Você está na página 1de 5

BARDAGI, Maurícia Patta.

Trajetória Acadêmica e Satisfação com a Escolha


Profissional de Universitários em Meio de Curso. Revista Brasielira de Orientação
Profissional, 2003, 4 (1/2), pp. 153-166 153.

"Podemos definir a escolha profissional como o estabelecimento do que fazer, de


quem ser e a que lugar pertencer no mundo através do trabalho (Bohoslavsky,
1977)." (p. 154). Com isso, nota-se que de qualquer forma a escolha profissional é
essencial e por esta razão, o assunto está sendo cada vez mais abordado entre o
público que se encontra no período de realizar esta escolha. Mesmo que, muitas
vezes a posição social, econômica e até mesmo familiar acaba influenciando no fato
de a pessoa poder ou não escolher lugar onde ela deseja ser inserida e onde ela
pertence.

"A escolha envolve mudanças, perdas, medo do fracasso e da desvalorização


(Veinstein, 1994)" (p.154). A partir deste ponto, é possível refletir de certo modo
quais são os pensamentos que afligem aqueles que estão no momento da escolha
profissional e, até mesmo, as consequências que são apresentadas em um
momento posterior. Isso tudo causa, ideias conflitantes entre o público-alvo sobre
estar certo ou não
"A escolha envolve mudanças, perdas, medo do fracasso e da desvalorização
(Veinstein, 1994)" (p.154). A partir deste ponto, é possível refletir de certo modo
quais são os pensamentos que afligem aqueles que estão no momento da escolha
profissional e, até mesmo, as consequências que são apresentadas em um
momento posterior. Isso tudo causa, ideias conflitantes entre o público alvo sobre
estar certo ou não acerca do seu próprio futuro.

"Uma análise dos relatórios de exames vestibulares da UFRGS e UFSC no início da


década de 90 mostrou que cerca de 30% dos vestibulandos afirmaram já ter
prestado vestibular para outro curso anteriormente, cerca de 40% dos jovens que
entram na universidade anualmente não chegam a concluir seus cursos e apenas
16 a 19% dos jovens afirmaram estar fazendo a inscrição para o vestibular no curso
desejado (Lucchiari, 1992)." (p. 155). Esta pesquisa mostra, como mesmo diante de
pesquisas sobre o curso, de todo o tempo em que os alunos passam pensando
acerca da escolha, testes vocacioniais, etc; ainda assim eles se mostram
descontentes com o resultado, e muitas vezes desistem do curso.

" Ao investigarem jovens aprovados no vestibular da UFSC em 1997, Hotza e


Lucchiari (1998) observaram que cerca de 25% dos aprovados já haviam iniciado
outro curso superior anteriormente, sem concluí-lo." (p.155)

"A principal característica do trabalho na pós-modernidade é a instabilidade, a


incerteza quanto ao futuro (Cattani, 1996)." (p.155). A questão apontada na citação,
torna-se relevante ao refletir sobre como muitas profissões são apresentadas como
mais relevantes, mais prestigiadas, mais remuneradas, etc. Por isso, geralmente os
alunos tendem a pensar nas profissões preocupando-se exclusivamente com
questões monetárias e outras, porém desconsideram a verdadeira realidade no
momento de colocar a profissão em pratica.

" Rivas (1988), a partir de uma experiência com assessoramento na Universidade


de Valência (Espanha), apontou as principais razões descritas pelos alunos para
participarem do programa: ter mais informações sobre as possibilidades
profissionais (81,6%);
confrontar planos profissionais com um profissional psicólogo (41%); esclarecer
dúvidas sobre carreiras e áreas (40%); curiosidade sobre o processo (26%); medo
de tomar decisões (24%);
confirmar uma escolha (20%) e estar totalmente indeciso (10%)." (p.156)

"Galotti (1999) salienta que educadores e psicólogos precisam ajudar as pessoas a


se sentirem mais confortáveis para enfrentarem processos que envolvem
ambiguidade e dúvida, e que requerem um
investimento de tempo e esforço grandes, como são os processos de decisão e
mudança vocacional." (p.156). B

" Além da escola, muitas vezes a própria família e também a universidade não
estimulam a escolher ou explorar, se não pela forma concreta do abandono e do
recomeço. A universidade não propicia, dentro de seu próprio espaço, um processo
de exploração vocacional, considerando, erroneamente, que o aluno já está definido
e maduro ao ingressar no ensino superior." (p. 161)

" As necessidades financeiras muitas vezes fazem com que os alunos tenham que
abdicar de experiências próprias de sua área de formação." (p.162)

" Estar comprometido com uma escolha em termos vocacionais promove uma
avaliação mais otimista das possibilidades, relativiza as dificuldades eventuais para
obtenção de resultados e promove um maior bem estar psicológico." (p.162)

" O segundo grupo de fatores que promovem uma maior satisfação com a escolha
são aspectos externos ao aluno, como mercado de trabalho favorável e boa
estrutura do curso universitário.
Para muitos indivíduos, estes são os fatores principais para a tomada de decisão
(Lassance,1997;
Rivas, 1988)." (p.162)

" Existe uma lacuna no trabalho de orientação profissional em promover uma


reflexão mais realista a respeito do mercado de trabalho, da diferença entre curso e
profissão e da dimensão social e coletiva do trabalho." (p.162). A partir desse
argumento, é possível relacionar com a forma como a mente dos alunos que estão
no momento da escolha profissional tende a optar muitas vezes por uma profissão/
curso, através daquilo que lhe é fornecido como a realidade, sem, muitas vezes,
considerar como realmente funciona a procura de empregos nessa área, a
devolutivo salarial, entre outros quesitos.
" Um processo de atendimento à população universitária deve abordar aspectos
gerais e específicos de informação, incluindo uma discussão sobre estes fatores
externos mercado, remuneração, perspectivas de inserção profissional, entre
outros." (p. 163)

" É interessante discutir as diferenças de gênero nestas questões. As mulheres


descrevem com maior freqüência do que os homens já terem pensado em desistir
ou mudar de profissão." (p.163)

BARTALOTTI, Otavio, FILHO, Naercio Menez. A relação entre o desempenho da


carreira no mercado de trabalho e a escolha profissional dos jovens. Econ.Aplic,
São Paulo, V. 11, N.4, P. 487-505, outubro-dezembro 2007
Página 3
"Quanto maior o “estoque” de capital humano de um trabalhador, maior será sua
remuneração, que tem seu valor definido pelo preço no mercado de trabalho da
capacidade produtiva destas qualificações. A educação é investimento em capital
humano, gerando melhoria na capacidade do trabalhador, aumento de sua
produtividade e, portanto, possibilitando maiores rendimentos."
Aqui pode-se perceber que para a escolha profissional depende muito do quanto
você pode ganhar nessa profissão/curso e depende de como o mercado de trabalho
está atualmente.
"A idade influência de maneira importante a escolha educacional. Os jovens têm
perspectiva de usufruir dos benefícios da educação adquirida por mais tempo. Além
disto, usualmente o custo de oportunidade da permanência fora do mercado de
trabalho dos jovens é menor relativamente aos mais velhos, que têm maiores
ganhos de experiência e maturidade profissional."
A idade influencia na questão de maturidade ao escolher a profissão que gosta ou a
que ganha mais dinheiro e que até em outras áreas ao você pode vir a trabalhar a
pessoa adquiri experiências.

Página 4
"Fatores como renda, perspectiva de empregabilidade, taxa de retorno, status
associado à carreira ou vocação fazem parte do processo de decisão individual.
Espera-se que uma pessoa escolha a carreira que lhe proporciona o maior fluxo
esperado de utilidade dentre todas as opções. A renda e a taxa de retorno recebem
papel de destaque na literatura sobre o tema. Todavia, os trabalhos sobre a escolha
por determinada carreira são menos difundidos.
A renda e o ganho têm muita influência na decisão de profissão /curso.
"Ehrenberg (2004) afirma: “Estudantes precisam decidir não apenas qual
Universidade frequentar, mas também que áreas específicas estudar e que carreira
entrar. Não surpreendentemente, as escolhas de cursos dos estudantes são
fortemente influenciadas pelas oportunidades econômicas nas ocupações para as
quais um curso os prepara, pelas condições não-pecuniárias de emprego nestas
ocupações, pela sua aptidão acadêmica e pela composição de gênero das pessoas
que já exercem esta ocupação.”"
Aqui fala que a escolha não e só fazer a faculdade e sim pensar em qual área você
quer atuar e onde você pretende trabalhar, se vai fazer licenciatura ou bacharelado.

Página 6
"Desta forma, a análise mais correta seria a que um indivíduo escolhe uma
determinada carreira tendo em vista uma alocação ótima de risco e retorno entre
cada carreira. Claramente, ambos os conceitos são subjetivos; em nossa análise
empírica, estes fatores estão associados à renda (retorno) que se espera auferir ao
escolher determinada profissão e às medidas de dispersão e parada de rendimentos
dadas pelo desvio padrão da renda e pelo desemprego (risco)."
"O status que uma carreira proporciona pode ser desejado por muitos ingressantes
no curso superior. Por exemplo, graduados em cursos tradicionais como Direito,
Medicina e Engenharia gozam de certas “vantagens” associadas às prerrogativas de
suas carreiras, contatos que elas proporcionam ou prestígio.
Pode-se perceber que pessoas escolhem profissões pelo status como citado ali em
cima, a medicina e um ótimo exemplo, algumas pessoas vem em mente que
medicina do muito dinheiro, mas sabe-se que as vezes não e assim.
"Existe ainda outro fator que pode influenciar a demanda por um curso específico,
especialmente notável no caso brasileiro, a concorrência no concurso de admissão
para a universidade. Não é raro encontrar estudantes matriculados no ensino
superior que afirmam ter escolhido um curso em detrimento a outro por ser mais
“fácil” ingressar neste."
Alguns estudantes optam pela faculdade que certamente e mais fácil de passar e
com isso trabalham naquela área por ser mais fácil acesso.

Página 11
"Ainda pode-se aventar a possibilidade de utilizar o número de vagas como medida
da dificuldade, já que este não seria influenciado no curto prazo pelo número de
inscritos. Todavia, no longo prazo, o número de vagas tende a ser influenciado pela
demanda. Além disto, a oferta de vagas por outras faculdades tornaria menos
“arriscado” competir por uma vaga em cursos mais concorridos"
Aqui comenta que o numero de vagam e um grande empasse pelos estudantes,
alguns deixam de fazer uma faculdade que q
Página 14
"a influência de vagas perde significância quando passamos às estimações por
Efeitos Fixos. Isto é provavelmente relacionado ao fato de o número de vagas variar
relativamente pouco entre os períodos, apontando para a rigidez da oferta de vagas
presente em universidades públicas no Brasil"

Página 16
Os resultados encontrados levam à conclusão de que o processo de escolha da
carreira a ser seguida, apesar de depender da situação recente do mercado de
trabalho, também é fortemente influenciado por fatores subjetivos e, portanto, de
difícil acompanhamento pelas políticas públicas.

Você também pode gostar