gerenciar inovação, convivendo com uma
margem de erro maior e, principalmente, com a aceitação ao risco. Um sistema de gestão e
uma cultura facilitadora à inovação toleram erros, embora enfatizem a responsabilidade
empresarial por resultados.
Todavia, para a indústria como um todo, metade das empresas consultadas declara não ter
capacidade técnica, financeira e de recursos humanos para investir em inovação. Esta
situação ainda é mais preocupante entre as pequenas empresas onde este percentual atinge
60%. As estratégias são:
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Vá a pasta Material Complementar e acesse o arquivo Apresentação Natura. É uma
apresentação elaborada pela empresa no “Fórum Internacional de Inovação Tecnológica” em
2008 mostrando aspectos considerados em seu processo de inovação. Mais detalhes do
Fórum é só acessar o site: www.inovacaotecnologica.sect.es.gov.br.
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U NIDADE 25
Objetivo: Abordar as empresas não governamentais em ambientes de inovação.
Este é outro fator importante do Sistema Nacional de Inovação, que deve ter uma postura
proativa na busca de um ambiente de ciência e tecnologia propício à inovação. No Brasil, a
cidadania pela inovação também não é exercida plenamente, embora tenhamos algumas
entidades com atuação expressiva, as quais se empenham com vigor na busca do
florescimento da inovação em nosso ambiente de negócio. Entre estas, destacam-se:
1) Anpei
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A Anpei desenvolve ainda vários projetos de interesse das empresas, como: a Base de
Dados de Indicadores Empresariais em P&D, a Mobilização Tecnológica para Micro e
Pequenas Empresas; e possui o Programa de Alavancagem Tecnológica, também focado
para as pequenas empresas. Além disso, promove o intercâmbio entre diversas entidades
através de workshops, seminários, cursos e visitas técnicas. Um evento que se consolidou
como um importante fórum de debates sobre a inovação é a Conferência Anpei, que ocorre
anualmente.
2) O Fórum de Inovação
Atualmente, esse consórcio é formado: pelo Banco do Brasil, Brasilata, Copesul, Embrapa,
Monsanto e SEBRAE.
O seu plano de trabalho prevê uma série de etapas, tais como: estudos de casos,
começando pelas próprias empresas parceiras, análise comparativa, identificação de
aspectos comuns, criação de metodologia de diagnóstico, metodologia de disseminação da
atitude inovadora e transformação do processo de inovação de cada organização.
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São muito benéficos esses tipos de associação que ocorrem em torno do objetivo de
promover e estimular a inovação, em suas diferentes abordagens, quer seja na busca de
influenciar políticas públicas, quer seja numa tentativa de investigar aspectos empresariais
que facilitam a inovação, através de uma abordagem acadêmica. O Sistema Nacional de
Inovação necessita de pilares fortes que suportem o seu pleno funcionamento, e as en-
tidades não governamentais têm um papel a desempenhar.
Difusão do conhecimento;
Estratégias e Planos.
Visite os sites:
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U NIDADE 26
Objetivo: Descrever sobre o papel do gestor dando ênfase a inovação.
Segundo Manãs (2001), há três categorias de papéis que identificam o conteúdo do trabalho
de um Administrador: Interpessoais; Ligados à informação; Ligados à tomada de decisão.
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Ainda segundo Manãs, classificam-se as habilidades gerenciais básicas em: habilidade
técnica, humana e conceitual. Tais habilidades são necessárias para dirigir outras pessoas e
poder assumir responsabilidade por objetivos, principalmente numa cultura organizacional de
empresas inovadoras.
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Trabalha para criar um ambiente agradável e de segurança onde todos podem
se expressar.
c) Habilidade Conceitual
Habilidade conceitual - compreende a consideração dos aspectos técnico e
humano da organização.
Considerar a empresa como um todo, ou seja, reconhecimento da
interdependência das diversas funções.
Promover bem-estar geral de toda a organização.
Sendo assim, de acordo com suas habilidades você poderá assumir diferentes níveis de
responsabilidade. O gestor deve saber que:
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Este é o novo Perfil do Gestor Inovador?
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U NIDADE 27
Objetivo: Apresentar os aspectos relevantes em uma gerência inovadora de sucesso, e
abordar o conceito de criatividade na atividade sugerida.
1. Acreditar firmemente nas equipes e nos gerentes designados para desenvolver novos
produtos. Uma vez formadas as equipes, confie no trabalho delas. Dê-lhes autonomia
e mantenha o compromisso assumido com elas;
2. Reconhecer, respeitar, recompensar. Reconheça o valor das contribuições individuais
para o projeto; respeite a dedicação, o empenho e o esforço extra que cada um venha
a oferecer; e recompense financeiramente as equipes, de acordo com o êxito do
produto desenvolvido por elas;
3. Ser otimista, construtivo e participante. Faça com que as equipes compreendam a
dimensão do trabalho que fazem. Seja autêntico, sincero e faça críticas construtivas.
Ajude cada indivíduo a perceber a importância de sua função para o sucesso do
projeto;
4. Jamais cortar fundos. Recursos humanos, pesquisa e investimentos é uma
necessidade. É preciso que as pessoas acreditem que a inovação é uma aposta no
futuro, não manobra do presente. A tônica deve ser: eis um investimento que não
pode ser cortado. Os executivos inteligentes sabem que os frutos da inovação só vêm
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depois de várias tentativas. Mesmo as companhias mais hábeis na tática de
lançamentos sucessivos experimentam fracassos da ordem de 35% na
comercialização de novos produtos.
Essa demora, aliada à realidade de que até dois terços dos novos produtos podem fracassar,
reforça a necessidade de fazer lançamentos regular e ininterruptamente.
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U NIDADE 28
Objetivo: Descrever sobre as estruturas organizacionais – tradicionais e mistas.
Sendo assim, as novas estruturas organizacionais devem ter como intuito proporcionar um
ambiente favorável à criatividade, fortalecendo a geração de ideias inovadoras.
Segundo Angeloni (2003), não há dúvidas de que a estrutura organizacional exerce impacto
sobre o trabalho dos indivíduos. Como membro da organização, o indivíduo está submetido a
uma estrutura que influencia seu comportamento e sua interação no contexto organizacional.
O grau de formalização (controle sobre o indivíduo) é o aspecto estrutural que mais afeta o
modo como os membros da organização agem, influenciando diretamente os processos
organizacionais de comunicação e inovação (Hall, 1984). A formalização extrema acaba por
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desviar os indivíduos de seus objetivos centrais. Nesse caso, o mais importante passa a ser
a eficiência em cumprir regras, pois esse é o critério pelo qual serão avaliados. A percepção
da falta de autonomia inibe toda e qualquer iniciativa, dificultando a adaptação das
organizações a mudanças de qualquer espécie.
Durante grande parte do século XX, a estrutura organizacional oscilou entre dois tipos
básicos: a burocracia e a força-tarefa. Tarefas operacionais rotineiras e
especializadas, divisões funcionais, múltiplos níveis hierárquicos, alta normatividade e
comunicação formalizada são parâmetros que muitos autores apontam como
expressivos da burocracia.
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desejada. Depois que o projeto está concluído, o grupo é desfeito, e seus
membros podem integrar-se a outros projetos (Nonaka e Takeuchi, 1997). No
entanto, a força-tarefa também tem seus limites.
Algumas propostas de estruturas organizacionais mistas, que têm como foco facilitar a
criação e a disseminação do conhecimento nas organizações, são encontradas na
literatura. Dentre elas, a organização inovadora de Galbraith, que é o modelo que será
abordado.
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Para estudo complementar fica a referência do Livro “ORGANIZACAO DO
CONHECIMENTO”, Angeloni, Maria Terezinha – São Paulo: Saraiva 2003.
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U NIDADE 29
Objetivo: Descrever os aspectos organizacionais e de recursos humanos relevantes para a
gestão inovadora alcançar o equilíbrio.
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à tecnologia, ou executar a gestão somente por meio de demonstrações financeiras,
provavelmente não terá êxito em um ambiente de inovação.
Não há uma estrutura única para satisfazer todas as necessidades das empresas
inovadoras. De acordo com as tarefas uma determinada estrutura organizacional é
mais adequada. As tarefas que podem ser formalizadas ou programadas se adaptam
em estruturas organizacionais rígidas. Já as tarefas não perfeitamente estruturadas,
complexas e dinâmicas são mais bem executadas em estruturas organizacionais
flexíveis.
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4. Comunicador - aquele que estabelece canais de comunicação entre os
membros da equipe e o resto da empresa e outras organizações externas à
empresa. São tecnicamente atualizados; Sua fonte de conhecimento é mantida
através de leitura de interesse para a equipe. Devem ser hábeis no
entrosamento com outros departamentos da empresa, como marketing e
produção, que não necessariamente entendem o jargão usado no ambiente de
P&D.
5. Patrocinador – em gerente sênior da empresa que pode executar um projeto
por meio de políticas organizacionais. Tem poder para autorizar recursos
adicionais, se necessário, e aconselhar na condução de determinado projeto.
Assim, os fatores ambientais podem destruir um clima inovador, da mesma forma que
muita hierarquia tem um efeito em inovação. A falta de ferramentas e recursos ou
limitações rígidas de orçamento produzem um efeito negativo na inovação.
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6º Aspecto – A organização que aprende
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7º Aspecto – Foco no cliente
Uma gestão inovadora deve sempre estar focada na real necessidade do cliente.
Podemos exemplificar através das seguintes formas:
Dentre os aspectos relacionados para uma gestão inovadora em equilíbrio, qual você
considera mais importante? Justifique.
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U NIDADE 30
Objetivo: Mostrar as estratégias tecnológicas e as escolhas relacionadas.
Segundo Mattos e Guimarães, uma estratégia tecnológica determina escolhas nas seis
seguintes áreas:
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É importante destacar que a estratégia relacionada ao momento de entrada de mercado é
provavelmente a mais importante a ser feita corretamente, já que afeta todas as outras
decisões estratégicas. Por exemplo, as empresas que querem investir em inovação
RADICAL devem fazer escolhas diferentes as das empresas que querem investir em
inovação INCREMENTAL quanto à tecnologia a ser utilizada, nível de investimento em P&D,
etc.
A partir de agora vamos fazer uma pequena descrição das áreas de escolha com suas
características. Inicialmente vamos começar com o momento de entrada no mercado.
Deve ser a primeira escolha, e existem quatro estratégias genéricas de entrada no mercado
que podem ser seguidas pelas empresas inovadoras. São elas: estratégia de ser o 1º a
comercializar; estratégia de rápido seguidor; estratégia de minimização de custo e a
estratégia de especificação. Cada uma dessas escolhas estratégicas estabelece o padrão
para as demais decisões de estratégia que se seguem 2, 3, 4, 5, 6 pontuadas na página
anterior.
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Visa alcançar a entrada no mercado ainda na fase de
crescimento da demanda pelos novos produtos, imitando as
inovações de outros.
SER o Rápido
Esta abordagem também exige um forte compromisso da
Seguidor
empresa com a P&D, mas com a ênfase em ser rápido e ágil no
desenvolvimento e não na pesquisa. É uma abordagem de menor
risco, já que somente inovações de sucesso são imitadas,
evitando-se fracassos.
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2º Escolha
3º Escolha
Nível desejado de competência: o nível de competência que uma empresa escolhe adotar
também está ligado a sua estratégia de entrada no mercado. A estratégia “ser o primeiro a
comercializar” requer grande conhecimento do “estado da arte” das tecnologias associadas e
seu campo de atuação.
4º Escolha
Aquisição de competência e tecnologia: várias opções podem estar disponíveis
para a empresa adquirir acesso a uma tecnologia ou competência particular.
Desenvolver a tecnologia internamente – é uma abordagem lenta na
apresentação de resultados práticos. É geralmente apropriada quando a
tecnologia é muito nova ou o domínio dela é limitado a um pequeno número de
concorrentes.
Por meio de licenciamento – que consiste simplesmente na compra dos direitos
de uso de uma tecnologia particular.
Em tecnologias complexas, o contrato de licença incluiria também o acesso a
assistência técnica e treinamento de pessoal, para possibilitar uma efetiva
transferência de tecnologia.
As empresas que dispõem de grandes recursos financeiros podem
simplesmente comprar outra empresa que tenha a tecnologia e as
competências desejadas. É importante destacar que, na maioria das vezes, as
tecnologias são protegidas por um regime jurídico de propriedade intelectual –
patentes – que ainda requer licenciamento, sob pena de sansões legais.
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5º Escolha
6º Escolha
Mais detalhes sobre as estratégias. Fica como sugestão o Livro “Gestão da Tecnologia e
Inovação – uma abordagem prática” dos autores João Roberto Loureiro de Mattos e Leonam
dos Santos Guimarães.
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Faça uma reflexão sobre a estratégia de entrada no mercado dos países: EUA, Japão, China
e Brasil.
Agora você deverá ir até a pasta atividades para abrir as atividades do arquivo ATIVIDADE 3
correspondentes as unidades de 21 a 30.
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Microsoft como RÁPIDO SEGUIDOR
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G LOSSÁRIO
Brainstorming: Técnica para reuniões de grupo que visa ajudar os participantes a vencer
suas limitações em termos de inovação e criatividade. Criado por Osborn em 1963, o
conceito é aplicado a sessões que podem durar de alguns minutos até várias horas,
conforme as pessoas e o tema.
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Competitividade: No sentido estrito, significa a capacidade de competir. Normalmente é
interpretada como a capacidade que os produtos gerados internamente apresentam para
competir com seus similares produzidos no exterior, tanto no que se refere à importação
como à exportação. Em curto prazo, a competitividade se traduz em preços e é influenciada
pelas políticas cambial, fiscal e monetária e pelo crescimento econômico, já que este gera
modernização. Em longo prazo, ela reflete a qualidade e a confiabilidade dos produtos, em
geral expressas no prestígio da marca. A política de inovação é eficaz e decisiva para a
competitividade apenas em longo prazo.
Cultura organizacional: As empresas, tal como os países, têm uma cultura única. Por isso,
é crucial que divulguem de forma explícita seus valores. Quando o fazem por escrito, o
documento chama-se declaração de missão. Para James Collins e Jeremy Porras, autores
do livro: Feitas para Durar, a razão por que algumas empresas têm sucesso duradouro,
enquanto outras se extinguem, está na cultura organizacional. Numa era de incertezas, tudo
deve ser posto em xeque, à exceção dos valores, que têm de ser imutáveis.
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sistemas e serviços e, ainda, no substancial aperfeiçoamento de bens já produzidos ou de
processos já estabelecidos.
b) obter pelo menos 30% de seu faturamento, considerando-se a média mensal dos
últimos 12 meses, pela comercialização de produtos protegidos por patentes ou
direitos de autor ou em processo de obtenção das referidas proteções;
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Gestão estratégica do conhecimento: Conjunto de ações coordenadas que asseguram às
empresas habilidades para captar, armazenar, recuperar e analisar as informações e
conhecimentos estratégicos para seu desenvolvimento e competitividade.
- crédito do imposto de renda recolhido na fonte, bem como redução dos 10 F quando
da remessa ao exterior de valores resultantes de contratos de transferência de
tecnologia;
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com o padrão tecnológico anterior, originando até mesmo novas indústrias, setores ou
mercados.
Learning organization: Expressão cunhada por Chris Argyris, professor em Harvard, que
chama de learning organizations (organizações em constante aprendizagem) as empresas
que aprendem à medida que seus trabalhadores adquirem novos conhecimentos. O conceito
baseia-se num princípio que Argyris batizou de double-Ioop learning (quando os erros são
corrigidos por meio da alteração das normas empresariais que os causaram). Em 1990,
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Peter Senge, professor do MIT, popularizou o conceito em seu best seller A Quinta disciplina
Arte e Prática da Organização que Aprende.
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registro significa prevenir-se de que competidores copiem e vendam essa criação a um preço
mais baixo, uma vez que não foram onerados com os custos de P&D. A proteção conferida
pela patente e pelo registro de desenho industrial foi criada para garantir a rentabilidade de
uma invenção ou criação industrializável. Patente e Registro de Desenho Industrial são
títulos de propriedade temporária sobre uma invenção, modelo de utilidade ou desenho
industrial outorgados pelo Estado aos inventores, autores ou outras pessoas físicas ou
jurídicas detentoras dos direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a
revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria protegida pela patente ou pelo
registro. Durante o prazo de vigência da patente ou registro, o titular tem o direito de excluir
terceiros, Sem prévia autorização, de atos relativos à matéria protegida, tais como fabricação,
comercialização, importação, uso, venda, etc. Para a Organização Mundial de Propriedade
Industrial (OMPI), a patente é um documento expedido por um órgão governamental, que
descreve a invenção e estabelece uma situação legal na qual a criação patenteada pode
normalmente ser explorada (fabricada, importada, vendida e usada) com autorização do
titular.
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Pesquisa aplicada: Investigação original concebida pelo interesse em adquirir novos
conhecimentos. É primordialmente dirigida em função de um objetivo prático específico,
sendo realizada para determinar os possíveis usos das descobertas da pesquisa básica ou
no intuito de definir novos métodos ou maneiras de alcançar certa meta predeterminada.
Envolve considerar todo o conhecimento disponível e também sua ampliação, com vista à
solução de problemas específicos. No setor empresarial, a distinção entre pesquisa básica e
aplicada é frequentemente marcada pela criação de um novo projeto para explorar os
resultados promissores de um programa de pesquisa básica. Os resultados da pesquisa
aplicada são hipotética e fundamentalmente válidos para apenas um número limitado de
produtos, operações, métodos e sistemas. Os conhecimentos ou informações advindos
desse tipo de pesquisa são quase sempre patenteados, podendo, contudo, manter-se sob
sigilo.
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Pesquisa científica e tecnológica: Trabalho criativo efetuado de forma sistemática, com o
objetivo de buscar a ampliação do repertório de conhecimento humano e o uso dele para
imaginar novas aplicações.
Protótipo: Modelo original representativo de alguma criação nova, do qual todos os objetos
ou utensílios do mesmo tipo são representações ou cópias. É um modelo básico detentor de
características essenciais do produto pretendido.
Sistema de inovação: Pode ser nacional, regional ou local. É uma rede de instituições dos
setores público (universidades, centros de P&D, agências governamentais de fomento e
financiamento, empresas públicas e estatais, dentre outros) e privado (empresas,
associações empresariais, ONGs, etc.), cujas atividades e interações geram, adotam,
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importam, modificam e difundem tecnologias, sendo a inovação e o aprendizado, seus
aspectos cruciais.
Sistema de patentes: Conjunto de regras que tratam da proteção das invenções e dos
modelos industriais. A patente é o direito outorgado pelo governo de uma nação a uma
pessoa, o qual confere a exclusividade de exploração do objeto de uma invenção ou de um
modelo industrial, durante determinado período, em todo o território nacional. Além do direito
industrial, assegura a publicação de novas tecnologias, garante o retorno sobre o
investimento na pesquisa, desenvolvimento e produção de uma nova tecnologia, assegura o
domínio do mercado em que vai ser desenvolvido e de outros mercados potenciais e propicia
disponibilidade da informação técnica. O sistema de patentes está estruturado à luz de
quatro aspectos: do direito, da economia, da técnica e do progresso.
1) liderança baseada no fator custo (ter custos mais baixos do que os rivais);
SIGLAS
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P&D: Pesquisa e Desenvolvimento
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B IBLIOGRAFIA
ANDREASSI, Tales. Gestão da inovação tecnológica. São Paulo: Thomson Learning, 2007.
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MANÃS, Antonio Vico. Gestão da tecnologia e inovação. São Paulo: Erica, 2001.
MATTOS, João Roberto Loureiro de; GUIMARÃES, Leonam dos Santos. São Paulo: Saraiva,
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SIMANTOB, Moyses; LIPPI Roberta. Guia valor econômico de inovação nas empresas. São
Paulo: Globo, 2003.
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TERRA, José Cláudio Cyrineu. Inovação: quebrando paradigmas para vencer. São Paulo:
Saraiva, 2007.
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