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GOVERNANÇA CORPORATIVA
AUTORIA:
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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil
Módulo de: Governança Corporativa
Autoria: Angela Maria Bissoli Saleme
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos.
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização
e direitos autorais.
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial.
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A presentação
Por isso, é necessário que se organize para os estudos e para a realização de todas as
atividades nos prazos estabelecidos, conforme orientações.
A EAD, por sua característica e amplitude e, pelo uso de tecnologias modernas, representa
uma nova forma de aprender, respeitando sempre, o seu tempo.
Sua tutora.
Meu nome é Angela, sou a tutora responsável pela Disciplina “Governança Corporativa”.
Para cursá-la, você contará com meu apoio. Sou graduada em Administração pela FACEC,
pós-graduada em Docência de Ensino Superior, Qualidade Total em Administração e
Serviços, MBA em Administração Geral e Formação de Altos Executivos, mestre em
Administração pela FACECA –Varginha - MG. A minha experiência, como educadora
corporativa do Banco do Brasil, vem desde 1999. Leciono na área de Gestão desde 2006,
em cursos de nível superior e pós-graduação.
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O bjetivo
E menta
S obre o Autor
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S UMÁRIO
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 8
GOVERNANÇA CORPORATIVA: ..................................................................... 8
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 10
CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................... 10
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 15
PERSPECTIVAS CONCEITUAIS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA ...... 15
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 17
CÓDIGO DAS MELHORES PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
.......................................................................................................................... 17
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 20
AS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA NO MUNDO ........................................... 20
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 23
MODELO LATINO-AMERICANO .................................................................... 23
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 25
MODELO ALEMÃO .......................................................................................... 25
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 27
MODELO ANGLO-SAXÃO .............................................................................. 27
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 29
MODELO JAPONÊS ........................................................................................ 29
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 30
MODELO LATINO-EUROPEU ........................................................................ 30
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 31
PRINCIPAIS INICIATIVAS NO BRASIL .......................................................... 31
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 39
IBGC ................................................................................................................. 39
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UNIDADE 13 ....................................................................................................... 42
TEORIA DA AGÊNCIA ..................................................................................... 42
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 46
OS CONFLITOS DA AGÊNCIA ....................................................................... 46
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 50
O NOVO MERCADO ....................................................................................... 50
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 52
NÍVEIS DEFINIDOS DE GOVERNANÇA DA BOVESPA ............................... 52
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 54
ABORDAGEM LEGAL DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ......................... 54
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 62
GOVERNANÇA CORPORATIVA E EMPRESA FAMILIAR ............................ 62
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 70
MODELOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ........................................... 70
UNIDADE 20 ....................................................................................................... 75
RELATÓRIO CADBURY .................................................................................. 75
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 77
OCDE ............................................................................................................... 77
UNIDADE 22 ....................................................................................................... 82
ESTRUTURA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – Modelo do B.BRASIL
S.A. ................................................................................................................... 82
UNIDADE 23 ....................................................................................................... 85
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE BOA GOVERNANÇA ............................. 85
UNIDADE 24 ....................................................................................................... 89
AGENTES DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ............................................ 89
UNIDADE 25 ....................................................................................................... 91
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO – PAPEL, TAMANHO E COMPOSIÇÃO
DOS CONSELHOS .......................................................................................... 91
UNIDADE 26 ....................................................................................................... 95
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CONSELHO FISCAL ....................................................................................... 95
UNIDADE 27 ....................................................................................................... 96
AUDITORIA INDEPENDENTE ........................................................................ 96
UNIDADE 28 ....................................................................................................... 98
GOVERNANÇA E SUSTENTABILIDADE ....................................................... 98
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 100
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL – MODELO B.BRASIL
S.A. ................................................................................................................. 100
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 102
GOVERNANÇA CORPORATIVA E CRESCIMENTO ECONÔMICO ........... 102
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 105
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U NIDADE 1
GOVERNANÇA CORPORATIVA:
Sua conceituação apresenta grande abrangência podendo incluir os interesses que não
exclusivamente o interesse dos acionistas, mas também dos empregados, consumidores,
membros da comunidade em que a companhia está inserida e outros.
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O estudo da Governança Corporativa não deve ficar restrito a aspectos meramente teóricos
e abstratos, mas, ao contrário, deve sempre levar em consideração que através da
introdução de regras corporativas e procedimentos gerenciais é possível alcançar uma
estrutura de governança que resulte na valorização da companhia pelo mercado e crie valor
para os acionistas.
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U NIDADE 2
CONTEXTUALIZAÇÃO
Conceituação
Assim, segundo Dorset e Baker (1979), Governança, em sentido amplo, é descrita como
sendo o exercício da autoridade do controle da administração e do poder de governar.
Representa a forma como o poder é exercido na administração dos recursos econômicos e
sociais de um país com o objetivo de desenvolvê-lo.
Para Rosenau (2000), o termo governança tem relação com governo, pois ambos se referem
a comportamentos que visam à consecução de objetivos.
A OECD (1999 apud ANDRADE; ROSSETI, 2004, p.23) define a Governança Corporativa
como: “sistema segundo o qual as corporações de negócio são dirigidas e controladas”.
Caracteriza-se pela distribuição dos direitos e responsabilidades entre os diferentes
participantes da corporação, tais como o conselho de administração, os diretores executivos,
os acionistas e outros interessados, além de definir as regras e procedimentos para a
tomada de decisão em relação a questões corporativas.
Nessa mesma concepção, Blair (1995 apud ANDRADE; ROSSETI, 2004) considera a
Governança Corporativa como o arcabouço legal, cultural e institucional que determina
publicamente o que a corporação deve fazer, quem as controla, como o controle é exercido
na organização e, finalmente, como o risco e o retorno das atividades são gerenciados.
Para o IBGC (2007a), Governança Corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são
dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas, Conselho de
Administração, Diretoria, Auditoria Independente Conselho Fiscal, conforme demonstrado na
ilustração da figura 1.
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Evolução dos Conceitos:
A Governança Corporativa tem este nome há 50 anos e, vem passando por uma evolução.
Foi nos anos 90 que o conceito atingiu a sua plena maturidade. Podemos começar pela
década de 50, para caracterizar o ponto de partida, uma era de conselhos inatuantes e de
presença forte do sócio-acionista controlador. Apresentamos, a seguir, os passos principais
dessa evolução.
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50 ANOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
1976 – Primeira Lei das S.A., nº. 6.404, no Brasil, fixando competências do Conselho
de Administração.
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1996 - The NACD Report
1997 - The Hempel Report; 25% dos Investimentos fora dos Estados
Unidos são realizados por 25 fundos norte-americanos, seja fundos de pensão ou
fundos de investimentos; Nova Lei das S.A., nº. 9.457, mantém as atribuições do
Conselho e aumenta o poder da CVM para fiscalizar.
Com o passar do tempo, foram aparecendo os Códigos das Melhores Práticas. Pode-se
considerar como suas causas: as crises por que passaram as grandes corporações mundiais
(como a General Motors); a pressão dos fundos de pensão e dos fundos de investimento
para obter maior transparência e prestação de contas; os grandes escândalos financeiros
nos Estados Unidos e na Inglaterra (BCCI, Robert Maxwell etc.); a pressão de organismos
privados como o Institute of Directors (Loyd, Inglaterra), o Conference Board (Estados
Unidos) e a NACD - National Association of Corporate Directors (Estados Unidos). O primeiro
Código, o Cadbury Report, surgiu na Inglaterra, em 1992.
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U NIDADE 3
PERSPECTIVAS CONCEITUAIS DA GOVERNANÇA CORPORATIVA
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Maximização da riqueza dos acionistas, minimizando oportunismos
conflitantes com este fim.
Após análise dos conceitos apresentados, pode se perceber que a governança corporativa
pode e deve ser vista como importante instrumento de gestão estratégica das organizações
em geral, sejam elas públicas ou privadas, deste ou daquele segmento da economia,
pequenas ou grandes.
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U NIDADE 4
CÓDIGO DAS MELHORES PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
Com a evolução e a importância cada vez maior do estudo da governança corporativa foram
surgindo, inicialmente nos países com mercado de capitais mais desenvolvidos, os “Códigos
de Melhores Práticas de Governança Corporativa”.
O primeiro desses códigos surgiu no Reino Unido em 1992, como resultado da iniciativa da
Bolsa de Valores de Londres (London Stock Exchange), que criou o chamado comitê
Cadbury com o objetivo de revisar certas práticas de Governança Corporativa relacionadas a
aspectos contábeis, que deu origem ao The Cadbury Report, publicado em 01.12.92. A longa
história de resistência a regulamentações que caracteriza a tradição inglesa criou o conceito
de “Melhores Práticas”.
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Até o momento, já existem 49 Códigos das Melhores Práticas, dos quais 9 nos
Estados Unidos.
As Leis das SA’s brasileiras (de 1976 a 1997) estabelecem que o Conselho de Administração
só é obrigatório nas Sociedades Anônimas Abertas de Capital Aberto e nas de Capital
Autorizado. No entanto, milhares de sociedades de outro tipo, como as SA’s fechadas e as
Limitadas, têm conselhos mais ou menos atuantes, usados como instrumentos de
Governança.
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9. Dois dias por mês na empresa,uma para o conselho, outro para se inteirar dos
negócios da companhia.
http://www.youtube.com/watch?v=MmRqefXv9A8
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U NIDADE 5
AS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA NO MUNDO
Para Junior (2006, p. 75), as corporações no mundo inteiro respondem a uma variada gama
de interesses e há uma multiplicidade de compensações que se entrelaçam, porém as
soluções para as demandas corporativas não são tratadas universalmente, pois aquilo que
parece ser aplicável numa realidade pode ser desprezível em outra.
Silva (2006) ressalta dois fatores de diferenciação quanto à fonte de financiamentos das
empresas no contexto dos sistemas de Governança Corporativa internacionais, classificados
em: controle por equity, com predominância de empresas financiadas com recursos dos
acionistas (capital próprio), e controle por debt, em que se destacam empresas financiadas
por meio de empréstimos e financiamentos de credores (SILVA, 2006).
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Quadro 2 – Modelos de Governança Corporativa: uma análise comparativa.
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U NIDADE 6
MODELO LATINO-AMERICANO
A Governança Corporativa neste modelo está evoluindo com rapidez, embora seja ainda
muito nova, e já se observa movimentos de governança na direção de modelos múltiplos de
interesses (ANDRADE; ROSSETTI, 2004).
Esses são os principais modelos de Governança Corporativa praticada nos países. Podemos
notar que não há um modelo melhor ou ideal de governança, mas sim, modelos que se
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ajustam às necessidades institucionais e culturais de cada nação e de cada empresa, com
isso não há um modelo de governança que seja melhor para todas as corporações.
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U NIDADE 7
MODELO ALEMÃO
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U NIDADE 8
MODELO ANGLO-SAXÃO
Destaca-se nesse modelo a atuação das forças externas, exercendo papel relevante no
processo de governança das corporações, como os fundos de pensão, que mobilizaram
outras instituições, sendo criado um Conselho de Investidores Institucionais. Os outsiders
têm relevante presença nos conselhos, atuando com foco nos direitos dos acionistas e
atentos ao objetivo essencial do modelo, que é o de maximizar o valor da corporação e o
retorno dos investimentos (NEPOMOCENO, 2007).
O mercado diante das oscilações de preços das ações sinaliza a aprovação ou não em
relação às administrações por parte dos investidores. O presente sistema exige um alto nível
de transparência e uma divulgação periódica das informações, exercendo controle rígido
sobre o uso de informações privilegiadas.
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adoção de ações para monitorar os gestores e bloquear práticas de gestão que contrariem
os interesses dos acionistas.
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U NIDADE 9
MODELO JAPONÊS
Ainda nesse modelo, Andrade e Rosseti (2004) afirmam que o mercado de ações japonês
não tem o mesmo peso que se observa no caso anglo-saxão, e o que se busca é a
segurança de longo prazo, fundamentada na atenção que a corporação assegura a múltiplos
interesses, pois a gestão é consensual, se sobrepondo à propriedade, e a estratégia
corporativa é o foco nos conselhos.
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U NIDADE 10
MODELO LATINO-EUROPEU
O modelo latino-europeu caracteriza-se por sua fonte de financiamento não ser bem definida,
a propriedade é concentrada, pois há um grande número de empresas familiares ou
controladas por consórcios. Os conflitos de agência ocorrem devido à baixa proteção dos
minoritários, geralmente à presidência do conselho e da direção são justapostas, o modelo
possui a tendência à incorporação de interesses múltiplos (RODRIGUES, 2004).
Junior Annor (2006) ressalta que dos países latino-europeus, a França tem a prática da
Governança Corporativa mais avançada, seguida de perto pela Itália. Portugal e Espanha
ficam num terceiro plano.
Percebe-se, que o modelo praticado pelos países latino-europeus está ainda em transição
marcado pela concentração de propriedade e controle acionário, pela forte presença de
grupos familiares e pela justaposição da propriedade e gestão.
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U NIDADE 11
PRINCIPAIS INICIATIVAS NO BRASIL
Nesse contexto, foi realizada uma pesquisa intitulada Panorama da Governança Corporativa
no Brasil, publicada em 2002 pelas empresas de consultoria internacional Korn/Ferry
Internacional e Mckinsey & Company, para delinear o perfil brasileiro de Governança
Corporativa, após análise dessa prática em 74 grandes empresas no Brasil com o
faturamento superior a US$ 250 milhões (JUNIOR ANNOR, 2006).
1. Estrutura de propriedade com forte concentração das ações com direito a voto
(ordinárias) e alto índice de emissão de ações sem direito;
5. Pouca clareza da divisão dos papéis entre conselho e diretoria, principalmente nas
empresas familiares;
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Propriedade de gestão – Predomina a sobreposição entre propriedade e direção. Em
decorrência da alta concentração da propriedade acionária, é também o alto grau de
envolvimento dos controladores na direção;
Após análise das características da Governança Corporativa brasileira, percebe-se uma forte
concentração da propriedade em apenas alguns acionistas majoritários e uma sobreposição
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entre a propriedade e a liderança executiva (direção), em que os membros do conselho
representam os interesses dos acionistas controladores ou majoritários, e os acionistas
minoritários são poucos ativos.
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Para Yunes Neto (2004), algumas iniciativas institucionais têm sido empreendidas na
tentativa de mudança do panorama do modelo atual de Governança Corporativa brasileira
para o modelo emergente e de mercado, visando o aprimoramento das práticas pelas
empresas brasileiras. Destacam-se as contribuições do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC), a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e a Comissão de Valores
Imobiliários (CVM).
O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), sociedade civil sem fins lucrativos,
foi criado em 1995 e tem como principais finalidades ser um espaço de debates e discussões
sobre o tema; formar profissionais para atuarem em conselhos de administração e conselho
fiscal e consultivo; promover pesquisar e manter o relacionamento com organismos
internacionais interessados na Governança Corporativa (JUNIOR ANNOR, 2006).
Segundo Silva (2002), o objetivo central do Código das Melhores Práticas de Governança
Corporativa é indicar caminhos para todos os tipos de empresas (sociedades por ações de
capital aberto ou fechado, limitadas ou sociedades civis), visando melhorar seu desempenho
e facilitar o acesso ao capital.
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Governança Corporativa adicionais em relação ao que é exigido pela legislação. São criados
também os níveis 1 e 2 de Governança Corporativa, como estágios de transição para o Novo
Mercado (LOBÃO, 2004).
Para Yunes Neto (2004), a ideia básica que fundamenta o Novo Mercado é que o valor de
mercado de uma empresa é influenciado positivamente pelo grau de segurança oferecido
pelos direitos concedidos aos acionistas e pela qualidade das informações prestadas pelas
companhias.
A CVM – Comissão de Valores Imobiliários, criada desde 1976 para disciplinar o mercado de
capitais, lançou uma cartilha com recomendações relativas a boas práticas de governança
corporativa em 2002. A adoção de tais práticas, comumente, significa a utilização de padrões
de conduta superiores aos exigidos pela lei, ou pela regulamentação da própria CVM. Por
isto, a cartilha não constitui uma norma cujo descumprimento seja passível de punição pela
CVM. No entanto, a CVM exigirá brevemente a inclusão nas informações anuais das
companhias abertas de indicação do nível de adesão às práticas aqui recomendadas, na
forma "pratique ou explique", isto é, ao não adotar uma recomendação, a companhia poderá
explicar suas razões (SILVA, 2002).
Sobre esse aspecto, Andrade e Rosseti (2004) destacam a busca do estímulo que a cartilha
da CVM traz ao desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro por meio da divulgação
de práticas de boa Governança Corporativa. Segundo os autores, seu objetivo é orientar nas
questões que podem influenciar significativamente a relação entre administradores,
conselheiros, auditores independentes, acionistas controladores e acionistas minoritários.
Yunes Neto (2004) adverte que a cartilha da CMV não pretende esgotar o assunto sobre
Governança Corporativa, e, portanto, entende que as companhias podem e devem ir além
das recomendações nela incluídas e ressalta que a cartilha fortalece os níveis de
Governança Corporativa praticados pela BOVESPA.
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melhor relacionamento com o mercado de capitais e com órgãos reguladores, melhor
desempenho organizacional, redução de custo de capital e maior facilidade de atrair novos
investidores.
Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 1 no “link” ATIVIDADES.
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Atividade Dissertativa
Acesse o link “Atividades Dissertativas” em sua sala de aula e faça a atividade proposta.
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U NIDADE 12
IBGC
O Código do IBGC (2004) trata de seis assuntos principais: (a) Propriedade, (b) Conselho de
Administração; (c) Gestão; (d) Auditoria independente; (e) Conselho fiscal; e (f) Conduta e
conflitos de interesses.
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Recomendações sobre governança corporativa do IBGC e da CVM:
Entre 5 e 9 membros. X X
Conselho de
As posições de CEO e de presidente do Conselho
Administração X X
devem ser ocupadas por pessoas diferentes.
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Formado por conselheiros independentes. X X
relacionadas
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U NIDADE 13
TEORIA DA AGÊNCIA
Berle e Means (1932 apud SANTOS, 2004) com a publicação do trabalho “The Modern
Corporation and Provate Property”, trouxeram à discussão o problema relacionado à
estrutura de propriedade, abordando o tema de separação entre propriedade e controle, e
assim implicitamente, delinearem sua relação aos mecanismos de Governança Corporativa
atualmente em evidência.
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Berle e Means (1932 apud BERNARDES; BRANDÃO, 2005) lançaram as bases da teoria da
agência entre um mandatário (principal) e um ou mais agentes (agents), investidos de
poderes para representar interesses e tomar decisões em nome dos primeiros.
Essa teoria foi formalizada por Jesen e Meckling (1976 apud SILVA, 2006) e desenvolvida
para solucionar os conflitos sobre a divergência entre os interesses do principal (acionista) e
do agente (diretor executivo). Os autores definem uma relação de agência como sendo um
contrato no qual uma ou mais pessoas (o principal) engajam outra pessoa (o agente) para
desempenhar alguma tarefa em seu favor, envolvendo a delegação da autoridade para a
tomada de decisões pelo agente.
Lima e Terra (2005) consideram que ambas as partes, principal e agente, são maximizadoras
da sua própria utilidade, sendo presumível que eventualmente o agente agirá em seu próprio
benefício, a fim de maximizar o seu bem-estar.
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Figura 3. O problema de agência dos gestores e a Governança Corporativa.
Conforme ilustrado na figura 3, o gestor recebe do acionista uma remuneração em troca dos
seus serviços especializados de gestão. O acionista espera que o gestor, seu agente, tome
decisões que maximizem sua riqueza. No entanto, muitas vezes se observa que os gestores
tomam decisões que maximizam sua utilidade pessoal.
Nesse sentido, Junior Annor (2006) ressalta que a teoria da agência volta-se para análise de
como o indivíduo (o principal) estabelece um sistema de compensação (contrato) que motive
outro indivíduo (o agente) a agir de acordo com o interesse do principal. Assim, têm-se uma
situação em que as motivações entre o principal e o agente podem ser convergentes ou
divergentes. Havendo convergência de interesses e motivações, ambos estarão alinhados e
envolvidos em objetivos comuns, porém, havendo divergência de interesses e motivações,
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surgirão os conflitos, que precisam ser regulados e/ou controlados de alguma forma pelo
principal.
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U NIDADE 14
OS CONFLITOS DA AGÊNCIA
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Podemos afirmar então que os conflitos de agência dizem respeito ao risco de expropriação
da riqueza dos investidores pelos gestores na hipótese de empresas com estrutura de capital
pulverizada e separação de gestão e propriedade, ou, de expropriação da riqueza dos
acionistas minoritários pelo acionista controlador, quando este exerce poder total sobre os
gestores.
Andrade e Rosseti (2004), por sua vez, entendem que o conflito de agência é visto como
uma das questões centrais e dificilmente pode ser evitado em razão de dois aspectos
fundamentais: (1) não existe contrato assegurando que o diretor executivo ou agente
executor, vá agir visando atender aos interesses do acionista; (2) não existe diretor executivo
ou agente perfeito.
Junior Annor (2006) adverte para situações em que os conflitos de agência são suscetíveis
de ampliação e tornam-se mais complexos na medida em que, além de proprietários e de
diretores, outras partes interessadas, internas (acionistas e colaboradores) e externas
(debenturistas, credores, clientes, governo, auditores, fornecedores, e a sociedade em geral),
são alcançadas pelos propósitos corporativos, conforme destacado nas relações entre
principal e agente no quadro 3 a seguir:
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para o cliente. Qualidade (maior), Tempo (menor),
Serviço (maior) e Custo (menor).
Segundo Junior Annor (2006), muito embora existam evidências de conflitos de agência, a
sua identificação e mensuração para análise do custo de agência não é tarefa fácil. Para o
autor, em alguns casos, é praticamente impossível determinar se uma equipe administrativa
está tentando maximizar a riqueza do acionista, ou apenas tentando obter resultados
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satisfatórios, enquanto persegue outros objetivos nem sempre congruentes com os objetivos
dos acionistas.
Diante do exposto, pode-se concluir que são muitos os problemas ligados à Governança
Corporativa e, de que todos, estão basicamente relacionados a uma possível divergência
entre interesses de grupos distintos, principalmente entre o grupo dos acionistas
(representante da estrutura de propriedade) e o grupo dos agentes (representante da
estrutura de direção). Contudo, visando à minimização dessas divergências, serão tratados a
seguir, os princípios da Governança Corporativa.
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U NIDADE 15
O NOVO MERCADO
No final dos anos 90 era evidente a crise de grandes proporções pela qual passava o
mercado de ações no país. A título de exemplo, o número de companhias listadas na
Bovespa tinha caído de 550 em 1996 para 440 em 2001. O volume negociado após atingir
US$ 191 bilhões em 1997, recuara para US$ 101 bilhões em 2000 e US$ 65 bilhões em
2001. Além disso, muitas companhias fechavam o capital e poucas abriam.
É neste cenário, que a Bovespa, em mais uma das medidas tomadas com o objetivo de
reanimar o mercado, cria o Novo Mercado como um segmento especial de listagem de ações
de companhias que se comprometam voluntariamente a adotar as boas práticas de
governança corporativa. Numa necessária adaptação à realidade do mercado de ações
brasileiro, são criados dois níveis intermediários: Níveis I e II, que juntos com o Novo
Mercado, estabelecem compromissos crescentes de adoção de melhores práticas de
Governança Corporativa.
A ideia que norteou a criação do Novo Mercado tem seu fundamento na constatação de que
entre os diversos fatores que contribuem para a fragilidade do mercado de capitais brasileiro
está a falta de proteção aos acionistas minoritários. Dessa forma, a valorização e a liquidez
das ações de um mercado são influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os
direitos concedidos aos acionistas oferecem e pela qualidade das informações prestadas
pelas empresas.
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U NIDADE 16
NÍVEIS DEFINIDOS DE GOVERNANÇA DA BOVESPA
Reconhecendo que as regras estabelecidas para o Novo Mercado são bastante restritivas, a
Bovespa optou pela criação de outros dois novos níveis de governança (denominados Nível
1 e Nível 2), aumentando o grau de exigência à medida que se sobe o nível. Deste modo,
haverá 4 mercados (ou quatro selos): mercado tradicional, Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado.
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FIGURA 4 Exigências para níveis de Governança Corporativa da Bovespa
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U NIDADE 17
ABORDAGEM LEGAL DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
as novas regras de definição dos limites de aplicação dos recursos dos Fundos de
Pensão.
Lei nº 6.385, de 7.12.1976. Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão
de Valores Mobiliários.
Art. 9º. A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no § 2º do art. 15, poderá:
(...)
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Art. 11. A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores das normas desta
Lei, da lei de sociedades por ações, das suas resoluções, bem como de outras normas legais
cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar, as seguintes penalidades:
I - advertência;
II - multa;
Lei de Sociedades Anônimas (Lei 6.404, de 15.12.1976, com as redações dadas pelas Leis
9.457, de 5.5.1997 e 10.303, de 31.10.2001)
Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e
estranho ao capital social, denominados “partes beneficiárias”.
(...)
Código Civil (Lei 10.406, de 10.01.2002) Sociedades por Ações: O Código Civil trata das
sociedades por ações em dois arts. No Capítulo V sob o título “Sociedade Anônima”:
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Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se, nos casos omissos,
as disposições deste Código.
Sociedades Limitadas: O Código Civil faz referência ao Conselho Fiscal para a Sociedade
Art. 1.066. Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir
Conselho Fiscal composto de três ou mais membros e respectivos suplentes, sócios ou não,
residentes no País, eleitos na assembleia anual prevista no art. 1.078. § 1º Não podem fazer
parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis enumerados no § 1º do art. 1.011, os
membros dos demais órgãos da sociedade ou de outra por ela controlada, os empregados
de quaisquer delas ou dos respectivos administradores, o cônjuge ou parente destes até o
terceiro grau.
Art. 1.067. O membro ou suplente eleito, assinando termo de posse lavrado no livro de atas e
pareceres do conselho fiscal, em que se mencione o seu nome, nacionalidade, estado civil,
residência e a data da escolha, ficará investido em suas funções, que exercerá, salvo
cessação anterior, até a subsequente assembleia anual.
Parágrafo único. Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes ao da eleição, esta se
tornará sem efeito.
Art. 1.068. A remuneração dos membros do Conselho Fiscal será fixada, anualmente, pela
assembleia dos sócios que os eleger.
Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato social, aos
membros do Conselho Fiscal incumbem, individual ou conjuntamente, os deveres seguintes:
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I- examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa
e da carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes as informações
solicitadas;
II– lavrar no livro de atas e pareceres do Conselho Fiscal o resultado dos exames referidos
no inciso I deste artigo;
III – exarar no mesmo livro e apresentar à assembleia anual dos sócios parecer sobre os
negócios e as operações sociais do exercício em que servirem, tomando por base o balanço
patrimonial e o de resultado econômico;
V – convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua
convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes;
Art. 1.070. As atribuições e poderes conferidos pela lei ao Conselho Fiscal não podem ser
outorgados a outro órgão da sociedade, e a responsabilidade de seus membros, obedece à
regra que define a dos administradores (Art. 1.016).
Parágrafo único. O Conselho Fiscal poderá escolher para assisti-lo, no exame dos livros, dos
balanços e das contas, contabilista legalmente habilitado, mediante remuneração aprovada
pela assembleia dos sócios.
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os auditores independentes, e revoga as Instruções CVM nº 216, de 29 de junho de 1994, e
nº 275, de 12 de março de 1998.
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a
economia popular.
§ 1º Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das
ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou
de terceiro, os bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela
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caução ações da própria sociedade;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista,
VIII– o liquidante, nos casos dos nºs. I, II, III, IV, V e VII;
§ 2º Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim
de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia
geral.
Conselho de Administração:
Conselho Fiscal
Composição
A lei define a forma de eleição dos conselheiros fiscais. Os sócios controladores devem abrir
mão da prerrogativa de eleger a maioria dos membros, permitindo que o último membro do
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Conselho Fiscal seja eleito por sócios que representem a maioria do capital social, em
assembleia na qual, cada ação – independentemente de espécie ou classe – corresponda
um voto. Controladores e minoritários devem ter uma participação paritária, com um membro
adicional eleito pelos sócios que representem a totalidade do capital social.
Agenda de trabalho
Para permitir um trabalho mais efetivo, as prioridades do Conselho Fiscal devem ser
estabelecidas pelos seus membros, em sintonia com as expectativas dos sócios. Deve
deliberar sobre uma agenda mínima de trabalho, que incluirá os focos de suas atividades no
exercício. Essa agenda deve incluir uma relação das reuniões ordinárias, assim como as
informações que serão enviadas periodicamente aos conselheiros. Ao Conselho Fiscal
convém introduzir um Regimento Interno que não iniba a liberdade de ação individual dos
conselheiros. Nenhum documento do Conselho Fiscal deve restringir a atuação individual do
conselheiro, como prevista em lei. Já o conselheiro deve se preocupar em não tornar essa
prerrogativa contraproducente, buscando sempre que possível, uma atuação em harmonia
com os demais conselheiros.
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Ministério da Fazenda – Secretaria do Tesouro Nacional - regimento interno da secretaria
do tesouro nacional (Extratos da Portaria Nº 403, de 2 de dezembro de 2005, DOU de
07/12/2005, que aprova o Regimento Interno da Secretaria do Tesouro Nacional – STN)
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U NIDADE 18
GOVERNANÇA CORPORATIVA E EMPRESA FAMILIAR
Em primeiro lugar, deve-se caracterizar o que é uma empresa familiar. Bornholdt (2004)
apresenta alguns fundamentos que, se identificados numa empresa ou grupo de empresas,
resultam em considerá-la familiar. São eles:
Church (1993) define empresa familiar como a que se origina de relações de parentesco e
vínculos pessoais. Para Bernhoeft (1989, apud SILVA; FISCHER; DAVEL, 1999) empresa
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familiar é a que possui sua origem e sua história vinculadas a uma família ou que mantém
membros da família na administração dos negócios. Tagiuri e Danis (1996, apud SILVA;
FISCHER; DAVEL, 1999), por sua vez, consideram familiares as organizações em que dois
ou mais membros da família influenciam a direção dos negócios utilizando-se dos laços de
parentesco, papéis de gerenciamento ou direito de propriedade. Chandler (apud CHURCH,
1993) é mais direto quando afirma que empresa familiar é aquela em que a propriedade é
controlada e gerenciada por uma família.
Gersik et al. (1997, p. 6) retrataram a empresa familiar em um modelo formado por três
subsistemas, a saber: família, propriedade e direção/gestão.
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Os três subsistemas são definidos como independentes, mas, ao mesmo tempo,
superpostos, de tal forma que qualquer integrante de uma empresa familiar pode ser
enquadrado em um dos sete setores formados pela superposição. Tais setores são:
Observa Silva Junior (2006, p. 26) que cada subsistema envolve personagens com
interesses específicos que, quando convergentes, geram situações de estabilidade e
cooperação, “porém, quando divergentes e contraditórios entre si, têm-se uma fonte
inesgotável de conflitos”.
Ciclos de vida
Gersik et al. (1997), a partir do Modelo de Três Círculos, M3C, descrevem quatro tipos
clássicos de empresa familiar:
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empresa; as que puxam referem-se às condições econômicas e ambientais que
tornam atraentes os novos empreendimentos. As influências do fundador de uma
empresa familiar podem permanecer presentes por gerações que vão além do seu
próprio tempo de vida.
c) Empresa Familiar Complexa – Consórcio de Primos – É o tipo que possui mais alto
grau de complexidade, o que dificulta o gerenciamento. Há necessidade de um líder
forte, da família ou não, capaz de conseguir a lealdade de clientes, funcionários e
proprietários. Precisa investir no próprio negócio, principalmente em tecnologia,
desenvolvimento de pessoas e marketing, para garantir a sua sobrevivência e
continuidade.
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Sucessão
Para Leone (1999, apud CAPELÃO, 2000, p. 142) a sucessão em empresas familiares é “o
rito de transferência de poder e de capital entre a geração que atualmente dirige e a que virá
a dirigir”. Essa perspectiva de sucessão pressupõe que o rito (de passagem) de transferência
de poder e de capital entre uma geração e outra envolve um processo relativamente longo,
que, via de regra, se inicia quando quem está no comando toma consciência de que sua
atuação não será eterna e de que terá que se afastar da direção da empresa (SILVA
JUNIOR, 2006, p. 34).
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A estrutura de governança, em seus aspectos mais gerais, tende a simplificar-se ao coincidir
em uma pessoa ou grupo o papel de proprietário e o de diretor, sendo diferente o trabalho de
decisão, coordenação e comunicação posto em prática ao existirem alguns interesses
empresariais menos dispersos. Esta característica diferencia as empresas familiares ou não
familiares, mas de gestão não profissional, dos outros tipos de empresa. Isso por ocorrer,
como citado anteriormente, a sobreposição de papéis, o que em parte facilita e agiliza a
administração e a tomada de decisão.
Bornholdt (2004) ainda ressalta que a governança familiar abrange a relação entre os três
sistemas: o sistema empresarial e o conselho de administração (gestão), o sistema societário
e a assembleia de acionistas (sócios) e o sistema familiar e o conselho de família (famílias).
Todas essas instâncias devem possuir fóruns específicos e competentes, visando à busca de
soluções para assuntos de naturezas distintas. Esses fóruns são exatamente os Conselhos.
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A importância dos conselhos é também ressaltada por Drucker (1996), enfatizando que as
empresas que visam lucro devem aprender com as empresas sem fins lucrativos em pelo
menos duas áreas importantes na administração: estratégia e eficácia do conselho. Numa
estrutura de Governança Corporativa, a relação dos acionistas com os gestores ocorre por
intermédio do Conselho de Administração. Chamado por Peter Drucker de "a consciência da
empresa", esse conselho é o responsável por colocar em prática os objetivos da empresa,
objetivando proteger seu patrimônio, maximizar o retorno do investimento e cultivar os seus
valores, suas crenças e seus propósitos.
Cabem aos conselheiros, pessoas que devem possuir visão estratégica e conhecimento de
mercado, zelar pela isenção, fiscalizar a gestão dos diretores e prestar contas aos acionistas.
Para tanto, o Conselho conta com ferramentas como a auditoria independente, que avalia os
controles e procedimentos internos, e com o Conselho Fiscal, uma forma de controle
independente para os acionistas.
A empresa deixa de ser tratada como uma "instituição" que gera renda apenas para a família
e passa e ser um "negócio" rentável e sadio, de amplitude bem maior.
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CBN - Mundo Corporativo: Entrevista com Armando Lorenzo.
http://www.youtube.com/watch?v=O4J7X89DRvA
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U NIDADE 19
MODELOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
Hawley e Williams, citados por Turnbull (1997 apud PARREIRAS, 2003), em trabalho de
revisão da literatura sobre Governança Corporativa nos EUA, identificam quatro modelos: 1.
Modelo financeiro (financial model); 2. Modelo dos públicos relevantes (stakeholders model);
3. Modelo da administração ou representação; 4. Modelo político. Tais modelos são
orientados para o contexto norte-americano, mas cujas características podem ser aplicadas
ou ajustadas a diferentes contextos, a exemplo do Brasil.
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Segundo Friedman (1970 apud BERNARDES; BRANDÃO, 2005), no modelo financeiro a
única responsabilidade social da firma consiste em maximizar o lucro em benefício dos
acionistas, mantendo-se fiel as regras de mercado, respeitando a concorrência leal.
Para Bernardes e Brandão (2005), a desvantagem deste modelo financeiro consiste no foco
exclusivo ao atendimento dos interesses dos acionistas, haja vista a ausência de esforços na
maximização dos resultados das demais partes interessadas.
O segundo modelo, dos públicos relevantes (stakeholders), define que os elementos de inter-
relação da organização são mais relevantes que os próprios acionistas (MARTINS, 2002).
Friedman (1984 apud BERNARDES; BRANDÃO, 2005) conceitua o modelo stakeholder
como sendo os públicos que afetam ou são afetados pelos objetivos organizacionais.
Junior Annor (2006) subdivide o modelo stakeholder em dois tipos quando considerados os
interesses a que atendem:
Para Junior Annor (2006), a perspectiva desse modelo, os princípios e práticas corporativas
tornam-se mais abertos e ampliados, à medida que a estrutura de governança avança do tipo
stakeholder restrito para o stakeholder avançado.
Blair (1995 apud PARREIRAS, 2003) recomenda que, para reversão das limitações ao
modelo, a meta dos diretores e administradores seja a maximização da criação de riqueza
total pela firma e a chave para se alcançar é escutar e dar poder a quem tem uma
participação ou controle crítico na firma, especialmente seus insumos (especificamente
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capital humano) e alinhar os interesses desses stakeholders críticos com o interesse dos
acionistas passivos.
Segundo Donaldson e Davis (1994, apud MARTINS, 2002, pag. 7), os “administradores são
bons gerentes das corporações e diligentemente trabalham para atingir altos níveis de lucros
das companhias e retorno para os acionistas”.
Segundo Martins (2002), o modelo político vê o investidor convergindo para um processo que
visa aumentar o seu direito de voto, no sentido de reverter à política corporativa dominante.
Junior Annor (2006) ressalta que a articulação política, segundo esse modelo, pode também
ser exercitada por outros interesses na corporação, como os stakeholders.
Na análise do modelo político, Martins (2002) comenta que a habilidade e articulação política
estão sujeitas a estrutura que regula o setor como um todo, o que, por sua vez, depende de
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como o setor em que atua em termos do arcabouço legal e regulatório. Ressalta-se, no
referido modelo, a ausência do profissionalismo da gestão e a presença da teoria da agência
por meio de práticas que visam apenas os benefícios dos eleitos ao corpo diretivo.
Como você avalia a prática da Governança Corporativa nas empresas brasileiras. Quais as
principais resistências?
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U NIDADE 20
RELATÓRIO CADBURY
No Reino Unido, até o início dos anos 90, os conselhos de administração das corporações
não vinham atuando de forma aceitável. Lodi (2000) resume bem como se estabeleciam e
como funcionavam: “eram constituídos por conselheiros que participavam de conselhos de
um grande número de companhias, cruzando entre si interesses e favores e criando
dificuldades para minoritários e outsiders. Imperava uma rede de velhos companheiros —
uma espécie de old boy network”.
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As responsabilidades de conselheiros e executivos na análise e apresentação de
informações para os acionistas e outras partes interessadas sobre o desempenho da
companhia;
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U NIDADE 21
OCDE
Desde a segunda metade dos anos 90, a OCDE vinha interessando-se pelas boas práticas
de Governança Corporativa, entendendo-as como elos entre os objetivos de
desenvolvimento dos mercados, das corporações e das nações.
A missão do grupo criado pela OCDE foi a de desenvolver princípios que ajudassem os
países membros em seus esforços de avaliação e de aperfeiçoamento institucional da boa
governança corporativa. Voltados para as corporações de capital aberto, mas também
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aplicáveis a empresas não negociadas em bolsa, os princípios foram concisos,
compreensíveis e acessíveis e, o quanto foi possível, formaram uma base comum aplicável
pelos países membros e não membros, também voltados para o desenvolvimento de
melhores práticas.
Adaptáveis, eles visam assessorar governos membros e não membros em seus esforços de
avaliação e aperfeiçoamento da estrutura jurídica e regulatória para a Governança
Corporativa em seus países e proporcionar orientação e sugestões para bolsas de valores,
investidores, corporações e outras entidades que desempenham algum papel no processo
de desenvolvimento da boa governança corporativa.
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1. Direitos dos A governança corporativa deve proteger os direitos dos acionistas:
- Eleger conselheiros;
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- Respeito aos direitos das partes interessadas;
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- Ter posicionamento independente sobre assuntos de interesse
corporativo.
Antes de dar continuidades aos seus estudos é fundamental que você acesse sua
SALA DE AULA e faça a Atividade 2 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 22
ESTRUTURA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA – Modelo do B. BRASIL S.A.
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Todas as decisões relacionadas à gestão de riscos são tomadas de forma colegiada e de
acordo com as diretrizes e normas do BB.
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Figura 7. Estrutura e Processo de Gestão
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U NIDADE 23
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE BOA GOVERNANÇA
1. Transparência
b. Objetivos da empresa;
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e. Fatores de risco previsíveis e relevantes;
O IBGC (2007b), por sua vez, recomenda que as empresas devam cultivar o "desejo de
informar" mais do que "a obrigação de informar", haja vista a Administração, sabendo que da
boa comunicação interna e externa, particularmente quando espontânea franca e rápida,
resultam um clima de confiança, tanto internamente, quanto nas relações da empresa com
terceiros.
2. Equidade
Para Andrade e Rosseti (2004), o princípio da equidade, evita, por exemplo, fraudes contra
os acionistas minoritários, bem como negócios que tragam benefícios pessoais a
determinado acionista e, consequentemente, efeitos nocivos à sociedade.
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3. Prestação de Contas
Para Aranha (2002), os agentes se fiscalizam e prestam conta de suas atividades a quem os
elegeu e escolheu, o que gera um ambiente de cooperação e eficiência favorável a todos,
tanto para os acionistas/sócios (shareholders) quanto para os grupos de interesse
(stakeholders).
4. Responsabilidade Corporativa
Para o IBGC (2007b), conselheiros e executivos devem zelar pela perenidade das
organizações (visão de longo prazo, sustentabilidade) e, portanto, devem incorporar
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considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações. Na visão
do instituto, a "função social" da empresa deve incluir a criação de riquezas e de
oportunidades de emprego, qualificação e diversidade da força de trabalho, estímulo ao
desenvolvimento científico por intermédio de tecnologia, e melhoria da qualidade de vida por
meio de ações educativas, culturais, assistenciais e de defesa do meio ambiente. Inclui-se
neste princípio a contratação preferencial de recursos (trabalho e insumos) oferecidos pela
própria comunidade.
http://www.youtube.com/watch?v=07yziXUUZTQ&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=ti-hdsR-Z_g
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U NIDADE 24
AGENTES DE GOVERNANÇA CORPORATIVA
Oliveira (2006) em sua definição sobre governança corporativa, destaca que a otimização
das interações entre acionistas ou quotistas, conselhos – de administração e fiscal –
auditorias – externas e internas – e diretoria executiva, proporciona adequada sustentação
para o aumento da atratividade da empresa no mercado, consequentemente, incremento em
seu valor e maior efetividade da empresa ao longo do tempo.
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Figura 8: Interrelação entre os agentes da Governança Corporativa.
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U NIDADE 25
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO – PAPEL, TAMANHO E COMPOSIÇÃO DOS
CONSELHOS
Ante o exposto, constata-se que o conselho de administração deve atuar de forma a proteger
o patrimônio da companhia, perseguir a consecução de seu objeto social e orientar a
diretoria a fim de maximizar o retorno do investimento, agregando valor ao investimento.
Losrch (2001) ressalta que na maioria das empresas, o principal executivo também é o
presidente do conselho. A proposta do autor é no sentido de que não seja a mesma pessoa a
ocupar os cargos de Chief Executive Officer (CEO), ou seja, principal executivo (diretor
presidente), e Presidente do Conselho de Administração, para que os conselheiros possam
expressar seus pontos de vista sobre a organização de maneira mais franca.
Nesse sentido, Pound (2001) destaca que o papel dos conselheiros de administração deve
ser analisado, pois, segundo o autor, os mesmos precisam ter conhecimentos aprofundados
sobre finanças; devem concentrar-se em desenvolver novas estratégias, buscar informações
a respeito da empresa, dedicar mais tempo aos trabalhos da organização e sua remuneração
devem vincular-se ao desempenho da companhia em relação ao mercado.
Sobre esse aspecto, Oliveira (2006) relata algumas das áreas de conhecimento para os
quais os conselheiros têm sido mais requisitados:
1. Planejamento Estratégico;
3. Modelo de Gestão;
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4. Sistemas de controle, avaliação e aprimoramento;
Conselho de Administração:
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Cabe ao presidente do conselho a responsabilidade de assegurar a eficácia e o bom
desempenho do órgão e de cada um de seus membros, pois a cada ano o desempenho
dos conselheiros será avaliado. Portanto, é indispensável que eles se submetam a
treinamentos contínuos para atualização e reciclagem de conhecimentos.
O executivo principal (CEO - Chief Executive Officer) pode ser membro do conselho desde
que ele não participe das sessões executivas, que é a parte da reunião do Conselho e
Administração cujo executivo principal ou integrantes da diretoria não participam;
O Conselho Fiscal é eleito pelos sócios e estes conselheiros não podem participar do
Conselho de Administração;
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U NIDADE 26
CONSELHO FISCAL
Ainda referindo-se as funções do Conselho Fiscal, o IBGC (2007) enfatiza que a função do
Conselho Fiscal é fiscalizar a gestão da empresa e as contas dos administradores, a fim de
proteger os sócios.
Segundo Silva (2005) compete ao Conselho Fiscal: 1) fiscalizar os atos dos administradores
e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; 2) opinar sobre o relatório
anual da administração: 3) opinar sobre o relatório anual da administração, a serem
submetidas à assembleia geral, relativas à modificação do capital social, aos planos de
investimento ou aos orçamentos de capital; 4) denunciar os órgão de administração e à
assembleia geral os erros, as fraudes ou os crimes que descobrirem e sugerir providências
úteis a companhia; 5) analisar as demonstrações financeiras da empresa periodicamente,
opinando sobre elas (SILVA, 2005).
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U NIDADE 27
AUDITORIA INDEPENDENTE
A despeito do tema, o IBGC (2007), ressalta que toda sociedade deve ter auditoria
independente, pois se trata de um agente de Governança Corporativa de grande importância
para todas as partes interessadas, uma vez que sua atribuição básica é verificar se as
demonstrações financeiras refletem adequadamente a realidade da sociedade.
Após análise das competências e atribuições dos agentes que compõe a Governança
Corporativa, ressalta-se a tendência das corporações na busca por processos de
Governança de alta eficácia mediante a interrelação harmônica e alinhada entre seus
agentes.
Auditoria Independente:
Toda sociedade deve ter auditoria independente, pois se trata de uma agente de
Governança Corporativa de grande importância para todas as partes interessadas;
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U NIDADE 28
GOVERNANÇA E SUSTENTABILIDADE
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Governança e Sustentabilidade:
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U NIDADE 29
ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL – MODELO B. BRASIL S.A.
O Banco do Brasil tem a ética como compromisso e o respeito como atitude nas relações
com funcionários, colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes, credores, acionistas,
concorrentes, comunidade, Governo e meio ambiente.
b) Pacto Global da ONU - iniciativa desenvolvida pela Organização das Nações Unidas
(ONU), com o objetivo de mobilizar a comunidade empresarial internacional para a
promoção de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio
ambiente e combate à corrupção;
c) Pacto pelo Combate ao Trabalho Escravo – proposto pelo Instituto Ethos, trata-se de
compromisso com o desenvolvimento de esforços visando a dignificar e modernizar as
relações de trabalho nas cadeias produtivas;
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d) Princípios do Equador - compromisso voluntário de instituições financeiras em adotar
o conjunto de políticas e diretrizes (salvaguardas) socioambientais do Banco Mundial
e da International Finance Corporation na análise de projetos de investimento, na
modalidade Project finance, de valor igual ou superior a US$ 10 milhões;
Antes de dar início à sua Prova On-line é fundamental que você acesse sua SALA
DE AULA e faça a Atividade 3 no “link” ATIVIDADES.
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U NIDADE 30
GOVERNANÇA CORPORATIVA E CRESCIMENTO ECONÕMICO
Ao listar suas ações nas bolsas americanas, as companhias abertas brasileiras foram
obrigadas a seguir diversas regras impostas pela SEC – Securities and Exchange
Commission, órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, relacionadas a
aspectos contábeis, de transparência e divulgação de informações, que nada mais são do
que princípios de Governança Corporativa.
Mais ainda, essas companhias passaram a ter contato com práticas avançadas de relação
com investidores, acionistas minoritários e analistas de mercado aplicadas no mercado
americano, que obrigaram as empresas a aperfeiçoar suas políticas de divulgação de
informações através, por exemplo, da realização periódica de non deal roadshow4 ou outras
formas de contato com os investidores.
A partir daí, as empresas brasileiras começam a ter contato com acionistas mais exigentes e
sofisticados, acostumados a investir em mercados com práticas de Governança Corporativa
mais avançadas que as aplicadas no mercado brasileiro. Ao número crescente de
investidores estrangeiros soma-se uma maior participação de investidores institucionais
brasileiros de grande porte e mais conscientes de seus direitos.
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Ainda reforçando a tendência do aprimoramento das práticas de Governança Corporativa, o
processo de privatização dos anos 90 resultou, em muitos casos, no surgimento de grandes
empresas privatizadas cujo controle passou a ser compartilhado entre vários grupos
nacionais e internacionais. Diante da perspectiva empregada, Andrade e Rossetti (2004,
p.25) sintetizam o conceito de Governança Corporativa como: “um conjunto de valores,
princípios, propósitos, papéis, regras e processos que regem o sistema de poder e os
mecanismos de gestão das empresas”, abrangendo como um dos tópicos a maximização da
riqueza dos acionistas, minimizando oportunismos conflitantes com este fim, inclusive com a
minimização do conflito de agência existente entre acionistas minoritários e majoritários.
De acordo com Andrade e Rossetti (2004, p.237), três fatores se destacam para a
alavancagem do crescimento das nações: instituições estimulantes e confiáveis: bons
fundamentos macroeconômicos e disponibilidade de recursos competitivos.
Entretanto, devido essencialmente às ocorrências que têm abalado o mundo corporativo nos
últimos anos, como fraudes contábeis e financeiras nos EUA (Enron, Worldcom, Tyco,
Adelphia etc.), segundo os autores, “é consensual que um dos complementos mais
importantes dessa trilogia econômica é um clima de negócios saudável, gerado por boas
práticas de Governança Corporativa” (ANDRADE e ROSSETTI, 2004, p.237).
De Paula (2003, p.7-8) resumindo Babic (2003), coloca dois principais mecanismos pelos
quais a Governança Corporativa pode impulsionar o desenvolvimento de um país. Primeiro, a
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Governança Corporativa é diretamente relacionada com o financiamento e investimento – a
capacidade de atração de novos acionistas e de alavancagem financeira está intimamente
associada à estrutura e às práticas de Governança Corporativa. Em segundo lugar,
evidenciam-se os impactos da Governança Corporativa sobre a eficiência do sistema
econômico – ao pressionar para que os gerentes sejam mais disciplinados, os mecanismos
de Governança Corporativa induzem a uma alocação de recursos mais eficiente (DE PAULA,
2003, p.7-8).
Segundo Monforte (2004, p.16), “(...) uma boa Governança Corporativa certamente torna os
negócios mais seguros e menos expostos a riscos externos ou de gestão”. Enfatiza o autor
que: Um bom sistema de governança ajuda a fortalecer as empresas, reforça competências
para enfrentar novos níveis de complexidade, amplia as bases estratégicas da criação de
valor, é fator de harmonização de interesses e, ao contribuir para que os resultados
corporativos se tornem menos voláteis, aumenta a confiança dos investidores, fortalece o
mercado de capitais e ainda, é fator coadjuvante do crescimento econômico (MONFORTE,
2004, p.16)
http://itv.netpoint.com.br/ibgc/principal.asp?id=37
http://itv.netpoint.com.br/ibgc/principal.asp?id=videoteca
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G LOSSÁRIO
Caso haja dúvidas sobre algum termo ou sigla utilizada, consulte o link glossário em sua sala
de aula, no site da ESAB.
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B IBLIOGRAFIA
BERLE, Adolf Jr., MEANS, Gardiner. The modern corporation and private property . 1.ed.
New York: Macmillan Publishing Company, cap.1, 1932. 396p.
BRASIL. Lei das S.A. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades
por ações. Manuais de legislação Atlas. São Paulo, 1995.
http://www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev2406.pdf
http://www.mc.gov.br
http://www.pablo.prof.ufu.br/artigos/dissrogers.pdf
JENSEN, M. C., MECKLING, W. Theory of the Firm: Managerial Behavior, Agency Costs,
and Capital Structure. Journal of Financial Economics, v. 3, p. 305-360, 1976.
Lei de Sociedades Anônimas (Lei 6.404, de 15.12.1976, com as redações dadas pelas Leis
9.457, de 5.5.1997 e 10.303, de 31.10.2001)
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LODI, João Bosco. Sucessão e Conflito na Empresa Familiar. São Paulo: Livraria Pioneira
Editora, 1997.
www.bb.com.br
www.cvm.gov.br
www.ibgc.org.br
www.oecd.org
Links Interessantes:
http://www.ibgc.org.br/Home.aspx
www.finep.gov.br
http://www.cvm.gov.br
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