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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Escola de Belas Artes


Departamento de Desenho Industrial

Curso de Design Industrial


Desenvolvimento de Projeto de Produto I

Relatório Final do Projeto

Check-out para lojas de sobremesas geladas

Carolina Georgopoulos
Lucas Schuwartz
ii

Check-out para lojas de sobremesas geladas

Carolina Georgopoulos
Lucas Schuwartz

Projeto submetido ao professor da disciplina Desenvolvimento de Projeto de Produto I.

Aprovado por:

______________________________
Prof. Dr. Roosewelt Da Silva Teles

Rio de Janeiro
Julho de 2023
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SUMÁRIO

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO 1

I.1 Esclarecimento do Tema do Projeto 2


I.2 Esclarecimento do Público Alvo 3
I.3 Apresentação dos Objetivos do Projeto 3
I.3.1: Geral 3
I.3.2: Específicos 4
I.4 Justificativas 6
I.5. Metodologia 6
I.6 Cronograma 7

CAPÍTULO II: LEVANTAMENTO, ANÁLISE E SÍNTESE DE DADOS 8


ll.1 Levantamento das situações encontradas 9
II.2 Análise dos detalhes encontrados 11
ll.3 Análise ergonômica do objeto de pesquisa 11
ll.3.1 Postura de trabalho 11
II.3.2 Alcance Visual 12
ll.3.3 Envoltórios de Alcance 12

CAPÍTULO III: CONCEPÇÃO 14


III.1 Alternativas projetuais 15
III.2 Alternativa selecionada 16

CAPÍTULO IV: PROJETO 18


IV.1 Apresentação dos subsistemas do produto 19
IV.2 Dimensionamento geral e específicos do produto 19
IV.3 Detalhamento do produto 21
IV.4 Especificação material 22
IV.5 Adequação do produto aos usuários 24
IV.5.1 Adequação das posturas 24
IV.5.2 Adequação do alcance visua 25l
IV.5.3 Adequação dos envoltórios de alcance e conforto 25
IV.6 Ambientação e humanização 26
iv

CONCLUSÃO 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29

ANEXOS 29
Anexo 1: Pranchas Ilustrativas
Anexo 2: Desenho Técnico
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

I.1 Esclarecimento do Tema do Projeto

O tema do projeto visou a realização do desenvolvimento de um design de check-out


apropriado para pequenos estabelecimentos comerciais. Estabelecimentos de pequeno porte
compõem uma parcela significativa do setor varejista, mas ainda assim existe uma lacuna no
mercado quanto às opções de design de check-out que atendam suas necessidades de uso
específicas. A limitação espacial de seu local de uso implica em algumas características
fundamentais que devem ser incorporadas neste design. Ao mesmo tempo que o check-out
deve ser compacto, ele deve disponibilizar uma estrutura adequada para comportar
equipamentos como computador, monitor, teclado, mouse, máquina de cartões (TEF), leitor de
códigos de barra e impressora de cupom fiscal, além de dispor de uma gaveta de dinheiro.
Todos esses equipamentos também devem ser posicionados de forma que garanta a
segurança das transações efetuadas.
Além disso, a ergonomia é outro aspecto importante que muitas vezes é subestimado,
sendo que este impacta diretamente na produtividade do operador, seu usuário primário. Um
projeto que considera as características físicas e a carga horária de trabalho deste operador,
favorecendo seu conforto e facilitando suas operações, contribui para maior agilidade e
precisão nos processos de venda e, por consequência, reduz o tempo de espera do cliente e
aumenta sua satisfação.
Outro ponto a ser levado em consideração é a necessidade de um produto de fácil
manipulação e desmontagem. Pequenos estabelecimentos necessitam de agilidade de
manutenção pois não podem custear tempo de inatividade e perda de vendas ao enfrentar
possíveis adversidades. É pertinente considerar que o design do check-out também deve
facilitar o processo logístico de transporte e movimentação, dado que isto pode baratear o
custo final do produto.
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I.2 Esclarecimento do Público Alvo

O público alvo usuário primário do produto é composto de homens e mulheres adultos


que trabalham operando caixa. Também foi considerada a interface do projeto em relação aos
clientes dos estabelecimentos, tendo em mente que estes também interagem com o produto e,
portanto, serão usuários secundários.

Figura 1 - Público alvo. Imagens retiradas do Google.

I.3 Apresentação dos Objetivos do Projeto

I.3.1 Geral
O objetivo principal do desenvolvimento desse projeto foi a criação de um posto de
trabalho que atenda de forma efetiva as necessidades de um comércio de pequeno porte. Para
tal, este deve se adequar a diversos contextos formais, usuais e ambientais do
estabelecimento.
Em primeiro plano, é necessário que o check-out dê suporte para a atividade de
conferência, registro ou recebimento de valores ou produtos, estes advindos de uma venda ou
prestação de serviços. Da mesma forma que há a necessidade de um espaço para que sejam
manuseados os possíveis produtos a serem registrados através do uso de um leitor de código
de barras. Em concomitância, deve haver um espaço designado para os dispositivos de
controle, como mouse, teclado e scanner de códigos de barras, além também dos dispositivos
de informação, como o monitor.
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Ademais, todos esses aparelhos devem atender e solucionar de forma confortável às


demandas ergonômicas de uma pessoa que faz parte do percentil médio de estatura. Com o
passar do tempo as pessoas tendem a variar sua postura para buscar maior conforto, por isso
é importante também levar em conta o período de utilização da mesa, que será de uma jornada
de trabalho média de oito horas diárias.

I.3.2. Específicos

● Fabricação
Durante o processo de fabricação é quando são decididas questões relacionadas a
materiais, peças e montagem. Visto as necessidades do projeto, fizemos o uso de matérias
primas como madeira e metais, devido a sua facilidade de acesso e benefício de custo.
Em termos de junção das partes, usamos encaixes e módulos desmontáveis, o que
facilita uma possível manutenção, ou mesmo substituição eventual. Isso implica na existência
de um manual de fácil compreensão para que o usuário possa fazer a montagem sem a
necessidade de um profissional e fazendo uso de ferramentas acessíveis.
Além disso, é relevante atentar para o uso de revestimentos que possibilitem uma
limpeza adequada, rápida e fácil, a fim de atrapalhar o mínimo possível o fluxo de trabalho.

● Transporte e armazenamento
Como resultado das escolhas durante o processo de fabricação, almejamos chegar em
um produto modular e de fácil montagem e desmontagem. Desse modo, cria-se a
possibilidade do uso de caixas compactas que comportem todos os componentes do produto.
Essas caixas podem ser empilhadas respeitando um limite de peso que não danifique as partes
do check-out, com a finalidade de facilitar a logística de transporte de armazenamento.
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● Venda
Acima de tudo é interessante que sejam levadas em conta as qualidades estéticas e
ergonômicas do produto para que sua compra seja tentadora para o consumidor primário.
Qualidade essa que pode ser atingida através de boas escolhas em termos de revestimentos
de superfície, além de cores agradáveis e belos acabamentos. É válida também uma instrução
básica das qualidades de conforto que a mesa oferece a quem for comercializá-la, de forma
que o vendedor possa ressaltá-las para o eventual comprador.

● Uso
Primordialmente o uso do produto deve ocorrer conforme as necessidades do usuário,
sendo projetado para abranger o máximo possível das situações durante uma jornada de
trabalho. Atividades básicas como conferência e registro de produtos, acesso confortável aos
dispositivos de informação e controle devem ser contempladas, bem como o conforto do
operador durante o extenso período de trabalho. Por isso, vamos desenvolver o check-out
pensado para ser usado em mais de uma postura, sentado e de pé, para que o atendente
possa escolher a que melhor lhe atende naquele momento. Não obstante, essa etapa do
projeto deve atentar para o uso do produto por diferentes pessoas, com diferentes estaturas e
necessidades, dessa forma criaremos um design o mais abrangente possível.

● Desuso
A questão do consumo consciente é de grande importância nos tempos modernos, por
isso este projeto é pensado para que seu caráter modular e sua qualidade de substituição fácil
dos componentes possa estender ao máximo a sua vida útil de uso. Porém, quando necessário
o descarte, vamos buscar que a indústria participe do processo de reciclagem dos materiais,
os reinserindo ao processo produtivo
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I.4 Justificativas

Uma vez determinada a carência de soluções eficientes e financeiramente acessíveis no


que diz respeito a check-outs voltados a estabelecimentos comerciais de pequeno porte, esse
projeto foi concebido como uma oportunidade de inovação tecnológica para a indústria
moveleira brasileira. A fabricação de um produto que atenda as necessidades específicas desse
setor, mantendo baixo custo de venda, satisfaz a demanda de uma grande parcela da
população da qual a economia brasileira é composta - os pequenos comerciantes.
Nesse sentido, um produto especificamente voltado a esse público contribui para o
fomento à criação de novos pequenos negócios, tornando possível que os mesmos se
estabeleçam ainda que com recursos escassos. Um produto nacional que supra tal demanda
também representa uma oportunidade de exportação para outros países que compartilham de
desafios similares no que diz respeito à inclusão de pequenos empreendedores no mercado.

I.5 Metodologia

A metodologia empregada para a execução do projeto foi a VDI 2222, desenvolvida


pela Associação de Engenheiros Alemães (VDI) em 1968. Este método sistematiza de forma
objetiva todas as etapas de desenvolvimento de um projeto de produto, fragmentando-as em
partes menores, que podem ser flexibilizadas de acordo com as especificidades de cada
cenário. A metodologia preza pelo envolvimento e colaboração das várias áreas de uma
empresa no processo de desenvolvimento do projeto, estratégia que faz com que se minimizem
possíveis erros e se garantam resultados mais eficientes.
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Figura 2 - Infográfico da metodologia VDI 2222.

I.6 Cronograma

A realização do projeto foi dividida em 4 etapas, as quais são identificadas como:


planejamento do projeto, desenvolvimento de pesquisa, apresentação de conceito e conclusão
do projeto.
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CAPÍTULO II: LEVANTAMENTO, ANÁLISE E SÍNTESE DE DADOS


9

CAPÍTULO II: LEVANTAMENTO, ANÁLISE E SÍNTESE DE DADOS

II.1: Levantamento das situações encontradas

Diante dos mais diversos tipos de postos de trabalho, optamos por aqueles usados em
lojas de sobremesas geladas como sorvetes, picolés e açaí como objeto de estudo. Fizemos
uma pesquisa de campo com três estabelecimentos, cada qual com seu posto. Cada um
apresentava uma configuração diferente, bem como as necessidades e modos de uso. Dos
três, em apenas um o trabalhador realizava suas funções sentado, enquanto nos outros dois
não havia sequer um banco alto à disposição.

Figura 3 - Locais visitados durante a pesquisa


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Como objeto de estudo aprofundado, escolhemos um dos que só era usado na postura
em pé e que possuía um formato em "U", o que gerava diversos problemas para o usuário. O
móvel era dividido em dois grandes subsistemas simples: um tampo com rebaixo, que criava
bordas, e a estrutura restante que sustentava o tampo, possuindo pequenas prateleiras
próximas ao chão para eventual apoio de uma CPU e outros objetos utilitários.
O formato do tampo e a altura dos dispositivos no móvel foram os maiores problemas,
segundo os relatos dos usuários. Apesar de ser uma check-out com espaço suficiente para a
disposição de objetos de uso do dia a dia, essa eficácia foi perdida por conta da limitação de
movimento dos braços, que dificultou o alcance pleno da área do móvel, principalmente para
os usuários de estatura menor. A ausência de um espaço específico designado para uma
gaveta de dinheiro também foi um problema observado. Uma gaveta foi colocada em cima do
tampo, e os dispositivos utilizados nas transações comerciais como teclado e mouse foram
posicionados apoiados na mesma, estando nivelados acima da altura adequada, de forma que
o alcance e uso apropriado dos mesmos foi comprometido.

Figura 4 - Dimensionamento do check-out escolhido.


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II.2: Análise dos detalhes encontrados

Um detalhe observado no móvel selecionado foi a presença de acabamento em resina


melamínica por toda a parte da estrutura do móvel, com exceção do tampo, que era de metal.
Esse acabamento permite a proteção da superfície de madeira que cobre, além da
possibilidade de customização da loja com cores e sua logo. O móvel também possui
cantoneiras em todas as suas quinas, com função concomitante de proteção e acabamento.

II.3: Análise ergonômica do objeto de pesquisa

II.3.1: Postura de trabalho

Embora o móvel possua uma altura adequada para o uso em pé, a falta de
disponibilização de um assento impossibilita a mudança de postura durante longas jornadas de
trabalho, o que acarreta em desconforto para os usuários.

Figura 5 - Análise ergonômica da postura em pé.

II.3.2: Alcance visual


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O alcance visual dos dispositivos nesse check-out era adequado. O posicionamento


improvisado do monitor em cima de uma gaveta de dinheiro auxiliou para que o mesmo
estivesse dentro do campo de visão ótimo para todos os percentis antropométricos.

Figura 6 - análise ergonômica do alcance visual.

II.3.3: Envoltórios de alcance

Os envoltórios de alcance foram os mais prejudicados nesse posto de trabalho.


Primeiramente, o acesso pleno a todas as áreas do tampo do móvel é afetado para usuários de
estatura menor - o seu formato em “U” ocasiona a limitação dos movimentos dos braços para
esse percentil antropométrico.
Em uma segunda análise, um dos maiores desafios encontrados nesse posto foi o
posicionamento dos dispositivos de uso como teclado e mouse em um plano acima do tampo.
Tal posição provoca o uso ergonomicamente inapropriado desses dispositivos, que ficam
sempre localizados em uma altura maior que a dos cotovelos para todos os percentis. A longo
prazo, essa posição inadequada compromete o conforto do usuário.
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Figura 7 - Análise ergonômica dos envoltórios de alcance.


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CAPÍTULO III: CONCEPÇÃO


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CAPÍTULO III: CONCEPÇÃO

III.1: Alternativas projetuais

Durante o processo de pesquisa, foram observados problemas específicos que


contribuíram para o esclarecimento das demandas que existem para tal posto de trabalho.
Nesse sentido, ao desenvolver nosso produto, acrescentamos as possíveis soluções para
esses problemas aos nossos objetivos iniciais, de forma que pudéssemos projetar um
check-out ideal, que atenda todas as necessidades de uso considerando o conforto de seus
usuários.
Algumas necessidades específicas que buscamos atender foram a inclusão de um
espaço destinado à gaveta de dinheiro; um formato de tampo otimizado, que não cause
limitações e que permita o acesso a todos os dispositivos; uma divisão estrutural que promova
a higiene do espaço, visto que o móvel é projetado para comércios que lidam com alimentos;
uma forma de organizar os fios e cabos dos dispositivos, de maneira que não fiquem à mostra.
Definimos que seria proveitoso criar um móvel modular, o qual se dividiria em duas
grandes partes - uma seção para lidar com assuntos relacionados a pagamentos e outra para
lidar com os alimentos. Tendo isso em mente, realizamos diversos esboços para pensar como
seria a divisão estrutural entre esses dois módulos. Para isso, buscamos experimentar com
diferentes formas de tampos, especialmente em formato de “L”, com ângulos diferentes ao de
90º. Também procuramos pensar na quantidade de prateleiras necessárias e como elas seriam
diferentes de acordo com o tipo de dispositivos que sustentariam - sejam eles eletrônicos ou
relacionados à alimentação.

Figura 8 - Esboços
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III.2 Alternativa selecionada

Optamos por desenvolver um móvel para ser utilizado na postura em pé ou sentado


com um assento alto, pois essa possibilidade de mudança de postura confere maior conforto e
dinamismo durante a jornada de trabalho do usuário. Foi estabelecido um formato de tampo
completamente reto para tornar o posicionamento dos módulos mais flexível em diferentes
ambientes. Mantivemos a separação em dois módulos que tratam de diferentes aspectos -
transações financeiras e contato com alimentos - dividindo-os fisicamente com uma placa de
acrílico. O módulo de transações financeiras é maior em comprimento por ser onde o usuário
efetua a maior parte do trabalho, e por isso possui um formato retangular, enquanto o módulo
para lidar com alimentos é menor, com forma de quadrado.

Figura 9 - Alternativa selecionada, com dois módulos que podem ser dispostos lado a lado.

O módulo financeiro possui um compartimento específico designado para acomodar


uma gaveta de dinheiro e também uma prateleira para apoio dos dispositivos eletrônicos, além
dos pés do usuário quanto o mesmo o utiliza na postura sentado, com um banco alto. Essa
prateleira foi pensada em uma altura ergonomicamente adequada para o apoio dos pés de
todos os percentis. O módulo também possui um passa fio no tampo e no compartimento para
a gaveta de dinheiro.
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Já o módulo para lidar com alimentos foi desenvolvido com tampo de aço inox e com
três prateleiras de alumínio removíveis, a fim de facilitar a higienização, já que têm como objetivo
comportar toppings como coberturas, caldas, granulados, biscoitos, entre outros. O tampo
possui um encaixe do lado esquerdo e direito para fixar a placa de acrílico. Também possui
rodinhas no lugar dos pés, de forma que possibilita a sua fácil movimentação para ser disposto
da forma que é mais conveniente. Além disso, possui uma vitrine na parte frontal, para permitir
que os clientes possam visualizar as opções de toppings dispostas nas prateleiras.
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CAPÍTULO IV: PROJETO


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CAPÍTULO IV: PROJETO

IV.1 Apresentação dos subsistemas do produto

O produto é dividido em 7 subsistemas, sendo três deles específicos do módulo maior


e quatro deles do módulo menor. O módulo maior é composto de um tampo e uma estrutura
principal com uma prateleira, além de um compartimento para a gaveta de dinheiro. O módulo
menor é composto de um tampo, uma estrutura principal, a placa de acrílico e três prateleiras
móveis.

Figura 10 - Subsistemas do produto

IV: Dimensionamento Geral e Específicos do Produto

O dimensionamento de ambos os módulos foi estabelecido a partir de análises


ergonômicas, considerando os envoltórios de alcance, campo de visão e alturas de todos os
percentis antropométricos. A altura definida foi de 107 cm, se baseando na altura dos
cotovelos do percentil 50% em postura em pé ou sentada em um assento alto. Essa altura
possibilita que todos os percentis alcancem apropriadamente todos os dispositivos em cima do
móvel, e que todos os dispositivos estejam dentro do alcance visual máximo. Já a profundidade
dos tampos é de 60cm de comprimento, tamanho compatível com o tamanho do braço e
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antebraço do percentil médio, o que possibilita o alcance a toda a superfície de trabalho por
todos os percentis.
Os dois módulos dispostos lado a lado resultam em 165 cm de largura, com o módulo
maior tendo 100 cm e o módulo menor 65 cm.

Figura 11 - Vistas ortográficas do check-out com cotas em mm.

Quanto aos dimensionamentos mais específicos, foi definido que o compartimento da


gaveta de dinheiro seria ideal para um modelo disponível comercialmente com 40 cm de
largura, 42 cm de profundidade e 11 cm de altura. Para a placa de acrílico que divide a
superfície do tampo, foi definido que sua espessura seria de 1 cm.
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Figura 12 - Vistas ortográficas frontal e superior, com medidas das prateleiras e compartimento, cotas em mm.

IV: Detalhamento do Produto

No módulo maior, é possível observar a existência de um passa fio no tampo e no


compartimento da gaveta de dinheiro, o que possibilita que quaisquer cabos que se conectam
com os dispositivos eletrônicos no móvel possam ser organizados e escondidos. Esses passa
fios também permitem que se conecte o computador diretamente com a caixa registradora.
Além disso, foi feito um rebaixo retangular na parte frontal do móvel, frente a onde acontecerá o
atendimento ao cliente, criando um espaço favorável para customização com a identidade
visual do estabelecimento.
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No módulo menor, existem dois vãos para o encaixe da placa de acrílico, um localizado
à esquerda e outro à direita, o que torna possível a reorganização desse módulo no espaço da
forma que for mais favorável, sem o comprometimento da higiene. Esse módulo menor
também dispõe de uma vitrine na parte frontal, com visão para duas das prateleiras móveis, de
forma que o cliente possa escolher dentre os toppings disponíveis na hora da compra.

Figura 13 - Detalhamento do produto.

IV.4: Especificação Material

Os materiais foram escolhidos se baseando nos objetivos iniciais desse projeto,


priorizando matérias-primas de fácil acesso e baixo custo no Brasil, mas que ainda assim
garantam qualidade e robustez ao móvel projetado.
Para o módulo menor, que lida com alimentos, foi preferido o uso de MDF naval em
toda a sua estrutura, pela sua resistência à água. O tampo deste módulo consiste em uma
placa de aço inox, com bordas em MDF naval. Para as prateleiras móveis, foram escolhidas
placas de alumínio de espessura 3mm com uma dobra de 20mm nas extremidades. O uso de
metais no tampo e nas prateleiras teve como o intuito a facilitação da limpeza do local. Além
disso, esse módulo possui também uma vitrine em vidro e a placa de acrílico.
Foram utilizadas primariamente chapas de MDF comum com acabamento em laminado
de madeira para o módulo maior. Optamos somente que o tampo desse módulo fosse de MDF
naval, considerando eventuais contatos acidentais com alimentos.
Para a montagem do móvel, foi optado pelo uso de cavilhas e minifix, peças de fixação
amplamente disponíveis no mercado. Ainda no âmbito das pequenas partes, selecionamos um
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modelo de pés e um modelo de rodinhas encontrados comercialmente para os módulos maior
e menor, respectivamente.

Figura 14 - Especificação material do módulo maior.

Figura 15 - Especificação material do módulo menor.


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IV.5 Adequação do Produto aos Usuários

IV.5.1 Adequação das Posturas

Para elaboração desse móvel, foi concluído que seria mais adequado que o usuário
pudesse optar por exercer seu trabalho em múltiplas posturas, em pé ou sentado em um
assento alto. Tornamos isso possível ao estabelecer a altura do móvel de acordo com a altura
dos cotovelos em postura em pé dos três principais perfis antropométricos. Essa altura permite
que o usuário tenha acesso confortável aos seus dispositivos de uso durante toda a jornada de
trabalho.
Ademais, para o uso na postura sentada, foi pensada também a necessidade de um
apoio para os pés. Para isso, a prateleira interna do módulo maior - onde o usuário exercerá
trabalhos mais intensivos que podem requerer adaptação de postura - foi projetada
considerando o comprimento da perna na postura sentada em um banco alto, utilizando como
referência a altura ideal dos cotovelos em relação ao tampo.

Figura 16 - Postura em pé, com demonstração do apoio para os pés para a postura sentada.
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IV.5.2 Adequação do Alcance Visual

Com as dimensões adequadas para a altura de todos os perfis antropométricos,


consequentemente a altura da mesa também permite que seus usuários tenham alcance visual
confortável durante seu uso. Todos os dispositivos dispostos em cima do móvel ficam
localizados dentro do campo de visão máximo de todos os percentis.

Figura 17 - Adequação ao alcance visual máximo.

IV.5.3 Adequação dos Envoltórios de Alcance

A profundidade do tampo foi pensada considerando o comprimento médio do braço e


antebraço de todos os percentis antropométricos, de forma que todos os percentis possam ter
amplo acesso a toda a superfície do móvel. Entretanto, o acesso entre o módulo maior e menor
fica restrito, pois foi considerado que o uso adequado deste móvel não permitiria a atuação
concomitante em ambas as partes, por questões de higiene. Nesse sentido, a placa de acrílico
que existe dividindo a superfície dos dois módulos estabelece uma limitação no alcance do
usuário, que necessitaria movimentar seu corpo inteiro para acessar o módulo menor.
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Figura 18 - Adequação dos envoltórios de alcance.

IV.6 Ambientação e Humanização

O produto tem como finalidade ser utilizado em lojas de sobremesas geladas, como
sorvetes, picolés e açaí, e seu design modular compreende as necessidades específicas desse
tipo de estabelecimento comercial. Sua divisão estrutural em duas grandes seções distintas
permite que o móvel seja organizado da forma que mais for conveniente em ambientes com
espaço limitado.

Figura 19 - Render do check-out ambientado em uma loja de açaí.


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Figura 20 - Render do check-out em uma visão posterior.

Figura 21 - Render do produto demonstrando possibilidade de organização.


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CONCLUSÃO

A partir do desenvolvimento desse projeto, foi possível compreender como se dão as


etapas de elaboração de um produto e a importância de cada uma delas para a criação de um
design eficiente, útil, acessível e esteticamente agradável. Através da etapa de pesquisa, com a
realização de entrevistas em estabelecimentos comerciais reais, pudemos entender melhor as
demandas específicas do público alvo do produto desenvolvido, o que nos auxiliou a nortear de
forma prática nossos objetivos para o projeto.
As visitas às duas fábricas com modelos de produção diferentes proporcionadas pelo
nosso docente também foram muito significativas para a compreensão das dinâmicas e das
possibilidades de processo de fabricação de um produto. Todas essas experiências foram
valiosas para a construção da nossa identidade como designers - finalizamos esse projeto
extremamente satisfeitos com nosso aprendizado.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SOARES, Valdir. Metodologia VDI 2222. Apresentação de slides da disciplina Gestão e


Métodos em Design.
IIDA, Itiro. Ergonomia: Projeto e produção. São Paulo, Blücher, 2ª edição de 2005.
LÖBACH, Bernd. Design Industrial. São Paulo. Blücher, 1976, Edição de 2001.

ANEXOS
I. Pranchas Ilustrativas
II. Desenho Técnico

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