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CArtografia O Sentir
CArtografia O Sentir
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muitas vezes, não temos a capacidade de agir sobre ele, e somos levados como folhas ao vento.
(RAZÕES INADEQUADAS APUD ESPINOSA, 2023)
Já, as afecções são o corpo sendo afetado pelo mundo. As afecções vão além do afeto,
pois todos as experiencias podem nos afetar e ser afetado! As afecções são um encontro
pontual de um corpo com outro. Somos corpos que se relacionam com outros corpos; quando
sofremos suas afecções, quando somos afetados pelos outros corpos, sofremos uma alteração,
uma passagem, nossa potência aumenta ou diminui. Destas afecções ocorrem os afetos, uma
experiência vivida; é uma transição. (Espinosa, 2015)
Retomando, há uma diferença entre afeto e afecção explorada por Deleuze e Guattari.
Os afetos são os sentimentos, e se referem mais diretamente ao espírito e indicam uma
passagem ou transição de um estado a outro em nós (DELEUZE, 2002, p.56). Ainda, Deleuze
(2002) destaca que os afetos-sentimentos podem muito bem ser tidos como um tipo especial
de afecção, isto é, os sentimentos estão compreendidos no conjunto das afecções. Contudo, os
afetos não se confundem e nem se restringem às afecções.
Figura 2 - Afecção
Fonte: Texto DELEUZE, 1997, p.156 Imagens: Filme “Elementos”, Pixar, 2023
Logo, compreendemos que toda emoção é um afeto, mas nem todo afeto é uma
emoção: há sensações (de frio e de calor), desejos (sede, fome, sono), patologias (gripe),
comunicação nos mais diversos níveis (o filme a que assisto me afeta para compreendê-lo, me
afeta ao me emocionar, me afeta ao dobrar-me sobre minha própria memória etc.).
As relações que compõem o homem não se distinguem das leis universais da natureza,
formando um único plano de imanência. Nesse sentido, a afetividade humana se constitui como
uma expressão particular da potência global da natureza.
Assim, ao vir para as aulas do doutorado podemos ter várias posturas ser máquinas
sociais em muitos momentos, sobrevivemos as leituras e atividades sem afetos e mudanças de
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ser máquinas desejamos, onde o único desejo é o término, mas alguns momentos nós somos
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Doutorado em Administração
Cartografias, Territórios e Subjetividade
capturados nos tornando máquinas desejante e é nesse momento que a subjetividade aflora e
crescemos em conhecimentos, nos despimos de rótulos e experimentamos ser um corpo sem
órgãos que é um corpo liberto, desterritorializado, sem constrangimento, com todos os desejos
potencializados, mesmo que temporariamente.
Mas outras vezes podemos ser comparados as "máquinas sociais pré-capitalistas" que
codificam os fluxos de desejo (185). Elas têm os homens como peças, somos peças num jogo de
tabuleiro, ou seja, seguimos as regras das disciplinas normativas e nos adequamos as normas
impostas ou interiorizadas no programa de pós graduação. (DELEUZE, GUATTARI, 2010)
Nesse sentido podemos afirmar que a máquina é, primeiramente, uma máquina social
constituída por um corpo pleno como instância maquinizastes, e pelos homens e ferramentas
que são maquinados na medida em que estão distribuídos sobre esse corpo. Há, por exemplo,
um corpo pleno da estepe que máquina homem-cavalo-arco, há um corpo pleno da cidade grega
que máquina homens e armas, há um corpo pleno da fábrica que máquina os homens e as
máquinas (DELEUZE/GUATTARI, 2010, p. 529).
A produção desejante e mais potencializada quanto mais se distancia da produção social.
Uma vida só de produção social é uma vida extremamente cafetina. A produção desejante para
ser potencializadora nessas codificações deve ser desprovida de moldes/controles.
Nós temos um território, mas sempre estamos num movimento de desterritorialização,
ao explorar novas experiencias, ao entrar no doutorado estamos em um novo território, onde
pensamos de início que será tranquilo, só umas disciplinas e uma tese, e que 04 anos passaram
rapidamente, que mentira! Nesse momento somos máquinas sociais levadas pela multidão!
Um novo território, uma nova realidade que se vislumbra, nos vestimos de personagens,
sem perder a essência a cada disciplina. É obvio que as disciplinas são protocolares temos plano
de ensino, conteudo a ser lido (e quanta leitura), trabalhos avaliativos, quantidade de faltas que
podemos ter para não reprovar, as disciplinas têm o intuito de nos apresentar e nos fazer pensar
fora das nossas caixinhas protegidas, nos fazer vislumbrar novos conhecimentos e quem sabe
territórios.
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Cartografias, Territórios e Subjetividade
Figura 3 – a mente
Fonte: a autora
subjetividade e confunda nos conceitos, esta me faz sair do corpo cafetinado onde tudo tem as
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Cartografias, Territórios e Subjetividade
minhas caixinhas e aqui posso misturar. Obvio que ainda viajo ou não compreendo a
esquizoanálise no seu contexto total, que as minhas afecções podem ser afetos, que ainda não
compreendendo tudo o que Deleuze e Guattari afirma, estou muito longe disso, mas a
indisciplina nos traz ciência de ideias, conceitos e focos nunca pensado, para quem queria ir
embora no primeiro dia, acho que me encontrei ou me desencontrei.
E assim, findo a minha cartografia (ainda penso que não seja uma cartografia) e até os
próximos afetos.
Referencias
CONTER, Marcelo & Telles, Marcio & Silva, Alexandre. (2017). Semiótica das afecções: uma
abordagem epistemológica. Conjectura filosofia e educação. 22. 36-48.
10.18226/21784612.v22.n.especial.03.
DELEUZE & GUATTARI, F. (1972) O anti-Édipo. São Paulo: Editora 34, 2010.
ESPINOSA, B. Ética. Trad. Grupo de Estudos Espinosanos; coordenação Marilena Chauí. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2015.
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