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AULA 1

ENGENHARIA DO PRODUTO,
QFD, FMEA E DOE

Prof. Thiago Shoji Obi Tamachiro


INTRODUÇÃO

Visão geral do processo de desenvolvimento de produtos

No mundo atual, a agilidade de mudanças, a grande quantidade de dados


e informações disponíveis, o desenvolvimento de tecnologias interdependentes e
a incerteza do mercado consumidor são fatores que levam as organizações a
desenvolver produtos e serviços inovadores. Nesse contexto, os profissionais da
área de engenharia de produto devem ser capazes de manter os seus processos
de desenvolvimento de produtos alinhados às mudanças do mercado, adotando
estratégias inovadoras e ágeis para criar ou renovar produtos, de modo a superar
as expectativas dos clientes.
Considerando esse cenário, esta etapa tem o objetivo de introduzir
conceitos iniciais de engenharia do produto, como as definições de produto e
projeto, abordando ainda o ciclo de vida de um produto e os modelos referenciais
do desenvolvimento de produtos.

TEMA 1 – CONCEITO DE PRODUTO E CLASSIFICAÇÕES

Um produto pode ser entendido como resultado de uma sequência de


atividades, processos ou atributos concretos. Produtos são oferecidos no mercado
para suprir uma necessidade ou um desejo de um consumidor (Semenik;
Bamossy, 1995). Existem basicamente cinco categorias de produto: produtos
tangíveis e intangíveis, duráveis e não duráveis, padrão superior e padrão básico,
utilitários e hedônicos, e de consumo e industriais.

1.1 Produtos tangíveis e intangíveis

Produtos tangíveis são físicos, enquanto os intangíveis são abstratos e


podem ser chamados de “serviços”. Na perspectiva da gestão de operações,
podemos diferenciar produtos tangíveis e intangíveis pelo tipo de recurso de
entrada transformado em processo, conforme a Figura 1.

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Figura 1 – Produtos e serviços: recurso de entrada a ser transformado

Crédito: Black_Kira/Shutterstock; Zonda/Shutterstock; yatate/Shutterstock; Vetreno/Shutterstock.

1.2 Produtos duráveis e não duráveis

Um produto é ser considerado durável quando pode ser usado diversas


vezes ao longo de determinado período, como equipamentos eletrônicos. Já os
produtos não duráveis são de consumo instantâneo, como alimentos e bebidas,
conforme ilustra a Figura 2.

Figura 2 – Produtos duráveis (a) e não duráveis (b)

(a) (b)

Crédito: Digital Genetics/Shutterstock; margouillat photo/Shutterstock.

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1.3 Produtos de padrão superior e de padrão básico

Produtos de padrão superior são referências do que há de melhor em


termos de tecnologia, materiais, funcionalidades e acabamentos.
Comercialmente, recebem a denominação de produto premium. Como exemplos
dessa categoria (Figura 3), podemos citar os smartphones da Apple e os carros
de luxo. Já os produtos de padrão básico apresentam desempenho limitado, com
poucas funções e preços menores, como uma máquina de lavar sem a função de
centrifugar.

Figura 3 – Produto de padrão superior (a) e produto de padrão básico (b)

(a) (b)

Crédito: Photography/Shutterstock / Car Spotter/Shutterstock

1.4 Produtos utilitários e hedônicos

Os produtos utilitários apresentam definição semelhante aos produtos de


padrão básico, ou seja, são produtos providos de funções básicas, com benefícios
primários. Ao contrário dos produtos utilitários, os produtos hedônicos são dotados
de funções sensoriais que promovem maior interação com o usuário. Um exemplo
para esclarecer essa definição é uma cadeira de escritório convencional em
comparação uma cadeira reclinável, com função massageadora, conforme
apresenta a figura a seguir.

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Figura 4 – Produto utilitário (a) e produto hedônico (b)

(a) (b)

Crédito: wildzero/Shutterstock; Nijat Nasibli/Shutterstock.

1.5 Produtos de consumo e industriais

Os produtos de consumo são comprados por pessoas e famílias para


satisfazer algum desejo ou necessidade. Entre eles, temos alimentos, roupas e
cosméticos. Já os produtos industriais são usados pelas indústrias de manufatura
em seus processos de fabricação, como empilhadeiras e tornos mecânicos. A
figura a seguir traz exemplos dessas categorias.

Figura 5 – Produto de consumo (a) e produto industrial (b)

(a) (b)

Crédito: Creative Lab/Shutterstock; Roman Zaiets/Shutterstock.

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TEMA 2 – CICLO DE VIDA DO PRODUTO

Para descrever o ciclo de vida de um produto, temos de considerar o seu


aspecto mercadológico, a partir da curva de ciclo de vida mercadológica
(Figura 6), considerando a variação do volume de vendas ao longo de quatro
estágios após o lançamento de um produto: introdução ou lançamento,
crescimento, maturidade e declínio.

Figura 6 – Curva de ciclo de vida mercadológica

Fonte: Rosenfeld et al. (2006)

Na etapa de introdução, quando temos um produto novo, poucos


concorrentes (às vezes nenhum) oferecem algo semelhante. Para que os
consumidores se sintam atraídos e confiantes com a novidade do mercado, a área
de desenvolvimento de produtos da organização deve focar os seus esforços em
qualidade e flexibilidade de mudança, caso exista a necessidade de alteração nas
especificações do produto.
No segundo estágio do ciclo de vida, conhecido como crescimento, o
volume de vendas e o número de concorrentes aumenta com o passar do tempo.
Logo, a organização deve priorizar os objetivos de velocidade de entrega e
confiabilidade para manter os níveis de demanda atendidos.
No estágio de maturidade, em que o produto abrange uma grande fatia de
mercado, alguns concorrentes iniciais já terão deixado o mercado. Para que a
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organização continue com as vendas niveladas, é preciso priorizar a busca pela
redução de custos do processo, o que permite a redução de preços, priorizando o
objetivo de desempenho de confiabilidade de fornecimento para o
acompanhamento da demanda.
Por fim, o último estágio de ciclo de vida do produto é o declínio, quando
as vendas e os lucros diminuem, por conta da chegada de produtos superiores no
mercado. Nesta fase, a organização deve tomar a decisão de diminuir
gradativamente os canais de distribuição, para posteriormente encerrar a
produção do produto.

TEMA 3 – GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Para que um novo produto seja elaborado e lançado no mercado, não basta
que um indivíduo pense em uma ideia e imediatamente parta para a
materialização. Afinal, é necessário realizar um planejamento das fases que
devem ser cumpridas em cada etapa de desenvolvimento do produto – ou seja, é
necessário gerenciar o projeto. Assim, neste tema vamos discutir os conceitos de
gestão de projetos, escopo do projeto e escopo do produto.

3.1 Gestão de projetos

De acordo a definição do guia referencial de gestão de projetos PMBOK –


A Guide to the Project Management Body of Knowledge, publicado pelo PMI –
Project Management Institute, um projeto é “um esforço temporário empreendido
para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo” (PMI, 2017). Em outras
palavras, um projeto também pode ser definido como um conjunto de atividades
com início e fim definidos, considerando uma meta especificada e um conjunto de
recursos que devem ser utilizados (Slack; Chambers; Johnston, 2009).
Os projetos podem ser dos mais variados tipos, desde projetos de grande
complexidade, como a construção de uma indústria química, passando por projeto
de desenvolvimento de produtos e serviços até projetos domésticos, como o
planejamento de uma viagem para o Canadá. Independentemente da atividade
realizada, um projeto seguirá uma estrutura semelhante, em cinco etapas, como
ilustra a figura a seguir.

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Figura 7 – Etapas do gerenciamento de projetos

1. Compreensão do Análise de fatores internos e externos que podem


ambiente do projeto influenciar o projeto

2. Definição do projeto Definição de objetivos, escopo e estratégia do projeto

3. Planejamento do
Decisão de como o projeto será executado
projeto

4. Execução técnica Desempenho dos aspectos técnicos do projeto

Garantia de que o projeto está sendo executado


5. Controle do projeto
conforme o planejado

Fonte: Slack; Chambers; Johnston, 2009.

Como as etapas apresentadas na Figura 7 servem para todos os tipos de


projetos, na sequência vamos estudar um modelo de referência específico para o
desenvolvimento de produtos.

3.2 Escopo do projeto

O escopo do projeto (project charter), ou minuta, é um documento formal


que autoriza o início de um projeto. O preenchimento é uma etapa que antecede
a inicialização do processo de desenvolvimento do produto. Em linhas gerais, o
escopo do projeto deve conter as seguintes informações:

• Qual a justificativa para a realização do projeto e qual o objetivo ou


problema que deve ser resolvido?
• Qual produto será desenvolvido e quais serão as suas características
gerais?
• Quem serão os membros da equipe e quais são as suas respectivas
funções?
• Quais serão os custos do projeto?
• Como as atividades serão programadas (cronograma)?

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• Quais são os riscos do projeto e como mitigá-los (plano de contingência)?

Ainda dentro do escopo do projeto, há um item importante que deve ser


preenchido: o escopo do produto.

3.3 Escopo do produto

O escopo do produto traz especificações técnicas que descrevem as


funcionalidades do produto, de modo a permitir que todos os envolvidos no projeto
tenham uma compreensão do que será oferecido para o futuro cliente. O Quadro
1 apresenta os elementos necessários em um escopo do produto, com questões-
chave que podem ser respondidas em cada elemento.

Quadro 1 – Elementos do escopo do produto

ELEMENTOS QUESTÕES-CHAVE
Características gerais do produto O que é?
Quais suas características principais?
Qual sua finalidade?
Justificativa Utiliza novas tecnologias ou novos princípios?
Apresenta uma nova forma de fazer algo?
Já existe no Brasil ou em outro país?
Perfil do Consumidor Qual o público-alvo (faixa etária, estilo, renda
etc.)?
Uso Em quais situações e condições o produto
pode ser utilizado?
Qual a frequência de uso?
Existe influência de fatores sazonais?
Características funcionais e técnicas Quais materiais são necessários para a
fabricação?
Qual é o seu dimensionamento?
Quais processos de fabricação podem ser
empregados?
Quais requisitos e normas devem ser
atendidos?
Qual o preço estimado?

Com base nos elementos apresentados, o Quadro 2 traz um exemplo de


escopo do produto para o desenvolvimento de uma capa refletora para mochilas.

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Quadro 2 – Exemplo de escopo do produto

Escopo do produto – capa refletora para mochilas


Características gerais do produto Um acessório refletor para utilização em qualquer tipo de
mochila, com a finalidade de proteger ciclistas e pedestres
de acidentes, principalmente no período da noite.
Justificativa De acordo com os dados de Pesquisa de Orçamentos
Familiares 2017-2018 (POF) e do Instituto Nacional de
Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2019, o Brasil tem
uma frota estimada de mais de 33 milhões de bicicletas.
Esse fato implica a necessidade de propor ações que
promovam a segurança de ciclistas, pois nos últimos anos
houve um aumento de 45% no número de atropelamento
de ciclistas.
Perfil do Consumidor Esportistas, ciclistas, aventureiros, urbano-sustentáveis de
todas as faixas etárias e de renda.
Uso O produto pode ser utilizado conforme a conveniência do
usuário e sem a interferência de fatores sazonais.
Características funcionais e Materiais necessários: tecido fluorescente e comum, velcro,
técnicas zíper, elástico, cola e fios de costura;
Processos de fabricação: corte e costura;
Dimensão: 52cm de altura e 32 cm de largura (dimensão
baseada em uma mochila de 40 litros);
Acessórios extras: estojo para armazenar o produto;
O produto deve ser facilmente entendido, sem depender de
conhecimentos especializados, problema de linguagem ou
nível de atenção momentânea;
Preço estimado: R$54,00.

TEMA 4 – INOVAÇÃO EM ENGENHARIA DO PRODUTO

Conhecer as etapas de gestão de projetos e do desenvolvimento de


produtos não é suficiente para que o produto que vai ser lançado se torne um
sucesso no mercado, pois muitas vezes o que foi criado acaba se tornando
apenas uma invenção, e não uma solução capaz de agregar valor para os
consumidores. Logo, neste tema vamos estudar o conceito de inovação de
produto, os tipos de inovação e o processo de gestão de inovação.

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4.1 Conceitos de inovação

Para definir inovação, devemos primeiro compreender que as palavras


“invenção” e “inovação” apresentam significados distintos. Uma invenção é tudo
que pode ser prototipado ou desenhado. Quando uma invenção é lançada no
mercado, sendo aprovada pelos consumidores como solução de alto valor
agregado, temos uma inovação. Dessa forma, a inovação pode ser definida como
forma de desenvolver um novo produto ou serviço, estando vinculada à
exploração de novas fatias de mercado e novos modelos de gestão, com novas
fontes lucrativas, criação de plataformas tecnológicas, além da melhoria da
eficiência e da eficácia dos processos produtivos (Scherer; Carlomagno, 2016, p.
8).
Em relação ao desenvolvimento de produtos, a inovação refere-se à
introdução de novos produtos ou ainda de produtos significativamente melhorados
(Tidd; Bessant, 2008), que podem ser classificados em dois tipos:

• Inovação incremental de produto: envolve uma melhoria significativa de um


produto já existente, por meio de acréscimos ou da substituição de
componentes e materiais, além da inclusão de novas funcionalidades. Um
exemplo é o fogão elétrico, cujos modelos estão em constante evolução,
ainda que a finalidade principal, preparar alimentos, continue sendo a
mesma.
• Inovação radical de produto: leva a alterações tecnológicas fundamentais,
de modo que pode mudar a forma como a sociedade utiliza um produto. A
evolução dos telefones celulares é um exemplo de inovação radical, pois a
criação de um novo modelo de celular, no caso o smartphone, fez com que
os modelos anteriores ficassem obsoletos.

4.2 Processo de gestão de inovação

Além dos conceitos de inovação vistos até aqui, precisamos destacar que
a inovação está ligada ao gerenciamento de projetos, pois uma grande ideia não
nasce de forma espontânea, mas sim de um processo racional, ou seja, de um
processo de gestão de inovação. Esse processo pode ser esquematizado
conforme a Figura 8.

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Figura 8 – Processo de gestão de inovação

Geração de novas ideias, por meio de Brainstorming,


1. Idealização
pesquisa de mercado, opinião de clientes, entre outros.

Estudo detalhado da ideia selecionada na etapa


anterior, com o levantamento dos benefícios que o
2. Conceituação
produto vai proporcionar, bem como a viabilidade
técnica e financeira.

Envolve realizar o teste da ideia para um determinado


3. Experimentação grupo, com objetivo de coletar os resultados da
experiência e decidir o que pode ser melhorado.

O produto final é lançado ao mercado e são verificados


4. Implementação
se todos os benefícios esperados foram alcançados.

Fonte: Scherer; Carlomagno, 2016.

Dentre as etapas do processo de gestão da inovação, a fase de


experimentação pode ser relacionada com o conceito da startup enxuta de Ries
(2012), que visa minimizar o tempo de desenvolvimento do produto, por meio da
realização de testes de ideias com os clientes. A apresentação da ideia é feita na
forma de um Produto Mínimo Viável (MVP – Minimum Viable Product), um
protótipo físico e funcional. De um lado, o cliente poderá ter a primeira impressão
do projeto; de outro lado, a organização tem a vantagem de coletar todas as
informações e feedbacks durante a fase de teste. O ciclo de experimentação pode
ser esquematizado conforme a Figura 9.

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Figura 9 – Ciclo de Experimentação

Aprender Construir
(incorporação do (construção e
aprendizado) lançamento do MVP)

Medir
(avaliação e
acompanhamento de
feedbacks)

Fonte: Ries, 2012.

Além disso, o ciclo de experimentação é incorporado nas metodologias


emergentes para o desenvolvimento de produtos e serviços, tais como Design
Thinking, Design Sprint e Scrum, temas que vamos estudar.

TEMA 5 – MODELOS DE REFERÊNCIA PARA O PROCESSO DE


DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS

Agora que sabemos o que é gerenciamento de projetos e gestão de


inovação, vamos apresentar uma visão geral das metodologias referenciais para
o projeto de desenvolvimento de produtos. Os detalhes e as ferramentas de cada
etapa das metodologias serão estudados com maior profundidade.
Além disso, cabe destacar que as metodologias não precisam,
necessariamente, seguir o padrão proposto, pois cada empresa pode realizar as
devidas adaptações, buscando se adequar ao seu tipo de produção, considerando
setor, tecnologias, grau de inovação, entre outros aspectos.

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5.1 Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP)

Segundo Rosenfeld et al. (2006) o Processo de Desenvolvimento de


Produtos contribui para que a organização seja capaz de gerenciar, de forma
eficaz e eficiente, todo o ciclo de vida do produto, com uma influência forte e
positiva nos objetivos de desempenho, em termos de custo, velocidade,
qualidade, confiabilidade e flexibilidade. É possível, ainda, reduzir em até 50% o
tempo de lançamento de um produto.
As etapas do PDP, bem como as suas respectivas ferramentas e
metodologias, estão descritas no Quadro 3.

Quadro 3 – Fases do PDP

FASES DO PDP DESCRIÇÃO FERRAMENTAS E


METODOLOGIAS
Pré- Envolve todo o planejamento do Escopo do Projeto;
desenvolvimento projeto do produto, de modo a Escopo do Produto
fornecer informações do que
será desenvolvido, considerando
recursos e atividades
necessárias, além da viabilidade
técnica e financeira do projeto.
Projeto Esta fase tem por objetivo obter Desdobramento da
Informacional informações de concorrentes, Função Qualidade
clientes, tecnologias disponíveis (QFD – Quality
e normas e legislações, para Function Deployment);
auxiliar na caracterização do Análise de Curvas de
produto a ser desenvolvido. Valor;
Bechmarking
Projeto Conceitual O Projeto Conceitual visa criar Brainstorming;
um conjunto de soluções para Análise Funcional;
atender as necessidades e Método TRIZ;
requisitos do cliente, definidas no Matriz morfológica;
Projeto Informacional. Em Análise Ergonômica;
seguida, a ideia é eleger a

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melhor solução como produto Método de Seleção de
final. Materiais
Projeto Detalhado Esta fase consiste em detalhar e FMEA (Failure Mode
finalizar todas as especificações Effect and Analysis);
do produto, para que sejam Planejamento de
encaminhados para a Experimentos (DOE -
preparação da produção. Design of Experiments)
Preparação para O objetivo desta fase é garantir Análise do Sistema de
produção que o produto que foi planejado Medição;
seja produzido conforme a Controle Estatístico de
demanda e as especificações do Processos (CEP)
projeto.
Lançamento Envolve todas as atividades Gestão de marketing;
relacionadas à colocação do Monitoramento de
produto no mercado, como ponto viabilidade econômico-
de venda, atendimento ao financeira
cliente, assistência técnica e
campanhas de marketing.
Pós- Esta fase tem por objetivo Auditoria pós-projeto
desenvolvimento acompanhar o desempenho do
produto no mercado,
identificando oportunidades de
melhorias e soluções de
reciclagem e logística reversa.

5.2 Modelo de Projeto de Produto e Serviços

O modelo de Slack, Chambers e Johnston (2009) é uma forma alternativa


de classificar e gerenciar o desenvolvimento de produtos ou serviços. Este modelo
é dividido em cinco etapas:

• Geração do conceito: esta fase visa levantar o máximo de ideias para o


produto ou serviço a ser desenvolvido. Algumas possíveis fontes a serem
utilizadas para a geração do conceito: buscar e ouvir ideias de

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consumidores e funcionários; analisar as atividades dos concorrentes; e
desenvolver uma área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na empresa.
• Triagem do conceito: o objetivo desta etapa é avaliar todas as ideias com
base em critérios de projeto que avaliam a viabilidade (capacidade da
organização realizar o projeto), a aceitabilidade (retornos que o projeto
proporciona para a empresa e para o mercado) e a vulnerabilidade (grau
de risco pretendido para o projeto). Em seguida, seleciona-se o conceito de
melhor avaliação.
• Projeto preliminar: envolve a definição inicial das especificações e dos
processos necessários para o desenvolvimento do conceito. A elaboração
de uma lista de materiais (BOM – Bill of Materials) do conceito auxilia a
organização a obter uma visão geral dos componentes necessários,
buscando enxergar possíveis simplificações nos atributos.
• Avaliação e melhoramento: o objetivo desta etapa é verificar possíveis
melhorias no projeto do produto, antes do seu lançamento no mercado.
Ferramentas como Desdobramento da Função Qualidade (QFD),
Engenharia de Valor e métodos de Taguchi podem ser empregadas para
cumprir o objetivo da etapa.
• Projeto final e prototipagem: última etapa antes da produção, durante a qual
um protótipo do projeto é construído. Na sequência, ele será testado por
determinado número de clientes. As formas de prototipação podem ser
elaboradas de forma virtual, com o uso de sistemas CAD (Computer-Aided
Design), ou de forma física, como maquetes de papel e protótipo gerados
por impressão 3D.

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REFERÊNCIAS

PMI – Project Management Institute. Um guia de conjunto de conhecimentos


de gerenciamento de projetos. 6 ed. São Paulo: PMI, 2017.

RIES, E. A startup enxuta: como os empreendedores atuais utilizam a inovação


contínua para criar empresas extremamente bem-sucedidos. São Paulo: Lua de
Papel, 2012.

ROSENFELD, H. et al. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma


referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.

SCHERER, F. O.; CARLOMAGNO, M. S. Gestão da inovação na prática: como


aplicar conceitos e ferramentas para alavancar a inovação. São Paulo: Atlas,
2016.

SEMENIK, R.; BAMOSSY, G. Princípios de marketing: uma perspectiva global.


São Paulo: Makron, 1995.

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 3.


ed. São Paulo: Atlas, 2009.

TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. Porto Alegre: Bookman, 2008.

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